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Instrumentos de Avaliação
Aída Teresa dos Santos Brito
Natalie Brito Araripe

CONHECENDO O VB-MAPP

Existem protocolos ou escalas com caráter de rastreio destas condições,


isto é, que levantam a possibilidade de o indivíduo ter autismo ou Deficiência
Intelectual. Estas escalas são muito importantes e são utilizadas para a
constituição da Hipótese Diagnóstica, normalmente são aplicadas por membros
da equipe multidisciplinar, como Psicólogos e Fonoaudiólogos, para informar a
decisão diagnóstica do médico, que, no processo de fechamento do laudo,
também pode lançar mão de outras escalas, propriamente diagnósticas.
Nenhum desses dois tipos de protocolo acima mencionados, de rastreio
e diagnóstico, são suficientes para informar adequadamente o processo de
inclusão, seu objetivo é saber em que medida que aquele sujeito se encaixa em
um perfil diagnóstico traçado pelos manuais que descrevem as deficiências
mencionadas e não conhecer a fundo o conjunto de habilidades de um sujeito,
daí a necessidade de outro tipo de protocolo, especificamente voltado para esta
tarefa.
Existem protocolos de avaliação que possuem este objetivo de conhecer
as habilidades e as dificuldades de cada sujeito e estes diferentes protocolos de
avaliação podem ser utilizados em várias circunstâncias, a depender das
necessidades de cada pessoa e da expertise do profissional avaliador.
No entanto, entre todos estes protocolos, há alguns critérios que podem
ser pensados como relevantes, o primeiro é a versatilidade. Alguns protocolos
servem unicamente para alguns casos bem específicos, enquanto outros podem
ser utilizados em uma ampla faixa de idade e em muitos domínios diferentes do
fazer humano. Outro critério é sua utilização em pesquisas científicas sólidas,
com forte evidência, o que o legitima como um recurso útil para a prática dos
profissionais.

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Optamos, neste trabalho, por apresentar instrumentos que já estão
bastante consolidados na bibliografia nacional e internacional e a partir dos quais
já foram realizados inúmeros experimentos científicos com evidência científica
sólida.
Os protocolos devem servir para o desenvolvimento de um programa
estruturado de tratamento ou currículo hierarquicamente organizado e
sequenciado para produção de uma fonte de habilidades a serem trilhadas (Love
et al., 2009). Como é impossível atingir todos os déficits de habilidades, a
prioridade deve ser dada a habilidades-chave, cúspides comportamentais ou
respostas cruciais que permanecerão funcionais para a criança em diferentes
contextos e ao longo do tempo, e também oportunizar novas aprendizagens
(Rosales-Ruiz & Baer , 1997).
Muitas pesquisas foram feitas para verificar protocolos de avaliação
utilizados para o desenvolvimento de intervenções comportamentais precoces
intensivas (EIBI) e apresentaram como resultado boa relevância e aplicabilidade
de muitos protocolos comportamentais incluindo o ABLLS-R e o Vb - Mapp.
Contudo, é imprecindível muita atenção na aplicação de protocolos
comportamentais e preciso muita familiriaridade do aplicador com a ferramenta,
pois em geral a aplicação é despendiosa e leva um tempo para ser concluída,
lembrando que diferentes avaliações requerem formação específica, o que nos
aponta a necessidade superior de buscar sempre as ferramentas mais
adequadas para cada finalidade.
O VB-MAPP, ou Verbal Behavior milestones Assessment anda Placement
program, desenvolvido por Sundberg em 2008, é um instrumento de avaliação e
guia curricular dos marcos do desenvolvimento infantil até 04 anos de idade, em
comparação com o repertório de uma criança com desenvolvimento típico. Isso
não significa que só deva ser aplicado com crianças de até 04 anos. Não
podemos esquecer que uma avaliação comportamental se preocupa mais com
comparar o sujeito com ele mesmo do que em relação aos demais.
O VB_MAPP possui 170 “milestones”, ou marcos. Classifica em três
níveis de desenvolvimento: nível 1 - até 18 meses; nível 2 - de 18 a 30 meses -
nível 3: de 30 a 48 meses. É um instrumento com mais de 30 anos de pesquisa
e desenvolvimento.

