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I - Introdução:

1 – Conceito de Parasitismo:

É um tipo de associação entre dois seres vivos, em que um dos associados é


prejudicial e o outro é favorecido.
A característica fundamental do parasitismo é o prejuízo de um dos associados.
A origem do termo “Parasitismo”, cuja constituição etimológica provém de
PARA – ao lado e SITOS – alimento, provém de uma função específica que uma certa
categoria de sacerdotes exercia na Roma antiga, ofereciam comida aos deuses
aproveitando-se desses alimentos.
Posteriormente, passaram a ser assim designados ao indivíduos que compareciam
as festas sem serem convidados e, finalmente, a atual significação.

2 – Origem do Parasitismo:

Os seres vivos de uma geral competem entre si o meio ambiente e em busca de


um objetivo único, a sobrevivência. Algumas espécies sentiram a necessidade de se
associarem a outras, buscando sempre uma melhor maneira de sobreviver.
A associação entre dois seres que trocam benefícios mútuos é chamada de
simbiose, nem sempre a associação é benéfica aos seres, havendo pois, em alguns casos,
prejuízo para um dos seres associados.
No parasitismo consideramos pois hospedeiro e parasita.

3 – Divisão da Parasitologia:

Parasitologia – ocupa-se dos animais que parasitam o homem e dos transmissores


de moléstias, denominados vetores.
Protozoologia
( Protozóarios )

Parasitismo – Helmintologia
estudo dos animais ( Helmintos )
parasitos

Parasitologia

Microbiologia – Bacteriologia
estudo dos vegetais ( Bactérias)
parasitos
Micologia
( Cogumelos e
fungos )

Virologia
( Vírus )

4 – Terminologia:

São freqüentemente em Parasitologia os seguintes termos, dentre outros:

Parasito – organismo agressor e favorecido.


Hóspede ou bionte – nome genérico que se dá ao parasita.
Hospedeiro ou biosado – nome genérico que se dá ao ser que é parasitado.
Hospedeiro definitivo – ( H.D.) – organismo que possui parasita em sua forma adulta. O
homem é o H.D. em relação a Taenia Solium.
Hospedeiro intermediário – ( H.I.) – organismo que possui formas intermediárias do
parasita. O porco, por exemplo, é o H.I da Taenia Solium.
Hiperparasitismo – é a associação em que um parasita é parasitado por outro parasita.
Transmissão de um parasito – é a sua passagem de um indivíduo para outro.
Pode-se dar de um animal transmissor, ou através de alimentos infectados, por
penetração cutânea.
A transmissão de um parasito do interior de um hospedeiro de um hospedeiro
para outro, pode ser direta ou indireta.
Quando o parasito necessita passar uma das fases de seu ciclo no meio externo ou
no organismo de outro animal, a transmissão é dita indireta, que poderá ser feita através
de um vetor ou transmissor que transportará o parasito para o corpo de outro hospedeiro
e será direta, quando não houver hospedeiro intermediário. Pode ser passiva, por
ingestão dos ovos ou embriões ou ativa por penetração de larvas pela pele.

Portador:

É a pessoa que, sem apresentar doença, abriga o agente infeccioso em condições


de transmiti-lo a uma pessoa susceptível. O portador é uma fonte de infecção.

Período de Incubação:

É o intervalo de tempo que decorre entre a infecção e o aparecimento de sintomas


da doença.

Patogenia :

Corresponde à capacidade de um parasito causar danos aos organismos de um


hospedeiro.

Ciclo Evolutivo:

Período compreendido entre seu estágio larvar e sua fase reprodutivamente


madura.

5 – Classificação dos Parasitas:

Podemos classificar o Parasitismo em:

A – Ocasional;
B – Facultativo;
C – Obrigatório

- Permanente;
- Temporário;
- Periódico.

E classificação dos parasitas será, logicamente, a seguintes:

A – Quanto à ocorrência
- Ocasionais;
- Facultativos;
- Obrigatórios;
- Permanente ;
- Temporários ou transitórios;
- Periódicos.

B – Quanto à região do parasita

- Ecto Parasitas – externos;


- Endo Parasitas – internos;

C – Quanto ao tipo de associação

- Animal x animal ( zoozoótico );


- Vegetal x vegetal ( Fitofítico );
- Vegetal x animal ( Fizoótico ).

Quanto à ocorrência:

A – Acidentes ou ocasionais – são os que somente se tornam parasitas ocasionalmente.


Ex.: certos fungos e bactérias apenas saprofitas, isto é, vivem da matéria orgânica
putrefata e podem, ocasionalmente, atingir feridas de animais ou lesões em vegetais,
infectando os tecidos dos mesmos.
As micoses, não raramente, são ocasionadas por esse tipo de parasitas.

B – Facultativos ou condicionais – são os que praticam habitualmente a vida


parasitária, mas que, em certas circunstâncias, assumem outro modo de vida, Ex.:
algumas bactérias e fungos que parasitam seu hospedeiro, cuja morte os obriga ao
saprofitismo que se inicia pela putrefação do cadáver, que até ajudam a completar.

C – Obrigatórios – também designados de necessários ou absolutos. Animais para os


quais a vida parasitária é irreversível pelo menos em alguma fase de seu ciclo vital. São
os que só conseguem sobreviver no ambiente proporcionando pelo hospedeiro, isto é, ás
expensas, dele. Não conhecem outro modo de vida parasitária. Ex.: Taenia Solium.

Há três tipos de parasitismo obrigatório:

- Permanente ;
- Temporário;
- Periódico.

Parasitismo Permanente:

É aquele em que o parasita têm necessidade de passar todo seu ciros. É o que ocorre
com os piolhos que só podem viver, de modo permanente, associados aos seus hospedeiros,
morrendo quando deles são afastados.
O mesmo acontece com numerosos outros parasitos do homem e animais como por
exemplo: as Taenias que necessitam de um ou mais de um hospedeiro para sua existência.

Parasitismo Temporários:

O parasitismo temporário ou intermitente é um tipo de parasitismo obrigatório, no


qual o indivíduo só procura o hospedeiro para dele retirar seu alimento. É o tipo de
parasitismo que se observa nos insetos hematófagos, isto é, aqueles que se nutrem de
sangue. Ex.: sanguessuga, pulgas.

Parasitismo Periódico:

É um terceiro tipo de parasitismo obrigatório, no qual há fases obrigatórias de


parasitismo e fases de vida livre, que se sucedem regularmente no curso da vida do
indivíduo. Ex.: mosca do berne.

Quanto à região do parasitismo em relação ao hospedeiro, classificam-se em


Ectoparasitos e Endoparasitos.

Ectoparasitos – que vivem à superfície do corpo dos hospedeiros, como


exemplo, os piolhos, os carrapatos, pulgas, etc.
Endoparasitos – que se localizam na intimidade dos tecidos ou na luz de
cavidade naturais. Ex.: o protozoário, causador do impaludismo que vive no interior dos
glóbulos vermelhos do sangue ou as tênias do homem, que se localizam no interior do
intestino.

Quanto ao tipo de associação:

O parasitismo conforme ocorre entre os indivíduos dos dois reinos (animal e


vegetal), é chamado de:

- Zoozoótico – animal parasitando animal;


- Zoofítico – animal parasitando vegetal;
- Fitofítico – vegetal parasitando vegetal;
- Fitozoótico – vegetal parasitando animal.
II – Principais doenças causadas por Protozoários

1 – Generalidades:

Os protozoários, no reino animal, representam a mais inferior das divisões deste


reino.
São os seres microscópicos, unicelulares e como qualquer célula, possuem em
suas estruturas uma membrana, um citoplasma e um núcleo. As diversas funções que
nos organismos superiores desenvolvidos, são executados por vários tecidos e órgãos
especializados, nos protozários são executados por organelas que se diferenciam em
várias funções.
Quanto a locomoção destes protozoários pode ser feita através de flagelos, cílios
ou pseudópodos.
A nutrição é variada, podendo ser de substâncias dissolvidas em seu meio,
alimentando-se de detritos orgânicos em decomposição ou ainda produzindo seus
próprios alimentos através de processos fotossintéticos.
A reprodução dos protozoários geralmente é feita por divisão binária, onde um
organismo se divida em dois, originando seres semelhantes.
E no que diz respeito a maneira de vida, os protozoários podem, ser encontrados
na natureza, livres, em associação comensais ou ainda parasitando outros animais.

