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REBELIÕES DA SENZALA

Clovis Moura
A QUESTÃO SOCIAL NO BRASIL 6
l
Sumário

Capa de: Características gerais 21


Yvonne Saruê
Os escravos nos movimentos políticos 53

Quilombos e guerrilhas 85

Insurreições baianas 129

Durante o domínio holandês 163

O Quilombo dos Palmares 183

Revoltas em São Paulo 197

O Quilombo do Jabaquara ? 219

O escravo negro e o sertão 225

© LECH LIVRARIA EDITORA CIÊNCIAS HUMANAS LTDA. Tática de luta dos escravos 239
Rua 7 de Abril, 264 - Subsolo B - Sala 5 - CEP 01044 - São Paulo - SP.
Impresso no Brasil Printed in Brazil Conclusões 247

Bibliografia 255
Conclusões

Na introdução ao presente trabalho afirmamos que todos os fatos


apresentados só teriam sentido se fossem perspectivados dentro de um
•processus dinâmico, isto é, se fossem perspectivados como componentes
de um todo que era a sociedade escravista e, além disto, como conteúdo
da dicotomia básica na qual ela se assentava. As revoltas dos escravos,
como apresentamos neste livro, formaram um dos termos de antinomia
dessa sociedade. Mas não formaram apenas um dos termos dessa anti-
nomia: foram um dos seus elementos dinâmicos, porque contribuíram
para solapar as bases económicas desse tipo de sociedade. Criaram as
premissas para que, no seu lugar, surgisse outro. Em termos diferen-
tes: as lutas dos escravos, ao invés de consolidar, enfraqueceram aquele
regime de trabalho, fato que, aliado a outros fatores, levou o mesmo
a ser substituído pelo trabalho livre.
O dinamismo da sociedade brasileira, visto do ângulo de devir, teve
a grande contribuição do quilombola, dos escravos que se marginaliza-
vam do processo produtivo, e se incorporaram às forças negativas do
sistema. Desta forma o escravo fugido ou ativamente rebelde desempe-
nhava um papel que lhe escapava completamente, mas que funcionava
como fator de dinamização da sociedade. As formas "extra legais" ou
"patológicas" de comportamento do escravo, segundo a sociologia acadé-
mica, serviram para impulsionar a sociedade brasileira em direção a um
estágio superior de organização do trabalho. O quilombola era o ele-
mento que, como sujeito do próprio regime escravocrata, negava-o ma-
terial e socialmente, solapando o tipo de trabalho que existia e dinami-
zava a estratificação social existente. Ao fazer isto, sem conscientiza-
ção embora, criava as premissas para a projeção de um regime novo no
qual o trabalho seria exercido pelo homem livre e que não era mais sim-
ples mercadoria, mas vendedor de uma: sua força de trabalho.
Ao mesmo tempo que assim procedia, o escravo rebelde criava no-
vos níveis de desajustes, novos elementos de assimetria social, pois, ao
retardar o processo de produção, fazia com que, no pólo intermediário,
se desenvolvessem elementos que também impulsionavam a sociedade n,o
seu sentido global para novas formas de convivência. Isto quer dizer
que defluíam, depois, como reflexo da sua atividade rebelde, outras formas
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de comportamento "divergente" em camadas diversas que, por seu tur-
no, influíam para que os escravos ainda passivos se transformassem em a maior participação dos escravos nesse processo de reação, influía na
elemento dinâmico, passando de escravo a quilombola. produção total e na margem de lucros individuais da classe senhorial.