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CONHECENDO A ABLLS-R

O ABLLS - R (Avaliação de Habilidades de Linguagem e Aprendizagem


Básica – Revisada - Partington, 2013) é uma avaliação, uma guia curricular e um
sistema de acompanhamento de habilidades para crianças com autismo ou
outras deficiências de desenvolvimento, desenvolvida por Partingnton e sua
equipe. A primeira edição foi feita em 2008 e tendo uma segunda versão lançada
em 2013 revisada e atualizada em uma publicação em série da Behavior Anlysts.
Inc. A qual tem auxiliado muitos profissionais, pais e educadores no processo de
identificação do repertório que deve ser o foco da intervenção para modicação
comportamental.
Ele fornece também um sistema de rastreamento de habilidades, que
permite o registro e o monitoramento das habilidades que serão o foco das
intervenções, tornando fácil seu acompanhamento visual por meio desse
rastreio, visulado apontando pelo preenchimento de colunas de fácil
identificação.
Embora a ablls- R aponte as prioridades educacionais, ela não inclui um
método para determinar as prioridades que deveriam ser dirigidas para uma
criança em particular, a seleção das tarefas de aprendizado deve ser
cuidadosamente considerada quando elaboramos programas de ensino, a partir
das análise de tarefas de cada comportamento – alvo avaliado.

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A ABLLS-R apresenta 2 livros, um Protocolo (livro para o registro dos
pontos de cada criança) e um Guia (livro com instruções de pontuação e
desenvolvimento do plano de Ensino Individualizado - PEI), que fornecem uma
listas de habilidades atuais do avaliando e ainda apresenta um rastreamento do
progresso ao longo do tempo entre as avalições.
No Guia temos os comportamentos alvo a serem alcançados, os quais
são fornecidos por meio das colunas indexadas, a primeira coluna lista a
atividade, a segunda a nota, a terceira o nome da atividade, a quarta o objetivo
da atividade, a quinta a pergunta, a sexta a coluna de exemplos e a última o
critério para pontuação, veja abaixo:

OBJETIVO
NOME DA
ATIV. NOTA DA PERGUNTA EXEMPLO CRITERIO
ATIVIDADE
ATIVIDADE
2= pega
Quando
dentro de 3
oferecido um
Quando você segundos
item ou
segura e todas as
0 1 2 Pegar atividade
oferece um vezes, 1= não
0 1 2 reforçador reforçadora Pegar e
A1 reforçador todas as
0 1 2 quando conhecida, o Comer M&M
conhecido, o vezes ou
0 1 2 oferecido estudante irá
estudante pega demora mais
pegar / usar
o reforçador? de 3
item ou
segundos pra
atividade.
responder

Ele está dividido em 25 domínios que cobrem habilidades referenciadas


como críticas para que as crianças aprendam a se comunicar com sucesso e
aprender com suas experiências cotidianas, a seguir:
Avaliação de Habilidades Básicas
A. Cooperação e Eficácia do Reforçador
B. Desempenho Visual
C. Linguagem Receptiva
D. Imitação
E. Imitação Vocal
F. Solicitações/Mandos/Pedidos
G. Nomeação
H. Intraverbal
I. Vocalização Espontânea

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J. Gramática e Sintaxe
K. Brincadeira e Lazer
L. Interação Social
M. Instruções em Grupo
N. Seguir Rotinas de Classe
O. --------
P. Generalização de Respostas

Avaliação de Habilidades Acadêmicas


Q. Leitura
R. Matemática
S. Escrita
T. Ortografia

Avaliação de Habilidades Autonomia e Independência


U. Habilidade de se vestir
V. Habilidade de se alimentar
W. Preparação/Higienização
X. Uso do Banheiro

Avaliação de Habilidades Motoras


Y. Habilidades Motoras Grossas
Z. Habilidades Motoras Finas

A sua aplicação é feita através da observação e testes diretos com o


avaliando, cada um dos 25 domínios consiste de 6 a 52 descritores de
habilidades e os avaliandos são classificados em uma escala de 0 a 4 para
determinar se cada habilidade avaliada é uma parte ausente, emergente ou
dominada em seu repertório.
A recomendação dos autores é que a coleta de dados seja feita
anualmente, porém para alunos mais rápidos é sugerido uma atualização dos
dados a cada 4 a 6 meses, muitos autores como Cooper et al (1987) indicam
que a coleta de dados direta e contínua melhora a detecção de características
importanets de um comportamento, o que ajudará a monitorar a mudança de

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comportamento com maior frequencia, o que nos aponta para um constante
monitoramento do protocolo.
Uma das caraterísticas mais especiais do Ablls- r é que ele dá especial
atenção para as Operações Motivacionais da crianças, sua capacidade para
habilidades gerais e sua tendência para usar essas habilidades.
O ABLLS- R dá ênfase na análise comportametal da linguagem,
baseando-se na obra de Skinner (1957) “Comportamento Verbal”, a partir da
análise funcional do comportamento verbal e na generalização desse repertório,
avaliando o uso dessa habilidade sem a mediação do outro.
Esse protocolo não foi projetado para fornecer modelos de idade, nem
para comparar as habilidades de uma criança com um grupo, foi projetado para
identificar por onde começar uma intervenção de linguagem e quais potenciais
objetivos de linguagem poder ser mais indicados para o programa educacional
do avaliando.

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