Você está na página 1de 2

O que exemplificaria melhor o momento histórico que vivemos agora, com o advento da

internet, das grandes tecnologias, do capitalismo presente em toda nossa forma de pensar,
do que o conceito de Modernidade Liquida desenvolvido por Bauman?
Nesse vídeo a gente vai explicar um pouco mais para vocês sobre o que é a Modernidade
Líquida e onde podemos facilmente identificá-la no nosso dia a dia.

Desenvolvido pelo polonês Zygmunt Bauman, modernidade líquida é um conceito


sociológico que tenta dar conta do modo como se dão as relações sociais na atualidade.
Essa modernidade líquida teria dado início após a Segunda Guerra Mundial e se estende
até os dias atuai, mas a sua semente estava no início do capitalismo industrial, durante a
Revolução Industrial. O que é lógico, já que um dos marcadores desse período é
justamente o capitalismo globalizado que se desenvolveu após essas revoluções.

Capitalismo esse que mudou totalmente as nossas relações sociais, econômicas e de


produção. E é justamente essas transformações que Bauman quer apontar quando surge
com o conceito de Modernidade Líquida, as relações econômicas ficaram sobrepostas às
relações sociais e humanas, e isso abriu espaço para que cada vez mais houvesse uma
fragilidade de laço entre pessoas e de pessoas com instituições.

Falando em instituição, Bauman explica que na Modernidade Liquida cada indivíduo é uma
instituição, isso porque a exploração capitalista deixou de ser vista como exploração e
passou a ser vista como uma relação natural em que o sujeito, empreendedor de si mesmo,
vende a sua força de trabalho ao sujeito empreendedor que possui o capital. Assim o
emprego tornou-se um empreendimento completamente individual no momento em que o
indivíduo tornou-se um “empreendedor” de si mesmo.

Para exemplificar mais esse conceito de indivíduo como instituição, se alguém não obtém
sucesso nessa lógica da modernidade líquida, a responsabilidade é completamente
individual. Assim não se leva em consideração os fatores sociais ao qual essa pessoa está
inserida, como pobreza, racismo, preconceito, impossibilidade de ascensão social, apenas
se vê o individuo como um empreendedor, e ele como culpado por não conseguir vender
seu trabalho e entrar na exploração capitalista por incompetência.

Falando mais sobre as relações humanas nesse contexto, principalmente com a ascensão
da internet e das redes sociais, Bauman explica a amizade e os relacionamentos amorosos
sendo substituídos por conexões, que, a qualquer momento, podem ser desfeitas. O filósofo
usa o termo “conexão” para nomear as relações na modernidade líquida no lugar de
relacionamento, pois o que se passa a desejar a partir de então é algo que possa ser
acumulado em maior número, mas com superficialidade suficiente para se desligar a
qualquer momento.

As redes sociais e a internet serviram de instrumento para a intensificação do que Bauman


chamou de amor líquido. Não se procura uma companhia afetiva e amorosa como era na
modernidade sólida, mas se procura uma conexão que resulte em prazer para o indivíduo.
O imperativo da modernidade líquida é a busca por prazer a qualquer custo, mesmo que
utilizando pessoas como objetos. Aliás, na modernidade líquida, o sujeito torna-se objeto.
Afinal, o que pode exemplificar melhor essas conexões do que as próprias redes sociais,
onde o número de amigos e seguidores dita seu desempenho e sucesso, onde você passa
para o lado para dispensar pessoas que não quer como se estivesse olhando em um
catálogo? Todas essas relações fazem parte da modernidade líquida e estão
intrinsecamente ligadas a como o capitalismo globalizado nos faz enxergar o mundo. Na
modernidade líquida, a quantidade é mais valorizada que a qualidade das relações. Nesse
contexto, as pessoas são convertidas em mercadorias, que podem ser usadas e
descartadas.

É preciso também apontar o consumismo como um fator importante da Modernidade


Liquida. Nessa sociedade, além atribuir status social, os produtos criam expectativas de
felicidade nos compradores. Os artefatos se tornam valiosos não apenas pela
funcionalidade, mas principalmente pelas sensações que despertam.Inseridos no cenário de
individualismo, os sujeitos são tomados por sentimentos de tristeza e ansiedade. Por conta
disso, se sentem motivados a consumir para criar conexões com outros sujeitos e ter
alegrias momentâneas. É nesse cenário que o consumismo vai se materializando, cada vez
mais, como um mal da sociedade moderna. Mais uma vez, o capitalismo converte as
pessoas em objetos que são utilizados para satisfazer as necessidades do mercado.

Bom, esse foi o nosso video falando um pouco mais sobre a Modernidade Liquida, espero
que tenham gostado e obrigada pela atenção.

Você também pode gostar