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MODULFORM

MODULFORM

Gestão de
Materiais
Guia do Formador

COMUNIDADE EUROPEIA
Fundo Social Europeu
IEFP · ISQ

Colecção MODULFORM - Formação Modular

Título Gestão de Materiais

Suporte Didáctico Guia do Formador

Coordenação do Projecto ISQ - Instituto de Soldadura e Qualidade


Direcção de Formação

Autor Mário Figueira

Capa SAF - Sistemas Avançados de Formação, SA

Maquetagem e Fotocomposição ISQ / Cláudia Monteiro

Revisão ISQ

Montagem ISQ

Impressão e Acabamento BRITOGRÁFICA

Propriedade Instituto do Emprego e Formação Profissional


Av. José Malhoa, 11 1 099 - 018 Lisboa

1.ª Edição Portugal, Lisboa, Setembro de 2000

Tiragem 100 Exemplares

Depósito Legal

ISBN

Copyright, 2000
Todos os direitos reservados
IEFP

Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma ou processo
sem o consentimento prévio, por escrito, do IEFP
M.O.05

Gestão de Materiais
Guia do Formador
IEFP · ISQ Índice

ÍNDICE GERAL

A - APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MÓDULO


• Objectivo Global AGM.1

• Conhecimentos prévios AGM.1

• Campo de Aplicação AGM.1

• Perfil do Formador AGM.2

• Plano do Módulo AGM.3

• Metodologia Recomendada AGM.4

• Recursos Didácticos AGM.5

• Bibliografia AGM.6

B - EXPLORAÇÃO PEDAGÓGICA DAS UNIDADES


TEMÁTICAS

I. INTRODUÇÃO À GESTÃO ECONÓMICA DE STOCKS

• Resumo do tema e plano das sessões I.1


• Exercícios propostos e soluções I.3
• Apresentação das transparências propostas para utilização I.6

II. CLASSIFICAÇÃO ABC

• Resumo do tema e plano das sessões II.1


• Exercícios propostos e soluções II.3
• Apresentação das transparências propostas para utilização II.7

III. TIPOLOGIA DOS SISTEMAS DE GESTÃO DE


STOCKS

• Resumo do tema e plano das sessões III.1


• Exercícios propostos e soluções III.5
• Apresentação das transparências propostas para utilizaçãoIII.14
M.O.05

Gestão de Materiais IG. 1


Guia do Formador
Índice IEFP · ISQ

IV.FUNÇÕES DE CONTROLO E INDICADORES DE


PERFORMANCE

• Resumo do tema e plano das sessões IV.1


• Exercícios propostos e soluções IV.3

C - AVALIAÇÃO

TESTE DE ENTRADA / SAÍDA

RESOLUÇÃO DO TESTE DE ENTRADA / SAÍDA

ANEXOS - TRANSPARÊNCIAS A.1

M.O.05

IG. 2 Gestão de Materiais


Guia do Formador
M.O.05 IEFP · ISQ A - Apresentação Global do Módulo

Gestão de Materiais
Guia do Formador
IEFP · ISQ Apresentação Global do Módulo

OBJECTIVOS GLOBAIS

Identificar e utilizar técnicas de gestão económica de materiais que permitem


minimizar custos operacionais de gestão.

CONHECIMENTOS PRÉVIOS

Módulo(s) Módulo(s)
Saberes prévios Saberes desejáveis
obrigatório(s) aconselhado(s)

Custeio Industrial Determinar os custos e os Aplicações Gerais de Conhecimentos gerais de micro


resultados por produtos ou Informática informática (versão actualizada)
li nha s d e p ro d ut o s , p o r - Windows
centro de responsabilidade - Word
e a s ua l i g a ç ã o c o m o s - Excel
c us to s e p ro ve i to s p o r - Access
na t ur e za e xp r e s s o s na - PowerPoint
contabilidade geral

CAMPO DE APLICAÇÃO

Este módulo poderá ser utilizado nos seguintes domínios:

• Qualidade Industrial

• Planeamento e Controlo da Produção

• Manutenção Industrial

• Gestão de Empresas

• Gestão de Aprovisionamento
M.O.05

Gestão de Materiais AGM . 1

Guia do Formador
Apresentação Global do Módulo IEFP · ISQ

PERFIL DO FORMADOR

Competência Técnica Aquisição

Conhecimentos de gestão de - Licenciaturas em Engenharia


c om c o mpo nente s na á re a d e
materiais numa perspectiva de Gestão Industrial;
utilização prática dos conceitos,
métodos e técnicas a transmitir. - o u l i c e n c i a t u r a G e s t ã o d e
Empresas;

- o u C u r s o s e s p e c íf i c o s d a
Logística;

- e e xp e r i ê nc i a p r o f i s s i o na l
superior a três anos nas áreas de
Gestão de Aprovisionamentos.

Competência Pedagógica Aquisição

D omíni o d e c o nhec i me ntos , - Curso de formação pedagógica


técnicas e atitudes facilitadoras de formadores (devidamente
certificado);
de aquisição e integração por
parte dos formandos de saberes - Experiência de formação .
g e r a i s e s a b e r e s t é c ni c o s
(p rá ti c o s e te ó ri c o s ) e d e
comportamentos.

M.O.05

AGM . 2 Gestão de Materiais


Guia do Formador
IEFP · ISQ Apresentação Global do Módulo

PLANO DO MÓDULO

UNIDADES TEMÁTICAS OBJECTIVOS DURAÇÃO INDICATIVA


(horas)

I. Introdução à Gestão . Identificar a importância dos stocks numa empresa 9


Económica de Stocks industrial ou de serviços;

. Classificar os stocks de acordo com o estado de


transformação e a sua função no sistema logístico;

. Distinguir procura dependente de procura


independente;

. Identificar e explicar os factores que mais influenciam


a gestão de stocks: procura, custos e tempo;

. Demonstrar a importância da Gestão de Stocks na


Qualidade de Serviço e no Sistema Logístico.

II. Classificação ABC . Identificar os objectivos da Classificação ABC; 15

. Aplicar a técnica de Classificação ABC a um stock


de produto;

. Identificar o tipo de controlo a aplicar a cada classe;

III. Tipologia dos Sistemas de . Caracterizar os diferentes tipos de modelos de 40


Gestão de Stocks gestão económica de stocks (revisão contínua,
revisão periódica e modelos mistos);

. Determinar os parâmetros de gestão nos modelos


de revisão contínua e periódica;

. Identificar a importância do stock de segurança e


determiná-lo nos casos da revisão contínua e
periódica;

. Determinar os custos variáveis totais, QEE, período


entre encomendas, número de encomendas e stock
máximo no caso de reposição instantânea de
encomendas;

. Utilizar a análise de sensibilidade para verificar a


influência da dimensão da encomenda nos custos
variáveis totais;
M.O.05

Gestão de Materiais AGM . 3

Guia do Formador
Apresentação Global do Módulo IEFP · ISQ

PLANO DO MÓDULO

UNIDADES TEMÁTICAS OBJECTIVOS DURAÇÃO


(horas)

III. Tipologia dos Sistemas de . Determinar os custos variáveis totais, LEF e stock
Gestão de Stocks máximo no caso de reposição progressiva de
(cont.) encomendas (caso de encomendas à produção),

. Identificar vantagens e inconvenientes do recurso a


descontos de quantidade quer para o comprador, quer
para o fabricante;

. Determinar os custos totais e a QEE no caso de


descontos de quantidade;

. Determinar os custos totais, periodicidade


económica e número de encomendas no caso de
grupagens (compras em grupo);

. Identificar a informação necessária ao funcionamento 6


IV. Funções de Controlo e de um sistema de Gestão de Stocks e a
Indicadores de periodicidade de actualização dessa informação;
Performance
. Realizar operações de controlo rotineiras;

. Identificar indicadores de performance de um sistema


de Gestão de Stocks.

Total: 70

METODOLOGIA RECOMENDADA

De acordo com o desenvolvimento proposto em cada plano de sessão deve


proceder-se à:

• Combinação de momentos expositivos com a utilização de métodos activos,


recorrendo à resolução de exercícios práticos;

• Utilização de transparências;

• Realização de visitas de estudo;


M.O.05

AGM . 4 Gestão de Materiais


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IEFP · ISQ Apresentação Global do Módulo

• Análise de casos em grupo com posterior apresentação das respectivas


conclusões;

• Utilização do software GESMAT para reforçar a aprendizagem dos conceitos


e resolver os casos práticos.

RECURSOS DIDÁCTICOS

Material Didáctico

• Transparências;

• Software de apoio - GESMAT.

Equipamento

• Um retroprojector (com uma lâmpada sobressalente);

• Um microcomputador por cada formando, com a seguinte configuração


mínima:

• Pentium III;

• 64 Mb de RAM;

• Disco rígido com pelo menos 2 GB disponíveis;

• Placa gráfica de 4Mb;

• Monitor policromático;

• Placa de som Sound Blaster de 32 bits;

• Microsoft Windows 2000 instalado;

• Microsoft Excel 2000 instalado.

