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OSTENSIVO DGPM-501

CAPÍTULO 7
PROGRAMA DE ATENDIMENTO AO IDOSO
7.1 - PROPÓSITO
Promover a qualidade de vida de militares e servidores civis da Marinha do Brasil (MB),
pensionistas e seus dependentes, com idade igual ou superior a 60 anos, com vistas ao
envelhecimento ativo e saudável e à proteção social.
7.2 - APRESENTAÇÃO
Em consonância com a perspectiva internacional, ao se analisar dados das projeções
populacionais feitas pelas Nações Unidas (2015), observa-se que o crescimento esperado da
proporção de pessoas com 60 anos ou mais de idade na população brasileira será marcante nas
próximas décadas. Entre 1950 e 2000 a proporção de idosos no Brasil esteve abaixo de 10%.
No entanto, em 2015, o índice de 11,7% aproximou-se ao indicador mundial de 12,3%.
O estudo “Síntese de Indicadores Sociais (SIS): uma análise das condições de vida da
população brasileira 2016”, publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -
IBGE (2016), afirma que a evolução da composição populacional por grupos de idade aponta
para a tendência ao envelhecimento demográfico, que corresponde ao aumento da
participação percentual dos idosos na população e a consequente diminuição dos demais
grupos etários.
Um levantamento realizado pela Diretoria de Saúde da Marinha (DSM), no ano de 2017,
aponta que o percentual de idosos na Família Naval aumentou de 22,07% no ano de 2009 para
24,13% em 2017, portanto bem acima da média mundial.
Considerando o envelhecimento deste público e suas requisições junto aos diversos
serviços da MB, é imprescindível estabelecer uma relação que extrapole o binômio saúde -
doença, concebendo o idoso como um ser humano integral com necessidades nos níveis de
saúde físico, mental e social. Desse modo, este programa apresenta orientações para o
desenvolvimento de espaços de convivência voltados para idosos envolvendo as
possibilidades de atendimento existentes no Sistema de Assistência Social da Marinha
(SiASM) em parceria com o Sistema de Saúde da Marinha (SSM) e com outros mecanismos
assistenciais existentes na MB e extra-MB.
A visão dos idosos como pessoas inativas já não condiz com a realidade. A promoção do
envelhecimento ativo prevê melhora nas condições de vida dos idosos em todos os aspectos,
buscando a preservação da capacidade funcional, da independência cotidiana e da
participação social, dentre outros aspectos.
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Para os idosos em situação de vulnerabilidade social, busca-se esgotar todos os esforços
para o acolhimento por cuidador familiar. Não havendo esta possibilidade, propõe-se, como
alternativa, a institucionalização que prevê a internação do idoso em entidades especializadas
no cuidado desse público.
No Brasil, as Leis nº 8.842, de 04 de janeiro de 1994, que dispõe sobre a Política
Nacional do Idoso, e nº 10.741, de 01 de outubro de 2003, que dispõe sobre o Estatuto do
Idoso norteiam o desenvolvimento deste programa.
7.3 - OBJETIVOS
a) Fomentar a promoção social dos idosos, reforçando a importância dos vínculos
sociais e familiares; e
b) Possibilitar a institucionalização dos idosos nos casos de vulnerabilidade
social.
7.4 - PÚBLICO-ALVO
Militares, servidores civis, pensionistas e seus dependentes que tenham idade igual ou
superior a 60 anos, conforme previsto na Política Nacional do Idoso (Lei nº 8.842, de 4
janeiro de 1994).
7.5 - DESENVOLVIMENTO
A execução deste programa junto aos idosos se dará, preferencialmente, por projeto
social com periodicidade anual, fruto do diagnóstico situacional dos interesses dos usuários
em participar de espaços de convivência voltados para a promoção da saúde e da qualidade de
vida.
Os espaços de convivência consistem em locais destinados aos encontros, cursos,
oficinas, palestras, seminários, workshops e outros eventos propostos, estando localizados nas
Organizações Militares (OM) onde se encontram os Órgãos de Execução do Serviço de
Assistência Social ao Pessoal da Marinha (OES), nas OM de saúde ou em outros espaços
físicos destinados para este fim. As ações desenvolvidas pelo programa poderão abranger os
familiares e cuidadores dos idosos.
Os OES deverão executar o programa por meio de ações conjuntas com o SSM. A ação
profissional consistirá, no desenvolvimento de atividades socioeducativas e culturais, por
meio da formação de grupos, como elemento facilitador do processo de reflexão e de trocas
de experiências comuns, privilegiando o estímulo ao convívio familiar.
Os casos de suspeita de abandono, situações de maus tratos e outras violências contra o
idoso identificados pela equipe de referência, para além do atendimento, acompanhamento e

