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DIREITO PENAL

Aula 02/08/2018

Conduta humana
Típica CRIME
Anti jurídica
Culpável

SANÇÃO PENAL
Resposta dada pelo Estado ao sujeito que cometeu uma conduta humana, típica, anti
jurídica e culpável.

FINALIDADE DA PENA
 Retributiva: retribuir o mal feito pelo delinquente, até o limite da dignidade
humana.

 Prevenção:

GERAL: aquela destinadas a todos que moram no território.


- Positiva: mensagem enviada a todas as pessoas que existe uma lei penal
eficiente e que infringida ela será aplicada.
- Negativa: mensagem enviada a todos que a prática do crime não
compensa. É inversamente proporcional a impunidade, uma vez quanto maior a
impunidade menor será a finalidade geral negativa, porém quanto maior a
finalidade geral negativa, menor será a impunidade.

ESPECIAL: aquela destinada ao delinquente.


- Positiva: está preocupada em ressocializar o delinquente que praticou o
crime.
- Negativa: visa intimidar o delinquente que praticou o crime e cumpriu a
pena para que ele quando sair do sistema prisional não volte a delinquir, ou seja,
visa evitar a reincidência.

 Ressocializadora: igual especial positiva.


PRINCIPAIS PRINCÍPIOS DA TEORIA DA PENA
 PERSONALIDADE ou REPONSABILIDADE PESSOAL ou
INTRANSENDENCIA: A pena não passa da pessoa do réu.

 INDERROGABILIDADE: Preenchidos os requisitos a pena é obrigada a ser


aplicada imediatamente.

 HUMANIZAÇÃO ou DIGNIDADE HUMANA: Veda penas de caráter cruel (são


aquelas que ofendem a integridade física do réu), perpétua, banimento e morte
(exceto em caso de guerra declarada).

 INTERVENÇÃO MÍNIMA: está relacionada com a ofensa de bens jurídicos, ou


seja, só existe pena a crimes que ofendem bens jurídicos tutelados.

ESPÉCIES DE PENA
PPL – pena privativa de liberdade
PRD – pena restritiva de direito O réu pode INICIAR em
um tipo e regredir de um
MULTAS
para outro, ou seja, ele
pode cometer uma
detenção e ESTAR no
Aula 08/08/2018 regime fechado.
PPL reclusão (mais grave)
detenção (menos grave)

DIFERENÇAS ENTRE RECLUSÃO E DETENÇÃO

Em relação ao regime do início do cumprimento da pena


 RECLUSÃO: fechado, semi-aberto e aberto.
 DETENÇÃO: semi-aberto e aberto.

Em relação ao doente mental/inimputável


 RECLUSÃO: internado em hospital psiquiátrico.
 DETENÇÃO: medida de segurança de tratamento ambulatorial.
Semi imputável: redução de 1/6 a 1/3, porém pode-se aplicar medida de segurança.
Teoria Majoritária: internamento de no máximo 3 anos, mas pode aplicar o tempo da
pena também.

Em relação ao poder familiar


 RECLUSÃO: pode perder o poder familiar.
 DETENÇÃO: não perde o poder familiar.

Em relação a interceptação telefônica


 RECLUSÃO: admite monitoriamento telefônico.
 DETENÇÃO: não admite tal interceptação.

Em relação a quantidade de pena no regime penitenciário


 FECHADO: se aplica aos réus primários com pena superior a 8 anos.
O local de cumprimento é no sistema penitenciário de segurança máxima.
 SEMI-ABERTO: se aplica aos réus primários com pena superior a 4 e no
máximo 8 anos.
O local de cumprimento é na colônia penal agrícola ou industrial.
 ABERTO: se aplica aos réus primários com pena de até 4 anos.
O local de cumprimento é na casa de albergado e, inexistindo a mesma, domiciliar
(tornozeleira).

O regime fechado deve ser interpretado em conjunto com a Súmula 269 do STJ,
ou seja, o condenado que for reincidente pode ir para o regime semi-aberto desde
que a pena seja igual ou inferior a 4 anos e circunstâncias judiciais favoráveis
(arts. 59).
Isso vai de encontro (choca) com a regra de que todo reincidente inicia o
cumprimento da pena no regime fechado, independente da quantidade ou pena.