• Um quadro de conferência;

• Marcadores (4 cores).
M.O.05

Gestão de Materiais AGM . 5

Guia do Formador
Apresentação Global do Módulo IEFP · ISQ

BIBLIOGRAFIA

ASSIS, Rui e Mário FIGUEIRA , MICROSTOCK - Apoio à Decisão em Gestão


Económica de Stocks, Lisboa, IAPMEI, 1991

BACKES, Robert W., Cycle counting - A better way for achieving accurate
inventory records, Production and Inventory Management 21, nº 2 (Second Quarter
1980), pp. 36-44

BIERMAN, H. and THOMAS L. J., Inventory decisions under inflationary condition,


Decision sciences, Vol. 8, Nº 1, pp. 151-155

CHAMBERLAIN, W. W., Is there an EOQ for all seasons or can we make our
current system more responsive?, Production and inventory management, Vol.18,
Nº 1, 1997, pp. 25-34

DIAZ, Rafael Ramos, Como Gestionar los Stocks, Madrid, IMPI/MIE, 1984

ENRICK, Norbert L., Os Aprovisionamentos e a Produçäo, Lisboa, Editorial


Pórtico, 1973

GAITHER, Norman, Production and Operations Management. A Problem-Solving


and Decision-Making Approach, 3ª ed., New York, The Dryden Press, 1987

GIARD, Vincent, Gestion de la Production. Calcul Economique, Económica,


1981

GREENE, James H., Production and Inventory Control Handbook, 2ª ed., New
York, APICS, 1987

JOHNSON, L. and MONTGOMERY, D. C., Operations research in production


planning, scheduling and inventory control, Wiley, New York, 1974

LAMBERT, D. M., The development of an inventory costing methodology: A


study of the costs associated with holding inventory, National Council of Physical
Distribution Management, Chicago, 1975

LEVIN, R.I., Quantitative Approaches to Management, 6ª ed., New York,


McGraw-Hill, 1986

LOVE, S. F., Inventory control, McGraw-Hill, New York, 1979

MONTGOMERY, D. C. and JOHNSON, L. A., Forecasting and time series


analysis, McGraw-Hill, New York, 1976

NAHMIAS, S., Production and operations analysis, Irwin, Homewood, IL, 1989
M.O.05

AGM . 6 Gestão de Materiais


Guia do Formador
IEFP · ISQ Apresentação Global do Módulo

ORAL, M., SALVADOR, M. S. REISMAN, A., and DEAN, B. V., On the Evaluation
of Shortage Costs for Inventory Control of Finished Goods, Management
Science, Vol. 18, Nº 6, 1972, pp. B334-B351

PETERSON, R. and SILVER, E. A., Analysis of Inventory Systems, Prentice-


Hall, Englewood Cliffs, NJ, 1963

SMOLIK, Donald P., Material Requirements of Manufacturing, New York: Van


Nostrand Reinhold, 1983

STEVENSON, William J., Production and Operations Management, Homewood,


Richard D. Irwin, 1982

TERSINE, Richard J., Materials Management and Inventory Systems,


Amsterdam, North Holland, 1987

VOLLMANN, Thomas E.; William L. Berry; and D. Clay Whybark, Manufacturing


Planning and Control Systems, Homewood, III: Richard D. Irwin, 1988

ZERMATI, Pierre, A Gestäo de Stocks, Lisboa, Editorial Presença, 1986

ZIMMERMAN, C., The ABC's of Vilfredo Pareto, Production and Inventory


management, Vol. 16, Nº 3, 1975, pp. 1-9
M.O.05

Gestão de Materiais AGM . 7

Guia do Formador
M.O.05 IEFP · ISQ B - Exploração Pedagógica das Unidades Temáticas

Gestão de Materiais
Guia do Formador
IEFP · ISQ Introdução à Gestão Económica de Stocks

Introdução à Gestão
Económica de Stocks
M.O.05 Ut.01

Gestão de Materiais
Guia do Formador
IEFP · ISQ Introdução à Gestão Económica de Stocks
s

RESUMO

Todas as empresas são forçadas a constituir stocks para fazer face a diferentes
situações. Existem stocks ao longo de toda a cadeia logística, constituídos
por:

1. matérias-primas;

2. em curso de fabrico;

3. materiais de manutenção, reparação e operação;

4. produtos acabados.

A existência desses stocks gera custos que, naturalmente, devem ser


minimizados.

Por um lado, as empresas reduzem custos quando conseguem diminuir o nível


de stock. Por outro lado, os clientes ficam insatisfeitos sempre que ocorre
uma rotura de stock. Portanto, a tarefa de Gestão de Stocks consiste em
encontrar um balanceamento, leia-se equilíbrio, entre o capital investido em
stock e o nível de serviço.

Esta Unidade Temática introduz os conceitos fundamentais para abordar, nas


Unidades Temáticas seguintes, as técnicas de Gestão Económica de Stocks.

PLANO DE SESSÃO

Conteúdo Metodologia Meios Duração


de desenvolvimento didácticos indicativa
(horas)

I.1 Classificação . Introdução do conceito de stock e inventário


dos stocks através de exposição teórica. 3
segundo o
estado de . Apresentação através de exemplos práticos,
transformação a classificação dos stocks segundo o estado
de transformação.

. Distinção dos materiais de procura dependente


dos materiais de procura independente.

. Utilização do exemplo da página I.16 para


mostrar o impacto da taxa de rotura dos
componentes na taxa de rotura do produto
acabado (Transparência I.1).
Ut.01
M.O.05

Gestão de Materiais I . 1
Guia do Formador
Introdução à Gestão Económica de Stocks
s IEFP · ISQ

PLANO DE SESSÃO

Duração
Conteúdo Metodologia Meios
indicativa
de desenvolvimento didácticos
(horas)

I.2 Classificação . Apresentação através de exemplos práticos, 2


dos stocks a classificação dos stocks segundo a sua
segundo a sua função.
função
. Os formandos, reunidos em grupo, deverão
discutir a função e vantagens da constituição
de cada tipo de stocks.

. O resultado desse debate deverá ser


apresentado em sala por um porta-voz do
grupo.

I.3 Factores a ter . Apresentação dos diferentes factores a ter


2
em conta em em conta em gestão de stocks (procura, cus-
gestão de tos e tempo) (Transparência I.2).
stocks
. Definição do nível de serviço ou qualidade de
serviço.

I.4 Síntese . Utilização da parte I do software para 2


consolidar os conhecimentos adquiridos. Os
formandos deverão trabalhar individualmente
com o software e o formador deve responder
às questões por ele levantadas.

Total: 9

Ut.01
M.O.05

I . 2 Gestão de Materiais
Guia do Formador
IEFP · ISQ Introdução à Gestão Económica de Stocks

ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO

1. Descreva as principais razões que levam as empresas a constituirem stocks.

As empresas constituem stocks para fazer face a flutuações no ritmo de


produção ou das necessidades do mercado.
As principais razões para a constituição de stocks são as seguintes:

2. Caracterize osFunções
diferentes tipos de stock. Categorias

Regularizar a produção no tempo para Stocks sazonais e cíclicos


responder às vendas sazonais e às
3. Identifique os factores que influenciam a Gestão de Stocks.
promoções.
A gestãoface
Protecção de stocks é influenciada
à subida pelos seguintes factores:
de preços de
matérias.
• Procura (necessidades de mercado);
Prevenção contra interrupções de
• Custos (custos associados à manutenção dos stocks);
fornecimentos.

• Prazoso(prazos
Desacoplar fornecedor do mercado
de entrega de fornecedores e a de
Stocks clientes).
antecipação
consumidor, e as operações do sistema
4.produtivo entre
Identifique ossi.
diferentes tipos de custos envolvidos na Gestão de Stocks.

Aumento aleatório da procura. Stocks de segurança


Custos de Posse
Aumento aleatório do prazo de
Custos que variem
disponibilidade proporcionalmente com o nível de stock
do pedido.

• Custos
Ligar de armazenagem;
o sistema de distribuição física. Stocks em trânsito

Protecção contra a penúria ocasional.


• Seguros; Stocks de ocasião
Ut.01
M.O.05

Gestão de Materiais I . 3
Guia do Formador
Introdução à Gestão Económica de Stocks
s IEFP · ISQ

2. Caracteriza os diferentes tipos de stock.

Tipo de Stock Descrição

Matérias-primas Materiais utilizados na fabricação de componentes


dos produtos acabados

Componentes Partes que não sofrem qualquer transformação na


empresa e que se destinam a montagem nos
produtos acabados

Produtos em curso de fabricação Materiais e componentes que se encontram em


fases intermédias do processo de transformação,
entre operações consecutivas

Produtos semi-acabados Partes que já sofreram várias operações de


transformação e que aguardam a montagem (ou
submontagem) no produto acabado

3. Identifique os factores que influenciam a Gestão de Stocks.

A gestão de stocks é influenciada pelos seguintes factores:

• Procura (necessidades de mercado);

• Custos (custos associados à manutenção dos stocks);

• Prazos (prazos de entrega de fornecedores e a clientes).

