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UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA

BIOMEDICINA

LILIAN LIE NISHIJIMA

LOGBOOK DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM

Presidente Prudente - SP
2022
LOGBOOK

CURSO DE BIOMEDICINA
DISCIPLINA DIAGNÓSTICO POR IMAGEM

Aluno: Lilian Lie Nishijima


Ano: 2022
Grupo: D
Turma: XIV
Docente orientador: Fernando Alvieri, Juliano Balisardo Minamoto, Michael Gabarron
Costa e Samuel Braga de Andrade
INTRODUÇÃO

Conceito: o logbook é uma ferramenta de avaliação, no qual o estudante


registra as atividades realizadas durante o estágio supervisionado de diagnóstico por
imagem. É empregado tanto por estudantes de graduação quanto pós-graduação.
As tarefas que serão descritas devem ser colocadas de forma a contemplar os
objetivos e para que os registros possam ser usados como uma base para
avaliação. Esse livro de registros pode ser utilizado em variados ambientes, de
forma a comparar experiências em cenários de prática diferentes.

Objetivos: apresenta como objetivos o desenvolvimento de competências


profissionais, possibilitando evidenciar o aprendizado e capacidade técnica;
proporcionar uma oportunidade de feedback para o estudante e também para o
curso e melhoria em relação ao processo de ensino e aprendizagem.

Dinâmica de construção: o logbook é composto por 5 atividades. Na primeira,


o aluno deve fazer um breve relatório em poucas linhas sobre sua trajetória. Na
segunda atividade, são relatados os casos acompanhados, sendo 2 de Ressonância
Magnética, 2 de Tomografia Computadorizada e 1 de Medicina Nuclear. A terceira
atividade se trata de uma autoanálise, na qual o aluno deve construir uma reflexão
tanto pessoal quanto profissional após o período de estágio. A quarta atividade é o
desenvolvimento de um material que aborde um momento marcante de aprendizado.
Na quinta e última atividade, deve ser feito um feedback sobre como foi a relação
aluno/professor durante o decorrer das tarefas realizadas durante o estágio.
IDENTIFICAÇÃO DO GRUPO:

Grupo: D
Turma: XIV
Local de estágio: Hospital Regional de Presidente Prudente (HR), laboratório de
informática da Unoeste – bloco H e Lacmen Medicina Nuclear
Nome: Lilian Lie Nishijima
Membros do grupo:
No RA Nome
1 4571708750 Ana Elisa de Souza
2 4571911998 Bruno Kenji Kito
3 4571810989 Lilian Lie Nishijima
4 4571912340 Matheus Zanutto Gaspar
5 4571912293 Vitória da Silva Proença

1ª ATIVIDADE:
Meu nome é Lilian Lie Nishijima, tenho 22 anos e moro na cidade de
Presidente Bernardes SP. Fiz o ensino fundamental e médio na escola particular da
minha cidade e cursei 1 ano de Medicina no Paraguai. A motivação pela qual quis
fazer o curso de Biomedicina, foi que como estava descontente com o curso que
estava fazendo, queria mudar para outro que fosse relacionado com a área da
saúde e que eu me identificasse mais.
Pretendo fazer pós-graduação em Biomedicina Estética e seguir essa área.
Possuo como qualidades que possam me ajudar na área profissional, o fato de
sempre estar em busca do aperfeiçoamento e também a auto motivação de forma a
seguir em frente, mesmo tendo que enfrentar vários obstáculos.

2ª ATIVIDADE:
Casos Clínicos – Ressonância Magnética:

HRN802756

1.Construa a história clínica do paciente:


S.A.S.M, sexo feminino, 53 anos, procurou serviço de saúde queixando-se de
cefaleia, perda de sensibilidade no lado esquerdo do rosto e corpo há cerca de 4
meses. Também disse ter contraído infecção por Herpes-Zóster, além de apresentar
visão dupla no olho esquerdo e congestão nasal no lado esquerdo. Paciente fez
jejum de 4 horas.
A hipótese diagnóstica era de diplopia a esclarecer. Faz uso de medicamento
de uso contínuo chamado Enalapril com Hidroclorotiazida, para tratamento de
hipertensão arterial. A pressão arterial aferida foi em torno de 150/80 mmHg e o
peso foi de 82 kg. Apresenta como doença de base a síndrome de Ramsay Hunt.
Paciente realizou cirurgia para retirada de cálculo biliar e também laqueadura.

2.Descreva quais exames foram realizados anteriormente:

Dia: 10/12/2021 - Tomografia computadorizada do pescoço

Análise:
Realce assimétrico pelo meio de contraste na transição entre a base da língua
e a valécula do lado esquerdo, com espessamento aparente do revestimento
mucoso, sem caracterizar lesões expansivas / massas propriamente ditas
detectáveis ao método. A área de realce mede aproximadamente 1,5 x 1,8 cm.
Linfonodos aumentados em número nos níveis cervicais II e III do lado
esquerdo, com destaque para linfonodo com dimensões aumentadas no nível II,
suspeito para acometimento secundário.

Dia 03/12/2021 - Tomografia computadorizada do pescoço

Análise:
Lesão expansiva e infiltrativa de origem presumida na parede posterolateral
esquerda da orofaringe, com realce intenso e predominantemente homogêneo pelo
meio de contraste. Anteriormente invade o assoalho bucal e a língua oral à
esquerda.
Superiormente, determina espessamento e realce heterogêneo das paredes
posterior e lateral da rinofaringe, obliterando as fossetas de Rosenmüller.
Compromete também o palato mole à esquerda, com extensão até o nível da úvula.
Inferiormente estende-se pela parede lateral da orofaringe até a região da
prega faringoepiglótica homolateral, com sinais de invasão da epiglote deste lado.
Linfonodos com realce heterogêneo pelo meio de contraste, delimitando áreas
centrais de necrose/liquefação, nos níveis IIA/IIB e III à esquerda.