Aula 09/08/2018
PROGRESSÃO DA PENA
É proibido no direito penal brasileiro a progressão de pena por salto.

Regra para progredir de regime no direito brasileiro:


1) Cumprimento de 1/6 de pena no crime comum.
2) Se o crime for hediondo (Lei 8070, art. 90) o condenado deve cumprir 2/5 da
pena.
3) Se o sujeito for reincidente de crime hediondo deve cumprir 3/5 da pena.

O reincidente de crime comum não está escrito na lei, portando deve


usar o cumprimento de 1/6 da pena (mais benéfica para o réu).

Aula 15/08/2018
Exercícios.

Aula 16/08/2018

Reincidente – réu primário


Mal antecedentes – bons antecedentes

REINCIDÊNCIA E MAL ANTECEDENTES

Regra do professor:
- Mal antecedentes é o condenado com trânsito em julgado.
- Reincidente é o sujeito que após ter uma condenação criminal transitada em julgado,
pratica um novo fato criminoso e quando for julgado por esse novo fato será
considerado reincidente.
CASO:
João praticou um crime de roubo no dia 10/11/2007, pelo qual foi condenado no dia
29/08/2009 e transitou em julgado em 15/05/2010. João também praticou no dia
10/09/2009 um crime de extorsão, sentença prolata em 18/10/2010 e transitou em
julgado em 07/04/2011. Por fim, João praticou estelionato em 12/03/2010, sentença em
25/05/2011 e transitou em julgado em 27/07/2013. Em que momento João é
reincidente?

10/11/2007 – praticou roubo


29/08/2009 – sentença roubo
10/09/2009 – praticou extorsão
12/03/2010 – praticou estelionato
15/05/2010 – trânsito em julgado roubo
18/10/2010 – sentença extorsão
07/04/2011 – trânsito em julgado extorsão
25/05/2011 – sentença roubo
27/07/2013 – trânsito em julgado crime

R: João é réu primário (porque praticou o crime antes do trânsito em julgado) e quando
da sentença da extorsão é portador de mal antecedentes.

REABILITAÇÃO
Existe um instituto jurídico, chamado reabilitação, em que o condenado é
reabilitado, ou seja, ele deixa de ser reincidente e volta a ser réu primário. Isso
ocorre quando o pedido é feito por advogado dois anos depois de encerrada a
condenação criminal. A reabilitação serve apenas para réu primário e reincidente,
não serve para mal ou bons antecedentes.

SAÍDAS DO PRESO OU AUTORIZAÇÕES DE SAÍDAS


 Somente para regime fechado e semi-aberto.
As alterações de saída se dividem em duas:

1) Permissão de saída:
É dada pelo diretor do presídio (não pelo juiz) ao preso que está no regime fechado
ou semi-aberto por questões humanitárias.
Princípio da humanidade.
São os casos de: falecimento do cônjuge/ irmão/ descendente/ ascendente ou nos
casos de doenças graves para tratamento.

2) Saídas temporárias:
Aplica-se somente ao preso no regime semi-aberto.
É dada pelo juiz da vara de execução para visitar a família, fazer curso
profissionalizante e participar de atividade que reforce o convício social (ex. igreja).
O preso somente terá direito a saída temporária se possuir comportamento
carcerário favorável, cumprimento de 1/6 da pena ser primário ou 1/4 se reincidente
e houver compatibilidade da saída com a finalidade da pena.

REMIÇÃO DA PENA
 É o abatimento da PPL pela prática de trabalho durante o cumprimento da pena
ou pelo estudo.

- Pelo trabalho:
A cada 3 dias trabalhados, abate-se 1 dia de pena, sendo no mínimo 6 e no máximo 8
horas por dia.

- Pelo estudo:
A cada 12 horas de frequência escolar, abate-se 1 dia de pena, sendo as 12 horas
dividas em 3 dias.
OBS: É possível cumular estudo e trabalho para fins de remição?
Sim, desde que haja estrutura (possibilidade de estudo e trabalho) no sistema
carcerário e compatibilidade de horário.

FALTA GRAVE E REMIÇÃO DA PENA


Se um preso pratica falta grave, ele perde no máximo 1/3 dos dias remidos.
Lei 12.433/11.

