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Novo Plural 10.

º ano

Soluções – Unidade 5
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ORALIDADE
II – COMPREENDER E INTERPRETAR O ANÚNCIO PUBLICITÁRIO
1. – Cenário branco, vazio.
– As personagens aparecem sozinhas, mais do que uma vez, em grande plano e mais raramente em plano médio. Intervêm
brevemente, num continuum de frases que se completam, constituindo um texto. Há perguntas que se sucedem, dúvidas,
informações, opiniões, expressão de sentimentos, perplexidades, interpelações, apelos.
– Em determinados planos, aparecem números e expressões a negro, que correspondem a informações dadas.
2. Grandes temas:
– saúde materna;
– planeamento familiar;
– casamentos forçados;
– educação;
– pobreza;
– Direitos Humanos.
3.1 Os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio traçaram etapas até 2015 que estão longe de ser alcançadas. As perguntas
lançadas no início do anúncio têm relação com esta realidade: se os objetivos não estão cumpridos, poderemos ficar à espera?…
3.2 Depois de colocadas as perguntas iniciais (a introdução), para captar a atenção, vai sendo construído o desenvolvimento, através
da abordagem de diversos temas/problemas, de forma encadeada: saúde materna, planeamento familiar, casamentos forçados,
educação, pobreza, Direitos Humanos; finalmente, o anúncio termina com um apelo (a conclusão).
4. Informações objetivas:
– «800 mulheres morrem por dia, por causas evitáveis relacionadas com complicações da gravidez e do parto.»
– «o planeamento familiar podia reduzir a mortalidade materna em 25 a 40%.»
– «67 milhões de raparigas com menos de 18 anos são forçadas a casar.»
– «mais de 140 milhões de meninas e mulheres sobreviveram a uma mutilação genital.»
Afirmações subjetivas:
– «Bem, eu acho que devem ter coisas mais importantes para fazer.»
– «Dói só de pensar!»
– «Isto tornar-se viral é que era.»

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5. Todos os cidadãos.
5.1 Diversos problemas relativos à saúde sexual e reprodutiva das mulheres, ao planeamento familiar, aos casamentos forçados, à
educação, à pobreza, enfim, aos Direitos Humanos.
5.3 A utilização de uma figura pública, conjugada com outras figuras mais ou menos conhecidas e outras totalmente desconhecidas.
6.1 Divulgação do vídeo para tomada de consciência sobre a necessidade de participação na construção da Agenda de
Desenvolvimento Pós-2015.
6.2 Modo imperativo:
– Então fala!
– Vá, fala!
– Fala!
– Partilha o vídeo! Fala com os teus amigos, com a família…
– Envia o vídeo, agora.
– Põe no teu Facebook. (…)
– Fala hoje.
– Mas fala.
– participa
7. O dinamismo do texto advém de:
– formato utilizado no encadeamento do texto, com a intervenção rápida e articulada de diversas personagens;
– utilização de frases curtas e de tipo diversificado: interrogativas, exclamativas, declarativas, imperativas;
– gestualidade, expressão facial e entoação das personagens muito expressiva.

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ONU – Organização da Nações Unidas (1945)
OMS – Organização Mundial de Saúde (1948)
UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (1946)
UNICEF – Fundo das Nações Unidas para a Infância (1946)
ACNUR – Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (1950)
FAO – Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (1945)
OIT – Organização Internacional do Trabalho (1919)

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ORALIDADE
Tópicos para a síntese oral:
– Reportagem sobre a cooperação do Instituto Marquês de Valle Flôr com São Tomé, ao nível da saúde:
– Hospital Central de São Tomé (sala de espera; consultório; exterior do hospital) a equipa médica do Hospital da Estefânia de
Lisboa, liderada pelo cirurgião dr. Francisco Santos e constituída por três médicos e uma enfermeira, analisa casos graves de
ortopedia pediátrica, fazendo o rastreio dos casos que necessitam de cirurgia em Portugal.
– Exterior do hospital – Breve depoimento do dr. António Lima, ortopedista santomense.
– Centro de Saúde da Trindade – A médica pediatra do Hospital Amadora Sintra, dr.ª Susana Pacheco, atende mães com crianças
doentes e presta depoimento sobre a concorrência da medicina tradicional com a medicina.
– Sala de telemedicina – Um médico do Hospital Aires Menezes, em São Tomé, analisa um caso oncológico, em parceria com uma
médica do Hospital Amadora Sintra, usando as técnicas de imagiologia da telemedicina.
– Corredor do hospital – Breve depoimento da doente oncológica e da sua filha.
– Gabinete hospitalar – Declarações do dr. Ahmad Zakhi, responsável pelo projeto de colaboração entre o Instituto Marquês de Valle
Flôr e São Tomé.
– Hospital Central de São Tomé – Equipas cirúrgicas portuguesas de ortopedia e de oftalmologia deslocam-se a São Tomé para
operar. Esta ação enquadra-se no programa de cooperação apoiado pelo Instituto Marquês de Valle Flôr.

