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Autor: Elymartins
Sinopse
Edward Cullen depois de tanta decepção com o casamento ainda se descobre
estéril. A única saída para o seu grande desejo de ser pai é a adoção. Mas
apesar de ser um homem rico, suas pretensões eram sempre obstruídas pelo
simples fato de ser sozinho, sem esposa. A sua salvação foi o reencontro com
uma velha colega de escola.
Índice
(Cap. 1) Prologo
(Cap. 2) Desilusões,reencontros,esperanças
(Cap. 3) Convite
(Cap. 4) Em família
(Cap. 5) Proposta
(Cap. 6) Sentimentos
(Cap. 7) Em forma de amor
(Cap. 8) Só o tempo
(Cap. 9) Viagem a negocios
(Cap. 10) Apaixonadamente......apaixonado
(Cap. 11) Vida de casado
(Cap. 12) Ano novo....Vida Nova
(Cap. 13) Proximo do fim
(Cap. 14) Viver de amor
(Cap. 15) A escolha
(Cap. 16) Uma nova família
(Cap. 17) Felicidade em dose tripla
(Cap. 18) Mexendo no vespeiro
(Cap. 19) Perdendo a linha
(Cap. 20) Viagem dos sonhos
(Cap. 21) Diversão em família
(Cap. 22) As quatro mulheres
(Cap. 23) Medo e desespero
(Cap. 24) Apenas um susto
(Cap. 25) Em seu devido lugar
(Cap. 26) Aniversário da Emily
(Cap. 27) Novas Vidas
(Cap. 28) Dia a dia
(Cap. 29) Surpresas
(Cap. 30) Por amor
(Cap. 1) Prologo
Ha muito eu havia perdido as esperanças. Minha vida cada vez mais
vazia seguia seu curso. Me acostumei com a dureza da vida, a viver so. Meu
casamento foi um fracasso. Assim como minha tentativa de ser pai. Meu
grande sonho....o único que eu não conseguia realizar. Um herdeiro....sangue
do meu sangue. O jeito foi entrar na lista para adoção
Mas mesmo sendo rico, influente eu sempre ficava para trás nas filas de
adoção. Pelo simples fato de não ser mais casado.
Eu já estava cansado dessa luta infrutífera quando eu vi a vida sorrir
novamente pra mim. Uma esperança renasceu e eu sabia que minha chance de
voltar a ser feliz estava onde eu menos esperava.
(Cap. 2) Desilusões,reencontros,esperanças
Edward POV
Mais uma vez.....frustração. No fundo eu já estava preparado para isso.
Nada de gravidez. Casado há 4 anos, venho tentando a todo custo ter um filho.
Eu já tinha conseguido quase tudo na vida, exceto meu herdeiro.
Casei-me muito cedo aos 21 anos. E desde então vem a espera. Sempre
com um resultado desolador. Foi somente por isso que resolvi fazer os exames
que minha esposa Victoria insistira tanto. Realmente eu nunca tinha pensado
por esse lado. Talvez o problema fosse comigo. Muitas vezes eu cheguei a
desconfiar de Victoria. Que ela pudesse estar evitando de alguma forma. Afinal
ela era uma atriz de sucesso. Talvez não quisesse de afastar das telas. Mas sua
preocupação com minha constante desolação me fez ver o quanto eu estava
sendo injusto.
Dono da maior revista de moda do país, eu me sentia um fracasso
completo e absoluto. E me senti pior ainda no dia seguinte, logo após minha
secretária Tânia ter me ligado.
– Senhor Cullen? Acho que temos um problema.
– O que foi dessa vez, Tânia?
– A editora do caderno Beauty pediu demissão. Está de mudança para a
França.
– Assim sem mais nem menos?
– Exatamente. Apenas fechou a edição dessa semana.
– Tânia...se vira.....dê um jeito. Eu preciso de alguém a altura de
Rosalie.
– Talvez se falasse com ela, ela nos dê uma dica.
– Sim, faça isso. Não estou com cabeça para mais nada.
Era so o que me faltava. Acabava de perder a melhor editora de criação
da revista. Mas como diriam.....Nada tão ruim que não possa piorar.
Sai dali e fui direto pra casa. Não tinha mais ânimo pra nada.
–Chegou cedo, amor.
– E você, Vic....não tem gravação hoje?
– Não. Estou livre hoje.
– Vou tomar um banho.
– Edward...eu...precisava te dizer uma coisa...ou melhor mostrar....
– Espero que não seja más notícias, Vic. Estou farto por hoje.
– Sinto muito querido.
Ela me estendeu os resultados do exame que havíamos feito, que
comprovariam se eu era fértil ou não. E o resultado me jogou na lama.
Sentei-me no sofá sem acreditar no que lia.
– É isso mesmo que estou vendo aqui?
– Sim, Edward.....infelizmente o problema é com você.
Eu não consegui articular uma palavra sequer. Todas as minhas
esperanças acabavam de descer pelo ralo.
E juntamente com elas, meu casamento estava no começo do fim.
Bella POV
Eu merecia. Muito bem feito pra mim. Quem mandou aceitar essa droga
de emprego? Eu nem gostava de jornais.....meu negócio era o mundo da
moda. Mas enfim...morando em Londres eu precisava me sustentar de alguma
forma. O problema todo era que eu sou boa no que faço. Tinha ótimas
recomendações dos empregos anteriores. Então não conseguia entender
porque não conseguia coisa melhor. Talvez fosse coisa do destino. Estava com
25 anos, solteira.....e sozinha. So uns namoricos sem importância. Eu
precisava me reerguer, começar do zero. Tudo o que havia juntado durante
esse tempo todo eu gastei com o tratamento de saúde do meu pai. Mas pelo
menos valeu a pena. Hoje ele estava plenamente curado. Mas eu tive que adiar
por várias vezes meus planos de me casar e ter filhos....e continuar minha
carreira.
Mal o relógio tinha marcado 18 horas e me preparei para ir embora. No
mesmo instante o maldito telefone tocou.
– Bella?
– Rose!!!há quanto tempo. Você sumiu....
– Pois é....trabalhando muito.
– Está em Nova Yorque ainda?
– Por enquanto, Bella. Estou de mudança para a França.
– Nossa....que delícia....boa sorte pra você la.
–Bella....é exatamente por isso que queria falar com você.
– Tem vontade de voltar a morar aqui em Nova Yorque?
– Depende....so se tiver uma oferta muito boa.
– Estou te oferecendo a chance de tentar a minha vaga...diretora de
criação.
– Sério, Rose?
– Sim....meu chefe está louco atrás de outra pessoa tão competente
quanto eu. Eu so consegui pensar em você.
– Ah...Rose, obrigada.
– Acha que pode vir? Ter uma entrevista com ele?
– Está na Woman
– Não....estou há muito tempo na Class.
– Não acredito!!!Na Class, Rose?
– Sim...você deve conhecer, é claro.
– Claro que sim.
Combinei com Rose que em dois dias estaria la. Conheci Rose no meu
primeiro emprego numa pequena revista de moda. Ela também estava
começando. Nos tornamos amigas, mas pouco tempo depois eu me mudei para
Londres para ficar junto do meu pai.
Quem diria...eu tentar uma vaga na Class. Talvez fosse o destino
mesmo. Se eu ainda tivesse sorte e o presidente da Class continuasse tão
gente boa como era antes.....
Conheci Edward ainda no colégio. Nós dávamos bem. Edward era tão
simpático, simples até. Confesso que sempre tive uma queda por ele. Alias não
so eu. O mulherio todo. Nada mais natural. Edward era lindo, um corpo
estonteante.....Mas infelizmente nunca fui sequer notada, não dessa forma.
Edward namorava Victoria e era odiosamente fiel a ela. Ele se casou pouco
tempo depois que eu fui para Londres. Edward assumira a empresa da mãe.
Esme Cullen havia sido uma grande modelo na sua juventude. Depois que se
afastou das passarelas fundou a Class. E há alguns anos passara a presidência
ao seu filho. Eu nunca mais vi Edward pessoalmente. Mas como o poder muda
muito as pessoas....talvez ele nem me reconhecesse mais.
Arrumei minhas malas, comprei minha passagem. Agindo mais por
impulso do que tudo, pedi minha demissão.
Mesmo que não conseguisse a vaga na Class, eu não queria mais esse
emprego. Despedi-me do meu pai. Ele não precisava mais de mim. Estava
muito feliz com sua nova esposa, Sue.
No dia marcado para a entrevista eu estava uma pilha de nervos.
Caprichei no visual,afinal a Class era qualquer coisa de muito chique. Fui
recepcionada por uma belíssima secretária. Mais parecia uma modelo.
– bom dia, meu nome é Isabella. Tenho uma entrevista com o senhor
Cullen.
– Ah....sim. Sinto muito mas o senhor Cullen não vem hoje. Será
entrevistada pela senhorita Alice Cullen.
Eu já tinha ouvido falar em Alice Cullen. Era irmã de Edward e morava
fora nos nossos tempos de escola.
Seu escritório era de extremo bom gosto.
– Bom dia, Isabella. Sente-se por favor.
– posso chamá-la de Bella? É mais fácil assim.
– Sem problemas.
– e por favor me chame apenas de Alice. Posso ver seu currículo?
Estendi meus documentos pra ela que olhava tudo com muita
curiosidade.
– você foi muito bem recomendada por Rose.
– Trabalhamos juntas durante um tempo e nos tornamos grandes
amigas.
– Seu currículo também é muito bom. Mas essa última empresa em que
trabalhou...não tem muito a ver com você.
– Não mesmo....mas na época eu precisava de qualquer
coisa....problemas pessoais.
– Entendo....Bom...infelizmente meu irmão não está aqui hoje, mas
tenho certeza que não irá se opor a minha decisão.
Colocou os papéis na mesa e sorriu pra mim.
– Pode começar amanhã?
– Quer dizer....a vaga é minha?
– Com certeza. Você é tudo o que precisamos, Bella.
– Ah...Alice..obrigada. Posso começar amanhã, sem dúvida.
– ótimo.....e não me decepcione, Bella.
– Não irá se arrepender, Alice.
Alice foi comigo me mostrar onde seria minha sala. Era no mesmo andar
da sua e da de Edward. Também de muito bom gosto. Rose já havia retirado
suas coisas de la.
Lembrei-me de ligar pra ela para agradecer.
– Não precisa agradecer, Bella. Foi mérito seu.
– Espero que seja muito feliz, Rose, la na França.
– E você também, Bella. E não se deixe intimidar por Edward. Às vezes
ele é meio ranzinza, mas é gente boa.
– Sim...vou me lembrar disso.
Mal consegui dormir a noite, tamanha ansiedade. No dia seguinte estava
na porta da Class, impecavelmente vestida, nem parecia a mesma Bella de
dias atrás.
– bom dia, Tânia.
– bom dia, Isabella. Seja bem vinda.
– Alice já chegou?
– ainda não. Mas o senhor Cullen já. Talvez depois deva ir ate a sala
dele. Mas me peça para anunciá-la, sim?
– tudo bem.
– Esses papéis são seus. Leia,assine e me devolva.
Me dirigi ate minha sala, olhando distraidamente para os papéis em
minhas mãos. De repente foi como se eu fosse de encontro a uma parede. Bati
com força em algo e os papéis foram ao chão. Me abaixei para pegá-los e um
par de mãos fortes e grandes se juntaram a mim, pegando os papeis.
Caralho....so poderia ser ele. Parabéns, Bella....logo em seu primeiro dia.
Levantei -me pronta para pegar os papéis em suas mãos. Ele também se
levantou e vi a surpresa em seu rosto.
– Bella?
Seus olhos me percorreram de cima a baixo.
– É você mesmo?
Ele me reconhecera, afinal.
Edward POV
Eu não estava em meus melhores dias. Desde quando descobri que eu
não podia ter filhos, minha vida virou um inferno. Meu desejo de ter um filho
estava virando obsessão....uma doença como diria Victoria. E ela não queria
fazer parte disso. O dia anterior foi o golpe fatal em nosso casamento. Uma
discussão longa e desgastante. Eu resolvi que iria adotar uma criança. Victoria
se recusou.
– Nunca, Edward....Jamais vou ficar tomando conta de um bastardinho
qualquer como se fosse meu filho.
– Mas será exatamente isso, Victoria. Depois de adotado será nosso
filho.
– Mas não é meu filho legitimo, Edward. Se eu tiver que ter será sangue
do meu sangue.
– Sabe que isso é impossível.
– impossível pra você, Edward. Não pra mim.
Victoria foi cruel ao dizer isso. A briga foi ficando pior, as ofensas foram
se aprofundando. Eu não conhecia mais a mulher com quem me casei. Com
quem eu fui feliz nos primeiros anos de casamento. Victoria foi fria e cruel.
– Não há outra saída pra nos, Victoria.
– o que quer dizer?
– Eu quero o divorcio.
– Eu não acredito nisso, Edward.....quer se separar de mim.....por causa
de um filho?
– É muito pouco pra você, não é?
– Sim.....chega a ser ridículo.
– Não sei como me enganei tanto com você, Victoria.
– Eu me enganei com você, Edward. Pensei que me amasse.
– E amava....mas você? Me ama? Se me amasse não faria uma única
concessão em toda sua droga de vida?
– Sempre eu, Victoria. Sempre eu abri mão de tudo. Você nunca fez
nada por mim.
– Eu nunca pedi que abrisse mão de nada, Edward.
Suspirei, cansado, revoltado, indignado.
– Acho melhor não se opor ao divórcio.
– Acho que faria isso? Seria um escândalo em minha carreira. Procure
seu advogado.
Foi assim....extremamente fria. Não tive mais dúvidas. Procurei meu
advogado. E o questionei a respeito da adoção. Mas suas palavras me puxaram
ainda mais para baixo.
– Pode tentar, Edward. Afinal é um homem jovem, bem sucedido, de boa
índole. Mas será muito difícil. Geralmente preferem casais que vivem juntos,
bem estruturados....
Mas eu tinha que tentar. Fiz todos os procedimentos naquele dia mesmo.
Me inscrevi na fila de adoção e as palavras da assistente social foram as
mesmas do meu advogado. Deveria ter entrado na fila de adoção antes de
pedir o divórcio. Mas eles fariam uma entrevista comigo e com
Victoria.....minha situação com certeza seria ainda pior.
Me sentia péssimo, como que jogado ao fundo do poço. Estava amargo e
tremendamente irritado. E hoje, ainda por cima, vem uma louca sem olhar pra
onde anda, quase me atropelando. Abaixei, resignado para pegar os papeis
que foram ao chão. Eu precisava falar com a nova diretora de criação e essa
criatura estava me atrasando. Notei que tinha belas pernas. Ela se levantou
quase ao mesmo tempo em que eu. Estendi os papéis para ela e parei em
choque.
– Bella?
Percorri o corpo de formas perfeitas de cima a baixo.
– É você mesmo?
Ela sorriu.
– Como vai?
– Deus....há quanto tempo não vejo você. Está tão......diferente.
Ela sorriu novamente.
– Você, ao contrário, não mudou nada.
– O que faz aqui?
Ela pigarreou antes de responder.
– Sou a nova diretora de criação. Alice me contratou.
Então Bella seria minha nova funcionária....Conheci Bella há tempos
atrás, na faculdade. Era inteligente, divertida, sempre nos demos bem. Mas
depois ela se mudara e nunca mais manteve contato. Confesso que as vezes
sentia falta da sua conversa inteligente, sábia. Porém hoje ela estava mudada.
Estava mais.....mulher. Eu sempre a achei bonita, com aqueles longos cabelos
castanhos e os olhos cor de chocolate. Mas agora ela tinha mais
curvas.....tinha algo de diferente. Estava incrivelmente linda.
Eu sorri pela primeira vez.
– Acho que os ventos estão mudando de direção.
– Como?
– Sei da sua capacidade, Bella. E vejo um problema a menos na minha
vida.
Pelo menos pelo lado profissional Bella resolveria meus problemas. Mas
minha vida pessoal estava um caos. Eu nem sabia por onde começar....se
juntava os caquinhos ou se começava do nada.
– Vamos até minha sala? Será bom conversarmos um pouco.
Bella me acompanhou estranhamente relutante.
– Sente-se.
– Por onde andou esse tempo todo, Bella?
– Estive em Londres...alguns problemas pessoais.
– Sei...eu...senti sua falta.
Nem sei por que disse isso, mas era verdade. Bella pareceu se assustar
um pouco com essa declaração. Mas me surpreendeu também.
– Eu também senti sua falta, Edward.
– Vai ser bom tê-la por perto.
Eu nem fazia idéia do quanto eu tinha razão ao dizer essas palavras.
(Cap. 3) Convite
Bella POV
Eu estava trabalhando num ritmo alucinante. Há duas semanas eu
estava trabalhando na Class. Desde então não parei mais. E eu estava amando
aquilo tudo. Depois do meu primeiro encontro com Edward eu o vi apenas mais
duas vezes. Estava apressado e carrancudo. Mal nos falamos. Pelo menos não
tinha reclamado do meu trabalho e isso já era um bom sinal. Edward foi
extremamente simpático em nosso primeiro encontro. E continuava lindo como
sempre.
– Toc toc......
Olhei pra porta e vi Alice sorrindo.
– Entre Alice.
– Parecia estar longe,Bella.
– Pensando em como está sendo bom trabalhar aqui.
– Jura? Ah....que bom que está gostando. O ambiente é bem agradável
para se trabalhar.
–Realmente.Bem diferente de onde eu vim.
– Exceto,é claro,quando Edward está de mau humor.
–Não tenho o visto ultimamente.
Alice suspirou.
–Edward não vem passando uma fase muito boa. Está sofrendo...
– Algum problema grave?
– Problemas pessoais. Pelo menos o divórcio está pra sair.
–Ele vai se divorciar da Victoria?
– Sim.
–Mas por que?Sempre foi tão apaixonado por ela.
– Talvez esse tenha sido o erro dele. Mas outra hora te conto.
– Tudo bem. Pegou-me realmente de surpresa.
– Que tal irmos almoçar juntas,Bella?
– Ia ser ótimo,Alice.
– Vou pegar minha bolsa e então iremos.
Segui com Alice até um restaurante elegante. Por sorte minha, o salário
que recebi adiantado foi mais que suficiente para comprar roupas novas e
elegantes. Enquanto aguardávamos nosso pedido,Alice me contava sobre
Edward.
–Esse é o maior motivo de sua infelicidade. O fato de não poder ter
filhos.
–Nunca imaginei que Victoria fosse tão fria. E Edward.....sem poder ter
filhos é tão estranho. Ele é tão másculo,viril.
Alice riu.
– Concordo com você. Se não fosse meu irmão não o deixaria escapar
por nada.
Nosso almoço chegou e esquecemos o assunto Edward.
– Está se lembrando da reunião hoje?
– Sim. As 17 hs.
–Espero que Edward não se estenda muito. Tenho compromisso com
Jasper.
– Sabe o assunto da reunião?
– Nossa festa de confraternização.
Estranhei.
– Mas por que eu tenho que estar presente?
–Rose sempre esteve. Edward achou melhor continuar assim.
Era sexta feira e eu realmente não tinha nada para fazer. Mas também
não queria ficar até tarde na Class. Queria tomar um belo banho e ver algum
filme na TV. Aluguei um belo apartamento e me sentia bem em casa,para
poder descansar.
– Não tem namorado,Bella?
– Não. Estou sozinha ultimamente.
– Você e Edward se conheceram na faculdade não é?
–Sim. Sempre nos demos muito bem.
– Realmente vocês dois combinam em muita coisa.
Alice não entrou em detalhes e eu também não perguntei. Voltamos para
o trabalho e encontramos uma Tânia afoita.
– O chefe hoje ta com a macaca. Reclamou de tudo o que fiz até agora.
E procurou por você,Alice.
–Estava em meu horário de almoço e ele sabe disso.
–Bom,Alice...deixe-me ir para minha sala. Não quero ser alvo dele hoje.
Eu e Alice rimos. Segui para minha sala e ela para a sala de Edward.
Pensei no que Alice me contou sobre Edward. Quem diria.....Edward era estéril.
E a vaca da Victoria se recusou a adotar um filho. Eu não pensaria duas vezes
em fazer isso para um homem como Edward. Mas, como eu nunca tive essa
sorte.....que ele sequer me olhasse com desejo. Ele babava por Victoria.
Sempre dizia o quanto era louco por ela. Afastei meus pensamentos e me pus
a trabalhar. Não era bom ficar suspirando pelo meu chefe. Trabalhei
arduamente e consegui fechar a edição da próxima semana. Isso com certeza
deixaria Alice feliz. Saber que a edição já estava bem adiantada. Olhei o
relógio e so então percebi como o tempo voara. Faltavam apenas dez minutos
para as cinco da tarde. Arrumei minhas coisas e estava saindo para a sala de
Edward quando encontrei com Alice.
– Vamos la.
– O humor dele melhorou?
– Um pouco. Mas não está tão assustador hoje.
