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OBSERVAÇÃO DIRECTA

- Conceito
- Questões
1 - Observar o quê? - Dados pertinentes....
2 - Em quem? - É preciso circunscrever o campo de
análise: população... amostra... ou factores
característicos...
3 - Como? - Construção, teste e aplicação das Grelhas
- Vantagens da Observação Directa
- Desvantagens da Observação Directa
- Modalidades da Observação Participante
- Duas Armadilhas da Observação Participante
- Conclusão
Conceito
Na observação directa o investigador recolhe
directamente as informações, sem que haja
intervenção dos sujeitos observados. Define os
indicadores pertinentes e cónstrói as Grelhas de
Observação, realizando o conjunto das operações
através das quais o modelo de análise (constituído por
hipóteses e conceitos) é submetido ao teste dos factos
e confrontado com dados observáveis.

Questões
Devemos responder às três perguntas seguintes:
1 - Observar o quê? 2 - Em quem? 3 - Como?
Estas questões são comuns a qualquer observação ;)
1. OBSERVAR O QUÊ?
A DEFINIÇÃO DOS DADOS PERTINENTES.

Os dados necessários são os definidos pelos


indicadores das dimensões dos conceitos que
estão envolvidos em cada hipótese.
2. OBSERVAR EM QUEM?
O CAMPO DE ANÁLISE E A SELECÇÃO DAS
UNIDADES DE OBSERVAÇÃO

É preciso circunscrever as análises empíricas


no espaço, geográfico e social, e no tempo. Se
o trabalho tiver por objecto um fenómeno ou
um acontecimento particular, os limites da
análise ficam automaticamente definidos. Caso
contrário, o campo de análise deve ser
claramente circunscrito, com base no bom
senso do investigador.
TRÊS OPÇÕES PARA CAMPO DE
ANÁLISE
Os sociólogos estudam os conjuntos sociais como
totalidades diferentes da soma das suas partes. Além
disso, nem sempre é possível recolher informações sobre
cada uma das unidades que compõem uma população.

O investigador tem três possibilidades:


- recolher dados e analisar a população coberta;
- limitar-se a uma amostra representativa da população;
- estudar componentes típicas, ainda que não
representativas da população.
1ª possibilidade: estudar a
TOTALIDADE DA POPULAÇÃO
Esta fórmula impõe-se quando o investigador
não tem necessidade de informação sobre o
comportamento das unidades que compõem a
população, ou quando a população é
reduzida, podendo estudar-se integralmente.
2ª possibilidade: estudar uma
AMOSTRA REPRESENTATIVA
Esta fórmula impõe-se quando estão reunidas
duas condições: a população é muito
numerosa; e é importante recolher uma
imagem globalmente conforme à que seria
obtida interrogando o conjunto da população.
3ª possibilidade: estudar
COMPONENTES CARACTERÍSTICAS
Esta é a fórmula mais frequente. Ao estudar as
diferentes formas como jornais, revistas e TV
noticiam acontecimentos "sociais", a melhor
solução consiste em analisar minuciosamente a
importância que atribuem aos mesmos
acontecimentos, distinguindo-os por contraste.
Seria fácil identificar jornais de referência e
sensacionalistas, revistas cor de rosa e revistas de
negócios e generalistas, reportagens na TV que
representam um trabalho sério e numerosos reality
shows inqualificáveis.
3. OBSERVAR COMO?
Este ponto desdobra-se em três fases:

1ª construção dos instrumentos de observação,


designados Grelhas de Observação;

2ª teste dos instrumentos de observação;

3ª recolha de dados.
VANTAGENS da observação directa
- Possibilita elementos para delimitação de problemas;
- Favorece a construção de hipóteses;
- Aproxima-se das perspectivas dos sujeitos;
- Útil para descobrir aspectos novos de um problema;
- Obtenção de dados sem interferir no grupo estudado;
- Permite a colecta de dados em situações de comunicação impossíveis;
- Apresenta meio directo e satisfatório para estudar uma ampla
variedade de fenómenos;
- Exige menos do observador do que outras técnicas;
- Depende menos da introspecção ou da reflexão;
- Permite a evidência de dados não constantes do roteiro de
entrevistas ou de questionários.
DESVANTAGENS da observação directa
- Presença do pesquisador pode provocar alterações no comportamento
dos observados, destruindo a espontaneidade dos mesmos e produzindo
resultados pouco confiáveis, por poder provocar alterações no comportamento
do grupo observado;
- O observado tende a criar impressões favoráveis ou desfavoráveis no
pesquisador, favorecendo a interpretação pessoal - juízo de valor;
- Uma visão distorcida pode ser gerada pelo envolvimento levando a uma
representação parcial da realidade;
- É difícil generalizar resultados, pois serão observados poucos
casos;
- A duração dos acontecimentos é variável dificultando a colecta de dados;
- Vários aspectos da vida quotidiana, particular podem não ser acessíveis ao
pesquisador;
- Se não forem bem organizados os registos, irão depender apenas da
memória do observador para serem resgatados, vindo a gerar uma
interpretação subjectiva ou parcial do fenómeno estudado.
duas MODALIDADES de
OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE
- Observação-participação, se o
investigador apenas se integra no grupo a
partir do momento em que se inicia o
processo de investigação;
- Participação-observação, se o
observador faz parte integrante de um
grupo e aproveita essa situação para o
observar.
DUAS ARMADILHAS DA
OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE
1) O perigo de cair na participação inobservante
- com uma interiorização total dos interesses e
ideais do grupo a estudar;
2) O perigo de cair numa observação distante e
fria, que lhe impeça uma visão "em profundidade"
do grupo social a estudar e provoque a reacção
natural dos próprios membros da sociedade, que
se recusarão sempre a ser estudos por alguém
que não demonstre simpatia para com os seus
interesses e ideais.
CONCLUSÃO
Como qualquer das outras técnicas de pesquisa
em Sociologia apresenta limitações, mas também
diferentes oportunidades, sendo necessário
conhecê-la para a aplicar quando se revelar útil.
Frequentemente os estudos de caso, ou a análise
intensiva, pelo menos no momento da formulação
de hipóteses recorrem à observação directa.
As crianças selvagens, as tribos indígenas, os
hábitos da população cigana, a algazarra numa
aula que cessa na presença de um estranho... só
são acessíveis por observação.
Bibliografia
http://www.fep.up.pt/docentes/joao/material/manualinvestig.pdf

http://cadernosociologia.blogspot.com/2008/10/observao-participante.html

http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1223462519I7oLB1as8Bs74SH2.pdf

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