Você está na página 1de 200

Per Amore

Autor: Elymartins

Sinopse
Edward Cullen depois de tanta decepção com o casamento ainda se descobre
estéril. A única saída para o seu grande desejo de ser pai é a adoção. Mas
apesar de ser um homem rico, suas pretensões eram sempre obstruídas pelo
simples fato de ser sozinho, sem esposa. A sua salvação foi o reencontro com
uma velha colega de escola.

Índice

(Cap. 1) Prologo
(Cap. 2) Desilusões,reencontros,esperanças
(Cap. 3) Convite
(Cap. 4) Em família
(Cap. 5) Proposta
(Cap. 6) Sentimentos
(Cap. 7) Em forma de amor
(Cap. 8) Só o tempo
(Cap. 9) Viagem a negocios
(Cap. 10) Apaixonadamente......apaixonado
(Cap. 11) Vida de casado
(Cap. 12) Ano novo....Vida Nova
(Cap. 13) Proximo do fim
(Cap. 14) Viver de amor
(Cap. 15) A escolha
(Cap. 16) Uma nova família
(Cap. 17) Felicidade em dose tripla
(Cap. 18) Mexendo no vespeiro
(Cap. 19) Perdendo a linha
(Cap. 20) Viagem dos sonhos
(Cap. 21) Diversão em família
(Cap. 22) As quatro mulheres
(Cap. 23) Medo e desespero
(Cap. 24) Apenas um susto
(Cap. 25) Em seu devido lugar
(Cap. 26) Aniversário da Emily
(Cap. 27) Novas Vidas
(Cap. 28) Dia a dia
(Cap. 29) Surpresas
(Cap. 30) Por amor

(Cap. 1) Prologo
Ha muito eu havia perdido as esperanças. Minha vida cada vez mais
vazia seguia seu curso. Me acostumei com a dureza da vida, a viver so. Meu
casamento foi um fracasso. Assim como minha tentativa de ser pai. Meu
grande sonho....o único que eu não conseguia realizar. Um herdeiro....sangue
do meu sangue. O jeito foi entrar na lista para adoção
Mas mesmo sendo rico, influente eu sempre ficava para trás nas filas de
adoção. Pelo simples fato de não ser mais casado.
Eu já estava cansado dessa luta infrutífera quando eu vi a vida sorrir
novamente pra mim. Uma esperança renasceu e eu sabia que minha chance de
voltar a ser feliz estava onde eu menos esperava.
(Cap. 2) Desilusões,reencontros,esperanças
Edward POV
Mais uma vez.....frustração. No fundo eu já estava preparado para isso.
Nada de gravidez. Casado há 4 anos, venho tentando a todo custo ter um filho.
Eu já tinha conseguido quase tudo na vida, exceto meu herdeiro.
Casei-me muito cedo aos 21 anos. E desde então vem a espera. Sempre
com um resultado desolador. Foi somente por isso que resolvi fazer os exames
que minha esposa Victoria insistira tanto. Realmente eu nunca tinha pensado
por esse lado. Talvez o problema fosse comigo. Muitas vezes eu cheguei a
desconfiar de Victoria. Que ela pudesse estar evitando de alguma forma. Afinal
ela era uma atriz de sucesso. Talvez não quisesse de afastar das telas. Mas sua
preocupação com minha constante desolação me fez ver o quanto eu estava
sendo injusto.
Dono da maior revista de moda do país, eu me sentia um fracasso
completo e absoluto. E me senti pior ainda no dia seguinte, logo após minha
secretária Tânia ter me ligado.
– Senhor Cullen? Acho que temos um problema.
– O que foi dessa vez, Tânia?
– A editora do caderno Beauty pediu demissão. Está de mudança para a
França.
– Assim sem mais nem menos?
– Exatamente. Apenas fechou a edição dessa semana.
– Tânia...se vira.....dê um jeito. Eu preciso de alguém a altura de
Rosalie.
– Talvez se falasse com ela, ela nos dê uma dica.
– Sim, faça isso. Não estou com cabeça para mais nada.
Era so o que me faltava. Acabava de perder a melhor editora de criação
da revista. Mas como diriam.....Nada tão ruim que não possa piorar.
Sai dali e fui direto pra casa. Não tinha mais ânimo pra nada.
–Chegou cedo, amor.
– E você, Vic....não tem gravação hoje?
– Não. Estou livre hoje.
– Vou tomar um banho.
– Edward...eu...precisava te dizer uma coisa...ou melhor mostrar....
– Espero que não seja más notícias, Vic. Estou farto por hoje.
– Sinto muito querido.
Ela me estendeu os resultados do exame que havíamos feito, que
comprovariam se eu era fértil ou não. E o resultado me jogou na lama.
Sentei-me no sofá sem acreditar no que lia.
– É isso mesmo que estou vendo aqui?
– Sim, Edward.....infelizmente o problema é com você.
Eu não consegui articular uma palavra sequer. Todas as minhas
esperanças acabavam de descer pelo ralo.
E juntamente com elas, meu casamento estava no começo do fim.
Bella POV
Eu merecia. Muito bem feito pra mim. Quem mandou aceitar essa droga
de emprego? Eu nem gostava de jornais.....meu negócio era o mundo da
moda. Mas enfim...morando em Londres eu precisava me sustentar de alguma
forma. O problema todo era que eu sou boa no que faço. Tinha ótimas
recomendações dos empregos anteriores. Então não conseguia entender
porque não conseguia coisa melhor. Talvez fosse coisa do destino. Estava com
25 anos, solteira.....e sozinha. So uns namoricos sem importância. Eu
precisava me reerguer, começar do zero. Tudo o que havia juntado durante
esse tempo todo eu gastei com o tratamento de saúde do meu pai. Mas pelo
menos valeu a pena. Hoje ele estava plenamente curado. Mas eu tive que adiar
por várias vezes meus planos de me casar e ter filhos....e continuar minha
carreira.
Mal o relógio tinha marcado 18 horas e me preparei para ir embora. No
mesmo instante o maldito telefone tocou.
– Bella?
– Rose!!!há quanto tempo. Você sumiu....
– Pois é....trabalhando muito.
– Está em Nova Yorque ainda?
– Por enquanto, Bella. Estou de mudança para a França.
– Nossa....que delícia....boa sorte pra você la.
–Bella....é exatamente por isso que queria falar com você.
– Tem vontade de voltar a morar aqui em Nova Yorque?
– Depende....so se tiver uma oferta muito boa.
– Estou te oferecendo a chance de tentar a minha vaga...diretora de
criação.
– Sério, Rose?
– Sim....meu chefe está louco atrás de outra pessoa tão competente
quanto eu. Eu so consegui pensar em você.
– Ah...Rose, obrigada.
– Acha que pode vir? Ter uma entrevista com ele?
– Está na Woman
– Não....estou há muito tempo na Class.
– Não acredito!!!Na Class, Rose?
– Sim...você deve conhecer, é claro.
– Claro que sim.
Combinei com Rose que em dois dias estaria la. Conheci Rose no meu
primeiro emprego numa pequena revista de moda. Ela também estava
começando. Nos tornamos amigas, mas pouco tempo depois eu me mudei para
Londres para ficar junto do meu pai.
Quem diria...eu tentar uma vaga na Class. Talvez fosse o destino
mesmo. Se eu ainda tivesse sorte e o presidente da Class continuasse tão
gente boa como era antes.....
Conheci Edward ainda no colégio. Nós dávamos bem. Edward era tão
simpático, simples até. Confesso que sempre tive uma queda por ele. Alias não
so eu. O mulherio todo. Nada mais natural. Edward era lindo, um corpo
estonteante.....Mas infelizmente nunca fui sequer notada, não dessa forma.
Edward namorava Victoria e era odiosamente fiel a ela. Ele se casou pouco
tempo depois que eu fui para Londres. Edward assumira a empresa da mãe.
Esme Cullen havia sido uma grande modelo na sua juventude. Depois que se
afastou das passarelas fundou a Class. E há alguns anos passara a presidência
ao seu filho. Eu nunca mais vi Edward pessoalmente. Mas como o poder muda
muito as pessoas....talvez ele nem me reconhecesse mais.
Arrumei minhas malas, comprei minha passagem. Agindo mais por
impulso do que tudo, pedi minha demissão.
Mesmo que não conseguisse a vaga na Class, eu não queria mais esse
emprego. Despedi-me do meu pai. Ele não precisava mais de mim. Estava
muito feliz com sua nova esposa, Sue.
No dia marcado para a entrevista eu estava uma pilha de nervos.
Caprichei no visual,afinal a Class era qualquer coisa de muito chique. Fui
recepcionada por uma belíssima secretária. Mais parecia uma modelo.
– bom dia, meu nome é Isabella. Tenho uma entrevista com o senhor
Cullen.
– Ah....sim. Sinto muito mas o senhor Cullen não vem hoje. Será
entrevistada pela senhorita Alice Cullen.
Eu já tinha ouvido falar em Alice Cullen. Era irmã de Edward e morava
fora nos nossos tempos de escola.
Seu escritório era de extremo bom gosto.
– Bom dia, Isabella. Sente-se por favor.
– posso chamá-la de Bella? É mais fácil assim.
– Sem problemas.
– e por favor me chame apenas de Alice. Posso ver seu currículo?
Estendi meus documentos pra ela que olhava tudo com muita
curiosidade.
– você foi muito bem recomendada por Rose.
– Trabalhamos juntas durante um tempo e nos tornamos grandes
amigas.
– Seu currículo também é muito bom. Mas essa última empresa em que
trabalhou...não tem muito a ver com você.
– Não mesmo....mas na época eu precisava de qualquer
coisa....problemas pessoais.
– Entendo....Bom...infelizmente meu irmão não está aqui hoje, mas
tenho certeza que não irá se opor a minha decisão.
Colocou os papéis na mesa e sorriu pra mim.
– Pode começar amanhã?
– Quer dizer....a vaga é minha?
– Com certeza. Você é tudo o que precisamos, Bella.
– Ah...Alice..obrigada. Posso começar amanhã, sem dúvida.
– ótimo.....e não me decepcione, Bella.
– Não irá se arrepender, Alice.
Alice foi comigo me mostrar onde seria minha sala. Era no mesmo andar
da sua e da de Edward. Também de muito bom gosto. Rose já havia retirado
suas coisas de la.
Lembrei-me de ligar pra ela para agradecer.
– Não precisa agradecer, Bella. Foi mérito seu.
– Espero que seja muito feliz, Rose, la na França.
– E você também, Bella. E não se deixe intimidar por Edward. Às vezes
ele é meio ranzinza, mas é gente boa.
– Sim...vou me lembrar disso.
Mal consegui dormir a noite, tamanha ansiedade. No dia seguinte estava
na porta da Class, impecavelmente vestida, nem parecia a mesma Bella de
dias atrás.
– bom dia, Tânia.
– bom dia, Isabella. Seja bem vinda.
– Alice já chegou?
– ainda não. Mas o senhor Cullen já. Talvez depois deva ir ate a sala
dele. Mas me peça para anunciá-la, sim?
– tudo bem.
– Esses papéis são seus. Leia,assine e me devolva.
Me dirigi ate minha sala, olhando distraidamente para os papéis em
minhas mãos. De repente foi como se eu fosse de encontro a uma parede. Bati
com força em algo e os papéis foram ao chão. Me abaixei para pegá-los e um
par de mãos fortes e grandes se juntaram a mim, pegando os papeis.
Caralho....so poderia ser ele. Parabéns, Bella....logo em seu primeiro dia.
Levantei -me pronta para pegar os papéis em suas mãos. Ele também se
levantou e vi a surpresa em seu rosto.
– Bella?
Seus olhos me percorreram de cima a baixo.
– É você mesmo?
Ele me reconhecera, afinal.
Edward POV
Eu não estava em meus melhores dias. Desde quando descobri que eu
não podia ter filhos, minha vida virou um inferno. Meu desejo de ter um filho
estava virando obsessão....uma doença como diria Victoria. E ela não queria
fazer parte disso. O dia anterior foi o golpe fatal em nosso casamento. Uma
discussão longa e desgastante. Eu resolvi que iria adotar uma criança. Victoria
se recusou.
– Nunca, Edward....Jamais vou ficar tomando conta de um bastardinho
qualquer como se fosse meu filho.
– Mas será exatamente isso, Victoria. Depois de adotado será nosso
filho.
– Mas não é meu filho legitimo, Edward. Se eu tiver que ter será sangue
do meu sangue.
– Sabe que isso é impossível.
– impossível pra você, Edward. Não pra mim.
Victoria foi cruel ao dizer isso. A briga foi ficando pior, as ofensas foram
se aprofundando. Eu não conhecia mais a mulher com quem me casei. Com
quem eu fui feliz nos primeiros anos de casamento. Victoria foi fria e cruel.
– Não há outra saída pra nos, Victoria.
– o que quer dizer?
– Eu quero o divorcio.
– Eu não acredito nisso, Edward.....quer se separar de mim.....por causa
de um filho?
– É muito pouco pra você, não é?
– Sim.....chega a ser ridículo.
– Não sei como me enganei tanto com você, Victoria.
– Eu me enganei com você, Edward. Pensei que me amasse.
– E amava....mas você? Me ama? Se me amasse não faria uma única
concessão em toda sua droga de vida?
– Sempre eu, Victoria. Sempre eu abri mão de tudo. Você nunca fez
nada por mim.
– Eu nunca pedi que abrisse mão de nada, Edward.
Suspirei, cansado, revoltado, indignado.
– Acho melhor não se opor ao divórcio.
– Acho que faria isso? Seria um escândalo em minha carreira. Procure
seu advogado.
Foi assim....extremamente fria. Não tive mais dúvidas. Procurei meu
advogado. E o questionei a respeito da adoção. Mas suas palavras me puxaram
ainda mais para baixo.
– Pode tentar, Edward. Afinal é um homem jovem, bem sucedido, de boa
índole. Mas será muito difícil. Geralmente preferem casais que vivem juntos,
bem estruturados....
Mas eu tinha que tentar. Fiz todos os procedimentos naquele dia mesmo.
Me inscrevi na fila de adoção e as palavras da assistente social foram as
mesmas do meu advogado. Deveria ter entrado na fila de adoção antes de
pedir o divórcio. Mas eles fariam uma entrevista comigo e com
Victoria.....minha situação com certeza seria ainda pior.
Me sentia péssimo, como que jogado ao fundo do poço. Estava amargo e
tremendamente irritado. E hoje, ainda por cima, vem uma louca sem olhar pra
onde anda, quase me atropelando. Abaixei, resignado para pegar os papeis
que foram ao chão. Eu precisava falar com a nova diretora de criação e essa
criatura estava me atrasando. Notei que tinha belas pernas. Ela se levantou
quase ao mesmo tempo em que eu. Estendi os papéis para ela e parei em
choque.
– Bella?
Percorri o corpo de formas perfeitas de cima a baixo.
– É você mesmo?
Ela sorriu.
– Como vai?
– Deus....há quanto tempo não vejo você. Está tão......diferente.
Ela sorriu novamente.
– Você, ao contrário, não mudou nada.
– O que faz aqui?
Ela pigarreou antes de responder.
– Sou a nova diretora de criação. Alice me contratou.
Então Bella seria minha nova funcionária....Conheci Bella há tempos
atrás, na faculdade. Era inteligente, divertida, sempre nos demos bem. Mas
depois ela se mudara e nunca mais manteve contato. Confesso que as vezes
sentia falta da sua conversa inteligente, sábia. Porém hoje ela estava mudada.
Estava mais.....mulher. Eu sempre a achei bonita, com aqueles longos cabelos
castanhos e os olhos cor de chocolate. Mas agora ela tinha mais
curvas.....tinha algo de diferente. Estava incrivelmente linda.
Eu sorri pela primeira vez.
– Acho que os ventos estão mudando de direção.
– Como?
– Sei da sua capacidade, Bella. E vejo um problema a menos na minha
vida.
Pelo menos pelo lado profissional Bella resolveria meus problemas. Mas
minha vida pessoal estava um caos. Eu nem sabia por onde começar....se
juntava os caquinhos ou se começava do nada.
– Vamos até minha sala? Será bom conversarmos um pouco.
Bella me acompanhou estranhamente relutante.
– Sente-se.
– Por onde andou esse tempo todo, Bella?
– Estive em Londres...alguns problemas pessoais.
– Sei...eu...senti sua falta.
Nem sei por que disse isso, mas era verdade. Bella pareceu se assustar
um pouco com essa declaração. Mas me surpreendeu também.
– Eu também senti sua falta, Edward.
– Vai ser bom tê-la por perto.
Eu nem fazia idéia do quanto eu tinha razão ao dizer essas palavras.

(Cap. 3) Convite
Bella POV
Eu estava trabalhando num ritmo alucinante. Há duas semanas eu
estava trabalhando na Class. Desde então não parei mais. E eu estava amando
aquilo tudo. Depois do meu primeiro encontro com Edward eu o vi apenas mais
duas vezes. Estava apressado e carrancudo. Mal nos falamos. Pelo menos não
tinha reclamado do meu trabalho e isso já era um bom sinal. Edward foi
extremamente simpático em nosso primeiro encontro. E continuava lindo como
sempre.
– Toc toc......
Olhei pra porta e vi Alice sorrindo.
– Entre Alice.
– Parecia estar longe,Bella.
– Pensando em como está sendo bom trabalhar aqui.
– Jura? Ah....que bom que está gostando. O ambiente é bem agradável
para se trabalhar.
–Realmente.Bem diferente de onde eu vim.
– Exceto,é claro,quando Edward está de mau humor.
–Não tenho o visto ultimamente.
Alice suspirou.
–Edward não vem passando uma fase muito boa. Está sofrendo...
– Algum problema grave?
– Problemas pessoais. Pelo menos o divórcio está pra sair.
–Ele vai se divorciar da Victoria?
– Sim.
–Mas por que?Sempre foi tão apaixonado por ela.
– Talvez esse tenha sido o erro dele. Mas outra hora te conto.
– Tudo bem. Pegou-me realmente de surpresa.
– Que tal irmos almoçar juntas,Bella?
– Ia ser ótimo,Alice.
– Vou pegar minha bolsa e então iremos.
Segui com Alice até um restaurante elegante. Por sorte minha, o salário
que recebi adiantado foi mais que suficiente para comprar roupas novas e
elegantes. Enquanto aguardávamos nosso pedido,Alice me contava sobre
Edward.
–Esse é o maior motivo de sua infelicidade. O fato de não poder ter
filhos.
–Nunca imaginei que Victoria fosse tão fria. E Edward.....sem poder ter
filhos é tão estranho. Ele é tão másculo,viril.
Alice riu.
– Concordo com você. Se não fosse meu irmão não o deixaria escapar
por nada.
Nosso almoço chegou e esquecemos o assunto Edward.
– Está se lembrando da reunião hoje?
– Sim. As 17 hs.
–Espero que Edward não se estenda muito. Tenho compromisso com
Jasper.
– Sabe o assunto da reunião?
– Nossa festa de confraternização.
Estranhei.
– Mas por que eu tenho que estar presente?
–Rose sempre esteve. Edward achou melhor continuar assim.
Era sexta feira e eu realmente não tinha nada para fazer. Mas também
não queria ficar até tarde na Class. Queria tomar um belo banho e ver algum
filme na TV. Aluguei um belo apartamento e me sentia bem em casa,para
poder descansar.
– Não tem namorado,Bella?
– Não. Estou sozinha ultimamente.
– Você e Edward se conheceram na faculdade não é?
–Sim. Sempre nos demos muito bem.
– Realmente vocês dois combinam em muita coisa.
Alice não entrou em detalhes e eu também não perguntei. Voltamos para
o trabalho e encontramos uma Tânia afoita.
– O chefe hoje ta com a macaca. Reclamou de tudo o que fiz até agora.
E procurou por você,Alice.
–Estava em meu horário de almoço e ele sabe disso.
–Bom,Alice...deixe-me ir para minha sala. Não quero ser alvo dele hoje.
Eu e Alice rimos. Segui para minha sala e ela para a sala de Edward.
Pensei no que Alice me contou sobre Edward. Quem diria.....Edward era estéril.
E a vaca da Victoria se recusou a adotar um filho. Eu não pensaria duas vezes
em fazer isso para um homem como Edward. Mas, como eu nunca tive essa
sorte.....que ele sequer me olhasse com desejo. Ele babava por Victoria.
Sempre dizia o quanto era louco por ela. Afastei meus pensamentos e me pus
a trabalhar. Não era bom ficar suspirando pelo meu chefe. Trabalhei
arduamente e consegui fechar a edição da próxima semana. Isso com certeza
deixaria Alice feliz. Saber que a edição já estava bem adiantada. Olhei o
relógio e so então percebi como o tempo voara. Faltavam apenas dez minutos
para as cinco da tarde. Arrumei minhas coisas e estava saindo para a sala de
Edward quando encontrei com Alice.
– Vamos la.
– O humor dele melhorou?
– Um pouco. Mas não está tão assustador hoje.
Ela deu um sorriso debochado e entrou na sala dele.
– Estamos prontas,Edward.
Ele estava sentado atrás de sua mesa, o notebook aberto a sua frente.
Ergueu os olhos quando entramos. O danado era bonito.....de terno e gravata
então, nem se fala.
– Vamos começar logo. Não quero prendê-las muito em plena sexta-
feira. Levantou-se e so então se dirigiu a mim.
– Tudo bem,Bella?
– Sim. Como vai,Edward?
– Correndo um pouco. Mal ti vi nos últimos dias.
– Tem razão.
Ele se dirigiu a uma outra mesa, redonda, mais afastada. Sentamo-nos
ali. Edward de frente a mim.
– Alice já te falou sobre o que se trata essa reunião?
– Sim. A confraternização.
– Isso mesmo. Rose sempre participou das reuniões, não achei justo que
ficasse de fora.
– Sim,obrigada.
– Não sou muito dado a essas festas,Bella. Mas eu gosto de deixar meus
funcionários satisfeitos. Acho que é uma forma de mostrar a eles a minha
satisfação com o trabalho deles.
– Sim. Entendo.
Edward falava comigo sem desviar os olhos dos meus. Eu tremia so com
esse olhar. Era patético. Edward não tinha sido grosseiro ou indelicado comigo
em nenhum momento. Então não havia o que temer. Apesar do que, eu não
tinha certeza se tremia realmente por temê-lo.
– já pensou em algo,Alice?
– Ah, Edward....a do ano passado foi tão boa. Poderíamos seguir os
mesmos moldes.
– Também acho. Entretanto penso em fazer em um local diferente.
– Aonde, por exemplo?
– Contava com as duas pra isso.
Alice me passou o que foi feito anterior. Nunca tinha ouvido falar de uma
festa assim para os funcionários de uma empresa. Edward realmente sabia
valorizá-los.
– E quando será essa confraternização?
– Daqui a duas semanas. Edward sempre faz duas semanas antes do
Natal.
– Mas dará tempo?
Pela primeira vez nesse dia eu vi o sorriso deslumbrante de Edward.
– Não conhece Alice,Bella. Acho que você terá dias atribulados pela
frente.
Alice sorria e eu retribui. Eu não fazia nada ao chegar em casa mesmo.
Às vezes assistia a um filme, ouvia música e so.
– Bella....acho que poderá ser meio cansativo pra você, tendo em vista
que ainda tem o fechamento da edição da próxima semana.
– Quanto a isso não,Edward. Eu fiz o fechamento da edição hoje.
Ele e Alice arregalaram os olhos.
– Mesmo?
– Sim. Está aqui comigo. Quer dar uma olhada?
Edward me encarou durante um bom tempo. Estendi os papéis para ele.
Continuava com o cenho franzido. Alice se arrastou até ele para ver os papéis.
Eu comecei a torcer minhas mãos no colo, de nervoso. Tempos depois Alice
deu um sorriso.
– Sabia que não iria me decepcionar,Bella.
Um alívio. Mas ainda faltava Edward. Ele agora estava mais reclinado na
cadeira, a caneta na ponta dos lábios. Por fim se debruçou um pouco mais na
mesa, pegando em minhas mãos.
–Devo confessar que me surpreendi,Bella. Está muito melhor do que
esperava. Parabéns.
Senti meu rosto em chamas.
– Obrigada.
– Viu, Edward? Não é so você que sabe contratar funcionários.
Edward desviou o olhar para Alice.
– Lembre-me de mandar um presente para Rose. Para agradecer por
isso.
Obviamente meu ego inchou. Receber um elogio assim de Alice, e de
quebra, de Edward também era o máximo. Acertamos mais alguns detalhes da
comemoração e um pouco depois das seis Edward nos dispensou.
– Espere um instante,Bella.
Alice também parou e nos olhou. Depois deu de ombros e se despediu.
– Bom fim de semana,Bella. A gente se vê,Edward. Vai em casa nesse
fim de semana?
– Como sempre,Alice.
Esperei que Alice saísse. O coração aos pulos. O que Edward poderia
querer falar comigo? Ele terminou de guardar uns papéis e so então voltou a
falar comigo.
– O que fará hoje?
– Como?
Ele riu.
– O que. Você. Fará . Hoje. À noite?
Ele pontuou cada palavra como se eu tivesse algum problema mental.
– Nada. Apenas ficar em casa.
– Não tem ninguém esperando por você?
– Não. Moro sozinha,Edward.
– Sei. Poderíamos sair juntos. O que acha?
Tentei manter a calma. So rezava para que Edward não tivesse uma
audição um pouco mais apurada. Ele com certeza ouviria meu coração
disparado.
– Eu e você?
Ele riu novamente. Definitivamente eu parecia uma boba.
– Sim,Bella. Sabe que sempre nos demos bem. Eu gostava de conversar
com você.
– Eu também,Edward. Aonde e a que horas iremos?
Ele deu um sorriso largo.
– As oito e meia está bom pra você?
– Perfeito.
– Eu passo em sua casa.
– Eu te espero então.
Antes de me despedir passei meu endereço para ele. Sai dali ventando
sem conseguir pensar direito. Realmente era o que Edward falou. Sempre nos
demos bem. Às vezes nossas conversas eram longas e produtivas. Mas é claro
que ele nunca soube o quanto eu me sentia atraída por ele. Talvez até
soubesse. Afinal ele arrastava uma multidão de mulheres por onde passava.
Ainda bem que eu não morava muito longe. Assim tive tempo de tomar um
longo banho e me vestir com paciência. Eu não sabia aonde iríamos, mas vindo
de Edward deveria ser algum lugar elegante. Escolhi um vestido curto,tomara
que caia e sandálias de salto alto. Deixei meus cabelos soltos. Às oito e meia
em ponto a campainha tocou. Abri a porta e prendi meu fôlego. Edward ficaria
perfeito se usasse qualquer trapo. Os primeiros botões da camisa estavam
entreabertos,eu podia ver perfeitamente os músculos do peito dele.
– Ola.
Seu olhar percorreu meu corpo, se detendo em minhas pernas
desnudas. - Está linda.
– Obrigada.
– Podemos ir?
– Sim. Já estou pronta.
Segui com Edward até seu carro. Um volvo prata reluzente. Edward
abriu a porta e esperou que eu entrasse. Não se faziam mais homens assim
hoje em dia. Deu a volta e antes de dar a partida ligou o som.
– Adoro essa música.
– Eu também. É da nossa época.
–É verdade,Edward.
– Época em que achávamos que todos os nossos sonhos eram possíveis.
Me calei. Eu podia imaginar a que ele se referia. Como Alice havia dito, Edward
era louco por crianças. Infelizmente foi privado disso. Como eu previra Edward
me levou a um elegante restaurante.
– Posso te sugerir o pedido?
– Confio em você.
Edward fez o pedido e enquanto aguardávamos, bebíamos um vinho
suave.
– Vem sempre aqui,Edward?
– Costumava vir muito, quando......quando estava casado.
– O que houve,Edward? Sempre foi tão apaixonado por Victória. Deixou
muita mulher sofrendo quando se casou com ela.
Ele sorriu, mas era um sorriso triste.
– Não quero atrapalhar sua noite falando sobre coisas chatas.
Instintivamente coloquei minha mão sobre a dele e Edward me encarou.
– Como você disse.....sempre nos demos bem. Acho que se me chamou
pra sair....talvez precise desabafar. Eu não me importo de ouvi-lo. Edward me
olhou um tempo interminável. Talvez processando o que eu disse. Talvez
pensando se realmente se abriria comigo.
– Realmente fui muito apaixonado por Victoria. Eu fazia de tudo por ela,
Bella. Mas so depois de muito tempo eu percebi que o amor não é tudo. É
fundamental, mas não é tudo. Faltava em Victoria muita coisa que eu não via
antes. Cumplicidade,amizade, respeito até.
– Não era o que parecia quando víamos vocês juntos.
– Victoria so pensava em si,Bella. Em sua carreira. Acho que no fundo
nunca me amou. Eu era importante na sua carreira. Uma estrela na mídia
tinha que ser casada com um homem rico e bonito. Era apenas isso o que eu
era pra ela.
– Duvido muito,Edward. Que mulher não se apaixonaria por você?
Me arrependi imediatamente das minhas palavras. Ele poderia pensar
coisas. Mas pra minha surpresa ele sorriu.
– Você. Nunca se apaixonou por mim. E Victoria também não. Apesar do
que não posso colocar as duas no mesmo pacote. Victoria so ama a si mesmo.
– Garanto que ainda vai encontrar uma pessoa que mereça você,Edward.
E que o faça feliz.
– Sinceramente,Bella? Eu duvido.
Apenas balancei a cabeça. Edward mudou de assunto quando nosso
pedido chegou.
– E você? Nunca quis se casar,ter filhos?
– Sempre quis. Mas não encontrei A Pessoa certa. Também eu nem tive
tempo pra isso. Meu pai adoeceu e eu tive que ralar muito para conseguir
pagar o tratamento dele.
– O que aconteceu com ele?
– Câncer. Mas graças a Deus já está curado. Faz exames
constantemente. Nunca mais voltou.
– Deve ter sido uma barra pra você.
– Realmente. Mas eu fiz o que era certo. Afinal de contas era meu pai
que precisava de mim.
– E como ele está agora?
– Encontrou uma nova companheira. Está feliz.
– E você continuou solteira.....
Eu ri.
– Sim....daqui a pouco viro uma tia velha e caduca.
Ele riu também.
– Ainda está jovem. Logo aparece alguém que se interessa por você. Se
é que já não existe.
– Não que eu saiba. Continuamos conversando enquanto jantávamos. A
conversa com Edward fluía de forma natural e agradável. Até me assustei
quando vi que já se passavam das onze da noite.
– Nem vi o tempo passar.
– Por isso que eu disse que era bom conversar com você,Bella. Eu me
esqueço das coisas ruins.
– Fico feliz por isso.
Edward me levou de volta pra casa.
– Quer entrar? Tomar um café?
– Deixa para uma outra hora. Está tarde e sei que você terá uma
semana difícil com Alice.
Eu ri.
– Está me deixando com medo.
Ele gargalhou pela primeira dez depois que nos reencontramos.
– É pra temer mesmo.
Mas em seguida ficou sério. Segurou minhas mãos e as beijou.
– obrigado pela noite, Bella. Era tudo o que eu precisava.
– Estarei aqui sempre que precisar Edward.
– Boa noite.
– Boa noite,Bella.
Esperei enquanto ele caminhava até o carro. Mas na metade do caminho
ele parou e voltou.
– O que foi?
– Não quer ir comigo a casa dos meus pais nesse fim de semana?
Arfei.
– Eu?
– Sim. Vai ser divertido. Quando Alice e Emmett se juntam so sai
besteira. - Bom...acho que.....eles não vão se opor?
– Claro que não. Eu te pego amanhã às nove.
– tudo bem,então.
Edward segurou meu rosto e minha garganta ficou seca. Se aproximou
mais, me fazendo sentir seu cheiro delicioso. Deu-me um beijo na bochecha.
– Obrigado mais uma vez.
Dessa vez ele se foi. Fiquei ainda parada a porta muito tempo depois
que ele partira. Merda. Era melhor ficar um pouco afastada de Edward. Ou eu
corria o sério risco de me apaixonar por ele.

(Cap. 4) Em família
Edward POV
O som estridente e irritante não parava. Demorei alguns minutos para
perceber que se tratava do despertador. Há tempos eu não dormia tão bem.
Geralmente eu acordava bem antes do despertador tocar. Meu corpo estava
descansado e me senti mais animado. Mas eu tinha apenas 40 minutos para
tomar meu banho e passar na casa de Bella. A noite anterior tinha sido muito
agradável. Qual foi a última vez que tive uma conversa tão agradável com uma
mulher? Provavelmente deve ter sido na última vez em que falei com Bella a
anos atrás. Eu já podia vislumbrar minha mãe me bombardeando com
perguntas. Sei que ficaria imensamente feliz em me ver envolvido com outra
mulher. Nunca gostou muito de Victoria. Bella era tão linda e encantadora que
seria difícil convencê-la de que não havia nenhum outro sentimento além da
boa e velha amizade. Às nove em ponto eu tocava a campainha de Bella. Fui
presenteado com um lindo sorriso.
–Bom dia,Edward.
–Bom dia. Pronta?
–Só vou pegar minha bolsa.
Olhei seu corpo de cima a baixo.
–Acha que deveria me trocar?Vestir algo mais....
–De forma alguma. Está perfeita.
–Obrigada. Então podemos ir.
Bella parecia perfeitamente a vontade ao meu lado e isso era ótimo.
-Acha que eu deveria levar algo,Edward? Um vinho, uma sobremesa..... -Não
se preocupe com isso.
–Vocês sempre se reúnem nos finais de semana?
–Quase sempre. Mas Emmett veio da França agora e aproveitamos para
nos reunir. Às vezes eu deixava de ir.....por causa da Victoria.
–Ela não gostava de ir?
–Não.
Eu sempre ficava mal humorado quando falava de Victoria. Passei
tempos longe da minha família por causa dela. E não valeu a pena,é claro.
–Avisou que irei com você?
–Sim. Dona Esme não me perdoaria se eu não avisasse.
Ela ficou calada um tempo. Olhei pra ela e acho que não consegui
disfarçar a minha admiração. Sempre achei Bella uma mulher bonita. Mas
agora ela estava diferente. Estava linda.
– O que foi,Edward?
–Nada.
– O que vocês fazem quando se reúnem?
– De tudo um pouco. Hoje Emmett quer jogar.
– Jogar? O que jogam?
– Vôlei. Duas duplas. Eu e Emmett contra meu pai e Jasper.
– Interessante.
– Pelo menos eu e Emmett teremos torcida agora. Assim eu espero.
– Está se referindo a mim?
–Lógico.
Ela riu e eu a acompanhei. Assim que ultrapassei os portões da casa vi
sua boca se abrir.
– Meus Deus,Edward........é maravilhosa.
– Obrigado. Esme vai gostar de saber disso.
Dei a volta e abri a porta para ela que ainda olhava a casa,deslumbrada.
Esme, é claro, nos esperava na entrada. Toquei levemente na cintura de Bella
ao nos aproximarmos.
–Edward....que bom que veio,meu filho.
–Oi,mãe. Está tudo bem?
Ela me apertava em seus braços.
–Agora está.
Depois virou-se para Bella.
–E essa é a adorável Bella. Posso chamá-la de Bella,não é?
Bella sorriu e aceitou o abraço.
– Claro que pode. Como vai?
–Muito bem,querida. Pode me chamar de Esme.
–Edward me falou que viria. Estava louca para conhecê-la.
–Agora já conhece,mãe. Aonde estão todos?
–Na mesa do café. Esperávamos por vocês.
Fomos ate a sala e apresentei Bella aos demais.
–Seja bem vinda a família,Bella.
–Obrigada,Emmett
Bella ficou sem graça. Olhei para Emmett furioso. Eu percebi claramente
as intenções ocultas naquela frase.
–Edward, separei quarto ao lado seu para Bella. Quando terminarmos
aqui,leve-a ate lá. Talvez queira se trocar.
–Farei isso,mãe.
–Foi uma ótima idéia convidar você,Bella, Eu e minha mãe sempre
ficamos em desvantagem com esses homens.
–Vim reforçar o time,Alice.
Nós rimos e percebi que minha família gostara de Bella. Totalmente
diferentes de quando trouxe Victoria para conhecê-los. E eu entendia. Eram
como água e vinho. Victoria chegou de nariz empinado,quase não conversou.
Bella ao contrário, sempre sorrindo. Aceitava as provocações do Emmett e
gargalhava com ele. Tinha o riso fácil. Ela,Jasper e Emmett estavam numa
discussão acalorada e parecia que se conheciam há anos. Eu estava fascinado
com sua espontaneidade. Nem percebi que eu a encarava com meio sorriso
nos lábios. Só me dei conta quando meu olhar encontrou o da minha mãe e ela
sorriu e fez um sinal afirmativo com a cabeça. Sim....Bella conquistou a
TODOS.
–Vamos subir,Bella? Vou te mostrar seu quarto.
Percebi que Alice ia se levantar,mas claramente minha mãe a segurou.
Subimos juntos e parei perto do quarto ao lado do meu.
–Espero que goste.
–É lindo,Edward...não precisava disso tudo.
Eu ri.
–Esme sempre diz que se tratarmos bem as visitas elas sempre voltam.
Ela sorriu.
–Com certeza.
Aproximei-me dela e segurei em seus ombros,olhando em seus olhos.
– Minha família adorou você.
–Eu também gostei muito deles. Obrigada por me convidar.
– Obrigado por vir.
Senti a tensão no ar e quebrei o clima.
– Vou deixá-la para que se troque. Vai esquentar bastante. Trouxe roupa
fresca?
–Sim. Eu me troco em cinco minutos.
–Vou me trocar também. Troquei-me rapidamente e quando sai do meu
quarto Bella já saía do dela. Dizer que eu estava esperando ver Bella vestida
como o de costume seria mentira. Mas eu nunca imaginaria vê-la num short
jeans e uma camiseta vermelha,deixando a mostra as pernas bem torneadas.
Eu não era do tipo cafajeste. Mas só consegui encontrar uma palavra para
descrever o que eu via:gostosa.
–Está indecente?
–Está perfeita......linda.
Ela corou e eu ri.
–Agora está completa.
Os demais já esperavam por nós. Emmett já estava cheio de
intimidades. -Sente-se ai,Belinha. E torça pra dupla de gostosos.
Ela riu com ele e se virou pra mim.
– Então vá lá gostosão......e não me decepcione.
Depois de ouvir isso? Não decepcionaria mesmo.
Bella POV
Eu olhava a turma jogando enquanto pensava na besteira que fiz.
Conhecer a família de Edward não foi uma boa opção. Eram maravilhosos,
simpáticos, me tratavam como se fosse da família. Nem sei por que me
espantava. Edward era tão simpático e atencioso quanto eles. Isso pra dizer o
mínimo. Por que olhando pra ele agora........meu pai.....Edward era melhor que
qualquer sonho. A bermuda se ajustava perfeitamente as coxas e a bunda
musculosa. Pra que homem precisaria ter uma bunda perfeita daquele jeito?
Pra nos enlouquecer,é claro. A camiseta não ocultava os músculos firmes dos
braços e tórax. Eu nem percebia muito bem o jogo,até que Emmett tirou a
camisa,e logo seguido por Edward. Eu prendi a respiração. Deus do céu....ali
era lugar de deitar a cabeça e ser feliz. Esme ao meu lado pareceu perceber.
Suspirou e sorriu olhando pra mim.
– Meu filho é tão lindo.....
–Sim,Edward é um belo homem.
Ela me encarou.
–É belo em todos os sentidos,Bella. E tem sofrido tanto. Edward merecia
ser feliz.
–Ele me contou.
–Aquela bruxa.....como eu odeio aquela mulher. Mas isso não importa
agora. O que interessa é que estou muito feliz que esteja aqui,Bella. -Não
entendi,Esme.
Ela segurou em minhas mãos. Alice ouvia atentamente e parecia
concordar com tudo que Esme falava.
–Há tempos eu não via esse sorriso luminoso em Edward. Na maioria
das vezes ele jogava mas não se empolgava tanto.
Segui o olhar dela no exato momento em que Edward e Emmett
literalmente rolavam de rir de alguma coisa que não vi.
–Edward simplesmente não sorria mais. E hoje.......só posso agradecer a
você.
– A mim? Acha que ......
–Bella....
Alice me interrompeu.
–Edward me contou que saíram juntos ontem. Ele realmente estava bem
melhor,mais disposto. Eu sei que você fez isso. Sempre se deram bem. -Isso é
verdade.
–Bella,querida,posso te pedir um enorme favor?
Maldita hora em que respondi sem pensar.
–Qualquer coisa,Esme.
–Não saia da vida de Edward agora. Você faz bem a ele. Eu sinto que ele
irá precisar muito de você.
– Esme.....eu...
– Por favor. Eu preciso ver meu filho sorrir assim mais vezes.
E ele era ainda mais lindo sorrindo.
–Farei o que estiver ao meu alcance,Esme. Eu também gosto de estar
com ele.
Mudamos o assunto quando os homens se aproximaram.
–Belinha nos deu sorte. Perderam de lavada.
–Queremos revanche,filho.
–Nem vem,pai. Percam com dignidade.
Edward sentou-se ao meu lado. Seu cheiro de homem,misturado ao suor
era perigosamente sexy.
–Gostou?
–Muito.
Respondi a uma pergunta não feita. Eu me senti constrangida quando
Edward me convidou para ir ate a piscina. Eu desci prevenida,com o biquíni por
baixo. Senti meu rosto corar diante do olhar de Edward em meu corpo. Desejei
que meu biquíni fosse um pouquinho maior. Por sorte as outras pessoas tinham
se dispersado, ficando apenas Edward e eu na piscina.
– Então....está gostando?
–Sinto-me ótima aqui,Edward.
–Então voltará mais vezes.
Nós dois rimos, fixando nosso olhar.
– Basta me convidar.
–Não precisa de convite. Mas se faz questão,será minha convidada
sempre.
O resto do dia foi perfeito. Almoçamos e à tarde fomos para a varanda
jogar conversa fora. Foi um dia perfeito. Mas a noite eu já estava exausta. As
nove da noite eu fui me deitar. O restante ainda ficou na sala íntima vendo TV.
Eu já estava quase dormindo quando uma batida na porta me fez levantar.
– Edward?
–já estava dormindo?
– Não...ainda não. Algum problema?
–Não. Queria apenas conversar mais com você.
– Quer entrar?
–Vamos para o meu quarto?Podemos ficar na varanda.
Eu sabia que era perigoso....muito perigoso. Mas eu gostava demais da
companhia dele. Perdemos a noção da hora,conversando,rindo..... quando dei
por mim eram três da manhã.
–Deus....preciso dormir,Edward.
–Nem vi o tempo passar.
–Nem eu.
Edward me acompanhou até a porta do meu quarto. Encostou-se ao
batente da porta.
–Boa noite,Edward.
Ele deslizou o dedo em meu rosto. E depois posou um leve beijo em
meus lábios.
–Boa noite,Bella.
Foi suave e rápido. Foi o bastante para eu perceber que eu queria mais.
Eu precisava de mais. Eu sempre soube que me apaixonaria por ele.

(Cap. 5) Proposta
Bella POV
Fim de semana perfeito. A família de Edward me recebeu de braços
abertos e eu me senti em casa. Eu não queria pensar na hipótese de ter sido
sempre apaixonada por Edward. Mas era isso que parecia. Dois dias apenas na
companhia dele e eu queria mais. Sentia uma falta absurda dele, como se
vivêssemos juntos há anos. A imagem dele me dando um leve beijo nos lábios
não me saía da cabeça. E novamente no domingo quando me deixou em casa
ele me deu um beijo suave. Meu coração disparava freneticamente. Eu estava
deixando me envolver e isso não era bom. Edward estava muito ferido, não
estava pronto para um relacionamento. Talvez nunca mais estivesse. Apesar de
sua mãe e Alice acharem o contrário. Ouvi um pigarro e ergui meus olhos e la
estava ele....eu perdia o fôlego sempre. Sorria pra mim.
–Estava longe.
–Sim. Estava. Precisa de alguma coisa?
Ele entrou e sentou-se a minha frente. Já era quarta feira e há três dias
eu não o via.
– Não vai almoçar?
– Sim.....me esqueci da hora.
–Vim te chamar para ir comigo.
– Almoçar?
Ele riu.
–Do que estamos falando?
–Bom...acho que Alice não irá se importar.
– Alice já foi. Saiu com Jasper.
– Bandida...nem me avisou.
– Acabou de sair. Me pediu pra te avisar.
–Então vamos. Edward era excelente companhia. Eu vi como as
mulheres se viraram para olhá-lo assim que entramos no restaurante,mas ele
não pareceu notar. Nosso assunto nunca acabava. Tudo fluía com uma
facilidade impressionante.
– Está tudo pronto para a festa?
– Sim. Alice caprichou.
– Como sempre. Espero que ela não se esqueça das fotos para todos os
funcionários.
– Se ela não se lembrar, você com certeza vai lembrar.
Ele respondeu secamente.
– Não estarei La.
– Como assim? Por que não?
– Não estou pra esse tipo de festa agora.
– Edward.....mas é sua empresa.
– Eu sei. Mas Alice sabe me representar muito bem. E agora ainda terá
você para ajudá-la.
Isso não era justo. Minha primeira festa na empresa e Edward não
estaria presente. Senti minha garganta se fechar e uma tristeza imensa tomou
conta de mim.
–Sabe que estão dispensados na sexta feira,não é?
– Sim. Alice me falou.
Durante nossa volta para a empresa eu permaneci calada. Estava triste
demais para puxar qualquer assunto.
– Eu magoei você?
– Por que?
– Está tão calada.
– Apenas um pouco de dor de cabeça.
Não diria a ele que estava morrendo por dentro. Que eu queria ter uma
chance de estar com ele nessa festa. Que ele não saía da minha cabeça um
minuto sequer. Preferi mentir.
– Que ir mais cedo pra casa?
– Não. Passa rápido.
Durante o resto do dia eu não vi mais Edward. Quando sai do trabalho
passei em uma boutique para comprar um vestido. Não tinha ânimo para
escolher nada. Edward não estaria la mesmo. Na quinta feira eu também não o
vi durante toda a manhã. So o vi já no final da tarde quando ele veio até
minha sala.
– Edward? Pensei que não estivesse na empresa.
– Estava resolvendo uns problemas.
– Está precisando de mim?
– Não. So vim desejar.....boa festa pra você amanhã.
– Ah....sim. Obrigada.
– Não irá mesmo?
– Não.
– Vai pra casa dos seus pais?
– Não. Ficarei em casa mesmo.
– Bom. Obrigada mais uma vez.
– Divirta-se. Você vai gostar.
Me deixou so. Duvido muito que iria gostar. Ultimamente eu so gostava
de estar perto dele, vê-lo....qualquer coisa que se relacionasse a ele. Eu estava
quase desistindo de ir. Alice,é claro ficou brava. Edward já estaria ausente, eu
era obrigada a ir. Pensei no absurdo que eu fazia. Eu sempre soube que
Edward nunca teve olhos para outra mulher senão Victoria. O que eu
esperava,afinal? Tinha mais é que ir, me divertir e esquecer Edward.....pelo
menos por hoje. Coloquei o vestido que comprei e fiz uma maquiagem leve.
Prendi meus cabelos num coque, deixando alguns fios soltos. Estava bonita.
Mas pra quem? Pra você mesma,sua idiota. Sai em direção ao clube,que por
sinal ficava nas proximidades da casa de Edward. Eu deveria estar louca, muito
apaixonada para fazer o que fiz. Sem ao menos perceber me vi estacionando
em frente a casa de Edward. Antes que a covardia me dominasse, toquei a
campainha. Esperei alguns segundos e toquei novamente. Quando me
preparava para o terceiro e ultimo toque a porta se escancarou.
– Bella?
Como sempre.....perdi o fôlego. Edward vestia apenas uma calça
jeans....mais nada. E segurava um copo com alguma bebida. So então percebi
que seus olhos me olhavam de cima a baixo demoradamente.
– Você está....uau....nossa....
Eu sorri. Consegui deixar Edward sem palavras e isso me animou um
pouco.
– Não posso entrar?
Ele se afastou me dando passagem. Senti seu olhar queimado em
minhas costas.
– Algum problema?
– Vim tentar convencê-lo a ir.
– Perdeu seu tempo.
– Eu imaginei isso. Mas não custava tentar não é?
Ele ficou um tempo calado,olhando para o copo em suas mãos.
– Mais uma criança foi adotada. E mais uma vez eu fiquei para trás.
– Por isso está assim?
– Sim.
– Não desista,Edward. Continue tentando. - Não vou desistir. Mas é que
as vezes.....deixa....vai perder sua festa.
–Acho que vou voltar pra casa.
– Por que?
Dei de ombros.
– Nada la vai ter muita graça pra mim......sem você.
Ele me olhou intensamente. Abriu a boca sem emitir nenhum som e a
fechou novamente. Aproximou-me de mim e tocou meu rosto em chamas.
- Me espere por uns minutos.
– Sim.
Esperei que ele voltasse. Será que ele iria mesmo? Se não, o que estaria
fazendo? Demorou uns 15 minutos e reapareceu na sala. Edward de smoking
era qualquer coisa entre o irreal e o deslumbrante. Não contive um sorriso.
– Irá comigo?
Ele sorriu também.
– Conseguiu me convencer. Vamos madame. Seu carro fica aqui. Irá
comigo no meu.
Eu estava nas nuvens, literalmente. E também estava afoita pela idéia
louca que acabara de passar pela minha cabeça. Tomaria coragem para falar
com Edward. Chegamos ao clube e vi satisfeita como tudo estava perfeito.
Edward sorriu ao ver.
– Vocês capricharam dessa vez.
Mas o melhor de tudo foi entrar no salão de braços dados com Edward.
Alice abriu um sorriso assim que nos viu. E logo a família dele nos cercou. -
Edward....não acredito. Foi tão firme quando disse que não viria.
– Bella me convenceu.
–Que bom, meu filho. Está tudo tão lindo. Iria perder isso.
–Agora vejo que sim,mãe.
Edward se afastou para cumprimentar algumas pessoas e Esme
aproveitou a deixa.
– Obrigada mais uma vez,Bella. Eu sabia que era de você que Edward
precisava.
Eu ri, sem graça.
–Estou tentando,Esme.
– Você gosta dele,não é?
Não precisei responder. Estava muito explicito em meu rosto.
– Eu espero sinceramente que ele perceba isso.
Eu também esperava. Por que já não me restava mais duvida do quanto
estava amando aquele homem. Percebi com surpresa que ele me olhou o
tempo todo em que discursava para os funcionários. E depois voltou para o
meu lado.
– Quer dançar um pouco,Bella?
– Serio?
– por que não?
Aceitei sem pensar. Quer coisa melhor do que estar nos braços de
Edward, dançando? Bom...so se fosse fazendo outra coisa. Edward dançava
maravilhosamente bem, e me estreitava fortemente em seus braços.
Dançamos não so uma, mas várias músicas. Edward estava se divertindo e
sorria muito. Isso era bom, pra quem estava em casa bebendo há horas atrás.
Sentamo-nos com a família dele numa mesa mais afastada.
– Esse ano vocês se superaram, Edward.
– Alice e Bella, pai. Eu não movi uma palha.
– Está tudo perfeito. Não é a toa que foi eleito pelo quarto ano
consecutivo como a melhor empresa para se trabalhar.
Olhei espantada para Edward.
– Sério? Não me falou sobre isso.
– Ele nunca fala, Bella.
– Quer saber? Eu concordo. Amo trabalhar ali.
Edward sorriu.
– Nunca me falou sobre isso.
– Faltou oportunidade.
Esme nos olhava o tempo todo. Eu via em seus olhos a vontade que ela
tinha em nos ver juntos. Era a minha vontade também. Mas já se passava das
quatro da manha e eu estava cansada. Mas como vim com Edward não iria
dizer nada. Ele como sempre, deve ter percebido.
– Eu estou pronto pra ir Bella, mas se quiser ficar.
– Não. Eu também vou.
Nos despedimos e saímos. Edward me levaria ate minha casa e levaria
meu carro no dia seguinte pra mim. Eu nem me importava com isso. So
pensava em uma forma de abordar o assunto com ele.
– Chegamos.
– Edward....poderia entrar um pouco? Gostaria de falar com você.
– Tudo bem.
Ele parecia confuso e curioso ao mesmo tempo.
– Sente-se.
Fiquei muda de repente. Ele esperou.
– Edward....você não está conseguindo a adoção por ser solteiro?
– Não quero falar sobre isso agora.
–So me responda, por favor.
– Sim, é por isso. Dão preferência aos casais e não a um homem sozinho
como eu.
Respirei fundo antes de dizer.
– Edward....e se nós fingíssemos.....ser casados?
–Como?
– Eu e você......fingíssemos que fossemos casados. Você conseguiria
adotar uma criança.
Ele se levantou e caminhou pela sala, passando as mãos pelos cabelos.
– Está propondo....vamos fingir que somos casados, para eu adotar uma
criança. É isso?
– Sim.
– Bella...isso...isso é..... Por que você faria isso?
"Porque eu te amo".Mas ao invés disso eu respondi de outra forma.
– Por que sou sua amiga. É isso que fazem os amigos. Ajudam.
Ele parou a minha frente, segurando em meus ombros. A dúvida e a
emoção eram evidentes em seus olhos.
– Você fingiria ser minha esposa para que eu consiga realizar meu
sonho?
– Sim.
– E você? E sua vida amorosa? Se um dia você...
– Isso não importa agora. Se isso vier a acontecer...eu me apaixonar por
alguém, você já terá realizado seu sonho.
Sua mão suave tocou meu rosto.
– Bella.....faria mesmo isso por mim?
– Eu faço,Edward.
Eu esperava qualquer coisa, menos isso. Edward me puxou com força e
me beijou. Um beijo intenso, ardente. Eu me senti acesa na hora. Era o melhor
beijo de toda minha merda de vida. Sua boca era macia e exigente ao mesmo
tempo. Sua língua forçou a entrada e se misturou a minha. Segurei-me em seu
pescoço acariciando seus cabelos. Nem sei quanto tempo se passou ate que
ele se separou de mim, ofegante, os olhos cheios de desejo.
– Não vamos fingir que somos casados,Bella.
– Mas....
Ele pousou os dedos em meus lábios.
– Nós iremos nos casar de verdade.
E dito isso ele me beijou novamente.