Ela deu um sorriso debochado e entrou na sala dele.
– Estamos prontas,Edward.
Ele estava sentado atrás de sua mesa, o notebook aberto a sua frente.
Ergueu os olhos quando entramos. O danado era bonito.....de terno e gravata
então, nem se fala.
– Vamos começar logo. Não quero prendê-las muito em plena sexta-
feira. Levantou-se e so então se dirigiu a mim.
– Tudo bem,Bella?
– Sim. Como vai,Edward?
– Correndo um pouco. Mal ti vi nos últimos dias.
– Tem razão.
Ele se dirigiu a uma outra mesa, redonda, mais afastada. Sentamo-nos
ali. Edward de frente a mim.
– Alice já te falou sobre o que se trata essa reunião?
– Sim. A confraternização.
– Isso mesmo. Rose sempre participou das reuniões, não achei justo que
ficasse de fora.
– Sim,obrigada.
– Não sou muito dado a essas festas,Bella. Mas eu gosto de deixar meus
funcionários satisfeitos. Acho que é uma forma de mostrar a eles a minha
satisfação com o trabalho deles.
– Sim. Entendo.
Edward falava comigo sem desviar os olhos dos meus. Eu tremia so com
esse olhar. Era patético. Edward não tinha sido grosseiro ou indelicado comigo
em nenhum momento. Então não havia o que temer. Apesar do que, eu não
tinha certeza se tremia realmente por temê-lo.
– já pensou em algo,Alice?
– Ah, Edward....a do ano passado foi tão boa. Poderíamos seguir os
mesmos moldes.
– Também acho. Entretanto penso em fazer em um local diferente.
– Aonde, por exemplo?
– Contava com as duas pra isso.
Alice me passou o que foi feito anterior. Nunca tinha ouvido falar de uma
festa assim para os funcionários de uma empresa. Edward realmente sabia
valorizá-los.
– E quando será essa confraternização?
– Daqui a duas semanas. Edward sempre faz duas semanas antes do
Natal.
– Mas dará tempo?
Pela primeira vez nesse dia eu vi o sorriso deslumbrante de Edward.
– Não conhece Alice,Bella. Acho que você terá dias atribulados pela
frente.
Alice sorria e eu retribui. Eu não fazia nada ao chegar em casa mesmo.
Às vezes assistia a um filme, ouvia música e so.
– Bella....acho que poderá ser meio cansativo pra você, tendo em vista
que ainda tem o fechamento da edição da próxima semana.
– Quanto a isso não,Edward. Eu fiz o fechamento da edição hoje.
Ele e Alice arregalaram os olhos.
– Mesmo?
– Sim. Está aqui comigo. Quer dar uma olhada?
Edward me encarou durante um bom tempo. Estendi os papéis para ele.
Continuava com o cenho franzido. Alice se arrastou até ele para ver os papéis.
Eu comecei a torcer minhas mãos no colo, de nervoso. Tempos depois Alice
deu um sorriso.
– Sabia que não iria me decepcionar,Bella.
Um alívio. Mas ainda faltava Edward. Ele agora estava mais reclinado na
cadeira, a caneta na ponta dos lábios. Por fim se debruçou um pouco mais na
mesa, pegando em minhas mãos.
–Devo confessar que me surpreendi,Bella. Está muito melhor do que
esperava. Parabéns.
Senti meu rosto em chamas.
– Obrigada.
– Viu, Edward? Não é so você que sabe contratar funcionários.
Edward desviou o olhar para Alice.
– Lembre-me de mandar um presente para Rose. Para agradecer por
isso.
Obviamente meu ego inchou. Receber um elogio assim de Alice, e de
quebra, de Edward também era o máximo. Acertamos mais alguns detalhes da
comemoração e um pouco depois das seis Edward nos dispensou.
– Espere um instante,Bella.
Alice também parou e nos olhou. Depois deu de ombros e se despediu.
– Bom fim de semana,Bella. A gente se vê,Edward. Vai em casa nesse
fim de semana?
– Como sempre,Alice.
Esperei que Alice saísse. O coração aos pulos. O que Edward poderia
querer falar comigo? Ele terminou de guardar uns papéis e so então voltou a
falar comigo.
– O que fará hoje?
– Como?
Ele riu.
– O que. Você. Fará . Hoje. À noite?
Ele pontuou cada palavra como se eu tivesse algum problema mental.
– Nada. Apenas ficar em casa.
– Não tem ninguém esperando por você?
– Não. Moro sozinha,Edward.
– Sei. Poderíamos sair juntos. O que acha?
Tentei manter a calma. So rezava para que Edward não tivesse uma
audição um pouco mais apurada. Ele com certeza ouviria meu coração
disparado.
– Eu e você?
Ele riu novamente. Definitivamente eu parecia uma boba.
– Sim,Bella. Sabe que sempre nos demos bem. Eu gostava de conversar
com você.
– Eu também,Edward. Aonde e a que horas iremos?
Ele deu um sorriso largo.
– As oito e meia está bom pra você?
– Perfeito.
– Eu passo em sua casa.
– Eu te espero então.
Antes de me despedir passei meu endereço para ele. Sai dali ventando
sem conseguir pensar direito. Realmente era o que Edward falou. Sempre nos
demos bem. Às vezes nossas conversas eram longas e produtivas. Mas é claro
que ele nunca soube o quanto eu me sentia atraída por ele. Talvez até
soubesse. Afinal ele arrastava uma multidão de mulheres por onde passava.
Ainda bem que eu não morava muito longe. Assim tive tempo de tomar um
longo banho e me vestir com paciência. Eu não sabia aonde iríamos, mas vindo
de Edward deveria ser algum lugar elegante. Escolhi um vestido curto,tomara
que caia e sandálias de salto alto. Deixei meus cabelos soltos. Às oito e meia
em ponto a campainha tocou. Abri a porta e prendi meu fôlego. Edward ficaria
perfeito se usasse qualquer trapo. Os primeiros botões da camisa estavam
entreabertos,eu podia ver perfeitamente os músculos do peito dele.
– Ola.
Seu olhar percorreu meu corpo, se detendo em minhas pernas
desnudas. - Está linda.
– Obrigada.
– Podemos ir?
– Sim. Já estou pronta.
Segui com Edward até seu carro. Um volvo prata reluzente. Edward
abriu a porta e esperou que eu entrasse. Não se faziam mais homens assim
hoje em dia. Deu a volta e antes de dar a partida ligou o som.
– Adoro essa música.
– Eu também. É da nossa época.
–É verdade,Edward.
– Época em que achávamos que todos os nossos sonhos eram possíveis.
Me calei. Eu podia imaginar a que ele se referia. Como Alice havia dito, Edward
era louco por crianças. Infelizmente foi privado disso. Como eu previra Edward
me levou a um elegante restaurante.
– Posso te sugerir o pedido?
– Confio em você.
Edward fez o pedido e enquanto aguardávamos, bebíamos um vinho
suave.
– Vem sempre aqui,Edward?
– Costumava vir muito, quando......quando estava casado.
– O que houve,Edward? Sempre foi tão apaixonado por Victória. Deixou
muita mulher sofrendo quando se casou com ela.
Ele sorriu, mas era um sorriso triste.
– Não quero atrapalhar sua noite falando sobre coisas chatas.
Instintivamente coloquei minha mão sobre a dele e Edward me encarou.
– Como você disse.....sempre nos demos bem. Acho que se me chamou
pra sair....talvez precise desabafar. Eu não me importo de ouvi-lo. Edward me
olhou um tempo interminável. Talvez processando o que eu disse. Talvez
pensando se realmente se abriria comigo.
– Realmente fui muito apaixonado por Victoria. Eu fazia de tudo por ela,
Bella. Mas so depois de muito tempo eu percebi que o amor não é tudo. É
fundamental, mas não é tudo. Faltava em Victoria muita coisa que eu não via
antes. Cumplicidade,amizade, respeito até.
– Não era o que parecia quando víamos vocês juntos.
– Victoria so pensava em si,Bella. Em sua carreira. Acho que no fundo
nunca me amou. Eu era importante na sua carreira. Uma estrela na mídia
tinha que ser casada com um homem rico e bonito. Era apenas isso o que eu
era pra ela.
– Duvido muito,Edward. Que mulher não se apaixonaria por você?
Me arrependi imediatamente das minhas palavras. Ele poderia pensar
coisas. Mas pra minha surpresa ele sorriu.
– Você. Nunca se apaixonou por mim. E Victoria também não. Apesar do
que não posso colocar as duas no mesmo pacote. Victoria so ama a si mesmo.
– Garanto que ainda vai encontrar uma pessoa que mereça você,Edward.
E que o faça feliz.
– Sinceramente,Bella? Eu duvido.
Apenas balancei a cabeça. Edward mudou de assunto quando nosso
pedido chegou.
– E você? Nunca quis se casar,ter filhos?
– Sempre quis. Mas não encontrei A Pessoa certa. Também eu nem tive
tempo pra isso. Meu pai adoeceu e eu tive que ralar muito para conseguir
pagar o tratamento dele.
– O que aconteceu com ele?
– Câncer. Mas graças a Deus já está curado. Faz exames
constantemente. Nunca mais voltou.
– Deve ter sido uma barra pra você.
– Realmente. Mas eu fiz o que era certo. Afinal de contas era meu pai
que precisava de mim.
– E como ele está agora?
– Encontrou uma nova companheira. Está feliz.
– E você continuou solteira.....
Eu ri.
– Sim....daqui a pouco viro uma tia velha e caduca.
Ele riu também.
– Ainda está jovem. Logo aparece alguém que se interessa por você. Se
é que já não existe.
– Não que eu saiba. Continuamos conversando enquanto jantávamos. A
conversa com Edward fluía de forma natural e agradável. Até me assustei
quando vi que já se passavam das onze da noite.
– Nem vi o tempo passar.
– Por isso que eu disse que era bom conversar com você,Bella. Eu me
esqueço das coisas ruins.
– Fico feliz por isso.
Edward me levou de volta pra casa.
– Quer entrar? Tomar um café?
– Deixa para uma outra hora. Está tarde e sei que você terá uma
semana difícil com Alice.
Eu ri.
– Está me deixando com medo.
Ele gargalhou pela primeira dez depois que nos reencontramos.
– É pra temer mesmo.
Mas em seguida ficou sério. Segurou minhas mãos e as beijou.
– obrigado pela noite, Bella. Era tudo o que eu precisava.
– Estarei aqui sempre que precisar Edward.
– Boa noite.
– Boa noite,Bella.
Esperei enquanto ele caminhava até o carro. Mas na metade do caminho
ele parou e voltou.
– O que foi?
– Não quer ir comigo a casa dos meus pais nesse fim de semana?
Arfei.
– Eu?
– Sim. Vai ser divertido. Quando Alice e Emmett se juntam so sai
besteira. - Bom...acho que.....eles não vão se opor?
– Claro que não. Eu te pego amanhã às nove.
– tudo bem,então.
Edward segurou meu rosto e minha garganta ficou seca. Se aproximou
mais, me fazendo sentir seu cheiro delicioso. Deu-me um beijo na bochecha.
– Obrigado mais uma vez.
Dessa vez ele se foi. Fiquei ainda parada a porta muito tempo depois
que ele partira. Merda. Era melhor ficar um pouco afastada de Edward. Ou eu
corria o sério risco de me apaixonar por ele.
(Cap. 4) Em família
Edward POV
O som estridente e irritante não parava. Demorei alguns minutos para
perceber que se tratava do despertador. Há tempos eu não dormia tão bem.
Geralmente eu acordava bem antes do despertador tocar. Meu corpo estava
descansado e me senti mais animado. Mas eu tinha apenas 40 minutos para
tomar meu banho e passar na casa de Bella. A noite anterior tinha sido muito
agradável. Qual foi a última vez que tive uma conversa tão agradável com uma
mulher? Provavelmente deve ter sido na última vez em que falei com Bella a
anos atrás. Eu já podia vislumbrar minha mãe me bombardeando com
perguntas. Sei que ficaria imensamente feliz em me ver envolvido com outra
mulher. Nunca gostou muito de Victoria. Bella era tão linda e encantadora que
seria difícil convencê-la de que não havia nenhum outro sentimento além da
boa e velha amizade. Às nove em ponto eu tocava a campainha de Bella. Fui
presenteado com um lindo sorriso.
–Bom dia,Edward.
–Bom dia. Pronta?
–Só vou pegar minha bolsa.
Olhei seu corpo de cima a baixo.
–Acha que deveria me trocar?Vestir algo mais....
–De forma alguma. Está perfeita.
–Obrigada. Então podemos ir.
Bella parecia perfeitamente a vontade ao meu lado e isso era ótimo.
-Acha que eu deveria levar algo,Edward? Um vinho, uma sobremesa..... -Não
se preocupe com isso.
–Vocês sempre se reúnem nos finais de semana?
–Quase sempre. Mas Emmett veio da França agora e aproveitamos para
nos reunir. Às vezes eu deixava de ir.....por causa da Victoria.
–Ela não gostava de ir?
–Não.
Eu sempre ficava mal humorado quando falava de Victoria. Passei
tempos longe da minha família por causa dela. E não valeu a pena,é claro.
–Avisou que irei com você?
–Sim. Dona Esme não me perdoaria se eu não avisasse.
Ela ficou calada um tempo. Olhei pra ela e acho que não consegui
disfarçar a minha admiração. Sempre achei Bella uma mulher bonita. Mas
agora ela estava diferente. Estava linda.
– O que foi,Edward?
–Nada.
– O que vocês fazem quando se reúnem?
– De tudo um pouco. Hoje Emmett quer jogar.
– Jogar? O que jogam?
– Vôlei. Duas duplas. Eu e Emmett contra meu pai e Jasper.
– Interessante.
– Pelo menos eu e Emmett teremos torcida agora. Assim eu espero.
– Está se referindo a mim?
–Lógico.
Ela riu e eu a acompanhei. Assim que ultrapassei os portões da casa vi
sua boca se abrir.
– Meus Deus,Edward........é maravilhosa.
– Obrigado. Esme vai gostar de saber disso.
Dei a volta e abri a porta para ela que ainda olhava a casa,deslumbrada.
Esme, é claro, nos esperava na entrada. Toquei levemente na cintura de Bella
ao nos aproximarmos.
–Edward....que bom que veio,meu filho.
–Oi,mãe. Está tudo bem?
Ela me apertava em seus braços.
–Agora está.
Depois virou-se para Bella.
–E essa é a adorável Bella. Posso chamá-la de Bella,não é?
Bella sorriu e aceitou o abraço.
– Claro que pode. Como vai?
–Muito bem,querida. Pode me chamar de Esme.
–Edward me falou que viria. Estava louca para conhecê-la.
–Agora já conhece,mãe. Aonde estão todos?
–Na mesa do café. Esperávamos por vocês.
Fomos ate a sala e apresentei Bella aos demais.
–Seja bem vinda a família,Bella.
–Obrigada,Emmett
Bella ficou sem graça. Olhei para Emmett furioso. Eu percebi claramente
as intenções ocultas naquela frase.
–Edward, separei quarto ao lado seu para Bella. Quando terminarmos
aqui,leve-a ate lá. Talvez queira se trocar.
–Farei isso,mãe.
–Foi uma ótima idéia convidar você,Bella, Eu e minha mãe sempre
ficamos em desvantagem com esses homens.
–Vim reforçar o time,Alice.
Nós rimos e percebi que minha família gostara de Bella. Totalmente
diferentes de quando trouxe Victoria para conhecê-los. E eu entendia. Eram
como água e vinho. Victoria chegou de nariz empinado,quase não conversou.
Bella ao contrário, sempre sorrindo. Aceitava as provocações do Emmett e
gargalhava com ele. Tinha o riso fácil. Ela,Jasper e Emmett estavam numa
discussão acalorada e parecia que se conheciam há anos. Eu estava fascinado
com sua espontaneidade. Nem percebi que eu a encarava com meio sorriso
nos lábios. Só me dei conta quando meu olhar encontrou o da minha mãe e ela
sorriu e fez um sinal afirmativo com a cabeça. Sim....Bella conquistou a
TODOS.
–Vamos subir,Bella? Vou te mostrar seu quarto.
Percebi que Alice ia se levantar,mas claramente minha mãe a segurou.
Subimos juntos e parei perto do quarto ao lado do meu.
–Espero que goste.
–É lindo,Edward...não precisava disso tudo.
Eu ri.
–Esme sempre diz que se tratarmos bem as visitas elas sempre voltam.
Ela sorriu.
–Com certeza.
Aproximei-me dela e segurei em seus ombros,olhando em seus olhos.
– Minha família adorou você.
–Eu também gostei muito deles. Obrigada por me convidar.
– Obrigado por vir.
Senti a tensão no ar e quebrei o clima.
– Vou deixá-la para que se troque. Vai esquentar bastante. Trouxe roupa
fresca?
–Sim. Eu me troco em cinco minutos.
–Vou me trocar também. Troquei-me rapidamente e quando sai do meu
quarto Bella já saía do dela. Dizer que eu estava esperando ver Bella vestida
como o de costume seria mentira. Mas eu nunca imaginaria vê-la num short
jeans e uma camiseta vermelha,deixando a mostra as pernas bem torneadas.
Eu não era do tipo cafajeste. Mas só consegui encontrar uma palavra para
descrever o que eu via:gostosa.
–Está indecente?
–Está perfeita......linda.
Ela corou e eu ri.
–Agora está completa.
Os demais já esperavam por nós. Emmett já estava cheio de
intimidades. -Sente-se ai,Belinha. E torça pra dupla de gostosos.
Ela riu com ele e se virou pra mim.
– Então vá lá gostosão......e não me decepcione.
Depois de ouvir isso? Não decepcionaria mesmo.
Bella POV
Eu olhava a turma jogando enquanto pensava na besteira que fiz.
Conhecer a família de Edward não foi uma boa opção. Eram maravilhosos,
simpáticos, me tratavam como se fosse da família. Nem sei por que me
espantava. Edward era tão simpático e atencioso quanto eles. Isso pra dizer o
mínimo. Por que olhando pra ele agora........meu pai.....Edward era melhor que
qualquer sonho. A bermuda se ajustava perfeitamente as coxas e a bunda
musculosa. Pra que homem precisaria ter uma bunda perfeita daquele jeito?
Pra nos enlouquecer,é claro. A camiseta não ocultava os músculos firmes dos
braços e tórax. Eu nem percebia muito bem o jogo,até que Emmett tirou a
camisa,e logo seguido por Edward. Eu prendi a respiração. Deus do céu....ali
era lugar de deitar a cabeça e ser feliz. Esme ao meu lado pareceu perceber.
Suspirou e sorriu olhando pra mim.
– Meu filho é tão lindo.....
–Sim,Edward é um belo homem.
Ela me encarou.
–É belo em todos os sentidos,Bella. E tem sofrido tanto. Edward merecia
ser feliz.
–Ele me contou.
–Aquela bruxa.....como eu odeio aquela mulher. Mas isso não importa
agora. O que interessa é que estou muito feliz que esteja aqui,Bella. -Não
entendi,Esme.
Ela segurou em minhas mãos. Alice ouvia atentamente e parecia
concordar com tudo que Esme falava.
–Há tempos eu não via esse sorriso luminoso em Edward. Na maioria
das vezes ele jogava mas não se empolgava tanto.
Segui o olhar dela no exato momento em que Edward e Emmett
literalmente rolavam de rir de alguma coisa que não vi.
–Edward simplesmente não sorria mais. E hoje.......só posso agradecer a
você.
– A mim? Acha que ......
–Bella....
Alice me interrompeu.
–Edward me contou que saíram juntos ontem. Ele realmente estava bem
melhor,mais disposto. Eu sei que você fez isso. Sempre se deram bem. -Isso é
verdade.
–Bella,querida,posso te pedir um enorme favor?
Maldita hora em que respondi sem pensar.
–Qualquer coisa,Esme.
–Não saia da vida de Edward agora. Você faz bem a ele. Eu sinto que ele
irá precisar muito de você.
– Esme.....eu...
– Por favor. Eu preciso ver meu filho sorrir assim mais vezes.
E ele era ainda mais lindo sorrindo.
–Farei o que estiver ao meu alcance,Esme. Eu também gosto de estar
com ele.
Mudamos o assunto quando os homens se aproximaram.
–Belinha nos deu sorte. Perderam de lavada.
–Queremos revanche,filho.
–Nem vem,pai. Percam com dignidade.
Edward sentou-se ao meu lado. Seu cheiro de homem,misturado ao suor
era perigosamente sexy.
–Gostou?
–Muito.
Respondi a uma pergunta não feita. Eu me senti constrangida quando
Edward me convidou para ir ate a piscina. Eu desci prevenida,com o biquíni por
baixo. Senti meu rosto corar diante do olhar de Edward em meu corpo. Desejei
que meu biquíni fosse um pouquinho maior. Por sorte as outras pessoas tinham
se dispersado, ficando apenas Edward e eu na piscina.