3.Resuma qual foi o procedimento seguido:


Exame de Ressonância magnética de crânio:
Primeiramente foi feita a anamnese da paciente a respeito de sua história
clínica e aplicado o termo de consentimento livre e esclarecido. Depois foi feito o
questionário para realização de ressonância magnética, com o objetivo de identificar
pacientes que possuem alguma contraindicação para realização do exame.
Aferiu-se a pressão arterial e o peso. Após isso, checou-se no sistema os
valores de creatinina e ureia para avaliação da função renal. Foi feita a punção
venosa para aplicação do contraste. Na sala de espera, orientou-se para a retirada
de pertences e adornos físicos e a troca de roupa.
Para realização do exame, foi utilizada a bobina de crânio e posicionou-se a
paciente em decúbito dorsal e head first. O objetivo é colocar o crânio no centro do
campo magnético. A luz de posicionamento axial acompanha o centro da bobina e a
luz de posicionamento sagital acompanha a linha média sagital.
Após o exame, a paciente trocou-se na sala de espera e recolheu seus
pertences. Aguardou a retirada do acesso venoso do membro superior.
Foram feitas sequências baseadas em aquisições spin-eco, gradiente-eco ou
SWI, ecoplanar (difusão) nos diversos planos ortogonais, de acordo com protocolo
adequado para esse estudo. Após injeção do contraste a base de gadolínio, obteve-
se séries ponderadas em T1.

4.Explique se foi utilizado algum tipo de contraste:


Foi utilizado o contraste a base de gadolínio.

5.Demonstre as principais alterações encontradas nas imagens:


Raros focos diminutos de hipersinal nas sequências T2 e Flair na substância
branca dos hemisférios cerebrais, mais evidentes nos lobos frontais, sem efeito
expansivo.

AXIAL FLAIR AXIAL T2 SPIR

CORONAL T2

Impregnação das porções intracanalicular, geniculado, timpânica e mastoidea


à esquerda, podendo apresentar processo inflamatório (neurite).
AXIAL T1 3D TFE PÓS-GADOLÍNIO SAGITAL T1 3D TFE PÓS-GADOLÍNIO

CORONAL T1 3D TFE PÓS-GADOLÍNIO

Impregnação pelo meio de contraste do nervo facial esquerdo podendo


representar neurite.
AXIAL T1 3D TFE PÓS-GADOLÍNIO SAGITAL T1 3D TFE PÓS-GADOLÍNIO

CORONAL T1 3D TFE PÓS-GADOLÍNIO

Microangiopatia leve na substância branca cerebral.


AXIAL T2 SPIR AXIAL FLAIR

AXIAL FLAIR AXIAL T2 SPIR

6.Reconheça qual (ou quais) patologia (s) pode estar relacionada com os achados
radiológicos, descreva os principais sinais e sintomas:
A diplopia considerada como hipótese diagnóstica é a percepção de duas
imagens de um mesmo objeto1. Ela pode ser monocular que ocorre quando apenas
um olho está aberto ou binocular quando os dois olhos estão abertos 1. Pode ser
decorrente do comprometimento do sistema nervoso central durante a infecção por
Herpes-Zóster2.
A síndrome de Ramsay Hunt apresentada pela paciente é uma complicação
rara da infecção por Herpes-Zóster3,4. Ocorre devido a uma reativação do vírus
Varicela-Zóster que se encontra latente, no gânglio geniculado do sétimo nervo
craniano (nervo facial)3,4.
As manifestações clínicas que compõem a tríade que caracteriza o quadro
são: paralisia facial periférica ipsilateral, erupções cutâneas ao redor do pavilhão
auricular e meato acústico externo e otalgia3,4. Podendo apresentar disseminação
para outros nervos, com presença de sinais e sintomas como zumbido, vertigem,
vômito, náusea, hiperacusia ou hipoacusia, digeusia ipsilateral e nistagmo 3,4.
Um dos achados radiológicos encontrados é a neurite óptica 5. As
manifestações clínicas mais frequentes são dor periorbitária ao movimentar o globo
ocular, perda súbita da visão, distúrbio na percepção de cores 5. É caracterizada pela
presença de inflamação no nervo óptico e pode estar relacionada com doenças
autoimunes, medicamentos e infecções5.
Outro achado encontrado é a neurite do nervo facial que fica inchado e
comprimido e com isso não há transmissão de impulsos nervosos para os músculos
responsáveis pelos movimentos faciais6. Ocorre uma perda súbita dos movimentos
de um lado da face (paralisia facial)6.
A microangiopatia é um achado comum na ressonância magnética de crânio 7.
Caracterizada por alterações na substância branca, estando relacionada ao
envelhecimento7. Tem como causa principal a hipertensão arterial e é responsável
pelo declínio das habilidades cognitivas, funcionais e motoras 7.

7.Indique os principais métodos diagnósticos e o tratamento indicado:


O diagnóstico compreende a avaliação médica e o exame de ressonância
magnética craniana1. A avaliação médica compreende a história clínica e exame de
reações da parte posterior dos olhos e pupila com oftalmoscópio 1. Pode apresentar
inchaço na primeira parte do nervo óptico localizado no disco óptico 1. Exames de
campo de visão podem detectar perda de parte da visão periférica 1.
Na história da doença atual, deve se determinar se a diplopia é binocular ou
monocular1. Também é importante procurar fatores de risco como diabetes mellitus,
hipertensão arterial, abuso de álcool1. O exame oftalmológico também auxilia na
determinação do tipo de diplopia e permite detectar se há presença de
anormalidades pupilares, abaulamento do olho, nistagmo 1. É um exame que
possibilita a mensuração de acuidade visual 1.
O exame de ressonância magnética contrastado com gadolínio é útil para
detectar o alargamento e aumento do nervo óptico 5,8. O mesmo exame também
detecta o processo inflamatório do nervo facial, por meio da impregnação do nervo
facial no local afetado3.
O tratamento indicado no caso em questão é o uso de medicamentos
antiretrovirais associados a corticoides, para tratar a causa da visão dupla que é a
síndrome de Ramsay Hunt1,3.

8.Explique como o paciente procedeu durante o exame:


Paciente se comportou bem durante a realização do exame e obedeceu a
orientação de permanecer imobilizada.

9.Descreva se houve alguma queixa do paciente após o exame e opine se houve


falhas no atendimento prestado ao paciente:
Não houve nenhuma queixa da paciente após a realização do exame e
também não houve nenhuma falha no atendimento prestado.

10.Discuta como o uso da tecnologia poderia contribuir (ou contribuiu) para a


resolução do caso:
O uso da tecnologia contribui para a resolução do caso ao identificar através
do exame de ressonância magnética, anormalidades envolvendo o sistema nervoso
central3,5,8. Isso se deve ao realce pelo meio de contraste à base de gadolínio na
identificação de processos inflamatórios3,5,8.

11.Relacione como essa patologia interfere na vida do paciente:


A diplopia interfere na vida do paciente na dificuldade de realizar tarefas
simples do dia a dia como a leitura e na qualidade de vida, já que é um problema
que altera a forma como as pessoas enxergam. A paralisia ocasionada pela
síndrome de Ramsay Hunt está relacionada a prejuízos tanto estéticos quanto
funcionais.

