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X SEMINÁRIO
DE PÓS-GRADUAÇÃO
EM LETRAS CLÁSSICAS
| CADERNO DE RESUMOS
ORGANIZAÇÃO
ALEX MAZZANTI JR.
ANA CAROLINA AQUAROLLI MARTINS
ISABEL PASSOS LOPEZ
JUAREZ CARLOS DE OLIVEIRA PINTO
LUIZ VINICIUS AGRES
THAIS ROCHA CARVALHO
MESA 1
14h30 ADRIANA DA SILVA MOREIRA
“Criaturas prodigiosas” (terata e thaumata/thōmata) em fontes Os presságios nos lógoi dos reis persas nas Histórias de Heródoto
textuais do século V a.C.
Estudos recentes ressaltam o uso da ironia como uma
Deuses, heróis e monstros são três categorias usadas de
ferramenta analítica indispensável para interpretação de episódios
forma costumeira para classificar seres presentes no que se
da obra de Heródoto. Relacionado à proposta moralizante das
convencionou chamar “mitologia grega”, um complexo sistema que
Histórias, o emprego de tal figura de linguagem estrutura os
integra narrativas, crenças religiosas e práticas sociais. Entretanto,
recursos narrativos que contribuem para transmissão do
“monstro” é uma categoria questionável para se pensar aquelas
pensamento histórico do autor. Este projeto de pesquisa se
criaturas que, assim denominadas modernamente, figuram no
direcionou a analisar de que maneira os presságios, como recursos
discurso mitopoético de Homero e de Hesíodo: primeiro, porque
narrativos articuladores de ironia e moralidade, compõem a
“monstro” é uma categoria taxonômica ausente na poesia
trajetória dos personagens de Ciro, Cambises, Dario e Xerxes.
hexamétrica arcaica; segundo, porque, de um lado, tais criaturas
estão ligadas ao âmbito do extraordinário, que, por sua vez, está
intrinsecamente ligado ao âmbito divino, e, de outro, porque a
terminologia empregada nessa poesia remete a um sistema 15h15 SESSÃO DE PERGUNTAS
oracular de adivinhação pela leitura de prodígios, características
ausentes da noção moderna de monstro. Em vista disso, a pesquisa 15h30 INTERVALO
desenvolvida no âmbito do pós-doutorado tem investigado se há ou
não mudança na concepção daquilo que modernamente referimos
como monstruoso nas narrativas posteriores às homéricas e
hesiódicas, mais precisamente as que datam do período Clássico
(séc. V a. C.), com foco naquelas presentes nas Histórias de
Heródoto e nas tragédias supérstites.
que abrigará o oráculo de Delfos; e a Ilíada de Homero, na qual o
MESA 2 deus ocupa posição central desde os versos inaugurais, como
causador do desentendimento entre Aquiles e Agamêmnon, e por
15h45 ISABELLA DEMARCHI toda a extensão do poema, como a principal deidade aliada aos
troianos no campo de batalha.
