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Resumo
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Acadêmica do curso de Educação Especial da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM. Bolsista
FAPERGS 2014/2015. santiagojoyce@outlook.com
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Graduada em Educação Especial pela Universidade Federal de Santa Maria. Acadêmica do Curso de Pedagogia
e Pós-Graduanda da Especialização em Gestão Educacional ambos na Universidade Federal de Santa Maria. E-
mail: tais.marimon@hotmail.com
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Graduada em Educação Especial e Especialista em Gestão Educacional pela Universidade Federal de Santa
Maria. Mestranda na Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: binarruda@hotmail.com
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Doutoranda na Universidade Federal de Santa Maria. E-mail:lcostadacosta@hotmail.com
ISSN 2176-1396
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Introdução
Ao discutir a Educação Especial e o público que envolve essa área da educação, pouco
se pronúncia a respeito dos estudantes com indicadores de Altas Habilidades/Superdotação
(AH/SD). No entanto, o atendimento a esses estudantes já era previsto pela Lei de Diretrizes e
Bases da Educação (BRASIL, 1996) quando é mencionado em seu artigo 59º que as escolas
devem assegurar aos alunos com necessidades especiais:
Educação Inclusiva (BRASIL, 2008, p. 15) complementa a definição de quem são estes
estudantes, acrescentando que “[...] apresentam elevada criatividade, grande envolvimento na
aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse”.
Além disto, é relevante mencionar o aporte teórico de estudiosos na área, que estruturam e
auxiliam o processo de identificação em suas diferentes etapas e o AEE. Os autores utilizados são:
Renzulli (2004) com a Concepção dos Três Anéis da Superdotação, o Modelo Triádico de
Enriquecimento e Gardner (2000) com a teoria das Inteligências Múltiplas.
Após essa breve contextualização dos estudantes com indicadores de AH/SD, temos
como objetivo neste trabalho discutir o processo de identificação realizado em duas escolas da
cidade de Santa Maria, sendo uma municipal e outra estadual, buscando explicitar sobre as
áreas em que os alunos foram identificados. Em seguida, descreveremos a identificação de
duas alunas da escola municipal, enfocando nas percepções da equipe executora do projeto.
Ainda sobre a Concepção dos Três Anéis, Renzulli (2004) é enfático ao dizer que estes
três comportamentos devem aparecer ao mesmo tempo no desenvolvimento de uma atividade,
no entanto, não necessariamente na mesma intensidade. Desta forma, o estudante pode
apresentar um dos comportamentos e ir desenvolvendo os outros dois ao longo do tempo.
Pois, segundo Maliczewski (2012, p. 20) “a criatividade e o comprometimento com a tarefa
são características variáveis que dependem do indivíduo e, muitas vezes, de fatores externos”.
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Para Gardner (2000) a inteligência é um potencial biopsicológico, que pode ser ativada
na valorização de uma determinada inteligência dentro de um cenário cultural, resolvendo
problemas ou criando produtos. Segundo Pérez (2008)
O Processo de Identificação
identificação de seus alunos, sendo elas do primeiro, segundo e quintos anos do ensino
fundamental.
Na segunda etapa do processo de identificação, foram realizadas conversas com as
educadoras para explanar as AH/SD, seus indicadores, suas diferentes formas de visualização
e para sanar dúvidas existentes sobre a temática mencionada. Nesta etapa também se realizou
os aspectos éticos do processo que consistia na assinatura do terno de aceite para a
participação no mesmo.