REFERÊNCIAS
1. Brady CJ. Manuais MSD edição para profissionais [Internet]. Diplopia -
Distúrbios oftalmológicos; 5 maio 2021. Disponível em:
https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/distúrbios-oftalmológicos/
sintomas-de-distúrbios-oftalmológicos/diplopia

2. Pisapia R, Rianda A, Mariano A, Testa A, Galgani S, Vincenzi L, et al.


Varicella zoster virus infection presenting as isolated diplopia: a case report.
BMC Infectious Diseases [Internet]. 15 mar 2013; 13(1). Disponível em:
https://doi.org/10.1186/1471-2334-13-138

3. Borges MQ, Caldeira DM, Rodrigues EC, Souza Neto ZA, Guedes MR, Prado
ÁP, et al. Relato de caso: Síndrome de Ramsay Hunt. Research, Society and
Development [Internet]. 6 jan 2022; 11(1): e25611124670. Disponível em:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i1.24670

4. Viana RM, Mesquita PE, Marchiotti MC. SÍNDROME DE RAMSAY HUNT:


RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA. The Brazilian Journal of
Infectious Diseases [Internet]. Jan 2021; 25:101481. Disponível em:
https://doi.org/10.1016/j.bjid.2020.101481

5. Silva WB, Klein VC, Peixoto ECF, Cardoso KR, Coutinho ROMVC. NEURITE
ÓPTICA INFLAMATÓRIA: UM RELATO DE CASO. Rev Patol Tocantins
[Internet]. 2 jul 2020; 6(4): 45-52. Disponível em:
https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/patologia/article/view/
8420/16459

6. Biblioteca Virtual em Saúde MS [Internet]. Paralisia facial; set 2017.


Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/paralisia-facial/

7. Inzitari M, Pozzi C, Rinaldi LA, Masotti G, Marchionni N, Di Bari M. Cognitive


and functional impairment in hypertensive brain microangiopathy. Journal of
the Neurological Sciences [Internet]. Jun 2007; 257(1-2): 166-73. Disponível
em: https://doi.org/10.1016/j.jns.2007.01.026

8. Garrity J. Manual MSD Versão Saúde para a Família [Internet]. Neurite óptica
- Distúrbios oftalmológicos; 1 jun 2020. Disponível em:
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/distúrbios-oftalmológicos/doenças-
do-nervo-óptico/neurite-óptica
HRN258012

1.Construa a história clínica do paciente:


G.L, sexo feminino, 72 anos, procurou serviço de saúde queixando-se de dor
abdominal superior, refluxo gastrointestinal e vômito há cerca de 20 dias. Também
relatou diarreia recente. Apresenta abdômen distendido, icterícia, hipertensão
arterial e diabetes mellitus.
Faz uso dos seguintes medicamentos: dipirona, bromoprida, buscopan,
simeticona, insulina e atensina. A hipótese diagnóstica era de massa abdominal a
esclarecer. Paciente possui insuficiência renal e asma. O peso aferido foi de 60 kg.

2.Descreva quais exames foram realizados anteriormente:

Dia: 01/04/2022 - Tomografia computadorizada de tórax, abdômen e pelve

Análise:
Alterações degenerativas ósseas. Pequeno derrame pleural bilateral,
condicionando atelectasias restritivas do parênquima pulmonar adjacente. Enfisema
central difuso.
Nódulos pulmonares não calcificados esparsos, medindo até 1,7 cm e
inespecíficos. Considerar a possibilidade de acometimento secundário. Ateromatose
aortocoronariana e de ramos supra-aórticos. Cardiomegalia.
Fígado apresenta hipertrofia dos segmentos laterais do lobo esquerdo e do
lobo caudado, achados que podem estar associados a certo grau de hepatopatia.
Vesícula biliar com dimensões aumentadas e conteúdo homogêneo ao
método. A critério clínico, sugere-se melhor avaliação com ultrassonografia.
Discreto aumento volumétrico da cabeça / processo uncinado pancreático,
destacando-se dilatação do ducto pancreático principal a montante e também das
vias biliares a montante, achado que sugere a possibilidade de processo expansivo
pancreático, de análise limitada nesse estudo realizado sem o meio de contraste
intravenoso. A critério clínico, sugere-se prosseguir investigação diagnóstica.
Formação nodular hipoatenuante localizada junto à margem medial do lobo
caudado, medindo 5,6 cm, inespecífico no presente estudo.
Provável cisto cortical no rim esquerdo, medindo 1,0 cm. Ateromatose aorto-
ilíaca. Bexiga urinária sondada.
Espessamento nodular peritoneal, sugerindo carcinomatose. Moderada
quantidade de líquido livre na cavidade peritoneal. Divertículos cólicos esparsos,
sem sinais inflamatórios agudos.

3.Resuma qual foi o procedimento seguido:


Exame de Colangioressonância magnética de abdômen:
Primeiramente foi feita a anamnese da paciente a respeito de sua história
clínica. Depois foi feito o questionário para realização de ressonância magnética,
com o objetivo de identificar pacientes que possuem alguma contraindicação para
realização do exame.
Aferiu-se a pressão arterial e o peso. Na sala de espera, orientou-se para a
retirada de pertences e adornos físicos e a troca de roupa. Para realização do
exame, foi utilizada a bobina de corpo. Paciente foi posicionada em decúbito dorsal,
braços estendidos ao lado do corpo e abdômen no centro do magneto. Suporte para
pernas para alinhamento das curvaturas da coluna. Luz de posicionamento sagital
acompanhando a linha média sagital e axial acompanhando o centro da bobina.
Após o exame, a paciente trocou-se na sala de espera e recolheu seus
pertences. Foram realizadas imagens multiplanares em T1 e T2, sem administração
do meio de contraste.

4.Explique se foi utilizado algum tipo de contraste:


Não foi utilizado nenhum tipo de contraste.

5.Demonstre as principais alterações encontradas nas imagens:


Vesícula biliar sobredistendida, com paredes finas e conteúdo homogêneo.
CORONAL T2
Acentuada dilatação difusa das vias biliares intra-hepáticas e do colédoco a
montante do segmento intra-pancreático (medindo até 1,5 cm de diâmetro), sem
falhas de enchimento.

COLANGIO RADIAL

Observam-se múltiplas formações císticas na topografia pancreática, que


podem estar relacionadas a dilatação ductal principal ou secundária. Avaliação
limitada neste estudo.
AXIAL T2 TE

Cisto no lobo caudado do fígado, medindo 5,8 x 4,0 cm.

