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Resumos FAPP - 2 Teste

Modelo integrativo da avaliação psicológica: recorro às mais valias de cada modelo, ou


seja, pode existir o recurso a instrumentos de avaliação que podem pertencer a outros
modelos.
● Para avaliar a representação seja do que for, recorro à entrevista.
● Para avaliar o comportamento recorro a observação (comportamental)
● Para avaliar a perceção recorro ao questionário (psicométrico)

2 níveis de coerência (técnica + instrumento):


Quando vou avaliar um construto tenho que ter em consideração que instrumentos avaliam
esse construto (e.g. se eu quero avaliar a personalidade da pessoa não posso recorrer a
instrumentos de cariz observacional).
Não faz sentido recorrer a outras técnicas/instrumentos quando cientificamente não são
consideradas como mais eficazes/adaptados para a dificuldade a ser trabalhada (e.g.
intervenção em fobias específicas, ou seja, a seleção dos instrumentos tem que fazer
sentido do ponto de vista conceptual (intervenção de cariz cognitivo-comportamental:
assume-se como mais eficaz cientificamente)

Uma entrevista tanto pode ser avaliada de uma forma mais quantitativa ou qualitativa,
dependendo do objetivo da mesma.

Tipos de validade:
Validade funcional: se é ajustada aquilo que pretende avaliar
Validade ontológica: se o instrumento avalia aquilo que se pretende avaliar

Aliança Terapêutica: Qualidade da relação entre cliente-terapeuta


- Transteórico: não depende da conceptualização de modelos teóricos específicos) ->
Bourdan
- WAI (instrumento que engloba questionários com 3 versões -> cliente, terapeuta,
observador): acordo ao nível da relação; em relação aos objetivos e das tarefas)
- Escalas: relação, objetivo, tarefa

Avaliar a validade
Validade convergente: avalia o mesmo construto -> avalia as relações e as diferenças dos
resultados

1
Validade divergente: avalia constructos diferentes -> avalia o constructo, sendo que se os
valores forem baixos, maior a validade discriminante

Notas:
- Se os valores forem elevados, considera-se que o constructo avalia aquilo que se
pretende avaliar.
- Quando um item está a baixar o nível do Alpha, retira-se esse item para haver uma melhor
investigação. Depois, volta-se a administrar tudo novamente sem o item

Para avaliar características psicométricas de instrumentos de avaliação de cariz


psicométrico
1. Fazemos uma análise fatorial → que não conseguimos fazer com instrumentos de
avaliação de cariz ideográfico (não medem; fazer uma avaliação, mas não uma
mensuração)
2. Só avalia qualidades psicométricas se os instrumentos forem de cariz psicométrico,
sendo este o menor caso → Vamos medir a sua adequabilidade

Na adaptação do instrumento → queremos saber se o novo instrumento (já adaptado) e


passível de ser aplicado e se é usado com rigor

Na adaptação, na avaliação das qualidades psicométricas instrumentos , considera-se:


● Validade do construto (o que é?) → mede o que pretende medir? (as fitas métricas
pretendem avaliar o mesma, mas uma delas avalia-o com mais rigor → só faz
sentido avaliá-lo depois de sabermos que ela avalia o que pretende avaliar)
● Fidelidade → em que medida o instrumento é sensível na medida do construto (ver
se é o que mede melhor o construto, em comparação com os outros que o medem
ou da mesma maneira)

Resumindo:
1- validade (avaliada por via da análise fatorial)
2- fidelidade (Alpha Cronbach)

Validade facial (não se mede): não é medida psicométrica, é só pela leitura, o item parece
avaliar o que pretende

Neo-pir - modelo psicométrico (avalia personalidade de adultos através dos 5 traços-


openness, conscienciosidade, extroversão, agradabilidade, neuroticismo)

2
● avaliar a validade (ver se os itens de facto se organizam de forma similar à
formulação inicial que nos permita dizer que as 5 dimensões (5 fatores) são
avaliadas pelo instrumento adaptativo tal como o instrumento original avalia) ->
Análise Fatorial (dessa análise irão surgir os 5 fatores)
● Depois vamos medir a sensibilidade dos fatores (fidelidade)-> através do alpha de
Cronbach -> superior a .7 em cada dimensão/fato
Traços: estáveis, inatos, contínuos, internos

Nota: Na maior parte das vezes, opta-se por utilizar instrumentos já criados e adaptá-los em
vez de criar novos, para que possa haver comparações entre resultados.