4. Identifique os diferentes tipos de custos envolvidos na Gestão de Stocks.

Custos de Posse

Custos que variem proporcionalmente com o nível de stock

• Custos de armazenagem;

• Seguros;

• Custos de obsolescência;

• Capital imobilizado.
Ut.01
M.O.05

I . 4 Gestão de Materiais
Guia do Formador
IEFP · ISQ Introdução à Gestão Económica de Stocks
s

Custos de aprovisionamento

Custos associados ao lançamento das encomendas

• Vigilância do stock;

• Consultas a fornecedores;

• Procedimento e envio de encomenda;

• Recepção de mercadoria;

• Recepção e controlo de factura.


Ut.01
M.O.05

Gestão de Materiais I . 5
Guia do Formador
Introdução à Gestão Económica de Stocks
s IEFP · ISQ

APRESENTAÇÃO DAS TRANSPARÊNCIAS


PROPOSTAS PARA UTILIZAÇÃO

Nível de serviço de componentes/ Factores a ter em conta em gestão


produto de stocks

Gestão de Materiais I.1 Gestão de Materiais I.2

Ut.01
M.O.05

I . 6 Gestão de Materiais
Guia do Formador
IEFP · ISQ Classificação ABC

Classificação ABC
M.O.05 Ut.02

Gestão de Materiais
Guia do Formador
IEFP · ISQ Classificação ABC

RESUMO

Todos os gestores são responsáveis por inúmeras actividades que não


conseguem gerir com o mesmo grau de atenção. As tarefas que necessitam
de maior controlo devem exigir mais disponibilidade do gestor ao contrário das
actividades que têm menor impacto na empresa.

Quando existe um grande número de artigos em inventário torna-se imperioso


distinguir os que necessitam de maior atenção, relegando para outro plano os
menos importantes. Devido à escassez de tempo o gestor de materiais deve
dedicar-se aos artigos que são responsáveis pela maior parte das receitas da
empresa. Normalmente 20% dos artigos geram cerca de 80% das receitas.

Para identificar os artigos de maior importância, classificam-se todas as


referências em stocks recorrendo à classificação ABC.

PLANO DE SESSÃO

Conteúdo Metodologia Meios Duração


de desenvolvimento didácticos indicativa
(horas)

II.1 Classificação . Apresentação do método de classificação


ABC ABC (Transparência II.1) 4

. Resolução do exemplo da página II.4 durante


a sessão para ilustrar o funcionamento da
técnica (formador).

. Discussão da finalidade da classificação ABC


com os formandos.

. Resolução individualmente, e sem recurso a


software, dos exercícios 2 e 3.

II.2 Síntese . Utilização da parte II do software para


consolidar os conhecimentos adquiridos. Os 3
formandos deverão trabalhar individualmente
com o software e o formador deve acompanhar
e esclarecer questões por ele levantadas.

. Os formandos deverão construir uma folha de


cálculo que permita resolver os exercícios 2 e
3.
Ut.02
M.O.05

Gestão de Materiais II . 1
Guia do Formador
Classificação ABC IEFP · ISQ

PLANO DE SESSÃO

Conteúdo Metodologia Meios Duração


de desenvolvimento didácticos indicativa
(horas)

II.3 Trabalho prático . Realização de um trabalho prático sobre


classificação ABC. Os formandos, reunidos 8
em grupos, deverão deslocar-se a empresas
e recolher informação pertinente para
realizarem a Classificação ABC de 100 artigos
dessas empresas. O estudo deve ser
efectuado com o auxílio da folha de cálculo
preparada na sessão anterior e o resultado
do trabalho deve ser apresentado em sala por
um porta-voz. O papel do formador deve
resumir-se ao de facilitador do trabalho dos
grupos.

Total: 15

Ut.02
M.O.05

II . 2 Gestão de Materiais
Guia do Formador
IEFP · ISQ Classificação ABC

ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO

1. Qual é a finalidade da classificação ABC?

A gestão de stocks envolve anualmente milhares de movimentos de entradas


e saídas de materiais. Para que possamos concentrar a nossa atenção de
forma selectiva, torna-se necessário que o sistema de controlo de stocks
proporcione uma forma de classificação que distinga os materiais mais
importantes, em valor, dos menos importantes.
2. A empresa de telecomunicações Telec, SA. comercializa 10 modelos
diferentes de telemóveis. O quadro seguinte apresenta as vendas e o custo
unitário de cada modelo:

Modelo Consumo anual Custo unitário


(unid.) (contos)

TM - 1 13 500 120
TM - 2 20 000 110
TM - 3 17 000 165
TM - 4 1 000 190
TM - 5 3 800 125
TM - 6 2 500 120
TM - 7 100 220
TM - 8 6 200 85
TM - 9 250 210
TM - 10 360 190

Utilize a análise ABC para classificar os diferentes modelos de telemóveis.


Justifique as decisões que tomar.

Começamos por calcular o valor anual de cada artigo, multiplicando o seu


consumo anual pelo seu valor unitário.

Modelo Consumo anual Custo unitário Valor anual


(unid.) (contos)
(1) (2) (3) = (1) x (2)

TM - 1 13 500 120 1 620 000


TM - 2 20 000 110 2 200 000
TM - 3 17 000 165 2 805 000
TM - 4 1 000 190 190 000
TM - 5 3 800 125 475 000
TM - 6 2 500 120 300 000
TM - 7 100 220 22 000
TM - 8 6 200 85 527 000
TM - 9 250 210 52 500
TM - 10 360 190 68 400
Ut.02
M.O.05

Gestão de Materiais II . 3
Guia do Formador
Classificação ABC IEFP · ISQ

Seguidamente ordenamos os valores anuais obtidos por uma ordem


decrescente, calculamos o valor anual acumulado e as percentagens
acumuladas dos valores dos vários artigos.

O valor acumulado para o artigo TM-1 é o somatório dos valores anuais de


TM-3, TM-2 e TM-1 (6 625 000 = 5 005 000 + 1 620 000).

A % acumulada do valor do artigo TM-1 é o resultado da divisão do valor


acumulado até ao artigo TM-1 pelo valor acumulado total x 100 (80.21% = 6
625 000/ / 8 259 900).

Modelo Consumo anual Custo unitário Valor anual Valor % Acumulada


(unid.) (contos) acumulado valor
(1) (2) (3) (4) = (3) Σ Σ
(5) = (3) / (3)

TM - 3 17 000 165 2 805 000 2 805 000 33,96


TM - 2 20 000 110 2 200 000 5 005 000 60,59
TM - 1 13 500 120 1 620 000 6 625 000 80,21
TM - 8 6 200 85 527 000 7 152 000 89,59
TM - 5 3 800 125 475 000 7 627 000 92,34
TM - 6 2 500 120 300 000 7 927 000 95,97
TM - 4 1 000 190 190 000 8 117 000 98,27
TM - 10 360 190 68 400 8 185 400 99,10
TM - 9 250 210 52 500 8 237 900 99,73
TM - 7 100 220 22 000 8 259 900 100,00

Calculamos depois as percentagens acumuladas da quantidade de


referências.

Modelo Consumo anual Custo unitário Valor anual Valor % Acumulada % Acumulada
(unid.) (contos) acumulado valor artigo
(1) (2) (3) (4) (5) (6)

TM - 3 17 000 165 2 805 000 2 805 000 33,96 10


TM - 2 20 000 110 2 200 000 5 005 000 60,59 20
TM - 1 13 500 120 1 620 000 6 625 000 80,21 30
TM - 8 6 200 85 527 000 7 152 000 89,59 40
TM - 5 3 800 125 475 000 7 627 000 92,34 50
TM - 6 2 500 120 300 000 7 927 000 95,97 60
TM - 4 1 000 190 190 000 8 117 000 98,27 70
TM - 10 360 190 68 400 8 185 400 99,10 80
TM - 9 250 210 52 500 8 237 900 99,73 90
TM - 7 100 220 22 000 8 259 900 100,00 100

Por fim, verificamos qual a classe a que pertence cada artigo, comparando
o valor da sua posição na coluna de percentagem acumulada com os valores
do critério ABC pré-estabelecido.
Ut.02
M.O.05

II . 4 Gestão de Materiais
Guia do Formador
IEFP · ISQ Classificação ABC

Modelo Consumo Custo Valor Valor % Acumulada % Acumulada Classe


anual unitário anual acumulado valor artigo ABC
(unid.) (contos)
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)

TM - 3 17 000 165 2 805 000 2 805 000 33,96 10 A


TM - 2 20 000 110 2 200 000 5 005 000 60,59 20 A
TM - 1 13 500 120 1 620 000 6 625 000 80,21 30 B
TM - 8 6 200 85 527 000 7 152 000 89,59 40 B
TM - 5 3 800 125 475 000 7 627 000 92,34 50 C
TM - 6 2 500 120 300 000 7 927 000 95,97 60 C
TM - 4 1 000 190 190 000 8 117 000 98,27 70 C
TM - 10 360 190 68 400 8 185 400 99,10 80 C
TM - 9 250 210 52 500 8 237 900 99,73 90 C
TM - 7 100 220 22 000 8 259 900 100,00 100 C

3. Num armazém de confecções existem 12 famílias de produtos cujo custo


unitário é equivalente. O consumo anual de cada referência (família) é
apresentado no quadro seguinte:

Consumo anual
Modelo
(unid.)