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encaminhamentos realizados, cabem os procedimentos previstos nas legislações em vigor do
Estado brasileiro.
7.5.1 - Ações preventivas
Poderão ser desenvolvidas, dentre outras, as seguintes atividades:
a) prover acesso às informações sobre os serviços prestados nas diversas áreas de
atenção ao usuário idoso intra e extra-MB;
b) coordenar ações alinhadas com órgão do SSM da área de atuação do OES, visando a
identificação do perfil e das demandas do público idoso;
c) promover a educação para o envelhecimento, com objetivo de contribuir para o
fortalecimento das redes de cuidado, para o incentivo ao desenvolvimento físico, mental e
social do usuário e para propiciar a intergeracionalidade. Considera-se que algumas reflexões
são relevantes no que tange aos determinantes sociais e psicológicos e às questões culturais
que envolvem o envelhecimento humano, podendo haver interlocução com as atividades da
educação financeira, dependência química, sexualidade, direito do idoso, o papel dos
cuidadores e diversos outros temas que devem ser discutidos com os usuários, conforme as
demandas apresentadas e a avaliação técnica dos profissionais envolvidos;
d) promover atividades preventivas voltadas para as expressões artísticas, culturais e
físicas que estimulem a criatividade, os sentimentos, as habilidades intelectuais, a memória e
o movimento corporal, dentre outros; e
e) proporcionar orientação familiar, com espaços de diálogos sobre as questões do
envelhecimento, os cuidados e as tarefas atribuídos aos cuidadores de idosos.
O idoso deve ter autonomia para escolher as atividades de sua preferência,
considerando-se o limite de vagas. É imprescindível que os mesmos realizem
acompanhamento contínuo de saúde, de acordo com o protocolo estabelecido com a equipe de
saúde.
7.5.2 - Institucionalização
As Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) são “instituições
governamentais ou não-governamentais, de caráter residencial, destinadas a domicílio
coletivo de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar, em
condição de liberdade, dignidade e cidadania”. Na MB, as ILPI constituem-se em uma
modalidade assistencial do Programa de Atendimento ao Idoso voltado aos idosos vinculados
à MB em situação de extrema vulnerabilidade social.

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Esses idosos deverão ser contribuintes do Fundo de Saúde da Marinha (FUSMA), ou
seus dependentes diretos listados no parágrafo 2º do Art. 50 da Lei nº 6.880/1980 (Estatuto
dos Militares), alterada pela Lei nº 13.954, de 16 de dezembro de 2019, denominados
beneficiários do FUSMA. Na área do Rio de Janeiro, as atividades da Assistência Social
relativas às ILPI serão executadas pelo Serviço de Assistência Social da Marinha (SASM) e,
nas demais localidades ficarão a cargo dos Núcleos de Assistência Social (NAS). Em ambos
os casos, as atividades serão desenvolvidas em conjunto com o SSM, cuja atuação ocorrerá de
acordo com a DGPM-401 em vigor. O SASM e os NAS fora de sede deverão observar as
seguintes orientações, para inclusão do idoso nas ILPI:
a) o idoso será submetido à avaliação sociofamiliar com vistas a identificar sua
situação de extrema vulnerabilidade social. Vulnerabilidade esta que denota também a
multideterminação de sua gênese não estritamente condicionada à ausência ou precariedade
no acesso à renda, mas atrelada também às fragilidades de vínculos afetivo-relacionais e
desigualdade de acesso a bens e serviços públicos. (CARMO; GUIZARDI., 2018). Após a
identificação dessa situação, será encaminhado ao Serviço Integrado de Atendimento
Domiciliar (SIAD), da clínica Geriátrica do Hospital Naval Marcílio Dias (HNMD), ou para
os Hospitais Navais, ou ainda para as Organizações Militares Hospitalares (OMH) para que
sejam consideradas, no momento de inclusão na ILPI, as suas necessidades de saúde;
b) o idoso será reencaminhado ao SASM ou ao NAS após a avaliação da equipe do
SIAD;
c) a institucionalização do idoso em situação de extrema vulnerabilidade social deverá
ser formalizada pelo próprio usuário ou por seu representante legal, mediante autorização,
livre e esclarecida, a ser confeccionada e preenchida pelo SASM ou pelo NAS e anexada ao
prontuário do usuário;
d) o encaminhamento do idoso para ILPI credenciada exige o preenchimento da Guia
de Institucionalização do Usuário (GIU), contida no anexo V. O seu preenchimento será
realizado somente após a avaliação dos técnicos da Assistência Social e da Saúde;
e) a atuação da equipe envolvida na avaliação e efetivação da institucionalização do
usuário idoso deve visar à manutenção do vínculo familiar, sempre que possível. Desta
maneira, será realizado acompanhamento socioassistencial ao usuário, pelo OES que
procedeu à sua institucionalização, visando a orientação e adequado encaminhamento das
situações decorrentes de seu afastamento da família;
f) uma equipe interdisciplinar, formada por profissionais do SASM ou dos NAS e por

