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JAIRO BISOL
Recife
2004
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
FACULDADE DE DIREITO DO RECIFE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO
JAIRO BISOL
Recife
2004
À Julia, Joana e Juliana,
ternura do amor que me
conduz.
AGRADECIMENTOS
Palavras-chave:
Key words:
Parole chiave:
INTRODUÇÃO ...........................................................................................10
3 O SENTIDO DA NORMA..........................................................................88
3.5 Limites semânticos das palavras da lei: o mito das três heurísticas . 110
INTRODUÇÃO
1 O SISTEMA NORMATIVO
1 WARAT, Luiz Alberto. Introdução geral ao direito II. Porto Alegre: S. A. Fabris,
1995. p. 41.
2 ADEODATO, João Maurício. Ética e retórica. São Paulo: Saraiva, 2002. p. 285 et
seq.
3 WARAT, op. cit., p. 45.
19
8 FARIA, José Eduardo. Justiça e conflito. 2. ed. São Paulo: RT, 1991. p. 91.
9 WARAT, Luiz Alberto. Introdução geral ao direito I: interpretação da lei: temas
para uma reformulação. Porto Alegre: S. A. Fabris, 1994. p. 13.
10 FARIA, op cit., p. 91.
23
26 FARIA, José Eduardo. Justiça e conflito. 2. ed. São Paulo: RT, 1992. p. 34.
35
30 ATIENZA, Manuel; MANERO, Juan Ruiz. Las piezas del derecho: teoria de los
enunciados jurídicos. Barcelona: Ariel, 1996.
38
que diz respeito à sua aplicação aos fatos concretos, seja, no tocante à
solução de antinomias entre princípios. Assim os princípios não seriam
normas jurídicas no sentido de uma proposição normativa completa
dotada de uma descrição hipotética de um fato-tipo posto como condição
de aplicação de uma conseqüência jurídica como dever ser. Sua aplicação
também pode variar de acordo com valorações complementares. Por
último, no caso de antinomias entre princípios, por vezes não ocorre o
fenômeno da revogação, mas tão-somente o afastamento de sua
incidência de um deles, por critérios extraídos do próprio conflito
judicializado.
A classificação das pautas jurídicas tem profunda repercussão
em dimensões metodológicas fundamentais ao direito como as que
envolvem os conceitos de vinculação, validade normativa, antinomia e
revogação, dentre outros, pois as diferenças estruturais e funcionais entre
as diversas pautas jurídicas resultam sempre numa maior ou menor
indeterminação do direito. As regras específicas, pelo seu rigor descritivo,
tendem a uma maior determinação do seu conteúdo normativo,
resultando numa melhor delimitação do seu âmbito de incidência. Por
conseqüência, diz-se restar diminuta a zona de penumbra onde não se
pode determinar objetivamente se os fatos subsumem-se ou não à pauta
normativa em questão – fatos de juridicidade obscura a que algumas
impostações metodológicas usam chamar de hard cases 31 (casos difíceis).
Em decorrência desta característica, tendem a vincular o aplicador a uma
decisão específica.
2 O CORPO DA NORMA
33 WRIGHT, Georg Henrik von. Norma y acción: una investigación lógica. Madrid:
Tecnos, 1970. p. 109-121.
34 ALCHURRÓN, Carlos E; BULYGIN, Eugenio. Introducción a la metodología de
las ciencias jurídicas y sociales. Buenos Aires: Astrea, 1998. p. 97.
35 BRASIL. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Artigo
327, caput.
36 BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código Civil. Artigo 3º, caput
e inciso I.
47
37 WRIGHT, Georg Henrik von. Norma y acción: una investigación lógica. Madrid:
Tecnos, 1970. p. 20.
38 VERNENGO, Roberto José. Curso de teoría general del derecho. 2. ed. Buenos
Aires: Depalma, 1995. p. 62-105.
39 BARTHES, Roland. Elementos de semiologia. 15. ed. São Paulo: Cultrix, 2003.
p. 17.
48
40 SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de lingüística geral. 25. ed. São Paulo:
Cultrix, 2003. p. 22.
41 Ibid., p. 80.
42 WARAT, Luis Alberto. O direito e sua linguagem. Porto Alegre: S. A. Fabris,
1984. p. 39.
49
56 BOBBIO, Norberto. Teoria da norma jurídica. São Paulo: Edipro, 2001. p. 69-
104.
57 LARENZ, Karl. Metodologia da ciência do direito. 6. ed. Lisboa: Fundação
Calouste Gulbenkian, 1997. p. 349-389.
58 ALCHURRÓN, Carlos E.; BULYGIN, Eugenio. Análisis lógico y derecho. Madrid:
Centro de Estudios Constitucionales, 1991. p. 251.
55
59 BOBBIO, Norberto. Teoria da norma jurídica. São Paulo: Edipro, 2001. p. 75-
77.