Modelo psicodinâmico
Avaliamos componentes inconscientes - por meio de instrumentos que apresentam
estímulos tidos como ambiguos e para os quais o indivíduo irá apresentar algum tipo de
organização e portanto não estamos a avaliar a perceção que o indivíduo tem sobre, mas
sim apercepção (o que não é percepção)

Em que é que se distingue do modelo narrativo? (resposta face à informação que temos até
hoje) -> as histórias são só um meio de aceder ao inconsciente, o que é relevante para
provas projetivas prende-se com o facto das histórias permitirem ao terapeuta aceder ao
inconsciente, o que portanto não é compatível com o modelo narrativo. Este último permite
construir um significado (narrativo), enquanto no psicodinâmico queremos aceder ao
significado. Psicodinâmico espelha o significado (já existe) enquanto que o narrativo
constrói.

RORSCHACH
Teste semelhante ao Roberts Apperception Test mas para adultos

Roberts Apperception Test


Instrumento de AP inscrito num modelo psicodinâmico (prova/teste aplicado a indivíduos
entre os 6 e os 14 anos)
Hipótese projetiva

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Dimensões avaliadas
Avalia elementos intrapsíquicos/inconscientes/psicanalíticos de forma indireta. A forma de
aceder ao inconsciente é por meio de estímulos tidos como ambíguos e para os quais o
indivíduo apresentará algum tipo de organização (este elemento é transversal a todos os
instrumentos de AP psicodinâmicos). Por isso, não estamos a avaliar a perceção que o
indivíduo tem, mas sim o inconsciente.

Tarefa

A instrução que é dada: quero que inventes uma história sobre cada imagem; diz-me o que
está acontecer; o que aconteceu antes e como termina a história; o que cada uma das
personagens está a dizer, sentir e pensar → se a criança não disser um dos elementos,
pede-se pelos elementos em falta apenas mais uma vez (a partir do cartão 4, não se pode
pedir os elementos em falta). Caso deixe o elemento em falta mais uma vez, não se
pergunta mais nenhuma vez (assume-se que a criança não está a referir o elemento porque
não quer referir)

Existem 24 cartões, sendo que a criança só é mostrada 16, tendo em conta o sexo da
personagem principal, para que a criança se consiga identificar com a personagem
principal. São selecionados 8 cartões comuns e os 8 restantes são selecionados em
função do sexo da criança.

Considerações para a avaliação de resultados


Toda a informação disponibilizada pelos participantes deve ser registada exatamente como
foi dita (não se pode registar interpretações sobre o que disse, palavras diferentes, etc.).
Não existe tempo limite, só quando a criança acaba de contar a história sobre o cartão é
que se passa para o cartão seguinte.

Quanto mais ambíguos forem os estímulos, mais potencial para a projeção.

Cartões:
1. Confronto familiar
2. Suporte da mãe
3. Atitude face à escola
4. Suporte/agressão (tem equivalente para rapariga)
5. Afeto parental
6. Interação entre pares/componente racial
7. Dependência/ansiedade (tem equivalente para os sexos)

4
8. Reunião familiar (história tipicamente que remetem para figura de
autoridade/discussão entre família)
9. Agressão/paz
10. Rivalidade fraternal
11. Medo (equivalente para outro sexo)
12. Conflito ou depressão
13. Libertação da agressividade (histórias tipicamente que giram em torno de estratégias
de coping)
14. Estabelecimento de limites
15. Nudez/sexualidade (podem existir historico de abuso sexual)
16. Suporte parental

Inquérito
A partir do cartão 4 não se pode repetir para referir elementos após já ter iniciado a história.
As 5 questões possíveis para colocar sobre a história são:
● o que está a acontecer?
● o que aconteceu antes ?
● o que é que ele(a) está a sentir?
● De que é que ele(a)/eles(as) estão a falar?
● Como é que a história acaba?