AXIAL T2 TE

Moderada ascite.
AXIAL T2 TE

6.Reconheça qual (ou quais) patologia (s) pode estar relacionada com os achados
radiológicos, descreva os principais sinais e sintomas:
As lesões císticas pancreáticas podem ser identificadas durante avaliação de
pacientes com dores abdominais9. Essas lesões compreendem os cistos
neoplásicos, cistos não neoplásicos e pseudocistos9,10. Os principais sinais e
sintomas são icterícia, dor abdominal, dor lombar, perda de peso, empachamento e
massa abdominal palpável9.
As neoplasias císticas pancreáticas podem ser classificadas erroneamente
como pseudocistos devido ao seu aspecto radiológico semelhante 9. Pseudocistos
não apresentam um epitélio verdadeiro e isso os distingue de lesões císticas
verdadeiras9,10. Além disso, se comunicam com o ducto pancreático principal 9. Já as
neoplasias císticas não apresentam essa comunicação 10.
Cistos pancreáticos não neoplásicos são em geral assintomáticos e são
raros9. As neoplasias císticas pancreáticas devem ser devidamente classificadas de
forma a avaliar o nível de malignidade da lesão 10.
O cisto hepático não parasitário geralmente é benigno e pode se apresentar
de forma solitária, difusa no parênquima hepático ou múltipla 11. Pacientes
assintomáticos geralmente apresentam cistos pequenos e aqueles com dor
significante podem apresentar cistos grandes11.
A compressão de órgãos vizinhos por cistos grandes pode acarretar sintomas
como icterícia obstrutiva, sensação de saciedade precoce, vômito e náuseas 11. A
maior parte dos cistos hepáticos ocorre como resultado de alterações congênitas do
desenvolvimento do ducto biliar11. É importante a diferenciação de cistos benignos
com cistos neoplásicos, inflamatórios ou parasitários 11.
A ascite é o acúmulo de líquido intraperitoneal e pode ser causada por
hipertensão portal e neoplasias12,14. É responsável pelo abdômen distendido,
sensação de desconforto, falta de ar e perda de apetite 12. A hipertensão portal pode
estar associada ao cisto hepático não parasitário devido à compressão da veia
porta11,12,13. No caso das neoplasias, se deve a uma obstrução dos canais pela
presença de células tumorais, impedindo com que tenha uma drenagem linfática
adequada14.
A dilatação de vias biliares quando há processo expansivo de neoplasia
pancreática (adenocarcinoma pancreático), pode levar à icterícia (coloração
amarelada da pele) devido ao obstáculo ao livre fluxo de bile 15.

7.Indique os principais métodos diagnósticos e o tratamento indicado:


Os pseudocistos podem ser diferenciados das neoplasias císticas
pancreáticas por meio de achados ecoendoscópicos, características clínicas e
análise do conteúdo de líquido9. A tomografia computadorizada é a técnica mais
utilizada para o diagnóstico de lesões císticas, permitindo fornecer informações
como a relação com vasos e localização em parênquima pancreático 9,13.
A análise de conteúdo líquido permite um diagnóstico diferencial de lesões
císticas e identificar a etiologia9. Outros exames como identificação de marcador
tumoral CA 19-9, citologia, antígeno CEA e dosagem de amilase também são úteis
no diagnóstico diferencial de lesão cística9,10.
A avaliação adequada é de fundamental importância, uma vez que cistos não
neoplásicos só requerem tratamento quando sintomáticos e neoplasias císticas
necessitam de ressecção por terem potencial maligno 9,10.
Os pseudocistos podem ter resolução espontânea ou podem acarretar
complicações agudas e nesse caso o tratamento por drenagem endoscópica ou
percutânea é indicado9.
A paracentese é uma ferramenta útil para avaliar a causa da ascite e é de
obrigatoriedade no paciente com ascite14. Pode ser feita por remoção de líquido
ascítico ao inserir a agulha na cavidade peritoneal 14.
A técnica de ultrassonografia endoscópica tem grande importância no estudo
de lesões pancreáticas na sua diferenciação 10. Dentre as opções de tratamento, há
ressecção hepática associada a fenestração, tratamento cirúrgico com fenestração e
aspiração percutânea9,10,11.

8.Explique como o paciente procedeu durante o exame:


A paciente em questão não realizou a apneia durante a realização do exame
e isso causou artefatos devido a movimentos respiratórios, comprometendo as
imagens obtidas.

9.Descreva se houve alguma queixa do paciente após o exame e opine se houve


falhas no atendimento prestado ao paciente.
Não houve nenhuma queixa da paciente após a realização do exame e
também não houve nenhuma falha no atendimento prestado.

10.Discuta como o uso da tecnologia poderia contribuir (ou contribuiu) para a


resolução do caso:
O uso da tecnologia poderia contribuir na resolução do caso ao complementar
o diagnóstico com outros exames como tomografia computadorizada,
ultrassonografia abdominal, paracentese, testes de função hepática, citologia,
dosagem bioquímica de amilase, marcador tumoral CA 19-9 e antígeno CEA 9-15.

11.Relacione como a patologia interfere na vida do paciente:


Interfere na realização de atividades habituais e também na qualidade de
vida.

REFERÊNCIAS
9. Buch M, Bonini L, Aparicio DPS, Artifon ELA. Lesões císticas do Pâncreas.
GED gastroenterol endosc dig. Out-Dez 2013; 32(4): 111-119. Disponível em:
https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-761188

10. Moreira Filho HF, Goes AC. Lesões císticas do pâncreas: uma revisão da
literatura. Revista de Medicina da UFC [Internet]. 4 dez 2017; 57(3):41.
Disponível em: https://doi.org/10.20513/2447-6595.2017v57n3p41-46
11. Torres OJM, Ribeiro WG, Alencar SN, Macedo EL, Nunes PMS, Barbosa
Júnior JB. Ressecção hepática alargada por doença cística do fígado. GED
gastroenterol endosc dig. Jan-Fev 2000; 19(1): 42-44. Disponível em:
https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-312496

12. Tholey D. Manual MSD Versão Saúde para a Família [Internet]. Ascite -
Doenças hepáticas e da vesícula biliar; 4 fev 2021. Disponível em:
https://www.msdmanuals.com/pt-pt/casa/doenças-hepáticas-e-da-vesícula-
biliar/manifestações-da-doença-hepática/ascite

