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AS ANTINOMIAS JURÍDICAS: Antinomia, segundo o conceito de Tartuce, “é a presença de

duas normas conflitantes, válidas e emanadas de autoridade competente, sem que se possa
dizer qual delas merecerá aplicação em determinado caso concreto (lacunas de colisão)”.

Metacritérios para a solução do choque (divisão clássica de Norberto Bobbio):


Critério cronológico – norma posterior prevalece sobre norma anterior.
Critério da especialidade – norma especial prevalece sobre norma geral.
Critério hierárquico – norma superior prevalece sobre norma inferior.

O critério da hierarquia é o mais forte deles, seguido pela especialidade e, por último, pelo
cronológico.
As antinomias, seguindo os metacritérios, classificam-se em:
 Antinomias de 1º grau: quando a solução envolve apenas um dos critérios.
 Antinomias de 2º grau: quando a solução envolve dois critérios.

Pode, ou não, haver a solução do conflito de normas válidas pela aplicação dos
metracritérios, nesse caso, classificam-se em:
 Antinomias aparentes: os metracritérios solucionam a questão.
 Antinomias real: o conflito não pode ser solucionado pela utilização dos metacritérios.

Vejamos os casos:
ANTINOMIAS DE PRIMEIRO GRAU – CHAMADAS ANTINOMIAS APARENTES:
 norma posterior x norma anterior = aplicando o critério cronológico, vale a norma
posterior.
 Norma especial x norma geral = critério da especialidade, prevalece a norma especial.
 Norma superior x norma inferior = critério da hierarquia, prevalece a norma superior.

ANTINOMIA DE SEGUNDO GRAU – CHAMADA DE ANTINOMIA REAL

 Norma especial anterior x norma geral posterior = aplica-se o critério da especialidade,


prevalecendo a norma especial anterior.

 Norma superior anterior x norma inferior posterior = aplica-se o critério da hierarquia,


aplica-se a norma superior anterior.

 Norma geral superior x norma especial inferior = aqui, segundo Maria Helena Diniz,
citada por Tartuce, não há metacritério para a solução, sendo um caso de ANTINOMIA
REAL. Sugere a doutrina que, nesse caso, ou a solução passa pelo Legislativo com a
edição de uma terceira norma para solucionar o conflito, ou pelo Judiciário, na solução
do caso concreto, aplicando-se os artigos 4 e 5 da LINB e decidindo o Magistrado de
acordo com os mecanismos de integração atendendo á função social da norma em
busca da pacificação social.

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