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A ELETROCONVULSOTERAPIA COMO ALTERNATIVA ÀS

TERAPIAS CONVENCIONAIS PARA CATATONIA NO


TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA - RELATO DE CASO

Pedro Henrique Neitzke Schmitt1; Ramon Fernandes Olm1; Carolina Scholz2;


Otmar Steiner3
1Acadêmicos do curso de Medicina –Universidade Regional de Blumenau (FURB)
2 MédicaResidente de Psiquiatria – Hospital Santa Catarina (Blumenau/SC)
3Docente de Psiquiatria – Universidade Regional de Blumenau (FURB)

RELATO DE CASO Após 3 sessões, mudou seu padrão de


comportamento, passando a sorrir e
V.G., 23 anos, masculino. Diagnosticado com frequentar áreas externas. Após a quarta
Transtorno do Espectro Autista (TEA) aos 12 sessão, voltou a aceitar dieta e se comunicar,
anos, tendo dificuldade de interação social e citando os alimentos que mais gostava. Após
comportamento bizarro, colecionando lixo e 5 sessões aceitava medicações e alimentos
assediando mulheres, além de crises de raiva. sem resistência, assistia televisão e abraçava
Aos 16 anos, passou a apresentar apatia e familiares, recebendo alta para tratamento
resistir ao uso de medicações. Posteriormente ambulatorial. Desde então, V.G. flutua entre
teve piora acentuada do negativismo, além de recidivas do negativismo e períodos de
mutismo, isolamento social e mantendo-se remissão mais prolongados, uma vez que o
imóvel, sem se alimentar ou evacuar. Foi paciente e os pais não aderem ao tratamento
internado em uma unidade psiquiátrica de farmacológico, incluindo o uso de
hospital geral em Blumenau/SC e obteve antipsicóticos de depósito. Eventualmente,
resposta parcial a olanzapina, mas necessita de internação e faz novas sessões
eventualmente recusava a medicação e os de ECT, tendo boa resposta.
sintomas recidivavam. Respondeu
parcialmente à clozapina, mas a droga CONCLUSÃO
precisou ser descontinuada devido a uma
hepatite medicamentosa grave, ocasionando a O caso apresentado vai ao encontro da
recidiva dos sintomas. Manteve-se com literatura que defende a ECT como terapia
períodos de catatonia e dificuldade em ter sua alternativa dentro do TEA, ratificando o seu
nutrição assegurada, devido à retirada da SNE potencial uso, principalmente como terapia
mesmo com contenção mecânica. Esgotadas de resgate nos casos refratários às
as possibilidades terapêuticas convencionais, intervenções convencionais.
após 2 anos e 8 internações hospitalares,
optou-se pela eletroconvulsoterapia (ECT)
para tratamento da síndrome catatônica.

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