2 – Doença de Chagas:

A – Definição :

A doença de Chagas ou Mal de Chagas produzida pelo protozoário Trypanosoma


Cruzi é transmitida ao homem e a outros animais habitualmente através de triatomídeos.
Carlos Chagas, cientista brasileiro, conseguiu demonstrar a infecção humana causada
por este parasita em 1909. O nome da espécie, Cruzi, foi dado em homenagem a
Osvaldo Cruz, outro cientista brasileiro de renome internacional.

B – Distribuição Geográfica:

A doença de Chagas constitui grave e alarmante problema de saúde pública, dada


a ampla distribuição por todo o continente sul americano, principalmente na Argentina,
Brasil, Chile, Uruguai e Venezuela. No Brasil, os Estados de maior endemicidade são os
Estados de Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Bahia, Paraná e Riu Grande do Sul.
O baixo nível socio-econômico e a precariedade das habitações, tais como,
ranchos de pau-a-pique e residências de madeira e de tábuas mal ajustadas e sujas,
contribuem para a domiciliação do triatimídeo e constituem fatores importantes para a
epidemiologia da infecção humana.

O trypanosoma Cruzi é transmitido ao homem pelo “barbeiro”, inseto que se


alimenta de sangue. O “barbeiro” também conhecido no interior por “chupão”,
“chupança”, “percevejo-de-parede”, “bicudo”, fincão”, “porocotó”. Etc.
Durante o dia o “barbeiro” se esconde nas frestas das casas barreadas, de pau-a-
pique, de sapé, abrigando-se também nos colchões, nas camas velhas, baús, etc.

C – Morfologia:

Este protozoário apresenta aspectos variados, conforme encontrado no organismo


do vertebrado ou do inseto transmissor. Durante seu, ciclo vital passam por um, dois ou
mais estágios evolutivos: Forma Ovóide, intracelular e forma Trypanossoma,
extracelular.

D – Ciclo Evolutivo:

Os trypanossomas encontrados nas fazes dos barbeiros penetram através da pele e


mucosas do indivíduo, no ponto de inoculação. Invadem a corrente circulatória para
nela viver por alguns dias. Um número elevado deles é destruído no sangue. Os que
escapam à destruição localizam-se em variados órgãos e tecidos ( músculos, baço,
fígado, gânglios, transformando-se em formas ovóides e constituindo os focos
secundários. Depois de se multiplicarem com novas invasões, as formas ovóides
evoluem para a forma flagelada, retornando ao sangue periférico a fim de reiniciar o
ciclo. a picada no homem e nos animais constitui o mecanismo normal de infecção do
inseto transmissor, o bicho barbeiro é responsável pela transmissão dos tripanossomas.

E – Mecanismo de Transmissão:

a) Contato das fezes do barbeiro infectado com as moscas ou a pele; as mucosas,


mesmo, íntegras, não estão isentas do perigo de penetração do Trypanosoma cruzi. A
pele só se deixa atravessar quando apresenta solução de continuidade, que pode ser
ocasionada pela picada do inseto (barbeiro);
b) A doença de Chagas pode ser transmitida: através de placenta, ( por via congênita );
c) Por transfusões de sangue e órgãos;
d) através do leite materno.

A noite os barbeiros saem dos seus esconderijos para picarem as pessoas que estejam
dormindo. As picadas são dadas nas partes descobertas, mais comumente na face, e
por isso esses insetos são chamados barbeiros Coçando o lugar da picada, ou
esfregando os olhos com os dedos contaminados pelas fezes do barbeiro, a pessoa
leva os parasitas para as portas de entrada do corpo ( mucosas, local da picada e
qualquer arranhadura da pele ), assim adquire a doença.

F – Patogenia :

Os organismos invasores penetram ativamente e invadem as células adiposas do


tecido subcutâneo e as fibras musculares situadas debaixo do lugar inoculado. Durante
uns três dias os parasitas se multiplicam. Depois, no 49º ou 59º dia rompem-se as
células parasitadas e se produz um foco inflamatório com edema local. Esta é uma lesão
primária característica da Doença de Chagas – é o Chagoma. A forma aguda aparece
duas a quatro semanas após a picada.

Sintomas:

Febre (mais ou menos 38 graus ), mal estar, perda de apetite, dor de cabeça,
inchaço pelo corpo todo ou em volta dos olhos ( Sinal de Romanã ).

O protozoário pode se fixar nas fibras musculares do coração, apresentando


sintomas de uma insuficiência cardíaca, caracterizada por aumento dos batimentos do
coração, pulso fraco, e distúrbios da inervação do coração do coração com dilatação
cardíaca, fibroses no miocárdio, arritmias e tromboses, constituindo estes, o maior
perigo da doença, pois pode ser fatal.
Como o protozoário tem uma certa predileção por fibras musculares podem
ocorrer alterações no esôfago e intestino grosso, se ele parasitar esses órgãos, bem
como, o aumento do fígado e do baço.

G – Diagnóstico :

O diagnóstico baseia-se em dados epidemiológicos ( procedência do paciente,


contato com barbeiros tipo de habitação, etc. ) e na sintomatologia.
Entre os exames laboratoriais incluem-se:
Hemocultura,
Constatação da presença do Trypanossoma Cruzi,
Teste de imunofluorescência.
Outros exames: eletrocardiograma, Rx, ecocardiografia, etc.
B – Tratamento:

Baseia-se principalmente no combate direto ao inseto transmissor:


a) Uso de inseticida, como o hexacloro-ciclo-hexano ( BHC );
b) E proliferação ou melhora das habilitações que propiciam a instalação e proliferação
dos triatomíneos;
c) Viveiros, galinheiros, etc. devem ser situados longe de casa e, quando não forem de
construção ideal, devem constar de simples cobertura sem paredes que possam
abrigar os “barbeiros”.

Outras medidas profiláticas:

- cuidados com as transfusões sangüíneas;


- educação sanitária, alertando a população para os malefícios da
doença e profilaxia da mesma.

Nas casas esburacadas, que por isso mesmo vivem cheias de barbeiros, a
aplicação de inseticidas – principalmente o BHC – nas paredes, com especial cuidado
nas frinchas e buracos onde se escondem, é a primeira medida de combate a doença de
chagas.
A casa bem construída, de preferência com tijolos, rebocada, é a solução
definitiva contra os barbeiros.

3 – Amebíase :

A – Definição:

Parasitose humana cujo agenteetiológico é a Entamoeba Histolytica, quer existem


ou não manifestações clínicas.

B – Distribuição Geográfica:

A Entamoeba Histolytica tem distribuição universal. Sua disseminação depende


muito mais de fatores higiênicos do que geográficos, prevalecendo nas áreas de
condições higiênicas precárias.
O clima representa importante papel na epidemiologia da amebíase. Amebíase.
Maior freqüência ocorre nos climas quentes, sendo menos notado em regiões
temperadas.
Estudos feitos demonstram que a disseminação da parasitose é conseqüência da
falta de saneamento básico e água mal tratada.

C – Ciclo Evolutivo:

Os cistos são os responsáveis pela transmissão da amebíase, de um homem a


outro. Eles são eliminados ao exterior pelas fezes. Tais cistos são ingeridos e no
intestino delgado se desenvolvem, libertando a ameba, a qual se divide resultando em
oito pequenas amebas, estas alimentam-se e crescem. Algumas invadem a mucosa
intestinal e outras dão origem a novos cistos que abandonam o corpo do indivíduo com
as fezes e irão causar novas infestações, completando o ciclo evolutivo.

D – Mecanismos de Transmissão:

O homem constitui a única fonte de contágio. Através das fezes que contém a
forma cística, a contaminação pode realizar-se mesmo que se passe muito tempo depois
da defecação.
A transmissão pode ser por um dos seguintes meios:
a) Contaminação de alimentos pelas mãos poluídas com fezes dos manipuladores de
alimentos ( cozinheiros, garçons, donas de casa );
b) Veiculação pela água poluída com fezes;
c) Transporte mecânicos feito por insetos não–hematófagos, como moscas e baratas.