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ORALIDADE
SÍNTESE ORAL
2. Tópicos:
– Crianças – dão as boas-vindas à jornalista.
– Professora timorense – refere a alegria de ensinar Português às crianças timorenses, com resultados rapidamente visíveis.
– Professor timorense – afirma que dentro de 10, 20 anos, os resultados do ensino do Português serão visíveis.
– Ministro da Educação de Timor – aposta no ensino do Português, dizendo que se vive um período de consolidação, após os anos de
ocupação indonésia. Afirma ainda que a língua marca a identidade.

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LEITURA DO TEXTO
1. Introdução (1.º parágrafo: apresentação de dados objetivos sobre o filme)
Desenvolvimento:
– unidade e diversidade do português;
– testemunhos;
– viagem pelos quatro continentes da fala lusófona;
– variedades do português.
Conclusão (último parágrafo)
2. Realizado pelo moçambicano Victor Lopes; documentário de 30 minutos; coprodução Brasil-Portugal; filmado em seis países;
alguns países lusófonos não são retratados.
3. «a língua assume feições diferentes segundo a região, o estrato social ou a situação de uso», consubstanciando-se nas variedades
europeia, brasileira e africanas. Apesar das suas variedades, o português é sempre reconhecível, sendo por isso um fator de união
entre os povos que a falam, mesmo diversamente.
4. Variedades faladas.
5. O espetador identificar-se-á com a comunidade de falantes do português, independentemente da geografia, porque a língua
comum é um território imaterial que une.
6. Precisamente para o dinamismo e a capacidade de renovação e miscigenação da língua que produziu as diferentes variedades.
7. «Não há como não se emocionar com o belo documentário»; «Passagens de delicado lirismo»; «Declaração de amor à língua
portuguesa»; «Vale a pena (...) extraordinário documentário de Victor Lopes».

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LEITURA DO TEXTO
1. Segundo José Mattoso, o processo de construção da identidade nacional foi demorado, passando por várias fases.
2. O território (de fronteiras fixadas desde há muitos séculos) e a língua, antiga e espalhada pelo mundo.
3.1 Fatores de afirmação:
– fronteiras estáveis mais antigas da Europa;
– a terceira língua europeia mais falada no mundo.
3.2 Relação de contraste entre a solidez das fronteiras e da língua e o enriquecimento da identidade, conseguido pelo contacto com
outros povos.
4. De acordo com o texto, a riqueza da cultura portuguesa advém, em grande parte, da sua capacidade de integrar elementos de
outras culturas e de, simultaneamente, se integrar noutras culturas. Foi, desde o início, uma cultura de miscigenação, de elementos
provenientes dos diversos povos que aportaram à Península Ibérica e que, de certa forma, criou as condições para a aventura dos
Descobrimentos.
5. É da responsabilidade dos cidadãos a defesa da cultura e da identidade, através do estudo, da investigação e da divulgação, bem
como é dever de todos a proteção do património.

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Os Lusíadas é o 3.º documentário da série Grandes Livros, da RTP2. Com duração de 50 minutos, é narrado por Diogo Infante.
Escolher um excerto deste excelente documentário e realizar uma atividade de compreensão e expressão oral será muito produtivo.
Pode, por exemplo, fazer-se o visionamento com tomada de breves notas, seguido de uma troca de pontos de vista sobre a parte
visionada. O visionamento deste minuto pode ser o pontapé de saída para uma pequena conversa sobre esta questão e, ao mesmo
tempo, a abertura para o questionário de mobilização dos conhecimentos adquiridos apresentado no manual.