(Cap. 6) Sentimentos
Edward POV
Eu queria ser capaz de dizer em poucas palavras tudo o que eu sentia
nesse momento. Emoções conflitantes se misturando umas às outras, me
deixando sem ação. Além disso tudo eu tinha Bella em meus braços, sua boca
atada a minha. O que eu sentia agora? Também não sei dizer. Algo que me
apertava o peito e parecia que iria estraçalhar, espalhando pedaços que depois
seriam difíceis de agrupar. Pedaços que ficariam incrustados em cada célula do
meu corpo como se fizessem parte de mim desde sempre. Eu tinha um nome
pra isso, mas não ousava pensar nele. Afastei-me de Bella. Eu precisava olhar
mais uma vez para aquele rosto lindo e tentar acreditar que não estava
sonhando.
– Casamento de verdade,Edward?
– Pra que fingir? Somos amigos, nos damos bem. eu gosto de você. Se
está fazendo isso para me ajudar...por que não?
– Mas...não vai ser estranho....sei lá....
Ela parecia confusa. Confesso que até eu. Realmente não havia
necessidade de casarmos de verdade. Mas.....eu queria.
– Olha.....sente- se aqui.
Sentei ao seu lado, segurando suas mãos.
– Não precisamos casar numa igreja, nada disso. Mesmo porque, caso
venha a querer se casar com alguém que ame....esse seria seu sonho não é?
– Eu não pretendo me casar,Edward.
– Tudo bem. Se você fizer questão casaremos na igreja.
– Eu não faço questão de nada, Edward. Só quero....vê-lo feliz.
– Prometo que faremos tudo da maneira mais correta possível.
Poderemos fazer um contrato...para que você não precise se preocupar com
nada depois.
–Ai....do que está falando,Edward? A única coisa que quero é que você
consiga o filho que tanto quer. Por que nunca pensou nisso?
– Talvez porque mulher nenhuma no mundo seria capaz de se doar tanto
como você está fazendo,Bella.
Segurei uma mecha de seus cabelos.
– Eu fico me perguntando.......
Merda.....eu não podia dizer isso. Bella poderia achar que falava isso
apenas por gratidão. Mas isso martelava em minha mente o tempo todo: Por
que eu nunca percebi que Bella era a mulher certa pra mim? Eu não me
lembrava de ter sentido tantas sensações boas num beijo com Victoria como
senti com Bella. Ela era intensa. Se entregava de corpo e alma. Por que nós,
homens, somos tão burros? Bella esteve o tempo todo perto de mim e nunca
notei. Eu prometi a mim mesmo que compensaria Bella todos os dias em que
estivéssemos juntos, por se doar a mim sem reservas.
– Acho que devemos falar com minha família.
– Eles vão estranhar.
– Não vão. Eles adoram você. E Esme ficaria encantada em me ver
casado novamente.
– Contará o motivo?
– Só se você quiser.
– Por mim tudo bem.
– Está cansada? Posso ir agora.
– Um pouco. Mas gosto de conversar com você.
Peguei-a pela mão e me levantei.
– Não consegui te dizer como estava linda hoje.
O rubor tomou conta do seu rosto.
– E fica ainda mais linda assim....envergonhada.
Ela riu,sem graça.
– Obrigada.
– Eu que deveria agradecer,Bella. Você está me tirando de um abismo no
qual me afundei e pensei que nunca mais sairia.
– Não é bem assim. Nós iremos tentar.
– Mas não é só disso que estou falando. Tem outras coisas também. Mas
conversaremos mais sobre isso.
– já vai?
– Estou vendo que mal se aguenta em pé.
– posso me sentar....
Eu ri. Era bom ouvir isso. Prova que ela não queria que eu me fosse.
– tudo bem....então vamos terminar nossa noite de outra forma.
– Como?
– Tem vinho....champanhe?
– Bebo raramente,Edward.
– Então está resolvido.
Peguei-a pela mão e sai.
– Pra onde vamos?
– Pra minha casa.
– Mas Edward...
– Será minha esposa.....qual o problema? Além do mais seu carro está lá
esqueceu?
– Então vamos....o sono já está indo embora mesmo.
Durante o trajeto,Bella recostou a cabeça e fechou os olhos. Seu rosto
era sereno. Eu gostaria muito de saber o que se passava na cabeça dela agora.
Porque na minha......
– Chegamos, bela adormecida.
– Não estava dormindo.
– Estava até roncando,Bella.
Ela parou atrás de mim e virei-me para olhá-la.
– Verdade?
Eu ri alto.
– Deixa de ser boba.
Pela segunda vez Bella estava em minha casa. E eu me sentia muito
bem com isso.
– Sente-se ai.
Ajoelhei-me a sua frente e retirei suas sandálias de salto altíssimos.
– Não me admira que esteja cansada. Olha a altura disso.
Ela riu.
– E nem assim alcanço seus ombros.
– Vou buscar algo para a gente beber.
Voltei com a champanhe duas taças.
– Faça um brinde comigo.
– E a que iremos brindar?
– À nós dois.
Ela riu.
–À nós dois.
– Sempre.
Fui até o som e liguei-o. Ela olhou pra mim e sorriu.
– Você se lembrou?
– Sim.
Quando passávamos horas conversando na faculdade,Bella me falou a
respeito dessa música. Ela a adorava.
Lost In Love
I realise the best part of love is the thinnest slice
And it don't count for much but I'm not
letting go
I believe there's still much to believe in
So lift your eyes if you feel you can
reach for a star and I'll show you a plan
I've figured it out
what I needed was someone to show me
You know you can't fool me
I've been loving you too long
It started so easy
You want to carry on
(carry on)
Lost in love and I don't know much
Was I thinking aloud
Fell out of touch
But I'm back on my feet
Eager to be what you wanted
So lift your eyes if you feel you can
reach for a star and I'll show you a plan
I've figured it out
what I needed was someone to show me
You know you can't fool me
I've been loving you too long
It started so easy
You want to carry on
(carry on)
Lost in love and I don't know much
Was I thinking aloud
Fell out of touch
But I'm back on my feet
Eager to be what you wanted
You know you can't fool me
I've been loving you too long
It started so easy
You want to carry on
(carry on)
Lost in love and I don't know much
Was I thinking aloud
Fell out of touch
But I'm back on my feet
Eager to be what you wanted
Now I'm lost
Lost in love
Lost in love
Lost in love

Tradução
Perdido de amor
Eu acho que a melhor parte do amor é a menor fatia
E isso não conta muito mas eu
não vou desisitir
Acredito que ainda há muito no que acreditar
Então, levante seus olhos se conseguir
alcance uma estrela e eu lhe mostrarei um plano
que eu tive
O que eu precisava era de alguém para me mostrar
Você sabe que não pode me enganar
Te amo há tanto tempo
Começou tão fácil
e você quer continuar
(continuar)
Perdido de amor e eu não sei muita coisa
Eu estava pensando em voz alta?
Me senti inatingível
Mas estou de volta ao chão
Ansioso para ser o que você queria
Então, levante seus olhos se conseguir
alcance uma estrela e eu lhe mostrarei um plano
que eu tive
O que eu precisava era de alguém para me mostrar
Você sabe que não pode me enganar
Te amo há tanto tempo
Começou tão fácil
e você quer continuar
(continuar)
Perdido de amor e eu não sei muita coisa
Eu estava pensando em voz alta?
Me senti inatingível
Mas estou de volta ao chão
Ansioso para ser o que você queria
Você sabe que não pode me enganar
Te amo há tanto tempo
Começou tão fácil
e você quer continuar
(continuar)
Perdido de amor e eu não sei muita coisa
Eu estava pensando em voz alta?
Me senti inatingível
Mas estou de volta ao chão
Ansioso para ser o que você queria
Agora estou perdido
Perdido de amor
Perdido de amor
Perdido de amor
– Nossa...parece que foi outro dia mesmo, não é Edward?
– Sim. Passou tão rápido. Sabe que as vezes me lembro claramente de
algumas de nossas conversas?
– Eu também. Sentei-me no tapete da sala e puxei-a comigo. Depois nos
deitamos sobre as almofadas.
– Saudades daquela época,sabe? Achava que tudo seria diferente. Que
eu realmente conseguiria tudo e seria feliz.
Bella me olhou tempo antes de perguntar.
– Mas você foi feliz, não é? Durante algum tempo?
– Bella...se eu for te responder isso, com base nas ultimas horas....quer
dizer desde o momento em que você chegou aqui, fomos a festa até agora...eu
diria: Não. Nunca fui feliz.
Ela não respondeu.
– Pode ser que não dê certo. E não quero pensar nisso agora. Mas só de
saber que existe alguém que se importe tanto comigo...já valeu.
– Você sempre foi....especial pra mim, Edward.
Virei-me sobre ela, nosso rosto a centímetros de distância.
– Bella.....
Seu perfume parecia entranhar-se em mim, sua boca sensual se abriu
esperando pelo beijo que eu mais do que ninguém queria. Primeiro foi um
breve roçar dos lábios. Depois minha passou sobre seu lábio inferior e ela
suspirou. Procurei a sua língua, as duas se acariciando mutuamente, querendo
sentir e guardar o sabor uma da outra. Ajustei melhor meu corpo, ficando
sobre o dela, a pele nua dos seus ombros se arrepiando ao toque das minhas
mãos. Toquei cada curva milimetrica do seu corpo perfeito.
– Você é tão linda, Bella.
A voz dela soou rouca e sexy.
– Olha quem está falando......o Deus da beleza.
Eu ri e brinquei com ela. Meu nariz tocando a ponta do seu pra depois
encontrar sua boca novamente. Bella mordeu a ponta do meu nariz e beijei-a
de novo. Nós pouco falamos depois que começamos a nos beijar. Queríamos
apenas sentir o toque um do outro, o sabor. E mesmo acontecendo com todo
carinho...não me impediu de desejá-la sexualmente. E eu sabia que ela sentia
o mesmo. Mas eu não iria enveredar por esse caminho. Não agora. Parecia
tudo tão certo. Nós dois ali, como dois namorados,dois amantes. Tudo
exatamente como eu imaginei que seria minha vida um dia. Só mudavam as
personagens. Um dia eu sonhei que estaria assim com Victoria. Isso nunca
aconteceu. Agora estava eu aqui, com uma das minhas melhores amigas, que
em breve seria minha esposa. Estava tudo muito claro dentro de mim. De
amiga à esposa. De esposa à amante. De amante à.......mulher da minha vida.
Eu iria construir nossa vida aos poucos. Estava decidido a isso.
O dia amanheceu e encontrou Bella e eu adormecidos no chão da sala,
entrelaçados como se fôssemos um só. Tentei me levantar e acabei acordando
Bella..
– Oi.
– Oi. Dormiu bem,Bella?
– Sim. E você?
– muito mais do que bem.
Como eu não tinha palavras para dizer o quanto eu estava feliz por tê-la
ali, optei por beijá-la. Chegava a ser ridículo a forma como meu coração
disparava ao beijá-la. Será que a mulher da minha vida esteve o tempo todo
bem debaixo do meu nariz?
– Precisa ir até sua casa, trocar essa roupa. Depois vai sair comigo.
– Pra aonde?
– Primeiro tenho que comprar uma coisa. Depois vamos a casa dos meus
pais.
– tudo bem.
Acompanhei Bella ate sua casa e esperei que tomasse seu banho. Voltou
vestindo jeans e camiseta e mesmo assim estava espetacular.
– Aonde vai?
– já vai ver.
Bella estacou ao me ver parando em frente a uma joalheria.
– Você não vai fazer isso.
– Vou fazer a coisa do jeito que deve ser Bella.
Eu sabia exatamente o que eu procurava. E não foi difícil encontrar.
– obviamente que colocarei em seu dedo antes de chegarmos a casa dos
meus pais.
Bella olhava fixamente para o desenho da aliança. Passou os dedos nela,
quase sussurrando.
– Infinito.
– Isso sugere muito bem o que estou sentindo, Bella. Infinito.....quero
que acredite nisso. Qualquer sentimento bom que venha a ter por você, será
assim. Tudo o que sinto será infinito, inclusive as milhares de sensações que
sinto agora e que nem sei realmente o que significam. Só sei que é por você.
Bella deixou escapar uma única lágrima.
– Eu não esperava isso,Edward.
Levantei seu rosto para me olhar.
– Eu também não esperava muita coisa, Bella. Mas a vida é recheada de
grandes surpresas não é?
Era mesmo. Inclusive a surpresa de ver a própria Bella ficar na ponta
dos pés e me beijar. Estava pronto pra recomeçar.
(Cap. 7) Em forma de amor
Bella POV
Surpresa.....felicidade.........medo.Tudo junto,misturado. Surpresa
porque jamais esperei que Edward agisse assim. Imaginei que ficaria feliz, mas
daí a casar de verdade e com uma aliança linda como aquela,era demais pra
mim. Felicidade por mim e por ele. Estava muito mais próximo do seu sonho
agora. E medo....porque estava terrivelmente apaixonada por ele. E talvez ele
nunca viesse a saber disso. O suave toque da sua mão na minha me
despertou.
– Está apreensiva por quê?
–Não sei. O que sua família irá pensar?
– Vai pensar que sou um homem de sorte. Eles gostam de você,sabe
disso.
–Sim. Eu também gosto deles.
–Então relaxa.
Ele sorriu e só fiquei mais nervosa. Edward era lindo demais.Eu não me
acostumava com isso. Quando chegamos a casa dos pais dele Edward me
pegou pela mão. Entramos assim, de mãos dadas.
–Edward.....que surpresa.
–Bom dia, mãe.
Os olhos de Esme lampejaram em nossas mãos unidas.Um brilho tomou
conta de seus olhos e ela sorriu abertamente.
–Bom te ver novamente aqui,Bella.
– É bom estar aqui,Esme.
–Aonde estão todos? Eu..tenho uma coisa a dizer.
– Mesmo? Estão todos na piscina curtindo a ressaca da festa de ontem.
Fui com Edward até lá. Esme na frente sem se conter de tanta alegria. Quatro
pares de olhos se fixaram exatamente em nossas mãos unidas. Alice se
levantou.
– Ah....não....não acredito. ESTÃO JUNTOS!!!!!!???
Ela berrou.
– contenha-se Alice.
Edward e eu nos sentamos e ele começou a explicar o que acontecia
entre nós.
– Bella e eu estamos juntos e iremos nos casar.
– Meu Deus....se apaixonaram.
– Não viaja Alice. Bella...acha que se fingíssemos que estamos casados
eu teria chance de conseguir uma adoção. Mas eu não quero assim. Então
resolvemos nos casar de verdade.
– Ah....e você acreditou nisso,Edward? Que idiota você é.
– Que diabos está falando,Emmett?
– É uma desculpa dela....é óbvio que está apaixonada.
– Emmett deixa de ser troglodita e deixe Edward terminar de falar.
– É isso....iremos nos casar.
– Ai meu Deus....tenho que preparar tudo. Festa, igreja.
Edward me olhou e sorriu.
–Eu te falei que ela ia querer isso.
Esme e Carlisle vieram até nós e nos abraço.
– Estamos felizes por vocês. Claro que seria bem melhor se fosse por
amor. Mas isso já é uma espécie de amor, não é,Bella? O que você está
fazendo por Edward....
– Sempre fomos amigos,Carlisle. Eu....adoro Edward.
Edward me abraçou forte.
– Quem sabe? O amor vem com o tempo.
– Não estamos pensando nisso agora, Esme.
– Eu sei. Mesmo assim,Bella. Obrigada. Eu sabia que você seria uma luz
na vida de Edward.
Edward revirou os olhos e me afastou dali.
– Hey..hey....deixe-me ver,Bella.
Alice pegou minha mão e estendeu a aliança para todos verem.
– Linda....
Esme estava quase chorando. Emmett e Jasper me encaravam.
– Vou ao meu quarto, Bella. Eu já volto.
Assim que Edward saiu Emmett se aproximou com um sorriso
debochado. - Edward é um idiota mesmo.
Baixei meus olhos. Senti que meu rosto estava em brasas.
– Está tão óbvio assim,Emmett?
– Não.
Ergui meus olhos e ele gargalhou.
– Eu joguei verde.
– Vagabundo.
– Falando sério.....estou feliz por vocês. Vocês combinam, Bella.....de
verdade. Diga pra ele que o ama.
– Não posso fazer isso, Emmett Ele é meu amigo.
– Talvez ele pense que é.....mas não é. Ele ficaria feliz em ouvir isso de
você.
– É melhor não.
Ele deu de ombros.
– Você é quem sabe.
Alice veio até nós, juntamente com Esme. As duas já planejavam tudo.
Igreja, vestido....tanta coisa que me sentia meio perdida. Edward voltou e se
sentou ao meu lado, sempre segurando minhas mãos. Seus olhos estavam
fixos nos meus e perdi um pouco a linha de raciocínio.
– Alôooo.....o que acha Bella?
– Oi,Alice?
– Da viagem de lua de mel.
– Alice.....menos. Ta...aceitei a festa, vestido e tudo mais. Mas viagem
de lua de mel é demais. Não quero isso.
– Mas Bella......
– Ela disse não, Alice.
– Aff.....tudo bem. Esquece a viagem. O resto está de acordo?
– Sim.
– E pra quando será?
– O que acha,Bella?
Merda.....eu não conseguia pensar direito quando Edward me encarava.
- Você vê isso,Edward.
– Quanto tempo precisa, Alice? Eu consigo arrumar os papéis
rapidamente.
– Uma semana é tempo suficiente, Edward.
– Então pronto. Daqui a uma semana.
Eu estremeci. Daqui a uma semana eu estaria convivendo
definitivamente com Edward. Só teria que ter muita força para resistir a ele. E
a paixão que sentia por ele.

Edward POV
Estava tudo pronto. Tudo como deveria ser. Minha família, é claro,
adorou a idéia de me ver casado com Bella. Mesmo que não fosse pelos
motivos que eles queriam. Mas eu não me preocupava com isso. Eu tinha a
certeza que convivendo com Bella e conhecendo-a tão bem não seria difícil me
apaixonar por ela. E eu não iria me fechar pra isso, de forma alguma. Eu já
estava me acostumando a tê-la todos os dias por perto. Saíamos todos os dias
para almoçar e as vezes nos encontrávamos a noite. Bella era linda e os dias
que passava com ela ficavam cada dia melhores. Nosso casamento seria daqui
a dois dias. Mas Bella fizera questão de continuar trabalhando. Fui até sua sala
e ela estava de cabeça baixa, lendo alguma coisa. Estava tão entretida que não
percebeu minha presença na porta. Riu sozinha. Eu não me cansava de
admirar a beleza dela.
– Alguma piada interessante?
Ela deu um pulo da cadeira.
– Edward....quer me matar?
– Desculpe. Estava tão distraída.
– Estava lendo um cartão que Rose me mandou. Ela vem pro nosso
casamento.
– Sério? Não sabia.
– Chega amanhã.
– Vamos almoçar? Já passa da hora.
– Perdi a noção do tempo aqui.
Esperei que ela arrumasse suas coisas e saímos. Íamos sempre ao
mesmo restaurante. Apesar do que eu não gostava muito de lá. Éramos
sempre atendidos pelo mesmo garçom que nunca tirava os olhos de Bella. Hoje
então.....ele estava babando nela. Também tenho que admitir que ela estava
deslumbrante. Estava mais tranquila, antes estava muito nervosa,com medo
da reação da minha família. Não deixei que ela se preocupasse com nada a
respeito do casamento.
– Está nervosa?
– um pouco. Agora que vem se aproximando.....
– Seu pai não vem mesmo,Bella?
– Não. Está passando por uma fase difícil no novo casamento. Resolvi
não insistir.
– Talvez possamos ir visitá-lo algum dia.
– É uma idéia.
Voltamos ao escritório, como sempre de mãos dadas. Ao passarmos pela
recepção Tânia me abordou.
– Edward? Tem alguém esperando por você.
– Quem?
– Victoria.
– O que ela quer aqui?
– Não sei. Está em sua sala.
Lancei um olhar mortal para Tânia.
– Não devia tê-la deixado entrar.
Bella estava paralisada ao meu lado. Dei um beijo leve em seus lábios.
– Te vejo daqui a pouco.
Entrei em minha sala mais furioso que nunca.
– O que faz aqui?
– Nossa....pensei que a chegada do seu casamento ia deixar você mais
simpático.
– Não estou com tempo pra gracinhas, Victoria. Diga o que quer e caia
fora.
– Edward.....eu pensei que não levaria essa palhaçada a serio.
– De que palhaçada está falando?
– De ir a ultimas consequências para ter um filho. Edward...eu amo
você, mas não quero....
– Não me interessa o que quer,Victoria. Não mais. E não estou fazendo
isso por causa de um filho.
– Não? Vai me enganar? Dizer que está apaixonado?
Antes que eu respondesse Bella entrou na sala. A principio estranhei. Ela
sabia que Victoria estava aqui. Mas depois entendi. Mais uma vez Bella
pensava em mim, em me ajudar.
– Amor? Estou atrapalhando?
Victoria se virou ao som da sua voz.
– Claro que não. Venha cá.
Veio direto para os meus braços e me beijou. Eu gostava tanto dos
beijos dela que por um momento me esqueci de Victoria ali, parada de boca
aberta nos olhando.
– Senti sua falta.
Ela falava me olhando nos olhos.....eu via verdade nessas palavras.
– Mas eu volto depois. Está ocupado.
– Não estou. Victoria minha EX esposa já estava de saída.
As duas mulheres se encararam.
– Como vai.....Bella não é?
– Sim. E vou muitíssimo bem.
Disse isso e me enlaçou pela cintura. Os olhos de Victoria pousaram em
seus braços em volta de mim.
– mais alguma coisa, Victoria?
– Felicidades para os dois.
Girou e saiu.
– obrigado mais uma vez,Bella.
– Do que está falando? Não faço a mínima idéia.
Ela sorria e me enlaçou pelo pescoço.
– Tem certeza que não? Me salvando mais uma vez......
Minha boca se apossou da dela antes que eu percebesse. Estava virando
rotina ter Bella assim em meus braços. E devo confessar que estava adorando
isso.
Bella POV
A flor da pele....era assim que estavam meus nervos. Finalmente chegou
o dia em que me uniria a Edward. Estava nervosa demais, como se fosse um
casamento convencional. Minhas pernas tremiam tanto que eu mal conseguia
parar em pé.
– Vou acabar machucando você, Bella.
– Ta bom, Alice.....vou tentar me acalmar.
– Desse jeito vai chegar atrasadíssima na igreja.
– Está parecendo uma princesa, Bella. Edward vai amar.
– Não precisava disso tudo,Alice. Sabe em que moldes iremos nos casar.
– Bella....daqui há alguns anos quando olhar seu álbum de fotografia ao
lado do seu lindo marido....vai me agradecer por isso.
– Você sonha demais,Alice.
– Daqui há um tempo nos voltamos nesse assunto,Bella.
Esme entrou no quarto.
– Nem acredito.....está realizando meu sonho,Bella.
– Como assim,Esme?
– Sempre sonhei em ver Edward se casando na igreja. Aliás todos os
meus filhos. Mas aquela vaca da Victoria não quis casamento na igreja.
– Agradeça a Alice. Ela que fez essa parafernália toda.
– Está pronta? Já está na hora.
– Edward já foi?
–há horas. Está nervoso.
Eu ri. Edward nervoso? Duvidava muito. Emmett me esperava na porta
da igreja com um sorriso largo.
– Vai entrar comigo, cunhadinha.
– Emmett..não se atreva a fazer nenhuma gracinha enquanto
caminhamos até o altar.
– Edward parece um leão na jaula. Acho que está com medo que você
desista.
– Deixa de conversa fiada,Emmett
Ele estendeu os braços para mim. Mais nervosa, impossível. Beirava a
histeria. Alice realmente quisera tudo convencional. Mal coloquei os pés na
porta e a marcha nupcial soou.
Vi Edward ao longe, parado me esperando. A medida em que chegava
mais perto seu sorriso se acentuava. Emmett tinha razão. Eu devia ter contado
a Edward que o amava. Vendo- o assim tão lindo, era pouco provável que eu
resistisse. Edward segurou minhas mãos e sussurrou bem baixo para que só eu
ouvisse.
– Linda.....
Eu tremia consideravelmente e ele apertou minha mão. O tempo todo
em que o padre falava, eu pensava em nós dois. Pensava se algum dia Edward
chegaria a me amar. Eu sabia que ele não era uma má pessoa. Mas e depois
que ele conseguisse seu filho? Ele deixou bem claro que eu estaria livre para
partir a qualquer momento. Por alguns instantes de loucura eu cheguei a
pensar que ele queria um casamento de verdade. Até exames pré nupciais nós
fizemos. Mas Edward sequer tentou ser mais ousado comigo. Eu não estava
preparada para tantas surpresas. O juramento que Edward me fez era
totalmente inusitado e me deixou sem fala. Aliás todos os convidados ficaram
boquiabertos. Edward me olhava intensamente, uma emoção incontida em
cada palavra.
O amor me permitiu te encontrar e me deu sentido para viver. Pois quero
viver para te amar! Amor é confiança, confiança é lealdade, por isso prometo
te ser fiel, leal e confiar em ti O amor precisa ser cuidado e prometo cuidar
para que ele nunca morra. E que renasça todos os dias nas atitudes de carinho
e cuidado que prometo ter por ti. E assim diante de amigos e parentes, venho
declarar meu amor a ti e peço a Deus que me ajude a te amparar, te cuidar, te
proteger, te acompanhar, ser teu suporte em todos os momentos
principalmente os mais difíceis, seja Ele meu auxiliador nesta promessa de
amor! E que ambos possamos cumpri-la!1
Eu arfei e minhas lágrimas escorreram. Fechei meus olhos segurando
minhas palavras dentro de mim. Era amor demais que sentia por ele. Seus
dedos secaram minhas lágrimas antes que sua boca tocasse a minha
gentilmente. Estava casada com Edward. O sonho da minha vida inteira.
Estávamos ainda na porta da igreja quando Edward falou ao meu ouvido.
– Eu não imaginava que você seria capaz dessa proeza.
– Do que está falando?
– Ficar ainda mais linda do que normalmente já é.
– Agradeça a Alice.
Como eu não queria muita pompa, Alice se conteve e fez uma recepção
simples na casa dos meus sogros.
Mesmo assim ficou perfeito. Edward ficou o tempo todo ao meu lado,
exceto quando Emmett o arrastou para longe de mim.
– Bella!!
– Rose.........
Rose me deu um abraço forte.
– Quase não consegui chegar a tempo.
– Estou feliz que tenha vindo,Rose. Edward já viu você?
– Ainda não. Nem acreditei quando me contou,Bella. Acho que mereço
um prêmio. Afinal foi por mim que voltou a se encontrar com ele.
Eu gargalhei.
–É verdade,Rose. Te dou o irmão mala dele como prêmio.
– Por acaso seria aquele delícia que vem com Edward?
Olhei para trás e vi Edward e Emmett se aproximando.
– Ele mesmo.
Edward os apresentou e os deixamos a sós. O pânico começava a me
dominar. Estava quase na hora de irmos embora. E eu não fazia a mínima
noção de como me comportar com Edward. Dormiríamos na mesma cama? Ele
não tinha tocado nesse assunto. E eu nem ousava perguntar. Ainda que não
me faltasse vontade.

Edward POV
Eu me perguntava como não senti falta disso na época em que me casei
com Victoria. Na verdade eu nunca imaginei que eu tinha essa vontade, que
era a mesma vontade da minha mãe. Me casar numa igreja,com tantas outras
pessoas faziam. De repente me vi escrevendo, eu mesmo as juras que faria
para Bella no altar. A emoção de vê-la entrando na igreja superava qualquer
outra que já tenha sentido em minha vida. Estava linda, deslumbrante. Eu
queria que isso fosse verdadeiro. Que Bella estivesse tão disposta quanto eu a
fazer esse casamento ser “real”. Mesmo que ela não me amasse. Como diziam,
o amor vem com a convivência. Eu sentia que nós dois daríamos certo. Eu só
não sabia como colocar isso pra Bella, sem chocá-la. Afinal de contas , não foi
isso que ela me ofereceu. Ofereceu simplesmente a chance de eu poder ser
pai. Ela estava visivelmente nervosa e eu gostaria muito de saber o por que. Já
estávamos casados. Já tínhamos passado pela festa que Alice preparara.
Íamos em silêncio pra casa. Só então uma luz se acendeu. Bella ficaria
comigo? Em meu quarto? A idéia de estar casado com ela me soava tão
verdadeira que sempre imaginei-a ao meu lado, no mesmo quarto, na mesma
cama. Possivelmente essa era a razão de seu desconforto. Segurei em suas
mãos ao entrarmos em casa.
– Vou pegar um champanhe pra nós, senhora Cullen.
Ela sorriu. Gostei de chamá-la assim. E ela pelo visto também gostara.
Erguemos nossa taça, meus olhos cravados nos dela.
– À nós dois, Edward.
– Me ajude a fazer dar certo, Bella.
– Eu farei.
Rocei de leve meus lábios nos dela. E depois aprofundei o beijo, minha
língua acariciando a dela. Era bom demais ter seu corpo tão junto ao meu, tão
quente e acolhedor.
– Preciso me trocar,Edward. Esse vestido está me incomodando.
– Nosso quarto está a sua disposição.
Ela pareceu hesitar. Segui com ela ate lá parando ao lado da nossa
enorme cama. Nesse momento eu estava tão nervoso quanto ela. Milhares de
pensamentos embaralhados em minha mente.
– Edward?
– Hum?
– Pode....me ajudar com os botões?
Ah....sim..os botões do vestido. Bella se virou de costas pra mim ,
esperando. Minhas mãos tremeram ao tocar sua pele. Percebi o arrepio que
tomou conta do corpo dela também. Afastei seus cabelos para o lado e seu
cheiro me invadiu. Eu estava sendo um canalha? Eu acreditava que não. Eu
só....precisava senti-la. Deslizei minha mão em sua nuca e depositei um beijo
ali, enquanto continuava a desabotoar o vestido. Meu coração batia
absurdamente alto. Talvez ela pudesse ouvi-lo. Assim que terminei admirei a
pele sedosa de suas costas. Passei minhas mãos ali e Bella gemeu baixinho. Se
eu tinha algum resquício de juízo, ele se perdeu nessa hora. Colei mais meu
corpo ao dela, minha boca em seu pescoço, ao mesmo tempo em que deslizei
seu vestido. Segurei os seios fartos e desnudos em minhas mãos. Nós dói
gememos. Virei Bella de frente pra mim. Seu rosto ruborizado denunciando
toda sua vergonha. Olhei pela primeira vez seu corpo semi nu. Seios perfeitos,
firmes,clamando para serem tocados. Minha boca salivou.
– Edward...
Olhei em seus olhos: receio, desejo, paixão.....
– Bella....eu posso parar agora. Eu só não fazia idéia do quanto eu
queria isso.
Ela ficou muda uma eternidade.
– Eu também.
– Bella.....
Abracei-a com força e beijei. Terminei de despi-la, deixando - a apenas
de calcinha.
– Você é linda....demais...
As mãos macias me despiram também. Nossos corpos nus abraçados e
em sintonia,numa troca de calor e desejo intenso. Peguei-a no colo e coloquei
na cama, me deitando junto.
Sua boca procurou a minha, as mãos se enfiando em meus cabelos, me
apertando junto ao seu corpo. Não falávamos nada. Só nossos gemidos se
misturavam ao som de nossa boca e do roçar dos nossos corpos. A pele macia
e quente era altamente sensível ao toque das minhas mãos. O sabor dos seios
em minha boca quase me fazendo perder a sanidade. Eu necessitava me unir
aquele corpo. Precisava me unir aquela mulher que estava se tornando
essencial em minha vida. Afastei com delicadeza suas pernas. Eu não
precisava de um preservativo. Afinal era oco por dentro. Bella fechou os olhos
e me abraçou com força. Meu membro muito rígido se aproximou de sua
entrada e um gemido de dor me paralisou. Minha respiração estava ofegante e
demorei a processar as informações.
– Bella?
– Sim, Edward. É isso mesmo.
Fechei meus olhos e colei minha testa na dela. Quanto mais de si, Bella
me doaria? Bella era virgem. Nunca em toda minha vida eu pensaria nessa
possibilidade. E quando ela encontrasse alguém que amasse de verdade? Se
ela se guardou até hoje....
– Tem certeza, Bella?
Afirmou balançando a cabeça.
– Se esperou até hoje....
Abriu os olhos chocolate que arderam em minha pele.
– Eu sempre tentei imaginar como seria. Não consegui, é claro. Mas eu
só tinha uma certeza. Só poderia ser com a pessoa mais especial da minha
vida.
Engoli em seco, minha respiração se acelerando ainda mais.
– Não poderia ser outro, a não ser você,Edward.
Eu não sei se isso existe ou se era simplesmente delírio meu. Mas eu
tive a certeza de sentir o amor por aquela mulher se instalar em cada célula do
meu corpo e incrustar-se em algum órgão fundamental a minha sobrevivência.
Toquei seu rosto e beijei suavemente sua boca. Aos poucos fui tomando o
corpo da minha mulher,acompanhando cada expressão de êxtase em seu
rosto, que na verdade refletia o meu próprio êxtase. Como se tivéssemos feito
isso a vida toda, Bella enlaçou minha cintura com suas pernas. Nossos corpos
se descobriam, se enroscavam na dança mais sensual que podia existir.
Bella se entregou por inteiro, a onda de prazer que tomou conta do seu
corpo me arrastando junto com ela. Amor.....em sua forma mais verdadeira e
completa.

Notas finais do capítulo


1- Texto retirado do site:http://www.casamentoecia.com.br/index.php?
option=com_duvidascomuns_home&content=outras&id=609

(Cap. 8) Só o tempo
Bella POV
Há anos atrás eu ouvi uma frase que dizia: Se o toque dos lábios for
intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste
momento, perceba: existe algo mágico entre vocês. Era exatamente assim que
me sentia nesse momento. A sensualidade e intensidade do momento me
arrebatou de maneira tão forte que não consegui evitar que meus olhos
ficassem rasos d’água. Eu que sempre esperei e imaginei como seria minha
primeira vez, não estava preparada pra isso. Edward ainda abraçado ao meu
corpo,beijava meus cabelos. Quando ergueu seus olhos para mim, fazendo
meu coração parar por alguns segundos eu tive a certeza que ele era a pessoa
que esperei a vida toda. Tocou suavemente meu rosto, limpando algumas
lágrimas insistentes que rolaram sem minha permissão.
– Eu não ousaria dizer nada. Jamais encontraria palavras para descrever
o que sinto agora, com você.
– Eu não preciso que me diga nada,Edward.
– Você consegue fazer tudo ficar perfeito,Bella.
O que eu poderia dizer? Que aquilo tudo era apenas por amor a ele? Que
eu daria minha vida,se preciso, para vê-lo feliz? Não...Edward teria que
descobrir isso por si mesmo.
– Está tudo bem?
– Sim.
Edward saiu de cima do meu corpo, mas antes que eu pensasse em
protestar, virou-se para mim, me abraçando.
– Pelo menos foi como você tentou imaginar?
– Não....nunca poderia imaginar isso.
Edward sorriu, beijando minhas mãos.
– Devo ficar feliz, então?
– Creio que sim.
– Você é uma mulher incrível, Bella. Pensei que....sei lá.....Não foi isso
que você me ofereceu.
– Aconteceu....Como eu te disse, acho que só tinha de ser com você.
Virou seu corpo novamente, apenas seu tronco ficando sobre meu corpo.
Desceu beijos pelo meu pescoço, me fazendo arrepiar.
– Sabe que corre risco ficando comigo.
– Como assim?
– nenhum homem ficaria ao seu lado sem se apaixonar, Bella.
Perdi momentaneamente a fala.
– Está querendo me dizer.....que poderia se apaixonar por mim?
– Isso te assusta?
– Não.
Sua boca tomou a minha que imediatamente se abriu, recebendo sua
língua ávida.
– E se eu te disser.....que quero fazer amor com você novamente, você
se assustaria?
Por Deus....não.........era o que eu mais queria. Que Edward me amasse
mais uma vez, várias vezes.
– Não. Porque é esse o meu desejo também.
– Bella........
E logo sua boca tomou meus seios, sugando-os. Sua língua foi aos
poucos contornando meus mamilos, que doíam tamanha excitação.
– Edward….
Toquei em seu membro e Edward gemeu em meu ouvido. Deslizei minha
mão em toda sua extensão, sentindo como ele era grande e duro.
– Bella…
Minhas mãos apertaram suas costas e Edward aprofundou ainda mais
nosso beijo. Dessa vez estava diferente. Edward estava mais ardente. Sua
boca parecia estar em todos os lugares do meu corpo ao mesmo tempo.
Envolvi sua cintura com uma de minhas pernas, enquanto ele entrelaçava
nossas mãos e beijava meus seios.
Eu nunca me imaginei gemendo tanto como nesse momento. Como da
primeira vez Edward me olhou enquanto me penetrava. Num gesto rápido se
virou na cama e meu corpo ficou sobre o dele. Baixei meu tronco e beijei seu
peito,seu pescoço.....sua boca. Uma de suas mãos me segurava pela cintura,
me ajudando nos movimentos. A outra segura minha nuca para que não
interrompêssemos o beijo. Seus quadris se moviam na mesma sincronia que
os meus.
Seu membro firme e rígido entrava e saia de mim, provocando ondas
gigantescas de calor em meu corpo febril. Edward aumentou seu ritmo,
alucinado, tão louco de prazer quanto eu. Segurei em seus cabelos, fazendo
com que me olhasse. O suor escorria em seu rosto e eu me contorcia,
gemendo, o sangue fervendo em minhas veias. Virou-se novamente sobre
mim, sem parar de se mover. A voz rouca e ardente de Edward se fez ouvir
junto quando ele fechou os olhos, já não se segurando mais.
– Vem amor, explode comigo.
Foi forte, foi poderoso, invadiu todos os meus poros e me fez sair do ar.
Acariciei seus cabelos, enquanto Edward tentava recuperar seu fôlego.
– Loucura......o que você me faz sentir,Bella.
Minha mente estava ligeiramente entorpecida. Só percebi quando
Edward saiu de cima de mim, deitando-se ao meu lado e puxando meu corpo
junto ao dele. Dormi sentindo sua pele, seu toque, seu cheiro. E acordei com
um cheiro delicioso de café ao meu lado. Abri meus olhos e Edward estava ao
meu lado sorrindo.
– Bom dia.
– bom dia.
Um forte rubor tomou meu rosto ao me lembrar da noite anterior e de
me lembrar que estava nua.
– Não vai me dizer que está com vergonha de mim.
– Claro que não.
Menti, é óbvio.
– Eu poderia ter feito o café pra você.
– Eu não seria um cavalheiro se permitisse isso,Bella.
– Então eu faço o jantar.
Edward riu alto.
– Ainda está no café da manhã e já pensar no jantar?
Ri também.
– Precaução.
– Não vai fazer jantar algum. Seu primeiro dia nesse casa e vai pra
cozinha? Iremos jantar fora hoje.
– já tinha pensado nisso?
–Sim.
Admitiu. Edward tomou o café da manhã comigo. Eu começava a
vivenciar coisas, antes inimagináveis. Edward me pegou pela mão tão logo
terminamos o café. Eu estava inteiramente nua e seu olhar ferveu ao me olhar
de cima a baixo.
– Linda....perfeita.........
Minha surpresa foi enorme quando ele se dirigiu ao banheiro comigo.
Abriu a ducha e se enfiou debaixo dela, me levando junto. Abraçou meu corpo
e me beijou apaixonadamente, me tirando o fôlego. Minha cabeça tombou para
trás, um leve gemido escapando ao sentir seu membro ereto junto ao meu
corpo.
Edward não fez amor comigo. Mas a sensação do toque de suas mãos e
beijos era imensamente prazerosa. Passamos o dia inteiro em casa, vendo TV,
conversando....e fizemos amor mais uma vez. E a noite saímos para jantar.
Ainda bem que perguntei antes aonde iríamos. O restaurante era luxuoso
demais. Edward estava belíssimo como sempre. Alias tudo com ele era belo,
perfeito. Eu tinha milhões de pensamentos martelando. Mais outros milhões de
perguntas a fazer. Mas me faltava coragem para tudo. Eu estava
completamente entregue a ele, absolutamente apaixonada por ele. Eu não
conseguiria segurar isso dentro de mim por muito mais tempo. Principalmente
depois do que se sucedeu ao jantar. Havia músicos no restaurante e Edward
me pegou para dançar. A música era linda e Edward me olhava com tanta
intensidade que eu quase podia sentir que era exatamente aquilo que ele
queria me dizer.
Tradução da Musica
Como você está essa noite
Algum dia, quando eu estiver terrivelmente chateado
Quando o mundo estiver frio
Eu me sentirei bem só de pensar em você
E como você está essa noite
Você é adorável, com seu sorriso tão aconchegante
E suas bochechas tão macias
Não existe nada para mim além de amar você
E como você está essa noite
A cada palavra, sua ternura cresce
Levando meus medos embora
E aquela risada que enruga seu nariz
Toca meu coração bobo
Sim, você é adorável, nunca, jamais mude
Mantenha esse charme que me tira fôlego
Você não irá, por favor, arranjar isso?
Pois eu te amo
Exatamente como você está essa noite
A cada palavra, a sua ternura cresce
Levando meus medos embora
E aquela risada que enruga seu nariz
Toca meu coração bobo
Sim, você é adorável, nunca, jamais, mude
Mantenha esse charme que me tira o fôlego
Você não irá, por favor, arranjar isso?
Pois eu te amo
Exatamente como você está essa noite
Exatamente como você está essa noite
Querida
Exatamente como você está essa noite
Sua boca ficou muito próxima da minha ao falar.
– Eu nunca me senti tão bem em toda minha vida.
Sua boca colou-se a minha antes que eu dissesse que eu o amava.
Edward me estreitou ainda mais, sem parar de me beijar e dançar comigo. Eu
jamais esperaria que ele chegasse a me amar de verdade. Mas eu daria
milhões de motivos para que ele gostasse de mim. O resto somente o tempo
diria.
(Cap. 9) Viagem a negócios
Edward POV
Eu bem que tentei adiar a volta ao trabalho, mas Bella bateu o pé. Então
ta.....Eu até entendia sua preocupação, afinal estávamos no final do ano e
esses eram os dias mais corridos. Ainda bem que nesse ano fizemos nossa
festa de confraternização mais cedo. Na verdade, eu pretendia com isso passar
as festas de Natal longe da minha família. Mas as coisas mudaram
radicalmente desde então. E mudaram pra muito melhor,é claro. Mesmo que
minha cabeça estivesse um pouco confusa, às vezes. Por exemplo, por mais
linda e desejável que Bella fosse eu não imaginei ou não ousei pensar que
nosso casamento chegasse ao sexo. Mas chegou e foi perfeito. Aliás eu não me
lembrava de algum dia na vida ter me sentido tão feliz e completo.
–Edward?
Bella me olhava com ar preocupado. Só então percebi que já estávamos
na garagem da empresa. Perigoso. Dirigi todo o tempo pensando outras coisas
sem nem ao menos perceber pra onde ia.
–Desculpe-me. Acho que viajei. O que me perguntou?
– Perguntei quando irá rever seus dados....para tentar a adoção
novamente.
–Bom...agora que estamos casados eles irão querer falar com você.
– Mas eles não fazem isso somente depois que a pessoa conseguiu
adotar?
–Fazem antes e depois. Mas farei isso. Pedirei ao Jacob que venha aqui
hoje.
– Quem é Jacob?
– Meu advogado.
–Ah....sim. Tudo bem.
Inacreditavelmente nesses dias eu não havia pensado na questão da
adoção. Somente agora depois que Bella perguntou, me lembrei de ligar para o
Jacob. Passamos pela recepção aonde Tânia e Alice conversavam. Alice deu um
largo sorriso ao nos ver de mãos dadas, como se isso fosse novidade.
–Bom dia Tânia. Bom dia,Alice.
–Bom dia,chefe.
Eu odiava quando Tânia me chamava assim. E eu sabia que ela fazia isso
para me provocar, mas hoje eu estava tranquilo,apenas a encarei.
– Bom dia. Meu casalzinho preferido abandonou a lua de mel?
– Que lua de mel Alice.....sua louca.
Bella a abraçou e depois a Tânia.
– Pronta para recomeçar,Bella? Sua mesa está transbordando de
papéis....
Bella virou-se pra mim.
–Viu como estava certa em voltar hoje?
Acariciei seus cabelos, alheio às outras duas.
– Vou pra minha sala e ligar para o Jacob. Mais tarde eu te encontro.
Dei-lhe um beijo de leve e segui para minha sala. Céus....era fácil demais me
comportar com ela, me esquecendo completamente que nosso casamento foi
pouco convencional. Pelo jeito não era somente Bella que tinha muito trabalho
pela frente. Minha mesa estava um caos. Mas antes de tudo liguei para Jacob.
–Edward....confesso que já estava estranhando sua demora em me ligar.
– Demora,Jacob? Só estou casado há três dias.
–Mesmo assim....
– Pode vir aqui hoje?
– Na verdade eu já adiantei muita coisa, de forma que já consta lá que
você está casado. Agora vão querer falar com Isabella.
– E quando poderá ser?
– Até pra hoje eu consigo.
– Jacob.....está me saindo melhor que a encomenda. Acho que irei
aumentar seus honorários.
Ele riu alto.
–Faça isso depois que tiver com um pentelhinho correndo pela casa.
De repente a imagem de uma garotinha me veio a mente.....linda como
Bella. Bom....mas se eu tivesse a capacidade de ter filhos, provavelmente eu
não estaria com ela agora. Então tratei de tirar aquela imagem da cabeça. Eu
preferia estar casado com ela e adotar do que ter um filho legítimo e casado
com Victória. Assim que terminei com Jacob fui ate a sala de Bella.
– Atrapalho?
– Claro que não.
Sentei-me a sua frente.
– Jacob virá buscá-la para fazerem a entrevista .
– Agora?
– Daqui a pouco. Acha que conseguirá mentir?
–Como assim?
–Eles irão te perguntar por que nos casamos. Logicamente não poderá
dizer a verdade.
Bella me olhou de forma estranha e perturbadora antes de responder.
–Fique tranquilo. Dará certo.
–Agora...tem mais uma coisa.
– Pode falar.
– Eu terei que viajar. Ficarei cinco dias fora. Uma afiliada nossa na Itália
perdeu seu editor chefe. Preciso estar lá.
–Entendo.
Segurei suas mãos sobre a mesa.
– Queria tanto que você fosse comigo.....mas Alice também estará fora.
Eu preciso de você aqui, ocupando meu lugar.
– Eu? Ficou louco,Edward?
–Nem vem,Bella. Você é tão capaz quanto eu ou Alice.
– Edward...não posso...
– Pode. Afinal de contas isso aqui também é seu.
Bella fez uma cara debochada.
– Devo deduzir que você não leu seu contrato de casamento como
deveria.
– Li por auto....por que?
– Deixa pra lá.....esquece. Terá que ser você,Bella. Eu confio em você.
–Tudo bem. Darei o melhor de mim.
Sorri.
– Eu sei que vai....você sempre faz isso.
Uma leve batida na porta e Tânia entrou.
–Edward? Jacob está aqui.
– Mande-o entrar.
Bella me observou,apreensiva.
–Jacob....veio rápido.
–Aquele ideia de aumentar meus honorários ficou rondando minha
cabeça.
Nós dois gargalhamos e em seguida apresentei-o a Bella.
– Podemos ir imediatamente.
Bella se levantou,alisando sua roupa.
–Acha que estou bem assim?
Eu ri daquele absurdo. Bella era perfeita....sempre. Mas Jacob se
adiantou.
– A imagem perfeita.....já até consigo ver o pentelhinho dos dois.
– Menos, Jacob.
–Vai ver só.
Bella saiu com Jacob e voltei a minha sala. Hora de comprar minha
passagem para a Itália. Cinco dias longe de Bella.....isso não me agradava
muito.
Bella POV
Eu não entendi muito bem o que Edward quis dizer com: eu não li muito
bem nosso contrato de casamento. Fiz uma nota mental de ler quando
chegasse em casa. Cinco dias tomando as rédeas da empresa......e cinco dias
longe dele. Tempo demais para quem queria ficar cada segundo grudada nele.
– Nervosa?
Olhei para o tal Jacob. Era um homem bonito. Moreno,alto e forte.
–Um pouco.
– Fique tranquila. Eles vão permitir que eu fique lá. Talvez se sinta mais
segura.
– Pode ser.
Chegamos e fomos direto a sala do Conselho. Jacob deu um tapinha em
minhas mãos,como forma de apoio.
– Senhora Cullen....como vai?
Uma mulher muito alta chamada Julia me recebeu. A partir daí as
perguntas começaram. A primeira delas eu já adivinhava: Por que nos
casamos? A minha resposta era óbvia,pelo menos pra mim. Eu não precisaria
mentir.
– Conheci meu atual marido há alguns anos atrás. Éramos colegas de
faculdade e depois nos tornamos amigos. Mas na verdade....eu sempre fui
apaixonada por ele.
Jacob me olhava de forma estranha. Mas na hora de falar sobre Edward,
precisei mentir.
– Na verdade ele percebeu que me amava também. Nenhum dos dois
tinha coragem de assumir, com medo de estragar a amizade.
Fiquei mais de duas horas lá. E sai de lá confiante. As expressões no
rosto da Julia denunciavam que ela estava gostando muito do que ouvia. Jacob
me levou de volta a empresa.
– Como Edward nunca percebeu isso?
– Isso o que?
– Que você o ama.
Gelei e tentei mentir.
– Eu precisava dizer isso ou não......
– Nem tente me enganar, Isabella. Sei quando uma pessoa está me
mentindo. E definitivamente.........quando você disse que sempre foi
apaixonada por ele......foi a mais pura verdade.
Como dizem: quem cala, consente. Meu silêncio disse tudo.
– Por que não conta a ele?
– Por Deus,Jacob. Não.....e nem quero falar nesse assunto.
Ele deu de ombros e não falou mais nada. Confiei que ele não diria nada
a Edward. Foi para a sala dele e eu voltei para a minha. Alguns minutos depois
Edward entrou.
– Jacob está esperançoso.
– Eu acho que vai dar certo.
– Não quero pensar nisso agora. Vamos pra casa?
– Assim tão cedo?
– Tenho que arrumar algumas coisas. E é bom que passo mais tempo
com você.
Ouvir aquilo me animou e nem me importei que estivesse cheia de
trabalho. Fui com ele pra casa. Realmente ele queria ficar mais tempo comigo.
Não arrumou coisa alguma. Apenas foi para nosso quarto e fez amor comigo.
Se eu continuasse a amar Edward a cada dia mais intensamente, logo eu não
seria eu mesma. Seria inteiramente Edward. Era isso o que acontecia. A cada
gesto dele, inesperado ou não, eu me apaixonava mais por ele. Pior de tudo foi
me despedir dele na manhã seguinte. Cinco dias... O jeito foi enfiar a cara no
trabalho. Alice também estava fora e eu me senti mais só do que nunca.
Edward me ligava todos os dias, mais de uma vez. Mesmo assim não aplacava
saudade que sentia dele. E à noite era pior. Apesar do pouco tempo em que
dormíamos juntos, eu sentia falta do seu corpo na cama. Além do mais, eu
sempre tive medo da noite, do escuro. Dormia todos os dias com as luzes
acesas. No terceiro dia em que ele estava fora, cheguei em casa e tomei um
longo banho. Liguei a TV e como nas noites anteriores dormi antes que o filme
terminasse. As luzes, é claro, ficaram acesas. O sono pesado não me impediu
de sentir o movimento ao meu lado. Meu coração disparou e minhas mãos
suaram. Abri ligeiramente os olhos e estava tudo escuro. Eu tinha a certeza de
ter deixado as luzes acesas. O medo tomou conta de mim e sem me segurar,
arfei alto. Uma mão suave tocou meu ombro.
– Acordei você?
Virei-me de uma vez em direção a voz.
– EDWARD!!!Você voltou....
Não contive meu ímpeto e o abracei com força.
Ele riu beijando meu cabelo.
– Estou lá ainda.....quer dizer....deveria estar.
– Como assim?
– Tenho que estar lá amanha, pela manhã.
– Então o que faz aqui?
Ele me olhou intensamente antes de responder.
– Não consegui ficar longe de você.
– Edward....
No instante seguinte seu corpo estava sobre o meu. As mãos macias e
firmes retiraram minha camisola enquanto sua boca traçava uma linha de fogo
em meu pescoço. Eu não tinha ideia do quanto meu corpo ansiava por aquele
contato. Eu amava a forma como Edward me penetrava, sempre me olhando
nos olhos e me beijando em seguida. Abracei-o fortemente enquanto o recebia
dentro de mim, me movendo junto com ele. Não havia espaço suficiente para
nossas mãos que se tocavam o tempo todo, se encontravam,se apertavam. Eu
sentia o êxtase se aproximando. Segurei com força em seus cabelos, o ar
abandonando meus pulmões.
– Edward....eu........
Seu rosto estava enterrado em meu ombro, enquanto continuava suas
investidas em mim.
– Você o que, meu amor?
–Eu.....senti tanto sua falta.
– Eu também,Bella.......eu também.
Meu corpo estremeceu e entreguei meu prazer ao mesmo tempo em que
recebia o seu. Dormi agarrada a ele, mais feliz do que nunca. Edward havia
voltado apenas para ficar algumas horas ao meu lado. Acordei com ele já
vestido, ao lado da cama. Me deu um beijo demorado.
– já vai?
– Sim. Ou perco o voo.
– Edward?
– Sim?
– Obrigada por ter vindo.
Sua mão acariciou de leve minha bochecha.
– Senti sua falta.
– Aliás....Bella, por que dorme com as luzes acesas?
Meu rosto pegou fogo.
– Eu.....tenho medo....do escuro....da noite.
Abaixou-se perto de mim, seu rosto quase colado ao meu.
– Medo? Por que? A noite podemos ver as estrelas.
Sua boca roçava a minha e eu quase gemi com isso.
– Você consegue me fazer vê-las mesmo que não seja a noite.
Edward sorriu e me beijou mais uma vez.
– Se cuida. Eu volto logo.
Assim que Edward saiu me virei na cama, enterrando meu rosto no
travesseiro. Merda...........perdidamente apaixonada.. Mas o fato de ter vindo
me ver me deu ânimo para trabalhar esse dias, mais alegre, mais feliz. E
quando finalmente chegou o dia em que ele voltaria, me arrumei com esmero.
Queria estar linda quando ele chegasse. Apesar de estar ocupando o cargo
dele, eu ainda usava minha sala. Alice irrompeu por ali, me assustando.
– Bella.....preciso que me ajude.
– O que foi,Alice?
Alice tinha voltado no dia anterior. E como só faltava um dia para Edward
voltar, continuei a ocupar o cargo.
– Tenho uma reunião importante agora. E teríamos que fazer uma
matéria com o Damon sobre....
Ela fez uma pose e uma cara tão engraçada que comecei a rir.
– Sobre Beleza masculina.
– Só você mesma, Alice.
– Ele já está quase chegando, Bella. Por favor.
– tudo bem. Eu faço a matéria com ele.
– pode usar o escritório 3. É o melhor.
– tudo bem, então.
Vinte minutos depois, uma Tânia ruborizada me informou que o tal
Damon havia chegado.
Era realmente um homem belíssimo. Mas nada que se comparasse ao
meu Edward, é claro.
Nos dirigimos ao escritório três e começamos a matéria.
Além de bonito era um homem agradável e divertido. Uma hora e meia
depois ainda não tínhamos terminado a matéria. Bebericávamos um café que
Tânia levou e eu ria de alguma coisa que ele falou, nem me lembro o que era.
Uma ligeira batida na porta e Edward entrou.
– Boa tarde.
Damon se levantou sorrindo e cumprimentou Edward.
– Como vai, Edward?
– Não tão bem quanto você.
A secura de Edward me pegou de surpresa. Queria abraçá-lo e matar
minha saudade. Mas o olhar quase furioso dele desceu pelo meu corpo, ainda
sentado, de pernas cruzadas. E me paralisou por uns instantes.
– Bella...
– Como foi de viagem?
– Bem. Não terminaram ainda?
Completamente sem graça, Damon me olhou antes de responder.
– Sim. Estávamos......jogando conversa fora.
– Ótimo...pelo visto Bella não tem mais o que fazer. Podemos ir pra casa.
Eu não estava entendendo Edward. Sempre tão polido e educado. Que
merda estava acontecendo agora? Estendeu mais uma vez a mão pra Damon e
saiu.
– Te espero na minha sala.
Fiquei completamente sem chão, com cara de palhaça.
– Bem..foi um prazer, Bella. Mas acho que devo ir agora. Edward não me
pareceu bem humorado.
– Obrigada, Damon. A matéria ficará perfeita. E me desculpe por
Edward. Deve estar cansado da viagem.
Acompanhei-o até a recepção e antes que voltasse pra sala dele, Tânia
me barrou.
– O que aconteceu?
– Por que?
– Edward está furioso...quase me derrubou quando passou por mim. E
além disso me maltratou....e a Alice também.
– Alice já voltou?
– Acabou de chegar.
– bom...deixe-me enfrentar a fera então.
– Boa sorte.
Bati e entrei. Edward estava sentado a sua mesa e seu olhar percorreu
meu corpo mais uma vez ao me ver entrar. Seu olhar era tão frio e ao mesmo
tempo raivoso que estremeci.
– O que aconteceu,Edward?
Ele não disse nada. Apenas continuou me encarando. Eu não tinha
certeza se gostava de ver Edward com raiva. Parecia um leão pronto para o
ataque e eu nem mesmo sabia o porque.
Edward se levantou e se aproximou de mim, a respiração ofegante. Me
puxou com força e me beijou com tanta fúria que meus lábios sangraram.
–Edward....
Seus olhos estavam em chamas.
– Você é minha, entendeu?
Porra.....e quem disse o contrário?

