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DESENVOLVIMENTO

Com o aumento do número de casos de obesidade e dos métodos não invasivos realizados
sem sucesso, muitas pessoas recorrem à Bariátrica em busca da qualidade de vida, inclusão
social, eliminação da discriminação e emagrecimento rápido, sendo que, boa parte dos
indivíduos não sabem a real complexidade da cirurgia.
Um dos procedimentos fundamentais para realização da cirurgia é a avaliação psicológica, que
segundo o Conselho Federal de Psicologia, é um método técnico científico utilizado para
avaliar o estado biopsicossocial dos pacientes, sendo o psicólogo o único habilitado e aprovado
por lei para realizar essa tarefa.
A avaliação pré-operatória é o momento onde o psicólogo irá analisar se há possibilidade de
liberação do laudo ou necessidade de intervenção cirúrgica, por meio de linguagem
simplificada e acolhedora, irá colher dados do paciente, como por exemplo:
Quais os motivos que o trouxeram para realizar o procedimento cirúrgico; Qual
comportamento alimentar ele adota no cotidiano; Histórico de peso, dietas e exercícios físicos;
Status socioeconômico; Satisfação conjugal; Autoestima; Histórico de traumas/abusos; Uso de
substâncias; Se há idealização suicida; Qualidade de vida do indivíduo; Se há sintomas de
transtornos mentais; Certificar-se que o paciente possui nível intelectual e cognitivo de
compreensão acerca dos riscos e cuidados inerentes ao procedimento; Avaliar as habilidades
que o paciente possui ao realizar as recomendações; Investigas aspectos emocionais,
angustias, medos, ansiedades, expectativas, entre outros.

Cada profissional utiliza um método de trabalho, alguns preferem trabalhar com a técnica
grupal, outros preferem o acompanhamento individual, podendo incluir familiares no processo
de preparação e mudança, pois, afirma-se que a família tem papel importante para
desenvolver melhores resultados, auxiliando na adequação de novos hábitos na rotina diária.
Para isso, é necessário que o profissional compreenda cada paciente como seres singulares,
respeitando a individualidade, crenças e possibilidades econômicas de cada um deles,
juntamente á equipe multidisciplinar.
Nesta fase, também é necessário que o psicólogo reorganize o esquema de consciência que o
paciente tem do mundo e sobre si mesmo, preparando-o para se adaptar à nova imagem
corporal e reconstituir positivamente seus conceitos. Estudos indicam que a fase de
desenvolvimento da obesidade faz diferença na evolução pós- operatória, isto é, aqueles que
eram magros e se tornaram obesos tendem a recuperar a imagem do seu corpo facilmente,
enquanto aqueles que eram obesos desde a infância sofrem maior dificuldade de adaptação à
nova imagem.
Ansiedade e medo, por exemplo, são reações normais frente à cirurgia, porém, se tais
condições se elevam, o processo sofre interferências que podem prejudicar o resultado. Os
transtornos psicológicos mais freqüentes nas entrevistas são ansiedade e depressão,
aumentando os riscos de baixa perda de peso ou facilidade para recuperá-lo ao longo do
tempo, anulando parte ou todo sucesso da cirurgia.
Para isso, a psicoterapia tem ganhado importância no planejamento da intervenção,
promovendo mudanças cognitivas que permitam o paciente reconhecer suas idéias e
pensamentos, abrangendo o tratamento com foco nos processos de aprendizagem com a
psicoeducação, incluindo conteúdos inconscientes para o consciente, fazendo do psicólogo um
investigador, instrutor e terapeuta, auxiliando a propor condutas no pós-operatório.

Há três tipos de estruturas psicológicas nos pacientes que passam pela cirurgia, tendo o
quadro de evolução diferenciados, assim como o prognóstico:
1. Estrutura Melancólica: dificuldade de agüentar a falta demonstrada pela restrição
alimentar, com grande chance de apresentar ansiedade e depressão.
2. Estrutura Desmentalizada: falta de pensamento elaborativo, com dificuldade de se
reorganizar e manter o controle do peso.
3. Estrutura Perversa: conseguem manter a perda de peso, porém às custas da
complacência da equipe médica.

O acompanhamento psicológico se faz importante, uma vez que as causas que levaram à
obesidade não foram tratadas, podendo o problema migrar para outras escolhas. Isso ocorre
devido a falta de um protocolo padrão, à falta de dados precisos e comprovados de um
prognóstico adequado, dificultando a identificação de quais procedimentos avaliativos utilizar,
além disso, a uniformização das práticas, quantidade de consultas, valor e propósito da
avaliação variam de acordo com cada profissional ou equipe.