Escala adaptativa - quando na história está presente um pedido de ajuda - contar com os
outro/confiança com os outros (valores baixos - crianças com poucos recursos no pedido de
ajuda; valores elevados - dependência)

Escalas
8 Escalas adaptativas
● Pedido de ajuda → alguma das personagens pede algo a outra
● Suporte - outros → alguma das personagens dá algo ou interage positivamente
com outra personagem
● Suporte - Criança → alguma das personagens sente-se feliz ou evidência
apropriado auto-controlo
● Limite do Comportamento → uma das personagens adulta coloca limites ao
comportamento da criança, pune-a ou aconselha-a
● Identificação de problemas → na história, existe uma identificação diferenciada do
problema com o qual as personagens se confronta,
● Resolução → quando a história tem uma resolução. Há 3 tipos de resolução

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○ Res 1 → histórias em que o problema deixa subitamente de existir ou tem
uma resolução mágica
○ Res 2 → história tem uma finalização adaptativa e há alguma discriminação
dos passos que conduziram à resolução
○ Res 3 → para além dos requisitos do Res2, é necessária a presença de
extrapolações ou generalizações para situações futuras

5 Escalas clínicas (desadaptativas)


Ansiedade → uma das personagens manifesta sentimentos de ansiedade ou equivalentes
ansiosos, também pode ser usada na cotação de temas em que a personagem expressa
culpa ou rancor. Dimensões como preocupação, medo, dúvida, capacidade de lidar com os
desafios, histórias que contemplam doença, morte; níveis muito baixos de ansiedade é
claramente atípico pelo tipo de imagens que são apresentadas (o que sugere o uso de
mecanismo de defesa de forma a bloquear a expressão de ansiedade - desadaptativo);
níveis muito elevados de ansiedade são também desadaptativos

Agressão → Violência, comportamentos agressivos - níveis baixos de agressão


(dificuldade em gerir emoções em contexto social, contenção exagerada da emoção no
contexto de relações interpessoais); níveis altos de agressão também é considerado
desadaptativo.

Depressão→ → uma das personagens manifesta sentimentos de depressão ou equivalente


depressivos: tristeza, infelicidade, experiências de sintomatologia física, apatia, falta de
vontade

Rejeição de uma das personagens rejeita ou não gosta de outra. histórias que remetem
para experiências de ciúmes seja com adultos ou com pares, experiências de abandono e
medo de abandono, não gostar de alguém ou não ser gostado por alguém, questões raciais
também estão aqui incluídas

Não resolvido → A não resolução de uma história (atribuição do score unresolved);


incapacidade de lidar com a situação problemática, inexistência de uma ação para lidar com
o problema, suspensão de uma reação emocional; histórias mais do que não acabadas, são
histórias em que não existe uma resolução do problema apresentado na própria história
(e.g. as personagens não agem de forma a solucionar o problema).

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Indicadores clínicos (3 indicadores)
Resposta atípica → resposta em que o conteúdo da imagem é, claramente, distorcido,
existindo processos perturbadores de pensamento ou temáticas clínicas. A não resolução
de uma história (atribuição do score unresolved); incapacidade de lidar com a situação
problemática, inexistência de uma ação para lidar com o problema, suspensão de uma
reação emocional; histórias mais do que não acabadas, são histórias em que não existe
uma resolução do problema apresentado na própria história (e.g. as personagens não agem
de forma a solucionar o problema).

Resposta mal-adaptada → resposta em que a finalização da história é mal-adaptativa


(personagens fazem algo que contribui para a manutenção do problema, mostrando
comportamentos socialmente inaceitáveis). A história termina com uma violação de uma
norma social.

Recusa → a criança recusa-se a contar uma história

Nota: Os 3 indicadores adicionais são escalas que não são assumidas como escalas
adaptativas nem como escalas desadaptativas.