(Cap. 10) Apaixonadamente......apaixonado


Edward POV
Saudade.........saudade imensa que quase me sufocava. Era isso o que
eu sentia nesse momento. Vontade de jogar tudo para o alto e voltar pra casa.
Eu não contava com essa viagem terrivelmente longa para mim. E muito
menos com a ausência de Alice. Pelo menos se a louca estivesse lá, poderia
trazer Bella comigo. Mas, não......teria que ficar cinco dias longe
dela. CINCO!!!! Tempo demais pra mim. Eu não entendia....o que estava
acontecendo afinal? Em tão pouco tempo ficar tão dependente da presença
dela. Isso definitivamente não era normal. Eu mesmo estava me
surpreendendo. Sonhava com Bella todas as noites, eu quase podia sentir seu
cheiro. E no terceiro dia eu não me aguentei mais. Saí mais cedo do escritório
e fui direto ao aeroporto. Graças a Deus ninguém estava muito afim de viajar
nesse horário. Consegui um voo. Cheguei em casa à uma da manhã. O
estranho era que todas as luzes estavam acesas. Fui até o quarto e lá estava
ela. Dormindo encolhida com uma fina camisola. Os cabelos revoltos
espalhados no travesseiro........Era a imagem da perfeição feminina. Minha
vontade era abraçá-la fortemente até deixá-la sem fôlego. Mas seu sono
parecia tão sereno que resolvi me contentar apenas em me deitar ao seu lado.
No entanto bastou eu me deitar e seu corpo ficou tenso. Pensei ter ouvido um
arfar e toquei seu ombro.
– Acordei você?
Bella se virou e me pegou de surpresa, me abraçando com força.
– EDWARD!!!Você voltou....
Sem que eu me desse conta eu estava tomando seu corpo quente. Ali
era meu paraíso. Somente ali, ao seu lado eu me sentia bem. Foi gratificante
demais ver a alegria em seu rosto por me ter ali. Mas infelizmente eu teria que
voltar bem cedo. Fiz loucura demais viajando tão rapidamente. Mas por ela
qualquer loucura valia a pena. Me vi trabalhando feito um louco, fazendo o
impossível para que eu voltasse mais cedo, a tempo de almoçar com ela...ou
simplesmente ir pra casa. Consegui deixar tudo em ordem e às onze da manhã
eu entrava em minha empresa.
– Bom dia, chefe. Voltou cedo.
– bom dia,Tânia. Na verdade voltei mais tarde do que queria.
Fui direto a sala de Bella e ela não estava. Mas sua bolsa ainda estava
lá, então deveria estar com Alice. Fui a sala de Alice e não havia ninguém.
Estranho...já era para Alice ter voltado. Retornei para falar com Tânia
– Aonde está todo mundo?
– Alice saiu para uma reunião. E Bella está fazendo uma matéria no
escritório 3.
– 3? Com quem?
– Com o Damon. Alice pediu.....
Eu me afastei dali antes que Tânia terminasse. Uma raiva não sei de
que, não sei de quem, tomou conta de mim. Segui até o escritório 3 e inspirei
profundamente antes de bater e abrir a porta. O casal ali dentro era a imagem
da descontração. Bebendo café e rindo a valer. Minha pulsação disparou ao
olhar pra Bella. Ah....puta que pariu...o que era aquilo? A roupa era
....indecente, pelo amor de Deus. A blusa delineava totalmente os seios
perfeitos. Segurava uma xícara de café e estava com as pernas cruzadas, o
que dava uma visão das coxas bem torneadas.
Eu nunca senti uma vontade tão grande de estapear alguém quanto
senti de estapear aquele cara. O que ele estava pensando? Sozinho, aqui com
a MINHA mulher? Contei até 10 para tentar manter a calma. Mas não consegui
evitar minha frieza. E o sujeito ainda vinha me falar que estavam jogando
conversa fora, como se Bella não tivesse uma empresa para dirigir. Fiz questão
de frisar que eu e Bella estávamos indo pra casa. E me retirei. Sai dali com
vontade de ter uma bazuca e explodir aquilo tudo ali. E a idiota da Tânia ainda
cisma de cruzar o meu caminho. Dei uma trombada tão forte nela que quase a
joguei no chão.
– VÊ SE OLHA PRA ONDE ANDA, TÂNIA.
– Edward!!!
Alice vinha logo atrás. Apontei meu dedo acusador pra ela.
– Você......você....FICOU LOUCA?
– O que foi, Edward? Meu Deus, por que está berrando?
Fechei meus olhos e apertei meu nariz.
– Que ideia estapafúrdia foi essa de colocar Bella para fazer a matéria
com aquele cara?
– Qual o problema? Bella só estava me ajudando.
– FO. DA- Se......Eu não quero Bella perto de outro homem, entendeu?
Ainda mais um homem como ele.
Alice mordeu os lábios e olhou para Tânia que ainda estava parada ali.
– Um homem como ele? Tipo assim....lindão, hein,Tânia?
– Ô.....gostoso.
Eu bufei e cerrei meus punhos. Alice se aproximou e apertou minha
bochecha.
– Ai, que bonitinho, Tânia. O Edizinho está com ciúmes....
– Alice.....não me provoque.
– Está com ciúmes da Bellinha com o Damon. Ai que coisa meiga. Está
tão apaixonado.
– ALICE!!!
Berrei e ela parou.
– Está me devendo essa . E você, Tânia.....está demitida.
Me afastei dali ainda a tempo de ouvir Tânia.
– Viu o que você fez Alice?
– Nada, boba. Ele te demite, eu te contrato de novo.
Entrei para minha sala e bati a porta com um estrondo. A raiva me
consumia. Meu coração batia tão violentamente que se eu tivesse algum
problema cardíaco com certeza teria enfartado. Ia me assegurar de rasgar
aquela roupa da Bella quando chegasse em casa. Segurei minha cabeça entre
as mãos,segurando meus cabelos com força.
Ciúmes....violento e arrebatador. Me tirava qualquer bom senso nessa
hora. Se eu fosse um homem violento teria matado alguém hoje. Mais
especificamente...um alguém. Alguns minutos depois, uma batida e Bella
entrou. Meu olhar percorreu seu corpo de cima a baixo. Mas eu ainda fervia de
raiva
– O que aconteceu,Edward?
Não respondi. Apenas me levantei, me aproximando dela. Minha
respiração ainda estava ofegante, mas tudo o que eu queria era apertá-la em
meus braços para que ela nunca mais se esquecesse de mim. Sem ao menos
me dar conta do quanto estava sendo bruto, puxei-a com força e beijei-a com
violência. A imagem dos dois no escritório voltou a minha mente e apertei
mais meus lábios nos dela. A simples ideia de que outro homem pudesse tocá-
la assim me fazia perder o juízo. Somente me separei dela quando senti o
gosto de sangue em minha boca. Eu a machuquei. Merda.
–Edward....
Ouvir meu nome através da voz doce e suave sempre me enlouquecia.
Segurei-a pela nuca, ainda com força.
– Você é minha, entendeu?
– Edward, por favor, o que aconteceu?
Seu semblante era triste e me afastei.
– pegue suas coisas. Vamos pra casa.
– Mas eu ainda....
Dei um soco na mesa e ela deu um pulo.
– ESSA PORRA DE EMPRESA AINDA É MINHA. ESTOU MANDANDO VOCÊ
IR. AGORA!!!
Bella saiu sem dizer nada. Quando sai da minha sala, Alice e Tânia me
olhavam. Alice balançou a cabeça no momento em que Bella se aproximou.
– Estou pronta, Edward.
– Até amanhã.
Ninguém se atreveu a falar nada. E durante todo o percurso para casa
Bella permaneceu com o rosto virado para a janela. Não me atrevi a falar
nada. Chegamos e fui direto para o banheiro, tomei um longo banho para ver
se acalmava minha ira.
– Quer comer alguma coisa,Edward?
Você.
– Não.
– Então vou tomar meu banho.
Deitei-me na cama de olhos fechados. Sentia uma dor estranha, quase
insuportável no peito, que me impedia de raciocinar e mesmo respirar direito.
Senti a presença de Bella, de volta ao quarto e abri os olhos. Estava parada me
olhando, apenas enrolada na toalha. Deus do céu....se Bella cismasse de sair
da minha vida, eu me matava. Antes que meu bom senso falasse mais alto,
minhas mãos puxaram-na para a cama, meu corpo já cobrindo o seu e minha
boca invadindo a sua. Meu beijo era ardente, possessivo. Sim, possessivo
porque Bella era minha. Inteiramente minha. Bella gemeu meu nome,
agarrando meus cabelos e enlouqueci. Arranquei sua toalha, já sugando seus
seios, minhas mãos percorrendo tudo aquilo que era meu. Levantei-me
rapidamente e tirei minha roupa. Bella me olhava ofegante, seu rosto rosado e
seu peito arfante.
– Edward......
Esse gemido me matava. Bella me puxou pelo braço e cai sobre ela,
penetrando-a quase imediatamente. Nunca, nem em meus tempos de garoto,
eu estoquei com toda força, com tanta violência em uma mulher. Eu estava
cego, sem controle, fora de mim. Quando sua boca mordeu minha orelha, eu
gritei e segurei-a ainda mais forte.
– Você é minha....diga que você é minha.
– Ah...Deus...eu sou sua, Edward. Sempre fui.
Meu gozo saiu de mim antes que eu pensasse em evitar, sacudindo meu
corpo, marcando- a como minha. Como teria que ser sempre.
Bella estava imóvel sob mim e só então senti que chorava. Merda...burro
do caralho... Colei minha testa na dela, de olhos fechados.
– Perdão, Bella. Por favor, me perdoa. Não queria machucá-la.
– Não me machucou, Edward. Só estou chorando.....de felicidade.
Abri meus olhos e encarei os seus.
– Apesar de estar bravo comigo......eu estou feliz...por estar de volta.
– Ah....Bella....
Foi ai que as palavras de Alice bateram certeiras em mim. Todo aquele
desespero, toda aquela saudade, todo aquele ciúme: Eu estava apaixonado por
ela. Constatar aquilo foi a morte pra mim. Bella me considerava um amigo,
que porra.....o que fui fazer? Levantei-me e caminhei ate o banheiro, mas
parei na metade do caminho, de costas pra Bella. Fechei meus olhos, batendo
minha cabeça duas vezes contra a parede: Burro.....burro.
– Edward....por favor? Me diz o que fiz de errado? Eu juro que não fiz
nada por querer.....
Minha perdição.....Meu sentimento por Bella estava tão arraigado dentro
de mim, exercia uma força tão dominadora sobre mim que soltei sem pensar.
– Merda........
– Edward...........
– Estou apaixonado por você, Bella.
Ainda estava de costas pra ela, mas me virei assim que ouvi seu soluço
alto. Bella me olhava chorando. Ai, meu Deus....eu sabia que iria estragar
tudo. Fiquei imóvel ,sem ação.....até que Bella deu um pulo da
cama..............e caiu em meus braços, me beijando. Beijei-a também com
todo meu amor e paixão. Mesmo sem entender sua reação. Pois suas lágrimas
agora caiam em cascata.
– Edward.....ah....Edward......
Percebi que ela tentava me dizer algo e não falei nada. Apenas esperei
enquanto ela teimava em falar entre soluços.
– Ed....Edward....eu te amo.....tanto......tanto.
Céus.....fechei meus olhos e busquei ar, como se o fato de inspirar
profundamente pudesse trazer aquelas palavras pra dentro de mim. Só queria
fazer um pedido a Deus: pare o tempo agora!!!!
Foda.....eu não ia chorar agora, ia?
– Te amo há tanto tempo, Edward. Não sei ficar sem você.
Sim.....eu ia chorar.
– Bella.....
Apertei-a forte. Nosso corpo tremia, convulsionado pelas lágrimas que
jorravam de nós dois.
Segurei seu rosto em minhas mãos, olhando em seus olhos.
– Não vai ficar sem mim...nunca. Porque eu já não sei mais como viver
sem você.
So então me dei conta de tudo o que Bella tinha feito por mim e o por
que:
Por amor.

(Cap. 11) Vida de casado


Bella POV
Eu perdi a noção do tempo. Não sabia exatamente ha quanto tempo eu e
Edward estávamos daquele jeito. Edward encostado à parede abraçado a mim.
Melhor.....estávamos colados, ambos ainda nus. Apenas chorávamos.
Não falávamos nada, como se qualquer palavra dita ou qualquer gesto
pudesse nos tirar desse momento que parecia um sonho. As batidas do meu
coração, descompassadas se fundiam às dele. Éramos agora um só. A minha
emoção era a dele, a felicidade dele era a minha. Apertei-me mais ainda contra
ele, seus braços em volta dos meus ombros. Com suavidade sua boca traçava
beijos em meus cabelos. Sua mão ergueu meu queixo, me fazendo olhar para
ele. Encontrei seus olhos penetrantes,brilhantes pelas lágrimas e
transbordando de amor. Eu não tinha dúvida alguma que Edward me amava.
Seus dedos deslizaram pela minha bochecha e inconscientemente eu inclinei
um pouco minha cabeça,apoiando-a em sua mão, mas sem desviar meu olhar.
–Bella.....eu te amo.
– Eu também amo você,Edward.
Era impressionante como não conseguíamos pronunciar essas palavras
sem que lágrimas chegassem aos nossos olhos. Passei meu dedo em sua face
tentando em vão secar seu rosto. Igualmente ele fazia comigo. Mais uma vez
enterrou seu rosto em meu cabelo e inspirou profundamente.
– Há quanto tempo sabe disso,Bella?
–Sinceramente? Não sei. Acho que sempre fui apaixonada por você.
Edward me pegou gentilmente pela mão me levando até a cama.
– Venha cá. Sente - se comigo aqui. Sentou-se encostando à cabeceira
da cama. Abriu um pouco as pernas e me encaixou ali, em seu meio.
Quando pensei que fosse retomar nossa conversa,Edward me beijou
novamente. O que era bom ficou melhor. Seus beijos agora apaixonados, me
arrepiavam da cabeça aos pés.
–Foi por isso que quis me ajudar? Fazendo-me aquela proposta?
–Sim. Eu te amo e queria vê-lo feliz. Machucava-me vê-lo sofrer tanto.
Aquele dia da festa, em que estive aqui, eu queria agarrar qualquer chance de
poder ficar mais tempo ao seu lado.
–Eu deveria ter ouvido o Emmett.
Eu ri com a lembrança.
–Mas ele também não tinha certeza. Jogou verde,como ele mesmo disse.
E você,Edward?
Ele pareceu pensar um pouco antes de me olhar fundo.
–Não sei ao certo. Eu sempre quis me casar do jeito que fizemos. Mas
talvez não tenha sido esse o motivo. Acho que eu já estava apaixonado e não
me dava conta disso. Eu já queria passar mais tempo ao seu lado, sentia sua
falta.
Ficamos em silêncio um bom tempo até que Edward voltou a falar.
– Mas depois de hoje.....quando vi você com aquele cara.
–Eu estava trabalhando.
– Eu sei. Mas vai dizer isso para um homem apaixonado pela melhor
amiga e que nem ao menos desconfia que está apaixonado. A imagem de
outro homem tocando em você me fez perder o juízo. Briguei com Alice e
Tânia. Sem nem imaginar que você também me ama.
–Agora já sabe.
–Minha família vai pirar quando souber disso. Eles adoram você.
– E eu amo você.
– Não consigo acreditar nisso. Acho que terá que dizer isso mais vezes.
Eu ri e me ergui, ficando ajoelhada em frente a ele.
–Eu te amo,Edward Cullen. Te amo com todas as minhas forças.
– Eu também amo você,Isabella Cullen. Então repita comigo:
– Pra sempre.
– Pra sempre,meu amor.
Com extrema delicadeza, Edward deitou meu corpo sobre a
cama,ficando de joelhos ao meu lado. Deslizou sua mão em meu seio e eu
acariciei a barriga máscula.
–Acho que fizemos sem saber. Agora devemos fazer sabendo.
–Do que fala,Edward?
– Falo de fazer amor,Bella. Fizemos sem nem nos darmos conta que era
amor. Agora sabemos......e será infinitamente melhor.
Edward não poderia estar mais certo. Cada beijo, cada aperto de suas
mãos em minha pele gritava que ele me amava, e que era correspondido. Me
olhou uma infinidade de tempo antes de deslizar - se para dentro de mim.
Quando estava completamente preenchida por ele, vi Edward chorar
novamente.
–Minha. Sinta agora,Bella. Sinta nosso amor.
Eu o sentia em cada célula do meu corpo que vibrava,que explodia num
orgasmo intenso junto com ele. Era maravilhoso amar Edward. Mas ser amada
por ele............
Edward POV
Eu já tinha me beliscado umas dez vezes. Mas Bella continuava me
fitando com um olhar apaixonado. Então não era mesmo um sonho. Bella me
amava. Como eu a amava. Tantas descobertas num único dia foi fatal para
mim. Chorei feito criança. Não me lembrava de ter chorado assim algum dia
em minha. Pelo menos não por mulher. Sim. Era por ela que eu chorara. Ou
por mim, não sei. Pela sorte de ser amado por aquela mulher. Aquela que era
única pra mim. Quando isso aconteceu? Não faço ideia. E isso não me
importava. Só me importava o amor que sentia por ela. E que me pegou de
forma intensa,quase insana. Pela primeira vez eu via um olhar
verdadeiramente apaixonado, de uma mulher pra mim. Era tudo muito novo
pra mim, e eu tinha medo. Como fui pensar que algum dia eu amei Victória ou
fui amado por ela? Talvez eu tenha realmente gostado dela, mas nunca com a
mesma intensidade do meu amor por Bella. Pensando agora, com Bella em
meus braços.........nunca fiz amor com outra mulher. Sempre foi sexo. Sempre
em busca do meu objetivo. Egoísmo? Talvez. Mas com Bella foi diferente,desde
a primeira vez. Não pelo fato de já saber que não poderia ter filhos, mas
querer APENAS estar com Bella, sentir seu calor contra o meu. Era estranho.
Conhecia Bella ha anos. Por que não me apaixonei por ela antes?
–Edward?
–Hum?
– Estive pensando. Estamos a uma semana do natal.
– E?
– Temos que fazer compras.
Bella estava deitada sobre meu peito, depois de quase me matar de
prazer. Levantou a cabeça para me olhar.
– Você quer dizer comprar presentes?
–Sim.
–Nunca fiz isso,Bella.
–Nunca? Quer dizer....
–Claro que sempre dei presentes. Mas era sempre Alice quem comprava.
Acho que não sei fazer isso. Victória nunca fez questão de fazer essas coisas.
–Bom, mas eu faço. E quero ir hoje.
– Por que hoje?
– Porque as lojas já estão cheias e a tendência é piorar.
– Tudo bem. Mas já sabe que servirei apenas para carregar suas sacolas.
- Já é meio caminho.
Minha vontade era continuar na cama, abraçado a Bella, brincando com
seus cabelos. Mas tínhamos trabalho pela frente. Aos poucos nossa vida ia
tomando forma. Bella no banho enquanto eu preparava o café. Eu sempre fiz
questão, assim como minha mãe, de tomarmos café juntos. Em outros tempos
eu sempre ficava sozinho à mesa do café. Tive que reparar na roupa de Bella.
Eu não sabia que era tão ciumento assim. Acho que terei que trabalhar isso.
Bella percebeu meu desconforto e me abraçou.
–É tudo seu..
– vou tentar me lembrar disso.
Saímos para o trabalho. Teria que me lembrar de pedir desculpas a Tânia
e Alice. Estava fora de mim no dia anterior.
– Preferia ter ficado em casa.
– Que isso, Edward? Vai fazer corpo mole agora?
– Não totalmente mole.
Bella ficou vermelha e entendi o por que. geralmente eu não falava
essas coisas. Pensava, mas não falava. Mas isso foi antes de saber que ela me
amava. Agora que sabíamos do nosso amor, eu não teria escrúpulos em
mostrar todo o desejo que sentia por ela. Prova disso foi que ao entrarmos no
elevador, puxei seu corpo para o meu, beijando- a. - Edward.....alguém pode
ver.
– E dai? Bella....é minha esposa.
– Sim ,mas.........
– Sem mas....é minha. Eu te amo. Poderia fazer amor com você aqui se
eu quisesse.
– Você me assusta.
Eu gargalhei e ela riu comigo. A porta do elevador se abriu. Já
estávamos no nosso andar. Passei o braço em seus ombros e saímos, ainda
rindo. Foi dessa forma que os olhos de Alice bateram em nós dois. Geralmente
chegávamos de mãos dadas e não agarrados e sorrindo,absurdamente felizes.
Seu sorriso iluminou seu rosto.
– Eu falei.
– Bom dia, Alice. Bom dia, Tânia. - Bom dia. Têm noção de como está
transbordando?
– O que exatamente, Alice?
– Essa felicidade de vocês. Finalmente descobriram não é?
Não era preciso dizer com todas as letras. Bella olhou pra mim,
mordendo os lábios. Não resisti e beijei-a na frente das outras duas.
– Ah....Bella. Dá um abraço aqui, amiga. É tão bom vê-los assim.
– É muito bom ESTAR assim, Alice.
– Viu, Edward? Não precisava ter brigado com a gente.
Puxei Bella de volta pra mim.
– Como eu poderia adivinhar que ela também me ama?
– Dã.....é burro mesmo.
– Alice.....estou feliz hoje. não vou brigar com você por causa desse
desaforo.
– Quer dizer que não estou demitida?
– Ainda não,Tânia.
– Ah...ta. Então me deixe ficar quietinha aqui.
– Precisamos comemorar isso, Bella. Vamos sair hoje à noite?
– Humm....eu e Edward já combinamos de sair. Compras de natal.
– NÃO ACREDITO! VOCÊ? Essa eu pago pra ver.
–Vou apenas fazer companhia, Alice.
– Nunca fez isso, nem comigo.
– Mas farei com Bella. Agora chega de conversa fiada.
Puxei Bella pela mão, falando sobre o ombro.
– Tânia.....em minha sala em 15 minutos.
– Sim, senhor.
Antes de entrar para minha sala dei um último beijo em Bella.
– A gente se vê no almoço.
Almoço nada. Eu não daria uma hora até que eu estivesse na sala dela.
Exatamente quinze minutos depois, Tânia entrou.
– Pois não, Edward?
– Sente-se.
Tânia parecia com medo. Quase ri.
– Só queria me desculpar com você. Pelo modo como a tratei ontem.
– Tudo bem. Estava nervoso.
– Estava explodindo de ciúmes, você quer dizer, não é?
Ela riu.
– Nunca imaginei ver essa cena vindo de você.
– Nem eu.
– Fique tranquilo. Não estou chateada.
– obrigado.
Tânia se levantou caminhando até a porta.
–Edward?
–Sim?
– Parabéns aos dois.
Eu apenas ri. Diferentemente do que eu pensava, eu consegui
concentrar no trabalho. Tinha tanta coisa a fazer que acabei perdendo a hora.
Somente quando Bella entrou na sala eu vi que passava do meio dia.
– Estava te esperando para almoçar. Como não apareceu.
– Nossa. ...desculpe-me. Me distrai aqui. Mais cinco minutos e já iremos.
Realmente eu teria que trabalhar essa coisa de ciúmes. Ver várias cabeças
masculinas se virando para olhar Bella não foi uma coisa exatamente
agradável de se ver. Sem contar o garçom que praticamente babou em cima
dela.
– Ok. Essa é a última vez que venho a essa porra de restaurante.
– Edward, não comece.
– Edward.....não comece. Fácil falar quando não se sente na pele.
– Quer saber? Eu sinto sim. Olha esse bando de mulher se oferecendo
pra você.
Olhei ao redor e constatei que realmente quase TODAS as mulheres ali
me encaravam. inclinei meu corpo sobre a mesa em direção a ela.
– Eu só quero você.
– Eu também, seu bobo.
Ia ser difícil. E sai dali realmente disposto a não mais colocar meus pés
naquele restaurante.
– Vamos passar em casa antes de irmos ao shopping?
– Acho que não. Vamos direto do trabalho.
– E vai com essa roupa?
– Edward.
– tudo bem. não falo mais nada.
Porra. Eu ia ficar doido. fato.
Bella POV
Eu nunca imaginei que fazer compras com Edward seria tão divertido.
Ele não era tão impaciente quanto imaginei que fosse. Sem contar que me fez
experimentar milhares de vestidos e desfilar na sua frente até que ele
escolhesse o melhor.
– Eu já usei vermelho na festa da empresa.
– E dai? Isso não é vermelho. é rosa.
– Então vai esse mesmo.
Assim como ele, eu me irritava com os olhares femininos sobre ele. Uma
vendedora me deixou falando sozinha, olhando de boca aberta para ele. Eu
falava e ela simplesmente não respondia. Peguei Edward pela mão.
– Ok. Vamos embora.
– Mas, Bella.....
A vendedora pareceu sair do transe.
– Senhora, posso mostrar outros modelos.
– Foda-se. E a próxima vez que ficar babando em meu marido eu lhe
quebro a fuça.
Assim que saímos da loja Edward gargalhou.
– E depois fala de mim. Eu nunca fiz isso.
– Não...só foi indelicado com o Damon.
O sorriso sumiu do seu rosto.
– Nem me fale nesse cara.
Fora isso tudo foi perfeito. Minha vida estava perfeita com Edward. às
vezes saíamos a noite, ou simplesmente estávamos cansados demais e
ficávamos em casa. O sexo entre nós começou a ficar mais.....ardente.
Passávamos horas na cama. Não havia a preocupação com proteção. Edward
era tão másculo, tão viril e cheio de energia que era uma blasfêmia não poder
gerar filhos. Apesar de isso não ter nada a ver. Como estávamos no final do
ano Edward achou melhor esperarmos até voltarmos ao Conselho para verificar
as possibilidades de adoção. Edward queria viajar no ano novo, a sós comigo.
Ainda não tínhamos contado a família dele que nos descobrimos apaixonados e
Alice prometeu guardar segredo. Quatro dias antes do Natal, Edward dispensou
todos os funcionários. Tínhamos o dia inteiro livre para nós dois. E nem era
preciso dizer o que ficávamos fazendo.