Apolo e Zeus nos epinícios de Baquílides
MESA 3
17h GABRIELA CANAZART
16h45 DANILO DE SOUSA TOLENTINO VILLA
Mulheres e crianças como vítimas da guerra nos símiles de proteção
Os limites dos presentes ilimitados de Agamemnon a Aquiles materna da Ilíada
A embaixada dos aqueus a Aquiles é um episódio central na Os símiles homéricos, embora sejam comumente tratados
trama da Ilíada, cuja importância para a recepção do poema é, em como um componente à parte do poema e tenham seus elementos
parte, consequência de sua enorme pluralidade interpretativa. tradicionais deixados de lado em favor da singularidade da vinheta
Dentre as muitas dificuldades apresentadas pelo texto, a natureza que apresentam, possuem um “pano de fundo” tradicional que é
da compensação oferecida por Agamemnon é, sem dúvida, central projetado pelos usos recorrentes de certos elementos imagéticos e
para o entendimento da querela entre os heróis aqueus. Os que, graças à sua tradicionalidade, transmite um significado coeso,
presentes ilimitados (ἀπερείσι' ἄποινα, Il. 9. 120) elencados por independentemente da individualidade das cenas apresentadas. Os
Agamemnon são, por um lado, qualificados por Nestor de símiles que têm como tema a proteção materna têm sido lidos como
incensuráveis (Il. 9. 164), mas, por outro, chamados de odiosos por ternos e como contendo imagens do cotidiano do receptor. Gaca
Aquiles (Il. 9. 378). O presente trabalho não tentará resolver a (2008), no entanto, ao estudar o símile em Il. 16. 7-10 (no qual
questão do caráter excessivo ou adequado da oferta, buscando Pátroclo é comparado a uma menina que chora enquanto puxa o
analisar o episódio como um embate discursivo em que tal caráter é vestido da mãe e lhe pede colo), argumentou que a imagem pode se
precisamente o que está em disputa. Em especial, discutirei como referir a uma mãe que foge dos soldados que saqueiam uma cidade
ambos os heróis utilizam a enumeração e o tema tradicional da e capturam as mulheres e crianças. A partir dessa “imagem de fundo”
inumerabilidade para validar suas posições. Pois, ainda que seja defendida pela autora, argumentarei em favor de um contexto de
Agamemnon quem faz, em sentido estrito, um catálogo de guerra para as imagens dos símiles em Il. 4. 130-131 (no qual Atena
presentes, cuja abundância é sem precedentes na poesia homérica, protege Menelau como uma mãe afasta uma mosca do filho) e em Il.
Aquiles, por sua vez, elabora uma série de breves enumerações que 2. 271 (no qual Teucro se abriga atrás do escudo de Ájax como uma
evocam quantidades inumeráveis, tema presente, por exemplo, no criança se esconde embaixo da mãe).
proêmio do Catálogo das Naus. Nessa disputa, ambivalências
latentes de boa parte dos catálogos homéricos são não apenas
17h15 HELIO PIMENTEL NETO
14h JOSÉ ELIAS DE SENA Mistura de gêneros: o locus amoenus d'Os Lusíadas
De Copia, de Erasmo de Roterdã — apresentação da obra O objetivo desta comunicação é apresentar o fenômeno da
mistura de gêneros n’Os Lusíadas, de Camões, especialmente na
A partir do século XV, o estudo das figuras de linguagem interação entre os gêneros épico e o bucólico. Embora seja claramente
difunde-se intensamente no ocidente, prática que teve como um de uma epopeia e tenha como principal modelo de composição a Eneida,
seus resultados a nomeação de todo tipo de frase e sentença, de Virgílio, a leitura atenta do poema descobrirá que a célebre Ilha dos
refletindo uma ênfase no estudo do estilo discursivo que se filiava a Amores do Canto IX é uma versão renascentista de locus amoenus,
um renovado interesse pelo mundo da antiguidade clássica. Parte do tópica da tradição da poesia pastoril que parte das Bucólicas, do
que se conhece hoje por período renascentista e período humanista mesmo Virgílio. Por meio da análise de trechos desse episódio,
esteve ligada a um projeto histórico que tomava como um de seus concluiu-se que o gênero bucólico tem função alegórica dentro d’Os
fundamentos a estreita observância da forma com que autores Lusíadas e que a sua presença local neste contribui para o argumento
clássicos, gregos e latinos, bem como autores cristãos escreviam. expansionista e cristão da epopeia. Portanto, de modo geral, nesta fala
Ao morrer em 1536, Erasmo de Roterdã deixava, então, vasta obra se pretende fazer uma reflexão sobre a relação não linear entre obra
escrita em latim, na qual se destacava sobretudo essa franca renascentista e tradição clássica no âmbito dos gêneros poéticos a
disposição em agregar elementos considerados basilares da cultura partir do exemplo d’Os Lusíadas, que, pertencendo à tradição épica,
clássica com o já milenar pensamento cristão. Isso explica porque o colhe também do gênero bucólico.
