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SOBREVIVER
SE CONSEGUIMOS ENTRAR,TAMBÉM CONSEGUIMOS SAIR.”
AO SUICÍDIO
RICARDO RIBEIRO, FADISTA, UMA DE CINCO PROVAS DE VIDA
VIAGEM AOS
100 ANOS DO
PARQUE MAYER
PORQUE É
QUE GUARDAMOS
SEGREDOS?
ma-
e do Diário de Notícias n.º 55935 e não
gazine
pode ser vendida separadamente
do Jornal de Notícias n.º 11/135
Esta revista faz parte integrante
12 junho 2022 / Número 1568
Até
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AQUI TEM.
2022
Quem procura conforto, procura o Ar Condicionado Daikin Emura. Com um design que fala por si e com toda a eficiência
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ANA
MARKL
Animadora de rádio e autora
43 anos
revista portuguesa. P. 30
COMPORTAMENTO
a quem quiser. P. 48
DOS VINHOS VERDES
GUARDAR OU CONTAR?
Nota – “Partida, Largada, Fugida”, a página de humor de Susana Romana, está de férias. A rubrica
já se encontra no SNS. P. 52
e confessa-nos tudo sobre esse
noticiasmagazine.pt magazine@noticiasmagazine.pt
Diretor-Geral Editorial Domingos de Andrade Diretora Inês Cardoso Diretores-adjuntos Manuel Molinos, Pedro Ivo Carvalho, Rafael Barbosa e Vítor Santos Diretor de Arte Pedro Pimentel Diretor-adjunto de Arte António Moreira
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Galinha (Presidente), Domingos de Andrade, Guilherme Pinheiro, António Saraiva, José Pedro Soeiro, Kevin Ho, Phillippe Yip, Helena Ferro de Gouveia Secretário-geral Afonso Camões Propriedade Global Notícias – Media Group,
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ESPERAMOS POR TI
O surto invulgar
da varíola dos macacos
Mais de 780 casos em 27 países não endémicos em poucos meses. Portugal
tem mais de 160 (166 na última terça-feira). Esta é a primeira vez que as cadeias
de transmissão são reportadas na Europa, sem ligações epidemiológicas conhecidas
à África Ocidental e Central. As campainhas soaram e as instituições internacionais
de saúde continuam atentas à situação. Não há mortes, há muita preocupação.
1958
VACINAR OU NÃO VACINAR?
Há especialistas que dizem que não se
justifica, há responsáveis de saúde pú-
blica que garantem que o esforço vaci-
nal não será de grande escala. O Centro
Europeu de Controlo de Doenças refere
que a inoculação de contactos de alto
risco deve ser ponderada depois da
Ano em que são descobertos, pela pri- análise da situação e caso haja vacinas
meira vez, dois surtos de uma doença contra a varíola disponíveis.
semelhante à varíola em colónias de ma-
cacos. O primeiro caso em humanos foi
reportado em 1970 na República Demo- INCUBAÇÃO E PROTEÇÃO
crática do Congo. Sete a 14 dias é, geralmente, o tempo
de incubação. As autoridades de saúde
ANOS PRESOS
meira vez que esta descoberta acontece, há uma di- Anunciou o acordo Center foi invadida por
ferença: a amostra foi estudada através de micros- do Parlamento Eu- mais de oito mil abe-
EM CRISTAIS
cópio com luz visível e ultravioleta, não compro- ropeu relativamente lhas, obrigando à sua
metendo a vida no interior. Já estudos anteriores a carregadores de remoção. A extração foi
TWITTER.COM/AIDAROBO
Jorge Manuel Lopes
POR
Música
PRINCE E A URGÊNCIA
DO DIA SEGUINTE
A 30 de março de 1985, Prince estava a três semanas de
lançar o álbum “Around the world in a day”, terminado
enquanto corria palcos na triunfal e intensiva Purple Rain
Tour, uma digressão pelos Estados Unidos e Canadá
iniciada em novembro de 84 para mostrar o álbum (e o
filme) homónimo que marcou o salto quântico na sua
carreira. Entre a saída do best-seller “Purple rain” (mais de
25 milhões de exemplares vendidos até hoje) e do suces-
sor distam apenas dez meses – um pequeno pesadelo para
quem gere editoras e carreiras, o ritmo certo para a vora-
O quadro chama-se Algorithm Queen e é um retrato de gem criativa de Prince.
Isabel II, do Reino Unido, pintado por Ai-Da, um robô de De recordação pública da
inteligência artificial. Ensinar o robô humanoide a pintar, Purple Rain Tour ficou este
chegando ao resultado agora revelado, foi um trabalho de concerto captado no Carrier
vários anos de alunos de doutoramento e investigadores Dome em Syracuse, Nova
das universidades de Oxford e Birmingham, no Reino Uni- Iorque. Lançado à época
do. Ai-Da utiliza câmaras para pôr em uso vários algorit- somente em vídeo, “Prince
mos que indicam como pintar, desenhar e “copiar” ima- and the Revolution: Live”
gens. Tudo feito com o braço robótico. A máquina ultrar- (NPG/ Legacy/ Sony Music)
realista não se ficou apenas pela pintura da monarca, que conhece agora edição em CD e LP.
serviu de homenagem ao Jubileu de Platina celebrado re- Com uns meros seis álbuns editados, Prince ainda
centemente. Através da capacidade de fala, deixou tam- tocava canções (algumas, em todo o caso) na íntegra ao
bém uma mensagem: “Gostaria de agradecer a Sua Majes- vivo, com o bónus de se encontrarem novos ajustes, aden-
tade a Rainha pela dedicação e serviço que presta”. A obra das, prefácios, posfácios, anexos, divagações e traslada-
será exibida publicamente em Londres no final do ano. ções a cada apresentação em palco, criando um potencial
de novidade e descoberta permanentes. Para tal ser possí-
60
vel, muito terá contribuído a relação telepática entre o
mestre de cerimónias e os Revolution. É lugar-comum
afirmar que foi a melhor banda de Prince (a par da deriva-
ção que o acompanhou a seguir, no período “Sign o’ the
times”/“Lovesexy”) e o lugar-comum está certo: Bobby Z
na bateria, Brown Mark no baixo, Wendy Melvoin na
guitarra, Lisa Coleman e Dr. Fink nos teclados, mais
acompanhantes habituais como Eric Leeds no
saxofone e Sheila E. nas percussões, entre outros.