FALTA GRAVE E PROGRESSÃO DA PENA


Se um preso pratica falta grave, ele perde todo o tempo contado da progressão e
regride de pena.

DETRAÇÃO PENAL
 É o desconto da pena provisória (ex: preventiva) da pena final condenatória.

CASOS
João foi condenado definitivamente a 9 anos de reclusão, ficou preso preventivamente
por 1 ano. Quanto tempo de pena ele precisa cumprir para ir para o semi-aberto?
R: Para a solução dos casos envolvendo detração da pena, tenho que fazer assim:
Primeiro eu progrido e depois eu aplico a detração.
1/6 da pena, 1 ano e meio, ou seja, faltam 6 meses.

João foi condenado a 9 anos de reclusão (crime comum). Quanto tempo de pena ele
tem que cumprir para ir para o regime semi-aberto?
R: 1/6 da pena, ou seja, 1 ano e meio (1,6 anos).

Aula 22/08/2018
Respostas dos casos da aula anterior.
CASOS
João, réu primário, foi condenado a um estupro (hediondo), a 15 anos de reclusão.
João ficou preso preventivamente 5 anos. Qual a sua situação jurídica?
R: João necessita cumprir 6 anos (2/5 da pena). Considerando que João ficou preso 5
anos farei a detração, ou seja, após 1 ano ele irá para o semi aberto.

PENA RESTRITIVA DE DIREITO


 É uma espécie de pena alternativa à PPL. Criada em 1998, para desencarcerar.

Características da PRD
1) Substitutividade: a pena restritiva de direito sempre é substituída numa PPL, ou
seja, o juiz obrigatoriamente sempre vai aplicar uma PPL primeiro e depois, na
própria sentença, fara a substituição pela PRD, isto quer dizer que não pode o
juiz aplicar a PRD diretamente.
Única exceção: art. 28 da Lei 11.343/06 – uso de droga.
2) Autonomia: PRD não é pena acessória, é autônoma, ou seja, não pode o juiz
aplicar cumulativamente uma PPL é um PRD. Ele tem que aplicar a PRD se
preencher os requisitos. Exceção: código de trânsito brasileiro.
3) Precariedade: a PRD pode ser reconvertida em PPL, caso não cumprida as
condições. Se eu não cumprir a PRD imposta pelo juiz ela é reconvertida em
PPL. Ex: PRD de não poder sair fds, saio, revoga a PRD e ele expede mandado
de prisão para cumprir a PPL já prevista na sentença.

Aula 23/08/2018

Espécies de PRD
 Prestação pecuniária: pagamento de um valor.
 Perda de bens e valores
 Prestação de serviço à comunidade
 Interdição temporária de direito
 Limitação do fim de semana
Duração da PRD
É o tempo da PPL aplicada. A duração da PPL se refere às últimas 3 espécies de PRD
só. As outras não, não tem como. Elas são feitas num único ato (as duas primeiras).

Requisitos para aplicação da substituição


Eles são cumulativos. É um E o outro. Não um OU o outro.

Objetivos
 a) Diz respeito à natureza do crime. Qual natureza de crime admite a
substituição? Se doloso o crime não pode ser com violência ou grave ameaça a
pessoa. Este requisito abrange tanto a violência própria (violência física) quanto
a imprópria. A violência imprópria é o uso de narcóticos para diminuir a
resistência da vítima. Se culposo, qualquer crime admite. A culpa não é
subjetiva, tem que estar escrito, se culposo. Tem que olhar o código.
Exceção: JECRIM.
 b) A pena aplicada não pode ser superior a 4 anos. Pena aplicada é a mesma
coisa que pena in concreto, ou seja, aquela da sentença dada pelo juiz. Pena in
abstrato é aquela prevista no código penal, não é essa.

Subjetivos
 a) O réu não pode ser reincidente em crime doloso (Art 44, inciso II). Em crime
culposo pode. Este requisito deve ser interpretado junto com a decisão do STF:
“se a substituição da PPL por PRD for socialmente recomendada (o juiz que
verifica isso) E o réu não for reincidente específico (do mesmo crime) é possível
não obedecer o requisito da letra a.
 b) Princípio da suficiência: ou seja, as circunstâncias judicias tem que ser
favoráveis. (Art 59). Circunstâncias judicias é o juiz que analisa.

