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João Batista Carlos, de 64 anos, trabalhou na Vale entre 1973 e 1997. Após se aposentar,
ele comprou um terreno no bairro Bela Vista, em Itabira, na Região Central de Minas
Gerais, onde construiu sua casa. São 720 m² de área, com quintal e muita fruta no pé. “Eu
me sinto desconfortável morando aqui. Não desejo essa casa para ninguém”, disse João.
João Batista vem sofrendo com os alteamentos da barragem há anos. Ele mora no bairro
Bela Vista há 21 anos. “Quando eu comprei, não se via a barragem da minha casa.
Depois do último alteamento, em 2010, ela está aqui. Bem em frente”, disse ele.
O aposentado, que vive com a mulher e o filho, quer sair da casa. A tensão provocada
pela proximidade tem lhe tirado o sono.
“Eu não sou contra o progresso. Só acho que a Vale ‘atropelou’ a gente quando expandiu
a barragem. Podia ter sido feito de outra forma”, disse João.
Hoje, a exploração das minas de Itabira representa pouco mais de 9% da produção total
da Vale. São cerca de 43 milhões de toneladas por ano. A Vale tem hoje duas minas e três
usinas de beneficiamento de minério de ferro na cidade.
O Complexo do Pontal também é vizinho dos bairros Nova Vista e Rio de Peixe. De
acordo com a prefeitura, 2.345 visitas domiciliares foram realizadas nestes locais pela
Vale e Defesa Civil desde o dia 27 de fevereiro, pouco mais de um mês depois da
tragédia em Brumadinho. A medida faz parte do Plano de Ação de Emergência de
Barragens de Mineração.
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21/03/2019
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