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“Fundação da Bovespa”

A história sobre o que é B3 e como ela surgiu começou em 23 de agosto de 1890, com a
fundação da Bolsa Livre por Emílio Pestana. A princípio, tratava-se de uma entidade oficial
corporativa. Porém, suas atividades foram encerradas em 1891, devido à política do
Encilhamento. Então, em 1895, a Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo foi aberta e resultou
no que conhecemos atualmente como Bovespa.

Existiam 27 Bolsas de Valores no Brasil até meados de 1960, que eram entidades oficiais
corporativas, vinculadas às secretarias de finanças. Entre em 1965 e 1966, ocorreram reformas
implementadas no sistema financeiro nacional e no mercado de capitais. Com elas, a Bovespa,
enfim, assumiu caráter institucional. Ou seja, se tornou uma associação civil sem fins
lucrativos, com autonomia administrativa, financeira e

1. Primeiro marco da história da Bovespa

O primeiro grande marco na história da Bovespa foi a incorporação das outras Bolsas de
Valores brasileiras em 2000. Análises deixaram claro que o mercado secundário brasileiro
necessitava de ganhos de escala. Ou seja, era preciso ganhar volume e velocidade nas
transações, em nível nacional, para permitir que as corretoras oferecessem seus serviços com
custos reduzidos e maior eficiência.

O processo de incorporação protagonizado pela Bovespa teve início com um protocolo de


Intenções firmado entre a instituição e a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. O protocolo foi
assinado em uma cerimônia presidida pelo então Presidente da República, Fernando Henrique
Cardoso, em 27 de janeiro de 2000. Após isso, foi estendido para as demais Bolsas de Valores
do país. O objetivo foi unificar os mercados acionários e criar um mercado secundário de títulos
públicos na Praça do Rio de Janeiro.

Nesse novo modelo, a Bovespa concentrou toda a negociação com ações, enquanto a Bolsa
do Rio de Janeiro ficou responsável pelas transações de títulos públicos. As outras bolsas
regionais mantiveram as atividades de desenvolvimento do mercado e de prestação de
serviços à praça local.

2. União da Bovespa com a BM&F

Como visto, as Bolsas de Valores eram associações civis, sem fins lucrativos. Seu patrimônio
era representado por títulos que pertenciam às sociedades corretoras-membro. Possuíam
autonomia financeira, patrimonial e administrativa. Porém, estavam sujeitas à supervisão da
Comissão de Valores Mobiliários. Além disso, obedeciam às diretrizes e políticas do Conselho
Monetário Nacional.

Sendo assim, as Bolsas brasileiras eram uma espécie de clube fechado, distante da realidade
empresarial. Não tinham condições de suportar ou ajudar na formação de um volume
expressivo de negociações imobiliárias em termos de títulos patrimoniais. Elas eram tidas como
um local em que se realizavam pregões de implicações e resultados remotos.

Porém, em 28 de agosto de 2007, em uma Assembleia Geral Extraordinária, foi aprovada a


reestruturação societária da Bovespa. Ela deixou de ser uma instituição sem fins lucrativos
para se tornar uma sociedade por ações (S/A). A medida consolidou o processo de
desmutualização (ato de desfazer uma associação mutualista), que permitiu que o acesso às
negociações fosse desvinculado da propriedade de ações. A desmutualização é um processo
jurídico pelo qual títulos patrimoniais das empresas são convertidos em ações. Esse processo
também envolve a transformação de uma instituição sem fins lucrativos em uma empresa que
visa lucro.

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