– Então....está gostando?
–Sinto-me ótima aqui,Edward.
–Então voltará mais vezes.
Nós dois rimos, fixando nosso olhar.
– Basta me convidar.
–Não precisa de convite. Mas se faz questão,será minha convidada
sempre.
O resto do dia foi perfeito. Almoçamos e à tarde fomos para a varanda
jogar conversa fora. Foi um dia perfeito. Mas a noite eu já estava exausta. As
nove da noite eu fui me deitar. O restante ainda ficou na sala íntima vendo TV.
Eu já estava quase dormindo quando uma batida na porta me fez levantar.
– Edward?
–já estava dormindo?
– Não...ainda não. Algum problema?
–Não. Queria apenas conversar mais com você.
– Quer entrar?
–Vamos para o meu quarto?Podemos ficar na varanda.
Eu sabia que era perigoso....muito perigoso. Mas eu gostava demais da
companhia dele. Perdemos a noção da hora,conversando,rindo..... quando dei
por mim eram três da manhã.
–Deus....preciso dormir,Edward.
–Nem vi o tempo passar.
–Nem eu.
Edward me acompanhou até a porta do meu quarto. Encostou-se ao
batente da porta.
–Boa noite,Edward.
Ele deslizou o dedo em meu rosto. E depois posou um leve beijo em
meus lábios.
–Boa noite,Bella.
Foi suave e rápido. Foi o bastante para eu perceber que eu queria mais.
Eu precisava de mais. Eu sempre soube que me apaixonaria por ele.
(Cap. 5) Proposta
Bella POV
Fim de semana perfeito. A família de Edward me recebeu de braços
abertos e eu me senti em casa. Eu não queria pensar na hipótese de ter sido
sempre apaixonada por Edward. Mas era isso que parecia. Dois dias apenas na
companhia dele e eu queria mais. Sentia uma falta absurda dele, como se
vivêssemos juntos há anos. A imagem dele me dando um leve beijo nos lábios
não me saía da cabeça. E novamente no domingo quando me deixou em casa
ele me deu um beijo suave. Meu coração disparava freneticamente. Eu estava
deixando me envolver e isso não era bom. Edward estava muito ferido, não
estava pronto para um relacionamento. Talvez nunca mais estivesse. Apesar de
sua mãe e Alice acharem o contrário. Ouvi um pigarro e ergui meus olhos e la
estava ele....eu perdia o fôlego sempre. Sorria pra mim.
–Estava longe.
–Sim. Estava. Precisa de alguma coisa?
Ele entrou e sentou-se a minha frente. Já era quarta feira e há três dias
eu não o via.
– Não vai almoçar?
– Sim.....me esqueci da hora.
–Vim te chamar para ir comigo.
– Almoçar?
Ele riu.
–Do que estamos falando?
–Bom...acho que Alice não irá se importar.
– Alice já foi. Saiu com Jasper.
– Bandida...nem me avisou.
– Acabou de sair. Me pediu pra te avisar.
–Então vamos. Edward era excelente companhia. Eu vi como as
mulheres se viraram para olhá-lo assim que entramos no restaurante,mas ele
não pareceu notar. Nosso assunto nunca acabava. Tudo fluía com uma
facilidade impressionante.
– Está tudo pronto para a festa?
– Sim. Alice caprichou.
– Como sempre. Espero que ela não se esqueça das fotos para todos os
funcionários.
– Se ela não se lembrar, você com certeza vai lembrar.
Ele respondeu secamente.
– Não estarei La.
– Como assim? Por que não?
– Não estou pra esse tipo de festa agora.
– Edward.....mas é sua empresa.
– Eu sei. Mas Alice sabe me representar muito bem. E agora ainda terá
você para ajudá-la.
Isso não era justo. Minha primeira festa na empresa e Edward não
estaria presente. Senti minha garganta se fechar e uma tristeza imensa tomou
conta de mim.
–Sabe que estão dispensados na sexta feira,não é?
– Sim. Alice me falou.
Durante nossa volta para a empresa eu permaneci calada. Estava triste
demais para puxar qualquer assunto.
– Eu magoei você?
– Por que?
– Está tão calada.
– Apenas um pouco de dor de cabeça.
Não diria a ele que estava morrendo por dentro. Que eu queria ter uma
chance de estar com ele nessa festa. Que ele não saía da minha cabeça um
minuto sequer. Preferi mentir.
– Que ir mais cedo pra casa?
– Não. Passa rápido.
Durante o resto do dia eu não vi mais Edward. Quando sai do trabalho
passei em uma boutique para comprar um vestido. Não tinha ânimo para
escolher nada. Edward não estaria la mesmo. Na quinta feira eu também não o
vi durante toda a manhã. So o vi já no final da tarde quando ele veio até
minha sala.
– Edward? Pensei que não estivesse na empresa.
– Estava resolvendo uns problemas.
– Está precisando de mim?
– Não. So vim desejar.....boa festa pra você amanhã.
– Ah....sim. Obrigada.
– Não irá mesmo?
– Não.
– Vai pra casa dos seus pais?
– Não. Ficarei em casa mesmo.
– Bom. Obrigada mais uma vez.
– Divirta-se. Você vai gostar.
Me deixou so. Duvido muito que iria gostar. Ultimamente eu so gostava
de estar perto dele, vê-lo....qualquer coisa que se relacionasse a ele. Eu estava
quase desistindo de ir. Alice,é claro ficou brava. Edward já estaria ausente, eu
era obrigada a ir. Pensei no absurdo que eu fazia. Eu sempre soube que
Edward nunca teve olhos para outra mulher senão Victoria. O que eu
esperava,afinal? Tinha mais é que ir, me divertir e esquecer Edward.....pelo
menos por hoje. Coloquei o vestido que comprei e fiz uma maquiagem leve.
Prendi meus cabelos num coque, deixando alguns fios soltos. Estava bonita.
Mas pra quem? Pra você mesma,sua idiota. Sai em direção ao clube,que por
sinal ficava nas proximidades da casa de Edward. Eu deveria estar louca, muito
apaixonada para fazer o que fiz. Sem ao menos perceber me vi estacionando
em frente a casa de Edward. Antes que a covardia me dominasse, toquei a
campainha. Esperei alguns segundos e toquei novamente. Quando me
preparava para o terceiro e ultimo toque a porta se escancarou.
– Bella?
Como sempre.....perdi o fôlego. Edward vestia apenas uma calça
jeans....mais nada. E segurava um copo com alguma bebida. So então percebi
que seus olhos me olhavam de cima a baixo demoradamente.
– Você está....uau....nossa....
Eu sorri. Consegui deixar Edward sem palavras e isso me animou um
pouco.
– Não posso entrar?
Ele se afastou me dando passagem. Senti seu olhar queimado em
minhas costas.
– Algum problema?
– Vim tentar convencê-lo a ir.
– Perdeu seu tempo.
– Eu imaginei isso. Mas não custava tentar não é?
Ele ficou um tempo calado,olhando para o copo em suas mãos.
– Mais uma criança foi adotada. E mais uma vez eu fiquei para trás.
– Por isso está assim?
– Sim.
– Não desista,Edward. Continue tentando. - Não vou desistir. Mas é que
as vezes.....deixa....vai perder sua festa.
–Acho que vou voltar pra casa.
– Por que?
Dei de ombros.
– Nada la vai ter muita graça pra mim......sem você.
Ele me olhou intensamente. Abriu a boca sem emitir nenhum som e a
fechou novamente. Aproximou-me de mim e tocou meu rosto em chamas.
- Me espere por uns minutos.
– Sim.
Esperei que ele voltasse. Será que ele iria mesmo? Se não, o que estaria
fazendo? Demorou uns 15 minutos e reapareceu na sala. Edward de smoking
era qualquer coisa entre o irreal e o deslumbrante. Não contive um sorriso.
– Irá comigo?
Ele sorriu também.
– Conseguiu me convencer. Vamos madame. Seu carro fica aqui. Irá
comigo no meu.
Eu estava nas nuvens, literalmente. E também estava afoita pela idéia
louca que acabara de passar pela minha cabeça. Tomaria coragem para falar
com Edward. Chegamos ao clube e vi satisfeita como tudo estava perfeito.
Edward sorriu ao ver.
– Vocês capricharam dessa vez.
Mas o melhor de tudo foi entrar no salão de braços dados com Edward.
Alice abriu um sorriso assim que nos viu. E logo a família dele nos cercou. -
Edward....não acredito. Foi tão firme quando disse que não viria.
– Bella me convenceu.
–Que bom, meu filho. Está tudo tão lindo. Iria perder isso.
–Agora vejo que sim,mãe.
Edward se afastou para cumprimentar algumas pessoas e Esme
aproveitou a deixa.
– Obrigada mais uma vez,Bella. Eu sabia que era de você que Edward
precisava.
Eu ri, sem graça.
–Estou tentando,Esme.
– Você gosta dele,não é?
Não precisei responder. Estava muito explicito em meu rosto.
– Eu espero sinceramente que ele perceba isso.
Eu também esperava. Por que já não me restava mais duvida do quanto
estava amando aquele homem. Percebi com surpresa que ele me olhou o
tempo todo em que discursava para os funcionários. E depois voltou para o
meu lado.
– Quer dançar um pouco,Bella?
– Serio?
– por que não?
Aceitei sem pensar. Quer coisa melhor do que estar nos braços de
Edward, dançando? Bom...so se fosse fazendo outra coisa. Edward dançava
maravilhosamente bem, e me estreitava fortemente em seus braços.
Dançamos não so uma, mas várias músicas. Edward estava se divertindo e
sorria muito. Isso era bom, pra quem estava em casa bebendo há horas atrás.
Sentamo-nos com a família dele numa mesa mais afastada.
– Esse ano vocês se superaram, Edward.
– Alice e Bella, pai. Eu não movi uma palha.
– Está tudo perfeito. Não é a toa que foi eleito pelo quarto ano
consecutivo como a melhor empresa para se trabalhar.
Olhei espantada para Edward.
– Sério? Não me falou sobre isso.
– Ele nunca fala, Bella.
– Quer saber? Eu concordo. Amo trabalhar ali.
Edward sorriu.
– Nunca me falou sobre isso.
– Faltou oportunidade.
Esme nos olhava o tempo todo. Eu via em seus olhos a vontade que ela
tinha em nos ver juntos. Era a minha vontade também. Mas já se passava das
quatro da manha e eu estava cansada. Mas como vim com Edward não iria
dizer nada. Ele como sempre, deve ter percebido.
– Eu estou pronto pra ir Bella, mas se quiser ficar.
– Não. Eu também vou.
Nos despedimos e saímos. Edward me levaria ate minha casa e levaria
meu carro no dia seguinte pra mim. Eu nem me importava com isso. So
pensava em uma forma de abordar o assunto com ele.
– Chegamos.
– Edward....poderia entrar um pouco? Gostaria de falar com você.
– Tudo bem.
Ele parecia confuso e curioso ao mesmo tempo.
– Sente-se.
Fiquei muda de repente. Ele esperou.
– Edward....você não está conseguindo a adoção por ser solteiro?
– Não quero falar sobre isso agora.
–So me responda, por favor.
– Sim, é por isso. Dão preferência aos casais e não a um homem sozinho
como eu.
Respirei fundo antes de dizer.
– Edward....e se nós fingíssemos.....ser casados?
–Como?
– Eu e você......fingíssemos que fossemos casados. Você conseguiria
adotar uma criança.
Ele se levantou e caminhou pela sala, passando as mãos pelos cabelos.
– Está propondo....vamos fingir que somos casados, para eu adotar uma
criança. É isso?
– Sim.
– Bella...isso...isso é..... Por que você faria isso?
"Porque eu te amo".Mas ao invés disso eu respondi de outra forma.
– Por que sou sua amiga. É isso que fazem os amigos. Ajudam.
Ele parou a minha frente, segurando em meus ombros. A dúvida e a
emoção eram evidentes em seus olhos.
– Você fingiria ser minha esposa para que eu consiga realizar meu
sonho?
– Sim.
– E você? E sua vida amorosa? Se um dia você...
– Isso não importa agora. Se isso vier a acontecer...eu me apaixonar por
alguém, você já terá realizado seu sonho.
Sua mão suave tocou meu rosto.
– Bella.....faria mesmo isso por mim?
– Eu faço,Edward.
Eu esperava qualquer coisa, menos isso. Edward me puxou com força e
me beijou. Um beijo intenso, ardente. Eu me senti acesa na hora. Era o melhor
beijo de toda minha merda de vida. Sua boca era macia e exigente ao mesmo
tempo. Sua língua forçou a entrada e se misturou a minha. Segurei-me em seu
pescoço acariciando seus cabelos. Nem sei quanto tempo se passou ate que
ele se separou de mim, ofegante, os olhos cheios de desejo.
– Não vamos fingir que somos casados,Bella.
– Mas....
Ele pousou os dedos em meus lábios.
– Nós iremos nos casar de verdade.
E dito isso ele me beijou novamente.
(Cap. 6) Sentimentos
Edward POV
Eu queria ser capaz de dizer em poucas palavras tudo o que eu sentia
nesse momento. Emoções conflitantes se misturando umas às outras, me
deixando sem ação. Além disso tudo eu tinha Bella em meus braços, sua boca
atada a minha. O que eu sentia agora? Também não sei dizer. Algo que me
apertava o peito e parecia que iria estraçalhar, espalhando pedaços que depois
seriam difíceis de agrupar. Pedaços que ficariam incrustados em cada célula do
meu corpo como se fizessem parte de mim desde sempre. Eu tinha um nome
pra isso, mas não ousava pensar nele. Afastei-me de Bella. Eu precisava olhar
mais uma vez para aquele rosto lindo e tentar acreditar que não estava
sonhando.
– Casamento de verdade,Edward?
– Pra que fingir? Somos amigos, nos damos bem. eu gosto de você. Se
está fazendo isso para me ajudar...por que não?
– Mas...não vai ser estranho....sei lá....
Ela parecia confusa. Confesso que até eu. Realmente não havia
necessidade de casarmos de verdade. Mas.....eu queria.
– Olha.....sente- se aqui.
Sentei ao seu lado, segurando suas mãos.
– Não precisamos casar numa igreja, nada disso. Mesmo porque, caso
venha a querer se casar com alguém que ame....esse seria seu sonho não é?
– Eu não pretendo me casar,Edward.
– Tudo bem. Se você fizer questão casaremos na igreja.
– Eu não faço questão de nada, Edward. Só quero....vê-lo feliz.
– Prometo que faremos tudo da maneira mais correta possível.
Poderemos fazer um contrato...para que você não precise se preocupar com
nada depois.
–Ai....do que está falando,Edward? A única coisa que quero é que você
consiga o filho que tanto quer. Por que nunca pensou nisso?
– Talvez porque mulher nenhuma no mundo seria capaz de se doar tanto
como você está fazendo,Bella.
Segurei uma mecha de seus cabelos.
– Eu fico me perguntando.......
Merda.....eu não podia dizer isso. Bella poderia achar que falava isso
apenas por gratidão. Mas isso martelava em minha mente o tempo todo: Por
que eu nunca percebi que Bella era a mulher certa pra mim? Eu não me
lembrava de ter sentido tantas sensações boas num beijo com Victoria como
senti com Bella. Ela era intensa. Se entregava de corpo e alma. Por que nós,
homens, somos tão burros? Bella esteve o tempo todo perto de mim e nunca
notei. Eu prometi a mim mesmo que compensaria Bella todos os dias em que
estivéssemos juntos, por se doar a mim sem reservas.
– Acho que devemos falar com minha família.
– Eles vão estranhar.
– Não vão. Eles adoram você. E Esme ficaria encantada em me ver
casado novamente.
– Contará o motivo?
– Só se você quiser.
– Por mim tudo bem.
– Está cansada? Posso ir agora.
– Um pouco. Mas gosto de conversar com você.
Peguei-a pela mão e me levantei.
– Não consegui te dizer como estava linda hoje.
O rubor tomou conta do seu rosto.
– E fica ainda mais linda assim....envergonhada.
Ela riu,sem graça.
– Obrigada.
– Eu que deveria agradecer,Bella. Você está me tirando de um abismo no
qual me afundei e pensei que nunca mais sairia.
– Não é bem assim. Nós iremos tentar.
– Mas não é só disso que estou falando. Tem outras coisas também. Mas
conversaremos mais sobre isso.
– já vai?
– Estou vendo que mal se aguenta em pé.
– posso me sentar....
Eu ri. Era bom ouvir isso. Prova que ela não queria que eu me fosse.
– tudo bem....então vamos terminar nossa noite de outra forma.
– Como?
– Tem vinho....champanhe?
– Bebo raramente,Edward.
– Então está resolvido.
Peguei-a pela mão e sai.
– Pra onde vamos?
– Pra minha casa.
– Mas Edward...
– Será minha esposa.....qual o problema? Além do mais seu carro está lá
esqueceu?
– Então vamos....o sono já está indo embora mesmo.
Durante o trajeto,Bella recostou a cabeça e fechou os olhos. Seu rosto
era sereno. Eu gostaria muito de saber o que se passava na cabeça dela agora.
Porque na minha......
– Chegamos, bela adormecida.
– Não estava dormindo.
– Estava até roncando,Bella.
Ela parou atrás de mim e virei-me para olhá-la.
– Verdade?
Eu ri alto.
– Deixa de ser boba.
Pela segunda vez Bella estava em minha casa. E eu me sentia muito
bem com isso.
– Sente-se ai.
Ajoelhei-me a sua frente e retirei suas sandálias de salto altíssimos.
– Não me admira que esteja cansada. Olha a altura disso.
Ela riu.
– E nem assim alcanço seus ombros.
– Vou buscar algo para a gente beber.
Voltei com a champanhe duas taças.
– Faça um brinde comigo.
– E a que iremos brindar?
– À nós dois.
Ela riu.
–À nós dois.
– Sempre.
Fui até o som e liguei-o. Ela olhou pra mim e sorriu.
– Você se lembrou?
– Sim.
Quando passávamos horas conversando na faculdade,Bella me falou a
respeito dessa música. Ela a adorava.
Lost In Love
I realise the best part of love is the thinnest slice
And it don't count for much but I'm not
letting go
I believe there's still much to believe in
So lift your eyes if you feel you can
reach for a star and I'll show you a plan
I've figured it out
what I needed was someone to show me
You know you can't fool me
I've been loving you too long
It started so easy
You want to carry on
(carry on)
Lost in love and I don't know much
Was I thinking aloud
Fell out of touch
But I'm back on my feet
Eager to be what you wanted
So lift your eyes if you feel you can
reach for a star and I'll show you a plan
I've figured it out
what I needed was someone to show me
You know you can't fool me
I've been loving you too long
It started so easy
You want to carry on
(carry on)
Lost in love and I don't know much
Was I thinking aloud
Fell out of touch
But I'm back on my feet
Eager to be what you wanted
You know you can't fool me
I've been loving you too long
It started so easy
You want to carry on
(carry on)
Lost in love and I don't know much
Was I thinking aloud
Fell out of touch
But I'm back on my feet
Eager to be what you wanted
Now I'm lost
Lost in love
Lost in love
Lost in love
Tradução
Perdido de amor
Eu acho que a melhor parte do amor é a menor fatia
E isso não conta muito mas eu
não vou desisitir
Acredito que ainda há muito no que acreditar
Então, levante seus olhos se conseguir
alcance uma estrela e eu lhe mostrarei um plano
que eu tive
O que eu precisava era de alguém para me mostrar
Você sabe que não pode me enganar
Te amo há tanto tempo
Começou tão fácil
e você quer continuar
(continuar)
Perdido de amor e eu não sei muita coisa
Eu estava pensando em voz alta?
Me senti inatingível
Mas estou de volta ao chão
Ansioso para ser o que você queria
Então, levante seus olhos se conseguir
alcance uma estrela e eu lhe mostrarei um plano
que eu tive
O que eu precisava era de alguém para me mostrar
Você sabe que não pode me enganar
Te amo há tanto tempo
Começou tão fácil
e você quer continuar
(continuar)
Perdido de amor e eu não sei muita coisa
Eu estava pensando em voz alta?
Me senti inatingível
Mas estou de volta ao chão
Ansioso para ser o que você queria
Você sabe que não pode me enganar
Te amo há tanto tempo
Começou tão fácil
e você quer continuar
(continuar)
Perdido de amor e eu não sei muita coisa
Eu estava pensando em voz alta?
Me senti inatingível
Mas estou de volta ao chão
Ansioso para ser o que você queria
Agora estou perdido
Perdido de amor
Perdido de amor
Perdido de amor
– Nossa...parece que foi outro dia mesmo, não é Edward?
– Sim. Passou tão rápido. Sabe que as vezes me lembro claramente de
algumas de nossas conversas?
– Eu também. Sentei-me no tapete da sala e puxei-a comigo. Depois nos
deitamos sobre as almofadas.