OBSERVAÇÃO
PRD e crimes hediondos, é possível?
Sim.
Aula 30/08/2018

PRD e Juizado Especial Criminal


Crimes do JECRIM são de penas de 2 anos no máximo em abstrato.
Ex: lesão corporal leve com violência à pessoa e ameaça.

STJ e STF entendem que se o crime é de competência do JECRIM, ainda que com
violência à pessoa, cabe PRD.

PRD e Lei Maria da Penha


STJ e STF pacificaram que violência doméstica não admite PRD, mesmo sendo lesão
leve.

Momento da substituição da PPL por PRD


1) Primeiro o juiz aplica a pena base com fundamento no art. 59 do CP.
2) Após achar a pena base, o juiz aplica as agravantes (art. 61 do CP) e as
atenuantes (art. 65 do CP) e, então, ele acha a pena provisória.
3) Na terceira fase o juiz aplica em cima da pena provisória as causas de aumento
de pena (majorante) e causas de diminuição de pena (minorantes) – as
majorantes e as minorantes SEMPRE vêm em forma de fração no CP.
4) Após a terceira fase, aplica-se a pena final. Neste momento o juiz olha para a
pena final e verifica se estão presentes os requisitos objetivos e subjetivos.

Após a aplicação do critério trifásico, aplica-se a PRD.

Espécies de PRD
Prestação Pecuniária: trata-se do pagamento em dinheiro em favor da vítima (1 –
vítima / 2 – dependentes da vítima / 3 – entidade pública / 4 – entidade privada com
destinação social).
Se paga um valor entre 1 e 360 salários mínimos.
Atenção: a prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza (art. 45,
§2º, CP). Ex: cesta básica.
Qual a distinção entre prestação pecuniária e pena de multa?

Natureza Jurídica: Multa é uma espécie de pena. Prestação pecuniária é espécie de


PRD.
Destinatário: Multa vai para o fundo penitenciário nacional. Prestação pecuniária vai
para os beneficiários acima descritos.
E se não pagar: Multa acaba na execução na Vara da Fazenda Pública. Prestação
pecuniária volta para PPL (precariedade).

Perda de bens e valores: é a perda de bem ou valor do patrimônio lícito do


condenado em favor do fundo penitenciário nacional.
Qual a diferença entre a perda de bens e valores e o confisco?
O confisco incide sobre o instrumento (ex: o carro usado para transportar a cocaína),
produto (ex: o que eu vendo) ou o proveito (ex: o que eu compro com a venda) do
crime.

Prestação de serviço à comunidade: consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao


condenado para hospitais, escolas, entidades assistenciais e outros.
Atenção: por expressa disposição legal esta PRD somente é aplicada à condenações
superiores a 6 meses.
Como que cumpre?
Cumpre a cada 1 hora de tarefa por dia de condenação.
Atenção: se a PPL for superior a 1 ano é permitido ao condenado cumprir a tarefa em
menos tempo, mas nunca inferior a metade da PPL aplicada.
Ex: se ele for condenado em 2 anos e quiser cumprir a PRD em 1 ano, fazendo duas
horas por dia pode, vez que não será inferior a metade da PPL aplicada (1 ano).

Interdição temporária de direitos: a interdição é temporária, não definitiva. Os


direitos estão no art. 47 do CP.

Limitação do fim de semana: é a obrigação de permanecer 5 horas no sábado e 5


horas no domingo em casa de albergado fazendo curso.
Aula 05/09/2018

Critério para aplicação da PRD


 Pena inferior a 1 ano: o juiz aplica uma PRD OU multa.
 PPL superior a 1 ano: o juiz aplica duas PRD OU uma PRD e multa.