(Cap. 12) Ano novo....Vida Nova


Edward POV
Ha muitos anos eu deixei de gostar de datas muito festivas. Tudo bem
que sempre passava ao lado da minha família. Mas sempre faltava algo. Sei
lá....acho que sempre fui meio melindroso. Ao final sempre ficava meio de
lado. Não porque me deixavam de lado. Mas sempre estavam lá felizes cada
qual com seu par. Alice que nunca se desgrudava do Jasper. Meu pai e
minha....nem se fala. Parece que se conheceram ontem. Emmett era mais
largado. Mas sempre vinha acompanhado de uma garota. Já eu, casado,
estava sempre sozinho. Que eu me lembre Victoria passou apenas um natal ao
lado da minha família. Então eu me perguntava: pra que? Pra que me reunir
para me divertir quando minha alma, meu espírito estava ferido? Não consigo
entender por que o ser humano é tão difícil. Por que nunca percebi que o que
me faltava era amor? Merda.....anos casado....e nunca amei. Tão pouco fui
amado. E durante muito tempo isso me corroeu.....até o dia em que Bella me
apareceu novamente. Não vou mentir e dizer que sempre fui apaixonado por
ela. Se era....realmente não sabia. Mas eu sempre gostei demais dela. E
quando apareceu de volta em minha vida foi como um bote salva- vidas. Eu vi
nela a chance de pelo menos sorrir novamente, já que éramos tão amigos.
Nunca poderia imaginar que isso se transformaria num amor puro....e forte.
– Se continuar parado, me olhando, vamos chegar atrasados.
– Que cara de pau que você é, Bella. Abracei seu corpo.
– Me deixa louco de amor e nem quer que eu fique admirando a bela
mulher que tenho?
– Terá muitas horas ainda para admirar.
– Mesmo? De que forma poderei admirar? Sob esse vestido?
Minha boca roçava seu pescoço e um leve tremor balançou seu corpo.
– Pare com isso. Vamos logo.
Eu ri. Bella ainda conseguia ficar envergonhada com qualquer
manifestação sexual de minha parte. Só no começo, porque depois se
soltava.....e era muito bom.
– Está linda.
– você também está perfeito.
Seguimos para a casa de meus pais. Minha mãe e Alice sempre
caprichavam na decoração. Eu quase nunca prestava atenção, o que irritava
Alice. Mas esse ano era diferente. Ou eu estava mais "mole" ou Alice
caprichara mais.
– Meu Deus, Edward.....ta lindo demais.
– Minha mãe e Alice adoram isso.
– Está perfeito.
– Pelo menos pra mim, está. Com você aqui.
Bella abriu um sorriso largo e me abraçou....e entramos em casa. A
expressão da minha mãe ao nos ver me emocionou. Eu sabia que ela se
preocupava comigo. E se ressentia por Victoria nunca ter conseguido me fazer
realmente feliz, embora eu dissesse o contrário. Minha mãe me conhecia muito
bem. E ela via exatamente como eu me sentia agora: feliz.
– Bella....querida. Nosso primeiro natal juntas. Obrigada por vir, filha.
– Eu que a agradeço, Esme. Está tudo tão lindo.
– Sim, lindo. inclusive vocês dois.
Fui envolvido pelos seus braços.
– É impressão minha ou os dois estão......
Bella me olhou e sorriu.
– Dizem que coração de mãe não se engana.
– Ah....meu filho.
Agora eu sabia porque eu era um chorão de mão cheia. Tinha a quem
puxar.
– O que está acontecendo aqui?
– Nada, pai. Minha mãe apenas ficou emocionada.....por saber que eu e
Bella nos amamos.
– O que? Aleluia........Dá um abraço no pai, Edward.
Bando de loucos. essa era minha família.
– Bellita.........
Emmett carregou Bella e rodopiou com ela.
– Eu sabia....cara....você é minha ídola. Fez esse bobão se apaixonar.
Não liguei. Emmett estava coberto de razão. Olhei para a loira atrás dele. - E
pelo jeito Rose conseguiu o mesmo com você.
– ola, Edward.
– Como vai,Rose?
– Agora estamos empatados. Eu coloquei Bella no seu caminho, e vocês
colocaram Emmett no meu.
– Com certeza. Só que tive mais sorte que você, Rose. Meu prêmio não
se compara com o seu.
Bella e eu gargalhamos. Emmett bufou.
– Cafajeste.....ta se achando agora.
Existem certos momentos na vida da gente em que percebemos como as
pessoas que estão ao nosso redor nos amam e se importam com nosso bem
estar. Esse era um desses momentos. A alegria de todos da minha família pelo
meu relacionamento com Bella era tão evidente que não havia como negar o
afeto que nos unia. Finalmente eu estava bem. E por incrível que pareça, nem
estava louco para conseguir logo a adoção. Não que tenha desistido. Isso
jamais. Mas porque eu sabia que viria na hora certa. Bella nunca mudaria de
ideia. Tudo aconteceria num momento especial para nós dois, tinha certeza
disso. Observei Bella e minha mãe ao lado da enorme árvore de natal. Duas
grandes mulheres. E por incrível que pareça as duas me deram a vida. A
mulher da minha vida esteve o tempo todo embaixo de minhas asas e não
percebi. Grande idiota é você, Edward Cullen. Bella e eu combinamos de não
nos darmos presentes. Nosso maior presente já tínhamos. Eu, é claro, não
cumpri isso. Seu presente ainda estava em minha casa. Mas foi óbvio que
todos gostaram do que compramos.
– Viu? Não é tão péssimo para escolher presentes.
– Eles podem estar fingindo, Bella.
Ela bufou.
– Até parece que dá. Todos eles são um livro aberto.
-Edward....Bella....venham brindar com a gente. Já é meia noite.
Fomos até nossa família brindar com eles.
– Nosso primeiro natal juntos, Edward.
– O primeiro de muitos que virão.
– Eu espero que sim.
– Como assim? Acha que irá sair da minha vida?
– Não, mas....
–Ah....para com essa birutice e me beija.
Puxei seu corpo e colei minha boca na dela. Incrível como
antigamente.....
Eu disse antigamente? horroroso...odiei dizer isso.
Ha uns anos atrás eu morreria de vergonha de dar esses "espetáculos"
na frente da minha família. Com Bella fluía tudo naturalmente. Sem sombra de
dúvida esse seria um dos melhores dias da minha vida. E pensar que eu ainda
teria muitos.
Bella POV
Hoje eu poderia dizer que tinha tudo. Tudo que uma mulher poderia
desejar. Um belo emprego, uma aparência legal....e um belíssimo marido. Em
todos os sentidos. E um mentiroso de marca maior. meu presente estava na
nossa garagem. Quase cai pra trás quando vi o carro. Eu so pensava em como
retribuir isso.
Espreguicei meu corpo e olhei meu vestido jogado a um canto qualquer
do quarto. Edward ainda dormia ao meu lado. Passava da uma da tarde.
Saímos da casa de meus sogros quase ao amanhecer. E Edward ainda teve
pique pra fazer amor comigo. Meu primeiro natal com minha nova família. Tudo
estava tão perfeito que as vezes eu tinha ate medo que algo desse errado, até
mesmo em Victoria eu pensei. Estava surtando, só pode. Meu corpo estava
dolorido e pensei em tomar um banho. Antes que saísse da cama, Edward me
puxou de volta.
– Aonde pensa que vai?
– Tomar um banho.
– Fique mais um pouco aqui.
– Meu corpo está dolorido, Edward.
Ele se ergueu.
– Machuquei você?
– Não. Acho que estou com um resfriado enrustido.
– Será? Dói muito?
– Um pouco.
– Vou fazer um chá pra você. Se for um resfriado mesmo, logo estará
boa.
E era mesmo um resfriado. resultado: três dias de cama.
– Amor...acho que vou adiar nossa viagem.
– por que?
– Estou sentindo que você ainda está fraca.
– Mas Edward....
– Faremos o seguinte. Passamos o Réveillon aqui mesmo. E em outra
ocasião viajaremos, está bem?
Concordei. Afinal eu não me sentia realmente muito bem.
A semana passou rápido e logo estávamos na virada do ano. Passamos
na casa dos meus sogros, ficamos lá um pouco e depois fomos até a praia.
Caminhávamos de mãos dadas pela areia. Edward com a champanhe na mão.
– por que vestiu rosa de novo?
– Dizem que o rosa é para quem quer viver um grande amor.
– Ah é?
Edward me enlaçou pela cintura, a garrafa de champanhe ainda na mão.
– E com quem pretende viver esse grande amor?
– Bom, na verdade eu já estou vivendo. Só quero que perdure.
– E vai, meu amor. Eu prometo.
– Eu sei que sim.
Edward e eu nos sentamos olhando o mar. Encheu uma taça com
champanhe para mim.
– De onde saiu essa taça?
– Do meu bolso, é claro.
– Acho que já bebi além da conta na casa dos seus pais.
– Bella....já são uma da manhã. Um novo ano, uma nova vida pra nós
dois. Comemore comigo. Comemore o fato de estarmos juntos.
– Está certo. Você está coberto de razão.
Brindei com ele antes de Edward me tomar nos braços. Aquela praia não
era muito frequentada e aquela altura estava praticamente vazia. Realmente
eu bebi um pouco além da conta. Talvez somente por isso eu tenha permitido
que Edward fizesse amor comigo ali, na areia, na beira da praia.
Foi uma das melhores sensações que já tive. Talvez fosse o lugar, ou a
bebida....mas no fundo, era simplesmente O Homem que estava comigo.
Edward fazia tudo ficar perfeito. Eu o amava tanto que as vezes chegava a
doer. E agora eu só conseguia pensar na carinha feliz dele quando
adotássemos uma criança. Seríamos mais felizes ainda, eu sei.
– Amor? Vamos pra casa? Meu corpo já começa a coçar com toda essa
areia.
– Vamos.....eu também estou assim.
Edward me ajudou a levantar e cambaleei um pouco.
– Viu? Eu disse que tinha bebido muito.
– Uma vez na vida, Bella. Pra comemorar seu grande amor. Vamos...eu
te dou um banho.
– Banho....sei.
Sabia muito bem como terminavam esses banhos de Edward.
Mas dessa vez me enganei. Acho que ele estava tão “alto” quanto eu.
Tomamos um banho demorado e caímos na cama. E acordei com uma ressaca
filha da puta. não bebo nunca mais. Minha cabeça doía e meu estômago estava
agitado. Virei para o lado e Edward não estava na cama. Que pique tinha esse
homem pelo amor de Deus. Levantei -me para ir ao banheiro no exato
momento em que ele entrou no quarto. Minha cabeça girou e meu estômago
revirou violentamente. Corri até o banheiro e vomitei .
– Bella?
Edward foi atrás de mim.
– Saia, Edward.
– Claro que não. Você não está bem.
– Eu falei que tinha bebido além da conta.
Continuei vomitando sem parar, quando por fim, sem força, Edward me
ajudou a deitar na cama.
– Nunca mais deixo você beber.
– primeiro dia do ano de ressaca. merda.
– Durma mais um pouco. Ajuda. Mas depois tem que comer alguma
coisa. Não pode ficar de estômago vazio.
– Tudo bem.
Apaguei. Dormi um sono agitado. Mas acordei tão mal quanto antes. E
esse mal estar se estendeu por mais dois dias.
– Estou preocupado, Bella. Vou levá-la ao médico.
– Estou melhorando, Edward.
– Bella, primeiro pega um resfriado que a deixe de molho por três dias.
Agora esses enjoos e tonturas por dois dias. Ressaca não dura esse tempo
todo.
– Pode ser uma virose.
– Que seja. Ainda assim irei levá-la ao médico.
– Não, Edward. Hoje seria dia de voltarmos a empresa. Precisa estar lá.
– Não vai dirigir assim.
– Eu chamo um táxi.
– Bella.........
– Estou bem, Edward.
– Olha lá, hein?
– Vai tranquilo, Edward.
Nessa época do ano, a maioria dos médicos sai de ferias ou diminuía
seus horários de atendimento. por isso mesmo resolvi ir até o hospital e
procurar algum plantonista. O único com horário livre era um ginecologista.
Menos mal......poderia ser um pediatra. O médico me recebeu com visível
curiosidade.
– Como vai?
– Sente-se por favor, senhora Cullen.
O médico se chamava Patrick. E logo descobri porque me olhava com
tanto interesse.
– Casada com o senhor Edward Cullen, não é?
– Sim.
– Vejo aqui na sua ficha. A ex esposa dele é minha paciente
também. Ah....lindo....era tudo o que eu precisava agora.
– Bom...o que está sentindo, senhora Cullen?
Contei a ele desde o resfriado até os recentes sintomas. Ele ouvia com
atenção e anotava tudo em minha ficha.
– Realmente, pode ser uma virose. Mas faremos mais alguns exames.
Pode ser uma anemia também. Ou uma gravidez.
– Doutor Patrick, não é necessário um exame para gravidez. Meu marido
não pode ter filhos.
– Estéril????
– Sim.
Ele parecia realmente espantado.
–Mesmo assim...vamos fazer.....já estará lá para fazer os outros mesmo.
- Tudo bem então.
– Não precisa estar em jejum. temos um laboratório aqui no hospital.
Pode fazer os exames agora mesmo.
– Sim.
– Tão logo esteja com os resultados, traga-os para mim.
– Sim, doutor. Muito obrigada.
Sai daquela sala pensando em como aquele médico era biruta. Não me
ouviu dizer que meu marido era estéril?
(Cap. 13) Próximo do fim
Edward POV
Duas horas......se não fosse mais. Ha duas horas eu falei com Bella e ela
estava no hospital. E até agora nada de voltar pra casa. Seu celular não
atendia. Estava começando a ficar seriamente preocupado. Bella adoeceu duas
vezes em menos de uma semana praticamente. Só de imaginar que alguma
coisa poderia acontecer a ela eu ficava louco. Eu nem queria pensar. Era tão
azarado que dava até medo. Além disso Jacob me ligara. Teríamos um
encontro com a assistente social na próxima semana. Mais um motivo para
ficar preocupado. Se bem que agora com Bella ao meu lado, eu sabia que não
ficaria tão frustrado se não acontecesse a adoção agora. Não que eu estivesse
desistindo. Mas porque eu sabia que com ela ao meu lado eu conseguiria tudo.
De vez em quando ainda me pegava pensando como tudo aconteceu tão
rápido. Em como me apaixonei por Bella rapidamente. Ou talvez fosse
justamente o contrário. Demorei demais a me apaixonar. Podia estar feliz ha
anos. Mas não adiantava pensar nisso agora. O importante era que nos
amávamos. Era muito mais do que poderia desejar a essa altura da minha
vida.
– Dizem que o amor faz isso mesmo.
Olhei em direção aquela voz.
– Como?
– Edward.....estamos ha horas falando para as paredes.
– Desculpem- me. Hoje...estou meio aéreo.
– Estamos vendo.
Estava em reunião com Alice e mais três funcionários da empresa. Não
ouvi uma mísera palavra do que diziam.
– Olha....Alice...não pode ver isso você mesmo? Hoje eu não estou
conseguindo me concentrar muito bem.
– Algum problema?
– Bella está um pouco doente. Ainda não voltou da consulta e estou
preocupado.
– O que ela tem?
– Depois falamos, Alice. Eu ainda não sei.
– Ah...tudo bem. Vou terminar essa reunião em minha sala então.
– Sim. Faça isso.
Assim que eles saíram liguei novamente pra Bella.
– Merda.
Esperei cinco minutos e liguei novamente. Inferno. Mais cinco minutos e
liguei novamente. Só me restava ir atrás dela. O duro seria descobrir aonde ela
foi. Sai da minha sala e ao chegar na recepção quase cai pra trás. Ali estava
Tânia, a Minha Bella e o maldito Damon. Vi perfeitamente quando Bella o
cumprimentou e ele levou a mão dela aos lábios. Lembrei-me de um filme que
vi uma vez: Um dia de fúria. Eu queria tanto ter uma arma daquela agora em
minhas mãos.
– BELLA!!
Imediatamente o vagabundo soltou a mão dela e Bella se virou pra mim.
- Oi amor...já ia na sua sal.......
– O que faz aqui?
– Como o que faço aqui? Eu trabalho aqui.
– Como vai, Edward?
Estendi minha mão a contragosto para o sujeito, sem deixar de lançar
um olhar mortal para ele.
– Venha até minha sala, Bella.
Virei-me e sai com Bella em meu encalço.
– Edward....pode me dizer....
– Não posso dizer nada. Você é quem tem que me dizer.
– Dizer o que?
– Não se finja de boba. O que aquele sujeito está fazendo aqui?
– Ele tem uma reunião com Alice.
– De novo?
– Edward...eu não sei de nada. Tinha acabado de chegar e ele estava ali.
- Tem certeza que não sabia?
– Você está insinuando o que, Edward?
– Não estou insinuando nada. Estou perguntando.
Bella não respondeu e ficou me encarando.
– Quer por favor me dizer o que veio fazer aqui? E com essa porra desse
vestido?
Eu estava começando a odiar essas roupinhas de Bella. Roupinhas
chatas....chatinhas....
– Você não estava bem. Por que veio aqui?
– Ou por quem?
– POR VOCÊ, SEU IDIOTA!!!
Ela berrou e eu me assustei. Sentou-se com o rosto entre as mãos.
– Que merda,Edward.
Fui até ela, sentando ao seu lado.
– Amor....me desculpe.
– Quando vai confiar em mim,Edward?
– Eu confio em você. Não confio nesses marmanjos que andam babando
por você.
Bella me olhou exasperada. Segurou meu rosto em suas mãos.
– Edward, entenda uma coisa. Eu. te. amo. Você é maravilhoso, sabe
disso. E sabe que homem nenhum chegará aos seu pés, Edward.
Abracei seu corpo com força. Idiota....idiota...
– Bella, me entenda também. Agora eu vejo que nunca amei de
verdade. Nunca senti ciúmes. É...tudo tão novo pra mim. Mas eu não desconfio
de você nunca....é...tudo parte da loucura mesmo.
– Tudo bem, Edward.
– agora....não deveria estar em casa? Foi ao médico?
– Sim...fiz alguns exames que irei buscar amanhã. Fui pra casa.....mas
senti sua falta. Ai quis vir pra cá.
– Ah..meu amor. Por que não me ligou? Eu teria ido. E nem atendeu
minhas ligações.
– Fiquei sem bateria.
– E o que o médico disse?
– Pode ser realmente uma virose. Amanhã teremos uma ideia melhor
quando pegar o resultado.
– Quer que eu vá com você?
– Não precisa. Já me sinto bem melhor.
– Vamos fazer o seguinte? Vamos pra casa, ai ficamos enroscados na
cama vendo alguma besteira na TV.
– Eu topo.
Sorri e beijei-a. Peguei minhas coisas e olhei Bella de cima a baixo
quando ela se levantou.
– Essas roupinhas é que acabam comigo.
– Edward...é a gente que faz a roupa sabia? E não o contrário.
– Eu sei. Por isso mesmo estou falando. Se fosse uma baranga horrorosa
poderia vestir o que fosse que ia ficar uma baranga horrorosa.
– E você não teria se casado com uma baranga horrorosa.
– Nunca se sabe.
– Amor deixa a gente cego. Ou o que pensamos que seja amor.
Eu me referia a Victoria, é claro. Mas sei que Bella entendeu. Fomos pra
casa e fizemos exatamente o que falei. Tomamos um longo banho e ficamos
enroscados em nossa cama. Mas Bella não estava bem. O tempo todo se
levantando para ir ao banheiro.
–Estou tão preocupado com você,Bella.
– Edward....calma. Amanhã saberemos o que está causando isso, ok?
Agora só quero ficar quietinha aqui nos seu braços.
Deixei passar para que ela também não ficasse nervosa. Mas eu queria
que essa noite passasse rápido. Apesar de estar com minha vida em meus
braços.
Bella POV
Dormi me sentindo mal. Acordei pior ainda. Mas fiz um esforço sobre
humano para que Edward não percebesse. Não queria deixá-lo ainda mais
preocupado. Edward andava meio estressadinho ultimamente . A cena de
ciúmes no dia anterior me deixou de queixo caído. Sabia que ele era ciumento,
mas não imaginei que fosse tanto assim.
– Tem certeza que não quer que eu vá com você?
– Não precisa. Assim que sair de lá vou falar com você. Ai almoçamos
juntos.
– Tudo bem. Ontem não consegui produzir nada mesmo. Está me
parecendo melhor hoje.
– Sim. Estou bem melhor.
Edward me abraçou pela cintura escondendo seu rosto em meus cabelos.
– Amo você.
– Também te amo,Edward.
Me apertou mais um pouco em seus braços e depois me beijou.
– Não me deixe sem notícias.
– Claro que não, amor. Daqui a pouco estarei lá.
Me deu um último beijo e saiu. E eu fui direto ao hospital. Rezava tanto
para que não fosse nada grave. Pensei em anemia, virose......até câncer. Fiz o
sinal da cruz. Deus não iria permitir que eu adoecesse gravemente. não agora.
Peguei os resultados e fui levar ao doutor Patrick. Nem abri, não entendia nada
mesmo.
– Senhora Cullen.....trouxe os exames?
– Sim.
– Bom....veremos o que está acontecendo.
Eu torcia as mãos nervosamente no colo enquanto ele lia os resultados.
A cara que ele me olhou quase me fez enfartar.
– Senhora....
– Isabella, por favor. Ou Bella.
– Isabella....não me leve a mal....mas......qual é a chance de ter traído
seu marido?
Senti meus olhos se arregalarem e um ódio profundo tomar conta de
mim.
– Fique sabendo Doutor....que sempre fui apaixonada pelo meu marido.
É o melhor homem do mundo. Eu jamais faria isso com ele.
– Sim, acredito. A senhora disse que ele é estéril?
– pelo amor de Deus....o que isso tem a ver agora?
– Tudo. Creio que temos um problema.
– Isso eu sei ou não teria vindo aqui.
Meu Deus....esse médico já estava me dando nos nervos.
– Isabella.....diz que seu marido é estéril. E de acordo com o resultado
do exame....a senhora está grávida.
Senti o chão desaparecer. Se estivesse em pé com certeza teria
desabado. Minhas vistas escureceram e meu coração disparou feito louco. Esse
homem usava droga só pode.
– Tem ideia.......da loucura que está me dizendo?
– Isabella.....a margem de erro desse exame é de 0,01%.
Escondi meu rosto em minhas mãos. Edward iria me matar. Não podia
ser . Trocaram meu exame, só pode. O médico pareceu adivinhar meus
pensamentos.
– Pode repetir o exame se quiser. Mas não há duvida. Está grávida.
– Meu Deus.....
– Isabella.....como eu disse...a ex esposa do seu marido é também
minha cliente. Eu não posso comentar nada. Estaria quebrando minha ética.
Mas te aconselho: investigue essa questão da esterilidade.
Meu cérebro parecia congelado. Eu não conseguia pensar com clareza.
Muito menos falar o que quer que fosse. Grávida.....grávida.....Edward nunca
acreditaria em mim. Ciumento do jeito que era? Senti as lágrimas descendo
sem que eu pudesse controlar. Por um lado a felicidade em ser mãe de um
filho dele. Por outro, a tristeza por saber que minha vida ao lado dele estava
fadada ao fim.
– Isabella?
– Ob......obrigada, doutor....Eu.....ah...Deus.......Preciso ir.
– Você está bem?
Não. eu não estava bem,mas afirmei.
– Pense no que falei a respeito da esterilidade do seu marido.
– Sim.
– E parabéns.
Sai dali sem rumo,aos prantos. ir para o trabalho estava totalmente
descartado. Liguei para a única pessoa em que pensei: Alice. Seu celular não
atendia. Liguei para a revista, Tânia atendeu e percebeu de imediato meu
estado.
–Alice não está,Bella. O que houve? Quer que eu chame Edward?
– Não, Tânia. Obrigada.
Fui pra casa e me joguei na cama, aos prantos, desesperada. Não se
passaram quinze minutos e Edward estava a minha frente.
– Amor....o que houve? Tânia me falou que estava chorando....
Me encolhi mais ainda na cama ao olhar para ele. Saber que meus
minutos ao seu lado estavam contados. Continuei sem falar nada, apenas
chorando.
– Bella, pelo amor de Deus.....é o exame? você está doente? Fale
comigo. Eu tinha que dizer, tomar coragem e falar. Sempre fui sincera com ele.
nem de longe me passava pela cabeça esconder algo assim dele. Sua feição
estava transtornada de preocupação. Estendi o envelope com os exames pra
ele.
– Bella....sabe que não entendo nada disso.
– Esse exame você irá entender. Está muito bem explicado.
Ele abriu o envelope sem tirar os olhos de mim. Minha respiração
totalmente fora de controle. Seus olhos deslizaram para cima e para baixo no
papel em suas mãos. Seu cenho franzido a medida que seu cérebro processava
as informações.
– Bella? Você........você.......
Jogou o papel para o lado e me encarou.
– Estou......grávida, Edward.
Eu esperei sua reação, a respiração suspensa.
– você está casada comigo, Bella..... E agora me diz que está grávida. E
eu nem ao menos posso ter filhos.
Engoli em seco.
– Edward.....
Ele fechou os olhos, as mãos ainda cintura. tornou a abri-los e eles
brilhavam. Eu não conseguia decifrar tudo o que via ali. Mas eu vi raiva,
mágoa....tristeza.
– você sabe o que isso significa, não é Bella?
As lágrimas desceram impiedosas. Muito antes do que eu previra, meu
casamento chegava ao fim. Baixei meus olhos e somente quando ouvi seu
arfar alto e sofrido eu levantei meus olhos. Edward também chorava. Seu
corpo inteiro tremia.
–Grávida....
Ele balançou a cabeça e eu me levantei.
– Eu....vou arrumar minhas coisas.....
Fim. Dor massacrava meu peito. Mas eu via claramente que Edward
sofria muito mais do que eu.
(Cap. 14) Viver de amor
Alice POV
Eu tinha birra dessas pessoas que não atendiam o celular. Pra que ter o
maldito aparelho então? Estava ha horas tentando falar com Bella ou Edward.
Nenhum dos dois me atendia. Liguei na casa deles,também não atenderam.
Estava começando a ficar nervosa. Depois que Tânia me falou que Bella me
procurou e parecia estar chorando, não consegui mais me concentrar. Sai da
minha sala e fui falar com Tânia.
–Tânia....o que exatamente Bella disse a você?
– Ela queria falar com você. Parecia estar chorando. Perguntei se queria
que eu chamasse Edward e ela não aceitou. Está acontecendo alguma coisa?
– Edward me disse que ela não estava muito bem. Tinha ido ao médico.
Fiquei preocupada agora.
– Acha que é serio?
– Só pode. Nenhum dos dois me atende.
– Assim que falei com Edward que ela ligou, ele saiu desembestado. Algo
ruim deve ter acontecido.
– Ah...meu Deus. Se Bella estiver....realmente doente....Edward vai
pirar. - Ele gosta dela não é?
– Nunca vi meu irmão tão apaixonado,Tânia. E eles são lindos juntos.
– Por que não vai até lá?
– Acho melhor não. Não sei o que se passa. Mas acredito que logo
Edward entra em contato.
– Ele é tão ciumento, não Alice?
Sentei-me em frente a Tânia. Parecíamos duas velhas fofocando.
– Não é? Nunca vi Edward assim. Com Victoria nunca teve esse ciúme. E
olha que pela profissão dela deveria ter.
– Também não vamos comparar Victoria com Bella, não é Alice?
– Você também não gostava dela,não é verdade?
– nunca gostei. Pra mim ela sempre usou Edward.
– Bom....felizmente ele agora encontrou alguém que o ame de verdade.
Tânia deu uma risadinha.
– Ela baba por ele, não é?
– Assim como você babava antigamente, Tânia.
–Sim. Mas isso já passou. Graças a Deus.
– Vou pra minha sala. Se me ligarem, interrompa o que quer que eu
esteja fazendo.
– Tudo bem.
Apesar da angustia estar me matando, só me restava esperar por um
contato dos dois. Só rezava para que tudo estivesse bem. Eles mereciam ser
felizes.
Edward POV
Minha preocupação com Bella tinha me tirado totalmente a concentração
o dia todo. Eu devia ter algum problema mental. ninguém deveria ser tão
ansioso assim como eu. Mas eu estava surtando, precisava ver os exames dela
e ver que estava tudo bem com ela. Mas minhas esperanças foram por água
abaixo quando Tânia me disse que Bella procurara por Alice aos prantos. E não
quis falar comigo? O que estava acontecendo? Só consegui pensar que algo de
muito ruim teria aparecido em seus exames. Não pensei duas vezes e voei
para casa. Meu coração se apertou ao vê-la toda encolhida na cama, chorando.
E só agora, com o resultado do seu exame em mãos eu consegui entendê-la.
Mas não conseguia acreditar. Pura e simplesmente por que ali dizia que Bella
estava grávida. Entrei literalmente em choque. Minha mente se recusava a
trabalhar.
– você está casada comigo, Bella..... E agora me diz que está grávida. E
eu nem ao menos posso ter filhos.
– Edward.....
Fechei meus olhos, minhas mãos em minha cintura. Meu peito parecia
massacrado. Era uma infinidade de sentimentos que eu não sabia precisar qual
deles explodiria primeiro.
– você sabe o que isso significa, não é Bella?
As lágrimas desceram pelo rosto perfeito dela. Sem conseguir me conter
deixei escapar um soluço, enquanto as lágrimas faziam meu corpo inteiro
tremer. Aquela palavra ainda martelava em meu cérebro.
–Grávida....
Bella se levantou, se encaminhando para o closet.
– Eu....vou arrumar minhas coisas.....
Só então eu percebi o que ela queria dizer e sai do meu torpor. Segurei-
a pelo pulso.
– Arrumar suas coisas?
– Sei que não vai me querer mais aqui.
O que aquela doida estava dizendo? Ela também chorava......minha
esposa.........mãe do meu filho. Senti a felicidade explodir dentro de mim,
como se milhares de estilhaços se espalhassem pelo meu organismo. Puxei-a
com força,abraçando seu corpo, chorando ainda mais copiosamente.
– meu amor....minha vida.....grávida.
Minhas pernas já não conseguiam me suportar. Talvez a felicidade de me
descobrir pai triplicasse meu peso. Me vi, de repente, de joelhos em frente a
Bella. Minhas mãos agarradas em seus quadris,colando meu rosto em seu
ventre. Então eu já chorava vergonhosamente. Bella estava estática,também
chorando. Beijei seu ventre,fazendo-a ofegar de surpresa.
–Meu filho....meu bebê.....
Bella desceu seu corpo,se ajoelhando em frente a mim.
– Edward.....
Suas mãos tocaram meu rosto e fiz o mesmo com ela.
–Ed....Edward....você....não vai me mandar embora?Você acredita em
mim?
–Que loucura é essa meu amor? Do que está falando?
– Estou grávida.....
Chorei ainda mais.
–Sim....meu filho....
–Você...não desconfia de mim?
–Ah.....Deus.............
Abracei-a de novo. Falar estava se tornando impossível pra mim. Inspirei
profundamente,tentando conter meu choro e quem sabe esclarecer as coisas.
–Bella.....você está esperando um filho meu....não sabe o que isso
significa?
Ela me olhava aturdida.
–Significa que minha vida inteira foi uma farsa. Victoria mentiu pra mim
todos esses anos.
Bella me agarrou com força,quase me sufocando em seu abraço.
-Deus....obrigada Edward. Você confia em mim.
Finalmente eu consegui me acalmar um pouco. Levantei-me, levando
Bella comigo até a cama comigo. Segurei seu rosto entre minhas
mãos,olhando-a profundamente.
–Bella....como eu não poderia confiar? Você se ofereceu para me ajudar
sem pedir nada em troca....nos casamos. Você sequer fez qualquer exigência.
Depois entregou sua pureza a mim......Eu te fiz mulher. E mais uma vez você
não pediu nada em troca. Você só se doou esse tempo todo,Bella. Me fez te
amar. Duvidar de você seria duvidar do meu amor. Ta certo que sou um
ciumento idiota....mas eu confio minha vida a você,Bella.
– Edward....meu amor..
– Quer dizer que Victoria....
–Eu não quero pensar em Victoria agora,Bella. Só quero pensar em nós
três por enquanto.
Mais uma vez, toquei seu ventre.
– Meu filho.
– Ah....Bella......Foi preciso você voltar a minha vida para eu ser feliz.
– Eu te amo,Edward.
–Te amo também,Bella. Não faz ideia do quanto.
Beijei-a novamente, mais apaixonado que nunca. Bella se apertou a
mim,segurando com força em meus cabelos. Senti um gosto salgado e pensei
que fossem minhas lágrimas que voltaram a cair. Mas eram as delas se
misturando às minhas. Bella beijou todo meu rosto. Fechei meus olhos com
força.
– Olhe pra mim,Edward.
– Tenho medo de abrir meus olhos e acordar.
–Não é um sonho.
– Pra mim você é mais um sonho do que a realidade,Bella.
– Tive tanto medo,Edward. Pensei que seria o fim do nosso casamento.
– Você me fez confiar novamente em mim,Bella. Na minha capacidade
amar e ser amado. Como não poderia confiar em você agora?
Dei um sorriso largo.
–Além do mais você disse que homem nenhum é páreo pra mim.
– E é verdade.
– Me ame, Edward.
– Sempre,Bella.
Deitei seu corpo na cama. Cada centímetro da sua pele tocado pelas
minhas mãos se arrepiava. Deitei-me sobre ela, beijando sua boca. Sua língua
se encontrou com a minha, aprofundando ainda mais nosso beijo. Tirei seu
vestido, expondo o corpo maravilhoso pra mim.....o corpo que abrigava meu
filho. Beijei cada um de seus seios antes de realmente abocanhá-los, sugando
e mordendo. Seu corpo se contorceu sob o meu,se agarrando em meu ombros.
Sua mão desceu inesperadamente, tocando meu membro. Um gemido alto me
escapou e voltei a beijá-la. mergulhei na profundidade de seus olhos quando
me posicionei em sua entrada. Bella sorriu pra mim.
– Eu te amo.
Eu também a amava. Mais do que a mim mesmo. Nosso olhar
permaneceu conectado enquanto gentilmente a penetrava. Sua cabeça pendeu
um pouco para trás e eu mordi meus lábios. Eu jamais poderia descrever o que
sentia nesse momento. Bella me puxou pela cintura com suas pernas, me
prendendo ainda mais dentro dela. Entrelacei meus dedos nos dela, nossos
corpos se movendo em sincronia perfeita. A cada investida dentro dela eu
sentia como se minha alma deixasse meu corpo e passasse a ser inteiramente
dela. Bella gritou meu nome e eu a acompanhei num êxtase arrebatador. Meu
corpo inteiro estremeceu e ali eu tive a certeza: éramos um só. E seria assim
sempre. Bella estava cravada em mim, na minha alma.
Aos poucos a pressão de seus dedos em meus cabelos diminuíram, não
passando de uma caricia.
– Meu amor....
– Minha vida....Vocês dois,Bella.....minha vida.
Deitei-me ao seu lado,me apoiando nos cotovelos e olhando em seus
olhos.
– Amanhã mesmo irei com você ao médico.
– Pra que?
– Como pra que? Já sabe que está grávida. Precisa começar a se cuidar.
– O médico que consultei é ginecologista.
– Não vai se consultar com um médico.
– É o mesmo da Victoria.
Isso foi realmente uma surpresa.
– Como sabe?
– Ele descobriu. Pelo meu sobrenome. E Edward...por favor...eu preciso
falar.....
– Pode falar, amor. O que é?
– ele me pediu que investigasse direito a questão da sua
esterilidade.....ou sua falsa esterilidade.
Não queria muito tocar nesse assunto. Me angustiava saber que fui um
cego, idiota a vida toda. Mas era preciso enfrentar isso. Deixar que Bella
soubesse o quanto fui frouxo e deixei me levar pelas mentiras de Victoria.
– Não ha o que investigar,Bella. Esses exames são quase 100%
confiáveis. Na época eu fiquei tão abalado que nem fiz questão de olhar o
resultado. A própria Victoria olhou os resultados.
– Edward....sinto muito.
– Não sinta. Essa foi a chance de me encontrar novamente. E me
encontrei em você.
Deitei minha cabeça em meio aos seus seios. Meu Deus...como eu era
chorão. minhas lágrimas desciam pelos seios de Bella, deslizando pelo seu
corpo. Mas eu me permiti isso nesse momento. Meu sonho.....Eu sabia que
minha vida com Bella seria perfeita desde o momento em que me descobri
apaixonado por ela. Mas eu imaginava que seríamos felizes adotando uma
criança. jamais ousei imaginar Bella grávida de um filho meu. minha mão
pousou novamente em seu ventre. Os dedos de Bella em meus cabelos aliados
ao leveza incrível de meu espírito me levaram ao sono. Um sono profundo e
tranquilo e cheio de sonhos. Bella esteve presente neles, é claro. O melhor de
tudo era saber que Bella não era um sonho.
Bella POV
Edward dormia tranquilamente ao meu lado. Mas a adrenalina em meu
organismo me impedia de dormir. Queria gritar de tanta felicidade. Como pude
ser tão idiota a ponto de imaginar que Edward iria me colocar porta afora?
Acho que por causa de sua cena de ciúmes dos últimos dias. Mesmo assim eu
não tinha esse direito. Edward não era o tipo de homem que agia por impulso.
Era carinhoso, sensível até. Ainda estava abraçado ao meu corpo, a mão em
meu ventre. Dei um beijo leve em seus lábios e Edward abriu os olhos no
exato instante em que a campainha tocou.
– Quem será?
– Que horas são,Bella?
– Dez da noite.
– Dormi a tarde toda?
Eu ri.
– Sim.
A campainha tocou novamente.
– Acho melhor ir ver quem é.
Edward vestiu um roupão e fiz o mesmo indo atrás dele. Meu Deus....a
pessoa estava mesmo desesperada. Começou a tocar impacientemente.
Edward abriu a porta e uma Alice desesperada irrompeu na sala.
– Bella? O que houve, pelo amor de Deus?
– Alice? Do que está falando?
– Tânia disse que me ligou chorando. Liguei pra vocês...ninguém
atendia. O que está acontecendo?
– Sente-se,Alice.
Edward ainda estava parado a porta. Alice olhou de mim pra ele.
– Vocês me parecem bem.
Edward veio ate mim e me abraçou.
– E estamos.
Ela se sentou visivelmente confusa.
– Estou esperando então. Quase me matam de susto e parece que
acabaram de sair de uma sessão de sexo.
Edward riu.
– Quase isso.
– Pare de enrolar e diga logo,Edward.
– Alice....Bella está grávida.
Alice se pôs de pé num pulo.
– O QUÊ? Que brincadeira é essa?
A tristeza era evidente na voz de Edward quando ele respondeu.
– Brincadeira foi o que Victoria fez comigo esses anos todos, Alice.
Alice levou as mãos ao peito.
– Eu vou enfartar. Não estão dizendo coisa com coisa.
Edward e eu sentamos ao lado dela.
– Bella fez alguns exames e descobriu que está grávida. Então só posso
acreditar que Victoria mentiu o tempo todo sobre o fato de eu não poder ter
filhos.
– E você acreditou na Bella?
–Por que eu não acreditaria?
– Porque você é burro.
–Alice!!
Pareceu que só agora Alice se deu conta da notícia.
–Meu Deus,Edward......você......você vai ser....você é pai. Você pode.
Ai....Jesus....eu vou ser tia. Nossa mãe vai pirar..tenho que ligar pra ela.
– Calma,Alice. Não acha que eu e Bella temos que fazer isso?
– ah....verdade. Desculpe.
Alice me pegou num abraço forte, me beijando.
–Eu sabia que você mudaria a vida de Edward,Bella. Ai....te amo tanto. E
a você também,meu irmão.
–Nós também amamos você,Alice.
– E essa Victoria hein? Vagabunda......O que vai fazer Edward?
– Ainda não pensei. Tenho que estar calmo. Não posso bater em mulher
não é?
–Você não pode, mas eu posso.
– Alice......
– Deixa estar....
– Quando vão contar aos nossos pais?
– O que você acha, Bella?
– Amanhã?
Eu tinha pressa. Estava radiante. Eu tinha tudo agora. O homem mais
maravilhoso e perfeito que poderia existir. Agora teria um filho dele. E muito
além das minhas expectativas: eu tinha o amor e a confiança dele. Edward
sorriu.
– Que seja amanhã,então.
– Deus....estou mais leve. Mas está tarde. Eu preciso ir.
Acompanhamos Alice até a saída e depois me vi nos braços de Edward.
Segurou-me pela cintura, olhando em meus olhos.
–Lembra-se do nosso casamento? Do que eu disse?
–Sim.
Mesmo assim ele repetiu,me fazendo chorar.
– Amor é confiança, confiança é lealdade, por isso prometo te ser fiel,
leal e confiar em ti . O amor precisa ser cuidado e prometo cuidar para que ele
nunca morra.
–Edward.......
Seria sempre assim? Nós dois chorando abraçados?
– Em momento algum eu duvidaria de você, porque te amo. E agora, só
me resta cuidar.....para que seu amor por mim não se perca. Porque o meu
não morrerá nunca. A tendência será eu morrer de tanto amor.
– Morrer de amor é viver dele.
Edward sorriu a boca buscando a minha.
–E é disso que vivo agora, Bella. Do nosso amor.

(Cap. 15) A escolha


Edward POV
O cheiro delicioso de morangos invadiu meu organismo. O corpo quente
e macio abraçado ao meu me dizia que eu estava no lugar certo. Aliás no lugar
que teria que ter sido sempre. Eu não queria pensar muito nisso, mas
invariavelmente eu me fazia essa pergunta: como não me apaixonei por Bella
e me casei com ela ao invés de me casar com Victoria? Acho que era uma
resposta que eu nunca teria. O importante agora é que estávamos juntos,
casados, apaixonados..........e grávidos. Eu ri com esse pensamento. Ainda não
tinha pensado no que faria em relação a Victoria. Estava feliz demais para
pensar em coisas ruins. Por que era isso que eu desejava pra ela, infelizmente:
coisa ruins. Olhei para o rosto sereno de Bella. Tonta.........imaginar que eu
duvidaria dela. Bella não tinha noção do abismo em que eu estava quando a
reencontrei. Apesar do ciúme louco que sentia dela, traição e desconfiança não
eram palavras que se ajustavam a ela. Beijei a ponta do seu nariz e ela sorriu.
-Bom dia.
Estreitou seus braços em meu pescoço, se enroscando mais em mim.
– Bom dia. Acho que perdi a hora não é?
–Não. Eu que acordei cedo mesmo.
– A que horas iremos sair?
–Só estava esperando você acordar.
– Edward....acha que sua família irá acreditar em mim?
– Claro. Eles gostam de você. E mesmo se não acreditassem....o que
importa sou eu, não é?
– sim, mas não quero que pensem mal de mim.
– Deixa de ser boba. Levante-se. Vem tomar banho comigo.
Bella pulou da cama, satisfeita e foi comigo até o banheiro. Era bom
demais estar com ela assim, abraçados sob a água. Era como se tivéssemos
feito isso a vida inteira. Como se nos amássemos desde sempre.
– Edward?
–Humm?
– Você já pensou a respeito....da adoção?
– Como assim?
– Vai continuar tentando? Quer dizer....agora que será pai?
Peguei o xampu e joguei em seus cabelos, passando a lavá-los.
– Já pensei sobre isso. Mas quero ouvir sua opinião, Bella.
– Eu acho....acho que não deveria desistir. Sabe, desde quando soube de
sua história eu passei a ler sobre isso. É tão triste. Tem crianças que passam a
vida toda esperando uma família que nunca vem. A vida nos deu, isso eu falo
por mim. A vida me deu um presentão, Edward. Me deu você, seu amor....e
agora nosso filho. Acho que nós temos capacidade de retribuir isso.
Deixei a água tirar todo a espuma de seus cabelos antes de pegar seu
rosto em minhas mãos.
– É incrível como pensamos exatamente igual. Eu também acho isso. A
vida me deu tudo agora, quando eu menos esperava. Eu devo isso. Nada
melhor que retribuir, dando uma família a uma criança. Sei que tanto você
quanto eu temos essa capacidade de amar, indiscriminadamente.
Bella me abraçou com força.
– Você existe mesmo,Edward?
Eu ri.
– Boba. Isso quer dizer que sim......eu continuo a espera de uma
adoção. Claro que agora não faço questão que seja um bebezinho....Veja bem:
nunca coloquei isso como prioridade. Claro que queria uma criança pequena
para acompanhar seu crescimento. Mas agora com nosso bebê.....acho que
podemos optar por uma mais velha. Também para você não se desgastar
muito.
– Quanto a isso não. Poderia ser uma criança de 5, 6 anos.....
– Seria perfeito.
– Então vamos deixar do jeito que está. Nem falarei nada com o Jacob.
– Eu sei, mas é que.....ontem a assistente social me ligou. Quer dizer,
ligou pra você. Você não tinha chegado ainda.
– E?
– Ela quer nos ver na segunda feira.
–Somente isso? Não disse mais nada?
– Não.
– Tudo bem. Iremos até lá então. Agora vamos sair....ou ficará tarde
para sairmos.
Nos vestimos rapidamente e saímos. Eu estava cada vez mais
impressionado com a capacidade de se doar que Bella tinha. Outra mulher no
lugar dela talvez não se interessasse mais pela adoção. Aliás para ser sincero,
no começo eu pensei que logo que eu adotasse, Bella iria me abandonar. Não
poderia estar mais enganado.
– Está tensa, amor.
– Só um pouco.
– Relaxe, Bella. Não sei pra que isso. Vai ver a felicidade da dona Esme.
Ela riu de leve. Era puro nervosismo. Assim que descemos do carro, segurei
em sua mão que estava molhada de suor. Puxei -a contra meu corpo e a beijei.
Abracei suas costas, enroscando minha língua na dela.
– Mais calma?
– Muito.
– Então vamos.
Minha mãe e meu pai conversavam na varanda e se abriram em sorrisos
ao nos verem abraçados.
– É tão bom vê-los assim apaixonados. Lembra nosso tempo não é
Carlisle?
Meu pai fez uma careta.
– Nosso tempo é horroroso. Prefiro dizer naquela época.....
– Háha....que besteira Carlisle.
– Com vai, Bella?
– Muito bem. Cada vez melhor.
– Ah...que bom. Vieram para o café da manhã?
– A essa hora, mãe? Claro que não.
– Alice e Jasper ainda estão à mesa. Acordaram tarde.
– Sei.....vou esperar eles terminarem. Precisamos conversar com vocês.
– Ah, meu Deus......Coisa boa, eu espero.
– Vai ter que esperar, mãe.
Fechou a cara pra mim. Nesse aspecto ela e Alice eram idênticas.
– Bella...Edward......bom dia.
– Oi, Alice.
– Jasper? Como vai?
– Tudo bem,Bella? curioso....
– Com o que?
– Com o que Alice não me quis contar....mas está saltitando desde
ontem.
Eu ri alto. Não sei como a língua de trapo não falou nada.
– Vou acabar com a curiosidade de vocês agora.
Senti Bella estremecer ao meu lado. Segurei seu rosto, olhando em seus
olhos.
– Eu amo você.
Ela sorriu e me virei para contar as boas novas.
Bella POV
Eu tremia levemente. Eu sabia que era bobagem. Edward acreditara em
mim e isso me importava. Mas seria duro enfrentar a desconfiança nos olhos
deles. Mas ouvir Edward me dizer que me amava, na frente de todos, era uma
força e tanta. Sorri e esperei Edward começar a falar.
– Pai, mãe...Jasper...Alice já sabe. E não farei rodeios. Bella está
grávida. Houve um momento de silêncio. todos nos encaravam, olhavam de
mim para Edward. Esme foi a primeira a falar.
– Nossa....bom, realmente uma surpresa. É bom saber que reagiu bem a
isso, Edward. Vocês se amam. E sei que não terá dificuldades em assumir um
filho de outro pai.
– Esme...não fala besteira.
Carlisle já percebera a verdade na hora.
– Mãe......esse filho é meu.
Apertou minha mão novamente.
–Seu? Como? Edward, você não.......
Pouco a pouco a compreensão ia tomando conta do seu rosto. Carlisle se
levantou e abraçou Edward com força.
– Edward.....está querendo me dizer.......aquela vaca da sua ex mulher
mentiu?
– Em quem prefere acreditar, mãe? Nela? Ou em Bella?
Os braços de Carlisle ainda estavam nos ombros de Edward e seus olhos
estavam marejados.
– Eu sabia, meu filho.....a vida te devia isso.
Esme também estava com os olhos rasos d'água e abriu s braços pra
mim.
– Bella, querida.....acho que você é um anjo que entrou na nossa vida.
-Não,Esme, por favor.
Carlisle também me abraçou e Jasper apertou as mãos de Edward.
– É verdade, Bella. Edward é um outro homem. Percebi isso desde a
primeira vez em que esteve aqui. E aquela bruxa....
– Nem me fale, mãe....estou com vontade de pegá-la pelos cabelos.
Alice se pronunciou pela primeira vez.
– meninas, sem violência.
– Mas é verdade, Jasper. Como aquela vaca teve a coragem de fazer isso
conosco?
Esme agora além de emocionada estava furiosa.
– nos privou disso esse tempo todo. Privou Edward de ser pai e nos
privou de sermos avós.
– Ah......eu odeio aquela mulher.
– Mãe....
Esme finalmente acordou e abraçou Edward.
– Desculpe meu filho.....estou muito feliz...eu nem tenho palavras para
dizer.
– Eu sei, mãe. É assim que me sinto também......triplicado, é claro.
Alice que tinha saído da sala voltara com champanhe e taças.
– Brindar gente.....é óbvio.
– Eu....hum...acho melhor não, Alice.
– Ah....é verdade. Mas você apenas brinda, Bella. A sua taça eu bebo.
– Hey....não quero mulher bêbada ao meu lado.
– Até parece, Jasper.
Brindamos e logo em seguida Edward me beijou. A felicidade nos olhos
dele era contagiante.
– Bom...está bem novinho ainda não é? Já foram ao médico?
– Iremos na segunda feira,mãe. Antes teremos que ir ao encontro da
assistente social.
– Ah...sim. Vão desistir da adoção agora....
– Não. Continuamos firmes.
– Mas.....ah...meu Deus....eu terei dois netos de uma só vez?
Esme chorava de novo e Carlisle a abraçou
– Acho que estamos ficando velhos, querida.
– Com certeza.
Edward passou os braços a minha volta.
– Viu? Com medinho a toa.
– Não era medo, era receio.
Ele riu alto.
– Da na mesma.
O dia foi simplesmente perfeito. A família inteira numa felicidade só.
Edward telefonara para o Emmett contando as novidades. Do outro lado eu
ouvi seu grito entusiasmado. Ele e Rose estavam juntos. Viriam daqui a um
tempo para nos ver.
– Vocês vão ficar o fim de semana todo não é?
Edward me olhou. Ele acataria o que eu dissesse, tenho certeza. Na
verdade eu queria ficar a sós com meu marido. Mas a nossa família estava tão
feliz que só pude aceitar. E não me arrependi. Também....estar ao lado de
Edward era bom em qualquer lugar ou circunstância. Voltamos para casa mais
relaxados e ainda mais felizes.
– Amanhã iremos cedo então falar com a assistente?
– Sim.
– Alice toma conta de tudo por lá.
– Você acha que tem alguma novidade, Bella?
– Acho que sim. A troco de que ia nos chamar lá? Já fomos
entrevistados. - Bom. Vamos esperar amanhã, então.
Dois filhos....assim de uma só vez. Dois filhos e ainda ao lado do meu
Edward. E pensar que voltei para cá totalmente sem pretensões. Só com a
esperança de que Edward ainda fosse o mesmo que conheci ha anos atrás. Mas
ainda bem que não era. Porque o Edward de agora era muito melhor.
Simplesmente porque me amava.
======================================
Acordamos bem cedo na segunda feira. Edward estava visivelmente
nervoso. Ainda bem que agora tínhamos um filho. Se ele não conseguisse mais
uma vez, talvez não ficaria tão triste.
– Fique tranquilo. Continuaremos tentando. Sempre.
– você é quem me da forças agora, Bella. Ou já teria despencado.
– Estamos juntos nessa, lembra?
– Não me esquecerei nunca.
Assim que chegamos a assistente social já nos aguardava.
– bom dia, senhor Cullen...senhora Cullen.
– Bom dia. Como vai?
– Muito bem. Principalmente porque trago boas notícias.
Edward me olhou e depois novamente para ela.
– Vocês estão mais que aptos para uma adoção.
Senti claramente a pulsação de Edward se acelerar.
– Como?
– Vocês já podem ir comigo visitar nossas instalações. Ver nossas
crianças.
Edward mordeu os lábios e por fim suspirou pesadamente.
– Eu sempre estive pronto pra isso.
Ela abriu um largo sorriso e estendeu a mão para nós dois.
– Vamos lá?
Eu e Edward seguimos atrás dela. Edward segurou minha mão, me
olhando de forma penetrante.
– Eu te disse que você era a luz em minha vida.
Balancei a cabeça. Edward era tão absurdo. Isso não tinha nada a ver
comigo. Quer dizer..apenas um pouco. Julia nos levou a um imenso casarão
com enorme jardim, onde brincavam várias crianças.
– Esse é um dos abrigos. Vou levá-los lá dentro para conhecer as
instalações e ver a ficha das crianças.
Enquanto caminhávamos uma garotinha de uns 4 anos se aproximou de
nós e segurou na mão de Edward.
– Você veio me buscar?
Meu coração se apertou. Era uma criança franzina, com cabelos
castanhos, pouco mais escuros que os meus na altura dos ombros. Julia parou,
observando a cena. Edward me olhou também.....e parecia muito emocionado.
Abaixou-se a frente dela,tirando uns fios de cabelo do seu rosto.
– Como se chama?
– Emily.
– Seu nome é lindo. Assim como você.
Ela tocou o rosto de Edward.
– Você também é lindo. Vai me levar para sua casa?
– Emily, primeiro irei conversar com ele, tudo bem?
Ela fez que sim.
– Eu prometo que não irei embora sem falar com você, tudo bem?
– Sim.
– Posso te dar um beijo?
– Eu ia ficar triste se não fizesse isso.
Ela deu um beijo em Edward que a abraçou e depois deu um beijo em
sua cabeça. Julia olhava para os dois, um tanto desconfortável. Estranhei sua
atitude. Mas seguimos atrás dela olhando as instalações. Depois fomos para
uma sala onde ficavam as fichas das crianças.
– Julia....eu não preciso ver nada disso. Eu quero aquela garotinha.
Eu sabia. Estava escrito na cara dele que tinha se apaixonado de cara
por ela.
– Emily?
– Sim.
–Senhor Cullen....eu preferia que desse uma olhada....
– Por que? Estou convicto do que quero.
– Emily está conosco desde os três meses de vida.
Eu e Edward ficamos surpresos.
– Quantos anos tem agora?
– 4.
– E por que ninguém nunca se interessou?
– Senhor Cullen.....Emily é portadora do vírus HIV. Contraiu da mãe
durante o parto. Sua mãe faleceu três meses depois, quando ela veio pra cá.
Edward ficou em silêncio.
– A doença ainda não se manifestou, graças a Deus. Não teríamos
condições de tratá-la. Por isso quero que pense bem.
Edward me encarou por vários minutos. Foi um choque realmente para
nós dois. A vida às vezes era realmente dura e fria. Uma garotinha de apenas
4 anos. Sorri para ele, mostrando que eu o apoiaria em qualquer decisão.
– Eu não tenho que pensar nada, Julia. Será bem melhor assim. Eu
tenho condições financeiras para ajudar a tratá-la.
– Como?
– É ela, Júlia. Eu escolho a Emily. É ela quem eu quero.
Sorri abertamente dessa vez. Eu não esperava outra coisa de Edward.
Estava sempre acima de todos. Aos poucos ele vai deixando suas pegadas em
nossa vida: uma do ser homem que caminha e outra do ser Deus que faz a
estrada. Esse é meu Edward.

(Cap. 16) Uma nova família

TRADUÇÂO DA MUSICA DO CAPITULO


Maior Amor De Todos
Acredito que as crianças sejam nosso futuro.
Ensine-as e deixe-as seguirem seus caminhos.
Mostre-lhes a beleza interior que possuem.
Dê-lhes o sentimento de orgulho...facilitar é fácil.
Deixe que o sorriso das crianças
nos lembre de como éramos.
Todos procuram por um herói.
As pessoas precisam espelhar-se em alguém
Não tive quem preenchesse minhas necessidades...
E aprendi a ser independente
Decidi há muito tempo, não caminhar à sombra de alguém.
Se eu fracassar ou obtiver sucesso
Terei vivido acreditando em mim
Não importa o que abstraiam de mim
A minha dignidade não conseguirão...
Pois o maior amor de todos me aconteceu
E o encontrei dentro de mim mesmo
O maior amor é fácil alcançar:
Aprenda amar a si mesmo, este é o maior amor
E se por acaso aquele lugar especial...
que você sonhou
te levar à solidão...
Encontre a sua força no amor

Edward POv
Eu me perguntava como a vida de uma pessoa pode mudar tanto de
uma hora para outra. E no meu caso, para muito melhor. Eu não tinha dúvida
alguma de que Bella era minha alma gêmea nesse mundo. Sua alma era tão
pura e linda que apenas sua presença ao meu lado virara minha vida ao
avesso. Concordara comigo em continuar tentando a adoção. E eu percebia
que isso não era somente para me agradar. Ela fazia isso porque queria,
porque achava certo......porque era uma pessoa realmente maravilhosa.
Depois de estarmos juntos eu passei a acreditar que quando estamos cercados
de pessoas que nos amam, isso só nos traz coisas boas. Como se fosse
automático. E eu não estava errado em pensar assim. No momento em que
pisamos naquele abrigo, nos jardins enormes da propriedade, uma garotinha
franzina de cabelos castanhos se aproximou de mim e segurou minha mão.
– você veio me buscar?
Abaixei-me frente a ela ,tirando alguns fios de cabelo do seu rosto. Era
tão linda. A emoção bateu forte em mim. Como alguém que não tinha nada,
estava no fundo do poço, de repente tinha o mundo em suas mãos? Tinha a
mulher que amava e que me amava, meu filho crescendo em seu ventre......e
aqui na minha frente uma garotinha linda, frágil e indefesa praticamente me
pedindo para ser seu pai. Emily era o nome dela. Não resisti a dar um abraço
apertado nela. Era ela......a garotinha que eu escolheria. Vi a aprovação nos
olhos de Bella e isso só me fez seguir em frente. No entanto as atitudes de
Julia me intrigavam. Por que se sentia tão desconfortável? O choque veio em
seguida. Emily era portadora do vírus HIV. Por isso a pobrezinha estava a tanto
tempo a espera de uma família. E dai?
– Eu não tenho que pensar nada, Julia. Será bem melhor assim. Eu
tenho condições financeiras para ajudar a tratá-la.
– Como?
– É ela, Júlia. Eu escolho a Emily. É ela quem eu quero.
– Edward....não acho que deva tomar uma decisão precipitada, baseada
na emoção.
Olhei pra Bella que negou com a cabeça.
– Agora eu entendo por que ela nunca foi adotada. Será que são as
pessoas que não querem? ou vocês dificultam as coisas? Por que ela tem uma
doença não merece ter uma família que a ame? Pior....ela não é digna de ser
amada? Que droga de instituição é essa?
Bella tocou meu braço.
– Edward....
– Senhor cullen.....está me ofendendo.
– Não foi essa minha intenção, Júlia. Mas acho que não sou nenhum
garotinho para ser levado apenas pela emoção. Não vou negar que ela me
tocou profundamente. Mas e dai? Eu nem sabia que ela era portadora do vírus.
Não a escolhi por causa disso.
Ficamos em silêncio um bom tempo ate que Julia deu um sorriso
compreensivo.
– O senhor é um grande homem, senhor Cullen. Eu não tenho mais
dúvidas que Emily terá uma família especial, assim como ela.
Bella me abraçou e dei um beijo em seu cabelo.
– Bom....o certificado de adoção vocês já tem. Foi me enviado pela
psicóloga que conversou com vocês. A criança já esta escolhida. Ainda essa
semana poderá levá-la.
suspirei aliviado, feliz....
– Posso falar com ela novamente?
– Só peço que tenha tato para falar com ela. Elas ficam agitadas quando
ficam sabendo que serão adotadas. É melhor que saibam no dia em que serão
levadas.
– tudo bem. So que prometi que falaria com ela.
– fique a vontade. E....meus parabéns.
Apertei sua mão e segui com Bella ate o jardim. Avistei-a sentada num
banco, afastada das demais crianças. Sentei-me ao seu lado.
– você veio.
– Eu prometi, lembra?
– Vai me levar com você?
– Olha...vamos combinar uma coisa? - Sim.
– Eu volto pra te ver. Se eu for levá-la, primeiro tenho que conversar
com outras pessoas daqui, entende?
Ela afirmou.
– E além do mais.....em minha casa não ha um quarto de princesa pra
você. Eu terei que preparar um, não acha?
Seus olhos brilharam e ela me abraçou forte.
– Bella.....venha cá. Sentou -se ao lado, deixando-a entre nós.
– Emily....essa é minha esposa, Bella.
– Será a minha mãe?
Vi os olhos dela se encherem de lágrimas. Deus...como essa mulher era
perfeita pra mim!!
– Sim, meu bem. eu serei sua mamãe.
Abraçou Bella também. Minha vontade era de levá-la agora mesmo. Mas
eu não menti quando disse que não tinha um quarto para ela. Claro que
sempre teve um reservado para meu filho, desde quando me casei com
Victoria. Mas pra ela teria que ser especial. Sem contar que ainda viria outro
que nem sabíamos o sexo.
– Eu volto amanhã. Tudo bem?
Ela assentiu, me abraçando novamente. Somente quando sai dali eu
desabei. Droga...eu estava ficando mole mesmo. Bella me abraçou antes de
entramos no carro, beijou meu rosto, secando as lágrimas que escorriam.
– Viu o que você faz na minha vida?
– Eu não, Edward. Você que é maravilhoso. So está colhendo o que de
melhor a vida pode te dar.
– Acho que não tenho condições de mais nada agora.
– Bom....ainda temos que ir ao médico e depois.....
– Depois o que?
– Não acha que deveríamos procurar uma decoradora? Para preparar o
quarto dela?
– Não.
Bella me olhou confusa.
– Nós dois iremos fazer isso. Faço questão.
Ela sorriu abertamente.
– Vamos....eu dirijo. você definitivamente não está em condições.
Permiti que Bella dirigisse. Realmente meu psicológico estava meio
abalado. Coisa boa,é claro.
– Quer saber? Nada de ir para casa. Vamos já olhar o quarto da Emily.
Depois almoçamos e vamos ao consultório médico.
– Ótimo. É bom ficar com a mente ocupada, para controlar sua
ansiedade. Estou vendo que está transbordando.
Eu ri. Bella me conhecia muito bem. Talvez mais do que eu mesmo.
Passamos horas escolhendo o "enxoval" da Emily. Eu já tinha ligado para o
Jacob, pedindo que ficasse de olho e tentasse ao máximo agilizar as coisas.
Não que precisasse. Como Júlia mesma dissera, eu já poderia ter trazido Emily
para casa, uma vez que já tínhamos o certificado de adoção e escolhido a
criança.
– Quanto ao papel de parede, Edward.....acho que não deviríamos nos
arriscar.
– Também acho. Melhor procurar alguém mesmo.
– Então agora iremos almoçar.
Eu estava mais tranquilo agora, não menos emocionado, uma vez que eu
era uma manteiga derretida mesmo. Almoçávamos tranquilamente quando
percebi Bella ficar tensa. Olhei para trás e vi que Victoria acabara de entrar e
já tinha nos visto. Mas felizmente não se aproximou.
– Fique tranquila. Não irei fazer nada. Não hoje
– O que quer dizer com não hoje?
– Acha que vou deixar passar assim? Bella eu fui enganado esse tempo
todo. E da pior maneira possível. Mas também fui um burro. Acreditei demais
nela.
Ela permaneceu calada. Estendi minha mão e toquei a sua.
– Fique tranquila. E esqueça que ela está aqui.
– Tudo bem. Não vale a pena mesmo.
Assim que saímos já estava praticamente no horário marcado com o
médico. Bella fez questão que fosse com o tal Patrick.
– Senhor Cullen, como vai?
– Edward, por favor.
– Sim....Edward. Então....feliz com a notícia?
– Não vejo como poderia ser melhor.
Ele sorriu.
– Bom...vou fazer um exame ultra som apenas para verificar a data
correta da gestação. Imagino que seja pouco tempo pelo que Bella me falou.
– sim. Estamos casados a pouco tempo.
– Pois bem......na próxima consulta poderemos fazer outro...e ai sim,
poderão ouvir o coração do bebê.
Bella me olhou, sorrindo.
– E também irei receitar umas vitaminas. É importante que comece a
tomá-las logo. Além das vacinas, é claro.
Enquanto Bella se trocava para o exame, ele puxou assunto.
– Sei que acabamos de nos conhecer, mas imagino que sua esposa
tenha comentado que sou médico de sua ex esposa também.
– Sim,ela me contou.
– Resolveu refazer o teste de fertilidade?
– Claro que não. Se Bella está grávida...é óbvio que aquele exame.....
Ele mesmo completou.
– Pode ter sido adulterado.
– Sim.
– Edward....já pensou na possibilidade...que talvez Victoria não quisesse
filhos de maneira alguma?
– Agora eu vejo isso. antes eu pensava realmente....que o problema
fosse comigo.
– Entendo.
Bella retornou cortando nosso assunto. eu tive a impressão que ele
queria dizer algo mais. Só não imaginava o que. Ou talvez, no fundo, já
soubesse. Bella deitou-se na mesa de exames e sentei-me na cadeira ao lado,
enquanto Patrick fazia o ultra som. Realmente ainda não se via nada, pelo
menos para olhos leigos. Eu mal pude acreditar quando vi a provável idade
gestacional. Pelo que está ali....era apenas uma probabilidade, como disse
PAtrick.......Bella havia engravidado no dia do nosso casamento. Nossa
primeira noite....... Patrick parecia pensar a mesma coisa.
– Mais fértil que isso, impossível. Os dois, na verdade.
Ok....se eu quisesse um time de futebol....tinha munição pra isso.
– Nossa....
– O que foi?
Bella e eu íamos para a farmácia a procura das vitaminas que Patrick
receitou.
– Engravidei logo de cara.
– Você e eu....tinha que ser assim, não acha? Não é tudo tão certo entre
nós dois?
Bella segurou minha mão.
– Edward....não acha que deveremos dar mais uma ida até sua casa?
– Quer dizer...para falar sobre Emily?
– Sim. Sabe que até nossos pensamentos são iguais? Eu estava
pensando nisso agora mesmo.
– Humm....será que está pensando no mesmo que eu, para quando
voltarmos pra casa?
Abracei seu corpo com força e a beijei.
– Eu tenho certeza que sim.
Eu não temia nada., absolutamente mais nada nessa vida. Eu conheci
um dos lados piores da vida: a tristeza e a solidão. Acho que somente quem já
vivenciou isso poderá entender o tamanho da minha felicidade com tudo o que
me acontecia. Mas a minha felicidade teria que ser proporcional a felicidade
que eu proporcionaria a Bella. A única razão para eu me manter vivo.
Bella POV
Eu tinha ou não tinha o direito de estar envaidecia? Tinha o homem
maravilhoso e que me amava. Estava grávida dele. Consegui engravidar do
meu homem em nossa primeira noite. Demais pra mim. A felicidade de Edward
era contagiante. Não me lembro de tê-lo visto tão bem nem em seus tempos
de solteiro. Agora íamos novamente a casa dos pais dele. Ja tínhamos passado
mais da metade do dia escolhendo tudo para receber Emily. Era uma garotinha
de sorte. Teria o melhor pai que uma criança poderia desejar.
– Está com medo da reação da sua família?
– Não. por vários motivos. Primeiro eles não são preconceituosos.
Segundo....eu não estou indo pedir opinião, estou indo comunicar um fato. E
faço isso apenas para que já fiquem cientes. Eu não quero que discriminem a
Emily. Se por acaso eles não conseguirem lhe dar com ela, é melhor nem
conhecê-la.
– Mas concordo com você, Edward. Sua família te adora e o apoiará
sempre.
– Se você me apoiar e estiver comigo,Bella....eu já não preciso de mais
nada.
Edward sempre conseguia me deixar sem graça. Será que ele não
percebia que não era eu? Era ele.....por ele ser o que era, as coisas
começavam a dar certo pra ele. Não é possível que uma pessoa maravilhosa
como ele não merecesse ser feliz. Deus não seria tão injusto. Chegamos a casa
de seus pais e como sempre estavam reunidos na sala de estar.
– Que surpresa. Não esperávamos vê-los tão cedo.
– Esme pensou que estariam em lua de mel, Edward.
– Iremos, pai. Mas daqui a um tempo.
Iremos? Edward não comentara nada a respeito.
– Vou ser rápido. Estou cansado e doido para ir para casa.
Sentei ao lado de Edward, ele segurando minha mão.
– Eu e Bella estivemos hoje com a assistente social.
Esme nem esperou que ele falasse.
– Ah...meu Deus...conseguiram a adoção?
Edward riu.
– Sim.
Foi uma euforia. Beijos e abraços, Esme quase chorando.
– E quando irão la escolher?
– Eu já escolhi, mãe. É uma garotinha de 4 anos.
– Uma garotinha!!!Meu Deus...que lindo, Edward. Estou tão emocionada
por ser avó. Como ela se chama?
– Emily. Ela é....muito especial.
– Com certeza é. Vejo o brilho em seus olhos.
– Emily está no abrigo desde os três meses de vida.
– Que pena.....ah ...covardia.
–Mãe....pai.... - eu disse que Emily é especial, e é. Ela é portadora do
HIV. Silêncio. Edward esperou, olhando em cada rosto. Até que Esme quebrou
o silêncio.
– Por isso ninguém a adotou?
– Eu imagino que sim.
Carlisle levantou-se novamente e abraçou Edward mais uma vez.
– E só poderia ser alguém como você para fazer isso, filho. Não sabe o
orgulho que tenho em ser SEU PAI. Essa garota não sabe, mas terá o melhor
pai que ela poderia sonhar.
Esme se juntou aos dois.
– Nós temos orgulho, filho. Você é lindo ....de todas as formas que
podemos imaginar.
– Obrigado, pai e mãe...Alice....
Estendeu a mão para mim.
–E Bella. Eu não conseguiria seguir....se não fossem vocês.
– Não vejo a hora de conhecer minha netinha, Edward.
Eu prestava atenção naquela família. Pra mim, so existiam em contos de
fadas. Tinham um coração enorme, generoso...Uma família incrível. Edward
não se estendeu muito. De verdade, estávamos cansados, mas muito a fim de
ficarmos a sós. Nossa noite foi especial. Nada de diferente. Eu apenas podia
sentir nosso amor em cada toque, em cada gesto, em cada olhar. Era justo
sermos felizes. Pelo menos, eu penso assim.
Dois dias depois, Edward estava visivelmente tenso. Conseguimos
colocar o quarto da Emily pronto em tempo recorde. E hoje iríamos buscá-la.
– Calma,amor. Vai dar tudo certo.
–Será que ela vai gostar do quarto,Bella?
– Não....ela nem vai reparar nisso. Aposto que irá amar a ideia de ser
sua filha.
Edward me abraçou, o rosto em meus cabelos.
– Ajude-me a ser um bom pai para ela, Bella. Não so pra ela....para o
nosso bebê também.
– Você não precisa de ajuda para ser maravilhoso, Edward. É um dom
que você tem...fazer as pessoas felizes.
– obrigado, amor.
– Vamos? Eu aposto que ela está curiosa para saber aonde vai hoje.
Combinamos com Julia de não contar nada a Emily. Deixaram-na pronta para
um passeio. Edward diria a ela que estava indo para buscá-la.
– Você quer fazer isso sozinho?
– Não....você é a mãe dela.
Sorri.
–Com certeza eu irei ao seu lado.
Ela estava como de costume. Sentada num banco, sozinha. Era uma
cena de cortar o coração. Parecia que as outras crianças a evitavam.
– Vá na frente, Edward. Estou indo logo atrás de você.
Ele me deu um beijo e foi até ela. Assim que ela o viu, abriu os
bracinhos para ele. Me aproximei mais a tempo de ouvi-los.
– Vai me levar para conhecer um parque?
– Não conhece um parque?
– Não.
– Hoje, não. Mas eu prometo que irei levá-la, tudo bem?
Ela assentiu.
– Então vai me levar aonde?
– Vou.....levá-la para conhecer sua nova casa.
A boca tão pequena tremeu.
– Nova casa?
Edward pegou uma mecha de seu cabelo, colocando atrás da orelha.
– Eu sei que você não gostaria de ter um pai tão feioso e chato.....mas
eu adoraria ter uma filha linda como você.
– Você é lindo.
Edward abriu seu sorriso maravilhoso.
– E tenho uma filha linda agora. Está pronta para irmos pra nossa casa,
meu anjo?
– Será meu papai.....de verdade?
Edward ia desabar...eu via....caminhei ,ficando mais próxima.
– Sim. É minha filhinha agora. minha e da Bella.
Ela me olhou, os lábios mais trêmulos agora e pequenas lagrimas caindo
dos olhos verdes. Edward estava agachado a sua frente. De repente Emily o
enlaçou pelo pescoço, seu pequeno corpo também trêmulo.
– Eu já posso falar que eu te amo, papai?
Edward a apertou em seu abraço, agora chorando convulsivamente.
Tapei minha boca, tentando segurar meu próprio choro.
Era a imagem mais tocante que eu já tinha presenciado.
Pai e filha, enfim, se reconhecendo.