– Saudades daquela época,sabe? Achava que tudo seria diferente. Que
eu realmente conseguiria tudo e seria feliz.
Bella me olhou tempo antes de perguntar.
– Mas você foi feliz, não é? Durante algum tempo?
– Bella...se eu for te responder isso, com base nas ultimas horas....quer
dizer desde o momento em que você chegou aqui, fomos a festa até agora...eu
diria: Não. Nunca fui feliz.
Ela não respondeu.
– Pode ser que não dê certo. E não quero pensar nisso agora. Mas só de
saber que existe alguém que se importe tanto comigo...já valeu.
– Você sempre foi....especial pra mim, Edward.
Virei-me sobre ela, nosso rosto a centímetros de distância.
– Bella.....
Seu perfume parecia entranhar-se em mim, sua boca sensual se abriu
esperando pelo beijo que eu mais do que ninguém queria. Primeiro foi um
breve roçar dos lábios. Depois minha passou sobre seu lábio inferior e ela
suspirou. Procurei a sua língua, as duas se acariciando mutuamente, querendo
sentir e guardar o sabor uma da outra. Ajustei melhor meu corpo, ficando
sobre o dela, a pele nua dos seus ombros se arrepiando ao toque das minhas
mãos. Toquei cada curva milimetrica do seu corpo perfeito.
– Você é tão linda, Bella.
A voz dela soou rouca e sexy.
– Olha quem está falando......o Deus da beleza.
Eu ri e brinquei com ela. Meu nariz tocando a ponta do seu pra depois
encontrar sua boca novamente. Bella mordeu a ponta do meu nariz e beijei-a
de novo. Nós pouco falamos depois que começamos a nos beijar. Queríamos
apenas sentir o toque um do outro, o sabor. E mesmo acontecendo com todo
carinho...não me impediu de desejá-la sexualmente. E eu sabia que ela sentia
o mesmo. Mas eu não iria enveredar por esse caminho. Não agora. Parecia
tudo tão certo. Nós dois ali, como dois namorados,dois amantes. Tudo
exatamente como eu imaginei que seria minha vida um dia. Só mudavam as
personagens. Um dia eu sonhei que estaria assim com Victoria. Isso nunca
aconteceu. Agora estava eu aqui, com uma das minhas melhores amigas, que
em breve seria minha esposa. Estava tudo muito claro dentro de mim. De
amiga à esposa. De esposa à amante. De amante à.......mulher da minha vida.
Eu iria construir nossa vida aos poucos. Estava decidido a isso.
O dia amanheceu e encontrou Bella e eu adormecidos no chão da sala,
entrelaçados como se fôssemos um só. Tentei me levantar e acabei acordando
Bella..
– Oi.
– Oi. Dormiu bem,Bella?
– Sim. E você?
– muito mais do que bem.
Como eu não tinha palavras para dizer o quanto eu estava feliz por tê-la
ali, optei por beijá-la. Chegava a ser ridículo a forma como meu coração
disparava ao beijá-la. Será que a mulher da minha vida esteve o tempo todo
bem debaixo do meu nariz?
– Precisa ir até sua casa, trocar essa roupa. Depois vai sair comigo.
– Pra aonde?
– Primeiro tenho que comprar uma coisa. Depois vamos a casa dos meus
pais.
– tudo bem.
Acompanhei Bella ate sua casa e esperei que tomasse seu banho. Voltou
vestindo jeans e camiseta e mesmo assim estava espetacular.
– Aonde vai?
– já vai ver.
Bella estacou ao me ver parando em frente a uma joalheria.
– Você não vai fazer isso.
– Vou fazer a coisa do jeito que deve ser Bella.
Eu sabia exatamente o que eu procurava. E não foi difícil encontrar.
– obviamente que colocarei em seu dedo antes de chegarmos a casa dos
meus pais.
Bella olhava fixamente para o desenho da aliança. Passou os dedos nela,
quase sussurrando.
– Infinito.
– Isso sugere muito bem o que estou sentindo, Bella. Infinito.....quero
que acredite nisso. Qualquer sentimento bom que venha a ter por você, será
assim. Tudo o que sinto será infinito, inclusive as milhares de sensações que
sinto agora e que nem sei realmente o que significam. Só sei que é por você.
Bella deixou escapar uma única lágrima.
– Eu não esperava isso,Edward.
Levantei seu rosto para me olhar.
– Eu também não esperava muita coisa, Bella. Mas a vida é recheada de
grandes surpresas não é?
Era mesmo. Inclusive a surpresa de ver a própria Bella ficar na ponta
dos pés e me beijar. Estava pronto pra recomeçar.
(Cap. 7) Em forma de amor
Bella POV
Surpresa.....felicidade.........medo.Tudo junto,misturado. Surpresa
porque jamais esperei que Edward agisse assim. Imaginei que ficaria feliz, mas
daí a casar de verdade e com uma aliança linda como aquela,era demais pra
mim. Felicidade por mim e por ele. Estava muito mais próximo do seu sonho
agora. E medo....porque estava terrivelmente apaixonada por ele. E talvez ele
nunca viesse a saber disso. O suave toque da sua mão na minha me
despertou.
– Está apreensiva por quê?
–Não sei. O que sua família irá pensar?
– Vai pensar que sou um homem de sorte. Eles gostam de você,sabe
disso.
–Sim. Eu também gosto deles.
–Então relaxa.
Ele sorriu e só fiquei mais nervosa. Edward era lindo demais.Eu não me
acostumava com isso. Quando chegamos a casa dos pais dele Edward me
pegou pela mão. Entramos assim, de mãos dadas.
–Edward.....que surpresa.
–Bom dia, mãe.
Os olhos de Esme lampejaram em nossas mãos unidas.Um brilho tomou
conta de seus olhos e ela sorriu abertamente.
–Bom te ver novamente aqui,Bella.
– É bom estar aqui,Esme.
–Aonde estão todos? Eu..tenho uma coisa a dizer.
– Mesmo? Estão todos na piscina curtindo a ressaca da festa de ontem.
Fui com Edward até lá. Esme na frente sem se conter de tanta alegria. Quatro
pares de olhos se fixaram exatamente em nossas mãos unidas. Alice se
levantou.
– Ah....não....não acredito. ESTÃO JUNTOS!!!!!!???
Ela berrou.
– contenha-se Alice.
Edward e eu nos sentamos e ele começou a explicar o que acontecia
entre nós.
– Bella e eu estamos juntos e iremos nos casar.
– Meu Deus....se apaixonaram.
– Não viaja Alice. Bella...acha que se fingíssemos que estamos casados
eu teria chance de conseguir uma adoção. Mas eu não quero assim. Então
resolvemos nos casar de verdade.
– Ah....e você acreditou nisso,Edward? Que idiota você é.
– Que diabos está falando,Emmett?
– É uma desculpa dela....é óbvio que está apaixonada.
– Emmett deixa de ser troglodita e deixe Edward terminar de falar.
– É isso....iremos nos casar.
– Ai meu Deus....tenho que preparar tudo. Festa, igreja.
Edward me olhou e sorriu.
–Eu te falei que ela ia querer isso.
Esme e Carlisle vieram até nós e nos abraço.
– Estamos felizes por vocês. Claro que seria bem melhor se fosse por
amor. Mas isso já é uma espécie de amor, não é,Bella? O que você está
fazendo por Edward....
– Sempre fomos amigos,Carlisle. Eu....adoro Edward.
Edward me abraçou forte.
– Quem sabe? O amor vem com o tempo.
– Não estamos pensando nisso agora, Esme.
– Eu sei. Mesmo assim,Bella. Obrigada. Eu sabia que você seria uma luz
na vida de Edward.
Edward revirou os olhos e me afastou dali.
– Hey..hey....deixe-me ver,Bella.
Alice pegou minha mão e estendeu a aliança para todos verem.
– Linda....
Esme estava quase chorando. Emmett e Jasper me encaravam.
– Vou ao meu quarto, Bella. Eu já volto.
Assim que Edward saiu Emmett se aproximou com um sorriso
debochado. - Edward é um idiota mesmo.
Baixei meus olhos. Senti que meu rosto estava em brasas.
– Está tão óbvio assim,Emmett?
– Não.
Ergui meus olhos e ele gargalhou.
– Eu joguei verde.
– Vagabundo.
– Falando sério.....estou feliz por vocês. Vocês combinam, Bella.....de
verdade. Diga pra ele que o ama.
– Não posso fazer isso, Emmett Ele é meu amigo.
– Talvez ele pense que é.....mas não é. Ele ficaria feliz em ouvir isso de
você.
– É melhor não.
Ele deu de ombros.
– Você é quem sabe.
Alice veio até nós, juntamente com Esme. As duas já planejavam tudo.
Igreja, vestido....tanta coisa que me sentia meio perdida. Edward voltou e se
sentou ao meu lado, sempre segurando minhas mãos. Seus olhos estavam
fixos nos meus e perdi um pouco a linha de raciocínio.
– Alôooo.....o que acha Bella?
– Oi,Alice?
– Da viagem de lua de mel.
– Alice.....menos. Ta...aceitei a festa, vestido e tudo mais. Mas viagem
de lua de mel é demais. Não quero isso.
– Mas Bella......
– Ela disse não, Alice.
– Aff.....tudo bem. Esquece a viagem. O resto está de acordo?
– Sim.
– E pra quando será?
– O que acha,Bella?
Merda.....eu não conseguia pensar direito quando Edward me encarava.
- Você vê isso,Edward.
– Quanto tempo precisa, Alice? Eu consigo arrumar os papéis
rapidamente.
– Uma semana é tempo suficiente, Edward.
– Então pronto. Daqui a uma semana.
Eu estremeci. Daqui a uma semana eu estaria convivendo
definitivamente com Edward. Só teria que ter muita força para resistir a ele. E
a paixão que sentia por ele.
Edward POV
Estava tudo pronto. Tudo como deveria ser. Minha família, é claro,
adorou a idéia de me ver casado com Bella. Mesmo que não fosse pelos
motivos que eles queriam. Mas eu não me preocupava com isso. Eu tinha a
certeza que convivendo com Bella e conhecendo-a tão bem não seria difícil me
apaixonar por ela. E eu não iria me fechar pra isso, de forma alguma. Eu já
estava me acostumando a tê-la todos os dias por perto. Saíamos todos os dias
para almoçar e as vezes nos encontrávamos a noite. Bella era linda e os dias
que passava com ela ficavam cada dia melhores. Nosso casamento seria daqui
a dois dias. Mas Bella fizera questão de continuar trabalhando. Fui até sua sala
e ela estava de cabeça baixa, lendo alguma coisa. Estava tão entretida que não
percebeu minha presença na porta. Riu sozinha. Eu não me cansava de
admirar a beleza dela.
– Alguma piada interessante?
Ela deu um pulo da cadeira.
– Edward....quer me matar?
– Desculpe. Estava tão distraída.
– Estava lendo um cartão que Rose me mandou. Ela vem pro nosso
casamento.
– Sério? Não sabia.
– Chega amanhã.
– Vamos almoçar? Já passa da hora.
– Perdi a noção do tempo aqui.
Esperei que ela arrumasse suas coisas e saímos. Íamos sempre ao
mesmo restaurante. Apesar do que eu não gostava muito de lá. Éramos
sempre atendidos pelo mesmo garçom que nunca tirava os olhos de Bella. Hoje
então.....ele estava babando nela. Também tenho que admitir que ela estava
deslumbrante. Estava mais tranquila, antes estava muito nervosa,com medo
da reação da minha família. Não deixei que ela se preocupasse com nada a
respeito do casamento.
– Está nervosa?
– um pouco. Agora que vem se aproximando.....
– Seu pai não vem mesmo,Bella?
– Não. Está passando por uma fase difícil no novo casamento. Resolvi
não insistir.
– Talvez possamos ir visitá-lo algum dia.
– É uma idéia.
Voltamos ao escritório, como sempre de mãos dadas. Ao passarmos pela
recepção Tânia me abordou.
– Edward? Tem alguém esperando por você.
– Quem?
– Victoria.
– O que ela quer aqui?
– Não sei. Está em sua sala.
Lancei um olhar mortal para Tânia.
– Não devia tê-la deixado entrar.
Bella estava paralisada ao meu lado. Dei um beijo leve em seus lábios.
– Te vejo daqui a pouco.
Entrei em minha sala mais furioso que nunca.
– O que faz aqui?
– Nossa....pensei que a chegada do seu casamento ia deixar você mais
simpático.
– Não estou com tempo pra gracinhas, Victoria. Diga o que quer e caia
fora.
– Edward.....eu pensei que não levaria essa palhaçada a serio.
– De que palhaçada está falando?
– De ir a ultimas consequências para ter um filho. Edward...eu amo
você, mas não quero....
– Não me interessa o que quer,Victoria. Não mais. E não estou fazendo
isso por causa de um filho.
– Não? Vai me enganar? Dizer que está apaixonado?
Antes que eu respondesse Bella entrou na sala. A principio estranhei. Ela
sabia que Victoria estava aqui. Mas depois entendi. Mais uma vez Bella
pensava em mim, em me ajudar.
– Amor? Estou atrapalhando?
Victoria se virou ao som da sua voz.
– Claro que não. Venha cá.
Veio direto para os meus braços e me beijou. Eu gostava tanto dos
beijos dela que por um momento me esqueci de Victoria ali, parada de boca
aberta nos olhando.
– Senti sua falta.
Ela falava me olhando nos olhos.....eu via verdade nessas palavras.
– Mas eu volto depois. Está ocupado.
– Não estou. Victoria minha EX esposa já estava de saída.
As duas mulheres se encararam.
– Como vai.....Bella não é?
– Sim. E vou muitíssimo bem.
Disse isso e me enlaçou pela cintura. Os olhos de Victoria pousaram em
seus braços em volta de mim.
– mais alguma coisa, Victoria?
– Felicidades para os dois.
Girou e saiu.
– obrigado mais uma vez,Bella.
– Do que está falando? Não faço a mínima idéia.
Ela sorria e me enlaçou pelo pescoço.
– Tem certeza que não? Me salvando mais uma vez......
Minha boca se apossou da dela antes que eu percebesse. Estava virando
rotina ter Bella assim em meus braços. E devo confessar que estava adorando
isso.
Bella POV
A flor da pele....era assim que estavam meus nervos. Finalmente chegou
o dia em que me uniria a Edward. Estava nervosa demais, como se fosse um
casamento convencional. Minhas pernas tremiam tanto que eu mal conseguia
parar em pé.
– Vou acabar machucando você, Bella.
– Ta bom, Alice.....vou tentar me acalmar.
– Desse jeito vai chegar atrasadíssima na igreja.
– Está parecendo uma princesa, Bella. Edward vai amar.
– Não precisava disso tudo,Alice. Sabe em que moldes iremos nos casar.
– Bella....daqui há alguns anos quando olhar seu álbum de fotografia ao
lado do seu lindo marido....vai me agradecer por isso.
– Você sonha demais,Alice.
– Daqui há um tempo nos voltamos nesse assunto,Bella.
Esme entrou no quarto.
– Nem acredito.....está realizando meu sonho,Bella.
– Como assim,Esme?
– Sempre sonhei em ver Edward se casando na igreja. Aliás todos os
meus filhos. Mas aquela vaca da Victoria não quis casamento na igreja.
– Agradeça a Alice. Ela que fez essa parafernália toda.
– Está pronta? Já está na hora.
– Edward já foi?
–há horas. Está nervoso.
Eu ri. Edward nervoso? Duvidava muito. Emmett me esperava na porta
da igreja com um sorriso largo.
– Vai entrar comigo, cunhadinha.
– Emmett..não se atreva a fazer nenhuma gracinha enquanto
caminhamos até o altar.
– Edward parece um leão na jaula. Acho que está com medo que você
desista.
– Deixa de conversa fiada,Emmett
Ele estendeu os braços para mim. Mais nervosa, impossível. Beirava a
histeria. Alice realmente quisera tudo convencional. Mal coloquei os pés na
porta e a marcha nupcial soou.
Vi Edward ao longe, parado me esperando. A medida em que chegava
mais perto seu sorriso se acentuava. Emmett tinha razão. Eu devia ter contado
a Edward que o amava. Vendo- o assim tão lindo, era pouco provável que eu
resistisse. Edward segurou minhas mãos e sussurrou bem baixo para que só eu
ouvisse.
– Linda.....
Eu tremia consideravelmente e ele apertou minha mão. O tempo todo
em que o padre falava, eu pensava em nós dois. Pensava se algum dia Edward
chegaria a me amar. Eu sabia que ele não era uma má pessoa. Mas e depois
que ele conseguisse seu filho? Ele deixou bem claro que eu estaria livre para
partir a qualquer momento. Por alguns instantes de loucura eu cheguei a
pensar que ele queria um casamento de verdade. Até exames pré nupciais nós
fizemos. Mas Edward sequer tentou ser mais ousado comigo. Eu não estava
preparada para tantas surpresas. O juramento que Edward me fez era
totalmente inusitado e me deixou sem fala. Aliás todos os convidados ficaram
boquiabertos. Edward me olhava intensamente, uma emoção incontida em
cada palavra.
O amor me permitiu te encontrar e me deu sentido para viver. Pois quero
viver para te amar! Amor é confiança, confiança é lealdade, por isso prometo
te ser fiel, leal e confiar em ti O amor precisa ser cuidado e prometo cuidar
para que ele nunca morra. E que renasça todos os dias nas atitudes de carinho
e cuidado que prometo ter por ti. E assim diante de amigos e parentes, venho
declarar meu amor a ti e peço a Deus que me ajude a te amparar, te cuidar, te
proteger, te acompanhar, ser teu suporte em todos os momentos
principalmente os mais difíceis, seja Ele meu auxiliador nesta promessa de
amor! E que ambos possamos cumpri-la!1
Eu arfei e minhas lágrimas escorreram. Fechei meus olhos segurando
minhas palavras dentro de mim. Era amor demais que sentia por ele. Seus
dedos secaram minhas lágrimas antes que sua boca tocasse a minha
gentilmente. Estava casada com Edward. O sonho da minha vida inteira.
Estávamos ainda na porta da igreja quando Edward falou ao meu ouvido.
– Eu não imaginava que você seria capaz dessa proeza.
– Do que está falando?
– Ficar ainda mais linda do que normalmente já é.
– Agradeça a Alice.
Como eu não queria muita pompa, Alice se conteve e fez uma recepção
simples na casa dos meus sogros.
Mesmo assim ficou perfeito. Edward ficou o tempo todo ao meu lado,
exceto quando Emmett o arrastou para longe de mim.
– Bella!!
– Rose.........
Rose me deu um abraço forte.
– Quase não consegui chegar a tempo.
– Estou feliz que tenha vindo,Rose. Edward já viu você?
– Ainda não. Nem acreditei quando me contou,Bella. Acho que mereço
um prêmio. Afinal foi por mim que voltou a se encontrar com ele.
Eu gargalhei.
–É verdade,Rose. Te dou o irmão mala dele como prêmio.
– Por acaso seria aquele delícia que vem com Edward?
Olhei para trás e vi Edward e Emmett se aproximando.
– Ele mesmo.
Edward os apresentou e os deixamos a sós. O pânico começava a me
dominar. Estava quase na hora de irmos embora. E eu não fazia a mínima
noção de como me comportar com Edward. Dormiríamos na mesma cama? Ele
não tinha tocado nesse assunto. E eu nem ousava perguntar. Ainda que não
me faltasse vontade.
Edward POV
Eu me perguntava como não senti falta disso na época em que me casei
com Victoria. Na verdade eu nunca imaginei que eu tinha essa vontade, que
era a mesma vontade da minha mãe. Me casar numa igreja,com tantas outras
pessoas faziam. De repente me vi escrevendo, eu mesmo as juras que faria
para Bella no altar. A emoção de vê-la entrando na igreja superava qualquer
outra que já tenha sentido em minha vida. Estava linda, deslumbrante. Eu
queria que isso fosse verdadeiro. Que Bella estivesse tão disposta quanto eu a
fazer esse casamento ser “real”. Mesmo que ela não me amasse. Como diziam,
o amor vem com a convivência. Eu sentia que nós dois daríamos certo. Eu só
não sabia como colocar isso pra Bella, sem chocá-la. Afinal de contas , não foi
isso que ela me ofereceu. Ofereceu simplesmente a chance de eu poder ser
pai. Ela estava visivelmente nervosa e eu gostaria muito de saber o por que. Já
estávamos casados. Já tínhamos passado pela festa que Alice preparara.
Íamos em silêncio pra casa. Só então uma luz se acendeu. Bella ficaria
comigo? Em meu quarto? A idéia de estar casado com ela me soava tão
verdadeira que sempre imaginei-a ao meu lado, no mesmo quarto, na mesma
cama. Possivelmente essa era a razão de seu desconforto. Segurei em suas
mãos ao entrarmos em casa.
– Vou pegar um champanhe pra nós, senhora Cullen.
Ela sorriu. Gostei de chamá-la assim. E ela pelo visto também gostara.