próprio Erasmo foi, de um lado, nada menos que o editor
renascentista das obras completas de autores significativos para a
Igreja Católica, como Agostinho de Hipona e, de outro, um público
admirador de Homero, Virgílio, Quintiliano e especialmente de
Cícero. E é dentro desse vasto corpus latino erasmiano que
encontramos um manual de retórica voltado especificamente a
aspectos estilísticos no uso da língua latina, o qual, a princípio havia
sido intitulado De duplici copia uerborum ac rerum, em seguida De
utraque uerborum ac rerum copia, para a partir daí ser chamado
genérica e popularmente De Copia. Nesta comunicação do presente
seminário, o De Copia, como nosso trabalho de tradução, será
brevemente apresentado em seus aspectos gerais.
14h30 TIAGO BENTIVOGLIO DA SILVA MESA 2
Lírica grega na poesia do humanismo português: três epigramas de 15h HENRIQUE VERRI FIEBIG
António Ferreira
A écfrase do escudo de Amleto e os shield poems escandinavos
Nosso objetivo nesta comunicação é apresentar os primeiros
apontamentos da análise de poemas portugueses do século XVI que No quarto livro da Gesta Danorum, história da Dinamarca escrita
são indicados pelos seus autores por nomes de gêneros originários da em língua latina por Saxo Gramático no fim do século XII, encontramos
antiguidade grega e latina. Partiremos da leitura de três poemas de a écfrase do escudo de Amleto, a qual, além de sua evidente inserção
António Ferreira presentes em seus “epigramas”, mas que traduzem na série de descrições de escudo comuns, principalmente, à poesia
quase literalmente poemas que, à época, eram atribuídos a Anacreonte épica grega e latina, parece aludir também a textos da poesia escáldica
(e que hoje pertencem à coleção Carmina Anacreontea de imitadores escandinava, em especial, aos chamados shield poems, ou poemas-
tardios de poeta arcaico). Ou seja, os poemas são inspirados em outro de-escudo, de natureza igualmente descritiva. Oferecemos, pois, uma
gênero que não o epigrama. Os poemas estudados serão: “De breve discussão acerca destes poemas e de sua possível relação com
Anacreonte”, “Fermosura” e “Marte Namorado”, que correspondem, a écfrase do escudo de Amleto.
respectivamente, aos poemas 19, 24 e 28 da edição de West. Esses
poemas são uma porta de entrada para a análise das relações entre
antiguidade e humanismo português, especialmente para nosso
objetivo principal que é buscar se houve leitura e recepção da poesia
grega pelos poetas do período. Além disso, também buscaremos
delinear quais são os autores latinos e contemporâneos que serviram
de intermediários para temas e lugares comuns herdados dos gregos.
Eslavo-eclesiástico antigo: o que é e qual sua relação com o grego? 15h45 SESSÃO DE PERGUNTAS
MESA 1
14h ANA CAROLINA AQUAROLLI MARTINS
Aspectos da voluntariedade na tragédia Hécuba de Eurípides: o Casando com Hades: paralelos entre Ifigênia e Perséfone
sacrifício de Polixena
A expressão “casar com Hades” é uma metáfora comum para
As leituras mais correntes a respeito do tema do sacrifício falar da morte de jovens parthenoi. A história de Ifigênia, no entanto,
humano em Eurípides sublinham expressamente a categoria apresenta muitos outros paralelos com o mito de Perséfone além do
"voluntariedade" no domínio de seu tratamento dramático. Profusas as casamento com Hades. Esse trabalho analisará os paralelos entre
ocorrências em sua obra supérstite, as vítimas, nessa perspectiva, Ifigênia e Perséfone a partir da tragédia Ifigênia em Áulida de
aquiescem, de maneira voluntária, ao chamado muitas vezes divino e Eurípides.