E – Patogenia:

Amebíase Intestinal – Quando a ameba se aloja nos intestinos, há um período de


incubação com um número variável de dias.

Sintomas:

Em geral os sintomas são lentos e progressivos. Diarréia e violentas cólicas


abdominais podem vir acompanhadas de náuseas, vômitos e necessidade constante de
defecar. Fezes com muito muco e sangue.
Existem sintomas menos aparentes, como o emagrecimento lento, fadiga, dores
abdominais vagas e alterações psíquicas.
Muitos indivíduos portadores da moléstia permanecem sem sintomas por meses e
até anos. A amebíase intestinal algumas vezes pode apresentar complicações como
inflamação e perfuração ( do apêndice principalmente ), com hemorragia e peritonite.

F – Diagnóstico:

O exame de fezes continua a ser o meio principal para a constatação da amebíase,


nos casos de o protozoário estar localizado no intestino. Em certos casos, outros exames
são indicados:
- Retossigmoidoscopia;
- Cintilográfia, ( útil para o diagnóstico do abcesso hepático );
- Biópsia.

G – Tratamento:
A Entamoeba histolytica é bastante rebelde ao tratamento e a amebíase tende a
persistir e torna-se crônica. De acordo com a preferência, podem ser empregados
antibióticos como Erytramed e Falmanox ou medicamento comuns a vários
protozoários, por exemplo: Flagyl, Fanox e Trimidazol.

H – Profilaxia:

Mais importante que o tratamento da moléstia é a sua prevenção uma vez que um
dos maiores problemas para a saúde pública é o portador de amebíase, que não
apresenta quadro clínico definitivo. É o indivíduo aparentemente são, e pode transmitir
a doença.
Se por acaso, suas fezes são depositadas em locais próximos a cursos de água ou
são utilizadas como fertilizantes, há perigo de contaminação.
É bastante comum em regiões do interior do Brasil, as pessoas misturam fezes
humanas com as de animais, para servirem de adubo em suas pequenas plantações.
Desta maneira, pelo contato de fezes infectadas pela Entamoeba Histolytica, os
alimentos ai produzidos levam consigo os protozoários e vão contaminar quem os
ingerir, as fezes humanas não devem ser usadas como fertilizantes.
Por outro lado, a simples coloração da água não destrói as formas císticas de
ameba. Se há suspeita de que um indivíduo com amebíase convive com a família, a
água a ser bebida deve ser fervida.
Alimentos crus devem ser substituídos pelos cozidos. E, como medida para
evitar-se uma contaminação mais direta, o portador da moléstia não pode manipular os
alimentos.
Enfim, a higiene é fundamental para que a contaminação de indivíduos sãos, seja
cada vez menor.

Resumo:

A profilaxia da Amebíase consiste no seguinte:


a) Tratamento de material fecal e lixo;
b) Água potável;
c) Higiene dos alimentos;
d) Educação sanitária.

4 – Malária:
A – Definição:

É uma doença febril, infecciosa, não contagiosa, de evolução crônica, também


conhecida como “febre palustre”, impaludismo e febre intermitente.
O plasmodium, é o protozoário causador da malária no homem, sendo cada
espécie responsável por um tipo diferente de febre. Plasmodium vivax, causa a “febre
tercã benigna”, o plasmodium malariae, causa a “febre quartã” e, finalmente, o
plasmodium falciparum é o causador da “febre terçã maligna”.

B – Distribuição Geográfica:

Trata-se de uma doença universal, ocorrendo principalmente nas regiões tropicais


e subtropicais, em zonas quentes e pantanosas das baixadas e nas margens alagadas de
cursos de água, represas, lagos e lagoas.
As temperaturas baixas reduzem consideravelmente ou impedem a reprodução do
mosquito, no entanto, as causas bem abrigadas constituem um fator moderador da
temperatura e unidade, oferecendo ao vetor um microclima apropriado para a sua
proteção e evolução do parasita.
Cerca de um terço da população do mundo vive em zonas malarígenas e apesar
das campanhas profiláticas, permanece ainda a malária disseminada em extensas áreas
da Ásia, África e América.

C – Ciclo Evolutivo:

Com o fim de realizar o seu ciclo completo o protozoário se utiliza de dois


hospedeiros, onde o Homem é Intermediário e o Mosquito Definitivo. O mosquito do
gênero Anopheles é o agente transmissor, o mesmo é conhecido vulgarmente pelo nome
de “mosquito Prego”, devido ao seu pouso todo peculiar, quase em ângulo reto à
superfície.
Depois da picada do Anopheles, o Plasmodium diminuto penetra no organismo
com a saliva que o mosquito introduz durante a picada.
Os agentes infectantes caem na corrente sangüínea e os que passam através do
fígado penetram nas células deste órgãos, onde forma ninhos e por um processo de
divisão múltipla se assemelha a enormes sacos carregados de milhares de núcleos.
Estes ninhos, uma vez maduros, rompem-se e libertam-se novos parasitas. Parte
destes voltam a penetrar nas células hepáticas, e a outra parte penetra nas hemácias onde
continuam crescendo e parasitando outros tantos glóbulos. Após determinado tempo de
evolução os protozoários terminarão seu desenvolvimento no estômago do mosquito, os
quais, agora adultos, fecundam e dão origem aos Plasmodiuns diminutos ou formas
infectantes que migram para as glândulas salivares do mosquito de onde serão
introduzidos no organismo através da picada.
D – Mecanismo de Transmissão:

Em condições naturais, a transmissão da malária requer um vetor específico


( mosquito do gênero Anopheles ) que tenha previamente adquirindo a infecção de outro
enfermo. Para que um mosquito se torne infectante deve completar-se em seu estômago
o desenvolvimento de Segunda fase do ciclo e devem alcançar as glândulas salivares.
Com relativa freqüência, há casos de transmissão transplacentária, em
conseqüência de transfusões, aplicações de injeções intravenosas utilizando seringas
sem a devida esterilização.

E – Patogenia:

Depois da picada infectante, sobrevem o período de incubação, o qual sendo


variável, é habitualmente de oito a trinta dias, podendo prolongar-se até nove meses,
dependendo da espécie do parasita.
O aparecimento dos primeiros sintomas clínicos é brusco, com calafrios violentos
seguidos de febre alta e, horas após, sudorese profusa com queda da temperatura; essa
tríade – calafrio, calor e sudorese constitui o “acesso malário”, que é seguido por outros
semelhantes, separados por intervalos de apirexia.
Essa “febre interminante”, com horários regulares, é uma das características das
“febres maláricas”, onde o auge febril corresponde à eclosão de uma nova geração de
parasitas.
Além da febre intermitente, inclui-se na sintomatologia:

- Mal estar geral;


- Sono agitado;
- Irritabilidade nervosa;
- Anorexia;
- Incapacidade para o trabalho;

Nas formas graves:

a) Anemia, resultante da hemólise (desnutrição das hemácias 3 a 3,5 milhões por mm³);
b) Anoxemia ( falta de oxigênio );
c) Lesões nos vasos sangüíneos no cérebro e outro órgãos;
d) Anóxia dos tecidos;
e) Hipertrofia esplênica e hepática ( baço grande e duro; fígado de tamanho variável,
doloroso );
f) Fácies típica: “máscara palúdica”, a pele é amarelo terrosa, pele fixação de
pigmentos na derme.
F – Diagnóstico:

- Sintomatologia;
- Exame de sangue.

G – Tratamento:

- Daraprin;
- Fanasulf;
- Cloroquia;
- Amodiaquina;
- Primaquina;
- Proquanil

H – Profilaxia:

- Eliminação ou redução dos criadouros do vetor através de obras


sanitárias, tais como: desaguamento, drenagem, aterramento, etc,
e em alguns casos, ao que denomina-se “luta biológica”
(semeadura de peixes larvífagos, de plantas aquáticas ou terrestres
que modificam o meio, tornando-se inapto como criadouro);
- Combate ao vetor: DDT, BHC, pomadas repelentes;
- Combate às larvas por meio de larvicidas, pulverizando a
superfície aquática com derivados de petróleo ou inseticidas;
- Proteção mecânica ( uso de mosquiteiros e telas metálicas em
portas e janelas ), para impedir o contato do homem com o
mosquito;
- Medicamentos ( ao enfermo );
- Vacinas, proporcionando imunidade durante alguns meses
subsequentes à imunização.