56
67 KELSEN, Hans. Teoria geral do direito e do estado. 3. ed. São Paulo: M. Fontes,
2000. p. 86.
68 LARENZ, Karl. Metodologia da ciência do direito. 6. ed. Lisboa: Fundação
Calouste Gulbenkian, 1997. p. 353-360.
69 VILANOVA, Lourival. Causalidade e relação no direito. 4. ed. São Paulo: RT,
2000. p. 87-89.
62
assumiu o risco de produzi-lo, então vale (ou, seja, deve ser tomado pelo
aplicador das normas penais) o crime como doloso.
que estipulam um ato coercitivo, isto é, uma sanção” 79 Ora, como nem
todo dispositivo legal perfaz uma proposição normativa dotada de sanção,
duas saídas se apresentavam para Kelsen: ou nem todos os dispositivos
compõem imediatamente o discurso normativo do direito, ou são apenas
fragmentos de normas.
79 KELSEN, Hans. Teoria geral do direito e do estado. 3. ed. São Paulo: M. Fontes,
2000. p. 62.
80 ALCHURRÓN, Carlos E.; BULYGIN, Eugenio. Introducción a la metodología de
las ciencias jurídicas y sociales. Buenos Aires: Astrea, 1998. p. 97.
81 Ibid., p. 97.
82 Ibid., p. 98.
83 Ibid., p. 98.
67
84 KELSEN, Hans. Teoria geral do direito e do estado. 3. ed. São Paulo: M. Fontes,
2000. p. 63.
85 WARAT, Luis Alberto. A pureza do poder: uma análise crítica da teoria jurídica.
Florianópolis: UFSC, 1983.
68
86 LARENZ, Karl. Derecho civil: parte general. 3. ed. Jaén: Revista de Derecho
Privado, 1978. p. 30-41.
87 Ibid., p. 31.
69
metódica jurídica atual usa chamar de “caso difícil” (hard case) e que por
isso mesmo é polêmico.
3 O SENTIDO DA NORMA
111 Cf. CASSIN, Bárbara. Ensaios sofísiticos. São Paulo: Siciliano, 1990. p. 24-27.
112 NEF, Frédéric. A linguagem: uma abordagem filosófica. Rio de Janeiro: J.
Zahar, 1995. p. 12. Cf. SANTOS, José Trindade. Da Natureza.
Parmênides.Brasília, Thesaurus, 2000. p. 125. Trecho reproduzido por Sextus
Empiricus (Contre lês Mathématiciens, VII, 83-6).
95
135 WARAT, Luis Alberto. A definição jurídica. Porto Alegre: Atrium, 1977. p. 14.
136 Ibid., p. 16.
137 ENGISH, Karl. Introdução ao pensamento jurídico. 6. ed. Lisboa: Fundação
Calouste Gulbenkian, 1983. p. 126.
110
140 FRANCO, Alberto Silva et al. Código Penal e sua interpretação jurisprudencial.
7, ed. São Paulo: RT, 2001. p. 2518.
141 HART, Herbert. O Conceito de direito. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 1996. p. 141.
115
falsa. Nas suas alegações finais, sustenta que o uso da micha qualifica o
furto por ser esta uma chave falsa, lançando mão de uma jurisprudência
criminal onde se afirma que o uso da micha qualifica o furto pelo
“emprego de chave falsa”, nos termos do artigo 155, §4º, inciso III do
Código Penal Brasileiro, na medida em que “chave falsa é todo
instrumento, com ou sem forma de chave de que se utiliza o ladrão para
fazer funcionar, em lugar da chave verdadeira, o mecanismo de uma
fechadura ou dispositivo análogo, possibilitando ou facilitando, assim, a
execução do furto” (TACRIM – SP - AC – Rel. Rubens Gonçalves) 142 .
142 FRANCO, Alberto Silva et al. Código Penal e sua interpretação jurisprudencial.
7. ed. São Paulo: RT, 2001. p. 2518.
119
143 FRANCO, Alberto Silva et al. Código Penal e sua interpretação jurisprudencial.
7. ed. São Paulo: RT, 2001. p. 2518.
120
144 FRANCO, Alberto Silva et al. Código Penal e sua interpretação jurisprudencial.
7. ed. São Paulo: RT, 2001. p. 2518.
121
145 FAIVRE, Antoine. Hermes. In: BRUNEL, Pierre. Dicionário de mitos literários.
2. ed. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1998. p. 448-465;
122
147 WARAT, Luis Alberto. A definição jurídica. Porto Alegre: Atrium, 1977. p. 18.
125
148 FRANCO, Alberto Silva et al. Código Penal e sua interpretação jurisprudencial.
7. ed. São Paulo: RT, 2001. p. 2518.
126
150 FARIA, José Eduardo. Justiça e conflito. 2. ed. São Paulo: RT, 1992. p. 43.
151 REBOUL, Olivier. Introdução à retórica. São Paulo: M. Fontes, 2000. p. 2-6.
128
Subtrair coisa alheia móvel mediante uso de chave falsa, deve ser pena
por furto qualificado (proposição normativa 1).
