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Resumo: A região da tríplice fronteira amazônica, formada por Brasil, Peru e Colômbia, sempre
demandou atenção especial por parte das administrações públicas devido às dificuldades de se
fomentar o desenvolvimento e crescimento econômico da região. As grandes distâncias, dificuldade
de acesso e a ausência de infraestruturas de transporte e comunicação adequadas sempre foram
desafios enormes para essas localidades isoladas dos centros financeiros de seus respectivos países.
Convencidos de que as tentativas de implementações de regimes tributários individuais em cada
uma das cidades levou ao esgotamento do modelo devido à falta de cooperação regional, Brasil e
Colômbia decidiram investir na saudável integração econômica para buscar um desenvolvimento
mútuo às suas cidades de fronteira: Tabatinga e Letícia. Nesse contexto a análise do método
empregado, utilizando-se da liberalização do comércio internacional, por meio da criação de uma
atípica Área de Livre Comércio entre as duas cidades e do relaxamento dos requisitos aduaneiros
para importação e exportação, revela um modelo que, combinado com uma correta administração e
fiscalização aduaneira, pode ser replicado em outras cidades gêmeas de fronteiras brasileiras,
gerando excelentes benefícios econômicos e prosperidade para essas regiões. A facilidade de acesso
ao regime especial, a disseminação das informações e do conhecimento para os pequenos
empresários e os benefícios fiscais generosos são peças chave para o sucesso desse modelo.
1. Introdução
Durante as últimas décadas as relações econômicas entre países têm vivenciado severas
transformações, passando de um modelo de localidades isoladas cujo objetivo inicial era importar a
menor quantidade de produtos possível (e em decorrência exportar ao máximo), seguindo a lógica
do mercantilismo, para uma economia globalizada e conectada, em que a alocação dos fatores
produtivos (terra, capital e trabalho) está sendo otimizada pela complementaridade de atributos de
cada nação.
Nesse contexto de integração, desafios estão sendo superados por meio de negociações e
marcos legais importantes, buscando harmonizar as regras econômicas e facilitar a circulação do
capital. Um dos primeiros níveis dessa integração pode ser obtido através de normas aduaneiras e
acordos comerciais de livre comércio e os casos internacionais têm apontado uma realidade em que
todos os atores envolvidos percebem um ganho econômico substancial nesse movimento.
Foi com esse espírito que as repúblicas do Brasil e da Colômbia, firmaram, em 2008, após
longa rodada de negociações, um acordo para estabelecimento do Regime Especial Fronteiriço para
as cidades de Tabatinga, Brasil, e Letícia, Colômbia, ratificado no Brasil apenas em 2015, pelo
decreto 8596/2015.
O objetivo deste acordo é a total integração econômica entre as cidades, dependentes
mutuamente de suas economias e que, ao longo do tempo, foram naturalmente tornando-se
complementares. A norma busca eliminar as barreiras alfandegárias e tributárias na importação e
exportação de produtos realizadas entre as duas cidades, promovendo a facilitação comercial
fronteiriça.
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Neste trabalho serão analisados inicialmente os aspectos geográficos e econômicos que
levaram Brasil e Colômbia a dispensarem atenção especial para essas localidades. Em seguida as
principais medidas legais utilizadas para prover competitividade econômica para a região, e, por
fim, a implementação prática do acordo concretizado pela Instrução Normativa 1.798, editada pela
Secretaria da Receita Federal do Brasil em 15 de março de 2018, normas e técnicas utilizadas para
estabelecimento deste regime especial, as implicações jurídicas, o formato da administração
aduaneira e os impactos decorrentes desta implementação.
2. Referencial Teórico
2.1 Geografia
Composta por cerca de 65 mil habitantes (IBGE, 2019), a cidade de Tabatinga localiza-se no
sudoeste do estado do Amazonas, mais precisamente na microrregião do Alto Solimões, zona de
fronteira tríplice com a Colômbia (cidade de Letícia) e com o Peru (ilha de Santa Rosa).