Erguemos nossa taça, meus olhos cravados nos dela.
– À nós dois, Edward.
– Me ajude a fazer dar certo, Bella.
– Eu farei.
Rocei de leve meus lábios nos dela. E depois aprofundei o beijo, minha
língua acariciando a dela. Era bom demais ter seu corpo tão junto ao meu, tão
quente e acolhedor.
– Preciso me trocar,Edward. Esse vestido está me incomodando.
– Nosso quarto está a sua disposição.
Ela pareceu hesitar. Segui com ela ate lá parando ao lado da nossa
enorme cama. Nesse momento eu estava tão nervoso quanto ela. Milhares de
pensamentos embaralhados em minha mente.
– Edward?
– Hum?
– Pode....me ajudar com os botões?
Ah....sim..os botões do vestido. Bella se virou de costas pra mim ,
esperando. Minhas mãos tremeram ao tocar sua pele. Percebi o arrepio que
tomou conta do corpo dela também. Afastei seus cabelos para o lado e seu
cheiro me invadiu. Eu estava sendo um canalha? Eu acreditava que não. Eu
só....precisava senti-la. Deslizei minha mão em sua nuca e depositei um beijo
ali, enquanto continuava a desabotoar o vestido. Meu coração batia
absurdamente alto. Talvez ela pudesse ouvi-lo. Assim que terminei admirei a
pele sedosa de suas costas. Passei minhas mãos ali e Bella gemeu baixinho. Se
eu tinha algum resquício de juízo, ele se perdeu nessa hora. Colei mais meu
corpo ao dela, minha boca em seu pescoço, ao mesmo tempo em que deslizei
seu vestido. Segurei os seios fartos e desnudos em minhas mãos. Nós dói
gememos. Virei Bella de frente pra mim. Seu rosto ruborizado denunciando
toda sua vergonha. Olhei pela primeira vez seu corpo semi nu. Seios perfeitos,
firmes,clamando para serem tocados. Minha boca salivou.
– Edward...
Olhei em seus olhos: receio, desejo, paixão.....
– Bella....eu posso parar agora. Eu só não fazia idéia do quanto eu
queria isso.
Ela ficou muda uma eternidade.
– Eu também.
– Bella.....
Abracei-a com força e beijei. Terminei de despi-la, deixando - a apenas
de calcinha.
– Você é linda....demais...
As mãos macias me despiram também. Nossos corpos nus abraçados e
em sintonia,numa troca de calor e desejo intenso. Peguei-a no colo e coloquei
na cama, me deitando junto.
Sua boca procurou a minha, as mãos se enfiando em meus cabelos, me
apertando junto ao seu corpo. Não falávamos nada. Só nossos gemidos se
misturavam ao som de nossa boca e do roçar dos nossos corpos. A pele macia
e quente era altamente sensível ao toque das minhas mãos. O sabor dos seios
em minha boca quase me fazendo perder a sanidade. Eu necessitava me unir
aquele corpo. Precisava me unir aquela mulher que estava se tornando
essencial em minha vida. Afastei com delicadeza suas pernas. Eu não
precisava de um preservativo. Afinal era oco por dentro. Bella fechou os olhos
e me abraçou com força. Meu membro muito rígido se aproximou de sua
entrada e um gemido de dor me paralisou. Minha respiração estava ofegante e
demorei a processar as informações.
– Bella?
– Sim, Edward. É isso mesmo.
Fechei meus olhos e colei minha testa na dela. Quanto mais de si, Bella
me doaria? Bella era virgem. Nunca em toda minha vida eu pensaria nessa
possibilidade. E quando ela encontrasse alguém que amasse de verdade? Se
ela se guardou até hoje....
– Tem certeza, Bella?
Afirmou balançando a cabeça.
– Se esperou até hoje....
Abriu os olhos chocolate que arderam em minha pele.
– Eu sempre tentei imaginar como seria. Não consegui, é claro. Mas eu
só tinha uma certeza. Só poderia ser com a pessoa mais especial da minha
vida.
Engoli em seco, minha respiração se acelerando ainda mais.
– Não poderia ser outro, a não ser você,Edward.
Eu não sei se isso existe ou se era simplesmente delírio meu. Mas eu
tive a certeza de sentir o amor por aquela mulher se instalar em cada célula do
meu corpo e incrustar-se em algum órgão fundamental a minha sobrevivência.
Toquei seu rosto e beijei suavemente sua boca. Aos poucos fui tomando o
corpo da minha mulher,acompanhando cada expressão de êxtase em seu
rosto, que na verdade refletia o meu próprio êxtase. Como se tivéssemos feito
isso a vida toda, Bella enlaçou minha cintura com suas pernas. Nossos corpos
se descobriam, se enroscavam na dança mais sensual que podia existir.
Bella se entregou por inteiro, a onda de prazer que tomou conta do seu
corpo me arrastando junto com ela. Amor.....em sua forma mais verdadeira e
completa.
(Cap. 8) Só o tempo
Bella POV
Há anos atrás eu ouvi uma frase que dizia: Se o toque dos lábios for
intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste
momento, perceba: existe algo mágico entre vocês. Era exatamente assim que
me sentia nesse momento. A sensualidade e intensidade do momento me
arrebatou de maneira tão forte que não consegui evitar que meus olhos
ficassem rasos d’água. Eu que sempre esperei e imaginei como seria minha
primeira vez, não estava preparada pra isso. Edward ainda abraçado ao meu
corpo,beijava meus cabelos. Quando ergueu seus olhos para mim, fazendo
meu coração parar por alguns segundos eu tive a certeza que ele era a pessoa
que esperei a vida toda. Tocou suavemente meu rosto, limpando algumas
lágrimas insistentes que rolaram sem minha permissão.
– Eu não ousaria dizer nada. Jamais encontraria palavras para descrever
o que sinto agora, com você.
– Eu não preciso que me diga nada,Edward.
– Você consegue fazer tudo ficar perfeito,Bella.
O que eu poderia dizer? Que aquilo tudo era apenas por amor a ele? Que
eu daria minha vida,se preciso, para vê-lo feliz? Não...Edward teria que
descobrir isso por si mesmo.
– Está tudo bem?
– Sim.
Edward saiu de cima do meu corpo, mas antes que eu pensasse em
protestar, virou-se para mim, me abraçando.
– Pelo menos foi como você tentou imaginar?
– Não....nunca poderia imaginar isso.
Edward sorriu, beijando minhas mãos.
– Devo ficar feliz, então?
– Creio que sim.
– Você é uma mulher incrível, Bella. Pensei que....sei lá.....Não foi isso
que você me ofereceu.
– Aconteceu....Como eu te disse, acho que só tinha de ser com você.
Virou seu corpo novamente, apenas seu tronco ficando sobre meu corpo.
Desceu beijos pelo meu pescoço, me fazendo arrepiar.
– Sabe que corre risco ficando comigo.
– Como assim?
– nenhum homem ficaria ao seu lado sem se apaixonar, Bella.
Perdi momentaneamente a fala.
– Está querendo me dizer.....que poderia se apaixonar por mim?
– Isso te assusta?
– Não.
Sua boca tomou a minha que imediatamente se abriu, recebendo sua
língua ávida.
– E se eu te disser.....que quero fazer amor com você novamente, você
se assustaria?
Por Deus....não.........era o que eu mais queria. Que Edward me amasse
mais uma vez, várias vezes.
– Não. Porque é esse o meu desejo também.
– Bella........
E logo sua boca tomou meus seios, sugando-os. Sua língua foi aos
poucos contornando meus mamilos, que doíam tamanha excitação.
– Edward….
Toquei em seu membro e Edward gemeu em meu ouvido. Deslizei minha
mão em toda sua extensão, sentindo como ele era grande e duro.
– Bella…
Minhas mãos apertaram suas costas e Edward aprofundou ainda mais
nosso beijo. Dessa vez estava diferente. Edward estava mais ardente. Sua
boca parecia estar em todos os lugares do meu corpo ao mesmo tempo.
Envolvi sua cintura com uma de minhas pernas, enquanto ele entrelaçava
nossas mãos e beijava meus seios.
Eu nunca me imaginei gemendo tanto como nesse momento. Como da
primeira vez Edward me olhou enquanto me penetrava. Num gesto rápido se
virou na cama e meu corpo ficou sobre o dele. Baixei meu tronco e beijei seu
peito,seu pescoço.....sua boca. Uma de suas mãos me segurava pela cintura,
me ajudando nos movimentos. A outra segura minha nuca para que não
interrompêssemos o beijo. Seus quadris se moviam na mesma sincronia que
os meus.
Seu membro firme e rígido entrava e saia de mim, provocando ondas
gigantescas de calor em meu corpo febril. Edward aumentou seu ritmo,
alucinado, tão louco de prazer quanto eu. Segurei em seus cabelos, fazendo
com que me olhasse. O suor escorria em seu rosto e eu me contorcia,
gemendo, o sangue fervendo em minhas veias. Virou-se novamente sobre
mim, sem parar de se mover. A voz rouca e ardente de Edward se fez ouvir
junto quando ele fechou os olhos, já não se segurando mais.
– Vem amor, explode comigo.
Foi forte, foi poderoso, invadiu todos os meus poros e me fez sair do ar.
Acariciei seus cabelos, enquanto Edward tentava recuperar seu fôlego.
– Loucura......o que você me faz sentir,Bella.
Minha mente estava ligeiramente entorpecida. Só percebi quando
Edward saiu de cima de mim, deitando-se ao meu lado e puxando meu corpo
junto ao dele. Dormi sentindo sua pele, seu toque, seu cheiro. E acordei com
um cheiro delicioso de café ao meu lado. Abri meus olhos e Edward estava ao
meu lado sorrindo.
– Bom dia.
– bom dia.
Um forte rubor tomou meu rosto ao me lembrar da noite anterior e de
me lembrar que estava nua.
– Não vai me dizer que está com vergonha de mim.
– Claro que não.
Menti, é óbvio.
– Eu poderia ter feito o café pra você.
– Eu não seria um cavalheiro se permitisse isso,Bella.
– Então eu faço o jantar.
Edward riu alto.
– Ainda está no café da manhã e já pensar no jantar?
Ri também.
– Precaução.
– Não vai fazer jantar algum. Seu primeiro dia nesse casa e vai pra
cozinha? Iremos jantar fora hoje.
– já tinha pensado nisso?
–Sim.
Admitiu. Edward tomou o café da manhã comigo. Eu começava a
vivenciar coisas, antes inimagináveis. Edward me pegou pela mão tão logo
terminamos o café. Eu estava inteiramente nua e seu olhar ferveu ao me olhar
de cima a baixo.
– Linda....perfeita.........
Minha surpresa foi enorme quando ele se dirigiu ao banheiro comigo.
Abriu a ducha e se enfiou debaixo dela, me levando junto. Abraçou meu corpo
e me beijou apaixonadamente, me tirando o fôlego. Minha cabeça tombou para
trás, um leve gemido escapando ao sentir seu membro ereto junto ao meu
corpo.
Edward não fez amor comigo. Mas a sensação do toque de suas mãos e
beijos era imensamente prazerosa. Passamos o dia inteiro em casa, vendo TV,
conversando....e fizemos amor mais uma vez. E a noite saímos para jantar.
Ainda bem que perguntei antes aonde iríamos. O restaurante era luxuoso
demais. Edward estava belíssimo como sempre. Alias tudo com ele era belo,
perfeito. Eu tinha milhões de pensamentos martelando. Mais outros milhões de
perguntas a fazer. Mas me faltava coragem para tudo. Eu estava
completamente entregue a ele, absolutamente apaixonada por ele. Eu não
conseguiria segurar isso dentro de mim por muito mais tempo. Principalmente
depois do que se sucedeu ao jantar. Havia músicos no restaurante e Edward
me pegou para dançar. A música era linda e Edward me olhava com tanta
intensidade que eu quase podia sentir que era exatamente aquilo que ele
queria me dizer.
Tradução da Musica
Como você está essa noite
Algum dia, quando eu estiver terrivelmente chateado
Quando o mundo estiver frio
Eu me sentirei bem só de pensar em você
E como você está essa noite
Você é adorável, com seu sorriso tão aconchegante
E suas bochechas tão macias
Não existe nada para mim além de amar você
E como você está essa noite
A cada palavra, sua ternura cresce
Levando meus medos embora
E aquela risada que enruga seu nariz
Toca meu coração bobo
Sim, você é adorável, nunca, jamais mude
Mantenha esse charme que me tira fôlego
Você não irá, por favor, arranjar isso?
Pois eu te amo
Exatamente como você está essa noite
A cada palavra, a sua ternura cresce
Levando meus medos embora
E aquela risada que enruga seu nariz
Toca meu coração bobo
Sim, você é adorável, nunca, jamais, mude
Mantenha esse charme que me tira o fôlego
Você não irá, por favor, arranjar isso?
Pois eu te amo
Exatamente como você está essa noite
Exatamente como você está essa noite
Querida
Exatamente como você está essa noite
Sua boca ficou muito próxima da minha ao falar.
– Eu nunca me senti tão bem em toda minha vida.
Sua boca colou-se a minha antes que eu dissesse que eu o amava.
Edward me estreitou ainda mais, sem parar de me beijar e dançar comigo. Eu
jamais esperaria que ele chegasse a me amar de verdade. Mas eu daria
milhões de motivos para que ele gostasse de mim. O resto somente o tempo
diria.
(Cap. 9) Viagem a negócios
Edward POV
Eu bem que tentei adiar a volta ao trabalho, mas Bella bateu o pé. Então
ta.....Eu até entendia sua preocupação, afinal estávamos no final do ano e
esses eram os dias mais corridos. Ainda bem que nesse ano fizemos nossa
festa de confraternização mais cedo. Na verdade, eu pretendia com isso passar
as festas de Natal longe da minha família. Mas as coisas mudaram
radicalmente desde então. E mudaram pra muito melhor,é claro. Mesmo que
minha cabeça estivesse um pouco confusa, às vezes. Por exemplo, por mais
linda e desejável que Bella fosse eu não imaginei ou não ousei pensar que
nosso casamento chegasse ao sexo. Mas chegou e foi perfeito. Aliás eu não me
lembrava de algum dia na vida ter me sentido tão feliz e completo.
–Edward?
Bella me olhava com ar preocupado. Só então percebi que já estávamos
na garagem da empresa. Perigoso. Dirigi todo o tempo pensando outras coisas
sem nem ao menos perceber pra onde ia.
–Desculpe-me. Acho que viajei. O que me perguntou?
– Perguntei quando irá rever seus dados....para tentar a adoção
novamente.
–Bom...agora que estamos casados eles irão querer falar com você.
– Mas eles não fazem isso somente depois que a pessoa conseguiu
adotar?
–Fazem antes e depois. Mas farei isso. Pedirei ao Jacob que venha aqui
hoje.
– Quem é Jacob?
– Meu advogado.
–Ah....sim. Tudo bem.
Inacreditavelmente nesses dias eu não havia pensado na questão da
adoção. Somente agora depois que Bella perguntou, me lembrei de ligar para o
Jacob. Passamos pela recepção aonde Tânia e Alice conversavam. Alice deu um
largo sorriso ao nos ver de mãos dadas, como se isso fosse novidade.
–Bom dia Tânia. Bom dia,Alice.
–Bom dia,chefe.
Eu odiava quando Tânia me chamava assim. E eu sabia que ela fazia isso
para me provocar, mas hoje eu estava tranquilo,apenas a encarei.
– Bom dia. Meu casalzinho preferido abandonou a lua de mel?
– Que lua de mel Alice.....sua louca.
Bella a abraçou e depois a Tânia.
– Pronta para recomeçar,Bella? Sua mesa está transbordando de
papéis....
Bella virou-se pra mim.
–Viu como estava certa em voltar hoje?
Acariciei seus cabelos, alheio às outras duas.
– Vou pra minha sala e ligar para o Jacob. Mais tarde eu te encontro.
Dei-lhe um beijo de leve e segui para minha sala. Céus....era fácil demais me
comportar com ela, me esquecendo completamente que nosso casamento foi
pouco convencional. Pelo jeito não era somente Bella que tinha muito trabalho
pela frente. Minha mesa estava um caos. Mas antes de tudo liguei para Jacob.
–Edward....confesso que já estava estranhando sua demora em me ligar.
– Demora,Jacob? Só estou casado há três dias.
–Mesmo assim....
– Pode vir aqui hoje?
– Na verdade eu já adiantei muita coisa, de forma que já consta lá que
você está casado. Agora vão querer falar com Isabella.
– E quando poderá ser?
– Até pra hoje eu consigo.
– Jacob.....está me saindo melhor que a encomenda. Acho que irei
aumentar seus honorários.
Ele riu alto.
–Faça isso depois que tiver com um pentelhinho correndo pela casa.
De repente a imagem de uma garotinha me veio a mente.....linda como
Bella. Bom....mas se eu tivesse a capacidade de ter filhos, provavelmente eu
não estaria com ela agora. Então tratei de tirar aquela imagem da cabeça. Eu
preferia estar casado com ela e adotar do que ter um filho legítimo e casado
com Victória. Assim que terminei com Jacob fui ate a sala de Bella.
– Atrapalho?
– Claro que não.
Sentei-me a sua frente.
– Jacob virá buscá-la para fazerem a entrevista .
– Agora?
– Daqui a pouco. Acha que conseguirá mentir?
–Como assim?
–Eles irão te perguntar por que nos casamos. Logicamente não poderá
dizer a verdade.
Bella me olhou de forma estranha e perturbadora antes de responder.
–Fique tranquilo. Dará certo.
–Agora...tem mais uma coisa.
– Pode falar.
– Eu terei que viajar. Ficarei cinco dias fora. Uma afiliada nossa na Itália
perdeu seu editor chefe. Preciso estar lá.
–Entendo.
Segurei suas mãos sobre a mesa.
– Queria tanto que você fosse comigo.....mas Alice também estará fora.
Eu preciso de você aqui, ocupando meu lugar.
– Eu? Ficou louco,Edward?
–Nem vem,Bella. Você é tão capaz quanto eu ou Alice.
– Edward...não posso...
– Pode. Afinal de contas isso aqui também é seu.
Bella fez uma cara debochada.
– Devo deduzir que você não leu seu contrato de casamento como
deveria.
– Li por auto....por que?
– Deixa pra lá.....esquece. Terá que ser você,Bella. Eu confio em você.
–Tudo bem. Darei o melhor de mim.
Sorri.
– Eu sei que vai....você sempre faz isso.
Uma leve batida na porta e Tânia entrou.
–Edward? Jacob está aqui.
– Mande-o entrar.
Bella me observou,apreensiva.
–Jacob....veio rápido.
–Aquele ideia de aumentar meus honorários ficou rondando minha
cabeça.
Nós dois gargalhamos e em seguida apresentei-o a Bella.
– Podemos ir imediatamente.
Bella se levantou,alisando sua roupa.
–Acha que estou bem assim?
Eu ri daquele absurdo. Bella era perfeita....sempre. Mas Jacob se
adiantou.
– A imagem perfeita.....já até consigo ver o pentelhinho dos dois.
– Menos, Jacob.
–Vai ver só.
Bella saiu com Jacob e voltei a minha sala. Hora de comprar minha
passagem para a Itália. Cinco dias longe de Bella.....isso não me agradava
muito.
Bella POV
Eu não entendi muito bem o que Edward quis dizer com: eu não li muito
bem nosso contrato de casamento. Fiz uma nota mental de ler quando
chegasse em casa. Cinco dias tomando as rédeas da empresa......e cinco dias
longe dele. Tempo demais para quem queria ficar cada segundo grudada nele.
– Nervosa?
Olhei para o tal Jacob. Era um homem bonito. Moreno,alto e forte.
–Um pouco.
– Fique tranquila. Eles vão permitir que eu fique lá. Talvez se sinta mais
segura.
– Pode ser.
Chegamos e fomos direto a sala do Conselho. Jacob deu um tapinha em
minhas mãos,como forma de apoio.
– Senhora Cullen....como vai?
Uma mulher muito alta chamada Julia me recebeu. A partir daí as
perguntas começaram. A primeira delas eu já adivinhava: Por que nos
casamos? A minha resposta era óbvia,pelo menos pra mim. Eu não precisaria
mentir.
– Conheci meu atual marido há alguns anos atrás. Éramos colegas de
faculdade e depois nos tornamos amigos. Mas na verdade....eu sempre fui
apaixonada por ele.
Jacob me olhava de forma estranha. Mas na hora de falar sobre Edward,
precisei mentir.
– Na verdade ele percebeu que me amava também. Nenhum dos dois
tinha coragem de assumir, com medo de estragar a amizade.
Fiquei mais de duas horas lá. E sai de lá confiante. As expressões no
rosto da Julia denunciavam que ela estava gostando muito do que ouvia. Jacob
me levou de volta a empresa.
– Como Edward nunca percebeu isso?
– Isso o que?
– Que você o ama.
Gelei e tentei mentir.