ORALIDADE
1. O dia 10 de junho é um feriado nacional, o Dia de Portugal, no qual se assinala a morte de Camões, considerado o grande poeta da
nação, pela autoria da sua epopeia, Os Lusíadas.
2. O livro perfeito, a obra-prima.
3.1 «têm sido usados». Tem um valor de repetição, de duração da realidade até ao momento atual.
3.2 Os Lusíadas têm funcionado como símbolo e pilar da construção da identidade nacional.
3.3 Apesar do seu valor intemporal, Os Lusíadas apresentam aspetos que terão de ser interpretados à luz da época em que foram
escritos, como é o caso da afirmação da superioridade nacional, passível de conduzir a um nacionalismo que já não faz sentido.
4. Os Lusíadas são vistos como obra de estudo, de leitura obrigatória, difícil e, de certa forma, anacrónica.
A mobilização de conhecimentos adquiridos é o objetivo deste pequeno jogo que funciona como ponto de partida para o estudo de
Os Lusíadas. Mesmo antes da leitura dos textos de contextualização que se seguem e das atividades que os acompanham, é
importante promover um momento de consciencialização dos conhecimentos retidos e que serão muito úteis para a prossecução do
estudo da obra.

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1. B
2. C
3. C
4. B
5. A
6. C
7. C
8. B, D, E, G

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LEITURA DO TEXTO
1. Portugal depende totalmente do comércio; não existe indústria; a agricultura está em crise; o país limita-se a exportar riquezas do
Oriente e, em contrapartida, importa tudo, desde os produtos agrícolas às matérias manufaturadas.
2. Nos primeiros anos do seu reinado, D. João III foi um rei renascentista que promoveu o mecenato, atraindo à corte inúmeros
artistas e cientistas. No entanto a sua religiosidade foi-se convertendo em fanatismo, acabando por introduzir a Inquisição em
Portugal, o que afastou os humanistas e fez retroceder a cultura.
3. Pressentindo a decadência da pátria, Camões terá querido despertar do adormecimento os seus contemporâneos, nos quais
supunha existir ainda um pouco do heroísmo passado e, para isso, escreveria Os Lusíadas.
4. O «pobre gigante de pés de barro» é Portugal, senhor de um vasto império à beira de se desfazer, como o barro.

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GRAMÁTICA NO TEXTO
1.1 «Em 1521, Sá de Miranda, um dos poetas antologiados no Cancioneiro Geral, empreende uma demorada viagem a Itália»
– oração subordinante; «onde contactou com a literatura e a arte da Renascença»
– oração subordinada adjetiva relativa explicativa.
1.2 Sujeito 1: Sá de Miranda, um dos poetas antologiados no Cancioneiro Geral. Sujeito 2: o mesmo, subentendido.
1.3 Modificador do nome apositivo.
1.4 Predicado: Em 1521, empreende uma demorada viagem a Itália; uma demorada viagem – complemento direto [demorada –
modificador do nome restritivo]; em 1521 – modificador do grupo verbal (com sentido de tempo); a Itália – modificador do grupo
verbal (com sentido de lugar).
2.1 de facto; e; Por outro lado; para além de.
2.2 de facto – na verdade; por outro lado – além disso; para além de – para lá de.

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LEITURA DO TEXTO
1. Os guerreiros nautas («armas e os barões assinalados»), que navegando por mares desconhecidos venceram grandes obstáculos
sobre-humanos, construindo o império português; os reis («aqueles reis»), construtores do reino/império cristão; os que se
tornaram heróis («aqueles que por obras valerosas se vão da lei da morte libertando») e se imortalizaram através da realização de
grandes feitos.
2. Ambos os versos contribuem para a glorificação do herói: o primeiro, na medida em que a obra realizada nunca o foi por nenhum
outro humano; o segundo, porque caracteriza o esforço necessário, para além das capacidades humanas, ou seja, só possível aos
deuses.
3.1 «o peito ilustre Lusitano»
3.2 Metonímia.

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3.3 Afirmando que os portugueses («peito ilustre Lusitano») são tão superiores, que até os deuses (do mar e da guerra) lhes
obedeceram, isto é, lhes permitiram vencer nas navegações e nas batalhas.
4.1 Ulisses e Eneias; Alexandre Magno e Trajano.
4.2 Ulisses é o protagonista da Odisseia, o grande herói da epopeia grega; Eneias é o protagonista da Eneida, o grande herói da
epopeia latina. Alexandre foi o grego que conseguiu estender mais para Oriente o império, tal como Trajano foi o imperador romano
que levou o império de Roma até mais para Oriente. Comparando os Portugueses com estes quatro heróis e afirmando que o valor
português é «mais alto», o poeta confere aos Portugueses o estatuto de superioridade relativamente aos heróis da Antiguidade.

