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CAPÍTULO 9
PROGRAMA DE ATENDIMENTO EM MISSÕES
9.1 - PROPÓSITO
Orientar a atuação da Assistência Social no ambiente de missões, no que se refere ao
atendimento e apoio de militares e servidores civis quando empregados em operação real ou
em exercício, bem como no suporte às suas famílias.
9.2 - APRESENTAÇÃO
As especificidades da carreira militar sugerem a necessidade do desenvolvimento de
uma proposta de intervenção específica da Assistência Social para apoiar os militares e
servidores civis designados para desempenhar atividades profissionais em missões operativas
ou em outras, devido a características relacionadas à sua localização, às situações de
isolamento e/ou confinamento que impõem, bem como ao seu tempo de duração ou qualquer
outro fator significativo apontado pela Marinha do Brasil (MB), que implicam no afastamento
da família e do convívio social em função do exercício da profissão.
Destaca-se que é significativa a motivação existente nos militares quando empregados
em missões, já que essas representam para os mesmos uma possibilidade de desenvolver suas
atividades em situação real sem, necessariamente, estarem envolvidos em uma situação de
conflito. Ainda assim, muitos estímulos estressores são inerentes a essas atividades e, se não
observados, cuidadosamente, podem trazer inúmeros prejuízos, tanto individuais, quanto
organizacionais.
No que se refere às Operações de Paz, quando nossos militares são submetidos às
diretrizes da Organização das Nações Unidas (ONU), faz-se necessário um olhar mais
detalhado. Estas missões configuram-se como um instrumento dinâmico, desenvolvido para
apoiar os países devastados por conflitos, de modo a criar condições propícias para o
restabelecimento da paz. Nesse contexto, exige-se dos militares uma estabilidade emocional
que possibilite um automonitoramento de suas ações, bem como uma capacidade significativa
de adaptação a situações nunca antes vivenciadas, nos quais precisam, muitas vezes, abdicar
de suas próprias necessidades para desempenhar o papel que lhe foi designado.
Nesse sentido, temas como qualidade de vida no trabalho, estresse, motivação, trabalho
em equipe, redes sociais de apoio, direitos e deveres dos militares, vulnerabilidades
psicoemocionais, além de aspectos relacionados à cultura, história e geografia dos locais de
missão, devem permear as ações socioeducativas e socioassistenciais direcionadas a esse
público, contribuindo para o aprestamento e pronto emprego das tropas e tripulações.
fizerem necessários. O mesmo procedimento deverá ser observado nos casos de acidente
e/ou falecimento, seja do militar em missão ou de algum familiar; e
e) Todo caso que demandar intervenção da Assistência Social durante uma missão deverá ser
registrado na Ficha de Evolução (anexo G), a qual será anexada à Ficha de Levantamento
Psicossocial preenchida na orientação social e, após o término da missão, deverá ser
realocada no prontuário único do militar e/ou servidor civil.
9.5.3 - Desmobilização
Ao término da missão, será realizada a atividade de retorno pelo mesmo OES que
realizou a orientação social durante a preparação para a missão. Na referida atividade, o
militar ou servidor civil poderá comparecer acompanhado de um familiar, sendo este,
preferencialmente, o mesmo que participou da atividade de orientação. A atividade deverá
priorizar, sempre que possível, o trabalho com pequenos grupos, conduzidos por técnicos do
OES. A metodologia empregada deverá considerar a atuação do técnico como facilitador de
grupos e o planejamento da atividade deve incluir a abordagem dos seguintes tópicos:
a) processo de readaptação após a missão, no que se refere ao restabelecimento de
papéis familiares alterados durante o afastamento do militar/servidor civil e ao retorno às
atividades cotidianas;
b) preenchimento da Ficha de Retorno (anexo AA), de modo a padronizar a
sistematização de informações referentes ao programa, no que se refere à avaliação das
atividades de preparação e apoio, bem como à identificação de demandas psicossociais após a
missão;
c) orientações aos militares, servidores civis e familiares que sejam necessárias, em
face de dificuldades psicossociais identificadas;
d) encaminhamentos para outros setores assistenciais da MB ou extra MB, em caso de
identificação dessa necessidade; e
e) acompanhamento dos casos encaminhados e busca de alternativas para resolução
das demandas persistentes.