(Cap. 17) Felicidade em dose tripla


Edward POV

Olhei pela milésima vez pelo retrovisor contemplando o rostinho feliz da


garotinha que era então, minha filha. Acho que somente que é pai pode ter a
exata noção do que eu sentia agora. Ainda me vinham lágrimas nos olhos ao
me lembrar de sua pergunta: se já podia dizer que me ama. Olhando pra Bella
eu percebi que a emoção dela era a mesma. Segurei sua mão sobre o banco
do carro enquanto olhava mais uma vez para a garotinha no banco de trás.
– Fica muito longe?
– Não, princesa. Já estamos chegando.
Menos de cinco minutos depois eu estacionava na garagem do prédio.
– É tão grande....
Bella segurou sua mão enquanto me aguardava.
– Vamos subir ai, mamãe?
Emily apontou para o elevador.
– Já andou num desse antes?
Ela negou.
– Está com medo?
– Um pouco.
– Não precisa ter medo. Quer que eu te pegue no colo?
Ela apenas ergueu os braços pra Bella e enlaçou seu pescoço.
– Viu? Está segura agora. Mas não precisa ter medo, viu? Acho que você
vai até gostar.
Entrei com as duas no elevador e vi que Emily mantinha os olhos bem
fechados, agarrada ao pescoço de Bella. Abriu os olhos apenas quando o
elevador parou.
– Pronto. Chegamos.
Ela olhava ao redor com curiosidade. Bella colocou-a no chão.
– Vai entrar na sua nova casa co seus próprios pés. É sua casa agora,
entendeu?
– Sim.
Fiquei parado,sem abrir a porta, olhando a cena de carinho entre as
duas. Não via como a vida poderia ser mais perfeita pra mim.
– Não vai abrir a porta, papai?
– Sim, é claro.
Abri a porta e os olhinhos brilharam. Entrou quase com medo, como se
temesse esbarrar ou quebrar algo. Algo muito atípico para uma criança da sua
idade.
– É bonito aqui....
– Sim, é bonito. Mas aqui tem um quarto de uma princesinha que é
ainda mais bonito.
– Vamos lá?
Segurou em minha mão e na mão de Bella e seguimos com ela pelo
corredor. Parei à porta de seu quarto e abri.
– Todo seu.
Eu e Bella continuamos parados, esperando enquanto ela entrava no
quarto e olhava tudo a seu redor. Levou as mãozinhas ao peito.
– Tudo meu?
Bella sorriu e entrou no quarto.
– Eu e seu pai escolhemos tudo pra você. Espero que tenha gostado.
Bella estava agachada a sua frente e recebeu um forte abraço de Emily.
– É lindo.....eu amei.
– É? Humm....que tal se chamássemos o papai para se juntar a nós
aqui? Só então eu percebi que olhava as duas, sem me despregar do chão.
Bella estendeu a mão para mim e fui até elas e me agachei também ao lado de
Bella.
– Obrigada.
– De nada. Você merece, meu anjo.
Um braço seu envolveu o pescoço de Bella e o outro envolveu meu
pescoço.
– Amo vocês....papai e mamãe.
Dessa vez foram os olhos de Bella que se encheram de lágrimas.
– Nós também te amamos. Muito.
Agora vá ver tudo o que preparamos para você.
Ela se afastou e Bella sentou-se ao chão. Sentei-me ao seu lado,
segurando sua mão.
– Acho que ela gostou.
– Está nas nuvens.
Emily olhava cada brinquedo, que Bella levou horas escolhendo. Com
certeza a maioria ela sequer imaginava que existia. Sem sombra de dúvida,
seu preferido foi a boneca que falava. Bella sorriu pra mim.
– Eu não disse que seria a boneca?
– Seu instinto maternal falando mais alto.
Ela riu.
– Com certeza. Estou bem mais sensível.
– Emily....venha aqui,anjo.
Ela se aproximou com a boneca no colo e sentou-se no colo de Bella.
– Emily....apesar de você ter chegado hoje, tem pessoas que estão
aflitas para conhecer você. E é bem provável que elas venham hoje.
– Quem é?
– Meus pais e meus irmãos. Ou seja.....seus avós e seus tios.
Seus olhos se iluminaram.
– Eu tenho tios?
Bella gargalhou.
– Sim. Dois loucos de pedra....mas você vai amá-los
– E seus pais, mamãe?
– Bom...meu pai mora longe daqui. Mas tenho certeza que um dia o
papai nos levará para visitá-lo, não é?
Passei meu braços em seus ombros.
– Claro que iremos.....muito em breve..
Estava tudo muito mais simples e perfeito do que eu imaginava. Emily
era amorosa e parecia que iria se adaptar perfeitamente bem à nova vida.
– Emi.....sei que tudo ainda é novidade pra você. Mas algumas coisas
precisam ser ditas agora, entende?
Ela fez que sim, os olhos muito fixos em Bella, prestando atenção ao que
Bella dizia.
–Então....papai e eu trabalhamos o dia todo....
– Posso ir ver onde vocês trabalham?
– Com certeza levaremos você lá. Pois bem....nesse tempo, em que
estivermos trabalhando, será preciso que você vá para a escola.
– Sim....eu quero aprender a ler.
– Ah...isso é muito bom. Além do mais você irá fazer milhares de novos
amigos.
Seu sorriso foi luminoso. Apoiei-me em meus braços, deixando que Bella
conduzisse.
Era perfeita. Nasceu para ser mãe. Nasceu para ser minha.
– E tem mais uma coisa. Julia nos contou que você tem um pequeno
probleminha com sua saúde, não é?
Seus olhos ficaram tristes e seus lábios tremeram.
Os sentidos de Bella logo ficaram alertas....e o meu também.
– Emily?
– Eu sei.....ela disse que irei morrer cedo.
A boca de Bella se abriu e ela arfou. Nem eu acreditava no que estava
ouvindo. Como ela pode ter dito uma coisa dessas a uma criança? Bella
abraçou-a.
– Não.....isso não é verdade. Olha.....para se tratar desse seu problema
é preciso ter um pouquinho mais de dinheiro. Lá ...onde você estava eles não
tinham. Mas seu pai tem condições de fazer isso, entende?
Ela sorriu novamente.
–Quer dizer que eu vou crescer e ficar junto com vocês muito....muito
tempo?
Dessa vez eu respondi beijando seus cabelos.
– Sabe o que vai acontecer, Emi? Eu e a mamãe vamos ficar velhinhos e
você terá que cuidar de nós.
– Eba.....vou ter que te dar remédio e mandar você dormir cedo?
Eu gargalhei, acompanhado por Bella.
– Quase isso.
– Então.....daqui a alguns dias, nós iremos levá-la a um médico,
entende? Para que possamos ajudar você.
– Tudo bem...eu não tenho medo de agulha.
–Ah.....garotinha forte. Gostei de ver.
Bella se levantou.
– Pode se distrair a vontade, Emi. Vou começar a preparar o almoço para
nós.
– Irei com você, amor.
– Não se esquece, Emily.....tudo seu.
Ela sorriu e pulou na cama, ainda agarrada a boneca. Segui com Bella
até a cozinha e assim que entramos puxei-a pela cintura, buscando sua boca.
– Te amo.....você é perfeita, Bella. Perfeita pra nós.
– Deixe de ser bobo. Eu gosto dela. Flui naturalmente.
– Você leva jeito com as crianças. Será uma excelente mãe.
– E você É um excelente pai.
Enlaçou meu pescoço e se entregou ao meu beijo novamente, ate que a
campainha tocou.
– Será que são eles?
– Já? Não avisaram que viriam para o almoço.
–E desde quando se importam com isso?Mas essa curiosidade toda tem
um nome:
– Alice.
Respondemos juntos. Abri a porta e ali estava toda minha família. Todos
eufóricos, sem exceção.
– Entrem. Já íamos começar o almoço.
– Nem precisa. Trouxemos várias coisas.....hoje é dia de comemorar.
E pelo jeito trouxeram muitos presentes também. Emmett e meu pai
entraram com os braços carregados de embrulho. Jasper, Alice e minha mãe
cheios de sacola que levaram até a cozinha. Minha mãe abraçou Bella.
– Então, onde está nossa princesinha?
– Oi.
A voz suave de Emily se fez ouvir do corredor. Cinco pares de olhos
curiosos se viraram para olhá-la. Ainda estava agarrada à boneca. Minha mãe
foi a primeira a se aproximar.
– Linda desse jeito você só pode ser a Emily.
–Sim.
–Eu sou a Esme....
Estendeu o braço para meu pai.
– E esse é Carlisle. Somos seus avós.
Ela os olhou com evidente curiosidade antes de soltar a pergunta que fez
Emmett gargalhar.
– Mas avós não tem cabelos brancos e usam óculos?
Ela olhou com curiosidade para Emmett e depois para meu pai, que
acariciou seus cabelos.
– Estamos caminhando pra isso.....daqui a pouco estaremos velhinhos.
– Por que vocês todos são lindos?
– Ah.....meu amor....
Eu sabia que eu tinha puxado o lado chorão da minha mãe. Ela já estava
aos prontos.
– Meu Deus.....vocÊ é realmente uma princesinha.
– E ninguém vai apresentar o tiozão pra ela?
Ela veio correndo ate Alice e Emmett
– Você parece um ursão de pelúcia.....e vocÊ parece uma fadinha que já
vi num desenho.
Eu ri alto com o ursão de pelúcia. Emmett é claro, adorou e a apertou no
seu abraço de urso.
– Você é muito fofa.
Alice distribuiu beijos nela.
– E eu? Me pareço com o que?
Ela olhou um bom tempo para o Jasper.
– Parece um príncipe.....mas não daqueles que viram sapo.
Eu simplesmente olhava aquela cena, embasbacado. Eu fiz a escolha
perfeita. A minha filha parecia ter saído de mim mesmo. Seu gênio era
parecidíssimo com o nosso.
– Venha, Emily....trouxemos presentes.
Ela se afastou com Alice, Jasper e Emmett Meu pai e minha mãe se
aproximaram de mim e Bella.
– Edward....ela é um encanto. Parece realmente uma princesa. E vejo
que vocês dois já estão completamente apaixonados por ela.
– Essa é a mais pura verdade,mãe.
– Fico tão feliz que tudo esteja dando certo pra você, filho.
– Sabe, pai....às vezes cheguei a pensar que eu não chegaria a vivenciar
isso.
– E em breve teremos mais um herdeiro na família.
Puxei Bella, acariciando seu ventre.
– Sim. Nosso bebê.....
Foi sem sombra de dúvida um dos melhores dias da minha vida. Alice,
Jasper, Emmett e Emily se divertiam como se tivessem a mesma idade. Minha
casa virou um caos. Na verdade acho que os adultos eram mais crianças que
ela.
Ao final do dia, Emily estava exausta. Bella a pegou no colo.
– Aposto que você não viu o banheiro que tem no seu quarto.
– Não mesmo.
– Vamos Lá, então? Acho que você precisa de um banho.
Minha família já tinha saído. Felizes e também apaixonados por Emily.
Ela encantava a todos. Dei uma ajeitada na bagunça que ficou na casa e
depois fui ate o quarto de Emily. As duas ainda estavam no banheiro. Parei à
porta, observando as duas.
Emily com os cabelos cheios de espuma ria a valer das bolinhas de
sabão que Bella fazia. Quantas emoções desse tipo um homem poderia ter e
não sofrer um ataque fulminante do coração? Eu devia ser realmente forte. Era
uma cena linda de se ver. Aproximei-me das duas
–As garotinhas pretendem passar a noite ai?
– Está tão gostoso aqui, papai.
– Tenho certeza que sim.
Bella estava completamente encharcada quando tirou Emily da banheira.
Levou-a para o quarto vestindo a camisola nova que havíamos comprado.
– Emily....tem costume de dormir sozinha?
– Eu não tenho medo de nada.
– Ah...eu já devia imaginar isso. Mesmo assim...se você quiser, pode
deixar a luz do abajur acesa. Tudo bem?
Ela afirmou, os olhos quase fechando de sono.
– Posso dormir com a Bellita?
– Quem?
– A minha boneca.
– Bellita?
– Foi o tio Emm que escolheu.
Bella revirou os olhos.
–Só podia ser ele mesmo.
Coloquei a manta sobre ela, beijando seu rosto.
– Durma bem, princesa.
– Boa noite papai. Boa noite,mamãe.
– Boa noite, anjo.
Sai com Bella e mal chegamos à porta, Emily já dormia profundamente.
Caminhamos de mãos dadas até nosso quarto.
– Feliz?
–Ainda pergunta? Tenha as duas garotinhas mais lindas que poderia
desejar.
– Está me chamando de garotinha, senhor Cullen?
– Pareciam duas garotinhas lá no banho....se bem que olhando agora....
A blusa molhada colava-se ao seu corpo. Seus seios, e não era impressão
minha, estavam maiores. Ainda mais apetitosos.
– É uma mulher...por inteiro.
– Acho que agora,nós precisamos de um banho não é?
– É um convite?
– Sem opção de recusa.
Nos despimos e entramos sob a ducha. JÁ era possível perceber as
mudanças no corpo de Bella....eu não estava enganado. Abracei seu corpo e
busquei sua boca. Sua língua se enroscou na minha e não segurei um gemido.
A correria do dia não me deixou perceber o quanto eu desejava aquela mulher.
Seu corpo colado ao meu e suas mãos em meu cabelo me deixavam maluco.
– Amo você.
– Eu também amo você, Edward. Muito.
– Preciso ter você, Bella.
– Sou sua.
Peguei-a no colo e levei ate nossa cama. Nada melhor para se terminar
um dia perfeito. Uma noite perfeita ao lado da mulher perfeita.
Bella POV
Era gratificante ver a felicidade estampada no rosto de Edward. Na
verdade tudo estava indo muito melhor do que imaginei que seria. A relação
com Emily era fácil, fluía naturalmente, facilitada por sua doçura e inocência. A
família de Edward, ou melhor, nossa família adorou nossa filha. E foi
correspondida, é claro. Na manhã seguinte a sua chegada, Edward preferiu
procurar um médico primeiro, ao invés de procurarmos uma escola. Fomos
muito bem recebidos, claro, para uma clinica do porte da que Edward
escolheu. Como já sabíamos, Emily apenas era portadora do vírus Ainda nem
sinal de desenvolvimento da doença. Por isso mesmo, quanto antes começasse
com o uso do anti retroviral melhor para ela. Edward parecia entender bem do
assunto e me perguntei a que horas ele deve ter lido sobre isso. Depois que
saímos dali fomos ver a escola para Emily. E foi ai que depois de muitos dias,
vi Edward perder a paciência. Fomos orientados a não esconder nada, e nem
pensávamos nisso, é claro. Edward adorou a primeira escola em que
estivemos. Mas bastou dizer que Emily era soropositivo e a coisa mudou de
rumo. Se recusaram terminantemente a efetivar sua matricula. Não me lembro
de ter visto Edward tão furioso. Eu ainda tentava acalmá-lo quando saímos de
Lá. Emily parecia alheia a nosso conflito.
– Não vê o absurdo disso? Preconceito, discriminação. Eu odeio isso.
– Eu sei, Edward. E te entendo. Mas uma escola com tantos preconceitos
com certeza não seria o ideal para nossa filha. Ainda que eles tivessem
aceitado, no grito, ela seria de certa forma discriminada lá. E não é isso o que
queremos.
– Você tem razão, como sempre. Mas é que isso me enoja.
– Vamos continuar procurando.
Foi mais difícil do que pensei. Não é todo mundo que tinha o coração
como o de Edward ou de nossa família. Edward já falava em procurar a justiça
para conseguir matricular nossa filha.
– Calma, amor. Vai dar certo. Só mais um pouco sim?
– Tudo bem, Bella. Isso porque você está me pedindo.
Mas no final das contas valeu a pena. Somente na quinta escola fomos
aceitos. E sem dúvida alguma sem preconceitos. A diretora nos informou que
havia mais dois casos assim. E as crianças conviviam perfeitamente bem,
tomando sempre os devidos cuidados, é claro.
– Gostou da escola, Emily?
– É linda, papai. E a moça me mostrou o parque de areia......é enorme.
– Que bom que gostou. Amanhã mesmo irá começar.
No dia seguinte, Emily estava eufórica. Com o novo uniforme e lancheira
era só sorrisos. Fomos com ela ate a porta da escola.
– Vai ficar bem?
– Sim.
– Ótimo. Vamos trabalhar agora. E voltamos mais tarde para te buscar.
-Sim....sim....agora preciso ir.
Edward se espantou.
– Olha só...doida pra se ver livre de mim.
Deu um beijo nela.
–Boa aula, princesa.
Também dei um beijo em seu rosto.
– Comporte- se hein?
– Ta bom, mamãe. Tchau.
Entrou correndo para a escola. Eu e Edward seguimos para a editora.
Tânia e Alice batiam papo na recepção.
–Ah....o casal perfeição chegou.
– Menos, Alice.
– Como está a Emily?
–Seu primeiro dia na escola hoje.
– Mesmo? Que lindo.
–Vocês tem que trazê-la aqui. Para que eu possa conhecê-la.
– Qualquer dia desses a traremos, Tânia.
– Trabalho,amor?
– Vamos, Edward. Tenho a impressão que tem muita coisa pra se fazer.
Tânia riu.
– E tem mesmo. Divirtam-se.
Minha mesa estava abarrotada de papéis e foi bom. Mal vi o tempo
passar.
Esse era só o começo de nossa rotina. No sentido bom da palavra. Levar
Emily para escola, trabalhar, buscá-la na escola, dar a devida atenção quando
chegamos em casa e.....fazer amor com Edward.
Perfeito. Quem precisava mais do que isso? Eu não precisava.
A cada dia uma nova descoberta. Éramos presenteados com a
sagacidade de Emily.
Já estava fazendo seu tratamento e as visitas ao médico começariam a
ser constantes.
Não foram raras as vezes em que fui ao quarto dela buscar Edward, que
muitas vezes dormia ao seu lado, sempre com algum livro de estórias no colo.
Era lindo de se ver. Pai e filha juntos. Eu me perguntava como alguém poderia
ter negado algo tão bonito para alguém como ele. Eu falava da vaca da
Victoria, é claro. Edward ainda não comentara nada a respeito dela. Eu nem
fazia ideia do que se passava na cabeça dele. Às vezes eu tinha medo. Já tinha
visto Edward com raiva outras vezes e não foi nada agradável.
– Vai ficar mofando ai na cama ate quando?
– Deixa de bobeira, Edward. Estou acordada há horas.
– Não podemos atrasar, hein? Temos que deixar a Emily na escola antes
de irmos ao médico.
– Ai....até parece que não sei disso.
Levantei-me e fui tomar um banho enquanto Edward aprontava Emily
para a escola.
– Eu queria ir com vocês.
– Tem que ir pra escola Emily. DA próxima vez que formos, prometo que
marcaremos um horário depois da sua aula, tudo bem?
– Já da pra ver o bebê?
– Ainda não. É muito novinho.
– Então como vai saber que tem um bebê ai dentro?
– Nós vamos ouvir o coraçãozinho do bebê.
– Ah....que bonitinho.
Edward riu e pegou sua mochila.
– Vamos, mocinha. Nada de atrasos.
Eu sabia que ele estava ansioso. Patrick nos disse que nessa consulta
poderíamos ouvir pela primeira vez o coração do nosso bebê. Seria mais uma
emoção pra ele, com certeza. Não tivemos que esperar muito até que Patrick
nos atendeu.
– Como vão os papais?
– Devo confessar que estou ansioso.
– É natural. Imagina só quando puderem ver o bebê.
– Não....é melhor nem falar sobre isso.
Patrick riu e me entregou a camisola horrorosa para que eu pudesse me
trocar. Voltei para a mesa de exames. Edward já estava sentado numa cadeira
ao lado da mesa.
– Hoje vão conseguir ouvir perfeitamente o coração dele. Eu conseguirei
ver alguma coisa, mínima, minúscula.
Jogou o liquido gelado sobre meu ventre e espalhou com o aparelho.
Aumentou o volume e começou a deslizar pela minha barriga.
– Vamos lá......
Era um barulho bem estranho....vários sons se misturando. Somente
quando ele sorriu eu soube distinguir.
– Estão ouvindo? Perfeitamente bem....
Edward olhava a tela onde surgia a imagem,sem ver nada, é claro. Sua
boca estava entreaberta e seus olhos brilhavam. Apertou minha mão.
– Ouvindo, Edward?
– Sim. Perfeitamente.
Agora ele sorria. Esfuziante.
– Está tudo bem, não é Patrick? Com o bebê?
Patrick riu e olhou de mim para Edward.
– Tudo perfeitamente bem com os bebês.
Edward arfou,arregalando os olhos para Patrick.
–C....como?
– Isso que ouviram.....
– Dois bebezinhos aqui dentro.
– Mas....como?Não da pra ver nada.
–Não dá, Bella.....mas veja bem. Escute aqui...desse lado.
Passou o aparelho e ouvi o batimento cardíaco.
– Aqui está o coraçãozinho de um bebê.
Passou o aparelho para o lado oposto e novo batimento.
–Aqui esta outro batimento.
– Não é do mesmo?
Ele riu.
–Claro que não. Estão em lado opostos. Da pra distinguir perfeitamente
um e outro.
Olhei para Edward que ria e chorava ao mesmo tempo.
–Sem sombra de dúvida,Bella. Tem dois bebezinhos ai dentro.
Edward me abraçou com força, meu corpo ainda deitado na mesa de
exames.
– Até quando vai fazer essas coisas comigo, amor?
Senti suas lágrimas escorrendo pelo meu pescoço e me juntei a ele
nessa emoção.
– Deus do céu....como eu vou sobreviver a mais essa?
Ficamos em silêncio,nós dois. Patrick se retirou silenciosamente.
Apenas deixávamos fluir nossa emoção.....palavras não poderiam
traduzir esse momento.

(Cap. 18) Mexendo no vespeiro


Edward POV
Eu dirigia em silêncio. Seguíamos para a escola buscar Emily. Bella
também não dizia nada. Eu não conversava simplesmente por falta de
palavras. O que mais eu poderia dizer que ainda não tenha dito? Não adiantava
dizer a Bella o quanto ela era especial, que eu amava e que era única
exclusivamente ela a responsável por tudo de bom que estava acontecendo em
minha vida. Soaria ridículo até. Sempre que eu pensava que já tinha
conquistado tudo, aparecia mais alguma coisa para me tirar o ar. Eu que
sempre sonhei em ter um filho.... um só.....um único filho, agora teria três.
Sim, porque eu não admitiria ninguém dizer que Emily não era minha filha. Eu
sentia como se ela tivesse saído de mim e se plantado dentro de Bella. Era
minha e pronto. Fora ela, os dois bebês que Bella gerava. Gêmeos. Quando, eu
poderia imaginar sequer pedir uma coisa dessas a Deus? Eu tinha tudo agora.
Tudo. Por isso me faltavam palavras. Eu precisava, sim, agradecer. Agradecer
por tudo o que vinha acontecendo e m minha vida. Senti o toque suave da
mão de Bella sobre a minha. Deu um breve sorriso.
– Acho que sua mãe vai... surtar quando souber.
– Com certeza, vai. Eu já estou pra lá de surtado então nem falo nada.
– Em momento algum isso passou pela minha cabeça, Edward. Talvez
fosse pedir demais.
– Também penso assim. Nós já temos tudo.... e agora temos tudo e
mais um pouco.
Peguei sua mão e levei-a aos lábios.
– Amo você.
– Eu também te amo, Edward.
Paramos em frente à escola de Emily e caminhamos de mãos dadas até
a entrada.
– Boa tarde. São os pais da Emily?
–Sim. Somos nós. Edward, muito prazer. E essa é minha esposa, Bella.
– Sou a professora dela, Anne. Imaginei que fossem vocês, pois Emily
não para de dizer como os pais dela são lindos.
Nós rimos, sem graça.
– Emily é um amor.
– Sim. Ela é um doce de criança. Não da trabalho algum. Ahhh. ai vem
ela. Ela disse que terão outro filho?
– Sim. São gêmeos, na verdade.
– Gêmeos? Mas que coisa mais linda. Tiveram muita sorte. Parabéns.
– Obrigada.
Emily veio correndo e pulou nos meus braços.
– Oi, princesa.
– Estava com saudades..... e da mamãe também.
Deu um beijo em Bella também.
–É impressão minha ou cresceu mais enquanto estava aqui?
Emily gargalhou deliciosamente.
– Papai, seu bobo, as pessoas não crescem assim.
– Ah não? Enganei-me, então.
Despedimo-nos da professora e fomos para o carro.
– Mamãe, conseguiu ouvir o bebê?
Bella me olhou e eu mesmo respondi.
– Não ouvimos o bebê.
– Ah... que pena.
– Ouvimos os bebês.
– Não estou entendendo.
– São dois bebes Emily.
– Dois????Como pode caber dois bebês ai?
Eu ri alto.
–Cabem até mais de dois, meu bem.
– Então... eu terei dois irmãos?
– Sim.
Emily bateu palmas e estendeu os braços para Bella. Bella aceitou o
abraço e lhe deu um beijo. O sorriso de Emily era largo.
– Vamos até a casa da vovó, Emily?
– Vamos.... eu adoro a vovó.
Eu ri.
– Tudo bem, Bella? Podemos ir?
–Claro. Quanto antes contarmos a eles, melhor. Ou então vão ficar
bravos depois.
– Ah... com certeza. Principalmente minha mãe e Alice.
Seguimos até a casa de meus pais e quando chegamos Emily já desceu
correndo e se dirigiu a entrada. Minha mãe estava do lado de fora, mexendo
em seus vasos.
– Vovó.....
Minha mãe se virou ao ouvir a voz de Emily. Pegou-a no colo.
– Oi princesinha. Que surpresa boa.
– Vovó.... acredita que tem dois bebês na barriga da mamãe?
Revirei os olhos. Nem pensamos em falar com Emily para esperar por
nós ao dar a notícia. Bella me sorriu segurando com força minha mão.
– Deixe. Ela está feliz... e é tão espontânea.
Minha mãe nos olhava boquiaberta enquanto nos aproximávamos.
– Isso.... isso é verdade?
Bella abriu-se em sorrisos. Assim como eu ela estava feliz além da
conta. - Sim, Esme. Estou grávida de gêmeos.
– Ai.... meu Deus...ALICE!!!! CARLISLE!!!!
Minha mãe berrou antes de pegar Bella num abraço apertado.
– Ah... minha filha....eu não disse que você veio para iluminar a vida do
meu Edward?
Meu pai e Alice vieram correndo.
– Esme? O que foi?
Devem ter entendido tudo errado... ou não entendido nada. Minha mãe e
Bella abraçadas, minha mãe aos prantos.
– O que foi meu Deus?
– Imagine.... Carlisle.....
Minha mãe tentava buscar fôlego para falar.
– Imagine.... seremos avós.....
Meu pai deu um sorriso sarcástico e eu ri também.
– Isso eu sei, querida.
Mas Alice era sempre perspicaz. Sempre caminhava a frente de todos.
– Não vai me dizer que Bella está grávida de gêmeos!!!!
– SIM..... SIM...ALICE!!!!
– BELLA!!!
Ah... pronto...duas loucas berrando e praticamente arrastando Bella em
seus braços para dentro de casa com Emily a tiracolo. Meu pai veio até mim e
me deu um forte abraço.
– Meu filho..... é redundante dizer que você merece tudo isso, não é?
– Obrigado, pai.
– Nossa.... Uma emoção atrás da outra. Vamos entrar. Acho que preciso
de um drink.
– Todos nós, menos eu que estou dirigindo.
– E Bella que agora carrega dois.
– É verdade.
Entramos e encontramos as quatro mulheres chorosas no sofá. Bella no
meio da minha mãe e Alice, com Emily em seu colo. Pobre Jasper olhava tudo
sem entender.
– Vem Jasper. Vamos comemorar e dizer o que está havendo, já que as
loucas só sabem chorar.
Somente depois de muito tempo elas se juntaram a nós. Mas não
iríamos nos demorar. Emily tinha chegado da escola e nem ao menos
passamos em casa.
– Já sei Edward. Por que não almoçamos amanhã? Todos juntos num
restaurante para comemorar?
– Eu acho uma excelente ideia.
– Oba... eu nunca fui no restaurante.
– Então fechou. Amanhã estaremos todos reunidos.
Conversamos mais um pouco e fomos pra casa. O dia fora intenso
demais e estávamos exaustos. Bella como sempre deu o banho em Emily,
jantar e eu a coloquei para dormir.
– Está feliz, meu anjo?
– Sim, papai.... será que a mamãe vai me deixar ajudar a dar banho
neles?
– Claro que vou.
Bella estava parada à porta e veio até a cama.
– Só que nos primeiros dias eles são tão molinhos que é melhor a
mamãe fazer isso. Mas você poderá me ajudar com outras coisas enquanto não
dá banho, pode ser?
Emily assentiu com a cabeça e apertou a bochecha de Bella e a minha.
Era mania dela fazer isso.
– Durma bem, minha flor.
– Durma bem, mamãe.
Bella esperou que eu a cobrisse e saímos em direção ao nosso quarto.
Tomamos nosso banho juntos e nos deitamos.
Nessa noite eu amei Bella como nunca. Somente uma mulher muito
amada conseguiria fazer isso com um homem. Deixá-lo transbordando de
felicidade em cada detalhe de sua vida.
O dia seguinte amanheceu ensolarado. Acordei com uma leve batida na
porta. Bella ainda dormia abraçada ao meu corpo. Então só poderia ser Emily.
Vesti um moletom e abri a porta.
– Bom dia, papai. Eu te acordei?
– Não, meu anjo. Algum problema?
– Não. É que eu não conseguia dormir. Acho que estou com tanta
vontade de conhecer um restaurante.
– Ah... meu anjo...está ansiosa, não é?
Olhei para dentro do quarto e Bella estava ferrada no sono.
– Tive uma ideia. Que tal se fizéssemos o café e trouxéssemos aqui na
cama para a mamãe?
– Ela.... ela vai adorar.
– Então pode ir descendo que só vou tomar um banho bem rápido. Mas
não mecha em nada na cozinha, ok?
– Tudo bem.
Ela disparou escada abaixo e tomei meu banho. Desci em seguida e Bella
continuava na mesma posição. Confesso que cheguei perto para ver se ela
respirava e suspirei aliviado. Desci e com a ajuda de Emily preparamos o café
para Bella.
– Papai... posso pegar uma flor daquele vaso na sala?
– Claro que pode. Eu e Emily subimos bem devagar com a bandeja.
– Vamos acordá-la bem devagar, ou ela pode se assustar.
– E assustar os bebês?
–sim.
– Vou fazer um carinho nela.
–Tudo bem. Vá Lá.
Caramba.... Bella parecia desmaiada. IA ficar com dor no corpo por estar
na mesma posição. Coloquei a bandeja no meu lado da cama e observei
enquanto Emily passava a ponta dos dedos no rosto de Bella e depois deu um
beijo. Lentamente Bella abriu os olhos e ao ver Emily sorriu.
– Bom dia, princesa. Que bom te ver logo cedo.
– Eu e papai fizemos uma surpresa pra você.
– Mesmo? Seus olhos lampejaram para mim e depois pousaram na
bandeja na cama.
Balançou a cabeça sorrindo.
– Vocês dois, hein? Fazendo estripulias enquanto durmo.
– Papai me deixou fazer o suco.... eu quase nem sujei toda cozinha.
Bella gargalhou.
– Quase nem sujou tudo? Estou até com medo de ir La.
Depois me deu um beijo.
– Fiquei preocupado, amor. Você nem se movia na cama.
– Cansaço. Além do normal pela gravidez....... você sabe não é?
Eu ri. Sabia muito bem que ela se referia à forma intensa como fiz amor
com ela. Tomamos o café na cama, os três. Depois enquanto Bella tomava seu
banho, fui ajudar Emily no dela.
Às onze da manhã estávamos na porta do restaurante. Minha família já
estava chegando também. Ficamos numa mesa enorme, própria para grandes
reuniões. Já era um restaurante conhecido desde quando era casado com
Victoria. Emily estava sentada entre Bella e eu. Alice estava de frente a Bella
ao lado de Jasper. Minha mãe e meu pai na ponta da mesa. Era uma pena que
o Emmett não estivesse presente.
Fizemos nossos pedidos e esperávamos conversando tranquilamente
quando percebi que Alice ficou tensa. Bella também percebeu e se virou na
direção que Alice estava olhando. Olhei também e vi Victoria vindo em nossa
direção. Parou ao meu lado.
– Ora... ora....a família feliz e perfeita reunida. Há quanto tempo não
vejo vocês? Continua lindo, Edward.
– Quem é ela, papai?
Então seus olhos pousaram em Emily.
– Papai?
Seu riso foi de escárnio.
– Não acredito! Finalmente conseguiu uma bastardinha, Edward?
Fiz menção de me levantar, mas meu pai me segurou no lugar. Depois
olhou pra Bella, com visível inveja no rosto.
– Não perdeu tempo, hein? É assim que pretende segurá-lo? Ele já
conseguiu sua bastarda, agora você será carta fora......
Meu pai fez um sinal para o segurança do restaurante que veio em nossa
direção.
– Hei... Carlisle....não precisa disso. Já estou indo.
– Acho bom mesmo, Victoria, ou não me respondo por mim.
Meu pai falava entre dentes. Há tempos eu não o via tão bravo assim.
Assim que Victoria se afastou Bella me encarou depois olhou para Emily que
parecia assustada.
– O que é bastardinha, papai?
– Emily, meu anjo. Esqueça isso, ta certo? Existem pessoas ruins, que
não gostam de ninguém e gostam de machucar as outras pessoas. Vamos
esquecer isso?
– Sim.
Nosso almoço chegou e deixamos o assunto de lado. No entanto eu via a
raiva de Bella e de Alice. Victoria de vez em quando olhava em nossa direção,
mas eu sabia que ela não se arriscaria a voltar La.
Não consigo imaginar por que me casei com aquela mulher.
– Bella... eu vou ao toalete. Não quer ir?
–Sim. Eu vou.
– Eu também irei com vocês.
– Eu posso ir, mamãe?
– Depois, Emily. Eu e sua tia precisamos ter uma conversa de adultos,
ok?
Ela assentiu. Olhei para Bella, Alice e minha mãe que se afastavam. E
depois meu olhar recaiu sobre a mesa de Victoria..... que também não estava
lá.
Essas mulheres estavam aprontando. Agora eu tinha certeza disso.

(Cap. 19) Perdendo a linha


Bella POV
Eu tremia de raiva. Acho que nunca senti tanta raiva quanto eu sentia
agora. Maldita Victoria. Primeiro já tinha minha raiva por ela ter sido casada
com meu Edward e por ter feito tão mal a ele. E agora vinha até nossa mesa,
ofendia minha filha e achava que iria ficar por isso mesmo? Obviamente se não
estivéssemos num restaurante eu teria partido pra cima dela. No entanto fazer
uma cena na frente da Emily estava fora de cogitação. Alice pelo jeito
partilhava da mesma raiva que eu. O olhar mortal que ela dirigia a Victoria
chegava a dar medo. Mas continuamos nosso almoço, embora eu estivesse
engasgada para conseguir engolir qualquer coisa. Por várias vezes meu olhar
se encontrou com o de Edward e vi o quanto ele estava chateado. Desgraça de
mulher.....já não bastava tudo o que fizera nesses anos todos? Olhei o rostinho
feliz da Emily enquanto ela sorria para Edward. Era incrível a sintonia perfeita
dos dois. Ela era louca por Edward. E ele por ela. Não via como podia ser
diferente. Os dois eram maravilhosos.
– Bella... eu vou ao toalete. Não quer ir?
Alice perguntou depois de cutucar minha perna sob a mesa. Então eu vi
Victoria se afastando e era muito provável que estivesse indo pra lá. Hora de ir
à forra. -Sim. Eu vou.
– Eu também irei com vocês.
Esme também percebeu e iria conosco
– Eu posso ir, mamãe?
– Depois, Emily. Eu e sua tia precisamos ter uma conversa de adultos,
ok?
Ela assentiu, mas Edward nos olhou desconfiado, como se adivinhasse o
que iríamos fazer. Tentei tranquilizá-lo com um olhar, mas como fazer isso se
eu mesmo estava uma pilha? Alice se afastava rápido em direção ao banheiro.
-Vaca....é hoje que ela me paga. É bem provável que esteja sozinha no
banheiro. O restaurante já está vazio e observei muito bem....não vi nenhuma
mulher se dirigindo pra lá.
Paramos do lado de fora e Alice entrou primeiro, voltando logo em
seguida, fazendo um sinal positivo. Esme e eu entramos no momento em que
Victoria saía do banheiro. Olhou para as três mulheres que a encaravam e deu
um sorriso debochado.
– Ora...ora....as três mulheres Cullen reunidas. Esme Cullen,Alice
Cullen.....e Victoria Cullen.
Disse me olhando em desafio. Alice no entanto gargalhou.
–Sua idiotinha....Bella é uma verdadeira Cullen,coisa que você nunca foi.
-Ah...claro...ajudou o coitado do Edward a adotar uma bastardinha. Fique
sabendo,queridinha,que embora ele quisesse muito um filho...é a mim que ele
ama. Você sabe que Edward é um livro aberto, eu via isso em seus olhos.
Aproximei-me dela e Esme tentou me segurar pelo braço, mas me
desvencilhei, parando a frente de Victoria.
–Sim....Edward pode ter amado você algum dia. E acredita que ele
sempre me pergunta onde ele estava com a cabeça quando se casou com você
e não comigo?
Suas bochechas ficaram vermelhas.
–Sempre quis ele pra você,não é? Nunca me enganou. Agora porque
ajudou-o a ter aquela coisinha acha que serão felizes para sempre?
Eu ri.
–Não, Victoria....eu não o ajudei a ter aquela coisinha. Eu o ajudei a
ter.....três! -Como....como três? Só tinha uma lá.....
Esme e Alice se colocaram ao meu lado, as mãos em meu ventre.
– As outras duas estão aqui dentro,VIC.
Esme falou com desprezo. Victoria deu um passo atrás, visivelmente em
choque. -Grávida?....gêmeos.
Meu sorriso foi espontâneo ao ouvir a palavra gêmeos.
–Sim, Victoria....meu Edward que pensou que nunca pudesse ter
filhos...me engravidou logo na nossa primeira noite....e de gêmeos.
Suas mãos se fecharam em punho.
– E quem garante que o filho é dele? Pode muito bem ter dado para
algum cachorro por....
Não esperei que continuasse. Avancei para ela e o tapa que dei um seu
rosto a fez cambalear.
– Eu poderia ter feito isso,se fosse uma puta feito você.
–Sua...baixinha horrorosa....vou quebrar você.
–Ah....não vai não. Esme se colocou a minha frente.
–Ninguém, muito menos uma rameira feito você vai encostar em meus
netinhos. Sabe,Victoria. Eu vi Edward sofrer muitos anos por pura maldade de
alguém. Está na hora de revidar.
Esme foi tão rápida que pareceu apenas um borrão. Um soco certeiro no
olhou atingiu Victoria e seu corpo bateu violentamente contra a parede.
–SUA LOUCA!!!
Esme me empurrou delicadamente para o lado.
–Você fica de fora,Bella. Não vai fazer mal aos bebês.
Alice que assistia de braços cruzados avançou e confesso que ao olhar
seu semblante, tive pena de Victoria.
–Ainda se atreve a nos enfrentar,hein,sua putinha?
–ESSA DAI...está mentindo. Edward não pode ter filhos...
–Sim, ele não pode. Não pode ter com você,sua vaca. E sabe por que?
Por causa da sua ambição, do seu desejo de ser a atriz principal na saga que
estão filmando. O olhar de Victoria denunciou que o que Alice dizia era
verdade.
–Como você....
– Pesquisei tudo,Victoria. Vasculhei sua vida assim que Bella soube que
estava grávida. Descobri que você assinou,sem Edward saber, um contrato de
seis anos para as filmagens. E que uma das cláusulas era que você não poderia
ficar grávida nesse tempo. Você foi burra,Victoria. Conhecia o modo de
Edward...aliás..minto. Acho que não o conhecia ou então saberia que ele
esperaria se você pedisse. Mas você teve que falsificar o exame.
–Eu não falsifi......
–CALA A BOCA.
Dessa vez foi Alice a dar um tapa tão forte que Victoria caiu. Alice
montou sobre ela agarrando seus cabelos.
– ORDINÁRIA.......FEZ MEU IRMÃO SOFRER A TOA.
Esme correu e trancou o banheiro.
–ME SOLTA,SUA LOUCA....
–Não..somente depois de quebrar sua cara. Ai quero ver conseguir filmar
alguma porra nesses dias. E todo mundo, a imprensa toda vai saber o que
você fez. Eu já tenho provas concretas que você falsificou mesmo o exame.
–AHHHH....
Victoria gritou e devolveu o tapa em Alice. E Alice se enfureceu ainda
mais. Sacudiu a cabeça de Victoria, os fartos cabelos ruivos entre os dedos
dela.
–Você nunca mais toca no nome de Edward...ou Bella.....esqueça que
sua vida infeliz quase acabou com a dele, ou acabo com você.
– NUNCA!!! Edward é meu.
Alice estapeou-a de novo...e continuou. Batia com força em Victoria que
estava presa sob suas pernas. Alice era minúscula, de onde tirava essa força
toda? Victoria me olhou enfurecida.
–Eu vou acabar com você....e com esses monstrinhos que você carrega
ai. -Ah...não.....
Esme tirou Alice de cima de Victoria que tentou se levantar,mas Esme
deu-lhe uma rasteira e ela voltou a cair ao chão.
–Não vai ameaçar a Bella. Chega de infernizar nossa vida, Victoria.
Victoria se agarrou nos braços de Esme que com muita facilidade tirou
suas mãos. Um tapa certeiro e seus lábios sangraram. Eu continuei parada,
confesso que estava assustada. Mas Victoria bem que merecia. Olhei a mão de
Esme descer impiedosa sobre Victoria, uma..duas....perdi a conta de quantas
vezes. Vi que Alice procurava freneticamente por alguma coisa em sua bolsa.
Quando vi que ela retirou uma navalha eu congelei. Deus do céu....não
estávamos indo longe demais?
–Pelo amor de Deus, Alice.....o que vai fazer?
Ela deu um sorriso insano e se aproximou de Victoria. Dei dois passos na
direção delas e esme me fez parar.
– Fique fora disso, Bella. Não queremos problemas com Edward depois.
Victoria continuava estirada ao chão, sem força. O rosto já estava
inchado e roxo. Ela arregalou os olhos quando viu Alice se abaixar perto dela
com a navalha na mão.
–Se alguém souber o que aconteceu aqui.....eu entrego as provas que
tenho sobre os exames. Isso é crime e você sabe disso. vai parar na cadeia,
Victoria.
– Alice....
– Calma, Bella. Eu não terminei com ela ainda.
Victoria tentou gritar quando Alice levou a navalha em direção a cabeça
dela, mas foi sufocada pela mão de Esme em seu rosto. Meu coração estava
disparado e sentia minha respiração ficar difícil. Então olhei para as mãos de
Alice que gargalhava. Um tufo de cabelos de Victoria em suas mãos. E depois
outros. Alice estava cortando os cabelos dela de forma totalmente desigual.
Quando terminou juntou tudo.
–Tem alguma sacola em sua bolsa, mãe?
– Sabe que aqui tem de tudo.
Alice guardou os cabelos de Victoria na sacola que tentava se reerguer,
mas conseguindo apenas ficar sentada ao chão com as costas na parede.
– Esses cabelos que você ama tanto..vou levar de recordação.
Lembrança do dia em que espanquei uma piranha que nunca mais irá
atravessar o caminho do meu irmão.
Vi lágrimas escorrendo pelo rosto de Victoria.
Raiva....dor..humilhação...tudo junto. Alice e Esme viraram-se para o espelho e
calmamente retocaram a maquiagem. Depois sorriram uma para a outra.
– Vamos, mãe?
– Vamos, Alice.
Esme me puxou pelo braço enquanto Alice parava ao lado de Victoria.
– Olha aonde seu ego te levou, Victoria. Poderia ter tido tudo na
vida.Sim...porque eu sei que mesmo de uma forma pequena, você gostava de
Edward. E que seus planos eram de voltar pra ele assim que terminasse as
filmagens. iria posar de milagreira dando um filho a ele. Você só não contava
com a presença de Bella, não é? Confiou demais que Edward amaria uma
mulher com você. Quando ele saiu da cegueira, ele pode ver a luz que estava
ao lado dele. E está feliz como nunca o vi. Aquela "baixinha horrorosa" que
você está vendo ali, é sem sombra de dúvida a mulher mais amada que eu já
conheci.
Senti lágrimas em meus olhos com as palavras de Alice. E notei que pelo
semblante de Victoria, tudo o que Alice disse era verdade. Alice colocou-se de
pé e deu uma última olhada para Victoria.
– Adeus, Sic.
Sai dali praticamente arrastada pelas duas. Alice e Esme agiam como se
nada tivesse acontecido. Edward fixou seus olhos nos meus.
– Vocês demoraram. Aconteceu alguma coisa?
– Não....Bella só estava um pouco tonta. Sabe como é a gravidez.
Mas Edward continuava me olhando insistentemente. Ele sabia que
tínhamos aprontado alguma.
– Está tudo bem agora, amor?
– Está sim, Edward.
– Mamãe...posso ir ao banheiro agora?
– Ah...claro que sim. eu irei com você.
Esme me olhou alarmada, mas Alice fez um breve aceno com a cabeça.
Ela sabia que Victoria não faria nada se ainda estivesse lá. Dei as mãos a Emily
e fomos em direção ao banheiro. Entramos e Victoria se virou assustada.
Nossa...Esme e Alice realmente fizeram um estrago no rosto dela. E os
cabelos? Coitada..... Ela me encarou e a Emily, mas não disse nada.
– Não vou demorar, mamãe. Papai reclama o tempo todo quando você
não está perto.
– Reclama por que, princesa?
– Ele diz que sente sua falta.
Vi as narinas de Victoria inflarem de raiva e sorri pra ela. Esperei que
Emily usasse o banheiro e lavasse as mãos. Só então ela pareceu reconhecer
Victoria. - Mamãe.....não é aquela amiga do papai?
– Não, meu anjo. É aquela mulher, mas não é amiga do papai. Agora
vamos que eu também já estou sentindo falta dele.
Ela deu uma risada estalada e segurou minha mão, mas olhando para
Victoria com curiosidade. Quando saímos Edward estava parado bem a porta
com os braços cruzados.
– Viu, mamãe? Ele já veio atrás.
Eu ri, mas Edward permaneceu sério.
– Bella, o que vocês andaram aprontando?
– Na....nada...
– Não minta. Alice disse que deu uma lição em Victoria mas não me
disse o que era. Não vou ficar contra vocês, eu só quero......
Mas usa voz foi morrendo e vi seus olhos se arregalarem. Virei-me e vi
Victoria parada ali....uma triste figura. Ela passou por nós sem dizer uma
palavra e foi em direção a saída, sem ao menos voltar a sua mesa.
– O que...o que fizeram com ela?
–Edward.....
Supliquei com os olhos, afinal Emily nos observava.
– Tudo bem. outra hora.
Voltamos para a mesa, mas Carlisle já pedira a conta e estávamos
prontas para ir embora. Do lado de fora do restaurante Alice e Esme se
despediram de mim com um abraço cúmplice.
– A gente se fala depois, Bella.
– Aparece lá em casa, Alice. E você também Esme.
– Com certeza iremos, querida.
Nos despedimos e Edward e eu fomos embora. Emily estava quietinha no
banco traseiro e imaginei que já estivesse com sono. E realmente depois de
um tempo ela já dormia. Edward colocou sua mão sobre a minha.
– Fizeram um estrago na Victoria.
– Confesso que até tive pena dela, Edward.
– Eu não tenho. Queria eu mesmo ter feito isso, mas minha educação e
meu respeito pelas mulheres não me permiti isso.
– Eu sei que não faria isso.
– Caramba...quem cortou os cabelos dela? Está horroroso.
Eu ri alto.
–Alice.
– Louca de pedra.
– Edward....Alice disse que Victoria planejava voltar para você. Ela tinha
um contrato em que uma das cláusulas era não engravidar. E pela expressão
da Victoria...isso tudo era verdade.
– Deus....como Alice descobriu isso?
– Não faço a mínima idéia.
– Bom...vamos esquecer isso. Quando chegarmos em casa quero que
você comece a arrumar nossas malas.
– Arrumar malas? Pra que?
– Estive pensando e resolvi que iremos fazer uma viagem.
– Pra onde? Não me falou nada.
– É surpresa, amor.
– Ah...sabe que sou curiosa.
– Vai ter que se conter. Eu quero que seja logo, aproveitando que ainda
está no começo da gravidez. Acho que vai...se cansar um pouco.
– Me cansar? O que está aprontando Edward?
– Quero ver minha filha feliz. E você também. Sei que vai amar. É a sua
cara. Apertei suas mãos com força, sorrindo para ele.
– Eu amo tudo o que vem de você, Edward.
– Você é minha vida, Bella. Você e nossos filhos.
Deu uma olhada em Emily pelo retrovisor e sorriu. Um homem perfeito e
que fazia minha vida também perfeita a cada segundo. Era quase inacreditável
como a vida da gente muda e torna-se perfeita, quando é por amor.