Elementos que devem estar contemplados na AP e que estão em Robert’s:


Competências. Porquê? Se o objetivo final é uma intervenção, temos que entender o
problema, mas também as competências que o indivíduo tem, de modo a que a intervenção
seja adequada e de suplementar o défice através das competências. Potência as
competências

Modelo integrativo da AP
Em que se recorre àquelas que são as mais valias de um dos modelos. Recorrer a
instrumentos que tradicionalmente se inseriram num outro modelo.
Para avaliar a representação, seja do que for, recorre-se à entrevista.
Para avaliar a perceção recorre-se a questionários

Coerência na AP
1. Não posso recorrer a um instrumento que não avalia o construto que eu quero
avaliar, Se eu quero avaliar a personalidade não existem instrumentos de cariz
observacional

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2. Se eu sei que no caso da intervenção com fobias específicas, uma intervenção
cognitivo-comportamental é a mais eficaz, não faz sentido recorrer a medidas de
cariz psicométrico.

Acerca das respostas no Robert´s


Mecanismos de defesa: bloquear a apresentação de ansiedade no teste de Robert 's.
Níveis muito baixos de ansiedade -> restringem as suas respostas. Exemplo: cartão
suporte/agressão -> história da menina mórbida -> altos níveis de ansiedade versos outras
histórias contadas durante a aula.
Níveis baixos de agressão estão associados da mesma forma à restrição emocional.

NOTA: Administrar mais que um instrumento -> a AP não se deve restringir apenas a um
instrumento.

Em suma, o Robert´s permite depois de cotado com estas escalas, permite fazer uma
avaliação qualitativa ,mas também quantitativa (cada item pode ser avaliado de forma
quantitativa, tem sempres considerada a assunção de que aquilo que está a ser avaliado
são os mecanismos de defesa). Não obstante seja possível avaliar quantitativamente o
Robert´s não quer dizer que seja um objeto de cariz psicométrico.

Vídeo interação mãe-filho:


responsividade, sensibilidade e consistência materna
Que elementos é que permitem que os construtos a serem avaliados sejam estes?
Aquilo que queremos avaliar é a sensibilidade materna. Identificar episódios que ilustram a
presença ou ausência de sensibilidade materna, interferência e cooperação.
"Vamos começar por qual? Esta. Vamos buscar as pecinhas mechas" ->
sensibilidade
“Não vamos sair daqui hoje”/”pois é difícil" -> interferência

WAI
O WAI é um dos instrumentos dominantes usados ​em pesquisas sobre terapias de aliança
com os adultos. O WAI é uma medida de autorrelato composto por 36 itens em uma escala
Likert de 7 pontos, organizados em 3 subescalas de 12 itens cada:
(a) Objetivos: concordância sobre os objetivos da terapia
(b) Tarefas: acordo sobre as tarefas da terapia
(c) Vínculos: o vínculo entre o cliente e terapeuta

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Existem três versões do WAI: terapeuta, cliente e observador. Cada versão é projetada para
meta de rendimento, tarefa e classificações de aliança de títulos.

Quis-se adequar o WAI para poder ser aplicado a crianças e adolescentes.


Para fazer isto, foi realizado um processo individual de pensar em voz alta com a versão em
português do WAI, seguido de uma discussão sobre o significado dos itens realizada com
uma pequena amostra de 10 crianças com idade entre os 8 e 10 anos.
Com base nas dúvidas e comentários dos participantes, os itens foram encurtados, o
vocabulário avançado que levava a maior dificuldade foi substituído por sinônimos mais
apropriados ao desenvolvimento e a estrutura das frases foi simplificada.

Diante das dificuldades levantadas por alguns participantes quanto à extensão da escala de
resposta, a amplitude da escala Likert foi reduzida de 7 para 5 pontos. Este visava
simplificar o processo de resposta à população-alvo.

A nova versão foi novamente apresentada a uma pequena amostra de cinco crianças com
idades entre 8 e 10 anos, que leram os itens para certificar-se de que eles eram
compreensíveis. Oito psicoterapeutas de crianças e adolescentes foram convidados a
comentar na versão final, o WAI-CA.
A versão final do WAI-CA, de acordo com a versão para adultos (WAI), inclui 36 itens de
escala Likert de 5 pontos, organizados em 3 subescalas (12 itens cada): Vínculo, Tarefas e
Objetivos.

Consistência interna no WAI-CA (fidelidade)


Bons valores de consistência interna foram obtidos para a escala total WAI-CA (α de
Cronbach = 0,89), bem como para as subescalas WAI-CA (α de Cronbach de 0,71 para os a
subescala Objetivos, 0,79 para a subescala Tarefas e 0,73 para a subescala Vínculo).

