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Serviço Público Federal

Universidade Federal do Pará – UFPA


Campus Universitário de Tucuruí - CAMTUC
Faculdade de Engenharia Civil - FEC

Turma: Engenharia Civil 2018

AULA 2 – ESCOLHA DO
TRAÇADO
Prof. Me. Marlon Braga dos Santos Tucuruí – PA
1 2022.2
Recapitulando

➢ Planejamento do transporte rodoviário;

➢ Principais órgãos rodoviários;

➢ Rede viária;

➢ Etapas do projeto de rodovias;

➢ Classificação das rodovias.

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Sumário

1 Considerações gerais

2 Fatores que influenciam na escolha do traçado

3 Anteprojeto

4 Projeto Final

5 Representação gráfica

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1 Considerações gerais

➢ Problemática

Cidade B

Cidade A

Um bom projeto deve atender às necessidades de tráfego, respeitar as


características técnicas de um bom traçado e de um bom perfil, estar em
harmonia com a região atravessada e, na medida do possível, ter um baixo custo.
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1 Considerações gerais

➢ Estudo do traçado

o Os critérios e avaliações para a escolha da posição da via são similares para


rodovias, ferrovias, vias urbanas, ciclovias e dutovias.

o O produto final deve ser uma sequência de alinhamentos em planta que


corresponde à melhor posição da via em uma região.

Diretriz de um traçado. Fonte: Albano (2016).


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1 Considerações gerais

➢ A oportunidade de construção de uma rodovia, em uma determinada


época, deve começar pelo planejamento dos transportes em geral.

Benefícios diretos e
indiretos (usuários)

Custo total da obra

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1 Considerações gerais

➢ Para executar um bom traçado é preciso:

Ter bom conhecimento do relevo terrestre;

Ter boa capacidade de abstrair os volumes


representados nas cartas topográficas; e

Reconhecer e tirar partido das principais


características das formas da superfície.

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1 Considerações gerais

➢ Relevo terrestre

o Forma assumida pela superfície da crosta terrestre. As diferentes formas do


relevo decorrem da modelagem provocada pela ação de agentes ou forças.

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1 Considerações gerais

➢ Partes do relevo

Vertente
ou
encosta

Grota
Talvegue
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1 Considerações gerais

➢ Importância da análise de alternativas de projeto

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1 Considerações gerais

➢ O investimento necessário para cada alternativa estudada deverá incluir,


além do custo de construção, os seguintes itens:
Terraplenagem; Drenagem; Obras de arte; Pavimentação;

Medidas de proteção ambiental; Paisagismo e urbanização; Custos eventuais;

Iluminação; Sinalização; Obras complementares;

Reassentamento de população
Obras temporárias de manutenção de tráfego;
afetada pelo empreendimento;

Custos do projeto de engenharia rodoviária e supervisão na fase de construção;

Desapropriação da faixa de domínio e compra de direitos de acesso.


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1 Considerações gerais

➢ Custo total mínimo

Custo de Destina-se a manter a rodovia dentro de adequadas condições técnicas


conservação e operacionais ao longo do período de análise;

Custos de Conjunto de intervenções, de caráter periódico efetivado a cada final de


manutenção ciclo de vida útil da rodovia.

Custo de
operação dos Segue a metodologia HDM-4 – Highway Development and Management.
veículos

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2 Fatores que influenciam o traçado

Topografia

Geologia

Repulsão
Físicas
Hidrologia
Condicionantes

Ecossistema

Uso do solo

Turismo

Atração
Socioeconômicas Existência de vilas e cidades

Desapropriações

Existência de rodovias, ferrovias e hidrovias


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2 Fatores que influenciam o traçado

Topografia

o Geralmente, é o fator predominante para a escolha do traçado da rodovia;

o Deve-se procurar minimizar o movimento de terra (terraplenagem), pois este


responde por boa parte do custo da obra.

➢ Relevo plano;
➢ Relevo ondulado;
➢ Relevo montanhoso.

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2 Fatores que influenciam o traçado

Geologia

o As características dos solos por onde a rodovia passa são essenciais para
definição do pavimento, técnicas de escavação, drenagem, etc.;

o Locais com condições geotécnicas desfavoráveis devem ser evitados sempre


que possível.