(Cap. 20) Viagem dos sonhos


Bella POv
Nem sei quantas vezes eu olhei para as malas empilhadas no quarto.
Embora eu não fizesse a mínima idéia de onde Edward iria nos levar, eu tinha
certeza que não estava me esquecendo de nada. Roupas de calor e frio,
produtos de higiene pessoal, os medicamento s de Emily... enfim...Acho que
estava tudo pronto.
– Papai está tão nervoso, não é mamãe?
Olhei para Emily, sentada na cama, as perninhas do lado de fora,
balançando sem parar.
– Nervoso? Você acha? Acho que ele está ate bem calmo.
–Eu acho. Ele olha pra gente assim..... querendo falar e nem fala.
– Humm... você não queria dizer que ele está misterioso?
Ela deu uma risadinha, escondendo o rosto.
– acho que errei a palavrinha.
Eu gargalhei e beijei o topo da sua cabeça.
– Mas devo concordar com você. Seu pai está mesmo muito misterioso.
Mas eu tenho certeza que vamos adorar a viagem.
– Papai sempre acerta, ne?
– Não é?
Sentei-me ao seu lado abraçando o corpo minúsculo.
– Por que o papai é tão bom?
– Humm...é uma pergunta até difícil de responder, Emily. Veja bem, seus
avós, Esme e Carlisle. Eles são ótimos, pessoas maravilhosas. Acredito que os
filhos acabam herdando esse lado bom dos pais.
– É verdade. Tia Alice também é boa. E tio Emmett...
Deu uma risadinha.
–Só que ele é meio doidinho, mas eu amo ele.
– Eu também. Amo todos eles.
– Por isso que ama o papai? Por que ele é bom?
– Também.
– E porque ele é lindo também...
Gargalhei de novo.
– Sim, ele é muito lindo.
– Lá na escola as tias falam que ele é lindo.
– O que?
Que absurdo. Professoras safadas. Ao invés de se preocuparem com a
educação dos alunos, ficam prestando atenção aos pais deles?
– As moças já terminaram ou vão continuar falando mal de mim?
A voz de Edward ressoou à porta do quarto.
– Emily? Acho que o papai está com ciúmes....so porque estou ganhando
um abraço gostoso.
Edward se jogou na cama atrás de nós.
– Coitadinho do papai.
Emily pulou sobre ele fazendo Edward e rir. Depois me puxou, fazendo-
me juntar a eles.
– Agora melhorou. As duas mulheres da minha vida.
– Por enquanto não é? Não sabemos o que tem aqui dentro.
–É...podem ser mulheres da minha vida e o garotão da minha vida.
– Isso ai.
– Eu acho que ouvi vocês dizendo que falam de mim na escola.
– Sim...as tias dizem que você é lindo, papai.
– Diga a elas que muito obrigado.
– Edward....se está a fim de me provocar......
Ele falou bem baixo para que Emily não ouvisse, já que estava distraída
brincando com os cabelos dele.
– Eu ainda não engoli aquela historia do Damon.
– Deixa de ser idiota, Edward. Sabe muito bem que não teve nada
demais.
– Sim...assim como não tem nada demais dizerem que sou bonito.
– Não vou estender esse assunto.
– As malas já estão prontas ,papai.
– Ótimo. Acho que você poderia ir tomar seu banho. Daqui a três horas
voaremos.
– Nunca andei de avião.
– Você vai adorar.
– Me ajuda a tomar banho, papai?
– Só se eu ganhar um beijo.
Emily distribuiu beijos e os dois saíram em direção ao quarto dela.
– Tome o seu também, Bella.
Edward gritou já no corredor. Eu não me lembro de ter visto uma criança
mais apaixonada e carinhosa que Emily. Tinha verdadeira adoração por
Edward. E eu não tirava sua razão. Edward era o típico homem feito para nos
deixar apaixonadas. E por isso eu sentia tanto ciúmes dele assim. Mas no
fundo eu sabia que era muito amada por ele.
Tomei meu banho rápido e fui até o quarto da Emily. Caramba...Edward
era tão perfeito que qualquer dificuldade que os outros homens tivessem ,ele
tirava de letra. Ajuda Emily a escolher a roupa e nem se irritava quando tinha
que explicar que uma roupa não combinava com a outra. Perfeito.
Simplesmente.
– Acabaram? Estão molengas demais.
– Ah...mamãe....o papai não aceita nada que eu quero.
– Deixa de ser mentirosa. Aceitei a saia rosa.
– Sim , mas eu quero a sandalinha amarela.
Edward revirou os olhos e se levantou.
– Você toma conta agora. Eu vou tomar meu banho.
Virou –se para Emily.
– Teimosa igual a mãe.
Ela jogou um beijo para ele e cai na gargalhada.
Adoravam-se visivelmente. Terminei de arrumar Emily e em pouco
tempo saíamos de casa.
– Não vai mesmo dizer? Daqui a pouco iremos fazer o check in . Vou
saber do mesmo jeito.
– Já fiz pela internet. So saberá quando passarmos pelo portão de
embarque, porque nem tem como disfarçar mais.
– Antes isso...ou não chegaria viva para aproveitar nada.
– Deixa de ser dramática,Bella.
– Imagino se fosse você. É mais curioso que eu ainda,Edward.
Dei um sorriso sapeca.
– Quando eu descobrir o sexo dos bebês....não vou te contar.
– Isso é chantagem da pior espécie. Que absurdo.
– Absurdo nada.
– Amor...daqui a pouco vai saber, não precisa de tanto.
– Ta...ta...não vou brigar mais.
Estávamos no aeroporto e Emily olhava ao redor completamente
maravilhada.
– Nossa...nunca vi tanta gente. Todo mundo vai com a gente, papai?
– Não, princesa. Aqui tem muitos aviões, indo para vários lugares do
mundo.
– So não sabemos se vão para o mesmo lugar que nós, porque não
sabemos pra onde vamos, Emily.
Edward revirou os olhos, mas riu.
– Você é mais criança que a Emily, Bella.
Deixei passar essa. Afinal faltava pouco para embarcarmos.
Quando finalmente foi anunciado o voo e vi Edward se encaminhar para
o portão quatro eu abri a boca, sem conseguir falar. Como isso não me passou
pela cabeça? Meu Deus eu era mesmo uma songa monga.
Tava tão na cara e eu não percebi. Edward tinha um sorriso largo no
rosto.
– Vamos embarcar?
Emily ainda olhava para os lados completamente alheia a tudo. Quando
estávamos dentro do avião ela já andava aos pulos, o que me fez lembrar da
Alice.
– Seus pais não foram ao aeroporto? Por quê?
Ele riu novamente.
– Vai saber....família de loucos.
Por que eu tinha a impressão que Edward mentia? Mas ele não era
disso...
– Posso ficar na janela, papai?
– Claro que pode. É bom que podemos segurar nas mãos da mamãe. Ela
morre de medo de voar.
Emily riu, feliz demais. Edward ajeitou Emily na poltrona, colocou o cinto
e esperou que eu me sentasse. Sentou-se também e segurou minhas mãos.
– E então? Gostou?
– Amei....Edward...como eu não pensei nisso?
– Porque ficou preocupada demais em querer saber onde era e não se
limitou a imaginar. Lembra-se que Emily disse que nunca foi a um parque?
Então pensei...que seja em grande estilo. Nada melhor que a Disney.
Edward falava baixo, mas Emily não ouvia. Seus olhos estavam fixos na
janela, observando tudo com atenção.
– Ele vai ficar maluca, Edward.
–Sim...imagino quando ela chegar no castelo da Bela adormecida.
Inclinei e beijei seus lábios de leve.
– Obrigada, Edward. Você é incrível....sempre.
– Você me devolveu tudo, esqueceu? Isso ainda é muito pouco perto de
tudo o que fez e faz por mim.
Olhamos para Emily que estava de boca aberta vendo o avião se
distanciar do chão.
– Emily teve muita sorte em encontrar você, Edward.
– Em encontrar nós dois,amor. É uma excelente mãe e ela adora você.
– Vamos chegar perto das nuvens, papai?
– Vamos passar por elas, Emily.
– Eu quero pegar nelas.
– Não dá, meu anjo. Essa janela não abre. Não podemos abri-las.
– Ah...que pena.
– Vai demorar pra gente chegar?
– Não...não muito. Quando você começar a sentir sono...já chegamos.
Pouco depois passou o carrinho com um lanche.
– Posso pegar, mamãe?
– Claro que pode, anjo.
Edward agradeceu e não aceitou. E eu tive vontade de estapear a cara
da vadia da aeromoça loira que sorria abertamente pra ele. Meu olhar de
poucos amigos fez Edward rir
– Está me saindo uma ciumenta de mão cheia.
– Vou fingir que não ouvi e que estou muito calma. So assim para não
partir a sua cara e a dela.
– A minha? O que foi que eu fiz?
– Esquece, Edward.
– Está se sentindo bem, Bella?
– Por que está perguntando isso?
–Porque está grávida, Bella. Por que mais poderia ser?
– Estou ótima. Aliás nunca me senti tão bem. Nem parece que estou
grávida.
– Isso é ótimo. Deve ser um bebê tão bonzinho quanto eu era.
Eu ri.
– Não duvido. Emily já tinha terminado seu lanche e estava encolhida na
poltrona.
– Está com sono, Emi?
– Um pouco.
Realmente foi como Edward falara. Bastou apenas ela dizer que estava
com sono e foi anunciado que em quinze minutos iríamos aterrissar.
– Então, meu bem, pronta para conhecer um lugar lindo?
– Vamos tirar fotos?
– Claro que vamos, Emily. Eu já tenho ate umas ideias para você tirar
fotos com o papai.
– Nem vem com gracinhas, Bella. Te proíbo de me colocar em qualquer
espécie de mico.
– Isso é ser pai, meu amor.
No entanto de nada adiantou o aviso de Edward. Antes de pousarmos,
Emily já dormia. Edward pegou-a no colo e chamou um táxi.
– Eu odeio essa demora para pegar a bagagem.
– Deveria ter outro método, não é?
– Já pensei sobre isso. Nada me veio a mente...então essa deve ser a
melhor forma mesmo.
Eu ri e passei o braço em sua cintura. Eu mesmo estava encantada
olhando tudo ao redor enquanto o táxi deslizava pelas ruas nos levando ao
hotel que Edward reservara.
– Caramba...acorde Emily, Edward...ela tem que ver isso. É nesse hotel
que ficaremos não é?
– Sim...
Edward acariciou o rosto de Emily, depois passou o dedo na ponta do
nariz dela. Ela sempre acordava quando ele fazia isso.
– Acorde, Emily. Você precisa ver isso, anjo
– Estou com sono.
Ainda assim ela abriu os olhos e olhou pela janela, ainda bocejando.
Ouvi seu arquejo e sorri para Edward.
– Papai......que lugar lindo....
Edward me olhou e sorriu.
– Tem coisa mais linda ainda para se ver, Emily....você vai amar.
Eu quase podia ouvir seu coraçãozinho disparado no peito.
– Que lugar é esse?
– Estamos na Disneylândia, Emily. Acho que nunca deve ter ouvido
falar....mas aqui você verá a ....
Antes que Edward terminasse de falar, Emily deu um grito.
– Mamãe...papai..olhe ali...
Apontou o dedo e vimos a “Branca de neve e os sete anões”.
–É a Branca de Neve.
–Sim...você verá quase todos os personagens das historinhas que
conhece.
– Eu vou...chegar perto deles?
– Claro que vai. So iremos até o hotel, deixar nossas malas e vamos sair
e nos divertir.
– Olhe do outro lado,Emily...é aqui que iremos ficar.
Ela se virou e olhou o belíssimo hotel. Colou seu rostinho no vidro da
janela e tive a certeza de ter ouvido um soluço.
– É tão....lindinho....
Quando ela se virou para Edward eu vi lágrimas tão pequenas quanto
seu rosto, caírem dos seus olhos.
– Obrigada, papai...e mamãe.
Falou antes de virar-se novamente para a janela.
Olhei para Edward que estava tão emocionado quanto ela. E admito, eu
também estava.
– Não vou chorar, Bella.
Eu ri.
– Eu sei que não.
Dei um beijo em seu rosto e desci com ele enquanto ele pagava o táxi e
funcionários do hotel já chegavam para pegar a bagagem. Segurei Emily pela
mão e percebi que ela tremia. Abaixei-me a sua frente e toquei seu rosto.
– Está nervosa ou é só emoção?
– Eu não sei o que é emoção.
– Emoção é isso que sentiu quando viu essa beleza de hotel. Não teve
vontade chorar e rir ao mesmo tempo?
Ela afirmou, balançando a cabeça.
– Então....isso é ficar emocionada.
– E quando vejo as princesas da minha vida assim tão lindas ....eu
também fico emocionado.
Emily sorriu e tentou limpar as lágrimas com as mãos pequenas.
– Papai é bobo. Mas é lindo e eu amo.
Edward sorriu e se abaixou um pouco para beijar os cabelos dela.
– Vamos entrar, então? Ou vai ficar de moleza...desse jeito quando
chegarmos ao castelo da Bela adormecida...ela já terá dormido de novo. Emily
arregalou os olhos.
– Existe um castelo? De verdade?
– Existem vários castelos...de várias princesas...
Ela começou a pular.....
– Vamos....vamos....então....rápido mamãe.
Edward riu...
– Deus...é a cópia da Alice.
Nós dois gargalhamos e entramos no hotel. Era contagiante ver a
felicidade de Emily. E tenho certeza que ali Emily viveria dias maravilhosos.
Dias que completariam a sua vida ao nossa lado. Emily era abençoada. Sem
sombra de dúvida ela merecia a família que tinha. Sem contar Edward. Uma
pessoa que só sabia se doar e trazer tanta felicidade so poderia ser chamada
de Anjo.

(Cap. 21) Diversão em família


Edward POV

Eu caminhava a alguns passos das duas garotinhas a minha frente. Sim..digo


duas porque nesse exato momento Bella parecia tão criança quanto Emily. As
duas não caminhavam...saltitavam.
Quando quis ter filhos eu sequer imaginei o sexo. Pra mim bastava ter alguém
ao meu lado. Alguém para cuidar, dar amor, educação...No entanto, hoje,
vendo as duas paixões da minha vida, eu começava a ter certa preferência.
Não que eu quisesse um garoto..longe de mim. Mas vendo o que Bella e Emily
faziam em minha vida, eu tinha cada vez mais plena certeza que as mulheres
tinham um toque especial. Tinham o poder de transformar tudo com simples
gestos ou palavras. Coisas que nós homens, não temos.
Por outro lado seria bom ter mais um homem na família. Mais um alguém que
pudesse conviver com mulheres maravilhosas e dar a elas o devido valor.
Eu acompanhava passo a passo a rotina da Bella. Embora às vezes ela não
notasse.
Trabalhava muito ao meu lado, chegava em casa sempre disposta a brincar
com a Emi ou ajudá-la nos deveres.
Sempre pronta para mim...sempre bem arrumada, cheirosa,
depilada...porra...Que me desculpem os homens, mas esse é o verdadeiro
sexo forte. Mulheres são poderosas. Pelo menos a minha é.
Estava perdido nesses pensamentos melosos, mas verdadeiros que mal percebi
quando as duas pararam em frente a um urso que pegava Emily no colo. Bella
virou-se para mim, sorrindo, mas com um olhar desconfiado.
– O que foi?
Perguntei abraçando-a.
– Edward...está aprontando...
– hum...esse abraço é igual do tio Emm.
Emily ria, agarrada ao urso. Então a ficha de Bella caiu.
– EU NÃO ACREDITO!! Seu ridículo....
Ela gargalhou e eu também. Emily olhou para nós sem entender e quando
voltou a olhar o urso ele tinha tirado a máscara.
O grito de surpresa e alegria de Emily foi contagiante.
– Tio Emm....você veio também!!
– É claro princesa...acha que eu iria perder a diversão? Oi Bellita.
Bella riu e balançou a cabeça.
– Deus...só você mesmo, Emmeio. Como tem coragem?
– Tudo para alegrar nossa boneca. E pode preparar que a hora dos papais vai
chegar.
– Ainn....onde estão os outros?
– Alice está procurando uma fantasia também. E é claro armando barraco..é só
o que ela sabe fazer.
– Você ta tão fofo, tio Emm.
– Emily, minha flor...eu sou fofo, hã?
Eu tive que rir com essa. Pensando bem foi uma excelente idéia ter chamado
minha família para vir também. Eu era meio tosco para essas brincadeiras.
mas Emmett era palhaço o suficiente para alegrar Emily.
– Vai ver só quando o papai se fantasiar, Emily.
– Eba....
Ela bateu as palmas e depois apertou as mãos na bochecha do Emmett.
– Nem vem bobeira. Já falei que não faço isso.
– Ah...papai...nem pela sua Emi?
Eu abri a boca incapaz de falar. Bella sufocou uma risada.
– Mas que bela chantagista está me saindo...
– A tia Alice falou que se eu falar assim eu consigo tudo com você...
– Bando de mafiosos. Estou bem servido mesmo...
– Deixa de ser reclamão, Edward. Vamos procurar o resto da turma.
Emmett colocou Emily sobre o pescoço e saíram saltitando pela rua.
– Deus...o Emmett não cresceu.
– Definitivamente, não Bella. Aquele ali só tamanho e músculos.
Fomos atrás dos dois de mãos dadas.
– Está bem?
– Ótima. Não se preocupe, Edward. Apenas divirta-se. Eu e os bebês estamos
ótimos.
Pouco mais adiante encontramos meus pais que felizmente não estavam
fantasiados. Emmett desaparecera com Emily em seu pescoço.
Meus pais abraçaram Bella, a expressão tão feliz quanto a nossa.
– Onde está a bonequinha?
– Sumiu com o Emmett por ai, Carlisle. Devem ter ido atrás da Alice.
– Não vão se fantasiar, mãe?
Ela riu alto.
– Meu rosto já é uma máscara, Edward.
– Ah...tão modesta.
Logo em seguida Emmett voltava...sem a Emily.
– Onde está....
Antes que eu concluísse minha pergunta ela apareceu ao lado de
Alice....vestida de fada. As duas vinham saltitando feito duas gazelas.
– Oi.....façam seus pedidos...Sou a fada Alice...
Emily ria a valer.
Abracei Bella pela cintura e beijei seu pescoço.
– Eu não preciso de pedido nenhum, fada Alice. Tudo o que eu quero essa
mulher já me deu.
Bella girou um pouco a cabeça, acariciando meu rosto.
– Pois eu tenho um pedido, fada Alice.
A idiota da Alice fez uma reverência.
– Eu peço principalmente sabedoria...para que eu possa sempre agir da melhor
maneira possível...tornando a vida desse homem tão especial quanto ele fez
com a minha.
Alice baixou a varinha, visivelmente emocionada com o que Bella disse.
Confesso que não esperava por isso.
Apertei-a ainda mais forte de encontro a mim.
– Ah....esse momento Love merece uma comemoração.
Antes que eu pudesse processar o que diziam, Emmett e Alice saiu nos
arrastando pelas ruas.
Parei quando vi pra onde nos levavam.
– Eu não vou fazer isso.
– Ah...vai sim...Essa eu quero ver.
Ate meu pai contra mim. Ele mesmo me arrastou para dentro do
estabelecimento. Bella e Emily foram com Alice. no entanto...pensando bem...a
alegria de Emily era tão intensa que não custava entrar na brincadeira.
Deixei-me servir de boneco nas mãos deles.
– Eu preferia uma coisa bem tosca, mas....
– Coisas toscas combinam com você, Emm.
Ele explodiu naquela gargalhada de trovão dele.
Assim como Alice tinha feito anteriormente ele fez uma reverência.
– Vamos....Príncipe Edward?
Era isso mesmo. Fizeram-me vestir de príncipe da Bela Adormecida. Eu nem
ousei olhar o quão ridículo eu deveria estar.
Mas assim que sai e vi Bella ao lado de Alice e Emily eu não pude deixar de
sorrir.
Ali eu tive a certeza que minha vida poderia ser considerado um conto de
fadas. Bella estava vestida, é claro, como a Bela adormecida.
Linda....era um princesa mesmo. E Emily da mesma forma. também vestida de
princesa. Estendi minha mãe pra Bella que veio até mim.
– A família real poderia fazer uma pose para eu tirar fotos?
Emmett sempre debochado. tirou várias fotos nossas sozinhos e depois com a
Emily.
– vovô e vovó não vão vestir também?
– Não, Emily. Só iremos ficar olhando esse bando de malucos que colocamos
no mundo.
Emmett e Alice faziam tanta farra que todo mundo que passava nos olhava. Eu
já tinha perdido a vergonha, praticamente. Emily estava feliz, então nada mais
me importava.
Depois de nos livrarmos da fantasia fomos almoçar. E mais uma vez Emily se
deliciou ao ser servida pela Barbie.
– Cara...eu nem vou comer muito senão não consigo montar em todos os
brinquedos..
Eu nem sei por que ainda me surpreendia com o Emmett Era uma criança
fanfarrona.
Ainda experimentamos vários brinquedos antes que Bella finalmente buscasse
um banco para sentar.
– tudo bem, amor?
– Agora estou um pouco cansada.
– Mas não está sentindo nada além disso, não é?
– Só felicidade, amor.
Sentei-a em meu colo.
– Eu também. Melhor idéia que já tive.
– Sim. E trazendo sua família então....ficou tudo perfeito.
Meus pais já tinham ido para o hotel. Claro que não estavam cansados. Pra
mim foram se divertir. Coisa que aliás eu estava louco para fazer com Bella.
Mordi sua orelha e cochichei em seu ouvido.
– O que acha de deixarmos a Emily passar a noite com a Alice?
– O que está pensando,hein, seu safado?
– No mesmo que você.
– Mais uma de suas grandes ideias.
Quando finalmente Emily deu sinais de cansaço, voltamos para o hotel.
– Alice...será que você poderia...
– Sim, Edward. Eu fico com a Emily.
Nem foi preciso terminar a pergunta. Alice sempre estava um passo a frente.
– vou dar um banho nela primeiro Alice.
– Não precisa. É só me dar as roupas dela. vamos nos jogar numa banheira de
espuma não é Emily.
Ela sorriu, mas estava realmente cansada.
Bella entrou em nosso quarto e passou as roupas para Alice. Deu um beijo em
Emily.
– Descanse um pouco, meu amor. Ainda tem muita coisa para se ver. Durma
com os anjos.
– Você também, mamãe.
Depois me abraçou dando um beijo em meu rosto.
– Estou amando tudo , papai. Vou falar igual a mamãe: você é perfeito.
Senti lágrimas nos olhos. Ouvir isso de um ser tão puro como era uma
criança...realmente era para emocionar.
– você que é perfeita, meu anjo. Durma bem.
Depois que saíram Bella e eu entramos na banheira já coberta de espumas.
Sentei-me e coloquei-a em meu colo. Sua cabeça pendeu sobre meus ombros
e ela suspirou, fechando os olhos.
– Sabe que às vezes fico tentando imaginar como serão nossos bebês?
– Por mim os dois teriam a sua cara. Os olhos...esses cabelos escuros.
– Pois eu penso o contrário. Feche os olhos e imagine a Emily com os cabelos
cor de bronze....coisa mais fofa que seria.
Eu ri junto ao seu ouvido.
– Boba...
– Acho que o Emmett se divertiu mais que todos nós.
Eu ri alto.
– Com certeza. A essa hora deve estar roncando feito um porco. E amanhã
acorda no pique todo.
– Pois eu não tenho pique pra mais nada.
– Tem certeza, Bella?
Perguntei, minhas mãos se fechando sobre seus seios.
– Quer dizer...pra algumas coisas ainda tenho.
Passei a língua pelo seu pescoço e ergui um pouco seu corpo, já me fundindo a
ela.
Bella deixou escapar um suspiro que era puro prazer e eu a acompanhei,
fechando meus olhos.
Esse momento da união de nossos corpos era de um prazer surreal. Não digo
apenas o prazer carnal. Mas o prazer de saber que não uníamos apenas nossos
corpos nesse ato. Uníamos também nossa alma, nosso coração. E eu tinha a
certeza que não existia força o mundo capaz de destruir um elo tão forte. E o
melhor de tudo. Não existia a mínima chance disso acabar. Era eterno.
E eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha
intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata....(C.D.A)

(Cap. 22) As quatro mulheres


Edward POV

O táxi deslizava pelas ruas já acesas da cidade. Estávamos de volta à Nova


Yorque depois de nos divertimos como nunca na Disneylândia. Foram dias
incríveis, sem sombra de dúvida. Estava satisfeito comigo. A alegria que vi
estampada no rosto de Emily e Bella não tinha preço. Aliás, a alegria da minha
família inteira. Foi uma excelente idéia tê-los convidado. Emmett deve ter se
divertido mais que Emily. Eu ri só em me lembrar das suas palhaçadas.

Olhei para trás e observei as duas mulheres da minha vida dormindo exaustas,
a cabeça das duas colada uma na outra. Lindas e eu as amava demais.

– O senhor tem uma bela família.


A voz do taxista me despertou e só então percebi que ele também olhava Bella
e Emily pelo retrovisor.
– Obrigado.
– E felizes. Deu pra perceber quando entraram no carro.
– Não vou negar. Eu pelo menos sou muito feliz. Cada dia tem uma surpresa
diferente, uma novidade...
– Espero que continuem assim. Isso é tão raro hoje em dia. Ainda mais que
vocês parecem ser muito jovens.
–É... um pouco. E o senhor? É casado?
– Fui casado por muito tempo. Mas assim que minha esposa engravidou as
coisas começaram a piorar. Ela... não queria o bebê.

Senti que meu semblante se fechava. Isso me fazia lembrar Victoria e tudo o
que me fez passar. Mas no caso dessa mulher era bem pior. Se não queria, por
que não evitou?

–Então logo assim que nasceu ela simplesmente evaporou. Deixou-me sozinho
com o bebê.
– Nossa... e como se virou sozinho?
– Tive ajuda da minha família. Mas o que importa é que hoje ela é uma bela
garota de 16 anos.
– Ah... parabéns.
– Obrigado.
Fiquei pensando em quantas pessoas nesse mundo teriam a mesma sorte que
eu. Encontrar uma mulher como Bella, uma filha como Emily e ainda mais dois
bebês. Eu fui muito agraciado e não deixava de agradecer um dia sequer.
Assim que o táxi parou passei o dedo no rosto de Bella.

– Acorde dorminhoca. Já chegamos.


Ela deu um sorriso fraco e abriu os olhos. Emily nem se mexeu.
Ajudei-a a descer e o taxista nos ajudou com as malas.
– Pode deixar que eu levo a Emily, amor.
Paguei o taxista um valo acima da corrida.
– Não, senhor. Está além...
– Aceite. Fica como presente para sua bela garota de 16 anos.
Ele deu um largo sorriso.
– Deus lhe pague. Cuide bem da sua família, senhor. É o bem maior que
possuímos.
Apertou minha mão. Peguei Emily e subi com ela.

– Acha que devemos acordá-la? Deve estar suada, é ruim dormir assim.
– Vamos deixar. Se ela estiver incomodada ela acorda e nos chama.
Bella começou a ajeitar algumas coisas, mas eu peguei suas mãos puxando-a
para mim.
– Amor são mais de nove da noite. Não vai mexer com nada. Amanhã as
empregadas cuidam de tudo.
– Tudo bem. Não irei insistir.
–Está com fome?
–Não. Só quero um banho.
–Então tomaremos um banho. Mas irá comer alguma coisa, sabe que não pode
ficar sem se alimentar.
Levei as mãos até seu ventre, acariciando-o.

– Estão bem?
– Estão, amor. Ótimos.
–Que dia iremos fazer o ultrassom?
– Amanhã, esqueceu?
– Estou meio perdido no tempo.

Enquanto Bella separava nossas roupas eu enchi a banheira. Tomei o cuidado


de trancar a porta, embora Emily jamais entrasse sem bater.
Quando voltei Bella já estava nua pronta para entrar na banheira. Eu ainda não
estava totalmente “curado” dessa visão. Quanto mais eu via seu corpo nu,
mais eu ficava encantado.
Ela era linda e perfeita.
Antes que ela entrasse, abracei-a por trás colocando meu rosto na curva suave
do seu pescoço.

– Adoro seu cheiro. Fico maluco.


– Eu acho que posso dizer o mesmo de você. Seu cheiro é maravilhoso.
– Então vamos tomar nosso banho...
– Mesmo suado seu cheiro é muito bom. Cheiro de homem...
Eu ri e arrastei-a para a banheira.
– Safada.
Como sempre fazíamos, coloquei-a de costas pra mim sentada em meu colo.

– Edward você acredita nessas coisas que dizem por ai? Que quando estamos
felizes demais alguma coisa ruim está por vir?
– Claro que não, amor. Que besteira. Se fosse assim era pra ter acontecido há
muito tempo. Estou muito feliz desde quando você voltou para Nova Yorque.
Ela encostou a cabeça em meu peito, fechando os olhos.
– Às vezes tenho medo. Não sei bom do que. Talvez que algo aconteça a
vocês... e eu perca algum de vocês.
– Pare com isso, Bella.
Ergui seu corpo e coloquei-a de frente pra mim, ainda sentada no meu colo.

– Você está apenas mais sensível por causa da gravidez. Estamos todos bem e
assim continuaremos tudo bem?
–É... pode ser mesmo. Ando mais sensível.
–Sim. Mais sensível e insuportavelmente gostosa.
Ela ficou vermelha, mas sorriu. Incrível como ainda conseguia ficar
envergonhada.
Segurei seus seios e apertei levemente os mamilos. Bella suspirou e segurou
meus cabelos. Baixei a cabeça e passei a língua languidamente sobre lês
fazendo Bella gemer baixinho. Mordi e suguei, apertando suas costas, forçando
seu corpo para colar-se ao meu.

– Te amo tanto, Bella.


– Eu também te amo, meu amor.
Bella apoiou-se em meus ombros erguendo um pouco o corpo e quando
desceu, entrei completamente dentro dela. Gemi e fechei meus olhos, como
sempre abobalhado com o prazer intenso que sentia apenas por estar dentro
dela.

Bella me dominava, me excitava... me completava. Eu jamais deixaria de dizer


isso. Sempre soaria redundante, ainda assim era verdade: éramos um só.

Bella POV
Acordei com o corpo fantasticamente relaxado. Estava cansada na noite
anterior, mas nada que um banho na banheira e fazer amor com Edward não
melhorasse. Nos braços dele eu relaxava me liberava. Suspirava satisfeita só
em me lembrar das mãos poderosas em meu corpo, a boca cálida passeando
pela minha pele... Nem percebi como fui para a cama. Logo depois de chegar
ao ápice, creio que apaguei. Então certamente Edward me levou para cama.
Prova disse é que eu estava nua. Raramente dormia nua.
Olhei para seu rosto sereno dormindo ao meu lado, os braços em volta da
minha cintura. Ergui-me cuidadosamente para não acordá-lo. Estava cansado.
Tenho a impressão de tê-lo visto se levantar durante a madrugada,
provavelmente para olhar Emily.
Tomei um banho e me troquei. Depois fui até o quarto da Emily. Estava
sentada na cama também vestida com um roupão, os cabelos molhados.

– Bom dia, princesa. Que novidade é essa?


Ela abriu-se num sorriso e estendeu os bracinhos buscando um abraço.
– Bom dia, mamãe. Já sei tomar banho sozinha.
– É mesmo? E por que resolveu fazer isso agora?
– Papai falou que já sou uma mocinha. Mocinhas tomam banho sozinhas.
– Ele está certo. Mas será que esse banho foi bem tomado, hã? Lavou os
cabelos?
– Lavei. Com aquele xampu de maçã que a tia Alice me deu.
Cheirei seus cabelos, um cheirinho delicioso de maçã verde.

– Hum... que delícia.


–Eu vou pra escola hoje?
– Não. Hoje mamãe irá fazer o exame para saber o sexo dos bebês. Você não
disse que queria ir?
Ela bateu palmas e depois enlaçou meu pescoço.
– Então me ajuda a escolher uma roupa bem bonita?
– Ah... claro. Minha princesa tem que estar sempre linda.
Ajudei-a a se vestir e penteei seus cabelos. Em seguida fomos até meu quarto
e constatei que Edward ainda dormia.

– Papai é tão preguiçoso.


– Ele está cansado, Emi. Vamos acordá-lo com muito carinho?
Seus olhinhos brilharam e ela concordou. Fomos nos aproximando com cuidado
e cada uma postou-se a um lado da cama. Fiz um sinal positivo para Emily e
nós duas, ao mesmo tempo começamos a distribuir beijos nele. No rosto,
cabelo, tórax. No começo ele abriu os olhos, meio confuso, mas em seguida ele
riu e puxou nós duas sobre seu corpo.

– Bom dia, papai.


– Coisa mais deliciosa acordar com minhas duas mulheres ao meu lado.
– Bom dia, Edward.
– Bom dia, amor.
– Vai passar o dia na cama, papai?
– Claro que não. Esqueceu-se que hoje iremos ver o sexo dos seus irmãos?
– Eu já estou pronta.
Edward olhou meu corpo de cima a baixo. Fez biquinho.
– Nem me esperou.
– Deixe de fazer manha e levante-se ou iremos chegar atrasados.
–Já estou indo. Calma. Mas caiam fora daqui, as duas.
Nós duas saímos do quarto, ainda rindo dele e fomos juntas preparar o café.
Pouco depois Edward desceu já de banho tomado. Tomamos nosso café e
seguimos para a clínica.

Eu estava tão ou mais curiosa que Edward. Se bem que ele disfarçava bem, e
como era louco por crianças, imagino que estava fervilhando mais que eu.
Emily também estava ansiosa, tanto que torcia nervosamente a barra do seu
vestido.

– Isabella? Vamos?
A médica chamou da porta e imediatamente coloquei-me de pé. Edward e
Emily também.
– Suponho que os dois também irão entrar?
– Há algum problema?
– Não. Absolutamente.
Entramos os três na sala reservada ao exame.
– Como tem passado Isabella?
– Ótima.
–Enjoos, tonturas...
– Nada.
– Tem tomado as vitaminas e as vacinas que prescrevi?
– Está tudo em dia.
– Trouxe o seu cartão de pré-natal? Iremos anotar algumas coisas sobre os
bebês hoje.

Passei o cartão para ela e depois de escrever durante um tempo pediu que eu
me trocasse para começarmos o exame.
Edward estava visivelmente nervoso agora. Era comum ele ficar muito quieto
quando estava nervoso.
Ajeitei-me sobre a mesa e logo em seguida senti o gel frio sobre minha pele.

– Edward e Emily não é?


– Sim.
– Olhem para a TV, com sorte conseguirão ver alguma coisa, mas duvido.
Emily sentou-se no colo de Edward. Ele por sua vez estava sentado numa
cadeira ao lado da cama. Os dois tinham os olhos fixos no aparelho. Apenas
por um momento Edward desviou seu olhar para mim. Havia tanto amor e
ternura que senti lágrimas nos olhos. Depois nós dois voltamos nossa atenção
para a TV.

– Irei aumentar o volume para ouvirmos os batimentos cardíacos.


Edward apertou minhas mãos ao ouvirmos o som dos nossos bebês. Os olhos
da Emily brilhavam de entusiasmo.
– Estão com excelente saúde, Isabella.
Anotou alguma coisa no cartão e voltou novamente a passar o aparelho sobre
meu ventre.
– Edward? Emily? Estão vendo os dedinhos de um deles?
Ela posicionou o cursor sobre a região que falava.
– Olha papai... está mexendo os dedinhos.
– Acho que está dando um tchauzinho para você.
Ela riu e apertou os braços em volta do seu pescoço.

– Agora vamos ver se teremos sorte em ver o sexo.


Passou várias vezes o aparelho e depois de um tempo falou.
– Olhem pra isso... para leigos talvez não seja perceptível, mas eu sei
exatamente o que é. O que vocês acham?
– Menina.
Eu e Edward respondemos ao mesmo tempo. Ele me olhou e sorriu.
– Sim... temos uma garotinha.
– Oba... uma irmãzinha...
– Mais uma princesinha do papai.
A voz de Edward soou muito rouca, transbordando emoção.

– Vamos tentar o outro bebê.


Ficou um bom tempo passando o aparelho.
– O danadinho está com as perninhas fechadas.
– Ah... queria tanto saber.

A voz chorosa de Emily soou e como se ouvisse, eu vi e senti claramente o


bebê se mexer e abrir um pouco as pernas. Pude ver perfeitamente. Edward
não segurou um soluço. Olhei para o seu rosto que já estava banhado em
lágrimas e chorei também.
– Deus...

– Parabéns. Duas garotinhas perfeitas.


– Duas irmãzinhas, papai?
–Sim, anjo. Mais duas princesinhas.
Enquanto a médica fazia as anotações Edward se aproximou e colou a testa na
minha, suas lágrimas escorrendo pelo meu rosto.
– Obrigado, amor.
– Nossas princesas, Edward.
– Sim...
Ele mal conseguia falar tamanha era sua emoção.

– Minhas três princesas... e minha rainha.


Ele fechou os olhos, mas as lágrimas ainda escorriam. Percebi que ele
estendeu a mão e puxou Emily para junto de nós.
– Amo vocês.
Edward beijou minha testa.
– Eu também amo vocês.
– E eu também amo vocês, mamãe e papai.

Edward e eu choramos ainda mais. Ele muito mais. Eu sabia exatamente o que
esse momento significava para ele. Mas ele ainda me surpreendia com suas
palavras.
– Deus não pode estar em todos os lugares, por isso ele fez você*.
Fechei meus olhos, a garganta embargada. Edward era incrível. Se existia
alguém no mundo que merecia ser feliz, esse alguém era ele.

Notas finais do capítulo


*Esse é um ditado judaico. Na verdade o texto correto é: Deus não pode estar
em todos os lugares, por isso ele fez as mães.

(Cap. 23) Medo e desespero


Edward POV
Definitivamente eu já tinha desistido de tentar explicar o quanto Bella
me completava e me deixava insuportavelmente feliz a cada dia que passava.
Há duas semanas ficamos sabendo o sexo dos nosso bebês. Não que eu
tivesse uma predileção, longe disso. Mas saber que teríamos mais duas
garotinhas deixou-me feliz além do imaginário. Não sei explicar, mas como já
disse outras vezes, mulheres tem um dom especial de tornar a nossa vida mais
leve, mais fácil e mais agradável de viver. Mas nada me impediria de tentar um
garotinho depois. Felizmente Bella não parecia ser do tipo neurótica com o
corpo. E nem tinha motivos: era perfeita.
– Eu posso saber o que o meu marido tanto olha para o meu corpo?
– Pensando...
Bella estava se vestindo para sairmos par ao trabalho. Emily já estava
arrumada e pronta para ir à escola.
– Pensando em?
– Em quanto tempo iremos esperar até tentarmos um garotinho.
Bella que estava de costas penteando os cabelos virou-se para mim, a
boca aberta pela surpresa.
– Não está falando sério.
– Claro que estou. Já imaginou? Eu sozinho no meio dessa mulherada?
Preciso de alguém para me fazer companhia. Eu sozinho não darei conta de
afastar tanto gavião da minha área.
Bella riu sacudindo os longos cabelos.
– Pretende formar um time de futebol com banco de reservas e tudo?
– Não é uma má idéia.
– Corpo feminino não aguenta isso, Edward. Daqui a pouco serei apenas
osso e pelanca.
Dessa vez eu ri alto.
– Nunca irá acontecer isso com você, meu amor. Deus fez você de
exemplo do que seria perfeição. Só que jogou a fórmula fora.
Bella mordeu os lábios. Típico dela quando estava nervosa ou
emocionada. Aproximou-se de mim e abraçou-me pela cintura.
– Você que é perfeito, Edward. Eu só retribuo tudo o que recebo de você.
– Nada disso.
Peguei uma mecha dos seus cabelos, enrolando-a em meus dedos.
– Não sabe o que senti quando você me fez a proposta de fingirmos ser
casados. Eu jamais esperei isso, Bella. Nem sequer me passou pela cabeça
pedir isso a alguém. Não sei como não percebi naquele momento que você
fazia isso por amor.
– Acho que no fundo eu sempre amei você, Edward.
– E eu agradeço por ter continuado a me amar mesmo eu sendo um
burro que não percebe nada. Você... ah...não quero ficar pensando no que
deixei de fazer no passado. Eu amo você. Amo demais.
– Mesmo assim quer me ver acabada com uma penca de filhos.
–Sempre será a minha Bella, sua boba.
– Sei... agora vamos. Meu chefe é muito bravo. Não posso chegar
atrasada.
– Mesmo?
Entrei na brincadeira agarrando-a pela cintura.
– Ele pune você?
– Severamente.
– Nossa... ele é tão carrasco assim? O que ele faz com você?
Minha boca deslizava em seu pescoço, lambendo, mordendo.
– Imagine que já me colocou nua em sua mesa? Ergueu minha saia...
– O que mais?
– E fez sexo comigo quase violentamente.
Eu já estava mais que aceso somente com as palavras dela. Essa mulher
conseguia me levar à loucura.
– Bella... não me dê ideias.
– Eu só lanço a semente.
– Errado...
Falei agarrando-a pelo bumbum empinado.
– Eu lanço a semente...
Mordi sua orelha.
– Dentro de você.
– Deus do céu, Edward... pare com isso.
– Você começou... aguente depois.
– Então vamos embora.
– Não estou com pressa. Estou louco para vê-la chegando atrasada e seu
chefinho castigar você.
Bella agarrou-se aos meus ombros, a cabeça jogada para trás.
– Não faça isso comigo, Edward. Minha carne é fraca.
Eu ri alto.
– Fraca e pervertida. Vamos embora ou a Emily perde o horário da
escola.
Eu adorava provocar Bella. Adorava as reações do seu corpo ao meu
toque ou às minhas palavras. Suas bochechas ruborizadas denunciavam seu
estado excitado. E conseguia ficar ainda mais linda assim.
************
Estávamos a caminho da escola de Emily. O tempo estava bem fechado e
não demoraria muito a chover.
– Papai... por que a gente não sai para tomar um sorvete hoje?
– Sorvete? Mas o tempo está esfriando, flor. Teremos chuva mais tarde.
– Eu não estou sentindo frio.
– Hum... tem que ser sorvete? Não poderíamos fazer um programa
diferente?
– Pode. Qualquer coisa.
Segurei a mão de Bella sobre o banco do carro.
– O que você acha amor?
– Talvez um cinema? Tem um filme novo em cartaz.
–Ahhh... isso...um cinema. Ai a gente compra aquele tantão de pipoca,
não é mamãe?
– Cinema sem pipoca não vale, não é?
– Então está decidido. Assim que voltarmos pra casa, tomaremos um
banho e iremos ao cinema.
Emily bateu palmas e me jogou um beijo. Estava feliz. Bendito o dia em
que decidi adotá-la. Não havia mais nenhum traço daquela garotinha triste que
vi na instituição. Estava louco para ver seu comportamento com suas duas
irmãs. Não sei quem ficaria mais bobo, eu ou ela.
Deixamos Emily na escola e fomos para a empresa.
– Bom dia, Tânia.
– Bom dia, Edward... Bella. Alice está louca atrás de vocês.
– Por que não ligou no celular?
Tânia deu de ombros.
– Sei lá.
– O que ela quer?
– Precisa de Bella para fazer uma entrevista no lugar dela.
Prendi minha respiração por um tempo. Ainda me lembrava
perfeitamente bem da outra entrevista que Alice repassou para Bella. Se
tivesse homem na jogada, estava descartado.
– Entrevista com quem?
– Hum... não recordo o nome. É um ator que está fazendo muito
sucesso.
Ergui minhas sobrancelhas à espera de mais detalhe.
– Jovem e bonito.
Peguei Bella pela mão e fui falando enquanto caminhava até minha sala.
– Sem chance. Diga a Alice para encontrar outra pessoa. Ou então
desmarque.
– Mas Edward...
– O que é Bella? Não bastou da outra vez?
– É meu trabalho, Edward.
– E eu sou seu chefe. Estou mandando você não fazer a entrevista.
Ponto.
Bella suspirou pesadamente.
– Quem vai se interessa por uma mulher grávida de gêmeos e que daqui
a pouco vai virar uma aliá?
Eu gargalhei entrando com Bella em minha sala.
– Aliá, Bella?
– Elefanta é muito feio.
– Mas vou responder sua pergunta. Eu quero. E não me deixe mais
nervoso do que já estou.
– E está nervoso por que?
– Porque minha funcionária chegou atrasada e agora terei que castigá-
la.
Bella arfou dando um passo para trás.
– Eu estava brincando, Edward.
– Tarde demais... eu levei a sério. Hora do castigo...
Tranquei a porta e com meu próprio corpo empurrei Bella até minha
mesa. Ergui-a pela cintura colocando-a sentada sobre a mesa. Minhas mãos
acariciaram e apertaram suas coxas, fazendo-a gemer. Subi minhas mãos
passando pelo ventre até encontrar seus seios. Minha boca colou-se à dela,
nossas línguas se encontraram. Bella gemeu novamente enlaçando-me pelo
pescoço.
– Era uma fantasia?
– Talvez.
Subi sua saia e em seguida deslizei sua calcinha pelas suas pernas,
jogando-a no chão. Acariciei seu sexo que já latejava, fazendo meu membro
latejar também. Suas mãos pequenas, mas hábeis abriram meu zíper
descendo minha calça. Eu gemi quando meu membro foi envolvido pela
suavidade de suas mãos.
Nunca me imaginei fazendo uma coisa dessas no meu escritório.
Também não tive uma mulher que valesse a pena.
Abri sua blusa expondo seus seios. Embora não tivéssemos tempo, seria
imperdoável não dar atenção àquela delícia. Minha boca fechou-se sobre um
deles enquanto minha mão circulava seu clitóris. Bella rebolou me deixando
ainda mias louco.
– Vem Edward...
– Já vou, meu amor...
Abafei nossos gemidos invadindo sua boca ao penetrar seu corpo quente
e apertado.
Meus movimentos eram lentos, ritmados... entrando e saindo do seu
corpo, completamente tomado pelo desejo. Afastei um pouco, o suficiente para
olhar em seus olhos. A boca entreaberta e o rosto corado formavam uma visão
fantástica.
Aumentei o ritmo das estocadas, seu corpo rebolando em minha mesa,
as mãos agarradas ao meu pescoço.
– Edward... amor...eu...
Senti suas paredes me prendendo e joguei minha cabeça para trás
quando meu corpo estremeceu junto com o dela, meu sêmen inundando seu
corpo.
– Bella... te amo.
Bella pousou a cabeça em meu peito ainda tremendo ligeiramente.
Depois de um tempo abraçados eu me afastei vestindo minha roupa.
Ajudei Bella a descer da mesa e peguei sua calcinha. Ergui à minha
frente.
– Minúscula.
Bella arrancou-a das minhas mãos.
– Presente seu, seu pervertido.
– Fica deliciosa em você.
– Vou ter que me lavar. Não posso trabalhar o dia todo assim.
– Fique aqui na minha sala hoje.
– Por que isso? Não vou arriscar... vai que Alice te convence a ...
Bella balançou a cabeça e me interrompeu.
– Você é ciumento demais, Edward.
– Ah... que lindo. E você não é?
Ela riu.
– Um pouco. Mas tudo bem. Eu fico aqui.
– Sabia que não ia resistir.
Bella foi até o banheiro se limpar e assim que saiu buscou suas coisas
em sua sala. Bem que ela poderia ficar todos os dias em minha sala.
Alice não apareceu nem nos importunou. Provavelmente Tânia passou o
recado.
Passamos a manhã trabalhando juntos, almoçamos juntos e ao
voltarmos do almoço... novamente juntos. Eu não me cansaria disso jamais.
A tarde passou tranquila. Mas quase na hora de ir buscar a Emily na
escola a chuva desabou.
– Bella? Eu tenho uma reunião agora. Tudo bem se você buscar a Emily?
– E como vai para casa?
– Eu chamo um táxi.
– Se a chuva diminuir eu volto aqui. Aposto que Emily vai adorar.
Sorri, satisfeito. Seria bom tê-la aqui também.
– Faça isso. Mas apenas se a chuva diminuir um pouco.
Assim que Bella saiu recebi o cliente que queira uma reunião comigo.
Sabia que era coisa rápida então não me importei em ficar alguns minutos
longe das minhas princesas.
*********
Meia hora depois que Bella saiu meu celular tocou. Estranhei ao ver seu
número, afinal ela sabia que eu estaria em reunião. Pedi desculpas e atendi.
– Amor? O que foi?
Silêncio.
– Bella?
– Ed...
Percebi que ela chorava.
– Bella, meu anjo, o que aconteceu? Não está bem?
– Ed. eu...
– Fique calma e me diga o que houve.
– Emily...
Eu congelei e meus olhos arregalaram-se.
– Deus do céu... o que houve com ela?
– Ela... ela não está na escola.
Sai da minha sala sem ao menos dar satisfação e corri em direção à rua
procurando um táxi.
– Como assim não está?
– Alguém... alguém veio buscá-la. Mostrou sua autorização. E. pela...
descrição... foi a Victoria.
Minhas mãos tremeram tanto que por pouco meu celular não foi ao
chão. Parei um táxi quase na unha e mandei que voasse até a escola da Emily.
Joguei o dinheiro para o taxista sem ao menos conferir e corri até a
entrada da escola onde Bella estava aos prantos, com a diretora ao lado.
– Bella, amor...
Abracei-a com força, seu corpo inteiro tremia.
– Desculpe Edward... eu...
– Não foi sua culpa.
Virei-me para a diretora.
– Quem autorizou isso?
– Desculpe senhor Cullen. Ela tinha uma autorização com sua assinatura.
Conferi com os documentos arquivados.
– E desde quando eu falei que poderiam liberar minha filha para
qualquer outra pessoa, mesmo com um pedaço de papel?
– Eu...
– Esqueça... resolveremos isso depois. Agora tenho que encontrar minha
filha.
– Edward, pelo amor de Deus... acha que ela fará alguma coisa com a
Emily?
– Não vai, Bella. Porque ela sabe que eu irei matá-la se tocar num fio de
cabelo dela.
Entramos no carro, mas eu nem ao menos sabia pra onde ir. Minha mão
tremia tanto que até mesmo segurar o volante estava difícil.
**********
Quarenta minutos rodando pela cidade. Bella já tinha avisado Alice que
também ajudava.
– Vou até a polícia, Bella. Já sei o que eles irão dizer, mas não tenho
alternativa.
Fiz o retorno e já me colocava a caminho da delegacia quando meu
celular tocou.
– Da casa dos seus pais.
– atenda, por favor.
Bella atendeu e levou às mãos ao peito enquanto ouvia.
– O que foi?
– Emily... alguém deixou-a na casa dos seus pais.
– ah... graças a Deus.
–Ela... ela...chegou completamente encharcada. E está queimando em
febre, Edward.
– Não... não...
Sem que eu percebesse comecei a chorar, assim como Bella. Medo e
desespero me dominavam. Embora Emily fosse forte e ainda nenhum sintoma
da doença tivesse se manifestado, isso poderia ser grave para ela.
Somente rezei enquanto seguia até a casa dos meus pais. Era apenas
uma criança. Segurei a mão de Bella, encarando-a.
– Ela está bem.
Eu tinha que acreditar nisso. Minha garotinha ficaria bem. Deus não
faltaria comigo nessa hora.