A cidade é banhada pelo rio Solimões, principal meio de transporte, de movimentação de
mercadorias e ambiente de exploração econômica, principalmente através da pesca. As
infraestruturas de transporte presentes consistem em um Aeroporto Internacional, um porto público
e diversos portos privados com diferentes capacidades.
Figura 1: A Região da Tríplice Fronteira - Fonte: Google Maps
Tabatinga encontra-se no extremo oeste do estado do Amazonas, afastada por cerca de 1100
km da capital, Manaus.
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Do outro lado da fronteira brasileira, em território colombiano, encontra-se a cidade de
Letícia, capital do departamento do Amazonas (equivalente a um estado brasileiro). Sua
infraestrutura apresenta uma rede bancária de boa capilaridade, biblioteca pública e até um museu,
podendo assim ser considerada uma cidade provida de bons equipamentos urbanos (RIBEIRO,
2015), especialmente quando comparada ao lado brasileiro da fronteira.
Conforme se observa na figura 1, e de acordo com os mais recentes dados de estimativa
populacional do IBGE (2019) e do DANE (2019) as cidades de Tabatinga (Brasil) e Letícia
(Colômbia) estão conurbadas e juntas perfazem um total de cerca de 108 mil habitantes,
interligados por acesso rodoviário de forma contínua e ininterrupta.
Este fenômeno é conhecido como a formação de “cidade gêmea”, as quais são, conforme a
definição:
“(...) adensamentos populacionais, cortados pela linha de fronteira, seja esta seca ou
fluvial, articulada ou não por obra de infra-estrutura, apresentam grande potencial de
integração econômica e cultural assim como manifestações localizadas dos problemas
característicos da fronteira” (MACHADO, 2005, pg. 256).
Figura 2: O Isolamento da região em relação aos demais pólos comerciais. Fonte: Google Maps
A situação apresentada pode ser complementada por meio da análise de características dos
modais de transporte disponíveis para a região:
- Rápido e caro, o modal aéreo conforma-se melhor ao transporte de mercadorias com alto
valor agregado, como eletrônicos, perfumarias e alimentos de alto custo;
- Lento e barato, o modal fluvial é excelente para o transporte de carga pesada e de baixo
valor agregado, como alimentos básicos, produtos de limpeza e higiene pessoal, pescado, dentre
outros.
Assim a realidade impõe que a dinâmica local ofereça a oportunidade de Tabatinga-AM ser
o grande fornecedor de alimentos, produtos de higiene, frango congelado, calçados, roupas, dentre
outros produtos básicos da região e a cidade de Letícia a zona comercial de eletrônicos,
eletrodomésticos, veículos e outros produtos industrializados.
Conforme será abordado no item 2.3.2 Letícia possui a vantagem de ser uma área de livre
comércio isenta dos tributos internos instituídos pela Colômbia, dessa forma possui fácil acesso aos
produtos advindos do Panamá, importando-os com preços bastante atrativos.
Complementando a rápida análise da dinâmica econômica na região cumpre anotar que o
lado peruano da fronteira destaca-se no fornecimento de cimento e materiais de construção, além de
alguns produtos para pesca (SOUZA, 2014).
2.3.2 Letícia: Regime Aduaneiro Especial e Isenção do Imposto sobre Valor Adicionado
(IVA)
Dentre os vários regimes de incentivo disponíveis para a região, podemos citar os dois com
maior abrangência e relevância, quais sejam:
- O decreto colombiano 390 de 2016, alterou a legislação aduaneira daquele país em diversos
pontos, dentre eles a criação de uma Zona de Regime Aduaneiro Especial para a cidade de Letícia.
Em suma, o regime especial permite que mercadorias estrangeiras importadas pelo aeroporto
internacional Vásquez Cobo, pelo porto de Letícia ou pelo ponto de fronteira terrestre localizado
entre Brasil e Colômbia, entrem na cidade sem o pagamento de tributos aduaneiros ou a necessidade
de licença de importação, amparados apenas pela fatura comercial e documento de transporte, desde
que não se trate de armas ou drogas proibidas naquele país. Os produtos importados desta forma
devem ser consumidos na localidade ou vendidos no mercado interno (ainda que se trate de
viajantes), caso contrário estarão sujeitos ao pagamento de todos os tributos devidos na operação;
- O artigo 270 da lei colombiana 223 de 1995, estabeleceu que as vendas internas ocorridas no
departamento do Amazonas estariam isentas do imposto sobre valor adicionado (IVA).