Servido por um som de uma clareza e força
inatacáveis, os pontos altos entre as 20 faixas de
anos depois, o americano Ted Sams “Live” são incontáveis, mas brilham um pouco
mais o arranque com “Let’s go crazy” e a
recebeu o diploma do Ensino funktástica e não menos vamos-dançar-a-
Secundário – que não foi entregue -um-passo-do-abismo “1999”; a catarse de
em 1962 devido a uma dívida de 4,50 “God” e a renovada densidade rítmica de
“Darling Nikki”; uma distendida e
euros por um livro que não devolveu. hipnótica “When doves cry” e os
Conseguiu agora o documento celestiais e apoteóticos 18 minutos de
“Purple rain”. Nesta extraordinária
original, mantido no arquivo atuação ouve-se a urgência do dia seguinte
da escola durante seis décadas. de Prince e dos Revolution. ● m
Pedro Dominguinhos
PERFIL
POR Alexandra Tavares-Teles
Ano após ano, tenho tentado corrigir.” ainda maiores afinidades – o gosto pelo futebol,
António Costa deu-lhe a liderança da comissão a loucura pelo Benfica. Aos domingos, ouviam
que acompanhará um plano que, define Domin- “os relatos dos jogos pela rádio”. A região dera
guinhos, se quer transformador da realidade por- uma glória benfiquista: Palmeiro Antunes. Que
tuguesa. “Qualidade técnica, capacidade de con- um dia levou Eusébio a conhecer aquelas terras.
cretização, de inovação, de ir para além do que é “Foi a loucura. Todos quisemos fotografar-nos
preciso fazer, tentando mais e melhor, aliados a ao lado do ídolo.” Infelizmente, não há prova da
um talento para mobilizar equipas e conseguir visita do rei, por falta de rolo nas máquinas. ●
m
Mudou-se de Paris para a periferia, andou de bair- Pedro Burmester e Helena Sá e Costa. Deu aulas,
ro em bairro a dar aulas em lugares problemáti- gravou uma obra de António Victorino d’Almei-
cos onde poucos professores querem estar. Nes- da. Aos 21 anos, vontade de novos desafios, en-
te momento, tem 550 alunos dos 11 aos 15 anos, viou duas cartas a dois pianistas franceses. Os dois
22 turmas, numa escola da rede de educação prio- estavam interessados em receber o jovem pia-
ritária de violência controlada, em Poissy, Île-de- RICARDO VIEIRA nista. Partiu para Paris. “Precisava ver mundo
-France. E é ali que quer estar. para continuar a ser pianista.” Pediu um emprés-
“Construí uma dinâmica com alunos que não Localização timo, foi baby-sitter. Continuou a crescer na sua
querem escutar Bach, Beethoven ou Mozart.” E Poissy, França arte, fez parte do painel de jurados dos exames
conquistou-os. A música é um instrumento ver- 48º 56’ N de piano de vários conservatórios franceses. Toca
sátil numa comunidade multicultural. Trabalha 2º 3’ E a solo e a quatros mãos com o pianista japonês To-
competências como a confiança, a autoestima, (GMT+1) mohiro Hatta no duo Musicorba. Tem dado con-
o sentido de comunidade, e mostra que vale a certos pelo Mundo, em 2023, estará na Turquia
pena sonhar, “que é possível ter outras perspeti- Profissão e na China. Dá masterclasses pela Europa e pela
vas, outro futuro”. “Eles sentem que estou lá por Pianista, professor Ásia, tem sido cronista e crítico musical em rá-
eles”, refere. Há um ano em Poissy, já criou um de Música dios de Paris, revistas e jornais europeus. Em cada
coro e uma orquestra que foi convidada a tocar concerto, o mesmo desejo. “Quando toco, gosto
para a ministra da Cultura e para o ministro da Idade de sentir quem me ouve. O piano é outra forma
Educação de França. De professor contratado, 36 anos para sentir o outro que está ao pé de mim.” ● m
passou a efetivo num concurso exigente. Tirou
20, a nota máxima, foi o melhor candidato nas
provas de acesso ao ensino de segundo nível em
França. Deu tudo. “Sou muito feliz como profes-
sor em bairros sociais, estou muito contente por
O pianista
partilhar música, e o júri percebeu que eu gosto
mesmo do que faço, que o meu lugar é ali.” que dá aulas
Ricardo Vieira é natural de Santa Maria da Fei-
ra. Quando era pequeno dizia que queria ser Papa
ou presidente da República. Não era para ser im-
em bairros sociais
portante, era porque sentia que podia fazer a di- Ricardo Vieira deixou de lecionar no Conservatório
ferença. Essa vontade de querer mudar o Mun-
do nunca desapareceu. Não faz nada pela meta-
para ensinar miúdos que vivem em meios vulneráveis,
de, entrega-se por inteiro. na periferia de Paris. E continua a atuar pelo Mundo.
Aos três anos, cantava no Orfeão da Feira. A pai-
xão pela música era avassaladora. “Queria tocar
qualquer coisa, queria fazer música.” Aos cinco
anos, numas obras em casa, um trolha tocou o
“Apita o comboio” num piano elétrico que tinha
lá por casa. Ficou colado àquela “magia”. No dia
seguinte, sabia tocar a música. A mãe, Helena,
entendeu esse amor e esse jeito, a avó Adelaide
inscreveu-o na Academia de Música de Santa Ma-
ria da Feira para aprender piano. Nunca mais pa-
rou. Na primeira audição, o nervosismo nem se-
quer deu o ar da sua graça. “Sabia que a música fa-
zia parte da minha vida e que era o meu destino,
sobretudo estava feliz por estar a comunicar com
os outros de outra forma”, recorda. Aos 16 anos,
o primeiro concerto com orquestra no Teatro S.
Luiz, em Lisboa. Como solista, trabalhou com
Campanha válida para Portugal, até 15 de junho de 2022, limitada ao stock existente e não acumulável com outras em vigor. A oferta será enviada até 15 dias após o
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alma-
naque
A SEMANA
SEMAANA
ANA
QUE
Q UE VE
VEM
EM
M
Catarina Silva
2ª
POR
A Comissão
C Europeia deve decidir a quque
co
companhia aérea serão entregues os 18 slots da
TA
TAP – que a transportadora portuguesa tem de
ceder no aeroporto Humberto Delgado em
ce
tro
troca de ajuda estatal. As low-cost Ryanair e
Ea
EasyJet são as únicas na corrida pelas 18 faixas
horárias diárias para descolar e aterrar no aero-
ho
po
porto de Lisboa. Se alguma das propostas for
SEGUNDA-FEIRA Esta é a data indicativa
escolhida, ou seja, se
3ª
reestruturação da TAP para a vencedora.
4ª
sobe ao palco do Coli-
CARREIRA DA
seu Porto e quinta-
-feira é a vez do
DIVA DO SAMBA
Centro de Artes de
Águeda.
QUARTA-FEIRA
FIM DO ANO LETIVO E ARRANCA
O SÃO JOÃO DE BRAGA
É o fim do ano letivo para os alunos
dos 5.º, 6.º, 7.º, 8.º e 10.º anos. No fi-
nal do mês, termina para os alunos
do 1.º Ciclo. Na mesma data, começa
a festa popular do São João de Braga,
que se estende até 24 de junho. E a
redação final do Orçamento do Esta-
do 2022 deverá ficar fixada neste dia.