Esta interdependência dialética só poderá ser compreendida, insis- É verdade que, em determinado momento no processo de formação
timos, se tomarmos o quilombola não como termo morto ou negativo, da nossa sociedade, a escravidão era inevitável. Isto, porém, não significa
mas como termo ativo e dinâmico. A compreensão do processo social, dizer que por compreendermos o fenómeno devamos nos esquecer de que
segundo esta forma de enquadramento, sofre uma reviravolta. Porque a evolução de todas as sociedades se processa através de choques, de
o escravo que tem sido apresentado até aqui como elemento positivo contradições e que, à medida que essas contradições — dentro da socie-
da sociedade escravista brasileira, é exatamente aquele que, conformado dade escravista — se acentuam e que os escravos, através de movimen-
psicologicamente com a sua situação, aceitava as formas tradicionais de tos de rebeldia de várias espécies, nela se inserem, contribuem junta-
trabalho que lhe eram impostas. Aceitando esse tipo de sujeição, ao de- mente com as contradições que advêm de outras causas e se processam
sempenhar passivamente aquilo que lhe exigia a classe senhorial, ele em outras camadas, para que o regime de trabalho imperante seja subs-
contribuía poderosamente para quê, no sentido global, o trabalho escra tituído por outro.
vo fosse apresentado como forma de produção capaz de atender às soli- Mas, não está somente neste aspecto acima relatado o dinamismo
citações da sociedade brasileira, eternamente. A posição crítica (embora das reações dos escravos. Ao se refugiarem nas matas, mostravam aos
inconsciente, fazemos questão de insistir) do quilombola, por seu turno, outros a possibilidade concreta de um tipo de sociedade sem a existência
ao onerar o trabalho escrava no seu conjunto e ao desinstitucionalizá-lo, do status degradante.
mostrava, de um lado, as falhas intrínsecas do escravismo e, ao mesmo
tempo, mostrava aos outros escravos a possibilidade de um tipo de or- Quer no seu sentido económico quer na sua significação social, o
ganização no qual tal forma de trabalho não existia. A maioria dos en- escravo fugido era um elemento de negação da ordem estabelecida. É
saios de história e sociologia no Brasil tem abordado esse processo dico- verdade que o processo social de nossa formação histórica, que destruiria
tômicò de forma invertida: o escravo passivo que aceitava o eito e o tron- a escravidão, deve ser encarado de diversos ângulos e não apenas deste
co e construía com o seu trabalho a riqueza da classe senhorial, é apre- em que o estamos analisando agora. Numa camada superior e consciemti-
sentado como normal, glorificado mesmo através de uma literatura de zada. a campanha abolicionista era conduzida através de instituições
fundo incontestavelmente masoquista e patológico. Mas o escravo que se legais. As sociedades abolicionistas, os parlamentares favoráveis à ma-
rebelava, o quilombola ou insurreto das cidades, que negava o seu status, numissão, as ligas pela alforria do cativo, evidentemente não anelavam
não pôde ainda ser compreendido por esses historiadores e sociólogos sublevar a sociedade. Desejavam apenas conseguir parceladamente a
como elemento positivo e dinâmico. substituição do trabalho escravo pelo livre. O papel que essas institui-
ções desempenharam estava acobertado por todos os elementos institu-
Nestes termos poderemos compreender com mais clareza o papel cionalizados da sociedade da época. Eram forma legais, canais normais
que os escravos rebeldes desempenharam. Não se trata de uma glorifi- de luta. Estas camadas que se organizavam contra a continuidade do
cação romântica. Trata-se de captar, dentro de um método sociológico trabalho servil refletiam outras dicotomias, outras contradições e eram
dinâmico e não académico, o sentido global de um processo: a passagem impelidas à participação do processo por motivos diversos dos dos
da escravidão para o trabalho livre. Nesse processo é que afirmamos ter escravos.
o quilombola desempenhado pape] importante, não tanto pelas suas in- Enquanto o escravismo gerava no seu elemento humano básico —
tenções ou atitudes ideológicas, mas pelo desgaste económico e assime- o escravo — uma atitude inconsciente mas dinâmica contra a sua estru-
tria social que produzia. Esses desajustes produziram-se em cadeia e tura, gerava nas camadas que estavam também inseridas no processo
refletiram-se, quer do ponto de vista de criar necessidade de serem os de dicotomia com a classe senhorial, elementos de reação conscientes ou
escravos considerados indesejáveis como máquinas de trabalho, quer pelo conscientizados. Esses dois processos independentes se interpenetravam,
próprio ónus que tal procedimento acarretava, abrindo bolsões negati- no entanto, e produziam, conjugados, cada vez mais acentuadamente, ele-