5 – Giardíase :

A – Definição:

Giardíase ou lamblíase é a infecção causada pela Giardia Lamblia.


B – Distribuição Geográfica:

A Giárdia é um parasita cosmopolita e, dos flagelados parasitas é o mais


frequente no intestino do homem, crianças desde a mais tenra idade são parasitadas por
ele. Os adultos são menos infectados que os jovens e crianças, ainda que vivendo em
condições em que a ingestão dos cistos possa ocorrer com freqüência é que o parasita
estimula o desenvolvimento até determinado grau de resistência.
Certos autores consideram menor a incidência do flagelado em lugares de clima
quente e maior em lugares de clima temperado.

C –Morfologia:

A Giárdia lamblia apresenta-se sob duas formas: forma adulta e cistos.

D – Ciclo Evolutivo:

Os cistos são as formas infectantes, sendo, portanto, os responsáveis pela


disseminação da moléstia. São muito resistentes, podendo continuar vivos durante
muito tempo. O número de cistos eliminados por um indivíduo é muito variável,
ocorrendo às vezes períodos de 7 a 10 dias em que estão presentes em pequena
quantidade, chamados fases ou períodos negativos. Admite-se, porém, que o número de
cistos nas fezes varia, nas infecções médias, de 300 milhões a 14 bilhões.
Os cistos ingeridos pelo homem passam ilesos pelo estômago e, chegando ao
duodeno, ocorre a libertação dos protozoários, que iniciam a sua multiplicação e
colonização na parede intestinal.
Em certo momento da sua existência, o protozoário, por fatores ainda
desconhecidos, sofre encistamento, isto é, adquire um revestimento espesso, mais
adequado para enfrentar as condições exteriores, após ser eliminado com as fezes.
Ao contrário dos cistos que são encontrados em fezes formadas, as formas adultas
são encontradas quase que somente em fezes líquidas ou semilíquidas, quando os
movimentos peristálticos estão aumentados e estes não conseguem manter-se
suficientemente aderidos, através das ventosas, na mucosa intestinal.
A eliminação das formas císticas através das fezes de indivíduos infectados,
favorece a reinfecção de outros hospedeiros, através da água, vegetais e outros
alimentos, fechando-se assim o ciclo.

E – Mecanismos de Transmissão:

A disseminação da giardíase está condicionada, aos fatores seguintes:


a) água de beber ou de uso doméstico contaminado;
b) alimento vegetais contaminados tais como: saladas, verduras e frutas;
c) contato direto por manipuladores de alimentos;
d) contato direto de pessoa a pessoa ou como conseqüência de fezes expostas;
e) contato indireto, através de artrópodes domésticos (moscas, baratas).

F – Patologia:

a) dores no hipocôndrio direito ( parte lateral do abdome ) com aspecto de


cólicas hepáticas;
b) duodenite ( dores no epigástrico – parte superior do abdome );
c) azia – náuseas – digestão difícil;
d) fezes diarréicas, líquidas, moles, fétidas e as vezes com coloração esverdeada;
e) distensão abdominal e manifestações gerais com febre, perda de peso e
irritabilidade;
f) perturbações mecânicas através da aderência em grande número à mucosa
duodenal, interferindo na absorção de gorduras, o que provocaria uma
deficiência vitamínica e diarréia por causa do acúmulo de gordurosa.

G – Diagnóstico:

O exame de fezes constitui a melhor maneira para estabelecer o diagnóstico da


giardíase.
Outro método de diagnóstico é o exame de suco duodenal e Biópsia intestinal em
alguns casos.

H – Tratamento:

Com a finalidade de curar essa parasitose: diversas drogas têm sido utilizadas,
entre elas:
- furazolidona ( Flagyl )
- metronidazol ( Giarlan )
F – Profilaxia:

- tratamento da matéria fecal e lixo;


- combate aos insetos responsabilizados pela transmissão;
- proteção da água potável e dos alimentos;
- educação sanitária;
- higiene pessoal.

III – Principais Doenças Causadas Por Helmintos

1 – Generalidades:
Os helmintos compreendem duas grandes divisões do reino animal, os
platyhelmintos que são vermes de corpo chato e, os nematyhelmintos, vermes
cilíndricos.
O sistema digestivo dos Platyhelmintos é incompleto, pois, apesar de possuírem
estrutura funcional semelhante à boca, o ânus quase sempre á ausente, sendo substituído
por dutos excretores.
A grande maioria destes animais são hermafroditas, apesar disto, a reprodução
poderá efetuar-se sexuada ou assexuadamente, onde os ovos resultantes poderão
apresentar desenvolvimento direto ou com estágios larvais intermediários.
Os nematyhelmintos são vermes de corpo cilíndrico e apresentam sexos
separados sendo o macho normalmente menor que a fêmea. A fecundação se dá
internamente onde são produzidos ovos microscópicos revestidos por uma casca
quitinosa, desenvolvendo-se direta ou indiretamente.
O estudo das helmintoses torna-se evidente, uma vez que os helmintos
compreendem milhares de parasitos, que assolam os mais diversos meios possíveis, e
em sua busca audaciosa pela alimentação causam grandes malefícios ao homem e a
população em geral, preocupando de maneira marcante especialistas e autoridades
sanitárias.

2 – Ancilostomíase:

A – Definição:

Doenças causadas pelo ancylostoma duodenale ou necator americanus, sendo


também conhecida pelos seguintes nomes: ancilostomose, necatoríase, uncinaríase,
opilação, amarelão, anemia tropical dos agricultores e dos mineiros.

B – Distribuição Geográfica:

O calor e a umidade são fatores imprescindíveis para a sobrevivência do


ancilostomídeo, daí, sua maior incidência em climas tropicais.
No Brasil, as condições climáticas aliadas a um estado saniotário precário da
população, permitiram que a ancilostomíase encontrasse condições ideais para a sua
disseminação.
A maioria dos estados apresentam grande número de pessoas infectadas, sendo
que somente no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul, em Roraima e no Distrito
Federal as cifras indicam prevalência inferior a 20%. As cifras mais elevadas no Brasil
foram registradas no Maranhão, Piauí, Sergipe, Rondônia e Mato Grosso, observando-
se com freqüência valores acima de 60%.

C – Morfologia:
Tanto o ancylostoma duodenale, quanto o necator americanus apresentam
dimorfismo sexual e, os vermes adultos de ancylostoma duodenale têm de 8 a 11 mm de
comprimento, respectivamente para machos e fêmeas; os adultos de Nacator americanus
são um pouco menores, medindo os machos 7 a 9 mm de comprimento.

Diferenças Entre o Ancylostoma Duodenale e o Necator Americanus

Fêmea Ancylostoma Duodenale Necator Americanus


Tamanho Média 12mm mais longa e mais grossa Mais curta e mais delgada
Forma Recurvada, lembrando a letra “C” Recurvada em “S”
Cápsula bucal Com 4 ou 5 dentes Com lâminas cortantes
Cor Branca Parda
Textura Dura Mole

Macho Ancylostoma Duodenale Necator Americanus


Tamanho 7 a 10mm Pouco menor
Forma Semelhante a um prego Recurvada em “S”
Cápsula Igual a da fêmea Igual a da fêmea

D – Mecanismo de Transmissão:

A integração dos seguintes fatores faz-se necessária, para que se propague o


parasitismo;
a) fonte de infecção adequada;
b) condições apropriadas do meio ambiente e o solo, para o desenvolvimento larvário;
c) hábitos de defecar que favoreçam o desenvolvimento externo do parasito;
d) oportunidade do contato da larva filaríoide com a pele do hospedeiro humano bem
como, maus hábitos alimentares.