18 12.06.2022 Notícias Magazine
5ª
QUINTA-FEIRA
JOÃO LEÃO NO MECANISMO
EUROPEU DE ESTABILIDADE?
O Conselho de Governadores
e ado es do Mecanismo
Europeu de Estabilidade
novo diretor executivo.
Meca s o
dade decide quem será o
ivo. O ex-ministro das
Finanças português João Leão é candidato.
ministro das Finanças
Concorre com o ex-ministro
luxemburguês Pierre re Gramegna, o antigo
chefe de gabinete do o comissário europeu da
Economia Marco Buti ti e o antigo secretário de
Estado das
O MEE é uma organiza- a- Finanças da
ção intergovernamental al
criada para evitar e su--
Holanda
perar crises financeiras
as Menno
na zona Euro Snel.
D
6ª
SÁBADO
ROCK IN RIO ATERRA
NO PARQUE DA BELA VISTA
SEXTA FEIRA É o início do festival Rock in Rio, no
E COMEÇAM
dia, há concertos a 19, 25 e 26 de junho),
depois da pandemia, e traz nomes como
DOMINGO
OS EXAMES Foo Fighters, Liam Gallagher, Black Eyed
Peas, Ellie Goulding, Post Malone, Anitta
CORRIDA DE SÃO JOÃO
NACIONAIS ou Jason Derulo. No mesmo dia, mas
mais a norte, em Braga, Manel Cruz
EM VILA NOVA DE GAIA
(Ornatos Violeta) atua nas Lazy Sessions
Os trabalhadores dos Guadalupe, no Parque de Guadalupe,
CTT fazem uma greve que, desde o início e até ao fim do mês,
de 24 horas neste dia,
para protestarem
recebe música todos os sábados. No dia
25 é a vez de B Fachada. Há concertos às
A Continental Corrida
contra o aumento 16 e às 18.30 horas. A entrada é livre. de São João está de vol-
salarial de 7,5 euros,
decidido unilateral- ta à estrada e vai acon-
mente pela adminis-
tração, e reclamarem
tecer na marginal de
melhores condições Vila Nova de Gaia, com
de trabalho e a admis-
são de mais pessoal. E partida e chegada na
arranca a primeira
fase dos exames
zona pedonal de Cani-
nacionais do Ensino delo. A prova principal
Secundário. Portu-
guês é a primeira
tem 15 quilómetros de
prova para os alunos distância, mas também
do 12.º ano.
há uma caminhada de
sete quilómetros para
toda a família.
Notícias Magazine 12.06.2022 19
A vida
depois do
mais sombrio
GRUPOS DE RISCO
Em Portugal, observam-se taxas de
suicídio mais elevadas no sexo mascu-
lino, nas pessoas mais velhas e nas
zonas rurais. Em relação à distribuição
geográfica, as taxas são mais altas no
Alentejo, no Algarve e nas regiões
autónomas da Madeira e Açores.
800 mil
O número de pessoas que morrem
anualmente por suicídio, em todo o
Mundo, o que corresponde a aproxi-
madamente uma morte a cada 40
pois, jura que não mais voltou a sentir a tentação segundos. Os países em desenvolvi-
do suicídio. “Senti sempre que havia caminho. mento são os que registam taxas
E que o caminho estava nas minhas mãos”, diz, mais elevadas.
como quem fala de uma segunda vida.
Ana Matos Pires, psiquiatra, admite, no entan-
2.ª
to, que não lhe agrada o uso do termo “renascer”.
Porque dá uma sensação de morte e romantiza o
comportamento, o que se deve de todo evitar.
“Prefiro que se fale em ultrapassar, em reorgani-
zar-se.” E explica o que pode ser determinante Causa de morte entre os jovens
para essa reorganização. “Antes de mais, é impor- (15-34 anos) em todo o Mundo.
tante ressalvar que o suicídio é um comportamen-
to, não é uma doença. E como comportamento
que é nunca podemos falar numa causa única.
Normalmente há um gatilho, um fator desenca- MUITO MAIS TENTATIVAS
deante. Muitas vezes, é o momento que determi- Estima-se que o número de tentativas
na o acontecimento. E, da mesma maneira que é de suicídio seja 25 vezes superior ao
possível controlar os fatores de risco para o com- número de mortes por esta via.
portamento suicidário [ver caixa], se a pessoa es-
tiver devidamente suportada após esse compor-
tamento, a probabilidade de se reorganizar é enor-
me.” Ou como sublinha Ricardo Ribeiro: “Desis-
tir nunca é solução. Temos de pensar que isto é
como um tubo. E se conseguimos entrar, também
conseguimos sair por onde entrámos”. ● m
TEXTO
Paulo Lourenço
guns dos melhores anos da carreira. segunda-feira, que era o dia de folga dos lar ao famoso recinto da avenida, que per-
“Aprendi lá muito. Já tinha feito comé- artistas, nos outros estávamos sempre corre toda a sua vida. “Entrei pela primei-
dia com o Camilo e com o Solnado, mas a trabalhar”, assinala, aludindo a tem- ra vez no Parque Mayer com dois ou três
a minha primeira revista no Parque pos que já não viveu, em que havia es- dias de vida. A minha mãe teve-me e veio
Mayer foi em 1974 e chamava-se ‘Uma petáculos diários e os atores não tinham fazer uma substituição numa peça, que
no cravo, outra na ditadura’, em que con- direito a folgas. E adiciona um porme- se chamava ‘Menina Alice o inspetor’. Eu
tracenei com o Nicolau Breyner, a Ivo- nor curioso, entre sorrisos: “A minha fi- fiquei numa alcofa no camarote da mi-
ne Silva, o Paulo Renato, entre outros.” lha mais velha foi feita no Parque Mayer. nha avó no Capitólio”, resume.
O Parque Mayer ficaria ligado indele- Tínhamos de aproveitar os intervalos O agora autarca faz parte de uma gera-
velmente à sua carreira. Foi lá que co- para namorar”. ção a que chama os “meninos do parque”
nheceu e acabou por casar com a tam- Pela história familiar, Vasco Morgado e, quando começa a desfilar memórias,
bém atriz Marina Mota. “Casámos a uma tem uma ligação ao teatro, em particu- curiosidades não faltam. “Era uma ani-
DIREITOS RESERVADOS
o Capitólio com outros espetáculos, so- fez”, resume, destacando as potenciali- numa escola superior de cultura seria
bretudo bandas de música, que puxam dades do mundo do espetáculo em Por- a melhor maneira de homenagear o
muita gente, mas os jovens querem lá sa- tugal. “É preciso fazer disto uma aldeia Parque Mayer e de todos os que por lá
ber de revistas”, justifica. E recorda que, cultural. Tal como no futebol, em que passaram.”