cívico que conduz todas elas à degola. A deliberação das vítimas,
sempre propensa à aquiescência, fundamentaria a morte voluntária em
favor de uma causa que corresponde, em primeiro lugar, à de outros e
17h SESSÃO DE PERGUNTAS
para a qual, nesse sentido, a boa vontade enfim se inclina, após
atravessar critérios intrínsecos que, também veiculados em seus
discursos, lhes poderiam justificar tal consentimento. Em alguma
medida, afirmá-lo parece, no entanto, minorar ou até mesmo preterir a
dinâmica com a qual se apresenta o processo discursivo que, no texto
euripidiano, estabelece as condições para o sacrifício iminente. O
problema em situar a resolução no indivíduo ao lhe conferir um suposto
poder de decisão autônomo, orientado, dessa forma, pela livre escolha,
é que, ao mesmo tempo que transporta equivocadamente para o
imaginário ateniense do século V a.C. termos de liberdade posteriores,
essa conjuntura, que então trata o sacrifício como voluntário, subtrai a
"necessidade" e distancia a "fatalidade" da morte em apreço, duas
categorias responsáveis por projetá-la no enredo e contra as quais o
homem trágico certamente não poderia se voltar. Para discutirmos
essas e outras questões relacionadas ao tema, examinaremos
passagens selecionadas da tragédia Hécuba, na qual, Troia capturada,
Polixena ruma para a morte como honraria a um herói morto.
MESA 1
14h BENEDITO DE PINA ALMEIDA PRADO NETO
Concepções de magia através da linguagem dos Papiros Gregos Caos e ordem no Corpus hermético — do mundo e do ser humano
Mágicos
O hermetismo antigo, como muitas correntes religiosas, se
“Magia” e “Religião” são dois conceitos - muitas vezes fundamentava em uma perspectiva tripartite da existência, algo válido
considerados opostos - que foram amplamente discutidos dentro e tanto para o mundo como para o ser humano: i. origem (passado,
fora dos Estudos Clássicos ao longo do século XX. Um lugar-comum arkhé), ii. condição (presente: estado deficitário e proposições
de tal oposição é associar ao campo da Religião o ato de louvar os corretivas, éthos) e iii. salvação (futuro, télos). Pretendo apontar de que
deuses e persuadi-los com elogios e belos cantos através da súplica, forma os tratados do Corpus hermético (séc. 2 d.C.) e demais textos
enquanto fica legada à Magia a coerção, a manipulação e a violência correlatos apresentam um paralelo entre a criação do universo e a
perante o sobrenatural. Tal oposição, no entanto, tende a funcionar criação do ser humano. Pelo espelhamento entre uma e outra parte, o
melhor na teoria do que prática, que costuma apresentar um caos e a ordem do mundo podem servir de paradigma para a
continuum entre as duas posturas. O que encontramos no conjunto regeneração de cada indivíduo. Se a situação atual do iniciado é
dos Papiros Gregos Mágicos (PGM) é um exemplo desse continuum. caótica, desregrada, é necessária a ingerência de um princípio diretivo
Os PGM reúnem encantamentos e descrições de rituais em língua que ordene e hierarquize as partes em relação a uma unidade interna
grega, oriundos do Egito e datados majoritariamente entre os que deve ser igualmente descoberta. Passa-se, assim, de um caos
séculos II a V d.C. Os textos exibem influências diversas do “natural” (= cristalizado, habitual) a um esforço “artificial” (= estranho
Mediterrâneo Antigo, especialmente das tradições grega e egípcia. ao hábito) para se chegar, eventualmente, a um estado de ordenação
Os encantamentos possuem tanto elementos “mágicos” quanto interna que corresponderia então à natureza real do hermetista.