Por meio de pesquisa, encontramos a Sistematização de um protocolo baseado na análise


funcional do comportamento, de Skinner, que aborda aspectos pessoais, afetivos,
familiar,profissional e social do paciente, seguindo três etapas, afim de nortear nossas ações
quanto profissionais, sendo eles:
1. Questionário clínico/entrevista: adquirir dados qualitativos acerca do histórico do
paciente.
2. Verificar a perspectiva do paciente com o emagrecimento, os recursos cognitivos pós-
cirúrgico e se há alguma patologia.
3. Pontuar os pontos negativos e positivos do procedimento. Após, proceder a confecção
do laudo ou fazer intervenção cirúrgica caso necessário.

Para que ocorra uma cirurgia bem sucedida, vimos que os profissionais necessitam além de
conhecimentos técnicos e científicos, também fazer uso da empatia e humanização no
atendimento, já que os mesmos precisam criar uma aliança terapêutica com seus pacientes,
obtendo maior número de dados coletados e chances de uma boa preparação/recuperação. É
necessário garantir que o paciente tenha compreendido tudo que lhe foi passado, e que
também esteja disposto a realizá-las, continuando os tratamentos psicológicos pós cirúrgicos e
tomando os devidos cuidados. Com isso, toda a equipe envolvida e os pacientes submetidos á
cirurgia garantem bons resultados, diminuindo os índices de obesidade e distúrbios mentais.

CONCLUSÃO

Espera-se que este estudo facilite e possibilite a sociedade em geral a entender a importância
do profissional de psicologia, juntamente com a equipe multidisciplinar para o processo
operatório, pois, sabemos que a obesidade é uma doença crônica que vem acometendo
grande parte da sociedade e que necessita de cuidados específicos, já que as mudanças que a
cirurgia impõe no cotidiano dos pacientes geram dificuldades de adaptação, assim como a falta
de preparação psicológica também os afeta. É de extrema necessidade que se garanta uma
avaliação mais criteriosa por se tratar de um método invasivo, sabendo pontuar as questões
importantes para tratá-las precocemente, para que não venha ocorrer agravos ou
complicações.

INTRODUÇÃO
A obesidade é vista no cenário mundial, como um dos problemas de saúde pública mais
preocupantes,
devido a sua ascensão e as graves conseqüências que pode acarretar. Trata-se de um patologia
crônica ramificada que envolve genética, comportamentos psicológicos, sociais, metabólicos e
endócrinos .
O aumento da obesidade no Brasil e no mundo está em evidência alarmante quando
verificados uma projeção, que em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com
sobrepeso e haverá mais de 700
milhões de obesos. Pelos riscos associados à obesidade, esta vem sendo considerada um
grande problema de saúde pública nos países desenvolvidos e países não
desenvolvidos, atingindo diversas faixas etárias .
Para que uma pessoa possa ser considerada candidata à cirurgia bariátrica, é necessário que
seu índice de massa corporal (IMC) seja maior do que 40 kg/m², ou esteja acima de 35 kg/m²
com comorbidades associadas à obesidade (diabete tipo II, apneia do sono, hipertensão
arterial, dislipidemia, doença coronariana, osteoartrites e outras). É necessário ter realizado
tratamento clínico prévio insatisfatório, por pelo menos dois anos.
A atuação do psicólogo na cirurgia bariátrica em seu pré-operatório e pósoperatóriopossui
basicamente dois grandes princípios, o primeiro é voltado à avaliação,
diagnóstico e orientação ao tratamento das doenças associadas para diminuir possíveis
complicações e riscos cirúrgicos; o segundo foco seria o preparo e a orientação do paciente
sobre os cuidados pós-operatórios e mudanças nos hábitos e no estilo de vida exigido pelo
tratamento.
Como visto anteriormente, a elevada curva acentuáda da
obesidade impulsionou o crescimento no número
de procedimentos bariátricos, o que representa ampliação da atuação do psicólogo, no campo
da avaliação pré-operatória e pós operatória.
Esse trabalho foi pensado com o propósito da Compreensão de como vem sendo realizada a
avaliação
psicológica do paciente bariátrico, considerando estudos
realizados sobre o assunto.

( SATEPSI, 2013. OMS, 2009.)

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