Validade do construto no WAI-CA


Conforme apresentado na Tabela 2, resultados positivos moderados a fortes foram
encontradas correlações entre as Subescalas WAI-CA de crianças/adolescentes e
pontuação total.

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● Foi feito um contraste entre o WAI e WAI-CA de modo a identificar as diferenças e
verifica se de facto estas existem
● Também é importante contrastar e correlacionar resultados das
crianças/adolescentes com os resultados para os respectivos pais -> para ver se o
teste se pode aplicar tanto em crianças/adolescentes como em adultos. São os pais
destes porque estão envolvidos no processo (verificar se os resultados são
equivalentes)

CERFB
Instrumento (25 itens): Questionário de avaliação das relações familiares básicas.

Alpha Cronbach/Análise Fatorial → avaliar a fidelidade e a validade

Validade facial → o que o item parece ser (ver se é preciso inverter itens)

Itens do instrumento:

Parental: 1, 2, 4, 5, 8, 13, 15, 18, 20, 21, 23

Conjugal: 3, 6, 7, 9, 10, 11, 12, 14, 16, 17, 19, 22, 24, 25

Itens invertidos: 3, 5, 8, 11, 12, 13, 16, 17, 19, 20, 25

Exemplo hipotético:

CERFB—» o item 19 é o que mais satura para o fator conjugalidade e o item 15 o que mais
satura para o fator parentalidade

● Não obstante à adequabilidade (saturação superior) do item, se fosse superior no


fator 1 (que não seria o esperado) e do ponto de vista conceptual fizesse mais
sentido pô-lo noutro (por exemplo no 2) e a sua fidelidade não se alterasse
significativamente, optamos por retirar e colocar em outro fator.

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CERFB Original
Uma medida de auto-relato em lápis e papel constituída por 25 itens sobre relações
familiares baseados na teoria de Linares. Os itens são avaliados numa escala de 5 pontos
que aumenta em frequência e range do 1 (nunca) a 5 (sempre). O segundo fator analítico
ordenador da versão original mostrada na estrutura bi-dimensional: Escala Marital (14 itens)
e Fator Parental (11 itens).

Versão Portuguesa
A versão portuguesa da Dyadic Adjustment Scale é uma medida de auto-relato em lápis e
papel constituída por 32 itens que avaliam o ajustamento marital. Trinta dos itens são
avaliados numa escala entre 5 e 7 pontos que range de nunca a sempre, e dois itens têm
respostas dicotômicas de sim e não, com um aumento de scores globais que refletem um
ajustamento marital superior. No estudo Portugues de validação do DAS, a validade foi
examinada utilizando análise fatorial confirmatória, e a confiabilidade foi avaliada utilizando
o Alpha de Cronbach. Os alphas de 0.66 (Affectional Expression Scale) a 0.90 (Total Scale).

A versão portuguesa da Parental Stress Scale, uma medida de auto-relato, é constituída por
18 itens com uma escala de avaliação de 5 pontos, avaliando o stress parental
experienciado.
O estudo de validação Portugues apoia a estrutura de quatro fatores do PSS e mostra um
bom score de confiabilidade, com o Alpha de Cronbach a variar de 0.57 e 0.78; escala total
do Alpha = 0.76.

Os fatores Maritais e Parentais com consistência interna boa (α=0,92 e α=0,81)


Positivamente correlacionado para 4 escalas DAS e negativamente correlacionado para
escalas PSS.

Há 2 grupos amostrais:
Amostra 1 - com 150 participantes
Amostra 2 - com 228 participantes

Passos de Adaptação
Transcrição + Reversāo + Teste em 5 Portugueses
Administração em larga escala (CERFB, DAS e PSS)

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Tipos de Análise
Análise fatorial exploratória - escolher a ordem que os itens assumem, organizando-se em
funçāo da sua proximidade
Análise de fiabilidade - o valor de um determinado item pode baixar o nível de fiabilidade,
podendo ser substancial ou não.

