Belo Horizonte
09 de Setembro de 2021
Conteúdo
1 Introdução 1
2 Dados da aeronave 3
3 Polar de Arrasto 4
4 Curvas de potência 7
5 Velocidade Máxima 12
6 Velocidade de Stall 12
7 Teto 13
8 Distância de decolagem 15
9 Alcance e autonomia 19
10 Envelope de voo 21
11 Conclusão 24
12 Referências 25
1 Introdução
1
Figura 2: Três vistas do Cesnna Cardinal RG
2
2 Dados da aeronave
Os dados da aeronave puderam ser retirados de seu manual de operação bem como dos
dados fornecidos pelo professor, e são apresentados nas tabelas abaixo:
Dados Valores
Área 16,77 m²
Alongamento 6,9811
Afilamento 0,7312
Enflechamento 0
Torção Geométrica -3
Ângulo de diedro 1°
Perfil NACA 2415 (raiz) NACA 2412 (ponta)
Espessura corda média 13, 5%
Dados Valores
Sh/S 0,195
Alongamento 3,871
Afilamento 1
Enflechamento 0
Perfil NACA 0012 (raiz) NACA 0009 (ponta)
Espessura corda média 10, 5%
Dados Valores
Sv/S 1,09
Enflechamento 35°
Perfil NACA 0009 (raiz) NACA 0006 (ponta)
Espessura corda média 7, 5%
Dados Valores
MTOW 1270 kg
Modelo de motor I0-360-AIB6D
Fabricante do motor Avco Lycoming
Quantidade de motores 1
Potência do motor 200 HP a 2700 RPM
Tipo de hélice Bipá
Diâmetro da hélice 78 in
3
Tabela 5: Velocidades de referência
Dados Valores
Velocidade de estol (com flaps) 25,5 m/s
Velocidade de estol (sem flaps) 29,5 m/s
Velocidade de manobra 54 m/s
Dados Valores
Tipo de combustível AVGAS 100 ou 100LL
Combustível utilizável 60 gal
Consumo 10,4 GPH
Densidade do combustível 5,775 lb/gal
3 Polar de Arrasto
Para a estimativa da polar de arrasto foi utilizado o método proposto em Raymer 2012. Por
meio desse método, foram estimados os arrastos referentes ao CL nulo para a asa, fuselagem,
empenagem horizontal e vertical. Os valores foram estimados para o nível do mar e 10.000 ft
de altitude. Além do CDO foram estimados o valor da constante de Oswald (e) e o valor de
K.
Com a equação para a realização do cálculo definida, o próximo passo foi encontrar os
termos CD0 e K, que podem ser obtidos a partir das equações apresentadas abaixo.
Σ(Cf c · F Fc · Qc · Swetc
(CD0 ) = + CDmisc + CDL&P (2)
Sref
Onde,
1
K= (3)
π·A·e
4
A Tabela 7 apresenta os parâmetros utilizados e os resultados obtidos.
Além dos coeficientes CD0 foram estimados os acréscimos no arrasto referentes a aplicação
do Flap e a situação em que o trem de pouso esteja em baixo. Os resultados estão apresentados
na Tabela 8.
5
Tabela 9: Velocidades de referência
As imagens 3 e 4 apresentam a polar de arrasto para o nível do mar e para 10.000 ft.
6
Figura 4: Polar de arrasto para 10.000 ft
4 Curvas de potência
Para os cálculos de potência disponível a nível do mar para condição de decolagem foram
considerados os seguintes dados, além das condições de atmosfera ISA:
Dados Valores
Peso (MTOW) 1270 kg
Densidade do ar 1,225 Kg/m³
Velocidade 10 a 90 m/s
Área alar 16,77 m²
Potência (BHP) 149 KW a 2700 rpm
Rotações por segundo 45
Diâmetro da hélice 1,9812 m
β 25°
W
CL = (4)
0.5 · ρ · V 2 · S
7
Com os valores de CL encontrados para cada velocidade, usou-se as imagens 3 e 4 deste
documento para determinar os valores de CD de pouso a MSL e cruzeiro a 10.000 ft. Com
tais valores foi possível encontrar o valor de potência requerida através da relação:
W ·V
Preq = (5)
CL /CD
Os parâmetros acima são relativos à Brake Horsepower, portanto leva-se em conta a varia-
ção da eficiência da hélice e sua variação com a velocidade. Tem-se, por Hartman e Bierman,
que a eficiência de uma hélice bipá será dada em função da razão de avanço (J).