2.3.3 Comparativo
Somados os benefícios, a cidade de Letícia passou a possuir uma excelente vantagem
tributária sobre Tabatinga, pois, além de isenta de tributos internos, dispõe ainda da possibilidade de
importar mercadorias, em especial da região do Panamá, sem o pagamento das tarifas aduaneiras,
enquanto que o lado brasileiro dependia de uma série de condicionantes para usufruir dos
benefícios, além do fato de que o ICMS (tributo estadual sobre circulação de mercadorias,
equivalente ao IVA colombiano) nunca foi objeto de isenção e/ou redução por parte do governo
estadual.
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Essa situação prejudicou a integração e a tornou uma via de mão única: Letícia, dependente
dos produtos básicos de Tabatinga, tornou-se uma importadora de mercadorias brasileiras, enquanto
que a contrapartida jamais ocorrera, assim, os produtos de alto valor agregado trazidos pela cidade
nunca eram comercializados no lado brasileiro, ficando reservados para oferta aos turistas em visita
ao lado colombiano da fronteira, ou apresentados ao mercado brasileiro frutos do crime de
descaminho (importação realizada de forma irregular).
O cenário fica claro quando observamos que, de acordo com o Regulamento Aduaneiro
brasileiro (decreto 6.759 de 5 de fevereiro de 2009), “somente nos portos, aeroportos e pontos de
fronteira alfandegados poderá efetuar-se a entrada ou a saída de mercadorias procedentes do
exterior ou a ele destinadas” (BRASIL, 2009, p. 2). No entanto, o ponto de fronteira terrestre só
teve seu alfandegamento declarado em 11 de setembro de 2017, através do ADE SRRF02 9/2017 e
o porto público foi desalfandegado pelo ADE SRRF02 07/2014, assim, temos o seguinte cenário:
a) Até 2014: poderiam ser feitas importações para Tabatinga, mas apenas pelo porto público;
b) Entre março de 2014 até setembro de 2017: não havia meios legais de se realizar
importações para a cidade de Tabatinga;
c) A partir de setembro de 2017: as importações poderiam ser realizadas exclusivamente pelo
ponto de fronteira terrestre localizado na fronteira entre Brasil e Colômbia.
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1. Acordo entre a República Federativa do Brasil e a República da Colômbia, para o
Estabelecimento da Zona de Regime Especial Fronteiriço para as Localidades de Tabatinga, Brasil,
e Letícia, Colômbia, firmado em Bogotá, em 19 de setembro de 2008;
2. Entrada em vigor para a República Federativa do Brasil, no plano jurídico externo, em 21 de
novembro de 2013, nos termos de seu Artigo 19;
3. Decreto nº 8.596, de 18 de dezembro de 2015 promulga o Acordo entre o Governo da
República Federativa do Brasil e o Governo da República da Colômbia;
4. Instrução Normativa nº 1.798, de 15 de março de 2018, dispõe sobre o despacho aduaneiro
relativo às operações de importação e exportação abrangidas pelo Regime Especial Fronteiriço de
Tabatinga (Refront).
Observamos que os países reservaram-se o direito de estabelecer listas de itens que não
estariam amparados pelas normas de liberalização, e assim foi feito por parte do Brasil, através da
Resolução Camex nº78 de 27 de setembro de 2016, a qual proibiu os seguintes itens de se
beneficiarem do regime:
a) Entorpecentes e drogas, conforme previsto no Anexo I da Portaria DPF nº 1.274, de 25 de agosto
de 2003;
b) Resíduos perigosos, conforme dispõe o Decreto nº 4.581, de 27 de janeiro de 2003; e
c) Armas e munições de qualquer natureza, conforme dispõe o Decreto nº 3.665, de 20 de novembro
de 2000.