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médicos, preferencialmente geriatra, e outros profissionais de saúde realizará visita
administrativa às ILPI conveniadas, anualmente, com a finalidade de avaliar sua adequação
aos objetivos do programa. Caberá ao SASM e aos NAS de referência mobilizar os
profissionais da saúde pelo SSM para a realização da visita às ILPI;
g) a transferência do idoso para outra ILPI poderá ocorrer a qualquer tempo, por razões
administrativas e critérios técnicos observados pela equipe do SIAD; e
h) o desligamento do idoso da ILPI será realizado mediante o preenchimento de Termo
de Desligamento, a ser elaborado pelo SASM ou pelos NAS, onde constarão as razões do
desligamento e a assinatura do usuário ou do responsável legal.
O credenciamento das ILPI será realizado pelo SASM e pelos NAS, com o concurso
dos respectivos SIAD regionais, tendo como base o disposto pela Lei n° 8.666/1993, que institui
normas para licitações e contratos da administração pública.
7.6.4 - Custeio
a) O custeio mensal de uma ILPI credenciada será efetuado de acordo com a tabela de
participação abaixo pelo usuário elegível, ou seja, aquele considerado em situação de extrema
vulnerabilidade social. Serão feitas contribuições mensais, cujos valores corresponderão ao
percentual do valor total da ILPI, conforme o posto ou graduação. O percentual restante será
custeado por meio dos recursos do SiASM;

Tabela de Participação Mensal do Usuário Elegível sobre o Custo das ILPI


Posto / Graduação % de participação sobre o custo da ILPI
ALMIRANTES
Almirante de Esquadra
Vice-Almirante 95
Contra-Almirante
OFICIAIS SUPERIORES
Capitão de Mar e Guerra
Capitão de Fragata 85
Capitão de Corveta
OFICIAIS INTERMEDIÁRIOS
Capitão-Tenente 65
OFICIAIS SUBALTERNOS
Primeiro-Tenente
55
Segundo-Tenente
PRAÇAS GRADUADAS
Suboficial
40
Primeiro-Sargento
Segundo-Sargento 35

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Terceiro-Sargento
Cabo 20
DEMAIS PRAÇAS
Marinheiro e Soldado FN (especializado)
15
Marinheiro e Soldado FN (não especializado)

b) os serviços prestados pelas ILPI serão pagos mensal e integralmente, na área Rio,
pela execução financeira do SASM e, nas demais áreas, pela execução financeira dos
Comandos dos Distritos Navais, com recursos do SiASM. Os descontos dos usuários, parciais
ou totais, serão consignados em Bilhete de Pagamento (BP) e recolhidos diretamente ao
FUSMA; e
c) os casos excepcionais, em que o usuário apresentar comprometimento econômico,
serão objeto de avaliação socioeconômica pelo SASM ou pelos NAS, quando fora da área
Rio, visando a redução do percentual de participação do usuário, desde que efetuado
acompanhamento socioassistencial e elaborado plano de intervenção familiar para a superação
do óbice.
Os casos omissos serão dirimidos, por meio de consulta técnica, com a DASM.

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