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CAMPO GRANDE-MS
2017
FACULDADE UNIGRAN CAPITAL
CAMPO GRANDE-MS
2017
EDMÉIA ALVES BITTENCOURT DUQUINI
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________
Professora Doutora Débora Teixeira da Cruz (Orientadora)
________________________________________________________
Professora Doutora Sandra Luzia Haerter Armôa (Convidada)
____________________________________________________________
Professora Doutoranda Jucimara Zacarias Martins Silveira (Convidada)
CAMPO GRANDE-MS
2017
Dedico este trabalho ao meu esposo e aos
meus filhos que, com muito carinho e apoio,
não mediram esforços para que eu alcançasse
mais uma conquista em minha vida. Dedico,
também, aos meus irmãos. E, especialmente,
aos meus pais, “In Memoriam”, com todo
amor e gratidão, por tudo que fizeram por mim
ao longo da minha vida. Certamente, todo o
meu desenvolvimento pessoal e toda a minha
formação educacional são frutos do amor e da
dedicação deles. Serei eternamente grata, pois
os ensinamentos recebidos dos meus pais
ficaram registrados em minha memória.
AGRADECIMENTOS
À Deus, sendo o autor da minha vida, meu guia, socorro presente na hora da angústia, e por
ter me dado força e coragem durante esta longa jornada, me proporcionando sabedoria e
entendimento.
Em especial, à minha família que sempre me apoiou nas minhas escolhas e nunca me deixou
desistir daquilo que sempre acreditei, pela paciência que tiveram comigo e pela confiança a
mim depositada.
Aos colegas de caminhada de faculdade, aos que sempre estiveram juntos comigo e aos que
estiveram distante durante esse tempo.
Um agradecimento especial à minha orientadora Profª. Dra. Débora Teixeira, pela paciência,
força, confiança e motivação durante a orientação deste trabalho e pelo incentivo que tornou
possível a conclusão deste projeto.
Aos professores que fizeram parte da minha história, que me acompanharam durante a
graduação, compartilhando seus conhecimentos e experiências.
O ser humano sempre conserva a mais importante das
liberdades, que é a capacidade de transformar sua atitude
frente a uma situação inevitável. Por isso digo que todos
nós temos a oportunidade de crescer como seres humanos,
por mais dolorosa que seja a situação de vida. Quando
alguém aprende a elevar-se acima de si mesmo, passa a
oferecer o testemunho de uma capacidade que é única e
própria do ser humano. Neste momento, a pessoa
consegue transformar uma situação pessoal que era trágica
em um triunfo.
(FRANKL)
CONTRIBUIÇÃO DE VIKTOR EMIL FRANKL AO CONCEITO DA
LOGOTERAPIA E A RESILIÊNCIA
1
Acadêmica do curso de Psicologia da UNIGRAN CAPITAL, E-mail: edmeiaduquini@hotmail.com.
2
Radiologista, Psicóloga, Especialista em Mediação de Conflitos, Ad hoc da Revista Brasileira de Pesquisa em
Saúde da UFES e PUC São Paulo, docente dos cursos de radiologia, psicologia, enfermagem e pós-graduação,
supervisora de estágios de psicologia, Mestre em Bioética, Doutoranda em Saúde e Desenvolvimento da Região
Centro Oeste da UFMS, e Coordenadora do CST em Radiologia - Faculdade UNIGRAN Capital Docente
colaboradora das Ciências Biológicas (UFMS- Campo Grande - MS). Rua Abrão Júlio Rahe, 325, Monte
Castelo, Campo Grande – MS. Tel (67) 3389-3319 e-mail: debora.cruz@unigran.br; deltc@ig.com.br
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 8
4 REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 23
7
8
INTRODUÇÃO
Este estudo justifica compreender a Logoterapia na visão de Viktor Frankl, que trouxe
contribuições sobre a Resiliência. O indivíduo através de suas experiências e atitudes busca
um significado para descobrir um sentido na vida, tornando-a uma força motivadora
(MOREIRA; HOLANDA, 2010), sendo o sentido caracterizado como a subjetividade,
específico e singular de cada pessoa, e diz respeito à vida cotidiana como um todo.