13. Ribeiro Júnior MAF, Gonçalves A, Saad WA. Hipertensão portal decorrente
de cisto hepático não-parasitário. Einstein (São Paulo). 2003; 1:110-112.
Disponível em:
https://www.academia.edu/28959811/Hipertensão_portal_decorrente_de_cist
o_hepático_não_parasitário_Portal_hypertension_due_to_a_non_parasitic_he
patic_cyst

14. Razera JC, Kupski C. Ascite: diagnóstico diferencial e manejo. Acta méd
(Porto Alegre). 21 dez 2012; 33(1): [7]. Disponível em:
https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-881488

15. Gomes A, Sousa M, Rocha R, Marinho R, Fragoso M, Aparício D, et al.


Tratamento cirúrgico da neoplasia do pâncreas: cirurgia
hepatobiliopancreática. SESSÕES CLÍNICAS DO HFF. Serviço de Cirurgia B.
Amadora. 30 jun 2016. Disponível em: http://hdl.handle.net/10400.10/1674
Casos clínicos - Tomografia Computadorizada:

HRN606004

1.Construa a história clínica do paciente:


J.L.O.S, sexo masculino, 34 anos, urgência, com suspeita de pancreatite
aguda, sem mais dados. Pressão arterial aferida foi em torno de 120/70 mmHg e o
peso era de 70 kg. O valor de creatinina era 0,52 mg/dL, ureia era 44 mg/dL e o
clearance era 90 mL/min. Hipótese diagnóstica de pancreatite aguda em
resolução/hepatopata por etilismo.

2.Descreva quais exames foram realizados anteriormente:

Dia: 26/04/2022 - Tomografia computadorizada de abdômen total e tórax

Análise:
Parênquima pulmonar com atelectasias laminares basilares, atelectasia do
lobo inferior direito sem fator evidente, além de opacidades em vidro fosco e
consolidações periféricas bilaterais, predominando nos lobos superiores, área <25%,
indeterminadas para covid 19 caso suspeita clínica.
Discreto Derrame pleural bilateral. Broncopatia inflamatória bilateral. Ascite
volumosa. Anasarca. Vesícula biliar tópica, de paredes regulares e delgadas, com
microcálculos simples fúndicos.
Coleções líquidas de paredes espessas, peripancreáticas com extensão hilar
hepática e perigástrica, aparentemente confluentes, medindo até 140 mm, anterior
no epigástrio - pseudocistos pancreáticos?
Baço com morfologia e dimensões conservadas, de atenuação heterogênea,
devido numerosas hipodensidades, sem realces, triangulares de base subcapsular -
hipoperfundidas?
Rins tópicos, de forma e dimensões conservadas, com parênquima de
espessura usual, além de hiporrealce parenquimatoso difuso à esquerda -
hipoperfusão?
Aorta abdominal de trajeto preservado, com calibre sem alterações. Falhas de
enchimento aórticas, em cerca de 50%, sem oclusões - trombose?
Dia: 11/04/2022 - Tomografia computadorizada de abdômen e pelve

Análise:
Comparativamente ao exame anterior de 08/04/2022, nota-se:

Aumento das coleções necróticas aguda com paredes espessas, a maior na


topografia do corpo gástrico medindo cerca de 9,0 x 6,0 x 6,7 cm (volume de 188
mL) e a outra na topografia da cauda, mantendo amplo contato com a grande
curvatura gástrica, medindo 8,2 x 4,0 x 3,0 cm (volume de 51 mL).
Ateromatose aorto-ilíaca. Moderada / grande ascite. Alargamento gorduroso
dos canais inguinais.

Dia: 08/04/2022 - Tomografia computadorizada de abdômen superior e pelve

Análise:
Volumosa quantidade líquido na cavidade abdominal. Pâncreas tópico com
dimensões aumentadas e contornos lobulados com coleção líquida peripancreática
sob sistema parte de seu parênquima e se estende aos planos adiposos adjacentes,
medindo cerca de 9,0 cm. Ateromatose aorto-ilíaca.

3.Resuma qual foi o procedimento seguido:


Exame de Tomografia computadorizada de abdômen e pelve:
Primeiramente foi feita a anamnese do paciente a respeito de sua história
clínica e aplicado o termo de consentimento livre e esclarecido. Depois foi feito o
questionário para realização de tomografia computadorizada, com o objetivo de
identificar pacientes que possuem alguma contraindicação para realização do
exame.
Aferiu-se a pressão arterial e o peso. Foram obtidos os valores de creatinina e
ureia para avaliação de função renal. Foi feita a punção venosa para aplicação do
contraste. Para realização do exame, paciente foi orientado a retirar objetos
metálicos que poderiam atrapalhar na aquisição da imagem e abaixar calça até
altura do joelho.
Paciente foi posicionado em decúbito dorsal, braços para cima e feet first.
Laser de referência horizontal alinhado com a linha mamária, vertical alinhado com
centro do esterno e lateral alinhado no meio do abdômen.
Exame realizado com cortes tomográficos computadorizados axiais, antes e
após a infusão endovenosa de contraste iodado.

4.Explique se foi utilizado algum tipo de contraste:


Foi utilizado o contraste endovenoso iodado.

5.Demonstre as principais alterações encontradas nas imagens:


Dreno percutâneo com extremidade na cavidade peritoneal anterior
adjacente.

AXIAL ABD SC CORONAL ABD SC

SAGITAL ABD SC
Sonda digestiva esôfago-gástrica.

AXIAL ABD SC SAGITAL ABD SC

CORONAL ABD SC

Acentuada quantidade de líquido livre na cavidade peritoneal.


AXIAL ABD SC SAGITAL ABD SC

CORONAL ABD SC

Densificação difusa do plano subcutâneo da parede abdominal, inferindo


edema / anasarca.

AXIAL ABD SC
Câmara gástrica contendo pequena quantidade de contraste iodado.

AXIAL ABD SC

Pâncreas de dimensões normais, contornos parcialmente definidos e


densidade discretamente heterogênea, associado a diversas coleções líquidas, as
maiores assim distribuídas:
- corpo do pâncreas, com conteúdo heterogêneo, medindo 5,0 x 4,1 x 3,2 cm e
volume estimado em 34,1 cm3.

AXIAL ABD ARTERIAL SAGITAL ABD ARTERIAL

- peripancreático superior à cabeça, com conteúdo hipoatenuante homogêneo,


medindo 8,5 x 8,3 x 5,4 cm e volume estimado em 198,1 cm3.
AXIAL ABD ARTERIAL SAGITAL ABD ARTERIAL

Vesícula biliar tópica, de forma, contornos e dimensões normais, associado a


conteúdo laminar hiperdenso, podendo corresponder a pequenos cálculos ou bile
espessa.