V
J= (6)
n·D
Além do fator de avanço, é necessário obter o coeficiente de pressão da hélice para calcular
sua eficiência, que é dado pela relação:
P
CP = (7)
ρ · n3 · D5
Com os valores de eficiência das hélices para cada velocidade é possível determinar a
potência disponível pela relação:
Os resultados obtidos nos cálculos desta seção estão sintetizados na Tabela 11 e no Gráfico
da figura 6.
Figura 6: Potência disponível e requerida para o peso máximo de decolagem ao nível do mar
Os mesmos passos anteriores foram seguidos para pouso e cruzeiro, modificando valores
como densidade do ar e CD0 , abaixo estão os gráficos encontrados:
9
Figura 7: Potência requerida para cruzeiro a 10000 ft
10
Figura 9: Potência disponível e requerida para o pouso
11
5 Velocidade Máxima
6 Velocidade de Stall
Calculando-se a velocidade de stall por meio da fórmula clássica, em que o peso iguala-se
à sustentação, temos:
1
L= · ρ · V 2 · SW · CL (11)
2
Dados Valores
SW 16.77 m²
W 12459,68 N
ρ 1.225 kg/m³
CL,max 1,43
Sendo que o CL,max foi encontrado por meio de uma interpolação dos valores de CL cal-
culados para a elaboração das curvas de potência, entre as velocidades de 20 e 30 m/s, para
a velocidade de stall fornecida pelo manual do piloto, isto é, 29.5 m/s.
12
Por fim, resolvendo a equação 11 para V, temos que:
7 Teto
1−σ
Pdispalt = PdispM SL · σ− (13)
7, 55
Em que,
ρalt
σ= (14)
ρM SL
13
Pdisp − Preq
R= (15)
W
O próximo valor escolhido foi 15.000 ft. O gráfico de potências está mostrado abaixo:
Percebe-se que há uma estreita faixa de velocidades nas quais a potência disponível é
maior do que a potência requerida. Portanto, para efeitos práticos, é razoável definir o teto
absoluto da aeronave como 15.000 ft.
14
8 Distância de decolagem
Apesar das condições de decolagem de uma aeronave se alterarem em função das condições
meteorológicas e outras quaisquer, há uma condição padrão e utillizada como referência pela
norma (JAR - Part 23) para determinação do desempenho da aeronave durante a decolagem.
Tal condição de referência, aplicada a seguir para a aeronave Cessna Cardinal, levará em
conta as seguintes hipóteses:
• 4: Velocidade de rotação, VR
15
• 6: Velocidade de segurança de decolagem, V2 (V2 ≥ 1,10Vmca ou V2 ≤ 1,20VS )
Vlof = 1, 20 · VS (16)
Aplicando a segunda lei de Newton para o sistema formado pela aeronave, equacionando
para as direções vertical e horizontal e combinando as equações, o seguinte modelo é criado
para a determinação da distância de corrida de decolagem na forma de uma integral defi-
nida, sendo ela computada desde a velocidade inicial de repouso, no início da corrida, até a
velocidade de ‘lift off’, Vlof .
T − D − µ(W − L) = ma (18)
T − D − µ(W − L)
a= ·g (19)
W
Z Z
ads = vdv (20)
T − D − µ(W − L)
Z Z
·g ds = vdv (21)
W
16
Logo,
Z
W V
S1 = · dV (22)
g T − D − µ(W − L)
Sendo o arrasto D uma função do coeficiente de arrasto, obtido a partir da polar de arrasto
ao nível do mar, a sustentação L uma função do coeficiente de sustentação para a condição
de decolagem, o peso W o MTOW, e a tração T também na condição de decolagem, sendo
essa obtida a partir de interpolações linear e quadrática da curva de potência disponível ao
nível do mar (figura 6), do intervalo de 0 m/s a 40 m/s.