(Cap. 24) Apenas um susto


Bella POV

Eu tentava controlar meu choro desesperado, mas não conseguia. Sabia


que isso iria deixar Edward ainda mais atormentado. Mas a hipótese de Emily
adoecer me assombrava de forma assustadora.
Embora ela nunca tivesse tido uma única manifestação da doença, eu
sabia que essa chuva poderia resultar numa pneumonia e daí pra pior.
Estremeci mais uma vez diante dos meus pensamentos.
Edward segurou minha mão. Dava-me força, embora estivesse
dilacerado por dentro.
– Ficará tudo bem, amor. Você vai ver.
– É minha culpa, Edward. Acabei indo por um caminho mais longo para
evitar o trânsito.
– Pare com isso. Não é culpada de nada. A verdadeira culpada ainda irá
pagar por isso. Pode esperar.
– Bella?
Olhei para Edward, encarando seus olhos cheios de preocupação.
– Acalme-se, por favor. Pense nos bebês.
Inspirei profundamente e soltei o ar lentamente. Edward estava mais do
que certo. Só faltava eu ter um piripaque de tanta preocupação e acabar
tumultuando ainda mais as coisas.
Mas assim que Edward estacionou o carro, eu abri a porta, num gesto
totalmente impensado e sai correndo.
–Bella!
Ele gritou, mas eu já alcançava a porta de entrada, abrindo – a
bruscamente.
– Bella...
– Onde ela está Esme? O que aconteceu com ela?
– Calma, minha filha. Ela está bem.
Edward chegou logo demais, olhando-me com reprovação. Mas eu não
estava me aguentando. Enterrei minha cabeça em seu peito e chorei
novamente.
–Tudo bem. Desculpe-me. Eu também estou nervoso.
– Ela está no seu antigo quarto, Edward.
–O que houve mãe? Como ela chegou aqui?
– Não sei Edward. O segurança a viu do lado de fora, debaixo de chuva.
Ela apenas disse que foi a Victoria que a deixou aqui.
– Vou lá em cima. Venha, Bella.
Subi com Edward até o quarto. Alice estava ao lado da cama onde Emily
estava deitada, coberta com uma manta.
Corri até ela pegando-a no colo.
– Emi... meu Deus...está queimando em febre.
–Já chamamos o médico, Bella. Daqui a pouco estará aqui.
Sua mãozinha tocou meu rosto e ela até sorria um pouco.
– Mamãe...
– Estou aqui, meu amor. Você vai ficar bem, tá? A cabeça dói?
– Só um pouco. Cadê o papai? Quero o colo dele...
Minha expressão caída me condenou. Edward já estava ao lado da cama
e colocou a cabeça em meu ombro. Antes que eu pudesse pensar mais
besteira, Emily tocou meu rosto novamente.
– Eu amo o seu colo. Mas não quero amassar minhas irmãzinhas.
– Ah... meu amor. Não tem problema. Pode ficar no colo do papai.
Edward sentou-se na cama e pegou Emily em seus braços. Os braços
curtos envolveram seu pescoço e assim como fez comigo, ela sorriu.
Edward beijou os cabelos dela.
– Que susto você me deu.
– Desculpe.
– Pode contar ao papai exatamente o que aconteceu?
– Aquela moça...
– Victoria.
–É... Ela foi até a escola e levou um papel. A diretora disse que você
deixou ela me levar. Eu não queria papai. Falei com a minha professora que a
mamãe não gostava da Victoria. Mas ela não acreditou.
– Tudo bem. Eu irei resolver isso com a sua escola depois. Mas o que a
Victoria fez?
– Ela me levou para tomar sorvete. Acho que era só. Mas eu vi que ia
começar a chover. Ai falei que eu não podia pegar chuva... por causa dos
bichinhos que tem dentro de mim.
Foi dessa forma que as assistentes do abrigo onde Emily vivia contaram
a historia da doença.
Ela sempre se referia ao vírus como bichinhos. Mas sabia exatamente
que se chamava HIV.
– Emi... você disse a ela o nome desses...hã... bichinhos?
Ela sorriu satisfeita consigo mesmo, talvez por se lembrar do nome.
– HIV.
Edward lançou-me um olhar preocupado, mas nada disse. apenas
continuou conversando com Emily.
– E o que ela disse?
– Ela ficou rindo. E falou assim... hum...que interessante. Mas ela falou
que era mentira. Que a mamãe é que era fresca. Que eu podia entrar na
chuva.
– E você preferiu acreditar nela que na mamãe, Emily?
Ela negou balançando a cabeça.
–Ela me pegou pela mão. Ela é forte. Eu não consegui correr, papai.
Ela começou a chorar e Edward a abraçou mais forte.
– Calma, já está tudo bem. Papai não está bravo com você. Nem a
mamãe.
Eu não estava entendendo muito bem. Victoria fez aquilo depois de
descobrir que Emily era portadora do vírus. Mas então... a troco do que ela
tirou-a da escola?
A resposta veio sem que eu precisasse perguntar.
–A Victoria deixou você aqui na porta?
–Sim. Ela falou que mamãe já estava bem nervosa. E que foi melhor
que... que...
– Que a encomenda?
– É.
Maldita, desgraçada. Dessa vez eu mesma iria partir a cara da Victoria
ao meio. Então, pelo que entendi, ela queria apenas me dar um susto. Mas ao
descobrir o segredo da Emily... ela fez essa maldade com o intuito de deixá-la
doente. Era muita covardia em uma pessoa só. Ela não tinha coração? Fazer
isso com uma criança indefesa?
– Bella?
Olhei para Edward, saindo do transe.
– Nem pense em fazer o que está pensando. Victoria agora é assunto
meu.
– Nosso Edward. Eu já denunciei ao jornal a sujeirada dela. Inclusive aos
produtores dela. Agora eles saberão tudo o que ela fez para ganhar o papel
naquele filme. Pelo menos na carreira... será o fim dela.
– Obrigado, Alice. Você se antecipou ao meu pedido.
– Me deu tanta raiva, Edward... mas tanta raiva ao vê-la toda
molhadinha...
Emily apertou mais os braços em Edward.
– O que foi meu amor?
– Estou com sono.
–Pode dormir meu anjo. Logo o médico estará aqui para vê-la.
– Eu vou morrer?
Meu coração disparou e minhas mãos tremeram. Levantei-me
imediatamente para que Emily não visse as lágrimas em meus olhos. Só de
ouvir essa palavra, eu entrava em desespero. Não poderia perder nossa
princesa. Pelo nosso bem... pelo bem de Edward.
– Claro que não, meu anjo. Você é forte.
Edward apertou de leve o nariz dela, fazendo-a rir.
– Não vem fazer corpo mole, hein? Está de conversinha so pra não
ajudar a mamãe a trocar fraldas de coco?
Ela torceu o nariz.
– Eca... mas eu ajudo. Mamãe não aguenta quatro crianças.
– Quatro? Como assim?
– Hanhã... ela falou..
Eu ri ao me lembrar do dia em que falei isso para Emily.
– Tenho que cuidar de quatro crianças: você, os bebês... e o papai.
Edward gargalhou, jogando a cabeça para trás. Pelo menos ele estava
mais calmo que eu, o que já era muita coisa.
***********
Recusei-me a sair do quarto. Fiquei lá o tempo todo em que o médico
examinava a Emily. Edward estava atrás de mim, encostado na parede, minhas
costas coladas ao peito dele.
– Está mais calma?
– Só quando ele me disser que está tudo bem.
Depois de muita espera, ele finalmente terminou.
– Aparentemente está tudo bem. Quero apenas que a levem para o
hospital. Só para ficar em observação. Mas não creio que terá nem mesmo um
resfriado. Vocês estão de parabéns. Ela tem uma saúde de ferro.
– Obrigado. Procuramos seguir a risca tudo o que você passou pra nós.
Está tudo em dia. Bella jamais se esquece dos horários dos medicamentos.
– Perfeito. São pais exemplares. Apenas por precaução façam o que
falei.
– Fique tranquilo, doutor. Nós iremos agora mesmo.
– Eu vou indo, mas irei adiantar os papeis para internação dela.
Mas assim que ele saiu, eu segurei Edward pela gola da camisa.
– Ele está sendo sincero? Ela não corre nenhum risco?
–Confio plenamente nele, Bella. É apenas precaução.
Alice, Esme e Carlisle entraram no quarto logo depois.
– Como ela está?
– A febre está baixando. Vamos levá-la ao hospital apenas para ficar em
observação.
–Filho... acha que Victoria pretendia...
– Não sei pai. Mas irei descobrir. Pode ter certeza.
Alguns minutos depois, Edward e eu saímos com Emily em direção ao
hospital. Lá ela foi atendida com toda atenção e carinho.
–Bella? Não acha melhor ir pra casa? Eu fico aqui.
– De jeito nenhum. Eu... não vou ficar longe da minha garotinha.
Edward me abraçou e me senti imediatamente reconfortada. Entretanto,
eu estava com medo. Edward estava tranquilo demais. Eu conhecia-o muito
bem. Ele estava fervendo por dentro. Só deus sabe do que ele seria capaz.
Edward POV
Ver minha garotinha toda encolhida nos braços de Bella, queimando em
febre foi como enfiar uma faca em meu peito. Tá certo que todas as crianças
adoecem, caem, machucam. Mas Emily era frágil. Tão pequenina.
As mãozinhas macias e quentes seguraram meu rosto e eu via tanto
carinho em seus olhos que eu tive vontade de gritar de raiva. Como alguém
podia ser tão cruel e maltratar uma criança?
Ainda mais a minha Emily? Tão meiga carinhosa e alegre. Isso tudo a
fazia se parecer tanto com a Bella que é como se fosse sua filha biológica. Daí
a explicação para o seu destempero.
Mas ouvir do médico que ela tem a saúde de ferro foi como um bálsamo.
Eu não menti quando disse que Bella jamais esquecia o horário dos
medicamentos. Confesso que eu sou meio distraído para isso. Eu até brincava
com Bella dizendo que ela tem TOC. Às vezes estávamos no meio de uma
reunião importante e ela saía. Ligava para a escola para saber se estavam
lembrando-se do horário do remédio.
Agora, ambas dormiam tranquilamente no quarto de hospital. Emily já
não tinha febre... e eu não tinha sono.
A todo o momento eu imaginava minha pequena sob a chuva, parada no
portão da casa dos meus pais.
Estava tentando me controlar, mas minha ânsia em ficar cara a cara com
Victoria apenas aumentava. E eu nem deixaria Bella saber disso. Era apenas
tempo de deixar as duas sãs e salvas em casa... e ai o buraco seria mais
embaixo.
–Edward?
– Aqui, amor.
Aproximei-me da cama onde Bella estava e peguei sua mão.
– Precisa de alguma coisa?
–Porque não dorme um pouco? Eu já descansei.
–Estou bem. Não estou com sono.
– Então deite-se aqui comigo. Cabe você...
Eu ri.
–Está sentindo minha falta?
– A cama não é a mesma sem você.
–Hum... tão carente...
Mas fiz o que ela pedia. Deitei-me atrás dela, meu braço envolvendo seu
ventre.
– Estamos bem ai?
– Estão quietinhas hoje.
– Elas sabem que a mãe precisa descansar.
–Só que o pai também precisa, mas é tão teimoso.
Beijei seu pescoço sentindo estremecer.
–A febre baixou?
–Sim. Você está mais quente que ela.
Bella riu baixinho.
– Em que sentido?
– No sentido de temperatura da sua pele, Bella. Quente de outras formas
você é sempre.
–Tá... agora vamos parar por aqui.
Eu ri novamente. Aos poucos o cheiro delicioso dos seus cabelos ia
agindo como entorpecente e o sono logo me pegou.
***********
Acordei com a risada gostosa da Emily bem perto de mim. Abri meus
olhos e vi ela e Bella sentadas na outra cama conversando animadamente. Pelo
jeito Emily estava de banho tomado e Bella também.
– O preguiçoso acordou mamãe.
– Ah... agora sou preguiçoso.
Ela riu, tapando a boca.
– É brincadeira, papai.
– Eu sei que é. Mas que novidade é essa? As duas tomaram banho?
–Alice nos trouxe roupa.
– Quando?
– Agora há pouco. Ela foi para o trabalho. Você estava num sono tão
profundo que nem se movia.
Sentei-me na cama ainda meio sonolento.
– O médico já esteve aqui também. Fez alguns exames. Emily está ótima
e já podemos ir.
– Caramba... que horas são?
–Passa do meio dia.
–Deus do céu... nunca dormi tanto. Então já podemos ir?
– So faltava você, papai.
– agora não falta mais.
Levantei-me e fui até o banheiro lavar o rosto. Olhei meu rosto aliviado
no espelho. Agora era deixar as duas em casa e fazer o que deveria ter feito há
muito tempo. Colocar Victoria em seu devido lugar.
–Prontas, então?
– Sim, papai. Mamãe disse que minhas bonecas devem ter chorado a
noite toda com saudade de mim.
– Ah... com certeza. E aposto que alguma “boneca” chorou pela mamãe
também.
Bella me olhou, repreendendo-me. Sabia exatamente o que eu queria
dizer com aquilo.
Emily e Bella saíram enquanto eu assinava alguns papéis na recepção.
Em seguida, finalmente fomos para casa. Ao chegar lá, Emily subiu correndo
as escadas em direção ao seu quarto.
–Ela está ótima, Edward.
– Graças a Deus. Eu vou subir e tomar um banho.
–Edward? Não está pensando em fazer nada não, não é?
–Sim. Irei à escola conversar com a diretora.
– Somente isso?
Dei um beijo em sua boca.
–Só isso, amor.
Tomei um banho rapidamente, mas antes de sair fui até o quarto da
Emily.
–Está tudo bem?
–Sim, papai. Vai sair?
– Coisa rápida. Eu volto logo.
Bella estava parada à porta do quarto, os braços cruzados.
– Por que será que tenho a impressão que está me escondendo algo?
– Por que é muito desconfiada. Fique tranquila.
– Tudo bem. Volte logo.
A escola ficaria para depois. Agora eu precisava extravasar toda a raiva
que eu estava sentindo. Segui direto para o apartamento de Victoria e pedi ao
porteiro que me anunciasse. Eu sabia que ela não iria recusar minha visita.
Para ela eu sempre fui o homem pacato e tranquilo. Isso foi antes de ter um
filho e mexerem com ele.
Dois minutos depois eu cheguei à porta entreaberta do seu apartamento.
Ainda assim toquei a campainha. Quase não acreditei quando ela abriu a porta.
Vestia apenas calcinha e sutiã de renda preta. Vagabunda.
–Edward... que surpresa agradável. Entre... com tudo.
Voltou-se para dentro rebolando a bunda magrela. Eu entrei logo atrás e
parei. Ela também parou e se virou com um sorriso sedutor.
– Posso te ajudar em alguma coisa?
Meus olhos se estreitaram. Meu sangue fervia.
–Claro que pode... Vic.
Com apenas uma mãos eu a empurrei e ela caiu de costas no sofá.
– Uau...
Fui até ela, minhas pernas em volta do seu corpo. Mas minha mão voou
ate seu pescoço.
– Agora somos você e eu... cachorra.
Seu sorriso murchou e o pânico instalou-se em seus olhos. Era para
temer mesmo. Ela era uma adulta doente que judiava de crianças. E eu... um
pai e marido apaixonado, que defenderia sua família até o fim.
“Não é o sofrimento das crianças que se torna revoltante em si mesmo,
mas sim que nada justifica tal sofrimento.” (Albert Camus)

(Cap. 25) Em seu devido lugar


Edward POV

Ainda que eu vivesse mil anos, jamais me perdoaria por me casado com
essa mulher horrorosa. Quando eu pensava no que poderia ter acontecido com
minha garotinha minha raiva aumentava. Minha vontade era pegar Victoria
pelos cabelos e bater tanto nela, mas tanto..até deixá-la mole, caída na
sarjeta. Entretanto, mesmo com toda raiva que eu sentia, não iria permitir que
ela me arrastasse pra lama também.
Eu quase apertava seu pescoço, meu corpo parcialmente sobre o dela no
sofá. E a vagabunda sorria, pensando que iria me seduzir.
Deus...pensando agora em minha Bella... como eu pude ser tão cego
assim? Balancei minha cabeça, indignado. Não era hora para arrependimentos.
Era hora de fazer essa maldita pagar pelo que fez à minha filhinha.
–Esse será o último aviso que irei dar, Victoria. Espero que não se
esqueça. Quero você longe da minha vida, da minha esposa e das minhas
filhas. Vou ensinar a você como é bom judiar de uma criança indefesa.
– Que lindo, Edward... papai de uma garotinha aidética. Você é tão
perfeito...dá vontade de chorar.
Apertei suas bochechas com tanta força que tive medo de quebrar seu
maxilar.
– Nunca mais fale assim da minha filha, sua ordinária.
Agarrei-a pelo braço e sai arrastando-a pela sala.
– Vamos para o quarto, amor?
Não respondi. Ela tropeçava nos próprios pé enquanto subíamos os
degraus da escada que levava à cobertura. Bendita hora em que deixei a
cobertura pra ela, agora me seria útil. Além da piscina, havia a sauna. E ali, no
espaço reservado à sauna...a ducha. Eu bem sabia da potência dessa ducha,
afinal eu mesmo escolhi.
Quando percebeu pra onde íamos, Victória forçou o corpo para trás.
– Quieta... melhor não me irritar.
– O que vai fazer? Está querendo me matar asfixiada na sauna?
– Está com medo agora por quê? Você é forte.
– Edward...pare com isso. Eu apenas fui levar sua filhinha para tomar
um sorvete.
Peguei-a com força de novo pelos dois braços, sacudindo-a.
– O que pretendia com isso? Fale? Ela é só uma criança, merda!
– Eu não ia fazer mal a ela.
– MAS PODIA TER FEITO! DIGA O QUE QUERIA, SUA DESGRAÇADA.
Os lábios dela tremiam e eu vi o pânico em seus olhos. Em todo o tempo
em que estivemos casados, ela nunca me viu assim tão alterado. Talvez
pensasse que eu jamais seria capaz disso.
– Eu... eu queria apenas dar um susto na Bella.
– E a troco do que deixou –a na chuva?
Ela não respondeu. Sacudia-a pelos braços novamente.
– Fale, Victoria. Não me faça perder a paciência.
– Ela me falou que tem HIV...e eu queria que ela ficasse doente e assim
você culparia a idiota da Bella e voltaria pra mim.
Afastei-me dela, horrorizado.
–Que espécie de mulher é você? Você...é doente. Eu jamais culparia
Bella de nada. Ela é a melhor mãe do mundo. Coisa que você nunca será. Olha
até onde você desceu, Victoria. Você...você poderia ter matado a minha filha.
– QUE MORRA! ISSO NÃO VAI DEMORAR A ACONTECER MESMO. É UMA
AIDÉTICA.
A raiva me cegou e estapeei-a com tanta força que seu corpo caiu para
trás. Preconceituosa, maldosa...falar assim da minha filha. Ela não iria
morrer... cresceria forte e saudável. Meu peito doía ao pensar nessas palavras.
Totalmente descontrolado, eu tire-a do chão pelos cabelos e arrastei-a até o
banheiro da sauna. Ela gritava de dor, mas não me importei. Joguei-a a um
canto, onde ficou encolhida.
– O que irá fazer comigo?
– Você vai provar do seu próprio veneno.
Fui até a enorme ducha e direcionei o jato até ela. Abri e imediatamente
o forte jato de água gelada atingiu Victoria. Ela berrou e escorregou um pouco
mais pelo chão. A força da água era tanta que ela simplesmente não conseguia
se levantar.
– Pare com isso, pelo amor de Deus...
Direcionei a ducha novamente, dessa vez mais para o chão, onde ela
estava caída. O impacto da água sobre seu corpo fazia com que ele girasse no
chão. Victoria esperneava mas não conseguia se levantar.
– Meu Deus...eu vou ADOECER.....EDWARD....
–Sim...vai...exatamente como pretendia com a Emily.
Arrastando-se ela conseguiu escapar do jato de água. Peguei –a de volta
e coloquei-a de pé, ficando atrás dela. E logo e m seguida soltei de novo. A
força da água a derrubou. Victoria se arrastou no chão e ficou encolhida no
canto da parede. Mais uma vez fui até a ducha e direcionei para ela. Ela
perdeu o fôlego e ofegou, mas nem teve forças para sair do lugar. Fiquei
parado, observando. Quando vi que ela não tinha mais forças, fechei a ducha e
me aproximei do seu corpo caído no chão. Ela tremia incontrolavelmente.
– Não queira estar viva para ver o que farei com você se por acaso se
aproximar da minha família novamente. E dê-se por satisfeita por ser eu aqui.
Se fossem as mulheres Cullen...estaria arruinada.
– Por favor...Ed...me leve La pra baixo. Eu posso
adoecer...tenho...filmagem hoje.
– Você ajudou a Emily? Não. Você deixou-a do lado de fora da casa.
Então...é aqui que você ficará até ter forças para descer com suas próprias
pernas.
Não tive pena. Era a imagem da derrota. Mas eu tinha certeza que o
castigo dela não terminava aqui. Alice não deixaria barato. Mas Bella teria que
ficar fora disso. Qualquer perda em minha família iria me derrubar com
certeza.
**************************
Fiquei um tempo ainda dentro do carro tentando me controlar. Nunca me
imaginei capaz de agir assim com uma mulher. Mas eu nunca tinha sido pai. Eu
nem fazia idéia do que eu era capaz para defender minhas filhas e minha
esposa.
Por fim, liguei o carro e voltei para casa. Bella com certeza ficaria
possessa comigo.
Mas eu estava bem mais leve agora. Não me orgulhava de agir com
violência, mas alguém precisava colocar um freio em Victoria. Até quando iria
atormentar minha vida e continuar passeando por ai como se fosse uma
pessoa normal? Porque definitivamente ela é louca.
Assim que entrei em casa encontrei Bella sentada no sofá da sala,
folheando uma revista sobre bebês.
Seu olhar estreitou-se ao encontrar o meu. Eu não conseguia esconder
nada dela, nem adiantava tentar.
–Posso saber o que o senhor meu marido andou aprontando?
– Você me ofende falando assim. Até parece que sou homem disso.
– Você não é. Mas quando pisam no seu calo..Venha aqui.
Sentei –me ao lado dela, mas logo Bella me puxou colocando minha
cabeça sobre seu colo. Seus dedos enfiaram-se em meus cabelos.
– Onde está Emily?
– Ainda no quarto. Agora está vendo desenhos.
Fechei meus olhos, apenas sentindo seu toque suave em mim.
– Não vai me contar, amor?
–Eu... fui atrás da Victoria.
– Eu sabia. Edward, você me prometeu!
–Minha filha poderia ter adoecido e acontecido o pior, Bella. O que queria
que eu fizesse? Ficasse de mãos atadas enquanto ela pinta e rabisca?
– Alice me ligou, Edward. Ela já procurou a imprensa e inclusive o
laboratório onde você fez o exame. Amanhã essa notícia irá sair em todos os
jornais.
– Tudo bem, Bella. Mas ele precisava saber que vocês não estão
sozinhas. Eu estou aqui para proteger vocês.
– Espero que agora ela nos dê paz. Mas o que exatamente você fez?
– Eu a fiz provar do próprio veneno.
– Como assim?
Bella arregalava os olhos à medida que ouvia o meu relato. No começo
ficou furiosa por saber que Victoria estava seminua à minha espera. Mas
depois várias emoções passavam pelo seu rosto. Susto, emoção e por fim ela
explodiu numa gargalhada.
– Você é louco, meu amor.
– Nada disso. Eu fico louco com a hipótese de alguém vir a machucá-las.
E ....Bella?
–Sim?
– Prometa-me que não irá atrás dela. Eu sei que a louca da Alice pode
tentar ir a forra, mas você não, por favor. Pense nas nossas filhas.
– Fique tranquilo. Eu não tenho a mínima intenção de fazer isso. Não
quero que minhas filhas nasçam estressadas.
Suspirei aliviado.
– Graças a Deus. Aliás...
Virei-me de lado, ainda com a cabeça em seu colo e beijei seu ventre.
– Como estão minhas princesas?
– Agora estão quietinhas. Pularam demais hoje. Acho que estavam
adivinhando o que o pai delas aprontava por ai.
– O pai delas estava cuidando da família. Apenas isso.
Bella sorriu e voltou a acariciar meus cabelos.
– Acho que vou subir e ver a Emily.
–Ah sim. Ela já veio aqui várias vezes.
Bella imitou a voz dela me fazendo rir.
– O meu lindinho já chegou? Estou com saudades dele.
–Ela disse isso?
– Exatamente isso.
Levantei –me e ajudei Bella a se levantar também.
–Então o lindinho dela vai subir e ainda vai levar a lindona com ele.
Subi abraçado com Bella e parei à porta do quarto da Emily. Estava
abraçada a uma boneca que ganhou da Alice. Ela ria do desenho e batia as
mãos da boneca como se batesse palmas.
– As bonequinhas estão se divertindo?
– Papai!!
Ela gritou e veio correndo em minha direção. Abaixei-me e peguei-a no
colo.
– Você demorou...
–Não demorei nada. Você nem sentiu minha falta.
– Senti sim... eu gosto quando vocês dois ficam comigo.
– Então já sei... Nós iremos para o quarto da mamãe e do papai. A cama
é bem grande. Ai a gente assisti a esse filme bonito... todos juntos.
–Oba...
Ela beijou meu rosto e depois se esticou para beijar Bella também.
Seguimos os três para o quarto. Bella e Emily se espojaram na cama
enquanto eu ajeitava o filme.
– E onde eu irei ficar?
– Tem que ser no meio, papai. Assim eu posso te abraçar e a mamãe
também.
– Ok... papai no meio.
Deitei-me no centro da cama com Emily de um lado e Bella do outro. As
duas colocaram a cabeça em meu peito enquanto assistiam ao desenho. Eu
não prestava muita atenção. Pra ser sincero, minha vida ao lado delas era
muito mais bonita que qualquer romance de Hollywood.
******************
Três dias depois de todos aqueles acontecimentos, nossa vida voltava ao
normal. Emily voltou para a escola, não sem antes de eu ir ter uma conversa
séria com a diretora. Bella e eu voltamos à empresa. A vida de Victória não
poderia estar pior. Primeiramente ela foi cortada das filmagens da nova
produção da qual iria participar. Estava internada com pneumonia e não
poderiam esperar por ela.
Além disso, quase todos os jornais noticiaram as declarações de Alice.
Bella e eu estávamos debruçados sobre um deles, lendo a manchete:
“Uma das maiores estrelas da atualidade Victoria Lefevre é acusada de
falsificar exames para não dar um herdeiro ao ex marido, o empresário Edward
Cullen.”
Ainda noticiaram que ela agiu assim para não perder o papel principal da
trilogia que começaria a ser filmada. Os diretores confirmaram a informação
que uma das cláusulas do contrato era não engravidar nesse período.
Além disso, o laboratório onde foi feito o exame levantou sindicância
para apurar se houve ajuda de algum funcionário na falsificação do exame.
Caso contrário, Victoria será processada por eles.
Suspirei e joguei o jornal a um canto. Peguei Bella sentando-a sobre
meu colo.
– Acho que agora ela aprendeu, não é?
– Por causa da noticia eu não sei. Mas se você visse o pânico dela ao me
olhar, Bella... Creio que ela jamais imaginou que um homem pacato feito eu
iria fazer algo do tipo.
– Ela mexeu com sua cria, Edward. Queria o que? Eu nunca tive dúvidas
que você viraria um leão se alguém fizesse algo com suas filhas.
– Não senhora. Com minhas filhas e com minha mulher.
– Edward... você sabe que o aniversario da Emily está bem próximo, não
é?
– Sim. Eu já tinha pensado sobre isso. Do que você acha que ela irá
gostar?
– Não sei, amor. A Emily é tão fofa. Gosta de tudo.
– Sim, mas a paixão dela é a Barbie.
– Poderíamos pedir ajuda a Alice. Ela adora essas coisas.
– Se é a Alice que querem...a Alice está aqui.
Eu ri e olhei pra Alice que acabava de entrar na sala.
– Está aqui e entrando sem bater. E se estivéssemos numa situação
constrangedora?
– O azar seria de vocês. Têm uma cama enorme em casa, pra que fazer
isso num escritório?
Bella sorriu, mordendo os lábios, lembrando-se de quando fiz amor com
ela sobre essa mesa.
– Pode ser excitante.
–E pela sua cara...já fizeram, não é?
–Experimente fazer com o Jasper.
Ela fez uma careta e riu.
–O Jass é muito certinho. Às vezes me estressa com essas frescuras.
Mas ...pra que precisam de mim?
– Então...o aniversario da Emily está bem perto.
– Ai, meu Deus...é mesmo. Eu amo festa de crianças. Qual será o tema?
– Pensamos em pedir ajuda a você.
Ela levantou-se na mesma hora.
– É comigo mesmo. Eu já tenho até uma idéia do que possa ser .
Esperem que eu já volto.
Saiu correndo da sala ,deixando Bella e eu atônitos.
– Deus... a Alice parece um foguetinho, às vezes.
Bella tocou seu ventre e depois eu coloquei minha mão sobre a dela.
– Já imaginou se uma delas for parecida com a Alice?
Eu ri alto.
– Sinto muito, senhora Cullen. Vai ficar com os cabelos brancos
rapidinho.
– Mas pode ter certeza que esses cabelos brancos serão muito bem
vindos. Eu não me importo de dar minha vida por vocês.
Fiquei mudo, sem saber o que dizer. Mas depois segurei seus cabelos,
buscando sua boca.
– E eu não me importo em dizer que te amo mais a cada dia.
Colei minha boca na dela. Em nossa vida, muitas palavras não eram
necessárias para expressarmos o que sentíamos. Sempre foi assim.
“Amar é uma decisão, não é um sentimento. Amar é dedicação e
entrega. Amar é um verbo e o fruto dessa ação é o Amor.” (Conto chinês)

(Cap. 26) Aniversário da Emily


Bella POV
A cena à minha frente era tão fantasticamente linda que me permiti ficar
apenas de expectadora. Fiquei quietinha, de pé, encostada à parede da
biblioteca, maravilhada com o que via. Não que eu nunca esperasse por isso.
Sabia do dom que Edward tinha com as crianças. Mas ver isso era
simplesmente... lindo.
Ele estava sentado ao chão, um livro infantil nas mãos, rodeado de
crianças. Oito crianças para ser mais específica. Todos os coleguinhas da Emily
que já haviam chegado para sua festa de aniversário. Assim que chegaram,
viram Emily de mãos dadas com o pai e aos poucos foram se aproximando
dele. E a cada segundo de atenção que ele dispensava a elas, mais elas se
agarravam a ele.
Até que Edward resolveu contar uma história para elas, enquanto
aguardávamos pelos outros convidados. E como ele tinha jeito para contador
de histórias...
Dava tanta ênfase às personagens que parecia que a história era
contada pelos próprios. Eu olhava para Edward, sem conseguir disfarçar minha
paixão por ele. Em determinado momento ele ergueu a cabeça e sorriu ao me
ver olhando pra ele. Cada vez mais eu tinha a certeza que esse homem nasceu
para ser pai. E marido, obviamente.
Entretanto, mais convidados chegavam. E precisaríamos recebê-los.
–Amor... precisamos receber as outras crianças.
Edward fechou o livro.
–Vamos combinar uma coisa? Vamos continuar história depois que
cantarmos os parabéns?
As crianças protestaram, mas mesmo assim se levantaram
acompanhando Emily. Quando passaram por mim ouvi uma garotinha dizer a
ela.
–Seu pai é tão legal. Queria que o meu fosse assim.
Sorri quando Edward se aproximou.
–Olha só meu marido... está roubando até as filhas, o que dirá as mães?
–Boba. Eu já tenho dona, esqueceu?
– Não pretendo me esquecer disso nunca.
Ele me abraçou pela cintura e juntos saímos para o jardim. Alice
conseguiu me surpreender. Claro que eu sabia que ela iria caprichar, mas
jamais imaginei que seria tão perfeito. A decoração era inteiramente da Barbie.
Além da mesa com um castelo giratório com várias bonecas, ainda havia uma
casinha. Era a típica casa de boneca, onde as crianças podiam entrar e brincar
lá dentro. A casa possuía até mesmo uma pequena varanda com flores nas
janelas.
Foi emocionante ver Emily limpar as pequenas lágrimas que deslizaram
pelo seu rosto ao ver tudo pronto. Edward ficou encarregado de deixar Emily
fora de casa o dia inteiro. Quando chegaram, já no inicio da tarde, estavam
ambos sujos e cansados. Nem me disseram o que haviam feito. Apenas
sorriram, cúmplices. Deixei que Emily dormisse um pouco e so por volta das
quatro da tarde eu a acordei para tomar o banho.
Escolhi um vestido rosa e branco, digno de uma princesa. Uma tiara
enfeitava seus cabelos.
Quando descemos para o jardim, Emily segurava minha mão e a de
Edward. Ficou um tempo estacada, apenas olhando a profusão de balões e
enfeites, as mesas perfeitamente ornamentadas e mais adiante a casinha. Seu
corpo miúdo tremia levemente quando deu um passo a frente. E depois vieram
as lágrimas e o abraço em mim e no pai.
E chorou ainda mais quando Edward informou qual seria o presente dela.
A casa de boneca não era alugada. Foi comprada especialmente para ser seu
presente. Acho que a única vez que a vi mais feliz do que agora foi quando
Edward foi buscá-la no orfanato. Ela transbordava felicidade.
Pouco depois alguns colegas chegaram e Edward se prontificou a contar
uma historia. Mas infelizmente eu precisei acabar com a farra.
– Acho que ela está feliz, não é?
– Você acha? Ela está feliz, Edward. Como nunca vi.
Ele passou a mão em meu ventre, olhando em meus olhos.
–E nossas garotinhas? Estão bem?
–Sim. Tranquilas...
Pouco depois nossa família chegava. Emmett mal nos cumprimentou e
foi se juntar às crianças no pula pula.
– Eu não acredito que o Emmett vai pular.
– Pode acreditar que vai, Bella. Pensei que já conhecesse seu cunhado.
Esme me abraçou e em seguida foi a vez de Carlisle.
–Está tudo tão lindo, Bella. Nossa... a Emily deve estar esfuziante.
–Está mesmo, Esme. Mas tudo isso é mérito da Alice, claro. Nunca vi
tanta disposição para fazer uma festa. Eu não sei se conseguiria.
– Mas também... com essa barriga. Está enorme.
– Parece que cresce a todo instante. Eu me assusto quando acordo.
–Mas é assim mesmo. E no tempo em que está... a tendência é ir
aumentando rapidamente.
Edward tinha se afastado e conversava com Carlisle e mais um casal.
Alice se divertia com Jasper e algumas crianças que assistiam a um show de
mágica.
Esme e eu ficamos distraídas, rindo a valer do Emmett que pulava feito
uma criança.
–Deus... meu filho não cresceu.
–Não acredito que é meu ursão ali.
Virei-me ao som da voz e meu rosto iluminou-se.
–Rose! Ah... meu Deus...
Abracei-a com força, dentro das minhas possibilidades. A barriga
impedia um contato maior.
– Que surpresa deliciosa. Eu não sabia que viria.
– Eu não poderia faltar. Aniversário da sua filhinha? Sabe que eu tenho
parte nisso, afinal se eu não tivesse indicado você...
–Sabe que penso nisso o tempo todo? Você é responsável por tudo o que
estou vivendo.
–Ainda bem que é coisa boa.
Depois ela cumprimentou Esme, colocando o enorme embrulho sobre a
mesa.
–Como vai, querida? Faz tempo que nos vimos.
–Sim. Tenho trabalhado demais.
–Mas espere ai, Rose. Você disse meu ursão?
–Emmett e eu estamos juntos pra valer, Bella.
–Que maravilhoso. Em breve mais casamento e bebês.
–Vamos com calma, por favor. Agora deixe-me falar com ele. Estou
morrendo de saudades. Depois entrego o presente à Emily.
–Corra lá, então. Vá pular um pouco.
Depois que ela se afastou Edward se aproximou, me abraçando por trás.
–Vamos lá conversar com alguns pais?
–Claro. Com licença, Esme.
–Tem toda, querida. Vou procurar a Emily.
Passamos horas circulando pelas mesas, conversando com um ou outro.
Às vezes íamos nos juntar às crianças, vendo o mágico ou perto da casinha de
bonecas. Depois disso tudo, minhas pernas começavam a doer pelo esforço de
carregar aquela barriga e ainda ficar muito tempo de pé.
No entanto nossas emoções ainda não tinham terminado. A hora do
parabéns foi, na minha opinião, a mais emocionante de toda a festa. Emily
estava linda em frente ao bolo. Eu estava ao seu lado direito e Edward do
esquerdo. Ela olhava para todos, sorrindo e quase quicando feito a Alice.
Segurei na mão dela enquanto cortávamos o primeiro pedaço do bolo.
– Pra quem vai o primeiro pedaço, Emily?
Ela olhou para o Emmett e mordeu os lábios, como eu mesma fazia.
Olhou para cada rosto de nossa família.
–Eu amo todo mundo. Mas...
Ela torceu as mãozinhas, numa atitude que mostrava seu medo de
magoar alguém.
–Meu papai e minha mamãe...
O olhar de Edward cruzou com o meu, a adoração evidente ali. Então
Emily pegou o prato com o bolo e pegando um pedaço levou-o à minha boca.
Em seguida fez o mesmo com Edward.
– O primeiro pedaço é dos dois...que eu amo.
Ela foi abraçada por mim e por Edward ao mesmo tempo.
– Nós também amamos você, Emi.
Falamos juntos, como se tivéssemos treinado isso por horas. Era um
momento muito especial para nós três. A primeira festa da nossa primeira
filha. A filha que Edward sonhou por anos, e que agora nos brindava com todo
seu carinho e amor. Era repetitivo dizer isso. Mas tudo acontecia pura e
simplesmente por amor.
Edward POV
Meu corpo estava moído de cansaço. O final da festa foi simplesmente
incrível. Crianças correndo por todos os lados comigo e com o Emmett. Éramos
os dois únicos palhaços dispostos a isso. Fiquei realmente exausto. Mas um
sentimento bem maior que isso tomava conta de mim: felicidade. Feliz por
minha filha, por minha família... tudo me fazia absurdamente feliz.
Ver a surpresa, alegria e emoção nos olhos da minha filha era altamente
gratificante. Dessa vez me contive e não derramei uma lágrima sequer.
Precisava aprender que com a família que eu tenho, felicidade seria uma
constante...acho que não teria lágrimas suficientes para tanto.
Depois que todos se foram, Emily empoleirou em meu colo, os braços
em volta do meu pescoço, não segurando um bocejo.
–Hum...que sono, hein?
–Sim. Eu pulei muito. Foi tão divertido, papai.
–Que bom que gostou.
Apertei seu nariz.
–E esse foi apenas o seu primeiro aniversario conosco. Outros virão.
– Oba...
–Vamos tomar um banho e cama...
–Cadê a mamãe?
– Já está no quarto. As pernas dela estão doendo um pouco.
–Acho que ela não aguenta aquele barrigão.
Eu ri alto subindo as escadas com ela. Fomos para o quarto e coloquei-a
na banheira. De repente ela começou a rir.
– O que foi?
–Tio Emm... é tão bobo.
–Não é? Viu como ele pulava feito criança?
–Eu gosto dele.
– Eu também gosto daquele palhaço.
Dei um banho rápido, pois os olhos dela já não conseguiam mais ficar
abertos. Tirei-a da banheira, enxuguei e coloquei a camisola.
–Estamos terminando. So estão faltando os remédios.
Dei o remédio e ajudei-a a escovar os dentes. Em seguida coloquei-a na
cama.
– Boa noite, princesa.
– Boa noite, papai. Dá um beijo na mamãe?
– Darei vários.
Ela riu e se enroscou na boneca que ganhou de Rose.
– Papai?
–Sim, amor?
– Obrigada. Hoje foi o dia mais lindo da minha vida.
Limpei rapidamente uma lágrima teimosa que escapou sem meu
consentimento.
– Você merece muito mais que isso, anjo.
Dei um beijo em seu rosto e me afastei, observando da porta. Parecia
mais um anjo que uma criança. Pra dizer a verdade acho que todas as crianças
tem um pouco de anjo.
Encostei a porta e fui para o meu quarto. Bella já estava de banho
tomado e usava apenas uma lingerie. Meu olhar parou em seu corpo
espetacular deitado sobre a cama, as pernas elevadas sobre algumas
almofadas.
– Está tentando me seduzir?
– Até parece que você precisa desses artifícios.
–Está linda... como sempre.
–Vem se deitar. Deve estar cansado também.
–So vou tomar um banho e já venho.
Somente quando entrei sob a ducha eu tive a exata noção do quanto
estava cansado. Meus músculos agradeceram imediatamente. Fechei meus
olhos, desligando um pouco minha mente, apenas sentindo a água deslizar
pelo meu corpo. Mas não me demorei ou então iria encontrar Bella dormindo.
Voltei para o quarto e vesti apenas a boxer, jogando-me ao lado de Bella
e distribuindo beijos por todo seu rosto até parar em sua boca.
– Que delícia... que rompante foi esse?
– Emily pediu para que desse um beijo em você. E prometi que daria
vários.
–Hum... então continue fazendo essas promessas.
Enrosque-me nos braços dela, minha cabeça repousando entre seus
seios. Seus dedos se enroscaram suavemente em meus cabelos, fazendo-me
bocejar.
–Está morto de cansaço.
–Estou. Mas eu ainda consigo fazer amor com você.
– Eu sei disso.
Puxou meus cabelos da nunca, forçando minha cabeça para cima.
Ficamos nos olhando um tempo antes que sua boca tomasse a minha. Eu
adorava quando ela tomava a iniciativa de me beijar, de forma intensa como
agora. A pressão dos nossos lábios aumentava gradativamente fazendo nosso
desejo explodir no mesmo instante. Minhas mãos buscaram o fecho do sutiã,
segurando seus seios em concha. Bella gemeu baixo, descendo sua mão e
tocando minha ereção. Girou seu corpo de lado, ficando frente a frente comigo.
Deslizei minha boca pelo seu pescoço, lambendo e sugando. No instante em
que suas mãos baixaram minha boxer, eu deslizei sua calcinha por suas
pernas. Voltamos a nos beijar, enquanto minhas mãos passeavam pelo seu
corpo até tocar sua feminilidade.
Bella gemeu mais alto e arqueou seu corpo, sua excitação encharcando
minha mão e deixando-me maluco. Pra completar, sua mão pequena e macia
massageava meu membro já muito duro, arrancando gemidos cada vez mais
altos de mim.
– Quero você, amor.
– Eu também, Edward. Vem agora...
Ergui sua perna colocando-a na altura da minha cintura e lentamente
penetrei seu corpo, gemendo durando todo o percurso do meu membro até
enchê-la completamente.
Eu tentava ir com cuidado, tinha medo de machucá-la. Mas
sinceramente... Bella estava tão terrivelmente linda e gostosa que minha
vontade era de pegá-la com força, espremê-la em meus braços e mostrar o
quanto eu era maluco por ela. Ainda assim o prazer que sentia a cada investida
dentro dela quase me engolfava, parecendo me jogar num abismo. Minha
mente ficava leve e algo parecia se desprender de dentro de mim.
– Mais forte, Edward.
Assustei-me com seu pedido e afastei meu rosto para olhá-la.
–Bella...
– Não vai me machucar. Só... por favor...
Não resisti. Atacando seu pescoço, eu me retirei um pouco de dentro
dela e voltei novamente, com força. Nós dois gememos. Repeti o gesto, e o
som dos nossos quadris se chocando ecoou pelo quarto.
Bella se agarrou aos meus ombros e ergueu um pouco mais as pernas.
–Assim, meu amor...
Perdi completamente o controle. Passei a estocar dentro dela com uma
força que jamais usei antes. Mas ainda assim eu queria mais...e Bella também.
Ela mesma me empurrou e se virou, ficando de costas pra mim. Eu gemi
somente em ver a bunda perfeita a minha frente. Ergui novamente sua perna e
voltei a penetrá-la, estocando com a mesma força de antes. Passei uma das
mãos sob seu corpo, segurando seu seio. A outra segurava sua perna na altura
dos meus quadris.
Soltei sua perna e me ocupei do seu clitóris, massageando-o, fazendo
Bella gemer cada vez mais alto. Seu sexo me apertou e aquela famosa
sensação em meu estomago me fez acelerar o ritmo das investidas.
–Goza comigo, Edward...
–Eu vou...amor...
Bella me esmagou ainda mais dentro dela e seu corpo estremeceu,
convulsionando-se em seguida. Mais duas investidas e colei minha boca em
seu pescoço enquanto meu gozo penetrava seu corpo. Foi tão intenso que eu
simplesmente não conseguia parar, continuava estocando dentro dela muito
depois de ter gozado.
Aos poucos fui parando, distribuindo beijos pelas suas costas.
– Amo você.
–Eu também, Bella. Cada dia mais.
Ela remexeu seu corpo e se aninhou em mim, suas costas coladas em
meu peito. Beijei seus cabelos e fechei meus olhos. Passei minha mão pelo seu
ventre e sorri ao sentir o chute.
–Não vá acordá-las, Edward.
– So estou dizendo boa noite às minhas princesas.
Bella riu baixinho, já vencida pelo sono.
– Boa noite, Edward.
– Boa noite, amor. Sonhe comigo.
–Sempre.
Sorri. Como se precisássemos sonhar. Nossa vida era praticamente um
sonho, com a única diferença que jamais iríamos acordar.
“Eu sei que não sou nada e que talvez nunca tenha tudo. Aparte isso, eu
tenho em mim todos os sonhos do mundo.” (Fernando Pessoa)

(Cap. 27) Novas Vidas


Edward POV

Coisa boa era não ter que sair de casa. Ficar deitado na cama ao lado da
minha mulher era bom demais para que eu me arrependesse de ter matado
serviço. Aliás, ultimamente eu vinha pensando seriamente em parar de
trabalhar. Seria apenas o dono da empresa mesmo e deixaria o resto nas mãos
de Alice e de mais alguém com competência suficiente para dirigir a empresa.
Iria virar dono de casa. Cuidar das minhas filhas e nada mais.
Já havia dito isso a Bella uma vez e agora eu ria ao me lembrar das
palavras dela: Acha que vou gostar de chegar em casa e encontrar meu
marido barrigudo, com avental na cintura e fedendo a gordura?
Realmente não combinava comigo. Gostava de cozinhar, é verdade. Mas
daí a ficar em casa o dia todo seria demais pra mim. Apesar do que... com a
chegada das minhas filhas, Bella ficaria em casa...e eu iria morrer de ciúmes
por saber que ela estava curtindo nossas filhas e eu não. Melhor repensar esse
assunto.
Bella ainda dormia, de frente pra mim e de lado na cama. So assim
conseguia dormir. A enorme barriga a impedia de procurar uma posição
melhor.
Tinha entrado agora no nono mês de gravidez. Nossas filhas eram
esperadas a qualquer instante. Por mim, Bella teria feito uma cesárea. Maldita
hora que falei. Bella ficou furiosa. Disse que jamais faria isso, era contra sua
natureza. E que ela era bastante forte para ter até dez filhos, se quisesse...
todos de parto normal. Não falei nada. Quem sou eu para duvidar da força de
uma mulher?
Se bem que por um lado ela estava certa. Basta olharmos para nossos
antepassados. Minha bisavó teve treze filhos... todos de parto normal. Não
queria nem imaginar como ficariam as coisas lá embaixo, mas tudo bem. O
impressionante era a força. Fomos enganados com essa conversa de sexo
frágil quando na verdade os fracotes eram os homens. Bíceps e peito
musculosos não valiam de nada nessa hora. Graças a Deus que não tínhamos
capacidade de gerar um bebê. O que iria ter de filho órfão seria uma festa.
Estendi minha mão e toquei o ventre volumoso. Sorri ao sentir o chute.
Ultimamente era assim... vinte e quatro horas de atividade ali dentro. Bastava
colocar a mão e elas se mexiam.
–Pare de acordar as meninas.
A voz de Bella soou arrastada, mas ela nem ao menos abriu os olhos.
–Bom dia, amor.
–Boa noite. Estou no primeiro sono ainda.
Eu ri e me arrastei para mais perto, ainda assim na conseguia ficar tão
perto quanto eu queria.
–Ah... Bella, estou cansado de ficar sozinho.
–Emily?
–Também está dormindo ainda.
–Que horas são?
–Seis e meia da manhã.
Ela abriu os olhos imediatamente.
–Não me admira que eu ainda esteja com sono. É madrugada ainda,
Edward. Vá dormir.
–Já tentei... não consigo.
– O que te aflige?
Peguei sua mão que repousava sobre o colchão e levei até meu membro
quase explodindo de tão duro. Bella arregalou os olhos e prendeu a respiração.
–Edward...
–Não tenho como controlar isso, amor.
Desajeitadamente Bella tentou se aproximar mais um pouco de mim.
Com algum malabarismo consegui capturar sua boca e beijá-la longa e
deliciosamente. Apenas o beijo dela me fazia latejar, embora eu já estivesse
duro há muito tempo. Passei minhas mãos pelas suas coxas, apertando-as
levemente.
–Preciso ter você, Bella...
Seus mamilos rijos em minhas mãos e o arrepio em sua pele não
deixavam dúvidas que ela queria tanto quanto eu.
–Me ajude aqui, amor.
Com muita delicadeza e um pouco de pressa, ajudei-a a se virar na
cama. Depois de várias tentativas decidimos que essa era a posição mais
cômoda pra ela. Coloquei-a de costas pra mim, colando meu peito em suas
costas. Meus dedos desceram até o sexo úmido, friccionando-o levemente.
Bella gemeu e levou a mão ate minha cabeça, girando um pouco a sua. Minha
língua imediatamente penetrou sua boca, procurando ávida pela dela.
Ergui sua perna, segurando-a com firmeza. Bella segurou em meu
membro e ela mesma direcionou-o até sua entrada. Investi lenta, mas
firmemente meu quadril, deslizando com facilidade para dentro do seu corpo.
Bella gemeu novamente e empinou um pouco para trás, sua bunda chocando-
se contra meu corpo. Bella girou um pouco o corpo para trás e eu empurrei
sua perna em direção ao seu ventre. Meu membro penetrou mais fundo,
fazendo-me fechar os olhos com força.
Estava cada dia melhor, mais prazeroso. Aumentei o ritmo das investidas
ao sentir Bella já alcançando o orgasmo. Ela mordia os lábios e movia seus
quadris, seu sexo me apertando cada vez mais. Apertei levemente seus seios
quando senti meu corpo estremecer e meu sêmen percorrer o caminho já tão
conhecido. Desci beijos pelas suas costas, sentindo-a se arrepiar novamente.
–Eu te amo.
–Eu também te amo, Edward. Mas agora que já me acordou, vou me
levantar.
–Eu te ajudo.
Levantei-me e ajudei Bella a se levantar exatamente como a médica
recomendou que fizesse.
–Vai tomar banho?
–Vou... e depois acordar a Emily. Ela ainda tem dever de escola para
fazer.
–Você pode descansar amor. Eu a ajudo.
– Nós dois ajudamos. Hoje ela terá que escrever sobre a família. Então
seremos nós dois juntos.
–Tudo bem. Então a família toma banho junto também.
Ela riu e apenas me deu a mão. .. e eu ia atrás olhando a bunda redonda
e empinada.
– Pode parar, Edward. Chega por hoje.
–Por hoje?
Ela se virou sorrindo.
–Por hora.
********************
Estávamos sentados em volta da mesa enquanto ajudávamos Emily a
fazer o dever. Mas alguma coisa estava errada. Bella estava com uma cara
estranha. Não falava nada, mas eu sentia que tinha alguma coisa errada.
–Amor...está sentindo alguma coisa?
–Só uma dorzinha, Edward.
–Onde?
–Aqui...
Colocou a mão sob a barriga.
–Mas não está doendo muito. So incomodando um pouco.
–Tem certeza que esses bebês não estão querendo nascer?
–Ainda não...talvez...acho que vou me deitar um pouco.
–Vou levá-la ate o quarto. Fique quietinha ai, Emily.
–Não vou sair daqui.
Ajudei Bella a ir para o quarto e depois a deitar-se na cama.
–Está doendo ainda? A dor aumentou?
–Não, amor. Fique tranquilo.
–Vou terminar com a Emily e volto para ficar com você.
Desci e ajudei Emily com o dever e depois fui preparar seu uniforme
escolar. Nesse meio tempo voltei ao quarto, mas Bella dormia. Dei banho e
almoço a Emily e levei-a para a escola.
–Mamãe pode ficar sozinha?
–Ela está dormindo, Emy. E os empregados estão lá...não vou me
demorar mesmo.
–Dá um beijo nela pra mim?
–Eu dou, princesa. Estude bastante.
Saiu correndo em direção a entrada arrastando a pequena mochila pela
mão. Voltei imediatamente para casa e fui direto ao meu quarto. Bella estava
sentada na cama, a mão sob o ventre.
–Amor...piorou?
–Está mais forte, Edward. Eu acho que está chegando a hora.
–Ah...meu Deus...vou ligar para a maternidade. Depois ajudo você a
tomar um banho.
Percebi que ela já fazia os exercícios respiratórios que a médica ensinou.
Liguei para a maternidade, em seguida separei uma roupa para Bella. Seu
gemido de dor me fez correr novamente par ajunto dela.
–Bella?
–Fique calmo, Edward. Isso faz parte.
–Não seria melhor irmos já? Chegar la eles irão fazer a tal lavagem que
falaram...você toma o banho lá mesmo.
–Acho que tem razão. Só me ajude a vestir, por favor.
A bolsa dela e das garotas já estavam prontas desde o começo do mês.
Olhei os documentos dela e depois liguei para minha mãe. Em seguida liguei
para o Emmett.
–Emmett? Eu estou levando a Bella para a maternidade..
–Já?
–Acho que está na hora. Poderia pegar a Emy na escola pra mim?
–Com o maior prazer. Mas nos dê notícias.
–Farei isso sim. Até mais.
Ajudei Bella a se vestir e logo em seguida descemos. Eu via que as dores
aumentavam, mas Bella segurava seus gemidos para não me assustar. Não é
que eu fosse me assustar, mas eu não gostava de vê-la sofrer. Coloquei-a no
carro e voltei correndo para pegar as bolsas.
–Está tudo bem?
Perguntei enquanto dava a partida no carro.
Ela inspirava e expirava vagarosamente, mas às vezes se contorcia de
dor.
–Está...está aumentando mas está b...ahh...
Acelerei o carro, tentando não demonstrar o quanto estava nervoso. Eu
queria e muito estar presente quando minhas filhas nascessem, então era
melhor me controlar.
Chegamos à maternidade e a médica mais dois enfermeiros já nos
aguardavam com uma maca.
–Olá, Isabella. Como está se sentindo?
–Bem.
Deitaram-na na maca e ali mesmo a médica apertou levemente sua
perna com o polegar.
–Ótimo. Nenhum inchaço. Edward...acho melhor passar na recepção e
preencher a documentação. Vou fazer o exame de toque nela para ver como
está a dilatação.
–Tudo bem.
Aproximei-me de Bella e afastei os cabelos do seu rosto, beijando sua
testa.
–Logo estarei lá. Eu te amo.
–Eu tamb...ahh...ahh.
O enfermeiro empurrou a maca antes mesmo que eu saísse da frente.
Pulei para o lado, minha respiração começando a acelerar-se. Estava na hora
mesmo, não havia dúvidas. Enquanto eu aguardava a lerdeza da funcionaria do
atendimento, meus pais e Alice chegaram.
–Como ela está?
–Aparentemente bem. Estão fazendo exames agora.
–E você? Não me vai dar piti hein?
–Sou homem, Alice.
–Por isso mesmo. Se fosse mulher seria mais forte.
–Eu não vou desmaiar nem nada, ok?
–Será que eles vão deixar filmar?
–Sim. Já conversamos sobre isso. Mas terá que ser alguém da equipe
médica. Não pode ficar ninguém além de mim.
Alice apertou meu braço.
–Ainn...estou louca pra ver a carinha delas.
Demorei tempo demais para preencher todos os papéis, mas assim que
terminei fui direto ala pra onde Bella foi levada. Nem bem tinha chegado ao
corredor uma sala foi aberta e Bella saiu de la ainda na maca. Ela gemia sem
parar. Cocei minha cabeça...aquilo não ia ser bom de se ver.
–E então?
–Estamos levando-a para sala de parto.
–Já está na hora?
– Perfurei sua bolsa e daqui a pouco as dores irão se intensificar.
Daremos logo uma anestesia para que ela não sinta tanta dor.
–Anestesia geral?
–Não. Raramente usamos anestesia geral. Ela irá perceber tudo, só não
sentirá dor.
Suspirei aliviado. Não sei por que mas eu morria de medo da tal
anestesia geral.
–Eu já posso ir com vocês?
–So poderá entrar na sala quando formos começar os procedimentos.
–Ah... ta...eu espero do lado de fora então.
Sentei-me numa das poltronas. Logo a seguir minha família veio me
fazer companhia.
–Bella está tão tranquila.
–Ótimo pra ela. Bella teve uma gestação tranquila. Vai correr tudo bem.
Minha mãe beijou meu cabelo.
–Também...com um marido maravilhoso desse ao lado.
–Pare com isso, mãe. Bella que é perfeita.
Não sei quanto tempo ficamos ali esperando. Pra mim foi uma
eternidade.
–Não está demorando?
–Primeiro parto é assim mesmo, Edward. Algumas até dão sorte...mas
outras às vezes ficam mais de doze horas em trabalho de parto.
–Vire essa boca pra lá, mãe.
Deixei meu corpo escorregar na poltrona e encostei minha cabeça na
parede. Eu começava a sentir tremores pelo corpo e isso não era nada legal.
Eu tinha que me controlar. Eu era um homem ou um rato? Bom...dependendo
da situação eu quase poderia me passar por um rato.
Não. Nada disso...sou homem o bastante para estar ao lado da minha
esposa e segurar sua mão enquanto ela dava a luz às nossas filhas.
Eu vi o rosto das minhas filhas e cheguei a sorrir...uma era a minha cara,
com aquela cor esquisita nos cabelos. A outra era a cópia de Bella, os cabelos
castanhos e os olhos chocolate. Lindas e sadias. Emily estava ao meu lado,
acariciando o rosto delas. So faltava Bella...
–Edward?
Uma Mão pesada sacudiu meu ombro.
–Pai?
Estiquei meu corpo e olhei para os lados.
–Eu dormi?
–Dormiu e estava rindo feito um idiota.
Olhei as horas e quase gritei. Eu estava ali há três horas.
–meu Deus...aconteceu alguma coisa...
Antes que o desespero me dominasse a porta da sala se abriu.
–Edward? Está na hora...
Olhei para minha família que me sorria. Mas por dentro um tal de pânico
ameaçava me dominar.
Antes de entrar na sala fizeram todos os procedimentos para desinfecção
e colocaram o jaleco verde e uma touca. Entrei meio vacilante na sala. Bella
estava acordada e sorriu ao me ver. Suspirei e fui até ela, pegando sua mão.
–Está bem?
–Elas estão vindo, Edward...
–Sim...estão chegando...
Notei meus olhos marejados e tratei de limpar rapidamente.
–Não está com dor?
–Já me deram anestesia. Não sinto nada.
Olhei para a médica que estava com a cabeça enfiada no meio das
pernas de Bella.
–Isabella? Seus bebês já estão loucos para sair. Está bem dilatada. Faça
força sim? Não esqueça de tudo o que falei.
–Sim...
E ai começou minha caminhada no purgatório. Bella apertava minha mão
com força enquanto forçava para a saída dos bebês.
–Força, Isabella...
Quanto mais força ela fazia, mais a médica falava e mais ainda minha
mão era apertada. Limpei o suor de sua testa e tentei sorrir. Seus olhos
estavam vidrados em mim e ela mordia os lábios.
–Vamos Isabella....já estão vindo.
–Ahhh...
Bella gritou. Creio que não foi dor, mas sim fazendo força. Somente
nesse momento eu percebi uma enfermeira filmando tudo. Uma outra se
debruçou sobre o corpo de Bella e com um dos braços sobre seu ventre, fez
força empurrando para baixo. Quase gritei. Não podia....podia? Ia machucar
meu bebê.
Antes que eu berrasse para ela parar eu ouvi o choro. Nem precisei ver.
Era o choro do bebê e o meu.
Bella sorria e chorava ao mesmo tempo. A enfermeira trouxe o bebê até
nós e então chorei mais ainda. Era linda...mesmo toda suja de sangue o cabelo
estranho feito o meu se destacava. Mas nem tive tempo de ver direito.
–Já está vindo, Isabella.
A enfermeira se afastou com ela e rabiscou alguma coisa e prendeu em
seu tornozelo. Não passou nem um minuto e novo choro preencheu o
ambiente. Debrucei sobre Bella, minha boca pousada em sua testa enquanto
eu chorava bem mais que nossas filhas.
–Sua segunda filha, Isabella...
Ergui minha cabeça ainda chorando.
–Ahh...Deus...são idênticas...
Meu coração não sabia se batia, se parava...pulsava freneticamente e
desacelerava, fazendo-me arfar sem parar, chorando, sem conseguir me conter
de forma alguma.
–Suas princesas, Edward...
–Nossas princesas, amor.
–Isabella? Precisamos colocar o nome...pelo menos em uma delas...são
realmente idênticas.
–A primeira...você escolhe Edward.
–Eu? Hum...Stephanie?
Bella franziu o cenho.
–Nome de princesa.
–Sim...é Stephanie. E a outra...será Barbara.
Sorri e beijei seus lábios.
–Algum motivo especial?
–Homenagem a uma amiga...
–Eu te amo demais, Bella. Obrigado por me fazer tão feliz.
–Obrigada por existir, Edward.
Beijei novamente seus lábios, depois seu nariz, olhos e enfim sua testa.
–So um momento, amor...
Fui até a mesa onde as enfermeiras cuidavam das garotas enquanto a
médica limpava e dava os pontos em Bella.
As duas ainda se esgoelavam de tanto chorar. Aproximei-me mais um
pouco e segurei a mão de uma e depois da outra. Mais duas... mais duas
dádivas que eram colocadas em minha vida.
–Bem vindas, princesas.
Bella...Emily...Stephanie e Barbara...as quatro mulheres da minha vida.
Quatro forças da natureza reunidas para tornar minha vida mais especial do
que já era. Eu nem me preocupava mais em ser forte. Quem tem a sorte de
ter ao lado quatro mulheres ... já tinha a força capaz de sustentar o mundo.
“...Deus fez para o homem um trono.
Para a mulher, um altar.
O trono exalta.
O altar santifica.
O homem é o cérebro; a mulher é o coração.
O cérebro fabrica a luz; o coração produz Amor.
A luz fecunda.
O Amor ressuscita.
O homem é forte pela razão.
A mulher é invencível pelas lágrimas.
A razão convence.
As lágrimas comovem...” (Victor Hugo)