E – Ciclo Evolutivo:

Os vermes adultos, hematófagos, vivem na primeira região do intestino delgado,


com a boca profundamente cravada na mucosa. Uma fêmea pode pôr, diariamente
10.000 a 20.000 ovos de forma oval e fina cobertura, já em estágio celular quando são
expulsos com as fezes.
Os ovos eliminados com as fezes, em solo úmido, rico em oxigênio (O²) e com
temperatura entre 23°C e 33°C, pode propiciar as condições ideais para a eclosão dos
ovos em apenas 24 horas, surgindo as larvas.
A larva continua em fase de crescimento, alimentando-se como antes, até que
depois de três ou quatro dias, sofre novas modificações morfológicas, com capacidade
infectantes penetram através da pele do hospedeiro. Ganhando corrente sangüínea, pelos
grandes vasos, atingem rapidamente coração e chegam aos pulmões, onde sofrem nova
muda durante sua migração. As novas larvas, agora maiores, abandonam os capilares,
caem na luz dos alvéolos e migram até a parte superior da árvore respiratória e, ao
serem deglutidas, podem alcançar o duodeno, seu habitat definitivo. Este complexo
trajeto é completo dentro de poucos dias ou em uma semana. No intestino delgado
ocorre a última muda. Alcançam o estado adulto em três semanas e iniciam a ovo
posição.

F – Patologia:

A patogênese da ancilostomíase deve subdividida em três etapas distintas:


- Fase invasiva;
- Fase de migração larvária pulmonar, quando ocorre a terceira
muda;
- Assestamento dos vermes adultos na mucosa intestinal.

Patogenia:
a) anemia progressiva ( toxinas liberadas pelo verme, acarretam a hemólise );
b) perturbações gastrointestinais ( náuseas, vômito e dores no epigastro )
c) depressão física e mental;
d) irritação cutânea ( dermatose ) pela penetração das larvas;
e) pneumonia ( larvas nos pulmões )
f) anorexia ( falta de apetite )
g) bulimia ( geofagia )
h) elotrofagia ( giz, lã, papel, etc );
i) taquicardia.
G – Diagnóstico:

- Clínico – através da sintomatologia.


- Laboratorial - indispensável para a confirmação diagnóstico.

- Hemograma
- Parasitológico
- Pesquisa de sangue oculto nas fezes
- Estudos radiológicos dos pulmões, do coração,
do estômago e duodeno.

H – Tratamento:

A terapêutica habitual da ancylostomíase deve basear-se na utilização do anti-


helmíntico específico e no controle de anemia.
Entre os anti-helmínticos que demonstram melhor eficácia o Mebendazol. É de
fácil administração e não tóxico. De nome comercial Panfugan, Pantelmin.
Em casos de ancilostomíase, do tipo grave, será necessária tratamento hospitalar
não raro com transfusão de sangue.

I – Profilaxia:

A meta principal é atingir uma sensível melhoria da qualidade de vida nas


populações das áreas mais acometidas.
Destacam-se, entre outras, as seguintes medidas profiláticas.
- educação sanitária
- evacuação em fossas ou patentes
- uso de calçados ( penetração ativa )
- tratamento dos infestados
- melhoria do estudo nutricional.

3 – Enterobíase

A – Definição:

A enterobíase ou Oxiuríase é o parasitismo do intestino humano no (ceco, cólon


ascendente , apêndice, reto), pelo Enterobius vermicularis, também conhecido como
Oxiurus. É vulgarmente chamado “bicho de bolsa”. Sua manifestação clínica principal é
o prurido anal ou vulvar determinado pela migração das fêmeas grávidas.

B – Distribuição Geográfica

De distribuição cosmopolita é provavelmente o mais comum e disseminado dos


vermes que parasitam o homem, incidindo mesmo em população que apresentam
condições higiênicas satisfatórias, ao contrário dos demais helmintos intestinais. É
helmintíase de baixo grau de morbidade , mas alta prevalência.
As crianças são infectadas com maior freqüência do que os adultos,
principalmente nas grandes famílias e nas instituições coletivas, especialmente de
doentes mentais.
Predomina no climas temperados, pelos seguintes fatos: o maus hábitos de
higiene relacionados com o frio e agravados pela pobreza;
O viabilidade mais longa dos ovos em climas frios.

C – Morfologia:

O Enterobius vermicularis é um pequeno verme filiforme: o macho mede 3 a 5


mm e a fêmea 8 a 12 mm. Pela forma, tamanho e coloração, se assemelha a um curto fio
de linha branca.
D – Mecanismos de Transmissão:

A infestação se adquire através dos seguintes mecanismos:


1º - Transmissão direta – por transferência dos ovos da região perianal à cavidade oral;
2º - Transmissão indireta – através de poeira, alimentos contaminados e até mesmo por
alguns tipos de moscas;
3º - retro-infestação – que consiste na migração das larvas da região perianal para as
regiões superiores do intestino grosso, local onde os parasitos se tornam adultos.

E – Ciclo Evolutivo:
Quando ingeridos, geralmente na alimentação, os ovos infestantes eclodem
liberando o embrião no intestino delgado onde quando adultos jovens, fixam-se à
mucosa.
Uma vez fecundada a fêmea, seus dois úteros vão aos poucos enchendo-se de
ovos, de modo que, ao fim de certo tempo, a fêmea grávida se transforma em verdadeiro
saco cheio de ovos. Ela não realiza posturas no intestino do hospedeiro e, por isso, os
ovos são raramente encontrados nas fezes. Os ovos já estão embrionados quando
eliminados do útero da fêmea. As fêmeas quando grávidas dirigem-se para as regiões
terminais do intestino, e de modo característico, atravessam o ânus, durante as primeiras
horas da noite, quando a pessoa está dormindo e, iniciam a postura dos ovos. Esses
assim eliminados tornam-se maduros e infectantes em poucas horas. A pessoa reinfecta-
se facilmente através das mãos que coçam as regiões anal e perianal ou que tiveram
contato com as roupas íntimas do corpo ou da cama contaminadas.
F – Patogenia:

a) Inflamação intestinal, resultante da fixação dos vermes adultos à parede intestinal;


b) Dores abdominais, diarréia, possíveis náuseas e vômitos;
c) Prurido anal ( característico da patologia );
d) Salpingite ou ovarite ( raríssimas – quando os parasitas sobem para a vagina em
direção ao útero, trompas e ovários );
e) Irritabilidade, comprometimento do estado geral e anemia.

G – Diagnóstico:

O exame parasitológico não é recomendado, dada a grande dificuldade de se


encontrar tanto o parasito como os seus ovos nas fezes. O método indicado é o da “fita
adesiva” que deverá ser aderida a mucosa anal na ocasião em que se manifestar o
prurido.
Imediatamente após a colheita, a fita é colocada sobre uma lâmina e, ao
microscópio, prescindindo de coloração, os ovos se apresentam com sua forma típica,
ovais e achatados.
Tratamento:

Deverá ser administrado a todas as pessoas infectadas da família ou de grupos


comunitários, de outro modo, haverá reinfecção repetida.
Os medicamentos atualmente mais indicados na terapêutica da enterobíase, em
ordem de preferência, são os seguintes;

- pomoato de pirantel (Combantrim )


- pomoato de pervínio ( Pyr-pam )
- mebendazol ( Pantelmin )

I – Profilaxia:

- higiene pessoal;
- manter as unhas cortadas rente;
- lavar as mãos com escova pela manhã ao levantar e após às
evacuações;
- usar à noite calção justo, como os destinados ao banho de mar;
- higiene das roupas pessoais e de cama;
- proteção dos alimentos de poeiras ou mãos contaminadas de
pessoas parasitadas.

4 – Filaríase:

A – Definição:

Doença causada pela Wuchereria Bancrofti, produzindo alterações marcantes no


sistema linfático do homem.

B – Distribuição Geográfica:

A filaríase linfática por Wuchereria Bancrofli é uma afecção de larga distribuição


nos trópicos e subtrópicos.
No Haiti, Costa Rica e Nicarágua numerosos casos foram constatados. Na
América do Sul, a Colômbia, Venezuela e Equador também apresentam altos índices de
infecção.
No Brasil, as zonas endêmicas são principalmente áreas urbanas e suburbanas ao
longo da costa, sobretudo nos Estados do Pará, Pernambuco, Bahia e Santa Catarina.
Calcula-se que mais de duzentos e cinquenta milhões de pessoas no mundo estão
parasitadas.