Critério bifásico para aplicação da multa


1ª Fase: o juiz busca a quantidade de DM (dias/multa) e como ele faz isso? Varia entre
10 à 360 DM. E qual é o norte do juiz? O juiz analisará o critério trifásico da PPL, ou
seja, o art. 59 CP, agravante/aumento, CAP/CDD. Se todas forem boas é obrigada a
aplicar 10, se forem todas ruim é obrigada a aplicar 360, se forem mais ou menos é
obrigada a aplicar 180.
2ª Fase: o juiz busca saber o valor em dinheiro do DM. O juiz leva em conta a situação
econômica do réu. Se ele for pobre o juiz aplica o mínimo que é 1/30 do salário mínimo.
Se ele for rico o juiz aplica o máximo que é 5 vezes o salário mínimo do momento do
fato. Atenção: art. 60, §1º CP (para os ricos) - Caso o juiz entenda que a multa está
muito baixa/ a quen, ele pode elevar a multa no máximo em até 3 vezes. Art. 72 CP –
No caso de concurso de crimes (formal, material e continuado), a multa é aplicada
distinta e integralmente, ou seja, para cada crime uma pena de multa e depois é
somado.

CASO
João praticou três crimes de furto em continuidade delitiva. Foi condenado a uma PPL
de 1 ano e seis meses. João não é reincidente. As circunstâncias judiciais (art. 59) são
favoráveis a ele. Não há agravante e causa de aumento de pena no caso. João é um
dos 10 milionários brasileiros que saiu na revista FOPS. Levando em conta o caso e
considerando R$900,00 o valor do salário mínimo da época dos fatos, responda:
a) É possível o juiz aplicar uma PRD e uma multa? Explique.
Sim, pois a PPL é maior que 1 ano.
b) Considerando que o juiz tenha aplicado a prestação de serviço a comunidade como
PRD, qual o tempo mínimo que João poderá cumpri-la?
9 meses, ou seja, metade da PPL aplicada que foi de 18 meses.
c) Aplique a pena máxima de multa e também a pena mínima de multa.
O máximo é de 10 DM, no valor de 5x o salário mínimo, R$4.500,00 por dia, valor total
de R$45.000,00, que pode ser multiplicado em 3 vezes, sendo R$135.000,00, como o
crime é continuado em 3 vezes, triplica sendo o valor final de R$405.000,00.
O mínimo é de 10 DM, no valor de 1/30 do salário mínimo, R$30,00 por dia, valor total
de R$300,00, devendo ser multiplicado 3x tendo em conta o crime continuado, sendo o
valor total de R$900,00.

MACETE
MÁXIMO – RICO
MÍNIMO – POBRE

Aula 06/09/2018

CASO
João, mediante grave ameaça, pratica um crime de constrangimento ilegal contra
Maria. João é condenado a 5 meses de reclusão. João também é reincidente de crime
de furto. As circunstâncias judiciais e legais são favoráveis e não há majorante ao caso.
a) Aplique a PRD ao caso, se couber. Caso o juiz entenda que não cabe, explique os
motivos do seu convencimento.
Entendendo que cabe a PRD, pois cumpre os requisitos objetivos, tendo em vista se
tratar de crime com grave ameaça a pessoa, porém se trata de JECRIM, cabendo a
substituição e a pena é menor que 4 anos, e cumpre os requisitos subjetivos, pois é
reincidente em crime culposo (e não doloso e nem específico) e circunstancias judiciais
favoráveis, cabe qualquer PRD menos a prestação de serviço a comunidade.
Entendo que não cabe a PRD, os requisitos objetivos são preenchidos conforme acima,
entretanto em relação ao requisito subjetivo ainda que o réu não seja reincidente
específico entendo que a medida de substituição não é socialmente adequada,
portanto não substituo.
b) Considerando a PPL aplicada é possível também aplicar a pena de multa? Explique.
Não, tendo em vista que a PPL foi aplicada, não cabendo a aplicação da multa, vez
que se trata de pena menor que 1 ano.
c) Considerando o salário mínimo em R$900,00 e imaginando se possível aplicar a
pena de multa e, ainda, considerando João desempregado e financeiramente em
situação periclitante, aplique a pena de multa.
O mínimo é de 10 DM, no valor de 1/30 do salário mínimo, pois o réu se encontra
desempregado, R$30,00 por dia, valor total de R$300,00.