O conhecimento dos professores a respeito das AH/SD é fundamental, em razão de
que serão os responsáveis por conduzir a aprendizagem e fazerem essa “ponte” para a boa
relação entre os alunos, pois do contrário, se torna dificultoso o acesso a esses sujeitos. Com
isso, defendemos a ideia de que esses alunos possuem especificidades, devendo a instituição
de ensino responsabilizar-se pelo posterior atendimento dos mesmos, seja em sala de aula
regular ou em sala de recursos multifuncionais. De acordo com Freitas e Pérez (2012, p. 07),
Destaca-se que este período de interação com as professoras teve duração média de 10
a 15 dias, conforme a disponibilidade apresentada pela a escola e pelas profissionais. Após
esse contato com a escola e professoras, foi iniciado então o processo de identificação com os
alunos. Para os alunos do primeiro e segundo ano do ensino fundamental foram aplicadas as
atividades do livro “Toc Toc Plim Plim5” (VIRGOLIM, 1999), e para os alunos do quinto ano
do ensino fundamental foram utilizados nesse processo os questionários sugeridos por Freitas
e Pérez (2012), sendo eles Autonomeação e Nomeação por colegas6. Nas turmas de primeiro e
segundo ano houve a participação média de 16 alunos e do quinto ano em média 20 alunos.
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Material utilizado como instrumento “avaliativo”, no processo de identificação, destinado aos alunos que estão
em processo inicial de alfabetização. Tem o objetivo de verificar níveis de criatividade, por meio de atividades
textuais e/ou ilustrativas.
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Questionário realizado com os alunos para verificar quais são suas áreas de potencial e quem tem maior
destaque entre os colegas.
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Constitui o grupo de alunos que encontram-se em “observação” os que foram apontados pelos professores,
conforme prevê o método avaliativo do questionário, e que aguardam a conclusão do processo de identificação.
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Questionário realizado com os pais e/ou responsáveis para verificar se os indicadores de AH/SD ocorrem no
espaço familiar.
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Imagem 1 : Imagem dos desenhos coletados durante o processo de identificação que foi realizado em uma
Escola Estadual de Educação Básica
É perceptível a habilidade das meninas, são crianças que se destacam pela orientação
espacial dos desenhos, sendo esses ricos em detalhes e refletindo suas personalidades.
Podemos notar nos desenhos, que na maioria, o rosto é escondido pelos cabelos e todos
apresentam uma única personificação, nos remetendo a maneira solitária e diferente a que
ambas se sentiam no ambiente de ensino.
Deste modo, todos os dados obtidos são levados em consideração, para que a
identificação seja a mais precisa possível, é importante destacar que existem mitos em torno
das AH/SD, pois muitas pessoas associam esses alunos a pessoas extremamente
desenvolvidas em diversas áreas de conhecimento, não permitindo a esses a possibilidade do
erro e/ou dificuldades. Outro fato preocupante é que em alguns casos, se esses sujeitos não se
sentirem aceitos perante seus colegas passam a negar suas habilidades, com intuito de se
tornarem “normais”, para adequar-se ao ambiente escolar, buscando através disso a tão
almejada aceitação.
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Considerações Finais
Dessa forma, direcionando o olhar para a importância do AEE para alunos com
AH/SD é que se percebe a necessidade de desenvolver espaços educativos de construção não
só de saberes, mas de personalidades humanas autônomas, críticas e principalmente
ambientes onde crianças e adolescentes possam desenvolver e estimular os seus potenciais.
O contexto educacional necessita ofertar ações que viabilizem o respeito e a
valorização das manifestações dos diferentes potenciais, já que os mesmos se constituem uma
realidade que está presente, possibilitando assim para todos os alunos indistintamente, ou seja,
independente da sua área de interesse, meios favoráveis de continuar se desenvolvendo e se
interessando por novas aprendizagens.
Por fim, é importante assegurar um ensino com vistas a buscar potencialidades de
seu alunado, objetivando meios eficientes de atender as suas necessidades educacionais
especiais valorizando e respeitando as suas individualidades e especificidades.
REFERÊNCIAS
VIRGOLIM, A.M.R.; FLEITH, D. DE S.; PEREIRA, M.S.N. Toc, Toc... Plim, Plim!:
Lidando com emoções, brincando com o pensamento através da criatividade. Campinas, SP,
1999.