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OSTENSIVO DGPM-501

CAPÍTULO 3

FUNCIONAMENTO DOS ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO DO SERVIÇO DE


ASSISTÊNCIA SOCIAL AO PESSOAL DA MARINHA
3.1 - PROPÓSITO
Demonstrar a forma de funcionamento dos Órgãos de Execução do Serviço de
Assistência Social ao Pessoal da Marinha (OES), apresentando aos potenciais usuários do
serviço, os mecanismos de acesso ao Sistema de Assistência Social ao Pessoal da Marinha
(SiASM), bem como orientar os técnicos da Assistência Social quanto às documentações
necessárias para a realização dos atendimentos.
3.2 - APRESENTAÇÃO
É por meio dos OES que a Assistência Social se efetiva na Marinha do Brasil (MB)
reconhecendo a existência de demandas sociais e econômicas, bem como a importância da
implementação de serviços socioassistenciais para o enfrentamento das diferentes questões
vivenciadas pela Família Naval.
Apresentar a forma de funcionamento dos OES, os mecanismos de acesso e os
documentos técnicos que servirão como base para os profissionais realizarem seu trabalho é
fundamental para a viabilização dos direitos socioassistenciais e demarca o compromisso da
MB com o usuário, garantindo a acessibilidade e a transparência, tendo em vista a prestação
de um serviço de excelência.
3.3 - OBJETIVOS
a) Orientar os técnicos dos OES quanto às documentações necessárias para a realização
dos atendimentos; e
b) Apresentar aos usuários do serviço os mecanismos de acesso ao SiASM.
3.4 - PÚBLICO-ALVO
Militares e servidores civis da ativa e veteranos, pensionistas e seus dependentes.
3.5 - DESENVOLVIMENTO
3.5.1 - Elemento de Ligação (ELig)
O ELig é um militar ou servidor civil, preferencialmente voluntário, responsável por
atuar como multiplicador das atividades realizadas no OES e como facilitador do acesso dos
militares e servidores civis da sua Organização Militar (OM) à Assistência Social. O ELig
será designado pelo Comandante/Diretor por meio de Ordem de Serviço.
Compete aos ELig:

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a) conhecer todos os programas descritos nestas Normas;
b) participar das capacitações para a função de ELig promovida pelo OES;
c) divulgar as atividades do OES à tripulação da OM, por meio dos canais disponíveis,
tais como: Plano do Dia, quadro de avisos, e-mail, ordem de parada, site, etc;
d) orientar o militar ou servidor civil quanto ao acesso ao OES e a forma de
encaminhamento;
e) encaminhar a solicitação de atendimento do usuário, observando os procedimentos
previstos no item 3.5.3 destas Normas;
f) estimular, para que sejam incluídas no Programa de Adestramento da OM, palestras
de divulgação sobre as atividades do OES e palestras preventivas de cunho socioeducativo,
em coordenação com os OES; e
g) enviar ao OES, por e-mail, até o último dia útil do mês de novembro, um relatório
de atividades, conforme anexo C.
As atribuições dos OES em relação aos ELig são:
a) promover qualificações contínuas dos ELig, no mínimo, uma a cada semestre. Nessa
qualificação, deverão ser divulgados os programas, projetos e os resultados alcançados com as
atividades desenvolvidas pelo OES. Em paralelo à capacitação voltada para a divulgação das
atividades, é necessário trabalhar com os ELig os aspectos referentes à sensibilização e ao
sigilo dos conteúdos trazidos pelos usuários;
b) informar aos ELig quanto às modificações dos programas e projetos, deixando-os
cientes das alterações, por meio de reuniões, e-mail ou contato pessoal;
c) atualizar regularmente o cadastro dos ELig; e
d) estimular a participação dos ELig nas fases de planejamento, execução e avaliação
das atividades dos OES.
3.5.2 - Técnico de Referência
É o profissional, integrante da equipe da Diretoria de Assistência Social da Marinha
(DASM), encarregado de acompanhar, orientar e supervisionar as atividades desenvolvidas e
o emprego dos recursos financeiros provisionados nos OES de sua responsabilidade,
considerando as especificidades de cada localidade e os recursos disponíveis. Cada OES terá
um técnico de referência. Cabe ressaltar que sua natureza tem como premissa assessorar o
profissional da execução respeitando sua autonomia profissional.
Suas principais atribuições são:
a) reuniões de orientação com os profissionais dos OES;