Aula 12/09/2018

Revisão
4 discursivas
Verdadeiro e falso
Alternativas
18 questões

PENAS
Sansão penal
Espécies de pena
Finalidades da pena e os princípios (1,0) princípio importante – intranscedencia,
humanização (não veda pena de morte)
PPL
Diferenças de reclusão e detenção
Regimes aberto, semi aberto e fechado
Progressão da pena (não pode por salto – mas regressão pode)
Autorizações de saída (permissão de saída e saída temporária)
Falta grave (progressão sempre perde tudo)
Remição da pena (só perde até 1/3 dos dias remidos)
Detração da pena (juiz da execução que faz)
PRD
Características da PRD
Espécies de PRD
Requisitos objetivos e subjetivos
Duração da PRD (só cabe em 3: serviço comunidade, interdição de direitos e limitação
do fds)
Espécies específicas de PRD
MULTA
Critério bifásico
CASOS EM SALA
Caso de sala de detração e progressão
Um dos três casos de multa

PROVA 02
Aula 26/09/2018

SURSIS
É a suspensão da execução da PPL, por um tempo.

O juiz aplica a PPL, verifica que não cabe a PRD e aí verifica se é aplicável a sursis.
Tempo de prova: o tempo que fica suspensa a pena.
Se o condenado não cumprir a sursis, ela é revogada e aplica-se a execução da PPL
aplicada.

Requisitos para concessão do sursis:


1) Objetivo: a) cabe apenas em PPL; b) não coube a substituição da PPL por
PRD; c) a PPL inn concreto (a da sentença) menor ou igual a 2 anos – art. 77
CP.
2) Subjetivo: a) não ser reincidente em crime doloso; b) art. 59 (circunstâncias
judiciais) favorável.
Espécies de sursis:
 Simples: é aquele em que o réu não reparou o dano e circunstâncias do art. 59
não são inteiramente favoráveis.
Consequências: tempo de prova é de 2 a 4 anos, sendo que no primeiro ano o
condenado deve prestar serviços à comunidade ou submeter-se a limitação de
fim de semana.

 Especial: é aquele em que o réu reparou o dano e circunstâncias do art. 59 são


inteiramente favoráveis.
Consequências: durante o período de prova, de 2 a 4 anos, o condenado
deverá: a) ficar proibido de frequentar determinados lugares; b) ficar proibido de
se ausentar da comarca, salvo se o juiz autorizar; c) comparecer mensalmente
em juízo para justificar suas atividades.

Existe um sursis etário aplicado ao condenado maior ou igual de 70 anos, que tenha
sido condenado a uma PPL igual ou menor que 4.
Período de prova: de 4 a 6 anos. Ver se é um etário simples ou especial.

Existe um sursis humanitário, que ocorre por problemas de saúde ou doenças


graves comprovadas por perícia.
Período de prova: depende do juiz.

Aula 27/09/2018

Diferenças entre sursis penal e sursis processual:


 PENAL: o que vimos aula passada, previsto no art. 77 do CP.
 PROCESSUAL: prevista no art. 89 da lei 9099/95.

 PENAL: existe uma condenação.


 PROCESSUAL: não existe condenação do réu.

 PENAL: sursis é oferecido na sentença, pelo juiz da sentença.


 PROCESSUAL: tempo de prova é de 5 anos; o MP não oferece denúncia, mas
sim transação penal, portanto não há condenação.
 PENAL: gera maus antecedentes e reincidência.
 PROCESSUAL: não gera maus antecedentes, nem reincidência, vez que não
teve condenação.

 PENAL: natureza jurídica de suspensão da execução da PPL.


 PROCESSUAL: natureza jurídica é de extinção da punibilidade.

LIVRAMENTO CONDICIONAL
Em que momento o sujeito está? Cumprindo a pena.
Como ele é chamado? Condenado.

Não confundir com regime de pena. Já concedido: ele não está em nenhum regime,
está solto. Para conceder: está no regime fechado ou semi-aberto.

Natureza jurídica: é um direito público subjetivo do condenado, o juiz não pode negar
se preenchidos os requisitos.

Requisitos:
 Objetivo: a) quantidade da pena = pena inn concreto igual ou superior a 2 anos;
b) reparar o dano, salvo impossibilidade comprovada de fazê-lo; c) parcela de
PPL cumprida =
bons antecedentes, não ser reincidente e crime doloso: 1/3
reincidente em crime doloso: mais de 1/2
crime hediondo ou 3Ts (tráfico, tortura e terrorismo): mais de 2/3
OBS: o réu com maus antecedentes e praticante de crime doloso também é 1/3
e não cabe analogia em desfavor do réu.