vos na economia escravista e onerando consequentemente o conjunto do mentos de assimetria social com a classe dominante. Eram forças dife-
trabalho escravo. O sistema de controle social que por causa disto foram rentes que somente em algumas áreas e já no fim da escravidão, como
obrigados a montar os senhores de escravos, isto é, os elementos repres- é o caso de S. Paulo, agiam em conjunto, mas refletiam a mesma con-
sores, as instituições de combate ao quilombola, a mobilização de recur- tradição básica em planos diversos.
sos económicos para combater o escravo fugido, o pagamento aos capi
tães-do-mato e, além de outras despesas, a perda do próprio escravo que Do ponto de vista da própria massa escrava temos de ercarar o se-
se rebelava, durante todo o tempo da escravidão, pesava como fator ne- guinte : essa forma de agir do quilombola, com um universo de comporta-
gativo. Além disso, tal fato, à medida que se agrava o problema com mento oposto à instituição servil, criou uma dicotomia entre ele e o es-
cravo passivo. Embora essa dicotomia não fosse impermeável mas, pelo
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contrário, houvesse verdadeiro fluxo e refluxo nos seus diversos níveis, sileira através do seu trabalho conformado. São formas sutis ou abert&a
pois em determinado momento o escravo tradicional se transformava de escamoteação do verdadeiro processo social, deformações que pro-
em quilombola e algumas vezes o antigo quilombola voltava à passivi- curam inverter os termos do assunto através de estereótipos formados
dade depois de capturado, o certo é que, para clareza da análise, deve- pelos interesses conservadores e que têm ligação histórica com os inte-
mos levar em consideração o seguinte: o processo antinômico da socie- resses dos antigos senhores de escravos. A escravaria passiva sustentava
dade escravista brasileira no seu sentido global gerou uma série de dico- a escravidão. O quilombola solapava-a.
tomias complementares, sendo uma delas a que passou a existir dentro
da própria casta, dos escravos. Uma parte desses elementos escravos, No capítulo sobre quilombos e guerrilhas tivemos oportunidade de
mesmo sem conscientização do processo e sem possibilidade de autocons- mostrar as formas de que se revestiu o protesto do escravo. Aquelas for-
ciência social era já poro. ai, criava barreiras defensivas ao sistema, or- mas fundamentais, se forem desdobradas em detalhes, em microanálise,
ganizava-se contra o mesmo. Outra parte dos escravos, no entanto, vivia poderão ser enumeradas da seguinte maneira:
ainda prostrada sob o complexo escravista, não tinha óptica para ver
sequer a sua situação imediata, o que o levaria à rebelião, era ainda a) Formas passivas: 1) o suicídio, a depressão psicológica (ban-
componente de uma classe em si, simples objeto do fato histórico. En- zo) ; 2) o assassínio dos próprios filhos ou de outros elementos
quanto os componentes da primeira categoria compunham a parte dinâ- escravos; 3) a fuga individual; 4) a fuga coletiva; 5) a orga-
mica da escravidão — por negação ao regime — no sentido de a trans- nização de quilombos longe das cidades.
formar em organização superior de trabalho, extinguindo-a, a outra
compunha à parte que consolidava aquele regime de trabalho. O devir b) Formas ativas: 1) as revoltas citadinas pela tomada do poder
social e histórico estava portanto perspectivado intuitiva e fragmenta- político; 2) as guerrilhas nas matas e estradas; 3) a participa-
riamente, mas de qualquer forma intuído, pelo quilombola. (1) O escravo ção em movimentos não escravos; 4) a resistência armada dos
tradicional era o segmento material que contribuía para a manutenção quilombos às invasões repressoras e 5) a violência pessoal ou
e continuidade do regime. Era o escravo considerado bom pelo senhor. coletiva contra senhores ou feitores.
Havia mesmo uma série de preceitos seletivos a fim de que fossem adqui-
ridos elementos dóceis, passivos. Os minas, por exemplo, não eram muito Essas diversas formas de reação pontilharam, lastrearam todo o
recomendáveis por terem espírito altivo. Já os da costa ocidental eram tempo em que existiu o trabalho escravo. E não apenas em determina-
considerados bons, isto é, dóceis ao cativeiro. Escravo vindo da dos lugares mas em todas as regiões onde predominava esse tipo de tra-
Bahia, para ser vendido nas outras Províncias, era também considerado balho. O padrão de comportamento dominante na classe senhorial, por
perigoso. Daí vermos que o critério usado para se fazer a seleção dos seu tui-no, era também condicionado pela intermitência desses diversos
escravos bons ou maus, tinha como ponto de julgamento a passividade tipos de reação, criando mecanismos de defesa quer ideológicos, quer
dos mesmos. Havia até princípios de uma eugenia arrevesada usada institucionais através de apelos às autoridades para manutenção de tro-