C – Morfologia:
A Wuchereria Bancrofli, quando adulta, apresenta forma cilíndrica, sendo sua
coloração branco - leitosa.
As fêmeas possuem comprimento em torno de 80 mm, enquanto os machos,
pouco menores, em torno de 50 mm.
O comprimento dos embriões ( microfilárias ) no homem vai de 127 a 200 micra.
O homem é o único hospedeiro definitivo conhecido, e o sangue transmissor são
os mosquitos, principalmente dos gêneros Culex e Anopheles .

D – Ciclo Evolutivo:

Ao picar a pele, os mosquitos ingerem com o sangue as microfilárias circulantes,


que foram depositadas pelas fêmeas nos vasos linfáticos do homem. No estômago do
mosquito ocorre a primeira evolução do embrião, para o estado larvar, forma esta, que
atravessa o estômago e dirige-se para a região torácica do inseto. No Tórax do mosquito
especificamente nas fibras musculares, evoluem para as formas de larvas infestantes,
que se dirigem até do mosquito.
O mosquito ao picar os novos hospedeiros para alimentar-se, introduz nos
mesmos, as formas infestantes, que ao atingirem os vasos linfáticos, alcançam o estado
adulto uns três meses depois da penetração larvária e começam dar origem aos
embriões, perpetuando o ciclo.

E – Patogenia:

As principais alterações ocorrem a nível do sistema linfático onde se


desencadeiam processos inflamatórios, com febre, calafrios, cefaléia, náuseas,
sensibilidade dolorosa e vermelhidão ao longo de um vaso linfático.

Pode Ocorrer:

 linfangite ( inflamação de vaso linfático )


 linfadenite ( inflamação de gânglios linfáticas )
 linfangiectasia ( varizes linfáticas )
 linforragia ( nos tecidos e cavidades )
 elefantíase que ataca principalmente os membros, o escroto e as mamas, por obstrução
crônica dos vasos linfáticos.

F – Diagnóstico:

O diagnóstico de Filaríase confirma-se por exame parasitológicos (sangue) ou


testes de imunidade (intradermorreação, imunofluorescência ...), podendo-se utilizar
outros meios de diagnóstico tais como o exame radiológico e a linfangiografia. O
hemograma poderá revelar variações acentuadas do número de leucócitos.
G – Tratamento:

 Específico – Hetrazam.
 Geral – Analgésicos e sedativos; antipiréticos; anti-inflamatórios.

H – Profilaxia:

 Combate ao mosquito transmissor ( Culex fatigans );


 Isolamento dos enfermos;
 tratamento dos enfermos;
 Proteção mecânica das habitações (telas nas janelas, etc.) e o uso de repelentes.

Teníase:

A – Definição:

Doença causada por parasitos do gênero Taenia, das espécies solium e saginata.
Estes vermes são também chamados vulgarmente de “solítaria”, pois o indivíduo é em
geral parasitado apenas por um exemplar.
B – Distribuição Geográfica:

Apesar de serem cosmopolitas, a incidência de Taenia Saginata é maior que a


Taenia Solium e depende também dos costumes ou da religião dos povos. Em certos
países da África, do Oriente Médio existe a prática de aquecer a carne apenas por fora,
mantendo o interior cru, sem atingir, portanto, as formas destes vermes capazes de
disseminar a doença.
No Brasil e nas Américas em Geral, as Taenias estão presentes em várias regiões.
O Rio de Janeiro e São Paulo foram os estados brasileiros que apresentaram os mais
altos índices.

C – Morfologia:

As Taenias solium e saginata, quando adultas podem atingir de 2 a 8 metros de


cumprimento. Em sua cabeça, também chamada de escólex, existem 4 ventosas
musculares que servem para fixar o parasito na mucosa intestinal do homem. O
pescoço, liga o escólex ao corpo da Taenia constituindo por grande número – quase mil
seguimentos chamados de anéis ou proglotes. Dentro de cada proglote existe um
conjunto completo de órgãos genitais, tanto masculino como feminino.
Os ovos são formados dentro de cada proglotes. As Taenia não ovipõem. As
proglotes grávidas de Taenia solium desprendem-se unidas em número de dois a seis e
são expulsas durante ou após as evacuações; portanto, não se comportam como as de
Taenia saginata, que saem ativamente, em geral isoladas. Raramente, pode acontecer o
rompimento de um anel no interior do intestino, e os ovos, agora livres, vão para o
exterior com as fezes, podendo ser detectadas no exame parasitológico das fezes.

D – Mecanismos de Transmissão:

A transmissão dos cistos ao homem é feito através da ingestão de carnes de porco


ou de boi, mal cozidas.

E – Ciclo Evolutivo:

O ciclo evolutivo exige a presença do hospedeiro intermediário específico. No


caso da Taenia solium é o porco, sendo outros animais é o próprio homem hospedeiro
intermediário anormais, no caso da Taenia saginata é o boi. os proglotes grávidos
rompem-se no exterior, libertando os ovos, que se espalham no solo. Pelas pastagens.
São bastantes resistentes no meio externo, podendo viver durante um ano em boas
condições de umidade e temperatura.
Ingerido pelo hospedeiro intermediário adequado, o ovo resiste à ação do suco
gástrico. Mas sua casca se abre ao ser atingida pelo suco duodenal, libertando-se o
embrião que penetra no mucosa intestinal e atingindo os capilares venosos, cai na
circulação arterial percorre todos os órgãos fixando-se, nos capilares das regiões mais
propícias ao seu desenvolvimento. No porco escolhe os músculos sublinguais
diafragma, cérebro e coração.
Chegando a seu destino, começa a crescer adquire estrutura vesiculosa e forma-se
o escólex na parede interna da vesícula; ao fim de umas 10 semanas completa seu
desenvolvimento e transforma-se em larva cisticerco. O Cisticercus Cellulosae, como se
chama esta larva, mede uns 10 mm de extensão e uns 5 mm, de largura e vulgarmente se
chama “pipoca” ou “canjiquinha”.
Quando o homem ingere a carne mal cozida de porco ou de vaca, por ação de
sucos digestivos o escólex desinvagina-se e se fixa no intestino delgado, iniciando-se a
formação das proglotes. Só depois de aproximadamente três meses os anéis grávidos,
repletos de ovos, são expulsos nas fezes.

F – Patogenia:
Ao se fixarem na parede intestinal, estes vermes causam pequena lesão, apenas
irritando a mucosa, no entanto, tem maior importância a absorção de produtos tóxicos,
metabólicos, pela parede intestinal, causando fenômenos clínicos, gerais, tais como:
cefaléia, dor abdominal, fome exagerada, fraqueza, emagrecimento, náuseas e,
raramente, convulsões. Há caos de obstrução intestinal, apendicite e peritonite .

G – Diagnóstico:
O diagnóstico da teníase pode ser feito demonstrando-se a presença de proglotes
nas fezes.
Algumas vezes os anéis procuram espontaneamente atravessar o ânus, são então
comprimidos pela musculatura do ânus, libertando-se os ovos nesta região. Nestes casos
poderá ser utilizado o método da “fita adesiva”, anal swab, para diagnosticar a teníase.
Quanto ao exame de fezes, apenas rara e ocasionalmente os ovos poderão ser
encontrados, o que ocorre quando os anéis se rompem no intestino. Por este método não
é possível realizar a identificação da espécie de Taenia.

H – Tratamento:

O Mebendazol ( Panfugan )
O Praziquantel ( Cestox )

I – Profilaxia:

O princípio básico que deve orientar a profilaxia será impedir a ingestão dos ovos
pelo hospedeiro intermediário, através do destino correto a ser dado ás evacuações
humanas.
Outras medidas incluem a fiscalização da carne de porco e derivados a educação
sanitária.
6 – Cisticercose:

A – Definição:

Cisticercose é o nome que designa a infestação do organismo humano pela larva


da Taenia Soliums.
O homem, por possuir a faculdade de albergar em seu intestino a Taenia Solium e
em várias partes de seu corpo a sua larva, o Cysticercus Cellulosae, pode ser o
hospedeiro definitivo e intermediário desse verme. A presença do verme adulto no
intestino causa a teníase e a larva, a cisticercose.