PAMADEP autorrelato, 3 questionários (cariz observacional)


● explorar a existência de indícios psicopatológicos anteriores à perturbado atual
● importância das relações de vinculaçāo na organizaçāo da psicopatologia
● identificar marcadores/indícios que do ponto de vista relacional tenham estado
presentes no desenvolvimento e que ajudam a explicar a perturbação existente
● idades compreendidas entre os 18 e os 47 anos
● 289 alunos do ensino superior (131 masculino e 158 feminina)
● estado civil: solteiros e casados
● estatuto profissional: estudantes ou estudantes trabalhadores
● se os participantes têm história de acompanhamento psicológico ou não

Recolhidos os dados procedemos à análise dos dados para avaliação das qualidades
psicométricas do PAMEDEP: estatísticas descritivas (ex., distribuição normal, médias,
desvio padrão, valor mínimo e valor máximo); validade do constructo (análise inferial ->
análise fatorial exploratória de componentes principais); fidelidade/consistência interna
(coeficiente de alpha de Cronbach)

“Quando era pequeno” (questionário): dependência (7); rejeição (7), abandono (9),
perda-pais (2), ausência-país (1), doença-pais (1), hiper preocupação com a família (5)
● foi construído a partir da literatura sobre psicopatologia desenvolvimento; sobre a
vinculação; depois elaboram-se as questões e as dimensões relevantes
● só se criam os fatores quando fazemos a análise fatorial -> antes disso temos
apenas dimensões relevantes (ex., dependência, rejeição, entre outros)
● construído de raiz a partir da revisão de literatura -> os autores consideram que
todas as dimensões são importantes e por isso começaram por analisar a fidelidade
(se do ponto de vista conceptual as dimensões que consideram relevantes se fazem
sentido do ponto de vista da sensibilidade) (A fidelidade foi avaliada primeiro, porque
do ponto de vista conceptual faz sentido)
● Retiramos os itens cuja presença na dimensão, do ponto de vista conceptual, faça
diminuir o alpha de Cronbach da respetiva dimensão -> Retirou-se de forma a que a
fidelidade aumentasse.

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Adaptação de instrumentos de um contexto para o outro:

Valor de saturação → organização dos itens com base na melhor correlação entre os itens.
Forma inicial que se deve optar quando se solicita uma análise fatorial:

● Primeira forma: O SPSS vai dividir os itens em fatores com base no nível de
correlação entre os itens. Itens que apresentam grande correlação vão para um
fator. Os restantes itens que não têm grande correlação com os itens anteriormente
mencionados vão para outro fator. Forma ideal.
● Ver o nível de correlação com base no fator e ver a quais corresponde (o item é
alocado no fator com o qual tem a maior correlação).
● Segunda forma: selecionar o número de fatores que se pretende.
● Começa-se pela primeira forma, ou seja, sem definir o número de fatores
pretendidos. Se o resultado não for o pretendido (ou seja, o SPSS ter organizado os
itens em fatores ou ter adicionado/reduzido o número de fatores que não eram
expectáveis), os passos são repetidos, mas desta vez faz-se a seleção do número
de fatores pretendidos (não queremos 5 fatores, queremos 6 fatores).
Seguidamente, verificamos os itens um a um, verifica-se a fidelidade e vemos se
existe a necessidade/possibilidade de alterar um dos itens para um outro fator ou
mesmo retirá-lo por completo.

Avaliar qualidades psicométricas a partir de um instrumento de cariz psicométrico


(não é possível sendo de cariz ideográfico, uma vez que permite uma avaliação do
construto, mas não mensuração), é necessário avaliar a validade e a fidelidade.

Para avaliar a validade (instrumento avalia aquilo que pretende avaliar) do construto
utilizamos a análise fatorial.

Avaliar adequabilidade: quando estamos em processo de adaptação do instrumento de


um contexto para outro, mas também de adaptação de uma população para a outra no
mesmo contexto, queremos medir se o instrumento (já adaptado) que visa avaliar um dado
construto é passível de ser aplicado e usado com rigor.

● Quando se realiza a análise fatorial e corre menos bem, a estrutura é replicada, mas
os itens que integram essas dimensões não são exatamente aquilo que se queria
que fossem (ex: itens que deveriam pesar mais no fator 1, mas pesam mais no fator
5). Quando isto acontece, voltar a avaliar a fidelidade. Se a fidelidade se verificar,
pode-se remover ou alterar o item que seria expectável que estivesse noutro fator.

