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Por razões desconhecidas, entretanto, a infecção vai embora, mas deixa em


seu rasto sintomas de indisposição, fadiga e fraqueza muscular que melhoram,
todavia retornam periodicamente, em ciclos, durante meses ou anos.

International Chronic Fatique Syndrome Study Group, o critério para


estabelecer o diagnóstico é o seguinte: considera-se portadora da síndrome
toda pessoa com fadiga persistente, inexplicável por outras causas, que
apresentar no mínimo quatro dos sintomas citados abaixo, por um período de
pelo menos seis meses:

 Dor de garganta;
 Gânglios inflamados e dolorosos;
 Dores musculares;
 Dor em múltiplas articulações, sem sinais inflamatórios (vermelhidão e
inchaço);
 Cefaleia com características diferentes das anteriores;
 Comprometimento substancial da memória recente ou da concentração;
 Sono que não repousa;

Fraqueza intensa que persiste por mais de 24 horas depois da atividade física.
viroses misteriosas também são lembradas, mas a verdade é que as causas da
síndrome da fadiga crônica são desconhecidas.

A evolução dos sintomas é imprevisível. Às vezes, desaparece em pouco mais


de seis meses, mas pode durar anos ou persistir pelo resto da vida.

 Sabemos que processos infecciosos podem causar alterações do


sistema imune e estas podem levar a alterações psicopatológicas tanto
agudas como duradouras.
 Sequelas psiquiátricas já foram descritas após exposição ao
coronavirus em epidemias anteriores como a SARS síndrome
respiratória aguda grave e a MERS (Middle East Respiratory
Syndrome). Sobreviventes da SARS relataram sintomas psiquiátricos
como Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), depressão,
transtorno de pânico e ansiedade assim como transtorno obsessivo-
compulsivo pós infecções, mesmo não estando mais identificado
presença dos vírus no organismo.
 Considera-se que os coronavirus poderiam induzir sequelas
psicopatológicas através de infecção viral diretamente no sistema
nervoso central ou indiretamente através da resposta imunológica
corporal. Estudos clínicos, post mortem, in vitro e também em animais
têm demonstrado que os coronavirus são potencialmente neurotrópicos,
podendo causar dano neuronal.  Além da possível infiltração cerebral,
da tempestade de citocinas (cytokine storm) envolvida na resposta
imune podendo ainda causar sintomas neuropsiquiátricos como
ansiedade, depressão ou estress por precipitar neuro-inflamação.
 De acordo com evidências de sequelas observadas em pacientes a
partir de epidemias de SARS e MERS e estudos preliminares em
COVID19, foram observados que os sobreviventes de COVID-19 teriam
um aumento na prevalência de condições psiquiátricas como
Transtornos de humor, Transtornos de ansiedade, estresse pós-
traumático, ansiedade, depressão e disfunção cognitiva em graus moderados
(estes últimos oriundos da ventilação mecânica).

 Pacientes com história psiquiátrica prévia apresentaram maiores índices de


psicopatologia em todas as dimensões, corroborando estudos anteriores e
sugerindo que a história psiquiátrica prévia possam ser considerados fatores
de risco para psicopatologia pós COVID-19. 

 Pacientes tratados ambulatorialmente apresentaram maior frequência de
ansiedade e de alterações de sono e a duração da hospitalização apresentou
correlação inversa com sintomas de TEPT, depressão, ansiedade e
sintomatologia obsessivo-compulsiva. Os autores consideram que esse achado
possa estar relacionado a menor apoio de cuidado em saúde nos pacientes em
regime ambulatorial, o que poderia ter aumentado o isolamento social e a
solidão típicas da pandemia de COVID-19, gerando maior psicopatologia após
a remissão.
 Pacientes jovens apresentaram maiores índices de depressão e alterações de
sono, em acordo com estudos anteriores sobre o impacto psicológico da
pandemia de COVID-19 em pessoas mais jovens. Nem os marcadores
inflamatórios iniciais nem o nível de saturação de oxigênio no seguimento
apresentaram correlação com sintomas de ansiedade, depressão, insônia ou
TEPT, mas houve tendência a correlação entre alguns marcadores
inflamatórios iniciais e sintomas obsessivos-compulsivos no seguimento.
 Conclui-se que as consequências psiquiátricas do SARS-CoV-2 podem
ser causadas tanto pela resposta imune ao próprio vírus como pelos
estressores psicológicos como: isolamento social; impacto psicológico
de uma doença grave, pouco conhecida e potencialmente fatal; receio
de infectar os outros; e estigma.   Os autores apresentam, na discussão,
possíveis vias através das quais os sistemas imunes e mecanismos
psicopatológicos de doenças psiquiátricas possam interagir. 

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