não fosse a sua determinação em man- apostámos na formação e hoje exporta- Imaginar o centenário parque como
ter a casa aberta, o parque poderia ter aca- mos talento, com a qualidade dos con- berço de uma nova geração de atores é o
bado de vez. “Tenho noção que, quando servatórios de dança e de teatro, se tiver- sonho do autarca, agora mais confiante
os teatros encerraram, se não fosse eu, o mos estruturas construídas de raiz a pen- no atual executivo municipal, depois de
parque tinha fechado. Durante anos, sar neles, o céu é o limite”, frisa, enfati- nunca ter conseguido despertar o real
aqui dentro era só o meu restaurante.” zando que “rico é o país que tem o cofre interesse do anterior presidente da Câ-
Mas é de Vasco Morgado que vem a pro- cheio de cultura”. mara. “O engenheiro Carlos Moedas
posta aparentemente mais apelativa A ideia agrada a Júlio Santos. “Eu sou gosta deste projeto, sobretudo da sua
para o aproveitamento do espaço. “Tra- entusiasta do projeto do Vasco Morga- base, que é fazer do Parque Mayer uma
zer para aqui os conservatórios que qui- do. Montar aqui uma escola de teatro, escola de artes. Por isso, entreguei-lhe a
serem vir, ter um polo de um museu do que isto tem espaço para isso e muito proposta e ele irá agora desenvolver o
teatro dedicado ao que sempre aqui se mais. Aliás, transformar todo o recinto plano ‘Parque Mayer 2.0’”, conclui. ● m
TEXTO
Luísa Marinho
9
principais, representando 20 % das ex- de forma estruturada foi a de Santa Cris-
portações. Outros 20% vão para a Ale- tina, em Celorico de Basto, onde já os te-
manha, mas os mercados mais “pre- travós de Mónica Pinto faziam vinho.
mium” são os paises nórdicos e o Japão. Apenas em 2004 se lançaram com rótu-
lo próprio. “O meu pai começou a apos-
Quintas de portas abertas tar no engarrafamento”, conta Mónica,
Dar-se a conhecer lá fora é uma mais-va- agora também responsável pela empre-
lia para o enoturismo da região, “que tem sa. “Foi em 2015 que comecei a ajudá-lo
sabido aproveitar o fluxo turístico do e a perceber o negócio do vinho. Achei sub-regiões: Amarante, Ave,
Porto e do Norte”, realça Carla Cunha. que para projetar a marca tínhamos de Baião, Basto, Cávado, Lima,
As quintas estão estruturadas na Rota sair fora da caixa. Outras regiões esta- Monção-Melgaço, Paiva e
dos Vinhos Verdes e a comissão tem um vam a evoluir no enoturismo, como o Sousa.
Douro, mesmo aqui ao lado. Nós não.”
PEDRO GRANADEIRO/GLOBAL IMAGENS
70 871 102
sitas, mostrando a quinta, a adega e fa-
zendo provas.
No mesmo ano de 2015, a Quinta da
Lixa abre o primeiro hotel vínico da Rota
dos Vinhos Verdes, o Monverde Wine de litros produzidos de bran-
Experience Hotel, na Quinta de Sangui- cos, tintos e rosados (2021-
nhedo. “A nossa necessidade prendeu- -2022)
-se com o crescimento da atividade agrí-
cola, vitivinícola e dos mercados inter-
nacionais”, justifica Miguel Ribeiro, di-
retor geral do hotel. Sempre que tinham
visitantes, acabavam por ter de tratar do 32 722 090
alojamento. Foi quando pensaram em de litros exportados em 2021
desenvolver uma atividade de enoturis-
mo estruturada.
Dados da Comissão de
Viticultura da Região dos
Vinhos Verdes
na terra,
de Sol e outros produtos para que as se-
mentes lançadas à terra nasçam e deem
fruto. A agricultura é feita desta fibra e
o que chega
das graças e maravilhas da Natureza.
Há, porém, outros “ingredientes” que
aumentam a produtividade das culturas
– batatas, cebolas, cenouras, tomates,
ao nosso prato
alfaces, laranjas, maçãs – para que nun-
ca nos falte alimento. Os fertilizantes são
um exemplo. Feitos de materiais sinté-
ticos produzidos em laboratório para for-
necer nutrientes essenciais ao desen-
Quais os produtos que se aplicam na agricultura? volvimento do que é semeado na terra.
O uso de pesticidas é controlado? Já ouviste falar Mas, atenção, fertilizante e adubo não
em segurança alimentar? são a mesma coisa. O adubo é feito de
material orgânico, tem substâncias que
POR Sara Dias Oliveira se encontram na Natureza. O fertilizan-
te é produzido artificialmente. Entretan-
to, com o avanço da tecnologia, surgem
novos produtos como os bioestimulan-
O assunto é sério porque é sério o que o pacto no que chega ao prato. É um ca- tes de plantas, feitos de extratos de ele-
nosso corpo ingere, mastiga, processa. minho com várias etapas. E, no fim de mentos naturais, como algas do mar.
É uma questão de saúde pública. Por tudo, queremos que a comida que che-
isso, convém escavar e ir à raiz para per- ga à mesa seja segura sem sequer pen- MINERAIS E ORGÂNICOS
ceber como tudo se interliga. O que se sarmos nisso. Caso contrário, é um pro- Há dois tipos de fertilizantes consoante
semeia nos campos é tratado na cozi- blema. Um alimento não seguro é impró- a matéria-prima usada. Os minerais fei-
nha. O que se usa na agricultura tem im- prio para consumo e faz mal à saúde. tos com um ou mais nutrientes das pró-
MATILDE REYMÃO
“uma infância muito feliz e, sobretu-
do, muito livre e divertida”. “Tenho a
sorte de ter irmãos e guardo muito
DE MENINA CERTINHA
boas recordações de nos juntarmos to-
dos em casa dos nossos avós e passar-
mos dias inteiros a brincar e a partilhar
ÀS REBELDIAS DA FICÇÃO
tudo.” Por ser a filha mais velha, a atriz
e modelo teve que ser “o exemplo”.
“Era muito certinha e não dei muitos
problemas aos meus pais.”