As pessoas são dirigidas, guiadas e controladas por sua subjetividade, pelos seus
próprios desejos, direcionadas por um enfrentamento das situações corriqueiras que determina
o roteiro de sua história, e na maioria das vezes são expressas pelo medo, culpa, ressentimento
podendo levar pelo desejo de vingança, que são controladas e mantidas pelo passado e
idealizações (SILVEIRA; MAHFOUD, 2008).
Deve-se levar em conta, que o sentido da vida é diferente de uma pessoa para outra, de
um momento para o outro, e o que implica, por imediato, não é o sentido da vida de uma
maneira total, mas pela sua própria experiência vivenciada (FRANKL, 2016). Entretanto,
conforme Moreira e Holanda (2010) o sentido da vida existe de forma universal no seu valor,
entretanto de maneira a compreender pela subjetividade do sujeito, podendo ser encontrado
mediante uma busca do paciente e do terapeuta em procurar resposta à questão sobre o que
apenas o paciente e mais ninguém pode fazer, de forma a ser conduzido pelo terapeuta.
Foi observado que o ser humano traça projetos e metas, com a certeza de que isso lhe
trará realização e satisfação, no âmbito profissional, familiar, social, mas quando alcançados
se volta a uma insatisfação, um vazio existencial, e o grande desafio enfrentado corresponde à
sobrevivência diária, correlacionando à capacidade de administrar sentimentos e
relacionamentos rotineiros evidenciando a experiência simples que compõem a vida
(CORRÊA; HOLANDA, 2012).
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1 Logoterapia
Vivenciando o que ele mesmo chamou de “Experimentum Crucius”, experiência de
sobrevivência vivida em nos campos de concentração (ANDRADE, 2015).
Frankl (2016) tinha uma capacidade de percepção da realidade, na qual sua chegada ao
campo de concentração, percebendo “em que pé estão às coisas, fez o ápice da primeira fase
de reações psicológicas, deu por encerrada toda sua vida até ali”, procurando e se permitindo
ver naquele momento, as oportunidades de realizações de sentido para sua vida. Com isso,
Frankl após ter vivido tantas perdas, foi-lhe tirado quase tudo, menos sua força interior, seus
valores, suas crenças, ele entendeu que, para permanecer vivo não era preciso só ser forte
fisicamente, mas ser rico intimamente de amor e compaixão ao seu próximo, isto é, ter um
sentido para lutar (HERTZ, 2011).
Segundo Frankl (2016) após perceber a si mesmo e a outros, através das experiências e
vivências dentro do campo de concentração, foi possível distinguir três fases das reações
psicológica do prisioneiro, a fase da recepção no campo, que se distingue pelo que se poderia
chamar de choque de recepção; a fase da vida em si no campo de concentração, que está
relacionado à insensibilidade, aonde a pessoa aos poucos, vai morrendo interiormente, e a fase
após a soltura, a libertação do campo, que sob o ponto de vista psicológico, pode-se chamar
de verdadeira despersonalização, fazendo com que a pessoa tenha a impressão de que é
estranha a si mesmo.
Após vivenciar de perto o sofrimento dentro do campo de concentração, cujas
condições eram extremamente desumanas, fazendo-o refletir sobre a vida, mesmo diante de
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suas perdas e da dor, era possível dar significado a vida, vendo a profundeza do que é ser
humano e de como é possível o homem usar sua capacidade de transcender uma situação
extremamente controversa, mantendo a liberdade interior, e não renunciar ao sentido da vida,
apesar dos pesares (FRANKL, 2016), onde através de suas experiências constatou que o
indivíduo em seus problemas particulares quanto em situações limítrofes, é possível superar a
dor causada pelo sofrimento, neste sentido, Frankl buscou um estudo com foco na
Logoterapia.
Segundo Frankl (2016), o termo “logos” vem do grego e significa “sentido”. A terapia
do logos é uma abordagem que procura aprofundar-se em um campo de visão holística,
compreendendo o íntimo do ser humano, bem como o mundo que o circunda, ou seja, o
homem deve procurar um significado para sua vida, mesmo diante das diversas circunstâncias
que compõem a sua realidade (DE AQUINO et al., 2011).
Logoterapia se diferencia pela exploração da experiência imediata com base na
motivação humana para a liberdade e o encontro do sentido de vida, desta maneira a mesma
contribui para a construção da Resiliência, modificando os comportamentos negativos em
novas possibilidades, como um fator decisivo na identificação e enfrentamento do sofrimento,
porque a vida diante da dor não perde seu sentido (MOREIRA; HOLANDA, 2010).