pelos compradores ao escolherem as "peças", pas repressoras nos diversos locais onde havia perigo de sublevação de
escravos ou onde elas se estavam verificando. Como se vê, aquilo que
A dinâmica da sociedade brasileira no que diz respeito à passagem se chamou "o constante perigo que a escravaria representa", não apenas
da escravidão para o trabalho livre teve, assim, no quilombola, no ele- solapava o regime de trabalho, mas atingia o comportamento da classe
mento rebelde e que por isto mesmo negava o regime existente, um fator senhorial. Os exemplos poderiam ser citados às centenas, mas não é aqui,
positivo; já o escravo engastado no processo de produção, à medida que nesta fase conclusiva do nosso trabalho, o momento de fazê-lo, de vez
com ele se conformava e mais produzia, era um elemento conservador. que achamos suficientes os fatos que arrolamos antes. Podemos ver à
Daí toda essa simbologia que até hoje é usada de glorificação do traba- luz de uma nova perspectiva histórica e sociológica qual o papel que o
lho escravo no Brasil, que vai desde a literatura da Mãe Preta, da mu- quilombola desempenhou. As deformações que são feitas ou as romanti-
cama que se entregava ao senhor, dos moleques que apanhavam alegre- zações desnecessárias poderão ser, assim, substituídas por uma análise
mente do "sinhozinho", aos trabalhos de sociologia que procuram mos- realística e científica do assunto.
trar como o escravo contribuía para o desenvlvimento da sociedade bra-
Podemos ver que a posição do quilombola influenciou o comporta-
mento de toda a sociedade da época. Na classe senhorial e no estado
(1) Quando dizemos escravo intuído referímo-nos àqueles elementos que já ti-
nham uma noção, embora fragmentária, da sua situação, isto é, já tomavam consi- monárquico que a representava, criou a necessidade de mecanismos de
deração da diferença e da •distância, que existiam entre eles e os seus senhores. Por defesa quer psicológicos quer institucionais. A primeira forma de con-
outro lado devemos insistir que intuído aqui não significa nenhuma, forma de co- trole social podemos ver nos diversos níveis de justificativas políticas,
nhecimento mágico, introspectivo, que estava desligado da realidade, mas tem a co- usados pelos senhores para a escravidão, e de medidas de pacificação do
notação que Georg Lukacs dá ao termo intuição, que para ele "nada mais é do que escravo através do uso da religião ou do feitor, usados pela classe se-
a entrada brusca na consciência de um processo de reflexão até então subconscten-
te" ("Existencialismo ou Marxismo?", S. Paulo, p. 51). nhorial. O estado escravocrata recorreu a inúmeras formas de controle
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que vão das medidas do Conde dos Arcos para incentivar as fricções in-
tertribais até a montagem de todo o aparelho repressor que durante a
Colónia e o Império foi usado contra os negros fugidos; máquina que
vai dos alvarás da Colónia, mandando ferrar os fujões, até às leis da re-
gência, contra cativos rebeldes.
Nas camadas médias formou-se, especialmente nas camadas letra-
das, uma consciência antiescravista. Além dos letrados, elementos da
burguesia comercial incipiente, artesãos (artesãos e escravos participa-
ram juntos da Inconfidência Baiana) e elementos empobrecidos da so-
ciedade também sentiam, não apenas pela literatura da época mas, tam-
bém, pela ação dos quilombolas, a instabilidade do escravismo.
Finalmente na camada dos escravos que ainda não havia perspec-
tivado o problema, a luta da camada rebelde despertou elementos de
intuição capazes de fazê-los entrar no rol dos que, através da praxis re-
volucionária, negavam o sistema vigente.
Toda esta constelação sociológica de negação ao regime escravista,
se não foi determinada pelo menos teve a contribuição ativa do escravo
rebelde. A rebeldia era, portanto, uma categoria sociológica dinâmica
dentro daquele tipo de sociedade e servia não apenas para equacionar,
mas dinamizar a realidade.
Analisando o processo que desaguou na abolição do ângulo em que
nos colocamos, ficam esclarecidas muitas "zonas perigosas" de análise
histórica. Perigosas não apenas pela predominância de uma metodologia
diversa da que empregamos. Perigosa em diversos outros sentidos. Ao
terminarmos este trabalho, que não teve nunca a pretensão de esgotar
o assunto, pois o seu estudo apenas se inicia, queremos dizer que sabe-
mos não ser possivel de chofre revisar toda a literatura que existe e que
se coloca num ponto de vista diametralmente oposto ao nosso. Isto não
sara possível porque "a questão de se saber se o pensamento pode con-
duzir a uma verdade objetiva não é uma questão técnica, mas prática.
É na prática que o homem precisa comprovar a verdade, isto é, a rea-
lidade e a força, o interior do seu pensamento. A discussão sobre a rea-
lidade ou a irrealidade do pensamento, isolada da prática, é uma ques-
tão puramente escolástica."^)