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I - as operações deverão ser destinadas a pessoa física residente e domiciliada
nas localidades fronteiriças de Tabatinga ou Letícia; e
II - as operações deverão se restringir a artigos para uso e consumo familiar das
pessoas a que se refere o inciso I, compatíveis com suas necessidades, e desde que não
revelem, por seu tipo, volume ou quantidade, destinação comercial.
Parágrafo único. O ingresso e a saída dos bens de que trata o caput serão
processados com dispensa da declaração de importação ou de exportação, conforme o
caso, e com a exigência da fatura comercial ou nota fiscal emitida por pessoa jurídica
regularmente estabelecida em Letícia ou Tabatinga, que deve acompanhar os bens.” (grifo
nosso)
Figura 3: Modelo de ADE de concessão do regime. Fonte: DOU 13/5/2019, Seção 1, p. 15
3.1.2 Operacional
Todo o controle operacional de cargas e movimentações no âmbito do regime, de acordo
com a IRF-Tabatinga, vem ocorrendo dentro das instalações da própria unidade, afastada cerca de 1
km do ponto de fronteira, conforme indicado no ADE 9/2017:
“Fica alfandegado e estabelecido como Ponto de Controle Aduaneiro vinculado ao referido
ponto de fronteira, o recinto instalado no prédio sede da Inspetoria da Receita Federal do
Brasil em Tabatinga (IRF/TAB), localizado à Rua Duarte Coelho, nº 11, bairro Portobrás,
Tabatinga/AM.”
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No cotidiano, a operação do regime foi desenhada para que fosse o mais simples possível.
No caso da exportação, está prevista a saída da mercadoria desde que acompanhada da nota fiscal
eletrônica e após carimbo da unidade aduaneira da RFB. Neste ínterim, apesar de não haver
previsão normativa, há, segundo informações da Inspetoria de Tabatinga, uma pequena integração
junto a aduana colombiana (Direccion de Aduanas y Impuestos Nacionales - DIAN) segundo a qual
seus agentes fiscais verificam, quando da transposição da fronteira, a presença do carimbo da
aduana brasileira.
Importante notar que existe a ressalva quanto a produtos controlados por outros órgãos
anuentes, em especial medicamentos e alimentos, os quais só serão autorizados após concessão
(mediante carimbo na nota fiscal) por parte do órgão competente.
Já para os procedimentos de importação as exigências são um pouco maiores. O veículo
transportador deve se dirigir do ponto de fronteira até a sede da unidade, portando consigo a fatura
comercial das mercadorias transportadas. Após, a fiscalização aduaneira realiza a conferência
documental, a conferência de carga e exige, caso necessário, a anuência dos demais órgãos
competentes. Após essa fase, aguarda a apresentação da Nota Fiscal de Entrada por parte do
adquirente brasileiro (o importador). Finalizados os trâmites, o transportador pode deixar o recinto e
realizar a entrega, já com a mercadoria nacionalizada para todos os efeitos tributários e aduaneiros.
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4. Efeitos da implementação do Refront
Os efeitos foram mensurados de duas maneiras: através da extração de dados públicos para
análise e por meio de formulário de pesquisa enviado ao empresariado local por meio eletrônico, os
quais poderiam enviar suas respostas no período de 15/09 à 20/09.
Infelizmente o número de respostas foi bastante baixo (apenas cinco), sendo todos os
respondentes titulares de empresas optantes pelo Regime Especial, conhecedoras de seus benefícios
e cujos administradores participaram de algum evento informativo.
Ainda assim podemos considerar a amostra significativa, haja vista tratar-se das respostas de
cerca de 13,5% dos empreendimentos habilitados no regime, conforme será analisado a seguir.
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Quanto à motivação para utilização do regime, torna-se claro o papel do incentivo fiscal,
responsável pela decisão de adesão de 80% dos entrevistados.
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Observe-se que, ainda que 60% dos entrevistados afirmem utilizar o benefício para
exportação e importação, as importações permanecem congeladas, tendo sido realizado, segundo a
Inspetoria de Tabatinga, um único procedimento deste tipo desde a entrada em operação do regime
(abril de 2018).