– Eu precisava dizer isso ou não......
– Nem tente me enganar, Isabella. Sei quando uma pessoa está me
mentindo. E definitivamente.........quando você disse que sempre foi
apaixonada por ele......foi a mais pura verdade.
Como dizem: quem cala, consente. Meu silêncio disse tudo.
– Por que não conta a ele?
– Por Deus,Jacob. Não.....e nem quero falar nesse assunto.
Ele deu de ombros e não falou mais nada. Confiei que ele não diria nada
a Edward. Foi para a sala dele e eu voltei para a minha. Alguns minutos depois
Edward entrou.
– Jacob está esperançoso.
– Eu acho que vai dar certo.
– Não quero pensar nisso agora. Vamos pra casa?
– Assim tão cedo?
– Tenho que arrumar algumas coisas. E é bom que passo mais tempo
com você.
Ouvir aquilo me animou e nem me importei que estivesse cheia de
trabalho. Fui com ele pra casa. Realmente ele queria ficar mais tempo comigo.
Não arrumou coisa alguma. Apenas foi para nosso quarto e fez amor comigo.
Se eu continuasse a amar Edward a cada dia mais intensamente, logo eu não
seria eu mesma. Seria inteiramente Edward. Era isso o que acontecia. A cada
gesto dele, inesperado ou não, eu me apaixonava mais por ele. Pior de tudo foi
me despedir dele na manhã seguinte. Cinco dias... O jeito foi enfiar a cara no
trabalho. Alice também estava fora e eu me senti mais só do que nunca.
Edward me ligava todos os dias, mais de uma vez. Mesmo assim não aplacava
saudade que sentia dele. E à noite era pior. Apesar do pouco tempo em que
dormíamos juntos, eu sentia falta do seu corpo na cama. Além do mais, eu
sempre tive medo da noite, do escuro. Dormia todos os dias com as luzes
acesas. No terceiro dia em que ele estava fora, cheguei em casa e tomei um
longo banho. Liguei a TV e como nas noites anteriores dormi antes que o filme
terminasse. As luzes, é claro, ficaram acesas. O sono pesado não me impediu
de sentir o movimento ao meu lado. Meu coração disparou e minhas mãos
suaram. Abri ligeiramente os olhos e estava tudo escuro. Eu tinha a certeza de
ter deixado as luzes acesas. O medo tomou conta de mim e sem me segurar,
arfei alto. Uma mão suave tocou meu ombro.
– Acordei você?
Virei-me de uma vez em direção a voz.
– EDWARD!!!Você voltou....
Não contive meu ímpeto e o abracei com força.
Ele riu beijando meu cabelo.
– Estou lá ainda.....quer dizer....deveria estar.
– Como assim?
– Tenho que estar lá amanha, pela manhã.
– Então o que faz aqui?
Ele me olhou intensamente antes de responder.
– Não consegui ficar longe de você.
– Edward....
No instante seguinte seu corpo estava sobre o meu. As mãos macias e
firmes retiraram minha camisola enquanto sua boca traçava uma linha de fogo
em meu pescoço. Eu não tinha ideia do quanto meu corpo ansiava por aquele
contato. Eu amava a forma como Edward me penetrava, sempre me olhando
nos olhos e me beijando em seguida. Abracei-o fortemente enquanto o recebia
dentro de mim, me movendo junto com ele. Não havia espaço suficiente para
nossas mãos que se tocavam o tempo todo, se encontravam,se apertavam. Eu
sentia o êxtase se aproximando. Segurei com força em seus cabelos, o ar
abandonando meus pulmões.
– Edward....eu........
Seu rosto estava enterrado em meu ombro, enquanto continuava suas
investidas em mim.
– Você o que, meu amor?
–Eu.....senti tanto sua falta.
– Eu também,Bella.......eu também.
Meu corpo estremeceu e entreguei meu prazer ao mesmo tempo em que
recebia o seu. Dormi agarrada a ele, mais feliz do que nunca. Edward havia
voltado apenas para ficar algumas horas ao meu lado. Acordei com ele já
vestido, ao lado da cama. Me deu um beijo demorado.
– já vai?
– Sim. Ou perco o voo.
– Edward?
– Sim?
– Obrigada por ter vindo.
Sua mão acariciou de leve minha bochecha.
– Senti sua falta.
– Aliás....Bella, por que dorme com as luzes acesas?
Meu rosto pegou fogo.
– Eu.....tenho medo....do escuro....da noite.
Abaixou-se perto de mim, seu rosto quase colado ao meu.
– Medo? Por que? A noite podemos ver as estrelas.
Sua boca roçava a minha e eu quase gemi com isso.
– Você consegue me fazer vê-las mesmo que não seja a noite.
Edward sorriu e me beijou mais uma vez.
– Se cuida. Eu volto logo.
Assim que Edward saiu me virei na cama, enterrando meu rosto no
travesseiro. Merda...........perdidamente apaixonada.. Mas o fato de ter vindo
me ver me deu ânimo para trabalhar esse dias, mais alegre, mais feliz. E
quando finalmente chegou o dia em que ele voltaria, me arrumei com esmero.
Queria estar linda quando ele chegasse. Apesar de estar ocupando o cargo
dele, eu ainda usava minha sala. Alice irrompeu por ali, me assustando.
– Bella.....preciso que me ajude.
– O que foi,Alice?
Alice tinha voltado no dia anterior. E como só faltava um dia para Edward
voltar, continuei a ocupar o cargo.
– Tenho uma reunião importante agora. E teríamos que fazer uma
matéria com o Damon sobre....
Ela fez uma pose e uma cara tão engraçada que comecei a rir.
– Sobre Beleza masculina.
– Só você mesma, Alice.
– Ele já está quase chegando, Bella. Por favor.
– tudo bem. Eu faço a matéria com ele.
– pode usar o escritório 3. É o melhor.
– tudo bem, então.
Vinte minutos depois, uma Tânia ruborizada me informou que o tal
Damon havia chegado.
Era realmente um homem belíssimo. Mas nada que se comparasse ao
meu Edward, é claro.
Nos dirigimos ao escritório três e começamos a matéria.
Além de bonito era um homem agradável e divertido. Uma hora e meia
depois ainda não tínhamos terminado a matéria. Bebericávamos um café que
Tânia levou e eu ria de alguma coisa que ele falou, nem me lembro o que era.
Uma ligeira batida na porta e Edward entrou.
– Boa tarde.
Damon se levantou sorrindo e cumprimentou Edward.
– Como vai, Edward?
– Não tão bem quanto você.
A secura de Edward me pegou de surpresa. Queria abraçá-lo e matar
minha saudade. Mas o olhar quase furioso dele desceu pelo meu corpo, ainda
sentado, de pernas cruzadas. E me paralisou por uns instantes.
– Bella...
– Como foi de viagem?
– Bem. Não terminaram ainda?
Completamente sem graça, Damon me olhou antes de responder.
– Sim. Estávamos......jogando conversa fora.
– Ótimo...pelo visto Bella não tem mais o que fazer. Podemos ir pra casa.
Eu não estava entendendo Edward. Sempre tão polido e educado. Que
merda estava acontecendo agora? Estendeu mais uma vez a mão pra Damon e
saiu.
– Te espero na minha sala.
Fiquei completamente sem chão, com cara de palhaça.
– Bem..foi um prazer, Bella. Mas acho que devo ir agora. Edward não me
pareceu bem humorado.
– Obrigada, Damon. A matéria ficará perfeita. E me desculpe por
Edward. Deve estar cansado da viagem.
Acompanhei-o até a recepção e antes que voltasse pra sala dele, Tânia
me barrou.
– O que aconteceu?
– Por que?
– Edward está furioso...quase me derrubou quando passou por mim. E
além disso me maltratou....e a Alice também.
– Alice já voltou?
– Acabou de chegar.
– bom...deixe-me enfrentar a fera então.
– Boa sorte.
Bati e entrei. Edward estava sentado a sua mesa e seu olhar percorreu
meu corpo mais uma vez ao me ver entrar. Seu olhar era tão frio e ao mesmo
tempo raivoso que estremeci.
– O que aconteceu,Edward?
Ele não disse nada. Apenas continuou me encarando. Eu não tinha
certeza se gostava de ver Edward com raiva. Parecia um leão pronto para o
ataque e eu nem mesmo sabia o porque.
Edward se levantou e se aproximou de mim, a respiração ofegante. Me
puxou com força e me beijou com tanta fúria que meus lábios sangraram.
–Edward....
Seus olhos estavam em chamas.
– Você é minha, entendeu?
Porra.....e quem disse o contrário?
Edward POv
Eu me perguntava como a vida de uma pessoa pode mudar tanto de
uma hora para outra. E no meu caso, para muito melhor. Eu não tinha dúvida
alguma de que Bella era minha alma gêmea nesse mundo. Sua alma era tão
pura e linda que apenas sua presença ao meu lado virara minha vida ao
avesso. Concordara comigo em continuar tentando a adoção. E eu percebia
que isso não era somente para me agradar. Ela fazia isso porque queria,
porque achava certo......porque era uma pessoa realmente maravilhosa.
Depois de estarmos juntos eu passei a acreditar que quando estamos cercados
de pessoas que nos amam, isso só nos traz coisas boas. Como se fosse
automático. E eu não estava errado em pensar assim. No momento em que
pisamos naquele abrigo, nos jardins enormes da propriedade, uma garotinha
franzina de cabelos castanhos se aproximou de mim e segurou minha mão.
– você veio me buscar?
Abaixei-me frente a ela ,tirando alguns fios de cabelo do seu rosto. Era
tão linda. A emoção bateu forte em mim. Como alguém que não tinha nada,
estava no fundo do poço, de repente tinha o mundo em suas mãos? Tinha a
mulher que amava e que me amava, meu filho crescendo em seu ventre......e
aqui na minha frente uma garotinha linda, frágil e indefesa praticamente me
pedindo para ser seu pai. Emily era o nome dela. Não resisti a dar um abraço
apertado nela. Era ela......a garotinha que eu escolheria. Vi a aprovação nos
olhos de Bella e isso só me fez seguir em frente. No entanto as atitudes de
Julia me intrigavam. Por que se sentia tão desconfortável? O choque veio em
seguida. Emily era portadora do vírus HIV. Por isso a pobrezinha estava a tanto
tempo a espera de uma família. E dai?
– Eu não tenho que pensar nada, Julia. Será bem melhor assim. Eu
tenho condições financeiras para ajudar a tratá-la.
– Como?
– É ela, Júlia. Eu escolho a Emily. É ela quem eu quero.
– Edward....não acho que deva tomar uma decisão precipitada, baseada
na emoção.
Olhei pra Bella que negou com a cabeça.
– Agora eu entendo por que ela nunca foi adotada. Será que são as
pessoas que não querem? ou vocês dificultam as coisas? Por que ela tem uma
doença não merece ter uma família que a ame? Pior....ela não é digna de ser
amada? Que droga de instituição é essa?
Bella tocou meu braço.
– Edward....
– Senhor cullen.....está me ofendendo.
– Não foi essa minha intenção, Júlia. Mas acho que não sou nenhum
garotinho para ser levado apenas pela emoção. Não vou negar que ela me
tocou profundamente. Mas e dai? Eu nem sabia que ela era portadora do vírus.
Não a escolhi por causa disso.
Ficamos em silêncio um bom tempo ate que Julia deu um sorriso
compreensivo.
– O senhor é um grande homem, senhor Cullen. Eu não tenho mais
dúvidas que Emily terá uma família especial, assim como ela.
Bella me abraçou e dei um beijo em seu cabelo.
– Bom....o certificado de adoção vocês já tem. Foi me enviado pela
psicóloga que conversou com vocês. A criança já esta escolhida. Ainda essa
semana poderá levá-la.
suspirei aliviado, feliz....
– Posso falar com ela novamente?
– Só peço que tenha tato para falar com ela. Elas ficam agitadas quando
ficam sabendo que serão adotadas. É melhor que saibam no dia em que serão
levadas.
– tudo bem. So que prometi que falaria com ela.
– fique a vontade. E....meus parabéns.
Apertei sua mão e segui com Bella ate o jardim. Avistei-a sentada num
banco, afastada das demais crianças. Sentei-me ao seu lado.
– você veio.
– Eu prometi, lembra?
– Vai me levar com você?
– Olha...vamos combinar uma coisa? - Sim.
– Eu volto pra te ver. Se eu for levá-la, primeiro tenho que conversar
com outras pessoas daqui, entende?
Ela afirmou.
– E além do mais.....em minha casa não ha um quarto de princesa pra
você. Eu terei que preparar um, não acha?
Seus olhos brilharam e ela me abraçou forte.
– Bella.....venha cá. Sentou -se ao lado, deixando-a entre nós.
– Emily....essa é minha esposa, Bella.
– Será a minha mãe?
Vi os olhos dela se encherem de lágrimas. Deus...como essa mulher era
perfeita pra mim!!
– Sim, meu bem. eu serei sua mamãe.
Abraçou Bella também. Minha vontade era de levá-la agora mesmo. Mas
eu não menti quando disse que não tinha um quarto para ela. Claro que
sempre teve um reservado para meu filho, desde quando me casei com
Victoria. Mas pra ela teria que ser especial. Sem contar que ainda viria outro
que nem sabíamos o sexo.
– Eu volto amanhã. Tudo bem?
Ela assentiu, me abraçando novamente. Somente quando sai dali eu
desabei. Droga...eu estava ficando mole mesmo. Bella me abraçou antes de
entramos no carro, beijou meu rosto, secando as lágrimas que escorriam.
– Viu o que você faz na minha vida?
– Eu não, Edward. Você que é maravilhoso. So está colhendo o que de
melhor a vida pode te dar.
– Acho que não tenho condições de mais nada agora.
– Bom....ainda temos que ir ao médico e depois.....
– Depois o que?
– Não acha que deveríamos procurar uma decoradora? Para preparar o
quarto dela?
– Não.
Bella me olhou confusa.
– Nós dois iremos fazer isso. Faço questão.
Ela sorriu abertamente.
– Vamos....eu dirijo. você definitivamente não está em condições.
Permiti que Bella dirigisse. Realmente meu psicológico estava meio
abalado. Coisa boa,é claro.
– Quer saber? Nada de ir para casa. Vamos já olhar o quarto da Emily.
Depois almoçamos e vamos ao consultório médico.
– Ótimo. É bom ficar com a mente ocupada, para controlar sua
ansiedade. Estou vendo que está transbordando.
Eu ri. Bella me conhecia muito bem. Talvez mais do que eu mesmo.
Passamos horas escolhendo o "enxoval" da Emily. Eu já tinha ligado para o
Jacob, pedindo que ficasse de olho e tentasse ao máximo agilizar as coisas.
Não que precisasse. Como Júlia mesma dissera, eu já poderia ter trazido Emily
para casa, uma vez que já tínhamos o certificado de adoção e escolhido a
criança.
– Quanto ao papel de parede, Edward.....acho que não deviríamos nos
arriscar.
– Também acho. Melhor procurar alguém mesmo.
– Então agora iremos almoçar.
Eu estava mais tranquilo agora, não menos emocionado, uma vez que eu
era uma manteiga derretida mesmo. Almoçávamos tranquilamente quando
percebi Bella ficar tensa. Olhei para trás e vi que Victoria acabara de entrar e
já tinha nos visto. Mas felizmente não se aproximou.
– Fique tranquila. Não irei fazer nada. Não hoje
– O que quer dizer com não hoje?
– Acha que vou deixar passar assim? Bella eu fui enganado esse tempo
todo. E da pior maneira possível. Mas também fui um burro. Acreditei demais
nela.
Ela permaneceu calada. Estendi minha mão e toquei a sua.
– Fique tranquila. E esqueça que ela está aqui.
– Tudo bem. Não vale a pena mesmo.
Assim que saímos já estava praticamente no horário marcado com o
médico. Bella fez questão que fosse com o tal Patrick.
– Senhor Cullen, como vai?
– Edward, por favor.
– Sim....Edward. Então....feliz com a notícia?
– Não vejo como poderia ser melhor.
Ele sorriu.
– Bom...vou fazer um exame ultra som apenas para verificar a data
correta da gestação. Imagino que seja pouco tempo pelo que Bella me falou.
– sim. Estamos casados a pouco tempo.
– Pois bem......na próxima consulta poderemos fazer outro...e ai sim,
poderão ouvir o coração do bebê.
Bella me olhou, sorrindo.
– E também irei receitar umas vitaminas. É importante que comece a
tomá-las logo. Além das vacinas, é claro.
Enquanto Bella se trocava para o exame, ele puxou assunto.
– Sei que acabamos de nos conhecer, mas imagino que sua esposa
tenha comentado que sou médico de sua ex esposa também.
– Sim,ela me contou.
– Resolveu refazer o teste de fertilidade?
– Claro que não. Se Bella está grávida...é óbvio que aquele exame.....
Ele mesmo completou.
– Pode ter sido adulterado.
– Sim.
– Edward....já pensou na possibilidade...que talvez Victoria não quisesse
filhos de maneira alguma?
– Agora eu vejo isso. antes eu pensava realmente....que o problema
fosse comigo.
– Entendo.
Bella retornou cortando nosso assunto. eu tive a impressão que ele
queria dizer algo mais. Só não imaginava o que. Ou talvez, no fundo, já
soubesse. Bella deitou-se na mesa de exames e sentei-me na cadeira ao lado,
enquanto Patrick fazia o ultra som. Realmente ainda não se via nada, pelo
menos para olhos leigos. Eu mal pude acreditar quando vi a provável idade
gestacional. Pelo que está ali....era apenas uma probabilidade, como disse
PAtrick.......Bella havia engravidado no dia do nosso casamento. Nossa
primeira noite....... Patrick parecia pensar a mesma coisa.
– Mais fértil que isso, impossível. Os dois, na verdade.
Ok....se eu quisesse um time de futebol....tinha munição pra isso.
– Nossa....
– O que foi?
Bella e eu íamos para a farmácia a procura das vitaminas que Patrick
receitou.
– Engravidei logo de cara.
– Você e eu....tinha que ser assim, não acha? Não é tudo tão certo entre
nós dois?
Bella segurou minha mão.
– Edward....não acha que deveremos dar mais uma ida até sua casa?
– Quer dizer...para falar sobre Emily?
– Sim. Sabe que até nossos pensamentos são iguais? Eu estava
pensando nisso agora mesmo.
– Humm....será que está pensando no mesmo que eu, para quando
voltarmos pra casa?
Abracei seu corpo com força e a beijei.
– Eu tenho certeza que sim.
Eu não temia nada., absolutamente mais nada nessa vida. Eu conheci
um dos lados piores da vida: a tristeza e a solidão. Acho que somente quem já
vivenciou isso poderá entender o tamanho da minha felicidade com tudo o que
me acontecia. Mas a minha felicidade teria que ser proporcional a felicidade
que eu proporcionaria a Bella. A única razão para eu me manter vivo.
Bella POV
Eu tinha ou não tinha o direito de estar envaidecia? Tinha o homem
maravilhoso e que me amava. Estava grávida dele. Consegui engravidar do
meu homem em nossa primeira noite. Demais pra mim. A felicidade de Edward
era contagiante. Não me lembro de tê-lo visto tão bem nem em seus tempos
de solteiro. Agora íamos novamente a casa dos pais dele. Ja tínhamos passado
mais da metade do dia escolhendo tudo para receber Emily. Era uma garotinha
de sorte. Teria o melhor pai que uma criança poderia desejar.
– Está com medo da reação da sua família?
– Não. por vários motivos. Primeiro eles não são preconceituosos.
Segundo....eu não estou indo pedir opinião, estou indo comunicar um fato. E
faço isso apenas para que já fiquem cientes. Eu não quero que discriminem a
Emily. Se por acaso eles não conseguirem lhe dar com ela, é melhor nem
conhecê-la.
– Mas concordo com você, Edward. Sua família te adora e o apoiará
sempre.
– Se você me apoiar e estiver comigo,Bella....eu já não preciso de mais
nada.
Edward sempre conseguia me deixar sem graça. Será que ele não
percebia que não era eu? Era ele.....por ele ser o que era, as coisas
começavam a dar certo pra ele. Não é possível que uma pessoa maravilhosa
como ele não merecesse ser feliz. Deus não seria tão injusto. Chegamos a casa
de seus pais e como sempre estavam reunidos na sala de estar.
– Que surpresa. Não esperávamos vê-los tão cedo.
– Esme pensou que estariam em lua de mel, Edward.
– Iremos, pai. Mas daqui a um tempo.
Iremos? Edward não comentara nada a respeito.
– Vou ser rápido. Estou cansado e doido para ir para casa.
Sentei ao lado de Edward, ele segurando minha mão.
– Eu e Bella estivemos hoje com a assistente social.
Esme nem esperou que ele falasse.
– Ah...meu Deus...conseguiram a adoção?
Edward riu.
– Sim.
Foi uma euforia. Beijos e abraços, Esme quase chorando.