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LEITURA DO TEXTO
1. O poeta pede inspiração às Tágides, ninfas do Tejo. Afirma que, através do poema, tornará as águas do Tejo tão famosas como as
de Hipocrene, na Grécia. O poeta recorda às Tágides que sempre as celebrara nos seus poemas líricos e, por isso, lhes pede agora
inspiração para escrever num estilo épico, em consonância com a grandeza dos feitos e heróis que vai cantar.
2. Modo imperativo – «Dai-me».
3. A criação das Tágides é uma estratégia de valorização do que é português e está em consonância com a mitificação do herói
coletivo desta epopeia.
4.1 Os latinismos conferem erudição e solenidade à linguagem, ao mesmo tempo que sublinham o seu pendor clássico.
4.2 Estilo fluente, grandioso, sonante, inspirador e causador de emoção patriótica.

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LEITURA DO TEXTO
LÉXICO
Objetivo: Fugir à linguagem vulgar.
Processos:
– uso de latinismos;
– substituição de vocabulário corrente por vocabulário culto;
– substituição de palavras vulgares por metáforas, metonímias, perífrases;
– uso de palavras divergentes.
SINTAXE
Objetivo: Fugir à rigidez da estrutura linguística do português.
Processos:
– alteração da ordem habitual das partes do discurso;
– evidenciação do adjetivo.
Nota: Ao longo do estudo da obra, estes aspetos deverão ser evidenciados.

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LEITURA DO TEXTO
DEDICATÓRIA
1.1 «bem nascida segurança / Da Lusitana antiga liberdade» (vv. 1 e 2).
1.2 (Est. 8, vv. 1-4) Pelo percurso do Sol que nunca se põe no império português (Oriente; Europa/África; Brasil).
1.3 Herdeiro de genealogia notável e de tradição heroica inigualável, D. Sebastião é predestinado por Deus para dar continuidade ao
Império («Dada ao mundo por Deus, que todo o mande, / Pera do mundo a Deus dar parte grande»). A sua missão é, assim, lutar
contra os infiéis (mouros, turcos e indianos) para alargar a fé e o império.
2. Camões pede, com humildade, ao Rei, que olhe para a sua obra e verá um exemplo de patriotismo movido pelo amor à Pátria e
pelo desejo de eternidade e não pelo dinheiro. Verá também a glorificação do seu povo e poderá ajuizar «qual é mais excelente,/ Se
ser do mundo Rei, se de tal gente».

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3.1 Segundo o poeta, as epopeias estrangeiras narram feitos inventados, fantasiosos, falsos, enquanto os feitos dos Portugueses
(que ele vai contar) são verdadeiros e maiores do que aqueles.
3.2 Nuno Álvares Pereira, Egas Moniz, D. Fuas Roupinho, Magriço e os Doze de Inglaterra, Vasco da Gama, os reis D. Afonso
Henriques, D. João I, D. João II, D. Afonso III, D. Afonso IV e D. Afonso V, Duarte Pacheco Pereira, os vice-reis da Índia D. Francisco de
Almeida e o seu filho, D. Afonso de Albuquerque, D. João de Castro.
4. O poeta exorta o Rei a empreender feitos dignos de serem cantados, nomeadamente a conquista de terras de África e dos mares
do Oriente.
5. Pede apoio para Os Lusíadas.

NARRAÇÃO (início)
1.1 «Sobre as cousas futuras do Oriente» (est. 20, v. 4).
1.2 Sujeito subentendido – os Portugueses.
1.3 Neste início de Narração, a armada de Vasco da Gama já se encontra no Oceano Índico.
2. Plano da viagem de Vasco da Gama (est. 19) e plano da intervenção dos deuses do Olimpo (est. 20).
3. É importante, uma vez mais, mobilizar os conhecimentos adquiridos anteriormente. Será útil lembrar o elogio feito aos
Portugueses por Júpiter e as razões também elogiosas do apoio de Vénus e de Marte, os motivos da oposição de Baco.

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LEITURA DO TEXTO
1. Os quatro primeiros versos da estância 105 pertencem à narração; no quinto verso desta estrofe, começa a reflexão.
2. O poeta expõe, de forma dramatizada, as suas reflexões sobre a insegurança da vida. Assim, lastima o perigo, a incerteza e a
insegurança a que a frágil condição humana está permanentemente exposta, em toda a parte, sem abrigo ou porto seguro.
3. As intensas exclamações iniciais; a intensidade emotiva e dramática dada pela dupla adjetivação, o superlativo, o uso recorrente
de tanto, a construção anafórica; a interrogação retórica final e a metáfora «bicho da terra tão pequeno» a sublinhar a perplexidade
e a angústia pela insegurança.