AXIAL ABD ARTERIAL

Baço tópico, de forma, contornos e dimensões normais, associado a áreas de


infarto acometendo cerca de 25% a 50% do parênquima.
AXIAL ABD ARTERIAL

Baço acessório de 2,1 cm periesplênico ântero-inferior.

AXIAL ABD ARTERIAL

Rim esquerdo tópico, de dimensões discretamente reduzidas, contornos


regulares e espessura do parênquima proporcionais às dimensões, associado a
áreas de infarto acometendo mais de 75% do parênquima.
AXIAL ABD ARTERIAL SAGITAL ABD ARTERIAL

Aorta e veia cava inferior com curso e calibre normais, associado a trombos
centrais na aorta abdominal inter e infrarrenal.

AXIAL ABD ARTERIAL CORONAL ABD ARTERIAL

Alças êntero-cólicas deslocadas na região central do abdome, com discreta


distensão difusa, sem evidência de fator obstrutivo ao método.
AXIAL ABD ARTERIAL

Bexiga em pequena repleção, contendo balonete de sonda vesical.

AXIAL ABD EQUILÍBRIO

6.Reconheça qual (ou quais) patologia (s) pode estar relacionada com os achados
radiológicos, descreva os principais sinais e sintomas:

A pancreatite aguda é um quadro inflamatório do pâncreas que tem como


causas mais frequentes o etilismo e a colelitíase 16,17. A inflamação provoca
alterações morfológicas tanto locais quanto sistêmicas 16,17. Caracterizada pela
presença de disfunção orgânica e/ou complicações locais como abscesso, necrose
ou pseudocisto16.
O principal sintoma é a dor abdominal acompanhada de vômitos e náuseas 16.
Apresenta início súbito, pode ser agravada com o uso de álcool ou alimentação e
está mais localizada na parte superior do abdômen 16. Pode ocorrer diminuição de
peristalse e distensão abdominal devido ao íleo adinâmico causado pela
inflamação16.
Nos casos de maior gravidade, pode ocorrer derrame pleural indicado por
alterações na ausculta pulmonar16. O achado radiológico de acentuada quantidade
de líquido peritoneal ocorre como uma manifestação local da pancreatite aguda 18.
Pode ocorrer como resultado de ruptura em pseudocisto ou ducto pancreático, com
consequente liberação de enzimas para o peritônio 18.
O edema resulta do processo inflamatório induzido pelo dano nas células
acinares devido à autodigestão do parênquima pancreático e peripancreático 17.
Coleções líquidas associadas à pancreatite aguda, podem representar a gravidade
da doença assim como o espectro evolutivo 19. O pseudocisto é um tipo de coleção
dentro da qual há produtos inflamatórios e secreções pancreáticas resultantes da
ruptura do ducto pancreático19.
A necrose também é uma alteração relacionada com a ativação da cascata
inflamatória e sistema complemento como resposta ao dano causado nos tecidos
pelas enzimas pancreáticas17.

7.Indique os principais métodos diagnósticos e o tratamento indicado:


Os principais exames laboratoriais utilizados no diagnóstico são as dosagens
das enzimas lipase e amilase séricas 16,20. Outros achados laboratoriais comumente
encontrados são hiperglicemia e leucocitose resultante de resposta inflamatória 16,20.
Dentre os exames de imagem, a tomografia computadorizada helicoidal,
permite o diagnóstico de complicações como coleções e necrose e também avaliar o
prognóstico16,20. O contraste endovenoso é essencial para identificar áreas no
parênquima que são hipocaptantes, sugerindo presença de necrose 16.
Nos casos de pacientes que apresentam suspeita de coledocolitíase não
identificada por outros exames ou pancreatite associada à icterícia, a
colangioressonância é o método indicado 16. A ultrassonografia endoscópica pode ser
aplicada nos casos em que há alguma contraindicação 16.
O tratamento indicado é a suspensão de ingesta oral e também o suporte
clínico por meio da manutenção da saturação de oxigênio, suporte nutricional,
hidratação volêmica e analgesia pelo uso de opioides via parenteral 16,20.
8.Explique como o paciente procedeu durante o exame:
O paciente se movimentou durante o exame e isso comprometeu a qualidade
das imagens pelos artefatos presentes.
9.Descreva se houve alguma queixa do paciente após o exame e opine se houve
falhas no atendimento prestado ao paciente:
Não houve queixa e falhas no atendimento prestado ao paciente.

10.Discuta como o uso da tecnologia poderia contribuir (ou contribuiu) para a


resolução do caso:
O uso da tecnologia contribuiu ao identificar os achados característicos da
pancreatite por meio da tomografia computadorizada com uso do contraste 16,20.

11.Relacione como essa patologia interfere na vida do paciente:


A patologia interfere na vida familiar e atividades laborais do paciente.

REFERÊNCIAS
16. Guimarães-Filho MAC, Maya MCA, Leal PRF, Melgaço AS. Pancreatite
aguda: etiologia, apresentação clínica e tratamento. Rev HUPE [Internet].
Jan-Jun 2009; 8(1). Disponível em:
https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistahupe/article/view/9234

17. Zilio MB. Etiologia da pancreatite aguda: revisão sistemática e metanálise


[dissertação]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul;
2018. 106 f. Disponível em: http://hdl.handle.net/10183/179745

18. Pires MOC. Ascite e Derrame Pleural como complicações da Pancreatite


Aguda – qual a relação? [dissertação]. Lavras: Universidade Federal de
Lavras; 2020. Disponível em: http://hdl.handle.net/10400.6/10763

19. Máximo CHM. Acesso percutâneo nas coleções e pseudocistos pancreáticos.


Radiologia Brasileira [Internet]. 2003; 36(3). Disponível em:
https://doi.org/10.1590/S0100-39842003000300015

20. Bartel M. Manuais MSD edição para profissionais [Internet]. Pancreatite


aguda - Distúrbios gastrointestinais; 1 set 2020. Disponível em:
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/distúrbios-gastrointestinais/
pancreatite/pancreatite-aguda
HRN529243

1.Construa a história clínica do paciente:


K.C.S.F, sexo masculino, 12 anos, oriundo de internação, queixando-se de
dores e anfiartrose em MSD. Paciente caiu do cavalo há cerca de 3 anos, fraturou o
cotovelo e colocou fios de aço.
A pressão arterial aferida foi em torno de 110/70 mmHg e o peso foi de 40 kg.
Medicações de uso: cefalotina, dipirona, cetoprofeno e polaramina. Hipótese
diagnóstica era de osteomielite.