– E quando irão la escolher?
– Eu já escolhi, mãe. É uma garotinha de 4 anos.
– Uma garotinha!!!Meu Deus...que lindo, Edward. Estou tão emocionada
por ser avó. Como ela se chama?
– Emily. Ela é....muito especial.
– Com certeza é. Vejo o brilho em seus olhos.
– Emily está no abrigo desde os três meses de vida.
– Que pena.....ah ...covardia.
–Mãe....pai.... - eu disse que Emily é especial, e é. Ela é portadora do
HIV. Silêncio. Edward esperou, olhando em cada rosto. Até que Esme quebrou
o silêncio.
– Por isso ninguém a adotou?
– Eu imagino que sim.
Carlisle levantou-se novamente e abraçou Edward mais uma vez.
– E só poderia ser alguém como você para fazer isso, filho. Não sabe o
orgulho que tenho em ser SEU PAI. Essa garota não sabe, mas terá o melhor
pai que ela poderia sonhar.
Esme se juntou aos dois.
– Nós temos orgulho, filho. Você é lindo ....de todas as formas que
podemos imaginar.
– Obrigado, pai e mãe...Alice....
Estendeu a mão para mim.
–E Bella. Eu não conseguiria seguir....se não fossem vocês.
– Não vejo a hora de conhecer minha netinha, Edward.
Eu prestava atenção naquela família. Pra mim, so existiam em contos de
fadas. Tinham um coração enorme, generoso...Uma família incrível. Edward
não se estendeu muito. De verdade, estávamos cansados, mas muito a fim de
ficarmos a sós. Nossa noite foi especial. Nada de diferente. Eu apenas podia
sentir nosso amor em cada toque, em cada gesto, em cada olhar. Era justo
sermos felizes. Pelo menos, eu penso assim.
Dois dias depois, Edward estava visivelmente tenso. Conseguimos
colocar o quarto da Emily pronto em tempo recorde. E hoje iríamos buscá-la.
– Calma,amor. Vai dar tudo certo.
–Será que ela vai gostar do quarto,Bella?
– Não....ela nem vai reparar nisso. Aposto que irá amar a ideia de ser
sua filha.
Edward me abraçou, o rosto em meus cabelos.
– Ajude-me a ser um bom pai para ela, Bella. Não so pra ela....para o
nosso bebê também.
– Você não precisa de ajuda para ser maravilhoso, Edward. É um dom
que você tem...fazer as pessoas felizes.
– obrigado, amor.
– Vamos? Eu aposto que ela está curiosa para saber aonde vai hoje.
Combinamos com Julia de não contar nada a Emily. Deixaram-na pronta para
um passeio. Edward diria a ela que estava indo para buscá-la.
– Você quer fazer isso sozinho?
– Não....você é a mãe dela.
Sorri.
–Com certeza eu irei ao seu lado.
Ela estava como de costume. Sentada num banco, sozinha. Era uma
cena de cortar o coração. Parecia que as outras crianças a evitavam.
– Vá na frente, Edward. Estou indo logo atrás de você.
Ele me deu um beijo e foi até ela. Assim que ela o viu, abriu os
bracinhos para ele. Me aproximei mais a tempo de ouvi-los.
– Vai me levar para conhecer um parque?
– Não conhece um parque?
– Não.
– Hoje, não. Mas eu prometo que irei levá-la, tudo bem?
Ela assentiu.
– Então vai me levar aonde?
– Vou.....levá-la para conhecer sua nova casa.
A boca tão pequena tremeu.
– Nova casa?
Edward pegou uma mecha de seu cabelo, colocando atrás da orelha.
– Eu sei que você não gostaria de ter um pai tão feioso e chato.....mas
eu adoraria ter uma filha linda como você.
– Você é lindo.
Edward abriu seu sorriso maravilhoso.
– E tenho uma filha linda agora. Está pronta para irmos pra nossa casa,
meu anjo?
– Será meu papai.....de verdade?
Edward ia desabar...eu via....caminhei ,ficando mais próxima.
– Sim. É minha filhinha agora. minha e da Bella.
Ela me olhou, os lábios mais trêmulos agora e pequenas lagrimas caindo
dos olhos verdes. Edward estava agachado a sua frente. De repente Emily o
enlaçou pelo pescoço, seu pequeno corpo também trêmulo.
– Eu já posso falar que eu te amo, papai?
Edward a apertou em seu abraço, agora chorando convulsivamente.
Tapei minha boca, tentando segurar meu próprio choro.
Era a imagem mais tocante que eu já tinha presenciado.
Pai e filha, enfim, se reconhecendo.
Olhei para trás e observei as duas mulheres da minha vida dormindo exaustas,
a cabeça das duas colada uma na outra. Lindas e eu as amava demais.
Senti que meu semblante se fechava. Isso me fazia lembrar Victoria e tudo o
que me fez passar. Mas no caso dessa mulher era bem pior. Se não queria, por
que não evitou?
–Então logo assim que nasceu ela simplesmente evaporou. Deixou-me sozinho
com o bebê.
– Nossa... e como se virou sozinho?
– Tive ajuda da minha família. Mas o que importa é que hoje ela é uma bela
garota de 16 anos.
– Ah... parabéns.
– Obrigado.
Fiquei pensando em quantas pessoas nesse mundo teriam a mesma sorte que
eu. Encontrar uma mulher como Bella, uma filha como Emily e ainda mais dois
bebês. Eu fui muito agraciado e não deixava de agradecer um dia sequer.
Assim que o táxi parou passei o dedo no rosto de Bella.
– Acha que devemos acordá-la? Deve estar suada, é ruim dormir assim.
– Vamos deixar. Se ela estiver incomodada ela acorda e nos chama.
Bella começou a ajeitar algumas coisas, mas eu peguei suas mãos puxando-a
para mim.
– Amor são mais de nove da noite. Não vai mexer com nada. Amanhã as
empregadas cuidam de tudo.
– Tudo bem. Não irei insistir.
–Está com fome?
–Não. Só quero um banho.
–Então tomaremos um banho. Mas irá comer alguma coisa, sabe que não pode
ficar sem se alimentar.
Levei as mãos até seu ventre, acariciando-o.
– Estão bem?
– Estão, amor. Ótimos.
–Que dia iremos fazer o ultrassom?
– Amanhã, esqueceu?
– Estou meio perdido no tempo.
– Edward você acredita nessas coisas que dizem por ai? Que quando estamos
felizes demais alguma coisa ruim está por vir?
– Claro que não, amor. Que besteira. Se fosse assim era pra ter acontecido há
muito tempo. Estou muito feliz desde quando você voltou para Nova Yorque.
Ela encostou a cabeça em meu peito, fechando os olhos.
– Às vezes tenho medo. Não sei bom do que. Talvez que algo aconteça a
vocês... e eu perca algum de vocês.
– Pare com isso, Bella.
Ergui seu corpo e coloquei-a de frente pra mim, ainda sentada no meu colo.
– Você está apenas mais sensível por causa da gravidez. Estamos todos bem e
assim continuaremos tudo bem?
–É... pode ser mesmo. Ando mais sensível.
–Sim. Mais sensível e insuportavelmente gostosa.
Ela ficou vermelha, mas sorriu. Incrível como ainda conseguia ficar
envergonhada.
Segurei seus seios e apertei levemente os mamilos. Bella suspirou e segurou
meus cabelos. Baixei a cabeça e passei a língua languidamente sobre lês
fazendo Bella gemer baixinho. Mordi e suguei, apertando suas costas, forçando
seu corpo para colar-se ao meu.
Bella POV
Acordei com o corpo fantasticamente relaxado. Estava cansada na noite
anterior, mas nada que um banho na banheira e fazer amor com Edward não
melhorasse. Nos braços dele eu relaxava me liberava. Suspirava satisfeita só
em me lembrar das mãos poderosas em meu corpo, a boca cálida passeando
pela minha pele... Nem percebi como fui para a cama. Logo depois de chegar
ao ápice, creio que apaguei. Então certamente Edward me levou para cama.
Prova disse é que eu estava nua. Raramente dormia nua.
Olhei para seu rosto sereno dormindo ao meu lado, os braços em volta da
minha cintura. Ergui-me cuidadosamente para não acordá-lo. Estava cansado.
Tenho a impressão de tê-lo visto se levantar durante a madrugada,
provavelmente para olhar Emily.
Tomei um banho e me troquei. Depois fui até o quarto da Emily. Estava
sentada na cama também vestida com um roupão, os cabelos molhados.
Eu estava tão ou mais curiosa que Edward. Se bem que ele disfarçava bem, e
como era louco por crianças, imagino que estava fervilhando mais que eu.
Emily também estava ansiosa, tanto que torcia nervosamente a barra do seu
vestido.
– Isabella? Vamos?
A médica chamou da porta e imediatamente coloquei-me de pé. Edward e
Emily também.
– Suponho que os dois também irão entrar?
– Há algum problema?
– Não. Absolutamente.
Entramos os três na sala reservada ao exame.
– Como tem passado Isabella?
– Ótima.
–Enjoos, tonturas...
– Nada.
– Tem tomado as vitaminas e as vacinas que prescrevi?
– Está tudo em dia.
– Trouxe o seu cartão de pré-natal? Iremos anotar algumas coisas sobre os
bebês hoje.
Passei o cartão para ela e depois de escrever durante um tempo pediu que eu
me trocasse para começarmos o exame.
Edward estava visivelmente nervoso agora. Era comum ele ficar muito quieto
quando estava nervoso.
Ajeitei-me sobre a mesa e logo em seguida senti o gel frio sobre minha pele.
Edward e eu choramos ainda mais. Ele muito mais. Eu sabia exatamente o que
esse momento significava para ele. Mas ele ainda me surpreendia com suas
palavras.
– Deus não pode estar em todos os lugares, por isso ele fez você*.
Fechei meus olhos, a garganta embargada. Edward era incrível. Se existia
alguém no mundo que merecia ser feliz, esse alguém era ele.
Ainda que eu vivesse mil anos, jamais me perdoaria por me casado com
essa mulher horrorosa. Quando eu pensava no que poderia ter acontecido com
minha garotinha minha raiva aumentava. Minha vontade era pegar Victoria
pelos cabelos e bater tanto nela, mas tanto..até deixá-la mole, caída na
sarjeta. Entretanto, mesmo com toda raiva que eu sentia, não iria permitir que
ela me arrastasse pra lama também.
Eu quase apertava seu pescoço, meu corpo parcialmente sobre o dela no
sofá. E a vagabunda sorria, pensando que iria me seduzir.
Deus...pensando agora em minha Bella... como eu pude ser tão cego
assim? Balancei minha cabeça, indignado. Não era hora para arrependimentos.
Era hora de fazer essa maldita pagar pelo que fez à minha filhinha.
–Esse será o último aviso que irei dar, Victoria. Espero que não se
esqueça. Quero você longe da minha vida, da minha esposa e das minhas
filhas. Vou ensinar a você como é bom judiar de uma criança indefesa.
– Que lindo, Edward... papai de uma garotinha aidética. Você é tão
perfeito...dá vontade de chorar.
Apertei suas bochechas com tanta força que tive medo de quebrar seu
maxilar.
– Nunca mais fale assim da minha filha, sua ordinária.
Agarrei-a pelo braço e sai arrastando-a pela sala.
– Vamos para o quarto, amor?
Não respondi. Ela tropeçava nos próprios pé enquanto subíamos os
degraus da escada que levava à cobertura. Bendita hora em que deixei a
cobertura pra ela, agora me seria útil. Além da piscina, havia a sauna. E ali, no
espaço reservado à sauna...a ducha. Eu bem sabia da potência dessa ducha,
afinal eu mesmo escolhi.
Quando percebeu pra onde íamos, Victória forçou o corpo para trás.
– Quieta... melhor não me irritar.
– O que vai fazer? Está querendo me matar asfixiada na sauna?
– Está com medo agora por quê? Você é forte.
– Edward...pare com isso. Eu apenas fui levar sua filhinha para tomar
um sorvete.
Peguei-a com força de novo pelos dois braços, sacudindo-a.
– O que pretendia com isso? Fale? Ela é só uma criança, merda!
– Eu não ia fazer mal a ela.
– MAS PODIA TER FEITO! DIGA O QUE QUERIA, SUA DESGRAÇADA.
Os lábios dela tremiam e eu vi o pânico em seus olhos. Em todo o tempo
em que estivemos casados, ela nunca me viu assim tão alterado. Talvez
pensasse que eu jamais seria capaz disso.
– Eu... eu queria apenas dar um susto na Bella.
– E a troco do que deixou –a na chuva?
Ela não respondeu. Sacudia-a pelos braços novamente.
– Fale, Victoria. Não me faça perder a paciência.
– Ela me falou que tem HIV...e eu queria que ela ficasse doente e assim
você culparia a idiota da Bella e voltaria pra mim.
Afastei-me dela, horrorizado.
–Que espécie de mulher é você? Você...é doente. Eu jamais culparia
Bella de nada. Ela é a melhor mãe do mundo. Coisa que você nunca será. Olha
até onde você desceu, Victoria. Você...você poderia ter matado a minha filha.
– QUE MORRA! ISSO NÃO VAI DEMORAR A ACONTECER MESMO. É UMA
AIDÉTICA.
A raiva me cegou e estapeei-a com tanta força que seu corpo caiu para
trás. Preconceituosa, maldosa...falar assim da minha filha. Ela não iria
morrer... cresceria forte e saudável. Meu peito doía ao pensar nessas palavras.
Totalmente descontrolado, eu tire-a do chão pelos cabelos e arrastei-a até o
banheiro da sauna. Ela gritava de dor, mas não me importei. Joguei-a a um
canto, onde ficou encolhida.
– O que irá fazer comigo?
– Você vai provar do seu próprio veneno.
Fui até a enorme ducha e direcionei o jato até ela. Abri e imediatamente
o forte jato de água gelada atingiu Victoria. Ela berrou e escorregou um pouco
mais pelo chão. A força da água era tanta que ela simplesmente não conseguia
se levantar.
– Pare com isso, pelo amor de Deus...
Direcionei a ducha novamente, dessa vez mais para o chão, onde ela
estava caída. O impacto da água sobre seu corpo fazia com que ele girasse no
chão. Victoria esperneava mas não conseguia se levantar.
– Meu Deus...eu vou ADOECER.....EDWARD....
–Sim...vai...exatamente como pretendia com a Emily.
Arrastando-se ela conseguiu escapar do jato de água. Peguei –a de volta
e coloquei-a de pé, ficando atrás dela. E logo e m seguida soltei de novo. A
força da água a derrubou. Victoria se arrastou no chão e ficou encolhida no
canto da parede. Mais uma vez fui até a ducha e direcionei para ela. Ela
perdeu o fôlego e ofegou, mas nem teve forças para sair do lugar. Fiquei
parado, observando. Quando vi que ela não tinha mais forças, fechei a ducha e
me aproximei do seu corpo caído no chão. Ela tremia incontrolavelmente.
– Não queira estar viva para ver o que farei com você se por acaso se
aproximar da minha família novamente. E dê-se por satisfeita por ser eu aqui.
Se fossem as mulheres Cullen...estaria arruinada.
– Por favor...Ed...me leve La pra baixo. Eu posso
adoecer...tenho...filmagem hoje.
– Você ajudou a Emily? Não. Você deixou-a do lado de fora da casa.
Então...é aqui que você ficará até ter forças para descer com suas próprias
pernas.
Não tive pena. Era a imagem da derrota. Mas eu tinha certeza que o
castigo dela não terminava aqui. Alice não deixaria barato. Mas Bella teria que
ficar fora disso. Qualquer perda em minha família iria me derrubar com
certeza.
**************************
Fiquei um tempo ainda dentro do carro tentando me controlar. Nunca me
imaginei capaz de agir assim com uma mulher. Mas eu nunca tinha sido pai. Eu
nem fazia idéia do que eu era capaz para defender minhas filhas e minha
esposa.
Por fim, liguei o carro e voltei para casa. Bella com certeza ficaria
possessa comigo.
Mas eu estava bem mais leve agora. Não me orgulhava de agir com
violência, mas alguém precisava colocar um freio em Victoria. Até quando iria
atormentar minha vida e continuar passeando por ai como se fosse uma
pessoa normal? Porque definitivamente ela é louca.
Assim que entrei em casa encontrei Bella sentada no sofá da sala,
folheando uma revista sobre bebês.
Seu olhar estreitou-se ao encontrar o meu. Eu não conseguia esconder
nada dela, nem adiantava tentar.
–Posso saber o que o senhor meu marido andou aprontando?
– Você me ofende falando assim. Até parece que sou homem disso.
– Você não é. Mas quando pisam no seu calo..Venha aqui.
Sentei –me ao lado dela, mas logo Bella me puxou colocando minha
cabeça sobre seu colo. Seus dedos enfiaram-se em meus cabelos.
– Onde está Emily?
– Ainda no quarto. Agora está vendo desenhos.
Fechei meus olhos, apenas sentindo seu toque suave em mim.
– Não vai me contar, amor?
–Eu... fui atrás da Victoria.
– Eu sabia. Edward, você me prometeu!
–Minha filha poderia ter adoecido e acontecido o pior, Bella. O que queria
que eu fizesse? Ficasse de mãos atadas enquanto ela pinta e rabisca?
– Alice me ligou, Edward. Ela já procurou a imprensa e inclusive o
laboratório onde você fez o exame. Amanhã essa notícia irá sair em todos os
jornais.
– Tudo bem, Bella. Mas ele precisava saber que vocês não estão
sozinhas. Eu estou aqui para proteger vocês.
– Espero que agora ela nos dê paz. Mas o que exatamente você fez?
– Eu a fiz provar do próprio veneno.
– Como assim?
Bella arregalava os olhos à medida que ouvia o meu relato. No começo
ficou furiosa por saber que Victoria estava seminua à minha espera. Mas
depois várias emoções passavam pelo seu rosto. Susto, emoção e por fim ela
explodiu numa gargalhada.
– Você é louco, meu amor.
– Nada disso. Eu fico louco com a hipótese de alguém vir a machucá-las.
E ....Bella?
–Sim?
– Prometa-me que não irá atrás dela. Eu sei que a louca da Alice pode
tentar ir a forra, mas você não, por favor. Pense nas nossas filhas.
– Fique tranquilo. Eu não tenho a mínima intenção de fazer isso. Não
quero que minhas filhas nasçam estressadas.
Suspirei aliviado.
– Graças a Deus. Aliás...
Virei-me de lado, ainda com a cabeça em seu colo e beijei seu ventre.
– Como estão minhas princesas?
– Agora estão quietinhas. Pularam demais hoje. Acho que estavam
adivinhando o que o pai delas aprontava por ai.
– O pai delas estava cuidando da família. Apenas isso.
Bella sorriu e voltou a acariciar meus cabelos.
– Acho que vou subir e ver a Emily.
–Ah sim. Ela já veio aqui várias vezes.
Bella imitou a voz dela me fazendo rir.
– O meu lindinho já chegou? Estou com saudades dele.
–Ela disse isso?
– Exatamente isso.
Levantei –me e ajudei Bella a se levantar também.
–Então o lindinho dela vai subir e ainda vai levar a lindona com ele.
Subi abraçado com Bella e parei à porta do quarto da Emily. Estava
abraçada a uma boneca que ganhou da Alice. Ela ria do desenho e batia as
mãos da boneca como se batesse palmas.
– As bonequinhas estão se divertindo?
– Papai!!
Ela gritou e veio correndo em minha direção. Abaixei-me e peguei-a no
colo.
– Você demorou...
–Não demorei nada. Você nem sentiu minha falta.
– Senti sim... eu gosto quando vocês dois ficam comigo.
– Então já sei... Nós iremos para o quarto da mamãe e do papai. A cama
é bem grande. Ai a gente assisti a esse filme bonito... todos juntos.
–Oba...
Ela beijou meu rosto e depois se esticou para beijar Bella também.
Seguimos os três para o quarto. Bella e Emily se espojaram na cama
enquanto eu ajeitava o filme.
– E onde eu irei ficar?
– Tem que ser no meio, papai. Assim eu posso te abraçar e a mamãe
também.
– Ok... papai no meio.
Deitei-me no centro da cama com Emily de um lado e Bella do outro. As
duas colocaram a cabeça em meu peito enquanto assistiam ao desenho. Eu
não prestava muita atenção. Pra ser sincero, minha vida ao lado delas era
muito mais bonita que qualquer romance de Hollywood.
******************
Três dias depois de todos aqueles acontecimentos, nossa vida voltava ao
normal. Emily voltou para a escola, não sem antes de eu ir ter uma conversa
séria com a diretora. Bella e eu voltamos à empresa. A vida de Victória não
poderia estar pior. Primeiramente ela foi cortada das filmagens da nova
produção da qual iria participar. Estava internada com pneumonia e não
poderiam esperar por ela.
Além disso, quase todos os jornais noticiaram as declarações de Alice.