2015 2019
4 auditores-fiscais 1 auditor-fiscal
1 analista-tributário 1 analista-tributário
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Conforme visita a unidade, suas instalações físicas estão debilitadas e com goteiras, só há
um veículo disponível em condições de uso e não existem embarcações a disposição para a
necessária fiscalização fluvial.
Segundo o inspetor-chefe da unidade, espera-se ainda mais reduções do quadro de pessoal
até o final de 2019, situação que poderá levar a inspetoria ao seu limite operacional. Além disso, a
proposta de lei orçamentária para 2020 (PLOA 2020) prevê uma redução de cerca de 30% no
orçamento da Receita Federal do Brasil, fato que poderá agravar as dificuldades encontradas na
região para a execução de um sistema de fiscalização aduaneira efetivo.
5. Conclusão e Recomendações
A integração comercial, especialmente entre duas localidades tão remotas quanto Letícia e
Tabatinga pode ser a única opção disponível para o florescimento do desenvolvimento humano na
região.
A simples concessão de regimes tributários diferenciados, sem levar em conta o aspecto
integrativo e complementar das economias regionais, é condição necessária porém não suficiente
para trazer a prosperidade local.
Depois de décadas de isolamento, essa oportunidade pode ter sido criada com o advento do
Regime Especial de Fronteira de Tabatinga, o passo final necessário para a integração da economia
formal na região, travada por pesado trâmites aduaneiros que ao longo do tempo tornaram o
comércio uma via de mão única, em que o Brasil exporta, mas jamais pode adquirir produtos das
demais localidades de fronteira.
Em que pese as dificuldades e escassez de recursos, o desenho da administração aduaneira
foi executado de maneira a facilitar a operacionalização do regime, sendo outros pontos fortes a
simplicidade dos requisitos exigidos para obtenção, operação e manutenção dos benefícios,
traduzidos em reduzidas exigências tributárias acessórias para ambos os casos e um bom incentivo
fiscal, concretizado na isenção total dos tributos federais incidentes no comércio exterior.
No entanto, as análises finais desta pesquisa indicam que a pouca propagação do
conhecimento, a não integração do lado peruano da fronteira, a ausência dos demais órgãos públicos
de controle na localidade e os limites impostos pela falta de integração do governo estadual ao
processo, acabaram inibindo uma maior adesão do empresariado da região.
Ainda, a atual situação de grave crise fiscal tem prejudicado a atuação dos órgãos de
controle e, no limite, inviabiliza as operações de importação e exportação, como nos casos da
ANVISA e do VIGIAGRO, cuja ausência prejudica a existência do Refront.
Dessa forma podemos concluir que as seguintes ações devem ser executadas em curto prazo
para uma melhor efetividade do regime especial e da consequente integração comercial:
‑ Urgente promulgação de lei estadual que efetive a isenção do ICMS na entrada de
mercadorias amparadas pelo Refront, de maneira a equiparar os benefícios fiscais vigentes no lado
colombiano da fronteira;
‑ Instalação de unidades dos órgãos anuentes necessários (Vigiagro, Anvisa, etc) ou,
delegação de competência as suas contrapartes estaduais e municipais; e
‑ Incremento nas ações de capacitação e divulgação do conhecimento, não só em relação ao
Refront, mas também a todos os benefícios fiscais passíveis de utilização na localidade, em especial
àqueles relacionados à Área de Livre Comércio de Tabatinga.
No momento a maior utilização do Refront vem sendo facilitar ainda mais o fluxo comercial
de exportação do Brasil, haja vista que o Regime Especial não comporta limite de valor,
diferentemente dos US2.000,00 exigidos, por nota fiscal, para a IN SRF 118/92, situação que,
apesar de benéfico para a produtividade dos comerciantes brasileiros, ainda é insuficiente para a
disseminação geral de uma economia integrada entre as duas cidades da região.
Por todo exposto, acreditamos que a implementação do Regime Especial de Fronteira de
Tabatinga é uma grande oportunidade para Tabatinga e Letícia, dependendo unicamente de esforço
institucional da esfera governamental para sua promoção e aperfeiçoamento.
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