O furto com emprego de uma chave falsa deve ser punido com pena de
furto qualificado.
Logo, o furto com emprego de uma micha deve ser punido com pena de
furto qualificado.
153 FRANCO, Alberto Silva et al. Código Penal e sua interpretação jurisprudencial.
135
moral e com a ética, com o poder e com os mitos, enfim, todos os matizes
do Direito que não nega seu caráter prudencial 154 ”.
154 CARNEIRO, Maria Francisca; SEVERO, Fabiana Galera; ÉLER, Karen. Teoria
e prática da argumentação jurídica. Curitiba: Juruá, 2000. p. 104.
155 VIEHWEG, Theodor. Tópica e jurisprudência. Brasília: Universidade de
Brasília, 1979. p. 42.
138
157 BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: M. Fontes, 2000. p.
293.
158 BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: M. Fontes, 2000. p.
293.
143
inexistência, como sugere Deleuze 164 : o fato que parece insofismável é ele
ser terrivelmente irrequieto e difuso e, por isso mesmo, indomável. Bem
observado, o sentido é um vulto esquivo que reluz e se esvai entre sílabas,
pontos e ditongos para ressurgir logo adiante, totalmente reinventado por
outros acidentes lingüísticos.
164 DELEUZE, Gilles. A lógica do sentido. 4. ed. São Paulo: Perspectiva, 2000.
148
4 O FUNDAMENTO DE VALIDADE
165 WARAT, Luiz Alberto. Introdução geral ao direito I: interpretação da lei: temas
para uma reformulação. Porto Alegre: S. A. Fabris, 1994. p. 13.
151
166 MONTESQUIEU. Do espírito das leis. Livro XI. Capítulo VI. 2. ed. São Paulo:
Abril Cultural, p. 152. (Os Pensadores).
153
169 TORRANO, Jaa. O mundo como função de musas: estudo introdutório. In:
HESÍODO. Teogonia: a origem dos deuses. 4. ed. São Paulo: Iluminuras, 2001.
170 BENVENISTE, Émile. O vocabulário das instituições Indo-européias: poder,
direito, religião. Campinas: Unicamp, 1995. p. 151.
171 Ibid., p. 152.
172 Ibid., p. 152.
173 Cf. FINLEY, M. I. Grécia primitiva: idade do bronze e idade arcaica. VERNANT,
Jean-Pierre. As origens do pensamento grego. 12. ed. Rio de Janeiro: Difel,
2002. p. 23-38.
155
178 BARROS, Alberto Ribeiro de. A teoria da soberania de Jean Bodin. São Paulo:
Unimarco, 2001. p. 167.
179 KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. 3. ed. Coimbra: A. Amado, 1974. p. 22.
157
184 LEGENDRE, Pierre. O amor do censor: ensaio sobre a ordem dogmática. Rio de
Janeiro: Forense Universitária, 1983. p. 10.
159
'absoluta' por não sofrer limitações por parte das leis, visto que essas
limitações somente seriam eficazes se houvesse uma autoridade superior
que as fizesse respeitar". 186
191 SCHMITT, Carl. Sobre los tres modos de pensar la ciencia jurídica. Madrid:
Tecnos, 1996.
163
ferramentas que podem ser úteis para uma vontade política determinada
- inclusive a vontade de fazê-las cumprir.
192 REALE, Miguel. Teoria do direito e do estado. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. p.
136.
164
194 Cf. FRANCO, Alberto Silva et al. Código penal e sua interpretação jurisprudencial.
5. ed. São Paulo: RT, 1995.
168
195 Cf. FRANCO, Alberto Silva et al. Código penal e sua interpretação jurisprudencial.
5. ed. São Paulo: RT, 1995.
175
196 REALE, Miguel. Teoria do direito e do estado. São Paulo: Saraiva, 2001. p. 81.
177
197 DWORKIN, Ronald. Levando os direitos a sério. São Paulo: M. Fontes, 2002. p.
127-203.
180
CONCLUSÃO
Roland Barthes
REFERÊNCIAS
ATIENZA, Manuel; MANERO, Juan Ruiz. Las piezas del derecho: teoria de
los enunciados jurídicos. Barcelona: Ariel, 1996.
Brasil. Lei de introdução ao código civil. In: ______. Código civil. 54. ed.
São Paulo: Saraiva, 2002.
FARIA, José Eduardo. Justiça e conflito. 2. ed. São Paulo: RT, 1992.
SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de lingüística geral. 25. ed. São Paulo:
Cultrix, 2003.
SCHMITT, Carl. Sobre los tres modos de pensar la ciencia jurídica. Madrid:
Tecnos, 1996.
202
WARAT, Luis Alberto. A ciência jurídica e seus dois maridos. Santa Cruz
do Sul: Faculdades Integradas de Santa Cruz do Sul, 1985.
203