F1 250
F2 120
F3 1 350
F4 250
F5 1 985
F6 150
F7 20
F8 35
F9 48
F10 1 750
F11 250
F12 147

Quais as referências responsáveis por 80% das vendas?


Ut.02
M.O.05

Gestão de Materiais II . 5
Guia do Formador
Classificação ABC IEFP · ISQ

Utilizamos a metodologia de classificação ABC:

Modelo Consumo Custo Valor Valor % Acumulada % Acumulada Classe


anual unitário anual acumulado valor artigo ABC
(unid.) (contos)

F5 1 985 1 1 985 1 985 31,24 A


F10 1 750 1 1 750 3 735 58,77 A
F3 1 350 1 1 350 5 085 80,02 A
F1 250 1 250 5 335 83,95 B
F4 250 1 250 5 585 87,88 B
F11 250 1 250 5 835 91,82 C
F6 150 1 150 5 985 94,18 C
F12 147 1 147 6 132 96,49 C
F2 120 1 120 6 252 98,38 C
F9 48 1 48 6 300 99,13 C
F8 35 1 35 6 335 99,69 91,67 C
F7 20 1 20 6 355 100,00 100,00 C

As referências responsáveis por 80% das vendas são: F5; F10 e F3.

Ut.02
M.O.05

II . 6 Gestão de Materiais
Guia do Formador
Classificação ABC IEFP · ISQ

Utilizamos a metodologia de classificação ABC:

Modelo Consumo Custo Valor Valor % Acumulada % Acumulada Classe


anual unitário anual acumulado valor artigo ABC
(unid.) (contos)

F5 1 985 1 1 985 1 985 31,24 A


F10 1 750 1 1 750 3 735 58,77 A
F3 1 350 1 1 350 5 085 80,02 A
F1 250 1 250 5 335 83,95 B
F4 250 1 250 5 585 87,88 B
F11 250 1 250 5 835 91,82 C
F6 150 1 150 5 985 94,18 C
F12 147 1 147 6 132 96,49 C
F2 120 1 120 6 252 98,38 C
F9 48 1 48 6 300 99,13 C
F8 35 1 35 6 335 99,69 91,67 C
F7 20 1 20 6 355 100,00 100,00 C

As referências responsáveis por 80% das vendas são: F5; F10 e F3.

Ut.02
M.O.05

II . 6 Gestão de Materiais
Guia do Formador
IEFP · ISQ Classificação ABC

APRESENTAÇÃO DAS TRANSPARÊNCIAS


PROPOSTAS PARA UTILIZAÇÃO

Classificação ABC

Gestão de Materiais II.1


Ut.02
M.O.05

Gestão de Materiais II . 7
Guia do Formador
IEFP · ISQ Tipologias dos Sistemas de Gestão de Stocks

Tipologia dos Sistemas


de Gestão de Stocks
M.O.05 Ut.03

Gestão de Materiais
Guia do Formador
IEFP · ISQ Tipologia dos Sistemas de Gestão de Stocks

RESUMO

Em gestão de stocks, colocam-se duas questões fundamentais:

• Quando encomendar?
• Quanto encomendar?

Todos os sistemas ou modelos de gestão de inventários apresentam resposta


a estas questões, tendo porém filosofias de funcionamento diferentes.

Os modelos de revisão contínua, revisão periódica e mistos permitem utilizar


metologias para o cálculo dos parâmetros de gestão. Ponto de encomenda,
quantidade por encomenda, nível de stock objectivo e período de revisão são
os parâmetros de gestão fundamentais e que necessitam ser determinados.

O modelo da Quantidade Económica de Encomenda, baseado nos custos de


posse, custos de aprovisionamento e consumo de cada artigo, permite optimizar
os parâmetros de gestão. Em situações de descontos de quantidade, de
encomendas em grupo ou de encomendas à produção existem métodos de
cálculo baseados no modelo da Quantidade Económica de Encomenda.

Artigos de procura sazonal devem ser geridos analisando o comportamento da


procura em intervalos de tempo em que o padrão de procura é aproximadamente
constante.

PLANO DE SESSÃO

Conteúdo Metodologia Meios Duração


de desenvolvimento didácticos indicativa
(horas)

III.1 Modelo de . Apresentação do modelo de revisão contínua


revisão contínua de stocks (Transparência III.1) 3

. Definição dos parâmetros de gestão


caracterizadores deste modelo. Mostrar o
impacto da quantidade por encomenda no nível
global de stock (Transparência III.2).

. Mostrar o impacto da quantidade por


encomenda no nível global de stock
(transparência III.3)

. Apresentação do campo de aplicação do


modelo de revisão periódica.
Ut.03
M.O.05

Gestão de Materiais III . 1


Guia do Formador
Tipologia dos Sistemas de Gestão de Stocks IEFP · ISQ

PLANO DE SESSÃO

Conteúdo Duração
Metodologia Meios
indicativa
de desenvolvimento didácticos
(horas)

III.2 Modelo de . Apresentação do modelo de revisão periódica


revisão 2
de stocks (Transparência III.4).
periódica
. Definição dos parâmetros de gestão
caracterizadores deste modelo. Mostrar o
impacto do nível de stock objectivo no nível
global de stock (Transparência III.5). Mostrar
o impacto do período de revisão no nível glo-
bal de stock (transparência III.6)..
Apresentação do campo de aplicação do
modelo de revisão periódica.

. Apresentação do modelo de ponto de


III.3 Modelos encomenda periódico (Transparência III.7), e 3
Mistos e do modelo de ponto de revisão periódica com
Stocks de limite mínimo (Transparência III.7).
Segurança
. Analise da sensibilidade destes modelos aos
parâmetros de gestão.

. Definição stocks de segurança (Transparência


III.8 e III.9). Resolver um exemplo de cálculo
do stock de segurança no caso da revisão
contínua e no caso da revisão periódica
(formador). Utilizar a tabela da Distribuição
Normal (Transparências III.10, III.11).

. Apresentação da fórmula de cálculo da


III.4 Quantidade Quantidade Económica de Encomenda (QEE). 15
Económica de
Encomenda . Consideração das diferentes situações para
o cálculo da QEE: modelo com reposição
instantânea (Transparência III.12); modelo
com reposição progressiva (Transparência
III.13); modelo com descontos de quantidade
(Transparências III.14 e III.15).

. Introdução do conceito de custo total em


gestão de stocks (Transparência III.16).
Ut.03
M.O.05

III . 2 Gestão de Materiais


Guia do Formador
IEFP · ISQ Tipologia dos Sistemas de Gestão de Stocks

PLANO DE SESSÃO

Duração
Conteúdo Metodologia Meios
indicativa
de desenvolvimento didácticos
(horas)

III.4 Quantidade Modelo com reposição instantânea:


Económica de
Encomenda . Apresentação da fórmula de cálculo dos cus-
(cont.) tos totais anuais, da QEE, do número de
encomendas anuais e do stock máximo
através de um exemplo (formador). Resolver
o exemplo de análise de sensibilidade.
Salientar a importância de fazer análise de
sensibilidade tendo em conta as restrições
do modelo.

. Resolução, sem recurso a software, do


exercício 13 (formando).

Modelo com reposição progressiva:

. Apresentação da fórmula de cálculo dos cus-


tos totais, do lote económico de fabrico e do
stock máximo através de um exemplo
(formador).

. Resolução, sem recurso a software, do


exercício 14 (formando).

Modelo com descontos de quantidade:

. Apresentação das vantagens e inconvenientes


dos descontos de quantidade na óptica do
cliente e do fornecedor.

. Definição dos diferentes tipos de desconto de


quantidade.

. Apresentação da fórmula de cálculo dos cus-


tos totais e a metodologia de cálculo da QEE
através de um exemplo (formador).

. Resolução, sem recurso a software, do


exercício 15 (formando).

. Apresentação das vantagens de compras em


III.5 Grupagens grupo. 5

. Apresentação da fórmula de cálculo dos cus-


tos totais, do período de revisão e do número
de encomendas através de um exemplo
(formador).
Ut.03
M.O.05

Gestão de Materiais III . 3


Guia do Formador
Tipologia dos Sistemas de Gestão de Stocks IEFP · ISQ

PLANO DE SESSÃO

Duração
Conteúdo Metodologia Meios indicativa
de desenvolvimento didácticos (horas)

III.5 Grupagens . Definição do custo de aprovisionamento no


(cont.) caso de encomendas em grupo.

. Resolução, sem recurso a software, do


exercício 16 (formando).