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● A remoção ou alteração de um item de um determinado instrumento em princípio
não irá alterar a equivalência dos resultados com o instrumento original aquando da
adaptação, na medida em que o objetivo da adaptação é que o instrumento seja
aplicável à população alvo e que possa haver a comparação dos resultados.

Verificar a fidelidade (Alpha Cronbach):

Fidelidade (procura avaliar em que medida o instrumento é sensível na mensuração


daquele construto, prende-se com o rigor com o qual avalia o construto); ex pateta: duas
fitas métricas, nas quais os 5 centímetros não são equivalentes nas duas fitas métricas,
sendo assim, uma das fitas métricas é mais sensível para a avaliação daquilo que se
pretende avaliar, uma vez que tem mais rigor do que a outra.

No output, os itens são organizados consoante o peso de cada item nos fatores e forma de
forma decrescente. Ficamos a saber que certos itens têm mais peso que outros num
determinado fator. No caso do artigo em questão, o item 19 tem mais peso na escala marital
do que o item 12.

Através do item 18, conseguimos perceber que apesar de ter peso no fator pretendido
(parental), em contexto português, tem também peso significativo no fator marital.

Não obstante o item sature ou tenha um peso de saturação superior do que esperado, dado
a sua relevância conceptual e o facto do peso no fator não esperado não alterar a
fidelidade, mantém-se o item no fator que está.

Leitura estatística

itens Fator A Fator B

1 0.7 0.8

2 0.2 0.1

3 0.8 0.1

4 0.7 0.3

5 0.2 0.9

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Análise da tabela: Ou seja, os itens 1 e 5 estão alocados ao Fator B, enquanto os itens 2,3
e 4 estão alocados ao Fator A. Adicionalmente, podemos verificar que o item 1 tem peso
significativo no Fator A, apesar de ser alocado no Fator B. Paralelamente, podemos verificar
que o item 2 tem peso significativo no fator B, apesar de ser alocado no Fator A (o peso em
ambos os fatores não é grande).

O fator que tem o número de variância mais alto, é o que tem mais peso no instrumento,
uma vez que é o mais homogéneo.

SPSS
No SPSS, reduzir os itens a fatores - invertidos (ter em conta) → destes itens extrair fatores
de 2 formas:
● Pedir ao SPSS para extrair (que é ideal)
● Outra forma: escolhermos os fatores.
● Mas a primeira é ideal, porque sem definirmos o nº de fatores se saírem + ou - do
que queremos, então nós vamos fazer outra vez os passos, mas fazemos nós as
escolhas “não queremos 5, queremos 6 fatores” depois disto vamos ver os itens um
a um - se for necessário retirar algum item temos de verificar a fidelidade.

Porque é que se pede ao SPSS para ser ele a dividir os itens em fatores? Porque o SPSS
faz uma leitura do ponto de vista estatístico de como os itens deveriam estar divididos. O
investigador faz uma leitura conceptual (se for ele a pedir a quantidade de fatores)

Nota: Se o SPSS dividir de forma a que não tenha a quantidade de fatores que
“desejávamos”, voltamos a repetir os passos, mas desta vez extraímos os fatores com base
na quantidade que queremos

Output fica ordenado de acordo com o peso da saturação


● Ou seja, se a mudança de item de fator não alterar a sensibilidade (fidelidade),
mantém-se o item no fator em que tem um resultado maior

Processo: dividir por fatores -> Análise Fatorial -> olhar a tabela da validade (para ver onde
os itens encaixam melhor) -> depois alfa para ver a fidelidade (só vamos fazer a fidelidade
dos itens que se encaixam em cada fator)

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Análise fatorial: A análise fatorial avalia a validade do constructo (aparece no output o
peso de cada item em cada fator)
1 passo: avaliar as características psicométricas: se há validade ou fidelidade
Fidelidade: se o alpha for superior 0.7 significa que há rigor e sensibilidade na avaliação do
constructo
● Se a fidelidade está boa, vê-se a tabela da correlação entre os itens e verificar o
valor de alpha se algum item fosse eliminado (ver o que acontece à sensibilidade se
o item fosse eliminado)