Na Logoterapia, o indivíduo não precisaria perguntar qual o sentido da sua vida, mas
reconhecer que é ela que está sendo investigada. Em resumo, toda pessoa é interrogada pela
vida, e somente ela pode responder por sua própria vida, sendo responsável, isto é, a
Logoterapia responsabiliza o indivíduo e compreende a essência da existência humana
(FRANKL, 2016).
A Logoterapia procura mostrar às pessoas que diante de situações desesperadoras e
desagradáveis, levando-as a experimentar seus limites, deste modo a vida ainda pode ter
sentido, desde que o indivíduo assuma a responsabilidade e a vontade de dar um novo
significado para situação momentânea, descobrindo que mesmo não podendo mudar a
situação, ela ainda pode se situar dentro dela com liberdade, e com isso descobrirá sua
capacidade de transformar sua atitude frente a uma situação inevitável (XAUSA, 2013).
Vale salientar que cada época tem suas neuroses, e cada tempo necessita de sua
psicoterapia, de fato, hoje não se enfrenta tanto, como nos tempos de Freud, com uma
frustração sexual, mas sim, com uma frustração existencial. Assim, o paciente peculiar de
nossos dias contemporâneos não sofre tanto, como nos tempos de Adler, de um sentimento de
inferioridade, mas de uma dor, pela falta de sentido, que está associado a um vazio existencial
(FRANKL, 2015).
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Hertz (2011), diz que a origem da falta de sentido reside na ausência de realização de
valores, levando, primeiramente, ao vazio existencial, ocasionando maior sofrimento na
frustração existencial, e, agravando, à neurose espiritual. Cujo sentido da vida tem como idéia
principal na psicoterapia frankliana, que se fundamenta no caráter irreversível da vida
humana, isto é, que segue numa única direção, não sendo possível retornar, significando a
finitude que é a vida.
De fato, a Logoterapia confronta o paciente com o sentido de sua vida e o reorienta,
tornando-o consciente desse significado, colaborando para sua capacidade de exceder a
neurose, que para Frankl é vista como uma necessidade intensa em que a pessoa tende dar
significado para sua existência (FRANKL, 2016).
A Logoterapia não se propõe a indagar nenhum problema intelectual em relação à
existência e o sentido da vida humana, mas mostra a importância da existência humana,
considerando-a como algo extraordinário e que não se pode repetir. Para Frankl, a
Logoterapia toma uma atitude diferente de outras escolas, isto é, “não poupa ao paciente uma
confrontação com o sentido particular que ele tem que pôr em prática, desta forma o
psicoterapeuta deve orientar a encontrar o significado”, e com isso o indivíduo é considerado
responsável pelo preenchimento de um sentido na vida (HERTZ, 2011).
Com isso, a Logoterapia procura conduzir o paciente a criar uma consciência plena de
sua responsabilidade, permitindo que ele escolha perante a qual ou que, ele aprecia, por isso,
que o logoterapêuta procura não impor julgamento de valor a seus pacientes, com isso, não
permite ao médico a responsabilidade de julgar, levando o paciente a decidir se deve
interpretar a tarefa de sua vida, sendo responsável perante a sociedade ou perante sua própria
consciência (FRANKL, 2016).
Desta forma, a proposta poderá despertar no psicólogo um trabalho clínico, a
importância da dimensão humana, da totalidade e compreensão deste indivíduo como um
todo, levando-o a uma psicoterapia de caráter humanista, onde a Logoterapia privilegia o
contato inter-humano, como próprio campo de desenvolvimento terapêutico, proporcionando
desse modo o alcance em que se volta ao homem como um ser livre, responsável, consciente,
tridimensional e, por consequência, autotranscendente (ANDRADE, 2015).
1.3 Resiliência
1.4 Psicologia
sobre o mundo psicológico, separando o homem que atua pela razão, do animal que age pelo
instinto. Enquanto Platão procurou definir um “lugar” para a razão em nosso próprio corpo,
sendo definido como a cabeça, se encontrando a alma humana. Já Aristóteles, por ser um dos
maiores pensadores da história da filosofia, colaborou ao dizer que a alma e corpo não podem
ser dissociados, onde a psyché seria o princípio funcional da vida (BOCK et al., 2008).