III.6 Síntese . Utilização da parte III do software para


consolidar os conhecimentos adquiridos. Os 12
formandos deverão trabalhar individualmente
com o software e o formador deve acompanhar
e esclarecer questões por eles levantadas.
Os formandos deverão construir uma folha de
cálculo que permita resolver os exercícios
propostos 13, 14, 15 e 16.

Total: 40

Ut.03
M.O.05

III . 4 Gestão de Materiais


Guia do Formador
IEFP · ISQ Tipologia dos Sistemas de Gestão de Stocks

ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO

1. Quais as diferenças entre o modelo de Revisão Contínua de Stocks e o de


Revisão Periódica?

Sistema de periodicidade variável e quantidade fixa (modelo de


revisão contínua)

Neste modelo, encomenda-se uma Quantidade fixa [Q] logo que o stock
atinge um nível determinado – Ponto de encomenda [Pe].

A data de encomenda é, pois variável: quando a procura aumenta, o ponto


de encomenda é atingido mais cedo; quando a procura diminui, o ponto de
encomenda é atingido mais tarde.

Sistema de periodicidade fixa e quantidade variável (modelo de


revisão periódica)

Neste modelo encomenda-se, com uma Periodicidade fixa [P], uma


quantidade variável, de forma a repor o stock a um nível máximo – Nível-
-objectivo de stock [No].

2. Quais os pressupostos da Quantidade Económica de Encomenda?

Pressupostos da quantidade económica da encomenda:

• A procura é constante;

• O custo unitário é constante;

• O prazo de aprovisionamento é constante;

• Os custos de posse são fixos;

• As encomendas quando são recebidas, entram instantaneamente em


inventário; não são consideradas rupturas.

3. Como distingue o modelo da Quantidade Económica de Encomenda do


Lote Económico de Fabricação?

A Quantidade Económica de Encomenda está associada a um modelo em


que há reposição instantânea de stocks enquanto o Lote Económico de
Fabricação está associado à reposição progressiva.
Designa-se por reposição instantânea o caso em que a quantidade
Ut.03
M.O.05

Gestão de Materiais III . 5


Guia do Formador
Tipologia dos Sistemas de Gestão de Stocks IEFP · ISQ

encomendada é entregue na totalidade e de uma só vez, no final do prazo


de entrega. A QEE calcula-se da seguinte forma.

2 . Ca . C
QEE =
i .c

Designa-se por reposição progressiva a situação em que a quantidade


encomendada é entregue progressivamente, ao ritmo da R Unidades / período.
Este caso ocorre normalmente em situações de fabricação ou entregas
parciais. O LEF calcula-se da seguinte forma:

2 . Ca . C
LEF =
⎛ C⎞
i . c ⎜1 − ⎟
⎝ R⎠

4. Caracterize a sensibilidade da Quantidade Económica de Encomenda aos


seguintes factores:

Consumo / Procura
Custos

Consumo / Procura
O aumento do consumo aumenta o QEE.

Custos

O aumento do Custo de Aprovisionamento aumenta a QEE.


O aumento do Custo de Posse diminui a QEE.

5. Qual o impacto de uma redução do tempo de set-up, na Quantidade


Económica de Encomenda aplicada à produção (LEF)?

A redução do tempo de set-up, (mudança de produto) tem um impacto


positivo no ritmo de reposição R.
Neste caso, o ritmo de reposição aumenta uma vez que a capacidade útil
da máquina é superior, o que faz diminuir o LEF.

6. Qual a relação entre nível de serviço e rotura de stock?

A ruptura de stock identifica a percentagem de encomendas não satisfeitas


na totalidade. Normalmente identifica-se como Risco de Ruptura.
O nível de serviços caracteriza a percentagem de encomendas satisfeitas
na totalidade.

Para um risco de ruptura de 5% teremos um nível de serviços de 95%.


7. O que é um stock de segurança?
Ut.03
M.O.05

III . 6 Gestão de Materiais


Guia do Formador
IEFP · ISQ Tipologia dos Sistemas de Gestão de Stocks

Um stock de segurança permite prevenir o sistema relativamente às


flutuações no prazo de aprovisionamento. É calculado por:

Previsão contínua: Ss = Zx DP. Pe

Previsão Periódica: Ss = Zx DP . P + Pe

8. O que acontece à Quantidade Económica de Encomenda se os custos de


armazenagem aumentarem?

O aumento dos custos de armazenagem provoca um aumento de custos de


posse (i) o que origina uma diminuição de QEE.

9. O que acontece à Quantidade Económica de Encomenda se existir um


custo fixo associado à armazenagem, por exemplo o leasing das
instalações?

Se o custo de armazenagem for fixo, a taxa de custo de posse só é "sensível"


a variações nos outros factores nomeadamente no custo do capital
imobilizado. Como sabemos a QEE diminui se a taxa de custo de posse
aumentar.

10. Identifique as vantagens e inconvenientes dos descontos de quantidade.

Vantagens Inconvenientes

Comprador Preços mais baixos Menor rotação de stock


Custos de preparação mais baixos Maior risco de obsolescência
Custos de transporte mais baixos Maior investimento em stock
Menos ruptura Custos de posse mais altos
Protecção contra subida de preços

11. Qual a vantagem de realizar encomendas em grupo?

Frequentemente as empresas aprovisionam mais que um único artigo


proveniente de um mesmo fornecedor e do mesmo local. Assim, parece
lógico e mais económico, tanto para o fornecedor como para o cliente,
agrupar várias referências e transportá-las de uma só vez.

Nesta circunstância, o sistema de gestão terá de ser adaptado de forma a


minimizar simultaneamente os custos de gestão de vários artigos.
Ut.03
M.O.05

Gestão de Materiais III . 7


Guia do Formador
Tipologia dos Sistemas de Gestão de Stocks IEFP · ISQ

12. Como podemos aplicar os métodos de cálculo abordados neste manual a


produtos com procura sazonal?

Para produtos de procura sazonal teremos que dividir o horizonte temporal


e estudar de forma a termos, para esse período de tempo, um comportamento
regular de procura. Depois pode-se explicar a cada um dos períodos qualquer
dos modelos estudados.

Nota: Não é uma solução óptima mas permite uma aproximação ao


problema.

13. Considere um produto que tem o seu mercado estabilizado com um


consumo médio de 40 unidades por dia e uma variação de +/- 10 unidades.

O seu custo unitário é de 7 000$00.

O risco de rotura foi fixado em 5%.

Os resultados de um estudo para avaliar os custos de realização de uma


encomenda definiram um valor de 10 000$00 por encomenda.

A taxa anual de posse de stock é 35%.

Este produto é encomendado a um fabricante e tem um prazo médio de


entrega de 3 dias.

A empresa funciona 230 dias por ano.

13.1 Para este produto a empresa decidiu adoptar o método de revisão


contínua de stock. Calcular:

- A Quantidade Económica de Encomenda.

- O Ponto de Encomenda e o respectivo Stock de Segurança.

- O Custo Variável Total.

Calculemos a Quantidade Económica de Encomenda (QEE)

2 . Ca . D 2 x 10 x 40 x 230
QEE = = = 274 unidades
i .c 0.35 x 7

Calculemos o Ponto de Encomenda (PE)

PE = D . L + Ss
Ut.03
M.O.05

III . 8 Gestão de Materiais


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IEFP · ISQ Tipologia dos Sistemas de Gestão de Stocks

para tal, necessitamos de calcular o Stock de Segurança (Ss)

Ss = Z . DP . L = 1645 x 5 x 3 = 14.25 unidades

Assim, teremos

PE = 40 x 3 +14.25 = 134 unidades

Calculemos agora os Custos Variáveis Totais (CVT)

D . Ca i . c . Q 40 x 230 x 10 0.35 x 7 x 274


CVT = + = + = 671 contos/ano
Q 2 274 2

NOTAS:

Z = 1.645

Considerando um nível de serviço de 95% e lendo o correspondente valor de


Z na tabela da Distribuição Normal obtem-se o valor 1.645.

DP = 5

A variação é equivalente a dois desvios padrões (DP).

13.2 Se a empresa decidir utilizar a revisão periódica, é necessário saber:

- Nível de Stock Objectivo;

- O Período entre Encomendas;

- O Custo Variável Total.

Calculemos o Nível Objectivo

NO = D . (P + L) + Ss

para tal, necessitamos de calcular o Período de Revisão (P) e o Stock


de Segurança (Ss)

QEE 274
P= + = 6.85 dias ≅ 7 dias
D 40

SS = Z . DP . (L + P) = 1645 x 5 x (3 + 6.85) = 25.9 unidades


Ut.03
M.O.05

Gestão de Materiais III . 9


Guia do Formador
Tipologia dos Sistemas de Gestão de Stocks IEFP · ISQ

Assim, teremos

NO = 40 x (6.85 + 3) + 25.9 = 420 unidades

Calculemos agora os Custos Variáveis Totais (CVT)

D . Ca i . c . Q 40 x 230 x 10 0.35 x 7 x 274


CVT = + = + = 671contos/ano
Q 2 274 2

13.3 O fabricante (do produto do exercício 13) decidiu implementar a


filosofia JIT e negociou com a empresa a sua entrega em pequenos
lotes de 100 unidades por dia (revisão contínua). Quais os novos
valores dos parâmetros de gestão?