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ORALIDADE
A revisão do episódio do Gigante Adamastor, episódio nuclear de Os Lusíadas, é muito pertinente pela importância que assume na
construção do herói de Os Lusíadas.

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LEITURA DO TEXTO
1. Servem de exemplo e inspiração àqueles que querem igualar ou suplantar esses feitos. Funcionam como um incitamento à ação
heroica.
1.1. Grandes heróis do passado tomavam como exemplo os feitos de outros heróis cantados pelos poetas e trabalhavam para
merecerem ser cantados.
2. Ao contrário dos heróis da antiguidade que amavam a poesia e por isso nela se inspiravam, os heróis portugueses são incultos e,
por isso, é-lhes indiferente que se escreva sobre os seus feitos.
3.1 Vasco da Gama. Por ser inculto, tal como os outros da sua estirpe.
3.2 Porque a obra louva, precisamente, o Gama.
3.3 Pelo muito amor que tem à pátria que não o deixa emudecer e o obriga a cantar e a glorificar aqueles que não têm apreço pela
poesia. Manifesta, assim, a vertente pedagógica da obra, na defesa da realização plena das capacidades do Homem.

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LEITURA DO TEXTO
1. perigos; trabalhos; temores.
2.1 Sujeito – «os que são de fama amigos»; predicado – «Alcançam as honras imortais e graus maiores»; comp. direto – «as honras
imortais e graus maiores».
2.2 Os que são de fama amigos alcançam as honras imortais e graus maiores.
2.3 Os que querem ser famosos.
3. O poeta começa por enumerar as ações e atitudes que não conduzem à fama, utilizando anaforicamente as construções
negativas. Desta forma, o poeta critica implicitamente aqueles que agem segundo esses padrões.
3.1 Não alcança a verdadeira fama quem apenas se vale do nome herdado, os ociosos, os que só se entregam aos prazeres do
momento.
4. A adversativa «mas» introduz uma ideia contrastiva em relação à anterior: O poeta vai agora enumerar as ações necessárias para
alcançar a fama.
4.1 Alcançam a verdadeira fama os que se esforçam, lutando, enfrentando tempestades, perigos, fome, frio, vencendo a dor, com
virtude e heroísmo, sem apego às honras nem ao dinheiro.
5. A última estrofe (99) funciona como conclusão: num mundo justo, quem proceder de acordo com os princípios anteriormente
enunciados alcançará o poder e a fama, por direito próprio e não por compadrios.
6. A chegada dos portugueses à Índia foi fruto de verdadeiro heroísmo, daí a reflexão do poeta (com um aviso implícito para os seus
contemporâneos).

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LEITURA DO TEXTO
1. Porque vai, mais uma vez, contar episódios da História de Portugal, agora pela voz de Paulo da Gama, ao Catual de Calecute, a
propósito dos símbolos das bandeiras. Por outro lado, como veremos, o poeta começa a sentir desalento, por isso precisa de um
reforço de inspiração.
2. O poeta revela cansaço, receio, desilusão, desalento.
3.1 Pelo uso da 1.ª pessoa e pelo conteúdo biográfico.
3.2 Longos anos a escrever sobre os Portugueses; aventuras no mar e na guerra; naufrágio sofrido; desterro; pobreza; desilusões;
ingratidão dos senhores.
3.3 Agora [...] Agora [...] Agora [...]
3.4 Finaliza a enumeração dos infortúnios, acrescentando um novo que assim é destacado, criando a sensação de insustentabilidade.
3.5 Longos anos de uma vida muito difícil e penosa, uma peregrinação em que a sorte sempre faltou e as desgraças o
acompanharam. No entanto, a dupla condição de soldado e poeta esteve sempre presente.
– «caminho tão árduo, longo e vário» (est. 78);
– «A Fortuna me traz peregrinando, / Novos trabalhos vendo e novos danos» (est. 79)
– «N˜ua mão sempre a espada e noutra a pena» (est. 79)
– «tamanhas misérias» (est. 81)

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4. Ironicamente, o poeta aponta às Ninfas os «valerosos» senhores de Portugal que pagam dessa forma (com ingratidão) os versos
que lhes são dedicados, inibindo, assim, a vontade de outros poetas cantarem os feitos dos Portugueses.
(Note-se que este é um tópico já abordado na reflexão do final do Canto V.)
5. O poeta não cantará: – os que colocam o interesse pessoal à frente do bem comum e do interesse do Rei;
– os ambiciosos que ascendem ao poder para se servir a si mesmos e abusam desse poder;
– os dissimulados;
– os exploradores do povo.
6. Apenas cantará os que colocaram a vida ao serviço de Deus e da Pátria.
7. Crítica aos contemporâneos, pelo desprezo que dedicam aos poetas, pela ambição desmedida, por sobreporem os seus interesses
aos do «bem comum e do seu Rei», por serem dissimulados, por abusarem do poder e explorarem o povo.