Bella e eu estávamos debruçados sobre um deles, lendo a manchete:
“Uma das maiores estrelas da atualidade Victoria Lefevre é acusada de
falsificar exames para não dar um herdeiro ao ex marido, o empresário Edward
Cullen.”
Ainda noticiaram que ela agiu assim para não perder o papel principal da
trilogia que começaria a ser filmada. Os diretores confirmaram a informação
que uma das cláusulas do contrato era não engravidar nesse período.
Além disso, o laboratório onde foi feito o exame levantou sindicância
para apurar se houve ajuda de algum funcionário na falsificação do exame.
Caso contrário, Victoria será processada por eles.
Suspirei e joguei o jornal a um canto. Peguei Bella sentando-a sobre
meu colo.
– Acho que agora ela aprendeu, não é?
– Por causa da noticia eu não sei. Mas se você visse o pânico dela ao me
olhar, Bella... Creio que ela jamais imaginou que um homem pacato feito eu
iria fazer algo do tipo.
– Ela mexeu com sua cria, Edward. Queria o que? Eu nunca tive dúvidas
que você viraria um leão se alguém fizesse algo com suas filhas.
– Não senhora. Com minhas filhas e com minha mulher.
– Edward... você sabe que o aniversario da Emily está bem próximo, não
é?
– Sim. Eu já tinha pensado sobre isso. Do que você acha que ela irá
gostar?
– Não sei, amor. A Emily é tão fofa. Gosta de tudo.
– Sim, mas a paixão dela é a Barbie.
– Poderíamos pedir ajuda a Alice. Ela adora essas coisas.
– Se é a Alice que querem...a Alice está aqui.
Eu ri e olhei pra Alice que acabava de entrar na sala.
– Está aqui e entrando sem bater. E se estivéssemos numa situação
constrangedora?
– O azar seria de vocês. Têm uma cama enorme em casa, pra que fazer
isso num escritório?
Bella sorriu, mordendo os lábios, lembrando-se de quando fiz amor com
ela sobre essa mesa.
– Pode ser excitante.
–E pela sua cara...já fizeram, não é?
–Experimente fazer com o Jasper.
Ela fez uma careta e riu.
–O Jass é muito certinho. Às vezes me estressa com essas frescuras.
Mas ...pra que precisam de mim?
– Então...o aniversario da Emily está bem perto.
– Ai, meu Deus...é mesmo. Eu amo festa de crianças. Qual será o tema?
– Pensamos em pedir ajuda a você.
Ela levantou-se na mesma hora.
– É comigo mesmo. Eu já tenho até uma idéia do que possa ser .
Esperem que eu já volto.
Saiu correndo da sala ,deixando Bella e eu atônitos.
– Deus... a Alice parece um foguetinho, às vezes.
Bella tocou seu ventre e depois eu coloquei minha mão sobre a dela.
– Já imaginou se uma delas for parecida com a Alice?
Eu ri alto.
– Sinto muito, senhora Cullen. Vai ficar com os cabelos brancos
rapidinho.
– Mas pode ter certeza que esses cabelos brancos serão muito bem
vindos. Eu não me importo de dar minha vida por vocês.
Fiquei mudo, sem saber o que dizer. Mas depois segurei seus cabelos,
buscando sua boca.
– E eu não me importo em dizer que te amo mais a cada dia.
Colei minha boca na dela. Em nossa vida, muitas palavras não eram
necessárias para expressarmos o que sentíamos. Sempre foi assim.
“Amar é uma decisão, não é um sentimento. Amar é dedicação e
entrega. Amar é um verbo e o fruto dessa ação é o Amor.” (Conto chinês)
Coisa boa era não ter que sair de casa. Ficar deitado na cama ao lado da
minha mulher era bom demais para que eu me arrependesse de ter matado
serviço. Aliás, ultimamente eu vinha pensando seriamente em parar de
trabalhar. Seria apenas o dono da empresa mesmo e deixaria o resto nas mãos
de Alice e de mais alguém com competência suficiente para dirigir a empresa.
Iria virar dono de casa. Cuidar das minhas filhas e nada mais.
Já havia dito isso a Bella uma vez e agora eu ria ao me lembrar das
palavras dela: Acha que vou gostar de chegar em casa e encontrar meu
marido barrigudo, com avental na cintura e fedendo a gordura?
Realmente não combinava comigo. Gostava de cozinhar, é verdade. Mas
daí a ficar em casa o dia todo seria demais pra mim. Apesar do que... com a
chegada das minhas filhas, Bella ficaria em casa...e eu iria morrer de ciúmes
por saber que ela estava curtindo nossas filhas e eu não. Melhor repensar esse
assunto.
Bella ainda dormia, de frente pra mim e de lado na cama. So assim
conseguia dormir. A enorme barriga a impedia de procurar uma posição
melhor.
Tinha entrado agora no nono mês de gravidez. Nossas filhas eram
esperadas a qualquer instante. Por mim, Bella teria feito uma cesárea. Maldita
hora que falei. Bella ficou furiosa. Disse que jamais faria isso, era contra sua
natureza. E que ela era bastante forte para ter até dez filhos, se quisesse...
todos de parto normal. Não falei nada. Quem sou eu para duvidar da força de
uma mulher?
Se bem que por um lado ela estava certa. Basta olharmos para nossos
antepassados. Minha bisavó teve treze filhos... todos de parto normal. Não
queria nem imaginar como ficariam as coisas lá embaixo, mas tudo bem. O
impressionante era a força. Fomos enganados com essa conversa de sexo
frágil quando na verdade os fracotes eram os homens. Bíceps e peito
musculosos não valiam de nada nessa hora. Graças a Deus que não tínhamos
capacidade de gerar um bebê. O que iria ter de filho órfão seria uma festa.
Estendi minha mão e toquei o ventre volumoso. Sorri ao sentir o chute.
Ultimamente era assim... vinte e quatro horas de atividade ali dentro. Bastava
colocar a mão e elas se mexiam.
–Pare de acordar as meninas.
A voz de Bella soou arrastada, mas ela nem ao menos abriu os olhos.
–Bom dia, amor.
–Boa noite. Estou no primeiro sono ainda.
Eu ri e me arrastei para mais perto, ainda assim na conseguia ficar tão
perto quanto eu queria.
–Ah... Bella, estou cansado de ficar sozinho.
–Emily?
–Também está dormindo ainda.
–Que horas são?
–Seis e meia da manhã.
Ela abriu os olhos imediatamente.
–Não me admira que eu ainda esteja com sono. É madrugada ainda,
Edward. Vá dormir.
–Já tentei... não consigo.
– O que te aflige?
Peguei sua mão que repousava sobre o colchão e levei até meu membro
quase explodindo de tão duro. Bella arregalou os olhos e prendeu a respiração.
–Edward...
–Não tenho como controlar isso, amor.
Desajeitadamente Bella tentou se aproximar mais um pouco de mim.
Com algum malabarismo consegui capturar sua boca e beijá-la longa e
deliciosamente. Apenas o beijo dela me fazia latejar, embora eu já estivesse
duro há muito tempo. Passei minhas mãos pelas suas coxas, apertando-as
levemente.
–Preciso ter você, Bella...
Seus mamilos rijos em minhas mãos e o arrepio em sua pele não
deixavam dúvidas que ela queria tanto quanto eu.
–Me ajude aqui, amor.
Com muita delicadeza e um pouco de pressa, ajudei-a a se virar na
cama. Depois de várias tentativas decidimos que essa era a posição mais
cômoda pra ela. Coloquei-a de costas pra mim, colando meu peito em suas
costas. Meus dedos desceram até o sexo úmido, friccionando-o levemente.
Bella gemeu e levou a mão ate minha cabeça, girando um pouco a sua. Minha
língua imediatamente penetrou sua boca, procurando ávida pela dela.
Ergui sua perna, segurando-a com firmeza. Bella segurou em meu
membro e ela mesma direcionou-o até sua entrada. Investi lenta, mas
firmemente meu quadril, deslizando com facilidade para dentro do seu corpo.
Bella gemeu novamente e empinou um pouco para trás, sua bunda chocando-
se contra meu corpo. Bella girou um pouco o corpo para trás e eu empurrei
sua perna em direção ao seu ventre. Meu membro penetrou mais fundo,
fazendo-me fechar os olhos com força.
Estava cada dia melhor, mais prazeroso. Aumentei o ritmo das investidas
ao sentir Bella já alcançando o orgasmo. Ela mordia os lábios e movia seus
quadris, seu sexo me apertando cada vez mais. Apertei levemente seus seios
quando senti meu corpo estremecer e meu sêmen percorrer o caminho já tão
conhecido. Desci beijos pelas suas costas, sentindo-a se arrepiar novamente.
–Eu te amo.
–Eu também te amo, Edward. Mas agora que já me acordou, vou me
levantar.
–Eu te ajudo.
Levantei-me e ajudei Bella a se levantar exatamente como a médica
recomendou que fizesse.
–Vai tomar banho?
–Vou... e depois acordar a Emily. Ela ainda tem dever de escola para
fazer.
–Você pode descansar amor. Eu a ajudo.
– Nós dois ajudamos. Hoje ela terá que escrever sobre a família. Então
seremos nós dois juntos.
–Tudo bem. Então a família toma banho junto também.
Ela riu e apenas me deu a mão. .. e eu ia atrás olhando a bunda redonda
e empinada.
– Pode parar, Edward. Chega por hoje.
–Por hoje?
Ela se virou sorrindo.
–Por hora.
********************
Estávamos sentados em volta da mesa enquanto ajudávamos Emily a
fazer o dever. Mas alguma coisa estava errada. Bella estava com uma cara
estranha. Não falava nada, mas eu sentia que tinha alguma coisa errada.
–Amor...está sentindo alguma coisa?
–Só uma dorzinha, Edward.
–Onde?
–Aqui...
Colocou a mão sob a barriga.
–Mas não está doendo muito. So incomodando um pouco.
–Tem certeza que esses bebês não estão querendo nascer?
–Ainda não...talvez...acho que vou me deitar um pouco.
–Vou levá-la ate o quarto. Fique quietinha ai, Emily.
–Não vou sair daqui.
Ajudei Bella a ir para o quarto e depois a deitar-se na cama.
–Está doendo ainda? A dor aumentou?
–Não, amor. Fique tranquilo.
–Vou terminar com a Emily e volto para ficar com você.
Desci e ajudei Emily com o dever e depois fui preparar seu uniforme
escolar. Nesse meio tempo voltei ao quarto, mas Bella dormia. Dei banho e
almoço a Emily e levei-a para a escola.
–Mamãe pode ficar sozinha?
–Ela está dormindo, Emy. E os empregados estão lá...não vou me
demorar mesmo.
–Dá um beijo nela pra mim?
–Eu dou, princesa. Estude bastante.
Saiu correndo em direção a entrada arrastando a pequena mochila pela
mão. Voltei imediatamente para casa e fui direto ao meu quarto. Bella estava
sentada na cama, a mão sob o ventre.
–Amor...piorou?
–Está mais forte, Edward. Eu acho que está chegando a hora.
–Ah...meu Deus...vou ligar para a maternidade. Depois ajudo você a
tomar um banho.
Percebi que ela já fazia os exercícios respiratórios que a médica ensinou.
Liguei para a maternidade, em seguida separei uma roupa para Bella. Seu
gemido de dor me fez correr novamente par ajunto dela.
–Bella?
–Fique calmo, Edward. Isso faz parte.
–Não seria melhor irmos já? Chegar la eles irão fazer a tal lavagem que
falaram...você toma o banho lá mesmo.
–Acho que tem razão. Só me ajude a vestir, por favor.
A bolsa dela e das garotas já estavam prontas desde o começo do mês.
Olhei os documentos dela e depois liguei para minha mãe. Em seguida liguei
para o Emmett.
–Emmett? Eu estou levando a Bella para a maternidade..
–Já?
–Acho que está na hora. Poderia pegar a Emy na escola pra mim?
–Com o maior prazer. Mas nos dê notícias.
–Farei isso sim. Até mais.
Ajudei Bella a se vestir e logo em seguida descemos. Eu via que as dores
aumentavam, mas Bella segurava seus gemidos para não me assustar. Não é
que eu fosse me assustar, mas eu não gostava de vê-la sofrer. Coloquei-a no
carro e voltei correndo para pegar as bolsas.
–Está tudo bem?
Perguntei enquanto dava a partida no carro.
Ela inspirava e expirava vagarosamente, mas às vezes se contorcia de
dor.
–Está...está aumentando mas está b...ahh...
Acelerei o carro, tentando não demonstrar o quanto estava nervoso. Eu
queria e muito estar presente quando minhas filhas nascessem, então era
melhor me controlar.
Chegamos à maternidade e a médica mais dois enfermeiros já nos
aguardavam com uma maca.
–Olá, Isabella. Como está se sentindo?
–Bem.
Deitaram-na na maca e ali mesmo a médica apertou levemente sua
perna com o polegar.
–Ótimo. Nenhum inchaço. Edward...acho melhor passar na recepção e
preencher a documentação. Vou fazer o exame de toque nela para ver como
está a dilatação.
–Tudo bem.
Aproximei-me de Bella e afastei os cabelos do seu rosto, beijando sua
testa.
–Logo estarei lá. Eu te amo.
–Eu tamb...ahh...ahh.
O enfermeiro empurrou a maca antes mesmo que eu saísse da frente.
Pulei para o lado, minha respiração começando a acelerar-se. Estava na hora
mesmo, não havia dúvidas. Enquanto eu aguardava a lerdeza da funcionaria do
atendimento, meus pais e Alice chegaram.
–Como ela está?
–Aparentemente bem. Estão fazendo exames agora.
–E você? Não me vai dar piti hein?
–Sou homem, Alice.
–Por isso mesmo. Se fosse mulher seria mais forte.
–Eu não vou desmaiar nem nada, ok?
–Será que eles vão deixar filmar?
–Sim. Já conversamos sobre isso. Mas terá que ser alguém da equipe
médica. Não pode ficar ninguém além de mim.
Alice apertou meu braço.
–Ainn...estou louca pra ver a carinha delas.
Demorei tempo demais para preencher todos os papéis, mas assim que
terminei fui direto ala pra onde Bella foi levada. Nem bem tinha chegado ao
corredor uma sala foi aberta e Bella saiu de la ainda na maca. Ela gemia sem
parar. Cocei minha cabeça...aquilo não ia ser bom de se ver.
–E então?
–Estamos levando-a para sala de parto.
–Já está na hora?
– Perfurei sua bolsa e daqui a pouco as dores irão se intensificar.
Daremos logo uma anestesia para que ela não sinta tanta dor.
–Anestesia geral?
–Não. Raramente usamos anestesia geral. Ela irá perceber tudo, só não
sentirá dor.
Suspirei aliviado. Não sei por que mas eu morria de medo da tal
anestesia geral.
–Eu já posso ir com vocês?
–So poderá entrar na sala quando formos começar os procedimentos.
–Ah... ta...eu espero do lado de fora então.
Sentei-me numa das poltronas. Logo a seguir minha família veio me
fazer companhia.
–Bella está tão tranquila.
–Ótimo pra ela. Bella teve uma gestação tranquila. Vai correr tudo bem.
Minha mãe beijou meu cabelo.
–Também...com um marido maravilhoso desse ao lado.
–Pare com isso, mãe. Bella que é perfeita.
Não sei quanto tempo ficamos ali esperando. Pra mim foi uma
eternidade.
–Não está demorando?
–Primeiro parto é assim mesmo, Edward. Algumas até dão sorte...mas
outras às vezes ficam mais de doze horas em trabalho de parto.
–Vire essa boca pra lá, mãe.
Deixei meu corpo escorregar na poltrona e encostei minha cabeça na
parede. Eu começava a sentir tremores pelo corpo e isso não era nada legal.
Eu tinha que me controlar. Eu era um homem ou um rato? Bom...dependendo
da situação eu quase poderia me passar por um rato.
Não. Nada disso...sou homem o bastante para estar ao lado da minha
esposa e segurar sua mão enquanto ela dava a luz às nossas filhas.
Eu vi o rosto das minhas filhas e cheguei a sorrir...uma era a minha cara,
com aquela cor esquisita nos cabelos. A outra era a cópia de Bella, os cabelos
castanhos e os olhos chocolate. Lindas e sadias. Emily estava ao meu lado,
acariciando o rosto delas. So faltava Bella...
–Edward?
Uma Mão pesada sacudiu meu ombro.
–Pai?
Estiquei meu corpo e olhei para os lados.
–Eu dormi?
–Dormiu e estava rindo feito um idiota.
Olhei as horas e quase gritei. Eu estava ali há três horas.
–meu Deus...aconteceu alguma coisa...
Antes que o desespero me dominasse a porta da sala se abriu.
–Edward? Está na hora...
Olhei para minha família que me sorria. Mas por dentro um tal de pânico
ameaçava me dominar.
Antes de entrar na sala fizeram todos os procedimentos para desinfecção
e colocaram o jaleco verde e uma touca. Entrei meio vacilante na sala. Bella
estava acordada e sorriu ao me ver. Suspirei e fui até ela, pegando sua mão.
–Está bem?
–Elas estão vindo, Edward...
–Sim...estão chegando...
Notei meus olhos marejados e tratei de limpar rapidamente.
–Não está com dor?
–Já me deram anestesia. Não sinto nada.
Olhei para a médica que estava com a cabeça enfiada no meio das
pernas de Bella.
–Isabella? Seus bebês já estão loucos para sair. Está bem dilatada. Faça
força sim? Não esqueça de tudo o que falei.
–Sim...
E ai começou minha caminhada no purgatório. Bella apertava minha mão
com força enquanto forçava para a saída dos bebês.
–Força, Isabella...
Quanto mais força ela fazia, mais a médica falava e mais ainda minha
mão era apertada. Limpei o suor de sua testa e tentei sorrir. Seus olhos
estavam vidrados em mim e ela mordia os lábios.
–Vamos Isabella....já estão vindo.
–Ahhh...
Bella gritou. Creio que não foi dor, mas sim fazendo força. Somente
nesse momento eu percebi uma enfermeira filmando tudo. Uma outra se
debruçou sobre o corpo de Bella e com um dos braços sobre seu ventre, fez
força empurrando para baixo. Quase gritei. Não podia....podia? Ia machucar
meu bebê.
Antes que eu berrasse para ela parar eu ouvi o choro. Nem precisei ver.
Era o choro do bebê e o meu.
Bella sorria e chorava ao mesmo tempo. A enfermeira trouxe o bebê até
nós e então chorei mais ainda. Era linda...mesmo toda suja de sangue o cabelo
estranho feito o meu se destacava. Mas nem tive tempo de ver direito.
–Já está vindo, Isabella.
A enfermeira se afastou com ela e rabiscou alguma coisa e prendeu em
seu tornozelo. Não passou nem um minuto e novo choro preencheu o
ambiente. Debrucei sobre Bella, minha boca pousada em sua testa enquanto
eu chorava bem mais que nossas filhas.
–Sua segunda filha, Isabella...
Ergui minha cabeça ainda chorando.
–Ahh...Deus...são idênticas...
Meu coração não sabia se batia, se parava...pulsava freneticamente e
desacelerava, fazendo-me arfar sem parar, chorando, sem conseguir me conter
de forma alguma.
–Suas princesas, Edward...
–Nossas princesas, amor.
–Isabella? Precisamos colocar o nome...pelo menos em uma delas...são
realmente idênticas.
–A primeira...você escolhe Edward.
–Eu? Hum...Stephanie?
Bella franziu o cenho.
–Nome de princesa.
–Sim...é Stephanie. E a outra...será Barbara.
Sorri e beijei seus lábios.
–Algum motivo especial?
–Homenagem a uma amiga...
–Eu te amo demais, Bella. Obrigado por me fazer tão feliz.
–Obrigada por existir, Edward.
Beijei novamente seus lábios, depois seu nariz, olhos e enfim sua testa.
–So um momento, amor...
Fui até a mesa onde as enfermeiras cuidavam das garotas enquanto a
médica limpava e dava os pontos em Bella.
As duas ainda se esgoelavam de tanto chorar. Aproximei-me mais um
pouco e segurei a mão de uma e depois da outra. Mais duas... mais duas
dádivas que eram colocadas em minha vida.
–Bem vindas, princesas.
Bella...Emily...Stephanie e Barbara...as quatro mulheres da minha vida.
Quatro forças da natureza reunidas para tornar minha vida mais especial do
que já era. Eu nem me preocupava mais em ser forte. Quem tem a sorte de
ter ao lado quatro mulheres ... já tinha a força capaz de sustentar o mundo.
“...Deus fez para o homem um trono.
Para a mulher, um altar.
O trono exalta.
O altar santifica.
O homem é o cérebro; a mulher é o coração.
O cérebro fabrica a luz; o coração produz Amor.
A luz fecunda.
O Amor ressuscita.
O homem é forte pela razão.
A mulher é invencível pelas lágrimas.
A razão convence.
As lágrimas comovem...” (Victor Hugo)