Calculemos a Quantidade Económica de Encomenda (QEE)

2 . Ca . D 2 x 10 x 40 x 230
QEE = = = 354 unidades
⎛ D ⎞ ⎛ 40 ⎞
i. c. ⎜1 − ⎟ 0.35 x 7 x ⎜1 − ⎟
⎝ R⎠ ⎝ 100 ⎠

Calculemos o Ponto de Encomenda (PE)

PE = D . L + Ss

para tal, necessitamos de calcular o Stock de Segurança (Ss)

Ss = Z . DP . L = 1.645 x 5 x 3 = 14.25 unidades

Assim, teremos

PE = 40 x 3 +14.25 = 134 unidades

Calculemos agora os Custos Variáveis Totais (CVT)

⎛ D⎞ ⎛ 40 ⎞
i. c . Q. ⎜⎜ 1− ⎟⎟ 0,35 x 7 x 354 x ⎜⎜1− ⎟⎟
CVT =
D. Ca
+ ⎝ R ⎠ = 40 x 230 x 10 + ⎝ 100 ⎠ = 520 contos/anos
Q 2 354 2

13.4 Para aumentar as suas vendas, o fornecedor passou a fazer descontos


de quantidade:

1 a 999 unid. 7 000$00


1 000 a 1 499 unid. 6 800$00
mais que 1 500 unid. 6 750$00
Ut.03
M.O.05

III . 10 Gestão de Materiais


Guia do Formador
IEFP · ISQ Tipologia dos Sistemas de Gestão de Stocks

Nestas condições, que quantidade encomendar?

1º passo

Calcular a Quantidade Económica de Encomenda em cada intervalo


(Qw)

Custo unitário Intervalo de [QW] Dentro do


[ci] [Q] intervalo (?)

6 750$00 > 1 500 279 Não


6 800$00 1 000 - 1 499 278 Não
7 000$00 1 - 999 274 Sim

2 . Ca . D 2 x 10 x 40 x 230
Q 6 750$00 = = = 279 unidades
i.c i 0.35 x 6.75

2 . Ca . D 2 x 10 x 40 x 230
Q 6 800$00 = = = 278 unidades
i.c i 0.35 x 6.80

2 . Ca . D 2 x 10 x 40 x 230
Q 7 000$00 = = = 274 unidades
i.c i 0.35 x 7

2º passo

Calcular os Custos Totais (CT)

Quantidade / Custo Total [CT]


/ encomenda (contos/ano)

274 65 071

1 000 63 842

1 500 63 933

D . Ca i. c . Q
CT (274) = + + c .D
Q 2
40 x 230 x 10 0.35 x 7 x 274
= + + 7 x 40 x 230 = 65 071contos/ano
274 2
Ut.03
M.O.05

Gestão de Materiais III . 11


Guia do Formador
Tipologia dos Sistemas de Gestão de Stocks IEFP · ISQ

40 x 230 x 10 0.35 x 6.8 x 1000


CT (1000) = + + 6.8 x 40 x 230
1000 2
= 63 842 contos/ano

40 x 230 x 10 0.35 x 6.75 x 1500


CT (1500) = + + 6.75 x 40 x 230 =
1500 2
= 63 933 contos/ano

3º passo

O [CT]* mínimo calculado no 2º passo é 63842 contos/ano associado com


[Q] = 1 000 unidades Logo a solução é:

QEE = 1 000 unidades

13.5 A empresa decidiu comprar 3 tipos de artigos ao mesmo fornecedor:

Se a empresa pretender encomendar os 3 modelos em simultâneo


como deve definir as suas encomendas.

Calculemos o Período de Revisão Colectivo (P*)

2 . Ca 2 .10
P *= n
= n
i. ∑ (Di . c i )
1
0.35 . ∑ (D . c )
1
i i

em que

∑ (D . c ) = 40 x 230 x 7 + 30 x 230 x 5 + 45 x 230 x 3 = 129 950


1
i i

2 x 10
P*= = 0.02097 ano = 0.02097 x 230 = 4.82 dias ≅ 5 dias úteis
0.35 x 129 950

Calculemos o Nível de Stock Objectivo para cada referência

NOA= D . (P + L) + Ss = 40 x (4.82 + 3) + Ss

para tal, é necessário calcular o Stock de Segurança (Ss)


Ut.03
M.O.05

III . 12 Gestão de Materiais


Guia do Formador
IEFP · ISQ Tipologia dos Sistemas de Gestão de Stocks

Ss = Z . (95%) . DP . (L + P) = 1.645 x (3 + 4.82) = 23.26

teremos

NOA= 40 x (4.82 + 3) + 23.26 = 335 unidades

NOB= D . (P + L) + Ss = 30 x (4.82 + 3) + Ss

Ss = Z . (98%) . DP . (L + P) = 2.06 x 7.5 (3 + 4.82) = 43.20

teremos

NOB= D . (P + L) + Ss = 30 x (4.82 + 3) + 43.20 = 277 unidades

NOC= D . (P + L) + Ss = 45 x (4.82 + 3) + Ss

Ss = Z . (96%) . DP . (L + P) = 1.75 x 10 (3 + 4.82) = 48.94

teremos

NOC= D . (P + L) + Ss = 45 x (4.82 + 3) + 48.94 = 400 unidades


Ut.03
M.O.05

Gestão de Materiais III . 13


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Tipologia dos Sistemas de Gestão de Stocks IEFP · ISQ

APRESENTAÇÃO DAS TRANSPARÊNCIAS


PROPOSTAS PARA UTILIZAÇÃO

Análise crítica do modelo de revisão contínua


Stock
Modelo de revisão contínua Disponível

Q
Q Q
Ponto de
Stock Encomenda
Disponível
Q
Ponto de Q Q
Encomenda Tempo

Stock
Disponível
Q
Pa Q Q
Tempo Ponto de
Encomenda

Tempo
Gestão de Materiais III.1 Gestão de Materiais III.2

Modelo de revisão periódica


Análise crítica do modelo de revisão contínua Stock
(cont.) Disponível
Nível
Objectivo

Q3
Q1
Q2

Stock de
Segurança

Pa Tempo
P

Gestão de Materiais III.3 Gestão de Materiais III.4

Análise critica do modelo de revisão periódica


Análise critica do modelo de revisão periódica (cont.)
Stock
disponível Stock
Objectivo
Nível Q2
Objectivo Q1 Q3
Stock
Médio
Q1
Q2 Q3

P Tempo

Stock Tempo
disponível Stock
Objectivo
Nível
Objectivo Q2
Q3 Q4 Q6
Q1 Q5
Stock
Q1 Médio
Q2 Q3

P/2 Tempo

Tempo
Gestão de Materiais III.5 Gestão de Materiais III.6
Ut.03
M.O.05

III . 14 Gestão de Materiais


Guia do Formador
IEFP · ISQ Tipologia dos Sistemas de Gestão de Stocks

Stock
disponível
Modelos mistos
Modelo de revisão contínua. Stock de
Limite Q Q Q segurança
mínimo

Stock
de Stock
segurança Disponível
t1 t2 t3 t4 Tempo
Modelo de ponto de encomenda periódico Q
Ponto de Q Q
Stock
disponível Encomenda
Stock de
Nível Segurança
objectivo

Limite Q1 Q2 Pa
Q4 Tempo
mínimo
Stock
de
segurança
t1 t2 t3 t4 Tempo
Modelo de revisão periódica com limite mínimo
Gestão de Materiais III.7 Gestão de Materiais III.8

Rupturas de stock
Distribuição em frequência da procura semanal
(%) Frequência
acumulada

100

82

Consumo
semanal

50 110 140 unid/sem

Gestão de Materiais III.9 Gestão de Materiais III.10

Distribuição Normal ou de Gauss Modelo teórico de Wilson com Reposição


Instantânea

Stock
Stock
máximo
Q Q Q Q
Stock
médio

t1 t2 t3 Tempo

Gestão de Materiais III.11 Gestão de Materiais III.12

Modelo de Wilson com Reposição Progressiva


Dois descontos de quantidade
Stock
disponível
Q

Stock Q(1-C/R)
máximo

Stock
médio

t1 t2 Tempo

t1 - Produção - Consumo
t2 - Só consumo

Gestão de Materiais III.13 Gestão de Materiais III.14


Ut.03
M.O.05

Gestão de Materiais III . 15


Guia do Formador
Tipologia dos Sistemas de Gestão de Stocks IEFP · ISQ

Um desconto de quantidade em duas


situações
Custo
Unitário
Custo
Unitário
Quantidade económica de encomenda
c1 c1

c2 c2 Custo
Variável
Anual
Variação dos Custos Variáveis Anuais

Qd Qd
Custo Total

Custo CTd > CT1* ou Ct2*


Custo
CT1* > CTd < CT2* Total
Total
CTd Custo
CT1* CT1* Mínimo
CTd CT2* Custo de posse
CT2*

QEE1* Qd Custo de aprovisionamento


QEE1* Qd QEE2*
QEE2*

QEE Q

Gestão de Materiais III.15 Gestão de Materiais III.16

Ut.03
M.O.05

III . 16 Gestão de Materiais


Guia do Formador
IEFP · ISQ Funções de Controlo e Indicadores de Performance

Funções de Controlo e
Indicadores de Performance
M.O.05 Ut.04

Gestão de Materiais
Guia do Formador
IEFP · ISQ Funções de Controlo e Indicadores de Performance

RESUMO

A informação mínima de cada artigo, necessária para o funcionamento eficiente


do sistema de gestão, é a seguinte:

• Identificação (Nome e referências);

• Classe (A, B ou C);

• Custo unitário;

• Descontos de quantidade;

• Procura média periódica;

• Ritmo de reposição;

• Prazo de aprovisionamento;

• Custo de aprovisionamento.