2.Descreva quais exames foram realizados anteriormente:

Dia: 14/08/2020 - Tomografia computadorizada do braço direito

Análise:
Imagem com impregnação periférica pelo meio de contraste e com pequenos
focos de calcificações de permeio, medindo 4,0 x 3,9 x 1,7 cm, localizada nas partes
moles inferiores do braço, de aspecto inespecífico.
Heterogeneidade no aspecto distal do úmero, associado a pequenos focos de
calcificações junto a cortical externa do mesmo, de aspecto inespecífico.

3.Resuma qual foi o procedimento seguido:


Exame de Tomografia computadorizada do cotovelo e do antebraço direito:
Primeiramente foi feita a anamnese do paciente a respeito de sua história
clínica. Para realização do exame, paciente foi orientado a retirar objetos metálicos
que poderiam atrapalhar na aquisição da imagem.
Paciente foi posicionado em decúbito ventral, braço direito dobrado e head
first. Laser de referência horizontal com a altura no centro do cotovelo, laser vertical
no centro do cotovelo e lateral com o centro no meio do cotovelo.
As imagens foram obtidas aquisição volumétrica no plano axial.

4.Explique se foi utilizado algum tipo de contraste:


Não foi utilizado nenhum tipo de contraste.
5.Demonstre as principais alterações encontradas nas imagens:
Coleção líquida em partes moles profundas (junto à cortical óssea) da porção
anterior do braço distal, medindo cerca de 3,8 x 1,2 cm.

S1 CORONAL VOL PM M SUP

Edema partes moles adjacentes:

S1 AXIAL VOL PM M SUP


Calcificações de permeio:

S1 AXIAL VOL PM M SUP

Pequeno derrame articular:

S1 CORONAL VOL PM MEMBRO SUPERIOR

6.Reconheça qual (ou quais) patologia (s) pode estar relacionada com os achados
radiológicos, descreva os principais sinais e sintomas:
A osteomielite é um quadro no qual há infecção óssea por fungos, bactérias
ou micobactérias21. Também pode apresentar processo inflamatório decorrente do
aumento de pressão dentro da medula, fazendo com que ocorra um deslocamento
no periósteo e consequentemente necrose óssea, trombose vascular e formação de
sequestros ósseos22.
A osteomielite pode ser classificada em aguda ou crônica de acordo com o
tempo de duração dos sintomas22. Na aguda, os sintomas permanecem até 3 meses
e na crônica, passam de 3 meses22.
A infecção que acomete o osso faz com que ocorra o inchaço da medula
óssea e conforme o tecido inflamado pressiona a parede externa rígida, há
compressão de vasos sanguíneos da medula 21. Isso acarreta na diminuição ou
cessação do fornecimento sanguíneo ao osso, resultando em necrose óssea 21.
Os principais sinais e sintomas característicos da osteomielite são febre,
perda de peso, sensação de cansaço21. O paciente pode apresentar dor, inchaço e
vermelhidão na área afetada21.

7.Indique os principais métodos diagnósticos e o tratamento indicado:


O método de cintilografia óssea pode ser útil na detecção das alterações
funcionais que acontecem durante o processo infeccioso 23. É feita por meio da
injeção de tecnécio radioativo e mostra na área infectada uma remodelação óssea 23.
A radiografia pode detectar alterações típicas de osteomielite, porém essas
alterações podem demorar a aparecer 21. Exames de imagem como tomografia
computadorizada e ressonância magnética podem detectar articulações ou áreas
afetadas pela infecção e até identificar abscessos 21.
Exames como nível de proteína c reativa e velocidade de
hemossedimentação podem ser empregados para detectar o processo
inflamatório21,23. No caso de presença de inflamação, tanto o nível de proteína c
reativa quanto o VHS se encontram aumentados 21,23. No hemograma, pode indicar
níveis aumentados de leucócitos (leucocitose)21,23.
O tratamento é baseado na antibioticoterapia prolongada baseada no
resultado da cultura, cirurgia para limpeza da área por meio da drenagem de
abscessos, terapia com uso de oxigênio hiperbárico e amputação nos casos mais
extremos em que há desenvolvimento de neoplasia ou não há resposta ao
tratamento22.
8.Explique como o paciente procedeu durante o exame:
O paciente se comportou bem durante o exame e obedeceu a orientação de
permanecer imobilizado.

9.Descreva se houve alguma queixa do paciente após o exame e opine se houve


falhas no atendimento prestado ao paciente:
Não houve nenhuma queixa e falha no atendimento prestado.

10.Discuta como o uso da tecnologia poderia contribuir (ou contribuiu) para a


resolução do caso:
Contribuiu ao detectar por meio do exame de tomografia a presença de
achados característicos da patologia como presença de edema e coleções indicando
possível processo inflamatório-infeccioso21.

11.Relacione como essa patologia interfere na vida do paciente:


Interfere em atividades habituais, por causa da dor e pouco movimento do
membro superior.

REFERÊNCIAS
21. Schmitt S. Manual MSD Versão Saúde para a Família [Internet]. Osteomielite
- Distúrbios ósseos, articulares e musculares; 5 out 2020. Disponível em:
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/distúrbios-ósseos,-articulares-e-
musculares/infecções-em-ossos-e-articulações/osteomielite

22. Santos TP, Sousa MNA, Silva ML, Silva EN, Temoteo RCA. Estudo de caso
sobre osteomielite crônica. Journal of Medicine and Health Promotion
[Internet]. Jul-Set 2016; 1(3): 290-301. Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/318642346_ESTUDO_DE_CASO_S
OBRE_OSTEOMIELITE_CRONICA

23. SapienzaMT, Hironaka F, Lima ALLM, et al. Avaliação de atividade


inflamatória na osteomielite crônica. Contribuição da cintilografia com
anticorpos policlonais. Rev Assoc Med Bras [Internet]. 2000; 46(02):106-112.
Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302000000200004
Caso clínico - Medicina Nuclear:

1.Construa a história clínica do paciente:


B.J.A.C, sexo feminino, 26 anos, procurou serviço médico para realização de
exame de cintilografia renal estática com DMSA. Paciente realizou implante de duplo
J em dezembro de 2021.
Hipótese diagnóstica de estenose de JUP esquerda. Refere infecção do trato
urinário há 4 meses. Nega hipertensão arterial, diabetes e calculose.

2.Descreva quais exames foram realizados anteriormente:


Não foi possível obter os resultados dos exames realizados anteriormente.