Sem nunca planear muito, Matilde
Reymão viu surgir o primeiro trabalho
Foi na moda que Matil- na moda quando tinha 15 anos. Reco-
de Reymão, de 22 anos, nhece que “foi mesmo bom sair da
se estreou, antes de se afir- zona de conforto, crescer e começar a
mar na representação. Atual- trabalhar tão cedo”. A oportunidade
mente, pode ser vista como a rebel- da representação surgiu depois, apre-
de e problemática Melissa em “Para sentando-a a um “novo amor”. Atual-
sempre”, na TVI, ou como a despo- mente, sente que é a profissão que a
jada Luísa em “Por ti”, na SIC, so- preenche. Luísa em “Por ti” é o papel
mando oportunidades que, em mais recente e aquele com o qual
criança, nem lhe passavam pela mais se identifica, pelas semelhan-
cabeça. “Nunca imaginei que fos- ças que partilha com a personagem:
se possível ser atriz”, confessa. “Somos espíritos livres, sorriden-
Matilde diz que sempre foi tes, positivas, com uma ligação à
“muito criativa”. “Gostava de Natureza e muito descontraídas. Te-
fantasia e de brincar ao faz de nho aprendido muito com ela, com a
conta”, recorda. Nessa altura, sua leveza de espírito”. E também já
“era uma menina muito descon- vai pensando nas férias, até porque
traída”. “Tanto era vaidosa e gostava “gravar uma novela é um processo
de pôr os vestidos e sapatos da minha intenso”. “Preciso de descansar
mãe, como gostava de jogar futebol para me focar no futuro, quando
com os rapazes. Acho que passei várias regressar”, remata, ávida de via-
fases.” Na memória, guarda ainda jar como tanto aprecia. ●m
SARA OLIVEIRA
46 12.06.2022 Notícias Magazine
Foram quatro missões da Sea Watch, uma organização não-gover-
namental, que salvaram, em apenas 24 horas, um total de 222 pes-
soas em perigo no mar Mediterrâneo. O resgate dos migrantes, que
MEDITERRÂNEO
À volta do Mundo
CHRIS GRODOTZKI
960 MILHÕES DE EUROS
CANADÁ INDEMNIZA
POVO INDÍGENA EM
HÁ UM MUNDO (E UM FUTURO)
ENTRE O REAL E O VIRTUAL
A palavra metaverso foi utilizada pela pri-
meira vez em 1992 no livro de ficção cien-
tífica “Snow crash”. O conceito que tenta
criar um espaço de vida real dentro do
“digital” não está, porém, restrito à ficção
científica. Até já existe. Descobre o pre-
sente e o futuro deste mundo entre o real
e o virtual visitando o site do tag.
A vida secreta
dos segredos
Há um mundo interior que partilhamos com os demais
e outro que guardamos só para nós. Porque é que
guardamos segredos e o que é que isso nos faz? Quando
e porquê devemos contá-los? Há bons motivos para ter
U
segredos, mas também há bons motivos para os partilhar.
ma parte significativa das 100 mil Nos últimos anos, Michael Slepian, investiga-
pessoas que trabalharam no Proje- dor da Universidade de Columbia, em Nova Ior-
to Manhattan, que resultou na cria- que, fez vários estudos e inquéritos em torno do
ção da bomba nuclear, não fazia a secretismo no quotidiano que envolveram mais
mínima ideia do propósito do seu de dez mil pessoas. Concluiu que 97% de nós tem
trabalho. A receita original da mis- pelo menos um segredo significativo em qual-
tura de 11 ervas e especiarias do quer momento da vida, embora a média sejam 13.
Kentucky Fried Chicken permane- A lista dos milhares de segredos que lhe con-
ce guardada num cofre em Louisvil- fidenciaram resultou na identificação de 38 ca-
le. E uma parte significativa das pes- tegorias típicas, sendo algumas delas a traição,
soas que de alguma forma traem os parceiros, hábitos de consumo de substâncias, atividades
amigos ou colegas não lhes revela. As guerras, os ilegais, experiências traumáticas, ter violado
negócios e as relações pessoais explicam a maio- a confiança de alguém, ambições profissionais
ria dos segredos que se guardam. E uma coisa é
certa: toda a gente os tem.
MASTER1305 - STOCK.ADOBE.COM
negativas), os socialmente ansiosos e quem têm ção, ruminação e insónia, “OS PRINCIPAIS
baixa autoestima. “São características que fazem é aconselhável expressá-
SEGREDOS NA ADO-
com que as pessoas se sintam mais preocupadas -lo de alguma forma.”
com a forma como os outros reagem a elas, por- A questão é que, geral- LESCÊNCIA ESTÃO
tanto, tendem a manter mais informações em mente, quando mais inco- RELACIONADOS COM
segredo com receio de serem rejeitadas social- moda o segredo, menor é A VIDA AMOROSA E
mente.” a possibilidade de o contar SEXUAL, BEM COMO
Acontece que ao mesmo tempo que nos prote- sem que isso tenha tam- COM A EXPERIMEN-
gem, os segredos também podem ter um impac- bém um impacto negati-
TAÇÃO OU O
to negativo na nossa saúde. “Podem gerar culpa, vo. A alternativa, defende
conflitos internos e interpessoais e muita ansie- Wismeijer, é enveredar CONSUMO DE
dade. A ansiedade está ligada com outros proble- por outras formas de ex- SUBSTÂNCIAS”
mas de saúde mental, como problemas de sono pressão. “Podemos optar Rute Agulhas
e depressões. Comporta também um risco para por não revelar o segredo Psicóloga clínica e de justiça
a saúde física, pois relaciona-se com alergias, en- às pessoas envolvidas –
fraquecimento do sistema imunitário e proble- por exemplo, não confes-
mas cardiovasculares, além do abuso de substân- sar uma traição ao parceiro –, mas escrever isso
cias”, explica o psicólogo Paulo Vitória. numa carta que nunca se enviará ou escrever
Este eventual impacto negativo, revelam os es- num diário, ou dizer a um amigo de confiança,
tudos de Andreas Wismeijer, não se prende com para se aliviar esse fardo.” Ou, como acrescenta
o segredo em si, mas com a forma como nos rela- Paulo Vitória, “quando um segredo pesado não
cionamos como ele. “Há muitos casos em que eles pode ser partilhado com as pessoas do nosso pe-
geram sentimentos positivos muito poderosos queno mundo familiar e pessoal, isso é um bom
e, nessas situações, podem ser benéficos”, diz o motivo para consultar um psicólogo”.
professor e investigador da Universidade de Til-
burg. “Mas quando se tem um segredo emocio- Guardar ou contar?
nalmente pesado, daqueles que geram preocupa- A educação emocional que nos permite distinguir
o que esconder e o que contar deve começar na in-
fância. E cabe aos adultos ensinar as crianças a dis-
DIREITOS RESERVADOS
20% a 25%
intervir precocemente e evitar que cheguem a
esses níveis.” Mas o hospital já alargou o leque
também a super obesos, inclusive alguns que já
tinham sido submetidos a cirurgia bariátrica e
que, depois da perda, voltaram a ganhar peso.