Para avaliar e controlar as políticas de gestão de stocks recorre-se a indicadores


de performance de três tipos:

• Nível de serviço;
• Investimento em stock;
• Performance do sistema.

PLANO DE SESSÃO

Duração
Conteúdo Metodologia Meios indicativa
de desenvolvimento didácticos (horas)

IV.1 Funções de . Apresentação da informação necessária a um


3
controlo e sistema de gestão de stocks (Transparência
indicadores de IV.1)
Performance
. Definição dos indicadores que permitem avaliar
a eficiência e produtividade de um sistema de
gestão de stocks (Transparência IV.2)

. Identificação do campo de aplicação de cada


um dos indicadores.
Ut.04
M.O.05

Gestão de Materiais IV . 1
Guia do Formador
Funções de Controlo e Indicadores de Performance IEFP · ISQ

PLANO DE SESSÃO

Conteúdo Duração
Metodologia Meios indicativa
de desenvolvimento didácticos (horas)

IV.2 Síntese . Realização de uma visita de estudo a uma


3
empresa industrial que tenha um sistema de
gestão de stocks informatizado e analisar o
seu funcionamento. As conclusões desta
visita devem ser apresentadas em sala pelos
formandos.

Total: 6

Ut.04
M.O.05

IV . 2 Gestão de Materiais
Guia do Formador
IEFP · ISQ Funções de Controlo e Indicadores de Performance

ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO

1. Identificar a informação necessária a um sistema de gestão de stocks e a


periodicidade de actualização dessa informação?

A informação mínima de cada artigo necessária para o funcionamento


eficiente do sistema de gestão é a seguinte:

• Identificação (nome e referência);

• Classe (A, B ou C);

• Custo unitário;

• Descontos de quantidade;

• Procura média e periódica;

• Ritmo de reposição

• Prazo de aprovisionamento;

• Custo de aprovisionamento.

A periodicidade variará, evidentemente, em função da evolução temporal


dos factores identificados acima, para cada artigo. Contudo pode-se
considerar como regra geral a seguinte:

Previsão de procura: Mensalmente

Ponto de encomenda: Mensalmente

Quantidade/Encomenda: Trimestralmente

Período de revisão: Semanalmente

2. Identificar indicadores de performance de um sistema de gestão de stocks.

Investimento:

Investimen to em stock (%) =


Investimen to em stock
Total do imobilizado

Rotação de stock (%) =


Custo das vendas
Valor global do stock
Ut.04
M.O.05

Gestão de Materiais IV . 3
Guia do Formador
Funções de Controlo e Indicadores de Performance IEFP · ISQ

APRESENTAÇÃO DAS TRANSPARÊNCIAS


PROPOSTAS PARA UTILIZAÇÃO

INDICADORES DE GESTÃO
SISTEMA DE GESTÃO
Nível de serviço:

Quantidade de encomendas satisfeita s imediatame nte ou nos prazos acordados


Informação fundamental: Quantidade de encomendas recebidas

• Identificação (Nome e referência); Quantidade de artigos entregue imediatame nte ou nos prazos acordados
• Classe (A, B, C); Quantidade de artigos encomendad a
• Custo unitário;
• Descontos de quantidade; Nº de dias sem ocorrência de roturas
Nº total de dias laboráveis
• Procura média periódica;
• Ritmo de reposição;
• Prazo de aprovisionamento; Investimento:
• Custo de aprovisionamento.
Investimen to em Stock
Investimen to em stock (%) =
Total do imobilizado

Actualização da informação através do conhecimento permanente: Performance:

• Stock existente (Se); Rotação de stock =


Custo das vendas
Valor global do stock
• Encomendas pendentes a fornecedores (Ep);
• Pedidos de clientes a satisfazer (Ps); Valor global do stock
Rácio Stock / Vendas =
• Situação do stock (Se + Ep – Ps). Vendas

Gestão de Materiais IV.1 Gestão de Materiais IV.2

Ut.04
M.O.05

IV . 4 Gestão de Materiais
Guia do Formador
M.O.05 IEFP · ISQ C - Avaliação

Gestão de Materiais
Guia do Formador
IEFP · ISQ Teste

Teste
M.O.05

Gestão de Materiais
Guia do Formador
IEFP · ISQ Teste

Formador:

Classificação:

Rubrica:

Teste Gestão de Materiais

Nome:
(Maiúsculas)

1. Faça corresponder os elementos da segunda coluna com os da primeira.

Stock de Segurança • • O preço do petróleo está muito baixo, será proveitoso para a empresa
comprar grandes quantidades

Stock de Ocasião • • A empresa tem que controlar stocks de telemóveis com tecnologia
WAP, porque estão a ser muito procurados havendo risco de se
esgotarem no fornecedor.

Stock de Antecipação • • Os meus fornecedores variam muito o prazo de entrega, logo tenho que
ter níveis de stock elevados.

2. Através da análise do quadro seguinte indique quais os níveis de serviço em relação a:

Número de produtos

Número de unidades encomendadas

Número de encomendas

Nº de Unidades Nº de Unidades
Encomenda Descrição Produtos/Encomenda
encomendadas expedidas

1 A 1 10 8

2 B 1 15 15

3 A 2 10 9
C 12 12

4 D 1 5 5

75%; 94,2%; 60%

60%; 94,2%; 50%

75%; 94,2%; 70%

75%; 94,2%; 50%


M.O.05

Teste Gestão de Ma teriais


Materiais 1/3
Guia do Formador
Teste IEFP · ISQ

3. A Ardidas, S.A. produz 10 modelos diferentes de “Artigos Desportivos”. O quadro seguinte apresenta as vendas
e o custo unitário de cada modelo:

Consumo mensal Custo Unitário


Modelo
(unidades) (contos)

I 13 500 12

II 20 000 11

III 17 000 16.5

IV 1 000 19

V 3 800 12.5

VI 2 500 12

VII 100 22

VIII 6 200 8.5

IX 250 21

X 360 19

Utilize a classificação ABC para classificar os diferentes modelos de artigos desportivos. Justifique as decisões que
tomar.

4. Os gráficos seguintes representam:

I II III

Nível
Disponível Stock
Nível disponivel
Stock Objectivo
Disponível
Q Q3 Q Q
Q1 Limite Q
Ponto de Q Q
Q2 minimo
Encomenda
Stock de Stock de Stock
Segurança Segurança de
segurança

Pa Pa t1 t2 t3 t4 Tempo
Tempo Tempo
P

a) Modelo de revisão periódica a) Modelo de revisão periódica a) Modelo de revisão periódica


com limite mínimo com limite mínimo com limite mínimo

b) Modelo de revisão periódica b) Modelo de revisão periódica b) Modelo de revisão periódica

c) Modelo de revisão contínua c) Modelo de revisão contínua c) Modelo de revisão contínua


M.O.05

2/3 Teste Gestão de Ma teriais


Materiais
Guia do Formador
IEFP · ISQ Teste

5. Calcule o ponto de encomenda do seguinte modelo:

Consumo médio = 100; desvio padrão = 20; Risco de ruptura = 5%; prazo de aprovisionamento = 2 semanas.

6. Como vantagens de adquirir grandes quantidades de um produto com desconto podemos referir:

7. Uma empresa prevê uma procura de 500 unidades por semestre, de um artigo cujo custo de posse é de 20% ano
e cujo custo de aprovisionamento é de 5 000 escudos por encomenda.

I - Menor rotação de stock, custos de posse mais elevados, maior investimento


em stock.

II - Preços mais baixos, Custos de transporte mais baixos, menor risco de


rupturas de stock, maior investimento em stock.

III - Maior rotação de stock, menores custos de transporte, maior investimento em


inventário.

IV - Preços mais baixos, Custos de transporte mais baixos, menor risco de


rupturas de stock.

A tabela de preços é a seguinte:

Quantidades Preços unitários


(escudos)

100 - 499 200


500 - 1 999 175

2 000 - 4 999 150

+ de 5 000 125

Qual será neste caso a QEE? Apresente todos os cálculos.