B – Distribuição Geográfica

A cisticercose é encontrada, ao lado da teníase, em países cujas populações


apresentam hábito de higiene precários. É muito freqüente em regiões como na Índia.
Nos Estados Unidos da América do Norte é rara, na América Latina é mais intensa.
Tem sido assinalada em vários Estados do Brasil, principalmente no Estado de
São Paulo.

C – Mecanismos de Infestação

a) Auto – Infestação Interna: por meio do rompimento dos proglotes no interior


do intestino;
b) Auto – Infestação Externa: quando o indivíduo ingere ovos ou anéis de sua
própria Taenia, eliminadas em suas fezes.
c) Hetero – Infestação: decorre da ingestão de água ou de alimentos,
contaminados por ovos do parasita.

D – Ciclo Evolutivo

Os anéis grávidos da Taenia solium são eliminados do intestino juntamente com


as fezes. No meio ambiente degeneram e deixam livres os ovos. Quando os ovos são
ingeridos pelo hospedeiro intermediário, ao atingir o estômago o embrião deixa o ovo,
penetra na mucosa gástrica e pela circulação geral, é elevado até as regiões mais
favoráveis para o seu desenvolvimento, como o cérebro e músculos.

E – Patogenia

Os sintomas clínicos dependem da localização do parasita e da reação por ele


desencadeada. Geralmente atinge o sistema nervoso; podendo observar-se convulsões,
hipertensão intracraniana e distúrbios psíquicos.
Na cisticercose ocular e cisticercose generalizada, poderá ocorrer:
a) desvio do globo ocular;
b) conjuntivite intensiva;
c) dores musculares decorrentes da presença de numerosos cistos na musculatura
esquelética;
d) fadiga e cãibras

Diagnóstico

 sintomatologia;
 exame do líquido cefalorraquidiano;
 exame radiológico.

Tratamento

O esquema medicamentoso mais utilizado em nosso meio baseia-se na


quimioterapia pelas sulfamidas e na utilização de hormônios adrenocorticotrópicos e
glicocorticóides.

7 – Estrongiloidíase

A – Definição
É o parasitismo do homem causado pelo Strongyloides atercoralis. Está doença
tem sido atualmente estudada devido a sua grande sintomatologia e problemas
intestinais.

B – Distribuição Geográfica

A estrongiloidíase está presente em quase todas as áreas do globo, sendo


predominante nas regiões tropicais e subtropicais. No Brasil a doença possui
distribuição uniforme, atinge todos os estados, variando conforme as regiões climáticas
e condições sócio-econômicas das populações.

C – Morfologia

a) Fêmea parasita – tem aproximadamente 2,5 mm de comprimento e vive no


interior da mucosa intestinal, onde deposita os ovos. Elas são ovovíparas: o ovo quando
expulso já contém uma larva que abandona sua membrana no intestino e são
encontradas em fezes recentemente emitidas.
b) Fêmea de vida livre – tem aproximadamente 1,5 mm de comprimento.
c) Macho de vida livre – tem aproximadamente 0,7 mm – é delgado e curvo na
região ventral, com espículos.

D – Mecanismo de Transmissão

A transmissão ao homem é feita pela penetração das larvas infestantes através da


pele, ou ingeridas e atingir diretamente o intestino, sem percorrer o ciclo pulmonar.

E – Ciclo Evolutivo

No ciclo evolutivo do S. stercoralis há que considerar um ciclo parasitário, ciclo


direto, e um ciclo de vida livre. Ciclo indireto. Este último é realizado pela fêmea e o
macho de vida livre. Este parasito é um geo-helminto; vale dizer que parte do seu ciclo
se desenvolve no solo.
No ciclo direto, as larvas eliminadas com as fezes, transformam-se no solo em
larvas infectantes, capazes de atravessar a pele humana, e após ciclo pulmonar, ir
parasitar o intestino delgado sob a forma de fêmeas parasitas.
No ciclo indireto, as larvas eliminadas com as fezes transformam-se em adultos
de vida livre, masculinos e femininos.
No solo, podem ocorrer uma ou mais gerações de vida livre, antes da
transformação da larva de vida livre em larva infectante para o homem. As larvas
filarióides podem permanecer no solo durante muitas semanas e só continuarão o seu
desenvolvimento após alcançar o hospedeiro humano.
F – Patogenia

A larva do parasita provoca irritação e transmitimos principalmente no aparelho


digestivo.
Ocorrem também lesões pulmonares e de outros órgãos.
No local da penetração da larva surgem pruridos e iritema da pele.
Sintomas broncopulmonares: dor torácica e expectoração muco-sanguinolenta.
Sintomas gastrintestinais: espasmos abdominais, diarréias e irritação gástrica.
As diarréias abundantes juntamente com a inapetência, poderão causar no
indivíduo portador de desidratação a anemia. A febre elevada pode apresentar-se por
ocasião da invasão de larvas nos pulmões.

G – Diagnóstico

 Parasitológico de fezes, como exame de rotina;


 O exame da bile com microscopia direta e a biópsia jejunal são processos válidos,
mas não empregados de rotina.
 Nos casos graves, exame radiológico do intestino grosso.

H – Tratamento

Dois são os medicamentos atualmente empregados na terapêutica da


estrongiloidíase: o Tiabendazol e o Cambedazole.
Inclui-se uma série de medidas terapêuticas sintomáticas, a saber: dieta adequada,
hidratação, antiespasmódicos, antidiarréicos e antitérmicos.

I –Profilaxia

 Evacuação em fossas ou patentes


 Uso de calçados ( penetração ativa )
 Educação sanitária
 Tratamento dos infestados
 Higiene pessoal e dos alimentos.

8 – Esquistossomose

A – Definição

A esquistossomose ou esquistossomíase é doença produzida pelo Schistosoma


Mansoni, tendo a água como veículo de transmissão.
B – Distribuição Geográfica

O Brasil um dos mais importantes focos de distribuição da doença no mundo. A


incidência maior é nas zonas quentes e úmidas. A esquistossomose parece em expansão
no Brasil. Muitos fatores podem condicionar a distribuição geográfica da parasitose em
uma área: migração de doentes, espécies vetores e condições de vida das populações.

C – Morfologia

O Schistosoma Mansoni, causador de Esquistossomose, caracteriza-se pela


separação de sexos. O macho possui estrutura alongada e alargada na sua porção
mediana, sendo bastante afilado nas extremidades – mede 9 a 22mm. Duas ventosas são
encontradas na região, anterior, sendo uma oral e outra ventral o canal ginecóforo, onde
a fêmea se aloja por ocasião da cópula.
A fêmea possui estrutura cilíndrica, também afilando-se nas extremidades.

D – Mecanismo de Transmissão

A propagação da doença numa região depende da presença de indivíduos


eliminados ovos, da existência de hospedeiros intermediários (molusco) e do contato de
pessoas suscetíveis com ás águas naturais contendo “cercárias” ( forma infectantes de
Shistosoma Mansoni ).

E – Ciclo Evolutivo

A eliminação dos ovos se faz através das fezes. O contato destes com águas de
riachos, provoca liberação de embriões.
O embrião libertado se alonga e nada ativamente a procura do molusco,
hospedeiro intermediário ( Planorbídeos ), podendo viver de 5 a 26 horas em condições
ambientais apropriadas.
Na evolução do Shistosoma Mansoni consideramos duas fazes: uma no interior
do caramujo que serve de hospedeiro intermediário e outra desenvolvendo-se no
hospedeiro definitivo, o homem.
- Fase larvária intramolusco: penetrando no molusco o embrião principia logo a
fase de desenvolvimento e evolui até suas formas infestantes chamadas de cercarias. Em
20 a 30 dias tem início a eliminação das cercarias. Cada molusco diariamente alguns
milhares de cercarias que nadam de maneira característica e podem permanecer vivas de
um a três dias. As cercarias fixam-se sobre a pele ou mucosas e, nelas penetram em 2 a
15 minutos.
- Fase intramamífero: logo após a sua penetração, as cercarias progridem em
direção aos vasos linfáticos e sangüíneos. Alguns dias depois elas podem ser
encontradas nos pulmões e no fígado, onde se dá o acasalamento. As fêmeas grávidas
migram para a parede intestinal, através da qual, os ovos penetram no intestino.