 Subjetivo: bom comportamento carcerário, atestado pelo diretor do presídio.

Tempo de prova: o remanescente da pena (o que falta), “pena cumprida é pena


extinta”.
Se descumprir a obrigação, revoga o livramento condicional e volta para PPL cumprir o
resto.
Aula 02/10/2018

DOSIMETRIA DA PPL
1. Diversas concepções.
2. Vamos adotar a mais aplicadas em concursos.

Critério trifásico.

1ª FASE – pena base.


O que eu busco? Qualificadoras.
Como faço? Vai se basear no mínimo ao máximo da pena in abstractu – pena do CP.

Premissas:
 O juiz é obrigado na 1ª fase a se ater entre o mínimo e o máximo in abstractu
 Para cada desfavorável (art. 59) aumenta 1/6 da pena mínima.
 Uma vez encontrado o 1/6, ele é usado unitariamente
 A circunstância favorável vem escrita expressamente na prova do Solon
 Cuidado com o bis in idem – não usar a mesma coisa para prejudicar o réu.
 A pena será no mínimo quando todas as circunstâncias forem
favoráveis/neutras.

2ª FASE – pena provisória


Analisa agravante (art. 61) e atenuante (art. 65).

Regra da preponderância:
1. Se o réu for senil (70 anos ou mais, contado da data da sentença ou menor de
21 anos, na data do fato) – se existir essa não aplica as demais regras. É UMA
ATENUANTE de 1/6.
2. Se o réu for reincidente, agrava a pena de 1/6. É UMA AGRAVANTE.
3. As demais se compensam.
4. O juiz também é obrigado a se ater entre o mínimo e o máximo.
3ª FASE – pena definitiva
Busca a pena definitiva.

Fração: - CAP (causas de aumento de pena – majorante)


- CDP (causas de diminuição de pena – minorante)

Uma vez achada a pena definitiva, pergunte onde irá cumprir o regime de pena? Cabe
PRD? Cabe SURSIS?

CASOS
João, com 19 anos, mediante violência tenta subtrair o celular de Maria, quando é
preso em flagrante pela PM. João tem maus antecedentes. As demais circunstâncias
do art. 59 são neutras. João é preso e autuado pelo crime do art. 157 combinado com o
art. 14, II, do CP. Para a tentativa diminua 2/3. Maria, como foi ouvida na delegacia,
perdeu uma entrevista de emprego, mas João reparou o dano.
1. Aplique a pena base.
4 anos e 8 meses (pena mínima, vez que circunstâncias neutras e agravante de 1/6
pelos maus antecedentes).
2. Aplique a pena provisória.
Diminui 1/6 da pena pois ele é menor, ou seja, fica 4 anos.
3. Aplique a pena definitiva, onde cumpre e qual o regime.
Diminui 2/3 pela tentativa, ou seja, 1 ano e 4 meses. Regime aberto na casa de
albergado.
4. Diga se cabe PRD ou não, fundamente.
Não, vez que teve uso de violência à pessoa.
5. Diga se cabe SURSIS, qual espécie? Fundamente.
Cabe sursis especial (menor que 2 anos e reparou o dano), com as restrições.
Aula 04/08/2018

CASOS
João, com 68 anos de idade, no dia 05 de janeiro de 2010, furta um laptop de Maria.
João possui personalidade voltada para crimes patrimoniais. Além disso, João também
é reincidente em crime de estelionato. Após o furto do laptop, ainda na fase de
inquérito policial, João é orientado por seu advogado e devolve o laptop, visando obter
a diminuição da pena prevista no art. 16 do CP. Em 05/10/2013 João é condenado pelo
crime de furto, ocasião em que o juiz diminuiu metade da pena por força do art. 16 do
CP. Responda de forma fundamentada:
1. Qual a pena base?
A pena mínima é de 1 ano, mais duas desfavoráveis de 1/6 pela personalidade
voltada para crimes e pelos maus antecedentes, 1 ano e 4 meses.
2. Qual a pena provisória?
1 ano e 2 meses, vez que o réu é senil e diminui 1/6.
3. Qual a pena definitiva?
7 meses, vez que diminuída metade pelo art. 16 CP.
4. Qual o regime de cumprimento de pena?
Regime semi-aberto, tendo em vista que possui circunstâncias judiciais favoráveis,
independente da pena ser menor que 4 anos – sumula 269.
5. Onde ele deve cumprir?
Colônia penal agrícola ou industrial.
6. Cabe PRD?
Sim, pois preenchidas os requisitos objetivos e subjetivos, sendo recomendável a
substituição.
7. Cabe SURSIS?
Não, pois é reincidente em crime doloso.