M.O.05

Teste Gestão de Ma teriais


Materiais 3/3
Guia do Formador
IEFP · ISQ Resolução do Teste

Resolução do Teste
M.O.05

Gestão de Materiais
Guia do Formador
IEFP · ISQ Resolução do Teste

RESOLUÇÃO DO TESTE

1. Faça corresponder os elementos da primeira com os da segunda coluna.

Stock de segurança • • O preço do petróleo está muito baixo, será proveitoso para a empresa
comprar grandes quantidades

Stock de Ocasião • • A empresa tem que controlar stocks de telemóveis com tecnologia
WAP, porque estão a ser muito procurados havendo risco de se
esgotarem no fornecedor.

Stock de Antecipação • • Os meus fornecedores variam muito o prazo de entrega, logo tenho que
ter níveis de stock elevados.

2. 75%; 94,2%; 50%

Consumo mensal Custo unitário Valor anual % Artigos

I 13 500 12 162 000 10

II 20 000 11 220 000 20

III 17 000 16,5 280 500 30

IV 1 000 19 19 000 40

V 3 800 12,5 47 500 50

VI 2 500 12 30 000 60

VII 100 22 2 200 70

VIII 6 200 8,5 52 700 80

IX 250 21 5 250 90

X 360 19 6 840 100


M.O.05

Gestão de Materiais 1
Guia do Formador
Resolução do Teste IEFP · ISQ

Modelo Valor anual % Valor % Valor acumulado

3 280 500 33,96 33,96

2 220 000 26,63 60,59 A

1 162 000 19,61 80,2

8 52 700 6,38 86,56

5 47 500 5,75 92,33


B
6 30 000 3,63 95,96

4 19 000 2,30 98,26

10 6 840 0,83 99,09

9 5 250 0,64 99,73 C

7 2 200 0,27 100

Total 825 990

3.

A classe A corresponde a 80,2% dos custos e 30% do número de artigos. A classe B representa 18,06% dos custos
e 40% do número de artigos. A classe C representa 17,4% dos custos e 30% do número de artigos.

4. I - c) Modelo de revisão contínua


II - a) Modelo de revisão periódica com limite mínimo
III - b) -Modelo de revisão periódica

5. Ponto de encomenda Pe = C x Pa + Ss

Stock de segurança Ss = Zx x DP x Pa

Zx 95% = 1,645 Ss = 1,645 x 20 x 2

Ss = 46,53

Pe = 100 x 2 + 55

Pe = 200 + 46,53

Pe = 246,53
M.O.05

2 Gestão de Materiais
Guia do Formador
IEFP · ISQ Resolução do Teste

6. Preços mais baixos, custos de transporte mais baixos, menor risco de rupturas de stock.

7. C = 1 000 unidades / ano

i = 20%

C2 = 5 000 escudos / encomenda

2 x Ca x C 2 x 5000 x 1000
QEE 5000 = = = 632,45
i.c 0,20 x 125

2 x 5000 x 1000
QEE 5000 = = 577,35
0,20 x 150

2 x 5000 x 1000
QEE 5000 = = 534,52
0,20 x 175

2 x 5000 x 1000
QEE 5000 = = 632,45
0,20 x 125

1000 x 5000 0,2 x 125 x 5000


CVT5000 = + + 1000 x 125 = 188500
5000 2

1000 x 5000 0,2 x 150 x 2000


CVT2000 = + + 1000 x 150 = 182500
2000 2

1000 x 5000 0,2 x 175 x 535


CVT535 = + + 1000 x 125 = 193708,29
535 2

A QEE é de 2000 unidades.


M.O.05

Gestão de Materiais 3
Guia do Formador
IEFP · ISQ Anexo - Transparências

Anexo - Transparências
M.O.05 An.01

Gestão de Materiais
Guia do Formador
Nível de serviço de componentes/produto

1,0
0,9
Nível de serviço do conjunto

0,8
0,7
0,6
0,5
0,4 n=2
n=3
0,3
0,2

0,1 n=4
n=5
0,0
1,0 0,9 0,8 0,7 0,6
Gestão de Materiais I.1
Factores a ter em conta em gestão de stocks

Gestão de Materiais I.2


Classificação ABC

Gestão de Materiais II.1


Modelo de revisão contínua

Stock
Disponível
Q
Ponto de Q Q
Encomenda

Pa Tempo

Gestão de Materiais III.1


Análise critica do modelo de revisão contínua

Stock
Disponível

Q
Q Q
Ponto de
Encomenda

Tempo

Stock
Disponível
Q
Q Q
Ponto de
Encomenda

Tempo

Gestão de Materiais III.2


Análise critica do modelo de revisão contínua
Stock (cont.)

Stock
médio Q

Tempo

Stock

Stock Q/2
médio

Tempo
Gestão de Materiais III.3
Modelo de revisão periódica

Stock
Disponível
Nível
Objectivo

Q3
Q1
Q2

Stock de
Segurança

Pa Tempo
P

Gestão de Materiais III.4


Análise critica do modelo de revisão periódica
Stock
disponível

Nível
Objectivo

Q1
Q2 Q3

Stock Tempo
disponível

Nível
Objectivo

Q1
Q2 Q3

Tempo

Gestão de Materiais III.5


Análise critica do modelo de revisão periódica
(Cont.)
Stock
Objectivo
Q2
Q1 Q3
Stock
Médio

P Tempo

Stock
Objectivo

Q2 Q3
Q1 Q4 Q5 Q6
Stock
Médio

P/2 Tempo
Gestão de Materiais III.6
Modelos mistos
Stock
disponível

Q Q Q
Limite
mínimo

Stock
de
segurança
t1 t2 t3 t4 Tempo
Modelo de ponto de encomenda periódico
Stock
disponível

Nível
objectivo

Limite Q1 Q2 Q4
mínimo
Stock
de
segurança
t1 t2 t3 t4 Tempo
Modelo de revisão periódica com limite mínimo
Gestão de Materiais III.7
Modelo de revisão contínua. Stock de
segurança

Stock
Disponível
Q
Ponto de Q Q
Encomenda
Stock de
Segurança

Pa Tempo

Gestão de Materiais III.8


Rupturas de stock
Aumento súbito da procura
Stock D máx
Disponível
D méd.

Ruptura Tempo
D méd. - Procura média
D máx. - Procura aumentada a partir do momento (t)

Alongamento do prazo de
Aprovisionamento
Stock
Disponível

Pa norm Tempo
Pa máx Ruptura

Pa norm - Prazo normal de aprovisionamento


Pa máx - Prazo alongado de aprovisionamento

Gestão de Materiais III.9


Distribuição em frequência da procura semanal
(%) Frequência
acumulada

100

82

Consumo
semanal

50 110 140 unid/sem

Gestão de Materiais III.10


Distribuição Normal ou de Gauss

Gestão de Materiais III.11


Modelo teórico de Wilson com Reposição
Instantânea

Stock
Stock
máximo
Q Q Q Q
Stock
médio

t1 t2 t3 Tempo

Gestão de Materiais III.12


Modelo de Wilson com Reposição Progressiva

Stock
disponível
Q

Stock Q(1-C/R)
máximo

Stock
médio

t1 t2 Tempo

t1 - Produção - Consumo
t2 - Só consumo

Gestão de Materiais III.13


Dois descontos de quantidade
Gestão de Materiais III.14
Custo Custo
Unitário Unitário
c1 c1

c2 c2

Qd Qd

Custo Custo CTd > CT1* ou Ct2*


CT1* > CTd < CT2* Total
Total
CTd
CT1* CT1*
CTd CT2*
CT2*

QEE1* Qd
QEE1* Qd QEE2*
QEE2*

Um desconto de quantidade em duas


situações
Gestão de Materiais III.15
Quantidade económica de encomenda

Custo
Variável
Anual
Variação dos Custos Variáveis Anuais

Custo Total

Custo
Mínimo
Custo de posse

Custo de aprovisionamento

QEE Q

Gestão de Materiais III.16


SISTEMA DE GESTÃO

Informação fundamental:

• Identificação (Nome e referência);


• Classe (A, B, C);
• Custo unitário;
• Descontos de quantidade;
• Procura média periódica;
• Ritmo de reposição;
• Prazo de aprovisionamento;
• Custo de aprovisionamento.

Actualização da informação através do conhecimento permanente:

• Stock existente (Se);


• Encomendas pendentes a fornecedores (Ep);
• Pedidos de clientes a satisfazer (Ps);
• Situação do stock (Se + Ep – Ps).

Gestão de Materiais IV.1


INDICADORES DE GESTÃO
Nível de serviço:

Quantidade de encomendas satisfeitas imediatame nte ou nos prazos acordados


Quantidade de encomendas recebidas

Quantidade de artigos entregue imediatame nte ou nos prazos acordados


Quantidade de artigos encomendad a

Nº de dias sem ocorrência de roturas


Nº total de dias laboráveis

Investimento:

Investimen to em Stock
Investimen to em stock (%) =
Total do imobilizado

Performance:

Custo das vendas


Rotação de stock =
Valor global do stock

Valor global do stock


Rácio Stock / Vendas =
Vendas

Gestão de Materiais IV.2

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