1.4.1 Psicoterapia
vivenciada, no qual ele possa chegar a uma formulação interna do conflito e reestruturar sua
vivência de ansiedade diante de uma condição emocional antes intolerável (SANTOS 2013).
2 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para os resultados foram utilizados 4 artigos de publicação entre 2007 a 2012, sendo
possível compreender que os pesquisadores têm uma preocupação com a temática pelo
sentido que o indivíduo tem dado a sua existência. O quadro representa os materiais
pesquisados.
reflexão de temas do
seu próprio cotidiano.
Fonte: artigos científicos pesquisados nos sites Google Acadêmico, Bireme e Scielo, 2017.
Frankl (2016) diz que o vazio existencial se apresenta num estado de tédio, levando o
sujeito a uma busca, na tentativa de preencher este vazio, não encontrando a vida se torna sem
sentido, e seu efeito pode ser mortal, como o suicídio. Xausa (2013) menciona que Frankl
denomina o vazio existencial como um profundo sentimento de que a vida não tem sentido, e
vivemos uma época em que o homem moderno se depare com este sentimento, especialmente
os jovens que não têm um foco, um projeto de vida, gerando assim uma frustração existencial.
Com isso o sujeito tem perdido sua identidade, renunciando sua autonomia diante do que é
imposto pelo outro, onde adolescentes e jovens se submetem a situações, pelo simples fato de
serem aprovado e aceito pelo outro, tanto no contexto familiar ou social.
De Aquino et al (2011) foi realizado um trabalho com dois grupos, sendo grupo
controle e grupo experimental. Onde somente o grupo experimental participou da intervenção,
com reuniões, na qual a metodologia apresentada foi: leitura texto, seguida de uma reflexão
em grupo e da redação dos pensamentos ou experiências vivenciadas pelos integrantes do
grupo, e em seguida a discussão coletiva. Após a intervenção foi possível obter o seguinte
resultado, constatou que houve mudanças no pós-teste, na diminuição dos fatores desespero
existencial e vazio existencial, no grupo experimental, enquanto que no grupo controle não. Já
no fator da realização existencial, observou-se que tanto o grupo controle quanto o grupo
experimental obtiveram aumento nas suas pontuações no pós-teste.
Neste caso, Santos (2013) confirma que é possível realizar um trabalho de prevenção
com jovens, através da Psicoterapia Breve, que há uma sistematização própria na finalidade
organizacional do processo de Psicoterapia com determinado tempo de duração, mas também
com objetivos definidos e precisos, centrados na evolução de um foco. Segundo De Aquino et
al (2011), os resultados obtidos através desta pesquisa, de forma geral foram satisfatórios,
mas carecem de uma comprovação científica mais acurada, no sentido de conferir de forma
mais precisa a eficácia dessas intervenções, proporcionando novas reflexões acerca das
práticas preventivas que utilizam os fundamentos da Logoterapia e análise existencial, onde
foi possível observar que através das discussões em grupo os estudantes puderam ampliar e
reformular suas visões sobre a vida e o mundo, com isso é possível associar um método
clínico ao método experimental em uma experiência comunitária, possibilitando uma
prevenção do vazio existencial, auxiliando os adolescentes, jovens a descobrirem novos
significados, e com isso dar um novo sentido à vida.
Frankl (2016) diz que o sentido não só deve, mas também pode ser encontrado, e na
busca do significado da vida o sujeito é orientado pela consciência, onde encontra através do
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Observou-se que através dos resultados alcançados, que a Logoterapia diz, ser possível
mesmo diante da dor, do sofrimento, da angústia, do caos, o ser humano se sobressair através
do “logos”, isto é, do sentido em que dará a cada situação vivenciada.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
4 REFERÊNCIAS
HERTZ, B. R. A Herança Judaica na Vida e Obra de Viktor Emil Frankl. Curitiba: Juruá,
2011.
LIMA, L. P. Dicionário de Psicologia Prática Moderna Vol. II. Honor Editorial Ltda – São
Paulo, Brasil, 1970.
MORIN, E.; TONELLI, M. J.; PLIOPAS, A. L. V. O trabalho e seus sentidos. Psicologia &
Sociedade. São Paulo, 19, Edição Especial 1: 47-56, 2007.
MYERS, D. G. Psicologia; tradução Daniel Argolo Estill, Heitor M. Corrêa; revisão técnica
Angela Donato Oliva. Rio de Janeiro: LTC, 2012.