Disposição final dos itens: estrutura em que eles se organizam -> em fatores

Validade: A análise qualitativa da distribuição dos itens apontava o agrupamento das


dimensões em torno de 3 fatores. Depois da validade, vamos ver a fidelidade outra vez
(mas agora não de dimensões mas sim de fatores) -> alpha Cronbach

O processo de avaliação das qualidades psicométricas do instrumento (a nível da validade


e fidelidade), seja no de adaptação ou criação, obriga a processos de tomada de decisão e
a um balanceamento entre o domínio conceptual e o estatístico. Para o processo de tomada
de decisão da localização do item num fator podemos ter em ponderação o que faz sentido
do ponto de vista conceptual e estatístico (ver se faz sentido um item estar num
determinado fator, dos dois pontos de vista)

O que fazer depois de ver a tabela do alpha? -> ver qual seria o valor do alpha caso se
retirasse qualquer um dos itens -> estamos a garantir que todos os itens contribuem para a
consistência interna do fator

Exemplo: temos um item de .75 se retirassem o item X e ele voltasse para 0.9 mas se
tivesse na posição original do instrumento original, não se tirava porque já temos um alpha
bom (.075) e queremos que ele fique no sítio original como ocorreu no instrumento original

Ou seja….

Passos:
1. Validade: análise fatorial (exploratória) - avaliar a força da correlação dos itens entre
si permitindo derivar os fatores/dimensões que nos permitam uma leitura mais
integrada do que se fosse individualmente

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2. Pedir extração de fatores (tabelas ao lados dos itens nº de linhas igual ao número
de fatores)
3. Ver onde tem mais peso bruto e atribuo peso superior a .3
4. Pegar nos itens - olhar para o questionário e ver se faz sentido do ponto de vista
conceptual
5. Ver a fidelidade (ver alpha por fatores, porque queremos saber o grau de
sensibilidade para cada um dos fatores) - tem que sair mais que .7 ou .6
6. Vai nos dar informação de como ficava o alpha se eliminássemos um item - pomos
esse item noutro fator e vemos o que acontece - se acontecer algo similar podemos
não querer o item de todo

Passos da adaptação do instrumento


1. Identificação do constructo
2. Identificação do instrumento
3. Autorização do autor
4. Tradução e retroversão (idealmente dois psicólogos bilíngues)
5. Reflexão falada
6. Administração do instrumento
7. Avaliação das qualidades psicométricas

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Critérios para a seleção de um protocolo de AP

Garantir que os instrumentos que eu seleciono avaliam o


construto.
Ex: se faz sentido numa dada situação avaliar a personalidade eu
não irei utilizar as escalas de wechsler, pois não me permite avaliar
o construto (personalidade).
- Quais são os construtos a avaliar;
Âmbito da
- Quem pode ser avaliado por aquele instrumento (alguns
avaliação
instrumentos são específicos para crianças e outros para adultos -
instrumentos que melhor se adequa aquela população em
específico);
- Normas de grupo: normas de grupo de referência que temos para
uma avaliação comparativa - eu já tenho valores normativos de
referência

Avalia em que medida é que aquele instrumento avalia o que


pretende avaliar.
Validade do teste
(qualidades de Ex: se eu quero medir a altura entre o chão e o teto eu vou utilizar
medida) uma fita métrica e não uma balança
Análise fatorial exploratória

Depois de ter garantido que o instrumento avalia o que eu quero


Confiabilidade ou avaliar (validade) tenho que garantir que avalia de forma precisa
precisão do teste
(confiabilidade).
Ex: Para medir a altura entre o chão e o teto eu tenho que
assegurar que a fita métrica é precisa, ou seja, se a distância entre
centímetros é a mesma.
Alfa de Cronbach

A informação que eu retiro dos instrumentos que utilizo tem que


Aceitabilidade ser útil e relevante para os objetivos que eu tenho definidos
previamente, ou seja, a informação tem que ser relevante quando
eu apresento o feedback dessa mesma avaliação.

Nota: Quando um item está a baixar o nível do Alpha, retira-se esse item para haver uma
melhor investigação. Depois, volta-se a administrar tudo novamente sem o item.

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