1
D = ρV 2 SW (0, 0383 + ∆CD0 + 0, 0543CL2 ) (23)
2
1
L = ρV 2 SW CL,max (24)
2
1
T = (−9, 148V 2 + 2515, 92V − 5244.4) · , para10 ≤ V ≤ 30.6 (26)
V
V2 = 1, 1 · Vlof (28)
17
Figura 15: Subida inicial de decolagem
Na distância percorrida pela aeronave nessa fase de transição considera-se que a velocidade
na direção vertical é constante, assim, pela relação de Torricelli:
2
V22 − Vlof
S2 = (31)
2·α
W
T − D − W · sen(γ) + L · sen(γ) = ·α (32)
g
T −D
α= ·g (33)
W
W · (V22 − Vlof
2
)
S2 = = 94, 24m = 309, 2f t (34)
2 · g · (T − D)
Com o objetivo de se aproximar o seno de um ângulo por ele mesmo durante a subida,
ou seja, seno(γ) = γ , considera-se pequenos valores desses ângulos, sendo esse ângulo γ
determinado considerando as condições de voo em V2 e em CLM , assim é obtido por:
18
T −D
γ= = 0, 106348rad = 6, 1graus (35)
W
A distância total percorrida durante a decolagem será igual a soma das distâncias percor-
ridas em cada trecho, assim:
9 Alcance e autonomia
η CL W1
RA = · · ln (37)
c CD W2
• Voo de cruzeiro reto e nivelado, onde a sustentação e arrasto são iguais em módulo,
respectivamente, ao peso e tração.
Assumindo que todos os 55 galões reservados para o voo em altitude serão gastos, a 5,775
lb/gal, temos que o avião perde cerca de 318 lb de massa durante o voo através da queima
de combustível. Temos então, para o voo em cruzeiro, um peso inicial de 2520 lb e um peso
final de 2202 lb. Ou, em métrico, de 1143 kg para 999 kg.
2·W
CL = (38)
ρ·V2·S
3/2
η C 1 1
(43)
p
T = · L · 2 2ρS · √ −√
c CD W2 W1
20
10 Envelope de voo
O envelope de voo permite delinear os limites de voo da aeronave de forma que sua
segurança seja observada durante o voo em conformidade com a RBAC, PART 23, uma vez
que esta aeronave é do tipo leve para voo regional. Esses limites são calculados utilizando
as curvas de potência e razões de subida do avião, considerando as condições de decolagem e
pouso, assim como o voo de cruzeiro.
PD − PR
Rs = (45)
W
Onde,
• PD é a Potência disponível.
• PR é a Potência requerida.
21
Figura 17: Razão de descida
Mapeadas as razões de subida, as mesmas são plotadas no mesmo gráfico para encontrar
os limites do envelope de voo. Graficamente, nota-se que este utilizará a função interpoladora
da razão de subida de cruzeiro até a velocidade de 33,87 m/s com uma razão de subida de 0,3
m/s. Para a descida em pouso, tem-se uma velocidade máxima de 27,42 m/s com uma razão
de descida de 0,37 m/s; Por fim, a decolagem estará limitada a uma velocidade máxima de
37,4 m/s e subindo 0,48 m/s.
22
Figura 19: Razões e interseção
23
11 Conclusão
Para se encontrar parâmetros como teto de operação, distância de decolagem, alcance e au-
tonomia, importantes para se definir a missão da aeronave, algumas análises prévias se fazem
necessárias. Primeiro foi calculada a polar de arrasto, englobando características geométricas
da aeronave e suas superfícies. Após isto, o conjunto propulsor ganha destaque e, juntamente
com o arrasto, é possível correlacionar a potência requerida, fornecida e velocidade. Neste
ponto já é possível ter um vislumbre de como é a operação da aeronave.
O voo de cruzeiro é a condição sob a qual a aeronave passa maior parte do seu tempo
fora do solo e é protagonista no cálculo da autonomia. Com o uso da equação de Breguet e
parâmetros calculados anteriormente foi possível concluir que com o tanque em capacidade
máxima a aeronave consegue voar por 8,14h e alcançar 910 km
24
12 Referências
https://jazzaero.com.br
http://cardinalflyers.com/mdata/poh/1975-177rg-poh.pdf
25