3.Resuma qual foi o procedimento seguido:


O paciente recebe uma injeção endovenosa com o material radioativo, que é
o radiofármaco DMSA e retorna após 5 horas após a injeção. No intervalo entre a
injeção inicial e a aquisição das imagens, o paciente está liberado para alimentar-se
normalmente e pode se ausentar do laboratório. Esse intervalo é importante para
que o radiofármaco se acumule nos rins.
Antes de realizar o exame, é importante que o paciente faça a ingestão de
bastante líquido e não é necessário reter a urina. Após o exame, também é
importante beber bastante líquido.
É um exame que permite avaliar a função renal de cada rim e também
permite a avaliação funcional nos casos em que há obstrução como nos cálculos
renais e estenoses. Foi aplicado o termo de consentimento para realização da
cintilografia.

4.Explique se foi utilizado algum tipo de contraste:


Na medicina nuclear não são utilizados os contrastes, como por exemplo o
gadolínio e o iodo, e as fontes radioativas são fontes que não são seladas.

5.Demonstre as principais alterações encontradas nas imagens:

Cintilografia renal estática – DMSA:


Foram obtidas imagens estáticas nas projeções posterior, anterior, oblíquas
posteriores e laterais do abdômen. Essas imagens foram obtidas numa câmara de
cintilação computadorizada, após 3 horas da injeção endovenosa de DMSA-
Tecnécio 99.
Observam-se rins tópicos e assimétricos, sendo o rim esquerdo maior que o
direito.

rim esquerdo rim direito

O rim direito apresenta forma preservada e contornos regulares. A distribuição


do radiofármaco é homogênea no seu parênquima.

distribuição homogênea
O rim esquerdo apresenta forma preservada e contornos irregulares na borda
lateral do terço médio.

contorno irregular

A distribuição do radiofármaco no rim esquerdo é heterogênea em seu


parênquima, visualizando-se área fotopênica na projeção da pelve e na região
descrita.

distribuição heterogênea

Função tubular relativa:


RD: 51,73%
RE: 48,27%
Interpretação:

Rim direito com função tubular renal preservada e sem evidências de


cicatrizes renais.

Rim esquerdo com função tubular renal preservada e hidronefrose com


cicatriz na borda lateral do terço médio.

hidronefrose com cicatriz

6.Reconheça qual (ou quais) patologia (s) pode estar relacionada com os achados
radiológicos, descreva os principais sinais e sintomas:
A estenose de junção ureteropélvica (JUP) é caracterizada por ser uma
anomalia congênita, na qual ocorre diminuição ou paralisação de fluxo urinário
devido ao estreitamento do ureter 24. Consequentemente, há uma perda progressiva
da função renal24.
O principal sintoma é de dor abdominal ou lombar, podendo estar
acompanhado de náuseas, infecção urinária recorrente, sintomas gastrointestinais,
hematúria e massa abdominal24.
Além da importância de identificar a estenose, também é necessário avaliar
se há algum fator obstrutivo que pode culminar na hidronefrose (dilatação renal) 25.
Essa dilatação é a principal consequência da estenose e pode acometer tanto
crianças quanto adultos25.
O diagnóstico geralmente é feito no período pré-natal por meio da detecção
de hidronefrose, porém pode passar despercebido e só ser diagnosticado na
adolescência ou vida adulta24.

7.Indique os principais métodos diagnósticos e o tratamento indicado:


O método de ultrassonografia não permite identificar a obstrução, porém pode
ser utilizada para avaliar o diâmetro ântero-posterior da pelve renal, presença de
cistos corticais, espessura do córtex renal e dilatação de cálices renais 24,25.
A técnica de cintilografia renal com uso de DMSA permite não só avaliar a
função renal como também identificar fator obstrutivo por meio do tempo de
esvaziamento pélvico24.
A ressonância magnética nuclear ou angiotomografia podem ser aplicadas
para definir melhor a anatomia da junção pieloureteral, uma vez que a estenose
pode ser confundida com torção ureteral ou válvula ureteral 24.
O tratamento clínico ou cirúrgico é indicado de acordo com os graus de
hidronefrose25. Na leve é feito o tratamento conservador com antibioticoterapia 25. Na
grave com função deprimida, pode ser aplicada a antibioticoterapia e a indicação
cirúrgica é individualizada25.
Na grave com função diminuída é tratada com procedimento cirúrgico na
maior parte dos casos25. Na bilateral é usado o mesmo tratamento que na unilateral,
porém em casos graves há maior probabilidade de indicação cirúrgica 25.
Na hidronefrose com função renal menor que 40%, o tratamento é feito por
meio de renograma e ultrassonografia a cada três meses no primeiro ano e a cada
seis meses no segundo ano25.
No caso de tratamento por cirurgia, esta pode ser feita por via endoscópica ou
laparoscópica25. A intervenção cirúrgica em adultos tem como objetivo principal
aliviar os sinais e sintomas e também manter a função renal preservada 24.

8.Explique como o paciente procedeu durante o exame:


Não foi feito o acompanhamento do caso em questão.

9.Descreva se houve alguma queixa do paciente após o exame e opine se houve


falhas no atendimento prestado ao paciente:
Não foi feito o acompanhamento do caso em questão.

10.Discuta como o uso da tecnologia poderia contribuir (ou contribuiu) para a


resolução do caso:
O uso da tecnologia contribui ao detectar por meio da cintilografia renal com
DMSA, a principal consequência da estenose que é hidronefrose. É uma técnica que
também permitiu avaliar a função renal, que está preservada tanto no rim direito
quanto no esquerdo.

11.Relacione como essa patologia interfere na vida do paciente:


A estenose de JUP interfere na qualidade de vida do paciente, mais
especificamente na função renal, uma vez que se não for tratada o paciente pode
apresentar perda renal e até mesmo óbito.

REFERÊNCIAS
24. Barril ES, Alba APR, Oliveira AVP, Olivati C, Scarpanti FG, Gonçalves FM, et
al. Estenose da junção pielo ureteral. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba
[Internet]. 24 set 2014; 16(3):155-6. Disponível em:
https://revistas.pucsp.br/index.php/RFCMS/article/view/20102

25. Marques JM, Gomes ACSF, Oliveira JTM, Marques GM, Schräder JR.
Estenose de junção ureteropélvica: Um relato de caso. Brazilian Journal of
Health Review [Internet]. Nov- Dez 2021; 4(6): 25354-25364. Disponível em:
DOI:10.34119/bjhrv4n6-173
3ª ATIVIDADE:

Autoanálise:

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