F – Patogenia

Vários fatores contribuem para causar lesões no organismo parasitado.


O conjunto de distúrbios provocados pelo Schistosoma Mansoni caracteriza-se
por:
- dermatite ( urticária ) pela penetração das cercarias
- bronquite ou pneumonia (na migração das cercarias)
- flebite – pela ação mecânica das formas adultas – inflamação ou obstrução das
vênulas;
- lesões difusas – fígado, baço, intestino, pulmão (pela desintegração dos vermes
ou pelas excreções);
- lesões intestinais – provocadas pela expulsão dos ovos (úlcera, esclerose ou
hiperplasia das mucosas);
- lesões do peritôneo – hiperemia ou hemorragia;
- cirrose periportal (fibrose hepática);
- esplenomegalia;
- necrose e granulomas pulmonares;
- ascite (barriga d’água ).

G – Diagnóstico

 Métodos diretos: parasitológico de fezes , biópsia retal;


 Métodos indiretos: intradermoreação – inoculação de antígenos no antebraço;
reações sorológicas.

H – Tratamento

A cura da parasitose sem lesões avançadas, pode ser alcançada com os


medicamentos específicos:

 Oxamniquine (Mansil)
 Niridazol
 Praziquantel (Cestox)

Nas formas graves, pode ser indicada esplenectomia.

I – Profilaxia

a) Tratamento específico: o tratamento específico adquiriu enorme importância


no controle da esquistossomose, principalmente Oxamniquine.
b) Deposição de fezes em lugar conveniente.
c) Prevenção do contato com a água. Uso de botas ou repelentes de cercarias.
Quando não tiver água convenientemente tratada, fervê-la ou pelo menos usá-
la somente dois dias depois de apanhada.
d) Controle dos caramujos: os caramujos são combatidos de várias maneiras,
principalmente pelo controle do meio ( aterro, aumento de velocidade de
água e controle químico (moluscidas).
e) Educação sanitária e a participação constante da comunidade.

9 – Ascaridíase

A – Definição:

É o parasitismo do intestino delgado pelo Ascaris Lumbricóides, vulgarmente


chamado lombriga.

B – Distribuição Geográfica:

De a distribuição cosmopolita é, entretanto, mais freqüente nas regiões tropicais


e intertropicais.
Sua prevalência relaciona-se intimamente com as condições higiênicas e sócio-
econômicas da população.

C – Morfologia:

Vermes cilíndricos medem, aproximadamente 20 cm de comprimento, sendo as


fêmeas maiores e mais grossas. Os machos, de corpo mais fino, apresentam o extremo
caudal recurvado.

D – Mecanismo de Transmissão:

O homem contrai a ascaridíase pela ingestão de ovos que são levados à boca com
os alimentos líquidos ou sólidos, pelas mãos contaminadas e até mesmo pela poeira.

E – Ciclo Evolutivo:

Os ovos eliminados juntamente com as fezes. Ao encontrarem no solo, condições


de temperatura e umidade adequadas, em 2 a 4 semanas se desenvolve um embrião no
seu interior, condições necessárias para que sejam infestantes.
Estes ovos ingeridos através das vias normais libertam suas larvas, que se
introduzem na parede intestinal. São conduzidas ao fígado pela corrente sangüínea,
depois ao coração e aos pulmões. Através das vias aéreas atingem a epiglote, podendo
ser rejeitadas pela tosse ou deglutidas e alcançar a luz do tubo digestivo, seu habitar
definitivo. Alcançar o intestino delgado, evoluem para a forma de adultos jovens que
crescem e atingem a maturidade sexual. Dois a três meses após a ingestão de ovos
infectantes, inicia-se a nova postura. Uma fêmea deposita cerca de 200.000 por dia.

F – Profilaxia:

a) Pneumonia (quando a ingestão é grande)


b) Irritação brônquica
c) Pequenas hemorragias alveolares
d) Lesões (durante migração das larvas (nos rins, miocárdio e S.N.C.)
e) Asfixia e morte ( movimentos antiperistálticos fazem com que os vermes saiam pelas
narinas e boca).

Decorrente da patologia podem aparecer as seguintes sintomatologias.

 Na fase larvária
 febre (39°C)
 agitação anormal
 vômitos
 cefaléias
 convulsões.

 Na fase adulta
 sono intranqüilo
 sensação de picada no nariz
 desconforto abdominal
 abdome abaulado
 desnutrição e anemia
 oclusão intestinal
 febre e diarréia
 asfixia.

G – Diagnóstico

A identificação de ovos de Ascaris Lumbricóides nas fezes, poderá ser feita


através de exame microscópico das fezes.

H – Tratamento

O medicamento atualmente empregado no tratamento da Ascaridíase é o


Tetramizol e o Mebendazol. É importante fazer o controle de cura serão
considerados curados os pacientes que tiverem negativos os exames no 7º, 14º e 21º
dias após o último dia da medicação.

I – Profilaxia:

 evacuação em fossas e patentes;


 tratamento dos infestados;
 higiene da água, e alimentos;
 educação sanitária.

10 – Tricocefalíase

A – Definição

Tricocefalíase ou tricocefalose é o parasitismo causado pelo verme Tricocephalus


Trichiurus, sendo considerado uma das infecções mais freqüentemente encontrada
entre nós.

B – Distribuição Geográfica

De distribuição cosmopolita, prevalece nas regiões quentes e úmidas, que


possibilitam mais rápido desenvolvimento dos ovos no solo.
No Brasil numerosos casos foram registrados na Bahia e em Minas Gerais. Sua
presença é sempre conseqüente às condições sanitárias de cada região.

C – Morfologia

O Tricocephalus trichiurus, também conhecido como Trichuris Trichiura, é um


helminto de tamanho mediano, onde o verme adulto, mede, aproximadamente 30 a
50 mm de comprimento, sendo a fêmea ligeiramente maior. Este verme possui uma
porção anterior afilada que penetra na mucosa do intestino, fixando-se firmemente, e
uma porção posterior mais grossa, que contêm os órgãos reprodutores.
Na prática observando que o macho, quase sempre apresenta-se enrolado em
espiral, enquanto as fêmeas, ocupa em grande parte pelo útero, está ligeiramente
recurvada.

D – Mecanismos de Transmissão
A transmissão da tricocefalíase se dá pela ingestão de ovos embrionados levados
à boca através de alimentos e bebidas contaminadas pelas mãos contaminadas até
mesmo pela poeira.

E – Ciclo Evolutivo

Os ovos, chegados ao solo com as defecações, em condições ambientais


adequadas, em duas ou três semanas, terá se desenvolvido o embrião no seu interior,
o que os torna infectantes.
Ingeridos pelo homem os ovos embrionários infestantes, localizam-se no
duodeno, onde surgem as larvas. A medida que vão crescendo, sofrem todas as
mudas no intestino humano, dando origem aos vermes adultos e, cerca de 90 dias
após a ingestão dos ovos, as fêmeas iniciam a postura.

F – Patogenia

a) lesões intestinais;
b) absorção de sangue;
c) anemia;
d) diarréia e fezes sanguinolentas;
e) cólicas abdominais;
f) tenesmo e emagrecimento progressivo;
g) anorexia e insônia.

G – Diagnóstico:

 exame parasitológico de fezes;


 endoscopia retal.

H – Tratamento:

No tratamento da Tricocefalose, o medicamento de escola é o Lodeto de


Ditiazanina, Tiobendazol e Mebendazol com orientação médica.

I – Profilaxia:

a) tratamento sanitário das matérias fecais humanas;


b) educação sanitária;
c) fervura e filtração da água;
d) higiene pessoal, principalmente de mãos e unhas;
e) higiene de alimentos contra as moscas;
f) evitar que as crianças entrem em contato íntimo com o solo contaminado.

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