Aliás, é este último critério que o Hospital de
São João, no Porto, que está prestes a estrear-se
nesta técnica (deverá avançar nos próximos me- Os doentes submetidos ao tratamento
ses), vai usar. Numa abordagem diferente, aqui, da obesidade por endoscopia conseguem,
o Método Apollo servirá de ponte para outras ci- em média, uma perda de peso entre 20%
rurgias convencionais. “Vai ser proposto a doen- e 25%. Sendo que no primeiro mês perdem
tes que não tenham condições cirúrgicas ou que logo 10% do peso corporal. Com isso, tam-
tenham alto risco cirúrgico, com IMC superior a bém há melhorias significativas das doenças
45. Sendo a cirurgia altamente complexa, usa- associadas à obesidade, como a diabetes
mos esta técnica primeiro, que permite perder ou a hipertensão, chegando mesmo a haver
algum peso e diminuir os riscos para avançar para a sua resolução.
cirurgia. Temos dezenas de doentes super obe-
70%
sos que não podiam ser operados até então por-
que não havia segurança”, explica Marco Silva,
gastrenterologista e coordenador de Endoscopia
do Centro de Responsabilidade Integrado de Obe-
sidade no São João, que já tem pelo menos 11
doentes sinalizados para a nova técnica, que, ape-
sar de todas as vantagens, não tem tão bons re- O Método Apollo permite uma redução de
sultados como as cirurgias convencionais. 70% do volume do estômago, ou seja, reduz
três quartos do seu tamanho, o que potencia
Há três anos no privado uma perda de peso eficaz.
Ainda antes do SNS, a técnica estreou-se em Por-
3%
tugal em 2019, no setor privado, pelas mãos do
médico espanhol López-Nava. O gastrenterolo-
gista Leonel Ricardo – atualmente na Clínica de
Carcavelos, do grupo Joaquim Chaves Saúde –
fez parte da equipa pioneira em terras lusas e des-
de então já usou o Método Apollo em mais de 200
doentes. “O procedimento surgiu há cerca de 12
anos, desenvolvido por uma empresa norte-ame-
ricana e tem vindo a ser cada vez mais utilizado Nos casos de obesidade mórbida, apenas
a nível mundial”, diz o médico, que sublinha que 3% das pessoas consegue perder peso só
já muitos doentes lhe chegam referenciados pelo com alterações do estilo de vida e alimenta-
médico de família, “o que mostra que há maior res. Por muito eficaz que seja o acompanha-
conhecimento desta técnica pela comunidade mento e por muito que os doentes adiram
médica”. às mudanças, só isso não é suficiente.
No privado, garante, é o preço – cerca de 9 mil
euros, incluindo o acompanhamento – o maior
1,5 milhões
travão. Ainda assim, como a técnica pode ser usa-
da em doentes com IMC entre 30 e 40, ou seja,
obesidade de grau I e II, “permite a uma série de
pessoas que antes não tinha solução ter acesso a
tratamento”. Uma coisa é certa, não se acorda A obesidade continua a crescer em Portugal
magro do dia para a noite: “A redução do estôma- e os dados mais recentes mostram que meta-
go é uma grande ajuda, mas é a mudança de com- de da população (53%) tem excesso de peso
portamentos que depois vai ditar resultados a e 1,5 milhões de pessoas são obesas.
longo prazo”. ●m
Fazer anos
Encarar a passagem inexo- Há pessoas que adoram fazer anos e outras que nem por isso. E depois, há pes-
soas que nunca sabem se gostam ou não de festejar a data. Nunca liguei a efe-
rável do tempo com graça e mérides, sou aquele tipo de pessoa que passa a noite de 31 de dezembro a dor-
leveza é perceber que os mir, ou num avião a atravessar o Atlântico. Sempre me irritou o folclore da con-
pequenos sinais nas costas tagem decrescente, das passas engolidas à pressa e dos votos de feliz Ano Novo
que se entendem até ao final de janeiro. No entanto, citando um amigo próxi-
das mãos aparecem à mo, quando me queixei de dobrar a curva do meio século, “mais vale fazer do
mesma velocidade com que que não fazer”. O mesmo amigo que me disse, “não te preocupes, porque uma
a pele das mesmas se torna senhora nunca passa dos 50 anos”. Oxalá mais homens pensem assim, numa
sociedade tiranizada pelo mito da juventude eterna, na qual vemos com fre-
fina como papel. quência crianças vestidas de adultas saracoteando as ancas no TikTok e mulhe-
res maduras vestidas de teenagers a fazer as mesmas figuras no mesmo TikTok.
Fazer anos a partir de uma certa idade é sempre um bocadinho constrangedor,
porque às tantas uma pessoa sente-se vagamente ridícula: à pergunta “quan-
tos fazes?” vem aquele comentário carregado de boas intenções, “pois olha que
estás lindamente para a tua idade”. A pessoa encolhe os ombros, enquanto co-
gita com os seus botões se o vestido escolhido para a ocasião tem o dom de a fa-
zer parecer mais nova, ou apenas lhe dá um ar jovial, o que já é espetacular.
Contudo, quando olho para as mulheres com mais de 50 e para os homens da
mesma faixa etária, sou levada a pensar que nós temos mais sorte do que eles.
Podemos pôr um bocadinho de botox sem ficarmos ridículas, é normal pintar-
mos o cabelo, só se o cabeleireiro for muito mau é que ficamos pirosas. Já os ho-
mens, com botox perdem o charme e ficam esquisitos, e se lhes dá para pintar
as melenas, então é uma desgraça. Nós colocamos extensões para dar volume
ao cabelo e achamos normal, mas se nos aparece um tipo à frente com um capa-
chinho, desatamos a correr e só paramos em Madrid. E temos mil e um truques
para disfarçar as rugas e os sinais da idade: antiolheiras milagrosos, ampolas que
esticam a pele, pestanas postiças, artimanhas que nos homens seriam, no mí-
nimo, bizarras. Já conheci um bonitão igual ao Alain Delon que me fez gelar o
sangue no instante em que suspeitei que usava rímel. E usava mesmo.
Encarar a passagem inexorável do tempo com graça e leveza é perceber que os
pequenos sinais nas costas das mãos aparecem à mesma velocidade com que a
pele das mesmas se torna fina como papel. É ir para a praia com um chapéu de
abas largas que nos tape o pescoço e o colo, é aceitar que gostamos de dormir ce-
do e de acordar com os passarinhos. E se nos impingirem um bolo, que venha
sem dezenas de velas espetadas que dão uma trabalheira a acender e só o bafo
de um dragão enfurecido tem capacidade para apagar. Apesar de não resistir ao
ritual de morder uma vela debaixo da mesa para pedir um desejo, já o faço com
algum cuidado, não vá dar um jeito às costas numa manobra mais arriscada, ou
desejar por algo que se pode tornar num problema. Citando Santa Teresa D’Ávi-
la, são mais derramadas lágrimas pelas súplicas atendidas do que pelas não aten-
didas. Os ingleses é que estão certos, quando dizem “age is a matter of mind, if
you don’t mind it doesn’t matter”.
AO RITMO DE
UM DOS MAIORES
TIKTOKERS DO PAÍS
Perfume, rotina de pele, óculos de sol, sapatilhas
ou relógio, são seis os essenciais do influencer
Bruno Almeida, os produtos sem os quais não
passa e que usa todos os dias, religiosamente.