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b) assessoria técnica;
c) análise das atividades planejadas e resultados obtidos;
d) análise da distribuição dos recursos; e
e) participação nas Visitas Técnico-Funcionais (VISITEC).
3.5.3 - Acesso
O acesso de militares e servidores civis da ativa ao OES dar-se-á por meio da Papeleta
de Encaminhamento ao SiASM (PES), indicando a área profissional na qual o usuário
necessita de atendimento, conforme anexo D. A PES será preenchida em duas vias e
encaminhada ao OES que assiste à OM do militar e do servidor civil.
A 1ª via da PES ficará arquivada no prontuário e a 2ª via será devolvida à OM do
usuário, aos cuidados do ELig, por meio do Centro Postal da Marinha (CPM). A PES será
preenchida pelo técnico que realizar o primeiro atendimento, apresentando de forma sucinta
as providências adotadas, sendo preservado o sigilo profissional e, para que a mesma seja
devidamente restituída, há necessidade da correta identificação da origem do
encaminhamento. A 2ª via da PES deverá, preferencialmente, ser arquivada no setor de
pessoal da OM do usuário, após conhecimento de seu Encarregado.
Os usuários poderão, em caráter excepcional, ser atendidos nos OES sem apresentação
da PES. Os veteranos, pensionistas e seus dependentes também serão atendidos pelos OES,
sem que haja necessidade de apresentação da PES. Nas situações acima descritas, a PES será
preenchida na ocasião do atendimento, para abertura de prontuário do usuário.
O atendimento aos dependentes que residem em localidade distinta do militar ou
servidor civil será realizado pelo OES mais próximo de sua residência, mediante
agendamento.
Os atendimentos realizados pelos profissionais dos OES possibilitarão orientações às
demandas dos usuários, inclusão em programas e projetos do SiASM e acesso aos benefícios
sociais. As demandas que extrapolem as áreas de conhecimento e as possibilidades de
atendimento dos OES serão encaminhadas para serviço especializado na Marinha e/ou extra-
MB, conforme modelo previsto na Guia de Encaminhamento (GE) – anexo E. Os
encaminhamentos deverão ser acompanhados pelo profissional do OES, de modo a vislumbrar o
adequado atendimento das demandas.
O OES que não possuir condições de prestar alguma modalidade assistencial do
SiASM, por ausência de profissional, deverá encaminhar o usuário ao OES mais próximo que
possua a capacidade requerida, de acordo com a necessidade apresentada. Os casos omissos

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serão matéria de consulta à DASM.
A rotina de funcionamento de cada OES será proposta pela equipe técnica e ratificada
pelo Comandante/Diretor da OM em norma específica, a qual deverá ser enviada à DASM
sempre que for atualizada.
3.5.4 - Humanização do serviço
Humanização significa o respeito mútuo nas relações interpessoais, onde todos possam
atuar e contribuir de maneira satisfatória, dentro de seus direitos, deveres e obrigações. Diz
respeito à construção de um modelo baseado na integralidade, que pode ser traduzida em um
atendimento onde ocorra a interação entre diferentes serviços e assistências; na efetividade
das ações propostas; e no acesso do público-alvo aos serviços de que necessita para resolver
ou minimizar sua demanda.
Uma organização institucional humanizada, além de dedicar-se à maximização da
produtividade, é também voltada para seus integrantes e para o ambiente de trabalho,
promovendo a melhoria na qualidade de vida.
Os OES deverão implantar um conjunto de ações voltadas para a valorização e o
respeito aos usuários e aos profissionais da Assistência Social. Tais ações devem estabelecer
relações de excelência entre todos aqueles envolvidos no processo de atendimento,
caracterizadas pelas suas atitudes colaborativas e resolutivas.
3.5.5 - Carta de Serviços
Para divulgação das informações relevantes para o usuário, o OES deverá elaborar uma
Carta de Serviços ao Usuário, que tem por objetivo informar os serviços prestados, as formas
de acesso e os compromissos e padrões de qualidade do atendimento ao público.
Além desse instrumento, a divulgação dos serviços disponíveis poderá ocorrer por
meio de canais como Plano do Dia, quadro de avisos, e-mail, ordem de parada, site,
observando o disposto no capítulo 5 destas Normas.
3.5.6 - Documentos de Intervenção Profissional
Os documentos de intervenção profissional emitidos pelos profissionais da Assistência
Social que tiverem em seu conteúdo dados classificados como informações pessoais relativas
à intimidade, vida privada, honra e imagem dos usuários deverão ser identificados com a
expressão: “INFORMAÇÃO PESSOAL, nos termos da Lei nº 12.527/2011 e regulamentada
pelo Decreto nº 7.724/2012”.
A referida identificação restringe o acesso ao documento a agentes públicos legalmente
autorizados e às pessoas a que se referirem pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da