Aula 10/10/2018
PRESCRIÇÃO
Perda do direito.

Espécies:
 Prescrição da pretensão punitiva – PPP
 Pretensão da prestação executória - PPE

PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA: Perda do direito de punir.

Características:
 Apaga todos os efeitos da sentença penal condenatória.
 Menor de 21 (fato) ou maior de 70 (sentença) diminui o prazo prescricional pela
metade.

Subespécies:
1) Propriamente dita: conto a pena sempre em abstrato.
2) Retroativa: conto a pena em concreto.
3) Superveniente ou intercorrente: conto a pena em concreto.

Como fazer o cálculo?


Primeiro pego a pena máxima em abstrato e jogo na tabela do art. 109 CP. Após,
verifica a linha do tempo.

Linha do tempo:

DCF DRD DSPC STEJ PRESO


PPPP PPPP PPPS/I PPEx .

Fato ocorreu antes de 12/05/2010? Retroage, aplica-se a PPPR.


Data da consumação do fato (fato ocorreu antes de 12/05/2010: retroativa PPPR -
concreto) – PPPP (abstrato) - data do recebimento da denúncia – PPPP (abstrato) –
data da sentença penal condenatória – PPPS/I (concreto) - data do trânsito em julgado
para ambas as partes (defesa e MP) – PPEx (concreto) - preso.

Achou a prescrição? PARA.

PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA: Perda do direito de executar.


Conto a pena em concreto.

Características:
 Impede a prisão do sujeito.
 Menor de 21 (fato) ou maior de 70 (sentença) diminui o prazo prescricional pela
metade.

CASO
João no dia de seu aniversário de 20 anos furta Maria, fato que ocorreu em 02/01/2012.
A denúncia foi recebida em 02/01/2013. A sentença que o condenou foi proferida em
10/09/2015, ocasião em que o juiz condenou João a 1 ano de reclusão. Verifique se há
prescrição e diga qual.

MACETE:
Abstrato: pena máxima em abstrato (4) e jogo na tabela do art. 109 (prescrição de 8
anos). O réu é senil? Sim, então divide por 2, ou seja, a prescrição é de 4 anos.
Concreto: pena condenada (1) e jogo na tabela do art. 109 (prescrição de 4 anos). O
réu é senil? Sim, então divide por 2, ou seja, a prescrição é de 2 anos.

Linha do tempo: ocorreu a PPPR.


02/01/2012 – 02/01/2013 – 10/09/2015
CASO
João no dia de seu aniversário de 69 anos de idade desferiu uma facada em Fernando,
matando-o. Fato que ocorreu em 02/01/1980. A denúncia por homicídio contra João foi
recebida em 02/01/1985. João foi condenado a 10 anos de reclusão pelo art. 121,
caput, CP em 02/01/1990. A sentença transitou em julgado em 02/01/2018.

Abstrato: pena máxima em abstrato (20) e jogo na tabela do art. 109 (prescrição de 20
anos). O réu é senil? Sim, então divide por 2, ou seja, a prescrição 10 anos.
Concreto: pena condenada (10) e jogo na tabela do art. 109 (prescrição de 16 anos).
O réu é senil? Sim, então divide por 2, ou seja, a prescrição é de 8 anos.
Linha do tempo: ocorreu a PPPS/I.
02/01/1980 – 02/01/1985 – 02/01/1990 – 02/01/2018

CASO - prova
João com 19 anos furta Pedro e preso em seguida, sendo condenado por tentativa de
furto. As circunstâncias do art. 59 são todas favoráveis a João. Para a tentativa diminua
metade da pena. Se couber PRD aplique e explique. Por fim, explique se cabe
SURSIS.
A pena final é de 6 meses. Cabe qualquer PRD, menos prestação de serviço a
comunidade. Não cabe sursis, vez que cabe PRD.

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