APPLE
Relógio Apple Watch
O meu pai sempre usou relógios. E por
isso sempre gostei de relógios. Gosto
de sentir aquele peso no pulso. Não uso
anéis, colares, pulseiras, só mesmo
o relógio. Tenho usado o Apple Watch,
SKINCARE para receber as minhas notificações
Skincare diária no pulso, para estar sempre atento
Já faço skincare às minhas redes sociais. E só tiro o
desde os meus 16 relógio mesmo para dormir e tomar
anos, mais ou banho. De resto, estou sempre com ele
menos. E é uma e já não consigo viver sem o relógio.
coisa que faço
todos os dias, não
falho. Nem que
esteja de férias, LOUBOUTIN
uso os meus Sapatilhas
produtos. A única marca de sapatilhas
Gosto de tratar da que utilizo é a Louboutin.
minha pele, gosto Não consigo sair com
de tratar de mim. sapatilhas de outras marcas.
Dos pés para cima, visto-me
mais simples, mas as
sapatilhas têm que se destacar
no outfit. Gosto de brilhantes,
gosto de picos, gosto de glitter
nas sapatilhas. Dá-me uma
imagem um bocado diferente.
Perguntam-me muitas vezes
onde compro, que sapatilhas
são, as pessoas gostam.
GUESS BY MARCIANO
a dia e a looks casuais está
vincada nas ruas e nas fo-
tografias das redes so-
ciais. Num contexto
mais descontraído, a
stylist sublinha que
deve ser tido em
atenção o tipo de
corte e o tecido.
Quanto a com-
plementos,
também a
versatilida-
de cumpre
o seu pa-
DESIGUAL
99,95 euros
pel. Podem
ser utilizados
“com sandálias rasas,
de salto alto ou até mesmo
com sapatilhas em looks mais
descontraídos”.
Mas Liliana Oliveira lembra que há
certos conselhos a seguir. “Se se tra-
de linho ou cetim. A variedade e a
versatilidade são os pontos fortes dos
São compridos, curtos, justos, largos,
PÉS SAUDÁVEIS
Á NO VERÃO, mais velhos. As verrugas são mais fre-
quentes nas crianças e os pais “devem
➊ B A B É Creme reparador (10% de ureia) 9,70 euros ➋ B E A U T Y P R O Meia de tratamento com infusão de colagénio 5,95 euros
➌ E Q U I V A L E N Z A Creme nutritivo 5,95 euros ➍ A K I L E I N E Esfoliante para pés secos 9,39 euros ➎ L’ O C C I TA N E Creme de manteiga
de karité 24 euros ➏ O B O T I C Á R I O Creme hidratante 8,99 euros ➐ M A R Y K A Y Conjunto de pedicure 34 euros
FOLKLORE
Cesta de piquenique
37 euros
DA CESTA AO GUARDA-SOL,
UM VERÃO RECHEADO
DE CLASSE
São vários os produtos que facilitam um dia na praia ou no campo.
Desde o transporte, ao conforto e à proteção, estes utensílios estão prontos
para o acompanhar nos passeios de verão. E sempre com muito requinte.
O calor convida a passeios. Seja na praia rão a levar tudo com muito estilo. Há mofadas, toalhas, mantas e esteiras são
ou no campo, um dia fora de casa exige também que transportar a comida. Por as aliadas perfeitas para aproveitar um
alguma preparação. Mas escolher obje- isso, nada melhor do que escolher uma dia de verão deitado na Natureza. Aju-
tos úteis não tem de significar que se- geleira que parece uma mochila ou uma da optar por versões que trazem fivelas
jam aborrecidos. Há cestas, talheres, cesta de piquenique, a relembrar verões incluídas, pois facilitam o transporte.
mantas e até guarda-sóis que apresen- de outros tempos. Por último, o calor convida ao conví-
tam um desenho moderno e bonito, Para comer e beber, não basta levar os vio na praia ou no campo, mas o Sol não
sempre aliado à utilidade. alimentos. Talheres, conjuntos de re- pode ser ignorado. O guarda-sol é fun-
Para começar, é essencial escolher feição, copos dobráveis, garrafas reuti- damental, mas pode ser prático e ele-
onde tudo irá ser transportado. Há di- lizáveis. A loiça para passeio é variada e gante. Agora, com tudo pronto, basta
versas opções de tamanho, cor e padrões sempre com muita cor. sair de casa, estender a toalha e aprovei-
de sacos de praia ou passeio que ajuda- Também importante é o conforto. Al- tar o verão. ●m
EL CORTE INGLÉS
Conjunto de
LEFTIES piquenique de
Conjunto de praia porcelana
17,99 euros 16,95 euros
LANIDOR
Almofada
19,90 euros
LIGHT IN FIRE
Kit de refeição
30,78 euros Ter uma família numerosa é sinónimo de mais despesas.
No entanto, quando bem geridas e organizadas, também
no que toca a férias, é possível ter tudo sob controlo.
Para a ajudar na organização e preparação das férias,
deixo algumas dicas:
1. Criar um orçamento
A primeira coisa a fazer é criar um orçamento específico
para as férias, para que tenha tudo organizado. Deve
estar preparada para despesas imprevistas, principal-
mente com crianças. Se num dia gastar mais do que o
previsto, deve compensar no dia seguinte. Deve ter a
certeza de quanto quer e pode gastar nas férias e nunca
MAISONS DU MONDE esquecer os detalhes, como alojamentos, transportes,
Tapete com bolsa
de transporte refeições, excursões, etc.. Tudo conta...
A NM TEM UM ESPAÇO PARA QUESTÕES DOS LEITORES NAS ÁREAS DE DIREITO, JARDINAGEM, SAÚDE E FINANÇAS PESSOAIS.
29,99 euros 2. Juntar primeiro
Uma das principais ideias a ter em conta deve ser juntar
dinheiro para ir de férias e evitar fazer um crédito, pois
MODERNOS
NO DEQUE CALZEDONIA
OU NO AREAL 25,90 euros
Carneiro Balança
21.03 a 20.04 23.09 a 23.10
Os investimentos precisam de ser anali- Evite ser vago. Há que aprofundar temas
sados com atenção. Procure várias opi- que sejam importantes para os seus obje-
niões. A pressão poderá intensificar-se, tivos. Tendência para restruturar aspetos
principalmente nas questões imobiliá- na vida social e na carreira. Promova
rias e familiares. conversas mais profundas.
Touro Escorpião
21.04 a 21.05 24.10 a 22.11 Mary-Kate Olsen
A vida familiar poderá exigir atenção es- Altura em que pode sentir alguma nos- Atriz, 35 anos
pecial com alguns dos membros. Deter- talgia e até mesmo sentir-se afastado da
minados desafios ameaçam alterar o dia sua realidade. Esse aspeto poderá abalar Mary-Kate Olsen é uma
a dia. Evite agir de forma agressiva. Ten- um pouco a sua vitalidade e sentir que de atriz, designer de moda,
te entender as suas causas. alguma forma está a perder a firmeza. produtora e modelo.