“religiosos”, porém com várias características que se alinham mais
ao elogio religioso do que à violência mágica. Através da análise da
linguagem utilizada pelos praticantes nas invocações dos
14h45 SESSÃO DE PERGUNTAS
encantamentos, contemplaremos a dicotomia magia x religião e
coerção x súplica através de trechos de feitiços selecionados.
MESA 2 15h15 MARCELLO PERES ZANFRA
15h FERNANDO PAVÃO As polêmicas patrísticas e o esboço de uma teoria da recepção dos
clássicos em São Jerônimo
Abordagens contemporâneas para a tradução literária de textos
religiosos da antiguidade para o português: um olhar a partir dos O período da patrística romana vivido por São Jerônimo, século
Evangelhos e dos Atos Apócrifos dos Apóstolos III e IV d.C. define-se, usualmente, como aquele em que os pilares da
relativamente jovem religião cristã foram definidos. Dessa forma, a
Nesta comunicação, pretendemos apresentar algumas época foi marcada por intensos embates acerca dos dogmas e
particularidades das retraduções dos evangelhos para o português preceitos básicos da religião e, além disso, se o pensamento cristão
publicadas por Frederico Lourenço em 2017 e por Marcelo Musa necessitava de estabelecer o que sua religião era, também propunha-
Cavallari em 2020 e destacar os principais critérios adotados pelos se a esclarecer o que ela não era, ou seja, marcar sua diferença para
tradutores. O objetivo é demonstrar como esses critérios podem ser com o judaísmo, zoroastrismo e também para com o chamado
empregados para tradução de outros textos religiosos da antiguidade paganismo, presente na literatura clássica. Jerônimo teve, como a
que apresentam caraterísticas semelhantes. Para tanto, utilizaremos maior parte de seus contemporâneos, uma sólida instrução nesse
um dos Atos Apócrifos dos Apóstolos, conhecido como Atos de campo, mas foi acusado, mais de uma vez, de ser excessivamente
Xantipe, Polixena e Rebeca, para exemplificar algumas opções de apegado a algo que deveria estar no passado da humanidade, após a
tradução com base nos critérios destacados. Esta comunicação faz revelação completa do Cristo. O intuito dessa comunicação é, por meio
parte de uma pesquisa mais ampla que tem como objetivo apresentar de um cotejo de passagens selecionadas ao corpus do doutor cristão,
um estudo da relação entre a narrativa Atos de Xantipe, Polixena e demonstrar como suas constantes alusões ao mundo pagão
Rebeca e o romance antigo, juntamente com uma tradução do texto colocaram-no sob ataque e fizeram-no esboçar uma teoria cristã sobre
grego da obra para o português. a recepção dos clássicos, apoiada, mormente, na instrumentalização
retórica aliada a reafirmação da superioridade cristã. A título de
ilustração do funcionamento não totalmente completo desta teoria,
recorremos a um exemplo de uso da comédia de Terêncio para fins
exegéticos
15h30 SARA GONÇALVES DEVAI MESA DE ENCERRAMENTO
Atos de Paulo e Tecla — um romance? 16h CRISTINA FRANSCISCATO
As obras denominadas Atos Apócrifos dos Apóstolos surgiram LUCIANO FERREIRA
na última metade do segundo século d. C, no auge da produção dos
romances gregos antigos. Em geral, essas obras narram as FÉLIX JÁCOME NETO
aventuras de personalidades influentes do cristianismo primitivo,
começando pela conversão à fé cristã e concluindo com sua morte,
na maioria das vezes através do martírio. Embora possuam muitas
afinidades com o romance antigo, apresentam certas peculiaridades
que os tornam um gênero a parte. Atos de Paulo e Tecla faz parte
desse grupo e narra as aventuras de Tecla, uma jovem e bela virgem
de Icônio, exposta ao martírio. Nossa comunicação se voltará para a
análise de trechos desta narrativa, buscando estabelecer os pontos
de contato da mesma com o romance grego e o discurso
historiográfico, bem como as principais diferenças entre estes
gêneros e os Atos apócrifos dos apóstolos.