Pág. 267
LEITURA DO TEXTO
1.1 O poeta dirige-se aos que têm curiosidade em ajuizar, julgar (do bem e do mal): «juízo curioso».
1.2 Que veja o poder negativo e ilimitado que o dinheiro exerce sobre todos, sem distinção de classes.
1.3 A 1.ª pessoa do plural («nos obriga»), ao incluir o sujeito de enunciação, alarga a crítica, evidenciando que ninguém, nem aquele
que reflete sobre o problema, escapa ao poder do dinheiro.
2.1 O dinheiro.
2.2 – Faz render fortalezas;
– faz dos amigos traidores;
– corrompe os mais nobres caracteres e as maiores purezas;
– deturpa o conhecimento e entorpece a consciência;
– condiciona os textos e as leis;
– está na origem de difamações;
– favorece a tirania de Reis;
– corrompe até os sacerdotes, sob a aparência da virtude.
2.3 A construção anafórica funciona como acumulação e, por isso, amplifica o caráter pernicioso do dinheiro.
3. A antítese. O seu uso evidencia o poder que o dinheiro tem de converter tudo no seu contrário.
4.1 Ouvireis mil vezes que este encantador corrompe e ilude até os que só a Deus omnipotente se dedicam.
4.2 Ouvireis mil vezes que o dinheiro corrompe e ilude até os sacerdotes.

Pág. 270
LEITURA DO TEXTO
1.1 Vénus prepara-lhes, com a ajuda das ninfas e de seu filho Cupido, uma recompensa pelos perigos e tormentas vencidos. Fá-los
aportar a uma ilha paradisíaca, povoada de ninfas que lhes deleitam os sentidos.
1.2 Vénus imobilizou a ilha na rota dos portugueses, mesmo à frente das naus.
2. Para caçar.
2.1 É o texto (ests. 66 e 69) que estabelece a associação simbólica entre a caça que os nautas buscavam e aquela metafórica (das
ninfas) que acabaram por encontrar.
3. São reações de surpresa, espanto, alguma incredulidade, logo seguida de grande entusiasmo.
4. Aconselhadas por Vénus, «a mestra experta» (est. 65), e numa atitude estudada de sedução, as ninfas fingem assustar-se com os
marinheiros, simulam fugir, deixando que eles se aproximem.

GRAMÁTICA NO TEXTO
1. Ilha e ínsula são palavras divergentes do étimo insula. Ilha evoluiu por via popular e era a palavra vulgarmente usada, mas Camões
quis usar um latinismo, insula, que permaneceu praticamente inalterado em relação ao étimo (processo usual no século XVI).
2.1 delicado, sigilo, nave, direto, rotundo, solitário, frígido, duplo, recitar.
2.2 A que mais se afasta do étimo, porque, tendo entrado por via popular, distanciou-se da sua origem.
3.1 A palavra rio (curso de água). São palavras convergentes.
3.2 rivus > rivu > rio
Apócope do s; síncope do v intervocálico.

Pág. 272
LEITURA DO TEXTO
1. Esta é uma ilha que apenas existe no plano do imaginário e do simbólico. É a representação do alcance da Fama e da imortalidade
(representadas nas coroas e na união com as Ninfas). Os que, com virtude e esforço, praticaram grandes obras, merecem esse
prémio.
2. Na sequência da cerimónia simbólica das coroas de louros, o poeta dirige-se àqueles que desejam ser famosos, aconselhando-os
sobre o caminho a seguir. Na verdade, é aos seus contemporâneos que Camões se dirige. «Ó vós que as famas estimais» é a
apóstrofe que nomeia esse destinatário da exortação do poeta.
3. O poeta esboça, uma vez mais, o perfil dos que merecem ser imortalizados pela Fama, reiterando valores como a justiça, a
coragem, o amor à Pátria, a lealdade ao Rei. Assim, terão de despertar do adormecimento e do ócio, pôr de lado a cobiça e a tirania,
serem justos e lutarem pela Pátria e pelo Rei.
4. Estas formas verbais, no imperativo, seguem-se à apóstrofe e enunciam as ações que os destinatários devem levar a cabo.
Exprimem a exortação, o apelo.
5. Os valores são essencialmente os mesmos: valores de virtude, esforço, desapego dos interesses pessoais, justiça, heroísmo ao
serviço da pátria.