Nasceu a 13 de junho
de 1986 nos Estados
Gémeos Sagitário Unidos. De signo solar
22.05 a 20.06 23.11 a 21.12 Gémeos com ascen-
Os resultados do que tem investido, in- Semana de emoções. Evite tomar deci- dente em Leão, possui
cluindo nos relacionamentos, trazem sões sérias, pois poderá não estar com a uma forte personalida-
boas notícias. No entanto, poderá ter objetividade de que precisa. É muito pro- de, que procura diversi-
tendência para culpar o outro. Precisa de vável que esteja sobrecarregado de tare- ficar nos múltiplos ta-
se responsabilizar pelas suas ações. fas e não tenha paciência para detalhes. lentos ligados à ima-
gem. A sua criatividade
leva à autorrealização e
Caranguejo Capricórnio à busca constante de
21.06 a 22.07 22.12 a 20.01 novas aventuras.
Há decisões que precisam de ser toma- Poderá ter necessidade de observar aspe-
das. Tenha cuidado, pois outros poderão tos emocionais, dando atenção ao que
manipulá-lo, sabotando as melhores de- sente e às memórias que poderá mani-
cisões. Tendência para provocar confron- festar. Mas precisa de ter cautela nessa
tos ideológicos com pessoas influentes. viagem ao passado. P L A N E TA S
A fase lunar cheia de
Leão Aquário Sagitário com o regente
23.07 a 23.08 21.01 a 18.02 em Carneiro, que se en-
Procure refletir e observar com atenção Tendência para sentir uma forte necessi- contra em conjunção a
os seus sentimentos. Não se deixe sabo- dade de viajar ou até mesmo de progra- Quíron, pode trazer me-
tar pelo medo. Altura de viver o prazer mar algo diferente. A busca por causas mórias que se intensifi-
da vida e de enriquecer os seus principais que ajudem a entender os seus efeitos cam, levando à perda
valores. Permita-se a viver algo novo. pode levar a interesses novos. de objetividade. O in-
gresso de Mercúrio no
signo de Gémeos ativa
Virgem Peixes a mente, podendo des-
24.08 a 22.09 19.02 a 20.03 pertar algo ou, inclusi-
Questões emocionais profundas poderão As emoções podem estar mais acentua- vamente, fazê-lo tomar
ter de ser reanalisadas. A vida afetiva das e, assim, terá dificuldade em comu- decisões sem refletir
ameaça ser afetada por essas tendências. nicar o que sente. A emoção e a razão po- nas consequências. É
É importante promover diálogos. Expo- dem provocar cortes e separações. Pro- necessário evitar preci-
nha o que tem sentido e escute o outro. mova diálogos e escute o outro. pitações.
Emojis muito emotivos, coroas de rei, sím- — Então diga-me aqui uma coisa. Dentro
bolos de terror edipiano no telemóvel, care- destas videochamadas que existiram entre
tas e medo. De súbito, em 2020, a salvação. o miúdo e o pai, e continuam a existir, é nor-
O especialista clínico falou da época em que mal o uso daquelas brincadeiras que agora se
um rapazinho – num golpe individual ines- usam, daqueles bonecos, imagens?
perado da pandemia, esse camartelo de ne- — Sim, sim, daquelas coisas... Os ícones.
vroses que a todos caiu em cima – foi resga- — Os ícones a fantasiar, digamos assim, a
tado pelo isolamento forçado do Mundo. pessoa. É normal haver essa interacção en-
— Podemos dizer que foi salvo pelo confi- tre o pai e o filho?
namento. — O pai e o filho a mandarem ícones de...?
O especialista calcava as palavras, como um — Sim, brincadeiras... colocar uma coroa?...
gato fixa as unhas no tapete para não ser le- — Não sei de nada, nunca o ouvi falar so-
vado onde não quer. Repetiu que o rapazi- bre isso.
nho ficou em casa sem estar com o pai, foi se- Dantes, o rapazinho tinha muito medo dos
parado do pai e isso fez-lhe muito bem. Por- tribunais, agora não fala nisso. O psicólogo
quê?, perguntou a juíza. soube que ele viera ali e que isso fora muito
— Porque nesse período ficou contido e isso muito bem encaixado.
ajudou muito a uma segurança. E do ponto de — E olhem que eu estava preocupado por
vista do desenvolvimento não foi só ao nível o miúdo vir cá, não houve qualquer tipo de
emocional, também foi ao nível cognitivo. consequência.
Houve, de alguma forma, uma capacidade — Esse medo dos tribunais terá sido no
acrescida, que foi desenvolvendo. auge do outro julgamento?
Silêncio. A juíza virou-se para o advogado — Sim. Foi noutro tempo. Não teve nada a
de defesa.
de ver com este.
— O senhor doutor deseja alguma coisa? Houve portanto mais julgamentos no in-
—C Com a devida vénia, sotora... fernozinho familiar.
O ad
advogado de defesa do pai, simpaticamen- O especialista clínico levantou-se, respi-
te ves
vestido de corvo, procurava desmascarar rou fundo e saiu na sua camisa branca. Vie-
a acus
acusação, como se fosse uma farsa inventa- ram testemunhas do pai. Uma colega de tra-
da pela
pe mãe e pelo menor. Isto é, nunca hou- balho viu-o no dia de anos dela, a telefonar
ve vio
violência doméstica do pai contra o filho. ao filho. É possível que trocassem símbolos
— Sotor, já aqui falámos de uma video- no telemóvel, por exemplo uma coroa de rei.
cha
chamada a que nunca assistiu. Não sabe “se foi antes ou depois da agressão,
— Não, nunca assisti. porque nunca soube de qualquer agressão”,
— Promoveu alguma videochamada o pai da criança “é exactamente o oposto!”.
eentre o menor e o pai? Claro que ficava triste, mas nunca ouviu o
— Não. Também nunca quis, porque pai gritar ameaçar o miúdo, proibindo-o de
isso iria prejudicar a relação que tenho desligar o telefone. Era o pai que sofria, não
com o menor. Eu nunca falo do pai ao era o filho. O pai queria falar, só que o filho
menor. Eu omito. A figura paterna não desligava segundos depois.
a imponho. — Uma vez, depois do telefonema, vi que
— Então falam das coisas do dia a dia ele tinha uma lágrima.
do menor? No meio dos ricos e dos pobres, das misé-
— E fazemos outro tipo de trabalho. rias e loucuras do confinamento, uma saída:
Não passa só por interrogatório, passa parece que uma criança foi salva.
por outro tipo de actividades que se fa-
zem... e nessas actividades a reacção
acaba por ser projectiva, percebe? O AUTOR ESCREVE DE ACORDO COM A ANTERIOR ORTOGRAFIA