(1) — Já havíamos terminado os originais desta edição quando lemos o traba- te a massa camponesa reivindica a posse da terra para concluir que há uma conti-
lho de Pessoa de Morais "Sociologia da Revolução Brasileira" (Ed. Leitura, Rio, nuidade entre as primeiras e as últimas. Aceita a tese de Pessoa de Morais ter-se-á
1965) onde o autor, aliás baseado em documentação da primeira edição deste livro, de concordar com a existência de um segmento explosivo que vem da escravidão e
estabelece a tese de que houve uma continuidade histórica entre as lutas dos escra- se solda às lutas atuais dos homens do campo no Brasil que exigem reformas estru-
vos e os movimentos reivindicativos dos camponeses que se processam no bojo da turais nas relações de produção no setor agrário. Seria interessante um «studo ver-
atual Estrutura social brasileira. Depois de citar exemplos de sublevação de escra- tical do assunto, levando.se em consideração que até hoje persistem reminiscências
vos no Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba, Mato Grosso, Sergipe e outros locais, e aderências escravistas no campo brasileiro. Isto exigiria, porém, um trabalho es-
declara o professor pernambucano: "Ê um erro enorme se pensar que a tradição pecializado, feito por uma equipe que aceitasse a observação participante, integran-
camponesa no Brasil é apenas uma tradição monótona de subserviência. Muito ao do-se como sujeito no processo de transformação que se verifica « não simples re-
contrário, durante toda a fase da escravidão o ajustamento submisso do negro é que- latórios académicos realizados para/ou por entidades e instituições interessadas em
brado em diversas oportunidades, podendo-se mesmo dizer que as bases afetivas da manter o atual estado de coisas. Mais uma vez o trecho de Marx com o qual en.
conduta do escravo variavam de um pulo a outro: da mais completa dedicação ao encerramos este ú'timo capítulo é válido e permanente.
senhor, às atitudes de rebeldia, quando não de violência". Cita locais onde atualmen-

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