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6. «Sereis entre os Heróis esclarecidos / E nesta Ilha de Vénus recebidos».

Pág. 276
LEITURA DO TEXTO
1. Depois do banquete e de os portugueses terem ouvido os futuros feitos, Tétis convida o Gama e os marinheiros a receberem a
graça divina de irem ver aquilo que é vedado aos mortais.
2.1 Enquanto o espaço humano é «árduo, difícil, duro», o espaço divino é luminoso, esmaltado de esmeraldas e rubis.
2.2 O herói épico, pela sua coragem e valor, abandona a simples condição «dos errados e míseros mortais», para subir à superior
condição do universo dos deuses.
3.1 É brilhante e transparente, composta por várias esferas concêntricas que deixam ver o centro; autossustentada, perfeita e
uniforme, gira, mas não sai do lugar. Circular, etérea e composta pelos quatro elementos, foi criada por Deus que a rodeia e envolve.
3.2 Vasco da Gama reage com comoção, espanto e desejo.
4. É a representação do universo, em 3D.
4.1 Ao mostrar-lhe a «Máquina do Mundo», Tétis diz a Vasco da Gama «pera que vejas / Por onde vas e irás e o que desejas», ou
seja, é aqui revelado, ao Gama, o mistério do universo, e sobretudo o futuro da empresa portuguesa.
4.2 Esta passagem é muito significativa, no sentido em que é o auge da glorificação – Vasco da Gama vê o que só aos deuses é dado
ver e este é o momento da glorificação simbólica do conhecimento, do saber proporcionado pelo sonho da descoberta. O «bicho da
terra tão pequeno» venceu as suas próprias limitações e foi além «do que prometia a força humana».
5. Sendo a morada dos deuses e das almas justas, é o momento que permite ao poeta fazer a distinção entre os deuses da mitologia
clássica, falsos e usados literariamente, e o Deus que, como cristão, considera o único verdadeiro.
6. a. est. 85; b. est. 86; c. ests. 87 e 88; d. ests. 89 e 90; e. est. 91.

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LEITURA DO TEXTO
1. Os Descobrimentos Portugueses contribuíram para o nascimento da ciência moderna.
2. Os Descobrimentos Portugueses fizeram mudar as ideias sobre o mundo, refizeram o mapa do mundo (por exemplo, provando
que havia uma passagem do Atlântico para o Índico).
3. Os Portugueses contribuíram para a evolução científica com as caravelas, o astrolábio, o pensamento matemático de Pedro Nunes
(estes são os elementos referenciados no texto mas, como sabemos, há muitos outros).
4. As reticências sublinham a ironia presente no final do texto, com a referência a Ulisses, marcando o implícito de se tratar de um
mito e não de um exemplo científico.

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LEITURA DO TEXTO
1. a. Introdução (1.º parágrafo):
– apresentação do tema: orientação por GPS (diferente da orientação pelas estrelas).
b. Desenvolvimento (tópicos):
– situação-exemplo de uso de GPS;
– funcionamento do GPS;
– explicação científica do GPS;
– efeitos do uso do GPS sobre as capacidades humanas.
c. Conclusão (último parágrafo)
2. A antiga orientação pelas estrelas era completamente diferente da atual orientação pelo GPS.
3. b.
4. 2.º e 3.º parágrafos (ll. 13 a 25).
5. O GPS:
– orienta com precisão;
– orienta em tempo real;
– prevê percursos e tempos;
– funciona independentemente das condições atmosféricas.
6. O uso exagerado do GPS pode retirar-nos a capacidade de nos orientarmos pelos nossos sentidos. Afasta-nos da Natureza,
destruindo o nosso sentido inato de orientação, a capacidade de antever obstáculos e a capacidade de planear um percurso, de
forma inteligente.
7. Marcas de género do artigo de divulgação científica, no texto:
– desenvolve um tema, apresentando uma estrutura lógica;
– tem um caráter expositivo;
– apresenta informação significativa e seletiva;
– apresenta as ideias de forma hierarquizada;
– usa predominantemente a frase declarativa;
– apresenta rigor e objetividade.

