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2º
3º
8º
a) Sistema legal: cabe ao legislador listar exaustivamente (numerus clausus) os crimes que são hediondos. Se um crime
está nesta lista, o juiz deve considerá-lo hediondo, independentemente da gravidade da conduta específica no caso. A
vantagem é a certeza na aplicação da lei, pois só são considerados hediondos os crimes listados pelo Legislativo. Porém,
isso dá ao Congresso Nacional a liberdade de classificar qualquer crime como hediondo, possivelmente por pressão da
mídia ou da população, como aconteceu com a falsificação de medicamentos.
b) Sistema judicial: o juiz tem a liberdade de decidir se uma conduta é hedionda com base nas circunstâncias específicas
do caso. Isso permite uma maior flexibilidade na classificação, dependendo dos detalhes fáticos de cada situação. No
entanto, isso pode trazer insegurança jurídica, uma vez que a decisão é baseada em critérios subjetivos do juiz.
c) Sistema misto: o legislador fornece um conceito de crime hediondo e alguns traços característicos desses crimes. Com
base nesta definição, o juiz decide se uma conduta específica é hedionda. Este sistema combina elementos dos dois
anteriores, mas também pode levar à insegurança jurídica.
➢ Sistema adotado pela Lei n.º 8.072/90: o Brasil adotou o sistema legal. Para saber se um crime é hediondo, é preciso
apenas consultar o art. 1º da Lei n.º 8.072/90. Se o crime estiver listado ali, é hediondo. Se não estiver, não é
considerado hediondo, independentemente da gravidade do caso específico. Este sistema não pode ser alterado por
analogia ou interpretação extensiva.
Art. 1º. São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados:
I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido
por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII e IX);
I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2º) e lesão corporal seguida de morte (art. 129,
§ 3º), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal,
integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão
dessa condição;
II - roubo:
a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso V);
b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de arma de
fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B);
c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º);