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data de produção. Essa orientação se aplica, inclusive, às mensagens ou outros meios que
contenham este tipo de informação.
a) Prontuário único
Todos os atendimentos realizados nos OES deverão ser registrados em prontuário.
O registro dos atendimentos é imprescindível para a continuidade do trabalho, servindo como
referência para futuros profissionais que comporão a equipe técnica dos OES. O prontuário,
que deverá ser único para registro de todas as áreas técnicas, poderá receber anotações em
separado dos aspectos ainda em análise ou de interesse exclusivo de uma determinada
especialidade.
O documento deverá ser aberto em nome do titular (militar, servidor civil,
pensionista ou dependente). O Prontuário Único conterá a Ficha Cadastro (anexo F), Folha de
Evolução (anexo G) e Relatório individual, caso necessário.
O usuário que desejar tomar conhecimento de seu prontuário e/ou obter cópia do
mesmo deverá cumprir o seguinte procedimento, conforme previsto na Lei nº 12.527/2011-
Lei de Acesso à Informação:
I) preencher requerimento, contendo a identificação do solicitante e o seu pedido; e
II) protocolar o requerimento na secretaria do OES.
Com a finalidade de assegurar os procedimentos descritos, os OES deverão criar os
seguintes mecanismos:
I) elaborar modelo de requerimento contendo a identificação do solicitante e o seu
pleito; e
II) atender o requerimento no prazo de até 20 (vinte) dias úteis.
Os OES deverão avaliar a necessidade de criação de procedimentos
complementares aos descritos na Norma.
b) Ficha Cadastro (FC)
Tem a finalidade de registrar dados pessoais, devendo ser preenchida no primeiro
atendimento, conforme modelo contido no anexo F. Este documento deverá ser atualizado
sempre que necessário.
c) Folha de Evolução (FE)
Destina-se ao acompanhamento do caso e à descrição das intervenções dos
profissionais envolvidos. Ao final de cada registro nas FE, o profissional deverá apor o seu
carimbo, com o número do registro profissional, conforme modelo contido no anexo G.

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d) Relatório Individual
Os relatórios elaborados pela equipe técnica poderão ser utilizados para fins de
assessoria ao Comando ou solicitação judicial, dentre outras demandas. O documento deve
apresentar o objeto de estudo, os sujeitos envolvidos, a finalidade à qual se destina os
procedimentos utilizados, o desenvolvimento e a análise da situação. Os princípios éticos
devem nortear o que deve ser registrado nesses documentos.
O profissional deverá emitir sua opinião técnica somente sobre o que é de sua área
de atuação e de sua atribuição legal, assinando o documento e identificando-o com o número
de inscrição no respectivo Conselho de Classe.
e) Relatório de Atividades Coletivas
O documento configura-se como um registro analítico das atividades realizadas em
grupo, apontando os profissionais envolvidos, a quantidade de participantes, o propósito, os
pontos relevantes observados no decorrer da dinâmica e o resultado sucinto da avaliação
realizada pelos participantes sobre a atividade. As atividades que deverão estar contidas no
relatório são: palestras, seminários, workshops, dinâmicas de grupo, visitas e aquelas que
envolverem grupos de usuários em acompanhamento pelo OES.
3.5.7 - Validade dos documentos técnicos
Os documentos produzidos pela Assistência Social (relatório, parecer, avaliação e
outros) terão validade de 6 (seis) meses, a contar da data da emissão, caso não tenha ocorrido
nenhuma alteração na situação apresentada.
3.5.8 - Arquivo
Os documentos afetos aos atendimentos, tais como o prontuário único, relatórios e
outros, identificados com INFORMAÇÃO PESSOAL, deverão ser arquivados em local de
acesso restrito ao pessoal do OES e seu manuseio será privativo dos técnicos envolvidos no
atendimento e à DASM.
Os prontuários deverão ser transferidos do arquivo corrente para o histórico após
decorridos cinco anos, contados a partir do último atendimento nele registrado. A
permanência dos documentos no arquivo histórico deverá atender ao prazo máximo de cem
anos, para aqueles marcados com INFORMAÇÃO PESSOAL e para os demais documentos
serão observados os prazos previstos na Tabela Básica de Temporalidade, da Diretoria do
Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha (DPHDM).
3.5.9 - OM assistida em localidade distante
Com finalidade de identificar as demandas sociais, psicológicas e jurídicas dos

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usuários das OM localizadas em regiões distantes dos OES de referência, bem como prover
seu atendimento, a DASM orienta visitas periódicas a essas OM e implementação do “NAS
Itinerante”. Essas ações permitirão que os profissionais intervenham em situações-problemas
in loco, prestando assistência direta aos usuários.
Os meios de comunicação remota poderão ser utilizados para realização de
atendimento aos usuários apenas nos casos estritamente necessários, devendo os preceitos
éticos de cada categoria profissional ser rigorosamente observados, sobretudo quanto ao sigilo
das informações.

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