GRAMÁTICA
a. F; b. V; c. F; d. F; e. F; f. V; g. V; h. V.

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LEITURA DO TEXTO

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Novo Plural 10.º ano

1. O desânimo advém da consciência de que canta para «gente surda e endurecida» que não valoriza o seu canto.
2. No final da obra, o poeta deixa-nos um retrato muito negativo do Portugal seu contemporâneo, uma pátria «metida / no gosto da
cobiça e na rudeza / dh˜ua austera, apagada e vil tristeza».
3. Cantando o heroísmo dos antepassados, procura incitar os seus contemporâneos à ação.
4. Estrofes 147 e 148.
5. O poeta tem esperança de que o Rei saiba incentivar os seus «vassalos excelentes» que apenas esperam a sua liderança para agir.
Espera que exerça o poder com humanidade e a humildade de quem procura os conselhos mais sábios. Espera que saiba estimular e
aproveitar as energias latentes para dar continuidade à glorificação do «peito ilustre lusitano» e dar matéria a novo canto. O poema
encerra, pois, com uma mensagem que abarca o passado, o presente e o futuro. A glória do passado deverá ser encarada como um
exemplo presente para construir um futuro grandioso.
6. O poeta assume-se «humilde, baxo e rudo», para logo a seguir afirmar orgulhosamente que não lhe falta «honesto estudo, / Com
longa experiência misturado / Nem engenho». Se acrescentarmos os versos imediatamente a seguir – «Pera servir-vos, braço às
armas feito; / Pera cantar-vos, mente às Musas dada» – teremos o retrato do Homem ideal da Renascença, diversas vezes exaltado
ao longo do poema: um saber feito de estudo e experiência, o talento e a inspiração artísticos, a coragem e desapego do bom
soldado.

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Ficha de autoavaliação
FICHA 5 – página 288

CONSTRUINDO O HERÓI GLOBAL

I – Educação Literária / Escrita

TEXTO 1
1. O tema da reflexão é o dos efeitos perniciosos do dinheiro.
2. O emprego da 1ª pessoa do plural, ao incluir o sujeito de enunciação, alarga a crítica, evidenciando que ninguém, nem aquele que
reflete, escapa ao poder do dinheiro.
3. Podem ser explicitadas três de entre as seguintes: faz render fortalezas; faz dos amigos traidores; corrompe os mais nobres
caracteres e as maiores purezas; deturpa o conhecimento e entorpece a consciência.
4. Os homens de leis, os reis, os sacerdotes, são três grupos diretamente criticados pelo Poeta.

TEXTO 2
1. A estrofe 145 inicia a última «Reflexão do Poeta», que sucede a conclusão da «Narração», com o regresso à pátria dos
navegadores.
2. O Poeta exprime grande desalento e cansaço, declarando que não cantará mais, não pela grandeza do esforço que desenvolveu,
mas pela indiferença dos destinatários do seu canto, «gente surda e endurecida». Não pode reconhecer o valor da poesia, assim
estimulando o «engenho» dos que a escrevem, uma pátria mergulhada na mediocridade e na perseguição de riquezas, numa
«austera, apagada e vil tristeza».

II – Leitura / Gramática
V; b. V; c. F; d. F; e. V; f. V; g. V.

III – Escrita
Na introdução deverá fazer-se apresentação da obra como poema de glorificação dos feitos nacionais, realizados em séculos de
História, que culminaram com a «viagem» que mostrou o poder do Homem sobre a sua pequenez e, simultaneamente, como poema
de crítica severa a vários aspetos negativos do Portugal presente. O desenvolvimento deverá apresentar informações documentadas
sobre a justa glória dos navegadores, simbolizada na Ilha dos Amores, e as posições críticas sobre a ignorância dos homens de armas
e consequente desprezo pela cultura (C. V); o desprezo pelo bem comum, a ambição desmedida, o poder exercido com tirania, a
hipocrisia dos aduladores do Rei, a exploração do povo (C. VII); o poder corruptor do ouro (C. VIII); o adormecimento da pátria
metida «No gosto da cobiça e na rudeza/Duma austera, apagada e vil tristeza.» (X). Registar que esta crítica se enquadra numa
perspetiva de pedagogia humanista – o passado é o exemplo para a construção do futuro.
Na conclusão, reiterar a apresentação de Os Lusíadas como obra de glorificação do passado, crítica do presente e estímulo para o
regresso à antiga grandeza.

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