(Cap. 28) Dia a dia


Bella POV
Eu tentava segurar meu riso ao ver Edward perdido no meio de tanta
fralda, lenços umedecidos, roupas e mais um monte de aparatos que
utilizávamos todos os dias desde quando nossas filhas nasceram.
Há uma semana Stephanie e Barbara vieram ao mundo. Apesar de já ter
entrado no último mês de gestação eu não esperava que fosse naquele dia. Sei
lá... acho que sempre imaginei que seria uma dor insuportável logo de cara.
Mas não foi bem assim. Senti apenas um leve desconforto. Algum tempo
depois ai sim vieram as dores. Era uma dor diferente, mas nem de longe era
aquela dor horrorosa que todos diziam.
O engraçado é que Esme me dizia sempre que dor do parto você nunca
mais se lembrará dela. E era verdade. Hoje eu tentava me lembrar como era
para poder dizer a Edward, que sempre me perguntava. Mas eu simplesmente
não me lembrava.
Além disso, tinha o fato de Edward ter estado comigo o tempo todo na
hora do parto. Edward era um homem forte, um leão quando se tratava da sua
família. E era sensível demais. Sinceramente eu não acreditava que ele
conseguiria assistir ao parto. Enganei-me. Segurou minha mão e chorou
comigo ao ver nossas princesas. Eram idênticas e eu já previa dias de boas
risadas.
E dessa vez não me enganei. Emily estava sentada ao meu lado ouvindo
a história que eu contava pra ela. Edward guardava mais uma tonelada de
fraldas que ele comprou sem precisão. Já havia uma enormidade de pacotes de
fraldas que durariam pelo menos um mês.
Olhava o tempo todo para o berço das duas que estavam acordadas,
mas tão quietinhas que nem dava para perceber que estavam ali.
–Papai está perdido.
Eu ri baixinho.
–Por que Emi?
–Ele nunca vai saber quem é quem. Ele erra toda vez.
–Estou ouvindo, hein? E eu não erro. Sei muito bem que vocês tentam
me enganar falando que é uma e não outra.
Pior que Emily estava certa. Ele nunca acertava. E agora errou mais uma
vez. Assim que ouviu o choro ele foi até o berço e pegou a filha no colo
trazendo-a para mim.
–Acho que a Stephanie está com fome.
–Essa é a Barbara, papai.
–Pare com isso, seu filhote de Alice. Sei que so quer rir da minha cara.
Emily e eu gargalhamos, rindo da braveza falsa dele.
–É verdade, amor. Essa é a Barbara.
Ele me entregou o bebê e colocou as mãos na cintura.
–São idênticas. Como pode dizer que tanta certeza?
–A Stephanie tem a carinha brava, papai. A Barbara parece que fica
rindo.
Edward olhou pra mim boquiaberto.
–É verdade. Preste atenção no rosto delas. A Barbara tem uma
expressão bem mais tranquila.
Ele parou ao meu lado e olhou para o rosto da filha. Depois foi até o
berço e olhou para a Stephanie. Depois balançou a cabeça.
–Faça um favor pra mim? Coloque roupas diferentes nelas... um lacinho
no cabelo, sei lá...qualquer coisa que me faça diferenciá-las porque essa teoria
de vocês é furada.
Nós rimos novamente. Ele ia acabar ficando louco. Queria só ver quando
elas crescessem.
–Termine de ler a história para a Emily. Vou amamentar a Barbara.
Edward sentou-se ao meu lado e colocou Emily no colo. Era sábado
então ficaríamos reunidos o dia todo. Emily adorava passar o dia no quarto das
irmãs, olhando para o berço delas. Eu quase podia ver em seu rosto a vontade
de vê-las crescidas para poder brincar com elas.
–Quando ela vai andar, papai?
Ela perguntou olhando para Barbara, mas Edward tinha os olhos fixos no
livro.
–A branca de Neve?
Emily levou as mãozinhas à boca.
–A minha irmãzinha, papai.
–Ah... hum...daqui a um ano. Se bem que minha mãe disse que andei
com apenas dez meses. Talvez ela faça o mesmo.
Estiquei meu braço e toquei os cabelos de Edward.
–Por que não se deita um pouco, amor? Deve estar cansado.
–Não estou...
Era mentira, eu sabia. Edward não desligava nunca. Tanto que a babá
eletrônica ficava ao lado dele na cama. Bastava ouvir um resmungo e ele se
levantava para ver as meninas.
–Está sim. E eu já falei que não precisa se levantar toda hora, Edward.
Eu posso fazer isso muito bem.
–Você já carregou aquela barriga enorme por nove meses, Bella. Deixe-
me ajudá-la agora. É meu dever de pai também.
Não adiantava retrucar. No fundo Edward estava tão radiante que ele
simplesmente não se controlava. Babava nas meninas da mesma forma como
fazia com Emily. E nem podia ser diferente, via seu sonho ser realizado
triplamente.
– Já contou a novidade à Alice?
–Não imagina o surto dela. Sabe como é louca. Agarrou os braços do
Jasper, sacudindo tanto que pensei que fosse arrancá-lo do lugar.
–Imagino.
Edward contou a Alice que ela e Jasper iriam ser padrinhos de batismo
da Barbara. E o Emmett seria da Stephanie. Emily que escolheu, dizendo que o
tio Emm daria um jeito na carinha de brava da Stephanie.
Era tão inocente, mas percebia as coisas com uma clareza
impressionante.
Edward levantou-se quando Stephanie começou a chorar.
–Deve ser fome também.
–Com certeza é. Já terminei com a Barbara.
Edward pegou Barbara com uma das mãos e em seguida me entregou
Stephanie. Enquanto ela mamava fiquei observando Edward segurando
Barbara para que ela arrotasse. Parecia que ele passou anos treinando para ser
pai. Eu nem precisava dizer a ele o que deveria fazer e a que horas. Ele
simplesmente sabia. Era perfeito como marido, perfeito como pai.
****************
Finalmente deitei meu corpo exausto na cama. Tomei um longo banho
para tentar relaxar meus músculos cansados. Edward já estava deitado vendo
TV e abriu os braços para me aconchegar.
– Extrapolou hoje.
–Nem tanto. Sabe que gosto de arrumar minhas próprias coisas,
Edward. E nosso closet estava um caos.
–Mas ontem você reclamou de um pouco de dor. Melhorou?
–Sim. Foi no lugar onde foram feitos os pontos. Mas a médica disse que
é normal por uns dias.
–Mas já não era para ter tirado esses pontos?
–Irei na segunda-feira. Não estou a fim de sair num fim de semana para
ir ao hospital.
Coloquei a cabeça no ombro dele enquanto acariciava seu peito. Seus
dedos subiam e desciam em meu braço.
–Amor... acha que ainda teremos mais filhos?
Ergui minha cabeça olhando para ele sem acreditar.
–Nossas filhas tem apenas uma semana de vida e já pensa em outro,
Edward?
–Não estou pensando. Apenas fiz uma pergunta.
–Não sei... você gostaria de ter mais?
– Desde que não sejam gêmeos idênticos.
Eu gargalhei.
–você se acostuma, Edward. Com o tempo você aprende a diferenciá-
las. E além do mais elas terão personalidades diferentes, com certeza.
–Mas eu quero reconhecê-las agora, Bella.
–Farei o que pediu... não irei mais colocar roupas idênticas nelas.
–Eu sei que você e a Emily se divertem às minhas custas.
Eu ri baixinho, escondendo a cabeça em seu peito. Gostava quando
chegava a noite e eu podia me deitar ao lado dele. Durante a semana ele
passava o dia fora, embora sempre desse um jeito de passar em casa. Mas era
tão bom tê-lo perambulando por aqui, dando palpite em tudo, errando o nome
das meninas.
Suspirei e deixei escapar um bocejo.
–Durma, amor. Se as meninas acordarem eu chamo você.
–Eu sei que chama. Você também deveria dormir um pouco.
–Sou forte. Só não sou quando o assunto é minha mulher e minhas
filhas.
Segurei seu rosto e me estiquei para beijá-lo. Sentia uma falta das mãos
dele em meu corpo, abraçando-me com força, deixando-me sem ar. Eu
percebia sua vontade de fazer isso, mas ele se controlava. Mas dessa vez eu
girei meu corpo ficando sobre ele.
–Eu te amo.
–Eu também te amo...amo com loucura.
Sua boca tomou a minha num beijo apaixonado e provocante. Passei
minhas mãos pelos seus cabelos quando seus braços me apertaram. Tremi
levemente, adorando aquela sensação, mas ao mesmo tempo frustrada por
saber que não poderia passar disso.
–Estava sentindo falta disso.
–Eu sei... vejo como fica inquieta quando eu me deito ao seu lado.
Comigo não é diferente, amor. Mas temos que esperar... paciência. É bom que
quando eu te pegar...
Eu ri.
–Meu marido está saidinho. Você não era assim, Edward.
–Eu sou apaixonado, Bella. Simplesmente um apaixonado. Tudo o que
sinto, seja por você ou por nossas filhas é intenso.
–É por isso que te amo cada dia mais...
–So quero fazê-la tão feliz quanto você me faz... e quanto você merece.
–Você já conseguiu isso há tempos.
Voltei a beijá-lo apaixonadamente. Não me importava se não iríamos
fazer amor. Esse momento estava sendo tão intenso que nem era preciso
chegarmos tão longe. Cada toque de suas mãos em meu corpo era uma
promessa do que teríamos brevemente.
Acordei completamente descansada. As meninas dormiram praticamente
a noite toda permitindo que Edward pudesse descansar um pouco. Tolo...
estava esgotado, eu bem sabia. E ainda assim insistia em querer abraçar o
mundo. Tanto que dormia tranquilamente. Aproveitei esse momento e fui até
seu lado na cama, desligando a babá eletrônica. Sai do quarto bem devagar e
fui ao quarto dos bebês que também dormiam. Depois fui ao quarto da Emily.
Estava sentada na cama vendo TV.
–Bom dia, princesa. Já acordada?
–Bom dia mamãe.
–O que está vendo?
–Um desenho. Já fui ao quarto das minhas irmãs. Elas estão dormindo.
–Sim. Acabei de voltar de lá.
–Onde está o papai?
–Ainda dormindo. Está cansado. Vamos fazer uma coisa? Eu vou tomar
um banho e depois a gente desce e prepara um café bem gostoso e leva pra
ele na cama. O que acha?
Ela bateu palmas.
–Oba... ele vai amar.
–Vai sim... com certeza. Ele merece.
Ela me abraçou, o rostinho colado em meu peito.
–Papai é tão lindo. Eu amo ele...e amo você também.
–Nós também te amamos muito, viu? Nossa primeira filhinha... E amo o
papai também.
Fiz uma cócega em sua barriga.
–E também acho que ele é muito lindo. O homem mais lindo do
mundo...
–E doidinho...
Eu ri alto, levantando-me.
–Muito doidinho. Eu já volto,amor.
Entrei no meu quarto vagarosamente. Ele ainda dormia. Tinha se virado
na cama e estava de bruços com um dos braços caído ao lado da cama. Tomei
um banho rápido e sai novamente indo até o quarto da Emily. Estava com os
cabelos molhados e vestia um vestido no lugar do pijama.
–Tomou banho também?
–Sim.
–Nossa... mas já é mesmo uma mocinha, nem dá trabalho para a
mamãe.
– O papai falou que eu tenho que ajudar.
Abaixei-me a sua frente segurando suas mãos.
–Sabia que você é a melhor filha que eu poderia ter? E você me ajuda
muito... mas muito mesmo. Obrigada.
Ela me abraçou.
–De nada.
–Vamos? Antes que o dorminhoco acorde?
Fomos de mãos dadas até a cozinha. Sentei Emily num banco alto e
liguei a babá eletrônica que ficava aqui.
–Separe os pães pra mim enquanto faço o suco, Emi. As mãos estão
bem lavadas?
–Sim.
–Ótimo.
–Essa noite eu sonhei com o vovô.
–Você adora o Carlisle não é?
–Eu amo...mas não sonhei com ele. Foi com o outro vovô.
–Meu pai?
–É.
–Mas você nem o conhece.
–Mas eu sonhei. Ele tem um bigodão...
Eu ri, admirada.
–E ele tem mesmo. Quer dizer... pelo menos tinha. E seu pai está nos
devendo uma visita a ele.
–Papai falou que ele mora longe, mas quando minhas irmãs tiverem
grandinhas ele vai levar a gente lá.
–Seu avô vai ficar maluco. Ele adora crianças. E ficou doido para
conhecer você.
–Por que ele mora longe?
Dei de ombros.
– Uma vez ele ficou muito doente. Depois melhorou...ai quis se divertir
um pouco.
–Bom dia, meus amores.
Olhei para a porta da cozinha e Edward estava parado com Stephanie no
colo.
–Ah...papai...sem graça.
– O que foi?
–Íamos levar o café na cama pra você, amor.
A expressão vergonhosa em seu rosto foi hilária. Aproximei-me dele e o
beijei.
–Ela não estava chorando...eu liguei...
–Não estava. Mas eu acordei assustado. Quando olhei para o lado vi que
alguém desligou a babá. Ai fui até o quarto e ela estava acordada, chupando a
mãozinha.
–E nem chorou, papai?
–Nem chorou.
–Que lindinha.
–Vou lavar minhas mãos, Edward. E já que estragou a surpresa...termine
o café.
–Desculpe, amor. Como eu iria imaginar?
–Tudo bem...
Esses detalhes bobos não importavam. Queríamos fazer uma surpresa...
não deu certo. O mais importante de tudo isso era ver como reinava a
harmonia e o amor em nossa família.
Mal terminei de lavar as mãos e ouvimos o choro da Barbara. Edward e
Emily se entreolharam sorrindo, já sabendo o que iria acontecer. Eles
adoravam ver quando eu amamentava as duas ao mesmo tempo.
–Vamos lá, mamãe... suas filhas estão famintas.
Subimos e sentei-me na cama enquanto Edward buscava Barbara.
Coloquei as duas no peito sob o olhar admirado de Edward que tinha Emily em
seu colo. Era sempre assim quando as duas choravam ao mesmo tempo, os
dois ficavam encantados.
–Sabia que a Emily sonhou com meu pai?
–Jura?
–Hum hum...ele tem um bigodão.
Edward me olhou com o cenho franzido. Eu também achei estranho
quando Emily falou mas não comentei nada. Nunca disse nada sobre meu pai a
ela. Mas talvez fosse apenas coincidência.
–Talvez seja um aviso tipo: Bella, sua desnaturada, venha visitar seu pai.
–Você que está me enrolando, Edward.
– Vocês irão se ver em breve, Bella. Eu prometo.
Então eu sabia que seria breve mesmo. Edward nunca deixou de cumprir
uma promessa.
***************
Essa era uma das horas mais esperadas por Emily. A hora do banho das
irmãs. Eu sempre a deixava ajudar a colocar as roupas. O ritual era sempre o
mesmo: toalhas estendidas na mesinha ao lado da banheira... duas banheiras.
Edward dava banho em uma e eu na outra. Revezávamos sempre, mesmo
porque, Edward não conseguia diferenciá-las mesmo.
Eu observava Edward disfarçadamente. Nasceu com o dom de ser pai,
não me cansava de dizer isso.
–Depois desse banho vamos passear na praça.
–Oba...
Terminamos o banho, trocamos as crianças e esperamos enquanto
Edward tomava o seu banho. Colocamos as meninas no carrinho para
tomarmos nosso café antes de sair. E somente então saímos na manhã de
domingo. O dia estava agradável, ensolarado...lindo.
Edward ia ao meu lado empurrando o carrinho e Emily ia saltitante a
nossa frente. Ríamos das macaquices e todos que passavam olhavam para nós
também sorrindo.
–Viu só como minha família é linda?
–Tendo o patriarca que tem não poderia ser diferente.
Edward me olhou tão intensamente que senti meu rosto queimar. É...
até hoje ele conseguia me deixar ruborizada.
–Sim... mas esse patriarca só é isso tudo o que pensa por causa da
matriarca. Ela sim tem o poder de transformar tudo. Transformou minha vida...
–Não fale assim, Edward.
–É a mais pura verdade, Bella. Isso tudo so foi possível porque você
existe. E felizmente... é minha.
Será que um dia eu iria me acostumar com a intensidade existente entre
nós dois? Imagino que não. Nesse momento eu conseguia enxergar toda a
minha vida... e chegava a conclusão que ela so começou a ter sentido quando
Edward passou a fazer parte dela. Então, pra mim era o contrário. Tudo isso so
foi possível porque ele existe.
“Quando olho para o meu passado, encontro uma mulher bem parecida
comigo - por acaso, eu mesma - porém essa mulher sabia menos, conhecia
menos lugares, menos emoções.”(Martha Medeiros)
(Cap. 29) Surpresas
Edward POV
Remexi meu corpo na cama e me enrosquei ainda mais no corpo
feminino ao meu lado. Seu calor junto ao meu corpo estava tão agradável que
eu não tinha a mínima vontade de sair daqui. Felizmente era sábado e eu não
precisava abandonar os braços da minha esposa para ir trabalhar.
Passar o dia ao lado da minha família era tão fantástico que eu
simplesmente não tinha vontade de fazer mais nada. Contava as horas para
sair da empresa e voltar pra casa. Fazer o que se eu tinha a família perfeita?
O único produto com defeito era eu mesmo. Até hoje não conseguia
distinguir Stephanie da Barbara. E sei que isso divertia não só a Bella quanto
Emily também. Eu simplesmente não percebia a carinha de brava de uma e a
carinha tranquila da outra, como gostavam de dizer. Pra mim era idênticas e
ponto final.
Estavam agora com três meses e cada dia mais lindas e perfeitas. Foi
uma grande surpresa pra mim. Pensei que ficaríamos com os cabelos em pé
por termos duas recém-nascidas em casa, precisando de atenção redobrada.
Entretanto as duas eram tão boazinhas que as coisas fluíam naturalmente.
Isso sem falar que Bella era uma mãe fantástica. Uma mulher fantástica,
melhor dizendo. Estava sempre tranquila, sempre disposta. Tanto as gêmeas
quanto Emily estavam sempre bem cuidadas, alimentadas, bem vestidas.
Emily era um poço de felicidade. Andava atrás de Bella o dia inteiro querendo
ajudar em alguma coisa.
E eu perdia a maioria desses momentos por estar na empresa o dia
todo. Sinceramente não sei como Bella consegue segurar esse rojão e ainda
estar sempre disposta pra mim em nossa cama. Nossa primeira noite após o
famigerado resguardo foi... incrível. A falta que eu sentia daquele corpo pegou
até a mim de surpresa.
Meus beijos e meu abraço apertado por pouco não a sufocaram, mas
meu desejo corroía minhas veias. E mesmo depois de um dia longo regado a
fraldas, mamadeiras, escola e outras coisas... Bella se entregou a mim com a
mesma intensidade com que a tomei.
Incrível como o tempo só fazia aumentar meu amor e desejo por ela. Era
amor demais para que eu conseguisse segurar.
Apertei meus braços em volta de sua cintura e enterrei meu rosto em
seu pescoço. Bella dormia de costas pra mim, encolhidinha em meus braços.
Mordi e beijei seu pescoço, o desejo já se alastrando pelo meu corpo. Bella
gemeu baixo, mas não acordou. Subi minhas mãos fechando-as sobre seus
seios.
Bella gemeu novamente e dessa vez se virou de frente pra mim.
–Edward...
–Eu quero você, amor. E tem que ser agora.
Ela sorriu e enlaçou meu pescoço. Puxei-a pela cintura, colando nosso
corpo e fazendo com que ela sentisse minha ereção pulsando em sua pele.
Voltei a beijar seu pescoço, apertando levemente seus seios e depois
beijando sua boca. Minhas mãos passaram a percorrer todo o seu corpo.
Sempre apertando sua carne macia. Suas curvas agora mais pronunciadas
simplesmente me faziam delirar.
Ergui sua perna colocando-a em volta da minha cintura. Bella me olhou
cheia de desejo, fazendo minha pulsação acelerar ainda mais. Suas mãos
deslizavam pelo meu peito, barriga, até alcançar meu membro que pulsava
insistentemente.
Eu gemi e mordi seus lábios, repuxando-os e também alcançando seu
sexo molhado.
–Edward... ah...
Ela gemeu rebolando em minha mão.
–Agora, amor?
–Sim... eu preciso sentir você.
Coloquei minha mão sobre a dela massageando meu membro e
direcionei até sua entrada, passando-o pelo seu clitóris, espalhando o nosso
tesão pelo seu sexo. Bella sorriu, o prazer transbordando em seu rosto.
Não me segurei mais e empurrei meu membro para dentro de seu corpo,
gemendo ao me sentir completamente envolvido por sua carne quente.
Segurei com mais firmeza em seus quadris, beijando sua boca e penetrando
seu corpo cada vez mais rápido.
Bella forçou e empurrou meu corpo, colocando-se sobre mim, meu
membro ainda dentro do seu corpo. Segurei suas coxas ajudando-a a cavalgar
sobre mim, fazendo minhas pálpebras revirarem.
Suas mãos espalmaram-se em meu peito, seu tronco levemente
inclinado sobre mim. Afastei os cabelos do seu rosto, segurando-os em um
rabo e ousei olhar para o rosto em êxtase da minha mulher. Aquilo foi demais
pra mim. Sempre foi assim... o meu orgasmo explodia quando eu a via
emanando prazer.
Impeli meus quadris sentindo-a se contrair em volta do meu membro.
Bella colou sua boca na minha, abafando nossos gemidos altos enquanto
gozávamos juntos... deliciosamente como sempre.
Abracei seu corpo, acariciando suas costas, mas nossa respiração ainda
estava ofegante demais para falarmos qualquer coisa. Senti que Bella sorria e
em seguida mordeu meu peito.
–É impressão minha ou isso está ficando melhor a cada dia?
–Não é impressão, meu amor.
Segurei sua cabeça obrigando-a a me olhar.
–Está cada dia mais delicioso... e eu mais apaixonado.
Falei com a voz rouca, sentindo meu desejo me dominar novamente.
–Eu te amo.
Nem esperei que ela respondesse... já sabia sua resposta. Voltei a
devorar sua boca... e recomeçamos.
***************
Eu sabia que tinha que me levantar, mas particularmente hoje, eu não
estava a fim. Continuava deitado, olhando Bella se vestir depois de tomarmos
banho juntos. Ela se trocava para começar sua maratona diária e eu corri de
volta pra cama.
–Está muito cansado, amor?
–Não. Só queria ficar aqui apreciando você o dia todo. Mas eu já irei me
levantar.
–Não estou reclamando. É só que você não é disso.
–Estou meio preguiçoso. Mas eu preciso sair daqui a pouco.
Ela se virou para me encarar.
–Sair? Pra onde?
– Tenho uns assuntos pendentes a resolver.
–Acha que vai demorar?
–Creio que não. Por quê?
–A Emily falou em passear com você a semana inteira. Ficará frustrada
se isso não acontecer.
– Pode ficar tranquila. Não é coisa que irá me tomar o dia todo.
–Bom... vou lá ver nossas princesas. Pode ficar ai o quanto quiser.
Aproximou-se cama e me beijou.
–Já irei ajudá-la.
–Não se preocupe com isso. Descanse.
Eu admirava algumas qualidades de Bella bem mais que outras. Uma
delas era sua segurança em relação a nós dois. Eu era o ciumento da relação e
admito... sem qualquer motivo. Apenas achava Bella maravilhosa demais e
meu medo de perdê-la era quase insuportável. Bella agia de forma diferente da
maioria das mulheres. Vários amigos já me falaram como as esposas reagem
de forma negativa quando não sabem exatamente o paradeiro do marido.
Bella não. Se eu não falava nada, era sinal que o assunto não merecia
estender-se, então ela não falava mais nada.
Hoje o assunto merecia estender-se, entretanto era uma surpresa e
fiquei satisfeito por Bella agir como de costume e não fazer mais perguntas. Eu
nunca estava satisfeito, achava que estava em falta com minha família. Elas
mais que mereciam essa surpresa.
Olhei as horas e me levantei, vestindo minha roupa. Fui até o quarto das
meninas e nenhuma delas estava. Desci e ouvi as risadas estaladas da Emily
vindas da cozinha. Bella estava de costas, preparando um suco. As gêmeas
estavam no carrinho e Emily brincava com elas. De onde eu estava conseguia
ver as perninhas de uma delas se debatendo, o que fazia Emily gargalhar.
–Três princesas e minha rainha.
–Papai...
Emily correu e pulou no meu colo assim que ouviu minha voz.
–Bom dia, meu anjo. Dormiu bem?
–Bom dia. Eu dormi sim e sonhei com você.
–Verdade? E sonhou o que? Que eu era um príncipe lindo e maravilhoso?
Ela riu bagunçando meus cabelos.
–Você já é lindo. Eu sonhei que você carregava a mamãe... e estava
feliz.
–Mas eu estou sempre feliz. Principalmente quando estou com vocês o
dia todo.
–Mamãe falou que você vai sair.
–Sim. Mas não irei me demorar e além disso... trarei uma surpresa para
vocês.
–Oba... eu amo surpresa.
Beijei o topo da sua cabeça e fui até Bella, abraçando-a por trás.
–Precisa de ajuda?
–Já estou terminando aqui. Se você quiser colocar a mesa.
Incrível como essas pequenas coisas faziam a diferença em minha vida.
Deixavam-me feliz além do que podia imaginar. Emmett e Alice riam de mim.
Chamavam-me de melindroso. Talvez fosse, ou simplesmente estava
realizando um sonho, mas superando e muito todas as minhas expectativas.
Tudo, absolutamente tudo o que desejei, Bella me deu em dobro.
Tomamos nosso café juntos, como sempre. Bella fazia questão que
estivéssemos reunidos nesse momento. As gêmeas estavam quietas, soltando
alguns resmungos.
Subimos assim que terminamos e obviamente eu não sai de perto delas
até que fossem amamentadas. Emily estava sentada em meu colo como
sempre enrolando os dedos em meus cabelos.
–Eu não posso ir com você, papai?
–Infelizmente não dá, amor. Mas eu não vou me demorar. Aliás, já está
na hora de ir.
Ergui-me com ela no colo e coloquei-a sentada na poltrona. Fui até Bella
e dei-lhe um beijo e outro nas meninas.
–Vão ficar bem sem minha ilustre presença?
–Claro que não. Iremos morrer de saudades.
–Hum... assim eu nem vou.
Inclinou sua cabeça esperando por mais um beijo. Eu odiava sair de
perto delas. Mas dessa vez era por uma boa causa.
–Amo vocês.
–Nós também.
Sai rapidamente. Apesar de não querer sair, eu estava muito ansioso. Foi
complicado esconder isso de Bella. Mesmo que fosse para fazer uma agradável
surpresa, eu odiava esconder as coisas.
Rapidamente eu cheguei ao aeroporto e verifiquei que felizmente o voo
estava dentro do horário.
Aproximei-me do portão de desembarque e esperei. Só esperava que
Bella tivesse um coração forte. Se bem que posso quase afirmar que ela era
mil vezes mais forte que eu, pelo menos no aspecto emocional.
Creio que esperei uns vinte minutos até ouvir a voz anunciando a
chegada do voo que eu esperava. Fixei meus olhos na saída dos passageiros e
esperei mais um pouco até que vi o homem que eu conhecia apenas por
fotografia. Ele olhava para os lados e imediatamente me reconheceu também.
Bella enviou várias fotos, tanto do nosso casamento, quanto do
nascimento das meninas. Sua boca abriu-se num sorriso sob o espesso bigode
e veio se aproximando, segurando sua pequena bagagem.
Parou à minha frente, sempre com um sorriso e estendeu a mão.
–Edward.
–Como vai Charlie?
–É um prazer finalmente conhecê-lo.
–Posso dizer o mesmo a você.
–Elas não vieram?
–Preferi fazer uma surpresa.
–Ah... entendo. Vamos logo então? Estou louco de saudades e doido
para conhecer minhas netas.
–Vamos. Eu prometi que não iria me demorar.
–Edward... primeiro queria agradecer a você. Por fazer minha filha tão
feliz. É possível perceber a felicidade dela mesmo através das cartas. E sei que
isso se deve a você.
– Não é bem assim. Eu simplesmente dou o máximo de mim para
retribuir tudo o que ela faz por mim. Não tem idéia da filha maravilhosa que
você tem.
–Pior que tenho. O que ela fez por mim...
Balançou a cabeça.
–E fico feliz por saber que ela encontrou alguém que a ame de verdade e
tanto assim. Seus olhos brilharam ao falar dela.
–É inevitável.
Fomos para o carro e durante o caminho falei um pouco sobre como foi
nossa vida desde quando nos reencontramos. Fiquei aliviado por ver que
Charlie realmente gostava e se importava com a filha. Durante esse tempo
todo eu sempre me perguntei se ele teria sido realmente um bom pai, ou se
Bella estava simplesmente ocultando por ser uma filha dedicada.
Charlie arregalou os olhos e depois sorriu ao ver nossa casa.
–Caramba... vocês têm uma bela casa.
–Obrigado. Gostamos muito daqui.
Descemos do carro e caminhamos em direção a entrada. Charlie ainda
olhava para os lados admirando tudo. Abri a porta e fiquei contente ao ver que
minhas “meninas” estavam na sala. Como sempre o carrinho das gêmeas
estava ao lado de Bella. Emily estava ao lado de Bella que por sua vez
costurava alguma coisa. Eu nunca sabia se era crochê ou tricô. Ia falando com
Emily como se ensinasse a ela.
Fiz um gesto para Charlie, pedindo que esperasse um pouco.
–Minhas garotas estão comportadas?
–O papai voltou...
Bella ergueu a cabeça e sorriu. Com a mão para trás eu fiz um gesto
para que Charlie se aproximasse.
–Cheguei e trouxe a surpresa.
Charlie parou ao meu lado e vi Bella prender a respiração.
–P... pai...
Ela se levantou, as lágrimas já deslizando pelo seu rosto.
–Pai...
Charlie se aproximou dela com os abraços abertos e a envolveu num
aperto carinhoso. Emily veio ate mim e a peguei no colo.
–É o vovô?
–Sim, anjo. É o vovô.
Ainda abraçada a Charlie, Bella virou seus olhos para mim. E o que vi
neles me fez ter a certeza que eu acertara mais uma vez. E eu faria o
impossível para acertar sempre, tudo para ver aquele brilho satisfeito e
apaixonado em seus olhos.
(Cap. 30) Por amor
Bella POV
Eu estava emotiva demais... absurdamente emocionada com tudo.
Olhava Edward brincando com Emily na piscina, as lágrimas descendo pelo
meu rosto. Era impossível não me emocionar com a família maravilhosa que
tenho. Do outro lado meu pai carregava Barbara, sorrindo como um típico avô
babão.
Há uma semana Edward o trouxe para nossa casa e desde então o que
já era maravilhoso... agora estava perfeito. Eu nem tinha me dado conta,
sinceramente, de que eu sentia tanta falta do meu pai. Somente quando o vi
parado em minha sala eu percebi o quanto ele fez falta, o quanto eu queria
que estivesse presente em meu casamento... no nascimento das netas.
Somente Edward com sua percepção, com sua bondade e seu amor
poderia ter tido a idéia de fazer essa surpresa. Será que caberia tanto amor
dentro de mim? Porque a cada dia que passava eu sentia meu amor por ele
crescer e se fortalecer. E sabia que a recíproca era verdadeira.
Ele abraçou o corpo miúdo de Emily e seu olhar se encontrou com o
meu... Eu me arrepiava sempre que ele me olhava assim, o amor
transbordando por todos os poros.
–Não vai entrar amor?
–Daqui a pouco. Estou terminando o almoço.
Edward tirou quatro dias de folga apenas para estarmos juntos. A família
dele esteve aqui no dia anterior e ficaram até a noite. Carlisle e Charlie se
deram muito bem e o truco que inventaram de jogar varou a noite.
Fui até meu pai e acariciei o rosto de Stephanie deitada tranquilamente
no bebê conforto. Barbara esticava as mãozinhas a todo instante tentando
puxar o bigode dele.
–Ela está tão esperta... olha só como observa tudo.
–E está adorando o colo do avô.
–Graças a Deus... já pensou nem querer saber de mim?
Ele suspirou.
–Prometo nunca mais ficar tanto tempo longe Bella. Aliás, acho que nem
conseguiria. Que família mais linda vocês formaram.
–Sim... minhas filhas... meu marido...
Balancei a cabeça incapaz de dizer qualquer coisa decente.
–Você o ama demais não é?
–Demais, pai. Não me arrependo nem por um segundo de ter feito
aquela proposta maluca para Edward. Eu já o amava. E mesmo que ele não me
amasse... acho que amaria por nós dois.
–E tem como não amar você, filha? É maravilhosa. Claro pode parecer
estranho ouvir um pai ausente dizer isso. Mas eu amo você... nunca deixei de
pensar em você.
–Eu sei.
–E seu marido... juro que nunca vi isso, Bella. Ele é completamente
alucinado por você e pelas meninas.
–Edward... é muito especial.
Eu falei, olhando para ele que acabava de sair da piscina de mãos dadas
com Emily. O corpo másculo e perfeitamente esculpido brilhava devido às
gotas de água que escorriam pela sua pele. Deus do céu... como podia ser tão
perfeito? Nenhuma grama de gordura fora do lugar. Não pude evitar outro
suspiro e umedeci meus lábios com a língua ao olhar a sunga colada ao seu
corpo.
Ele riu e se aproximou, abraçando-me sem se importar por estar me
molhando. Coloquei a cabeça em seu peito, deliciada com o frescor da sua
pele.
–É impressão minha ou está babando no seu marido?
Ele cochichou ao meu ouvido.
–Não é minha culpa.
–Eu não me importo nem um pouco... mas claro que irei cobrar alguns
carinhos.
Dei um tapa em seu peito e me afastei indo ajudar Emily a se secar.
–Como estava a água meu amor?
–Estava uma delícia mamãe. Bem que podia ter entrado.
–Mais tarde eu entro com você, combinado?
–Sim. A Barbara já dormiu?
Todo mundo riu. Sabíamos que ela perguntava isso porque queria o colo
do avô. Era incrível a afinidade entre os dois. Parecia que se conheciam há
anos. Emily simplesmente ficou apaixonada pelo avô e ele por ela.
–Já vou colocá-la no bebê conforto, Emi. E assim poderá se refestelar no
colo do seu avô.
Mal tinha tirado a Barbara e Emily pulou no colo de Charlie. Pouco depois
eu chamei todos para o almoço. Ficamos reunidos no pequeno quiosque à beira
da piscina. Olhei para cada um dos rostos felizes dos membros da minha
família: meu pai, Edward, Emily... e as gêmeas que dormiam tranquilamente.
Eu não queria mais nada da vida... nada. Tudo o que sonhei e mais um
pouco eu tinha conquistado. E eu devia esse TUDO... a ele: Edward. Olhei em
seu rosto e meu coração disparou violentamente. É... ele ainda tinha esse
poder sobre mim, mesmo depois de tanto tempo. Acho que jamais me
acostumaria com a intensidade daquele olhar, amor e desejo brilhando nele.
Ele estendeu a mão sobre a mesa e cobriu a minha. Estávamos deslocados em
meio às gargalhadas do meu pai e de Emily. Por uns instantes estávamos a sós
em nosso próprio mundo. Silenciosamente nos comunicávamos. Ele dizia que
tudo aquilo era obra minha. E eu devolvia... aquilo tudo não faria o menor
sentido se não fosse ele. A família maravilhosa que tínhamos hoje... era tudo
obra dele. Nós somente ficávamos parados... recebendo seu amor
incondicional e retribuindo da melhor forma que podíamos.
************
O dia estava puxado. Eu corria de um lado a outro e ainda assim não
dava conta. Acordei tarde... culpa de Edward. Esteve insaciável na noite
passada e quase não me deixou dormir. O resultado era esse. Ele acordou
como quem dormiu cem anos e eu estava aqui me arrastando.
Emily me ajudava do jeito que podia, mas era muito nova ainda para
conseguir seus objetivos. As gêmeas estavam atacadas. Não podia me afastar
um segundo e ambas abriam o berreiro. Se ao menos meu pai tivesse aqui.
Tinha partido há duas semanas, mas com a promessa que viria todos os
meses.
–Emily, fique perto delas. Assim elas não choram.
–você precisa arrumar uma babá mãe.
–E você precisa parar de repetir o que seu pai diz.
–Mas você está cansada.
–Dou conta muito bem. Hoje foi... um caso a parte. Não consegui dormir
muito bem.
– Por que? Está triste?
–Não, querida. Às vezes acontece de perdermos o sono. É normal.
–Entendi.
– Sua lancheira está pronta. Daqui a pouco já pode vestir seu uniforme.
E não se esqueça que hoje irei buscá-la mais cedo. Hoje é o dia da sua visita
ao médico.
–Tem que escrever um bilhete.
–Não precisa, meu anjo. Irei falar diretamente com a diretora assim que
chegar lá.
Emily estava inclinada sobre as meninas, acariciando as duas ao mesmo
tempo. Felizmente ela crescia forte e saudável. Não nos descuidávamos dela
nem por um instante. Meu medo de que algo acontecesse a ela era grande
demais para me permitir ser relapsa ou desatenta.
Terminei de arrumar tudo, dei almoço e preparei Emily para a escola.
Coloquei as gêmeas nas cadeirinhas, assim como Emily e segui para a escola.
Voltei e dei banho nas garotas, amamentei e ... caramba... o tempo estava
voando. Assim que as duas dormiram entrei correndo no banho. Precisava
relaxar alguns minutos antes de voltar novamente à escola e buscar Emily para
levá-la ao medico.
As meninas estavam agitadas esses dias. Creio que perceberam a
ausência do avô. E para ser sincera eu também estava morrendo de saudades
dele.
Joguei os sais na banheira, prendi meus cabelos e me enfiei na água
morna, fechando meus olhos e deixando meu corpo escorregar um pouco,
oculto pelas espumas.
Tudo muito corrido, para muitas mulheres poderia ate ser estressante.
Mas confesso que adorava isso e iria sentir falta quando voltasse a trabalhar.
Não conseguia imaginar minhas filhas sendo cuidadas por outra pessoa que
não fosse eu. Entretanto eu não poderia abandonar meu emprego e...
Dei um grito ao sentir um movimento na água e em seguida meus seios
serem cobertos por uma mão grande.
–EDWARD... ah...por Deus... quer me matar?
– Planejo... mas de uma forma bem deliciosa.
Ele se levantou e so então notei que estava nu... inteiramente nu e
lindo.
–Posso?
–Po... pode.
Ele entrou na banheira comigo, posicionando-se atrás de mim e
abraçando meu corpo em seguida. Encostei minha cabeça em seu peito e
fechei meus olhos.
–O que deu em você? Por que está aqui a essa hora?
–Primeiro porque estava morrendo de saudades.
–Maluco... já não me teve o bastante a noite inteira?
–Sabe que nunca é o bastante. E segundo que Emily me ligou e falou
que você estava perdida.
Girei minha cabeça para olhar pra ele.
–Como ela fez isso?
–Pegou seu celular e falava tão baixo que logo percebi que fazia
escondido de você. Não fique brava com ela, estava apenas preocupada.
–Claro que não. Jamais ficaria brava com ela desnecessariamente.
–Foi minha culpa não é? Não deixei você dormir.
Desavergonhada. Não havia definição melhor. Há pouco tempo eu dizia
que a culpa era dele. Mas agora com ele ao meu lado, abraçando meu corpo eu
tratei de inocentá-lo.
–Não. Eu adorei passar a noite em claro com você. So estava
desacostumada.
–Então estou perdoado?
–Sim.
–Prove.
Girei meu rosto e imediatamente sua boca cobriu a minha. Enlacei seu
pescoço e gemi ao sentir agora suas duas mãos se fecharem sobre meus seios.
Eu até poderia dizer que eu estava cansada, exausta... mas meu corpo me
traía. Bastou um toque... um beijo e eu me entreguei a ele. Seria sempre
assim.
*********
Edward ainda me olhava com um sorriso besta enquanto íamos até a
escola de Emily, buscá-la para levá-la ao médico. Mesmo cansada por causa da
noite mal dormida, eu ainda consegui me esbaldar com ele naquela banheira,
como se fôssemos um casal recém-casado.
–Eu te amo.
Segurei sua mão e sorri.
–Eu também, seu maluco.
–Assim que sairmos da clinica iremos até a empresa. Tenho uma
surpresa pra você.
–Pra mim? Ai meu Deus... o que será?
–Não falo nada. Há tempos venho preparando isso... finalmente ficou
pronto.
–Mais uma de suas surpresas eu não aguento Edward.
–Aguenta... você é forte.
Assim que Edward entrou na escola Emily veio correndo e pulou no colo
dele. Eu permaneci no carro, não poderia deixar as gêmeas sozinhas. Edward
conversou um tempo com a diretora e logo depois os dois vieram saltitantes
até o carro.
–Oi mamãe.
–Oi anjo. Estudou muito?
–Nem deu tempo. Passou tão depressa...
–Hum... mas amanhã você compensa. Precisamos dar uma olhada na
saúde não é?
Mas ela já não me ouvia. Brincava com as irmãs, mexendo na bochecha
delas, fazendo-as gargalhar.
Mais uma vez meu coração foi acalentado ao ouvir do médico que a
saúde de Emily estava excelente e que ele não via como ela poderia ser mais
bem cuidada do que isso. Abracei minha pequena, beijando a cabeça dela, feliz
demais por saber que estávamos cumprindo nosso papel quase com perfeição.
Mas agora eu so pensava na surpresa de Edward. O que esse homem
estaria aprontando agora? Entramos na empresa, eu com Stephanie no colo e
Edward com Bárbara e segurando Emily pela mão.
–Boa tarde Tânia.
–Bella! Ai que surpresa boa. Há quanto tempo não vejo vocês.
Tânia me deu um abraço desajeitado e em seguida mexeu nos cabelos
de Stephanie.
–Deus... mas essas três princesinhas estão cada dia mais lindas. E você
Emily? Olha como cresceu...
–Oi Tânia...o papai falou que já sou mocinha.
–Claro que é. Uma mocinha linda. Vieram ver a surpresa?
Ela sorria e eu olhei para Edward, cerrando meus olhos.
–Tudo mancomunado... Alice também sabia?
–Claro. Quem você acha que iria me ajudar?
–Ah... Bella...você vai adorar.
–Tânia...eu adoro tudo que esse homem faz. Não teria como ser
diferente.
–Ai Jesus...quanto amor. Vá lá então. Está tudo em ordem, Edward.
–Obrigado Tânia.
Edward seguiu até o final do corredor e eu fui atrás, percebendo uma
leve modificação, mas não soube precisar o que era. Parecia que havia menos
salas do que antes. Será que eu ficaria na mesma sala que ele agora?
Pensei mil e uma possibilidades... exceto essa. Senti minhas pernas
fraquejarem e não sei como consegui me manter de pé. Meus olhos se
encheram de lágrimas e foi impossível segurá-las.
–Que lindo...
Emily já foi se adiantando e olhando tudo com um sorriso no rosto.
–Edward...
–Pensei não só em você como em minhas funcionárias Bella. Uma
espécie de berçário... assim elas não ficarão longe dos seus bebês. E fique
tranquila, Alice foi rigorosa na escolha das funcionárias que ficarão aqui.
–Quer dizer... as mães podem deixar seus filhos aqui enquanto
trabalham?
–Exatamente. Inclusive você... poderá deixar Barbara e Stephanie aqui.
–Mas... mas e Emily?
–Eu já sou grandinha mamãe. Tenho que ir à escola regular.
Espantei-me com suas palavras e a encarei.
–Foi o papai que falou.
–Claro... o papai...
Edward se aproximou e tocou meu rosto.
–Não gostou?
–Claro que amei meu amor. Fiquei apenas com medo que a Emily se
sentisse excluída.
–Claro que não. Ela entende que ela precisa daquela escola. E você
saberá compensá-la muito bem quando chegarmos em casa.
–Ai... estou tão acostumada com ela o tempo todo ao meu lado.
Edward segurou meu queixo.
–Amor... minha mãe sempre disse que criamos nossos filhos para o
mundo. Daqui a pouco seremos apenas você e eu... velhinhos... esperando a
visita dos nossos filhos e netos.
Limpei minhas lágrimas. Edward e eu velhinhos... juntos como sempre
imaginei.
–Resta saber se irão querer cuidar da vovó Bella... chatinha e
encrenqueira...
–Eu? Você que será um velhinho rabugento. E pior... ceguinho.
–Rabugento? E por que ceguinho?
–Não sabe diferenciar as filhas.
–Você sabe que eu sei. Você e a Emily que gostam de aprontar.
As meninas dormiam então colocamos as duas nos berços enquanto
Emily se distraía com os vários brinquedos. Edward me abraçou pela cintura,
os olhos fixos nos meus.
–Velhinha... de meia e touca.
–Velhinho... com óculos e se arrastando por causa da osteoporose.
Ele riu alto.
–Mas te amando com a mesma intensidade.
–E eu retribuindo da mesma forma.
Sua mão segurou minha nuca e seu rosto se aproximou do meu.
–Obrigado. Só você conseguiu fazer de mim um verdadeiro Homem.
Fechei meus olhos, um nó na garganta anunciando nova tempestade de
lágrimas.
–Eu te amo desde sempre Edward. Tudo o que fiz foi por amor. E eu faria
tudo novamente.
Nossos lábios se encontraram, assim como nossas lágrimas que se
misturavam ao nosso beijo. Com Edward eu aprendi que nada nessa vida é em
vão, nada é ridículo se for feito por amor.

“Amar: Fechei os olhos para não te ver


e a minha boca para não dizer...
E dos meus olhos fechados desceram lágrimas que não enxuguei,
e da minha boca fechada nasceram sussurros
e palavras mudas que te dediquei...
O amor é quando a gente mora um no outro.” (Mário Quintana)

Você também pode gostar