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2 Fatores que influenciam o traçado

Hidrologia

o Deve-se escolher o traçado que proporcionar o menor número de travessias


de rios e córregos;

o Quando inevitáveis, procurar trechos favoráveis para diminuir custos com


pontes, galerias ou retificação de canais.

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2 Fatores que influenciam o traçado

Ecossistema

o Estudos de impacto e traçados que minimizem as agressões ao meio


ambiente são cada vez mais valorizados e exigidos (financiamentos e
licenciamentos);

A proximidade de um traçado de reservas florestais deve ser


evitada. As rodovias podem acelerar o processo de desmatamento
dessas áreas.

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2 Fatores que influenciam o traçado

Uso do solo

o Interfere no posicionamento do traçado. As necessidades de deslocamento


das pessoas e produtos para os centros de consumo devem ser estudadas.

Turismo

o Indústria Limpa, imprescindível para regiões mais deprimidas;


o Regiões com tal potencial devem ser fatores de indução de desenvolvimento e
de atração do traçado da rodovia.

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2 Fatores que influenciam o traçado

Desapropriações

o A maior necessidade de remoção de pessoas e a interrupção de atividades


agrícolas e comerciais trazem prejuízos sociais e econômicos para a região
em estudo.

o Deve-se evitar traçados com faixa de domínio passando por benfeitorias,


edificações ou loteamentos.

Pontos obrigados

o Contornos de elevações íngremes, menores seções de rios, aproveitamento


de infraestrutura existente, atendimento a vilas e cidades, etc.
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3 Anteprojeto

➢ Trata-se do reconhecimento da região em estudo;

➢ Deve ser precedido pelo levantamento e pela análise dos dados da região,
que nortearão a definição do traçado;

➢ Topografia e hidrografia podem ser obtidas através de plantas com


precisão adequada;
o Levantamentos fotogramétricos, restituições na escala 1:10.000;

o Processos topográficos tradicionais.

➢ A formação geológica e geotécnica pode ser avaliada por meio de mapas


geológicos ou interpretação de fotografias aéreas

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3 Anteprojeto

➢ Exemplo de levantamento aerofogramétrico:

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3 Anteprojeto

➢ Etapa de Exploração

o Estuda-se o posicionamento de uma ou mais sequência(s) de alinhamentos em


planta. Completando-se o estudo com uma análise de perfil longitudinal.

o Nessa fase o relevo é representado por curvas de nível de afastadas de 1,0 m


ou, no máximo, 5,0 m (regiões montanhosas).

o A largura da faixa de exploração é de 300 a 400 m.

o Atentar à aspectos sociais e econômicos da região, além de projetos de


concessionárias de serviços públicos;

A planta e o perfil longitudinal podem ser produzidos em meio físico


ou digital e servem de base para a elaboração do projeto da via.
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4 Projeto final

➢ Produto do detalhamento e da eventual mudança do anteprojeto escolhido:

➢ São escolhidos e calculados todos os elementos necessários para a


perfeita definição do traçado, do perfil longitudinal e das seções
transversais.

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5 Representação Gráfica

➢ PLANTA

o Projeção da estrada sobre um plano horizontal.

Para estudos de traçados de rodovias,


ferrovias e tubovias, a melhor escala é 1 :
2.000;

Para vias urbanas, a escala 1: 1.000 é mais


utilizada;

Para intersecções entre rodovias, a escala


adequada é 1 : 500.

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5 Representação Gráfica

➢ PLANTA

o Eixo estaqueado, com localização dos elementos (PC, PI, PT);

o Indicação dos bordos da plataforma e da faixa de domínio;

o Topografia e hidrografia (linhas de drenagem: rios, córregos, lagos);

o Elementos diversos: vegetação, áreas cultivadas, geotecnia, obras de arte


previstas, benfeitorias, divisas de propriedades etc.;

o Tudo o que puder influir significativamente no custo da estrada.

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5 Representação Gráfica

➢ PERFIL LONGITUDINAL

o Projeção do eixo da estrada sobre um plano vertical.

o Escala Vertical 10 vezes maior que a da planta;

o Perfil do terreno natural;

o Perfil da estrada (greide), com localização dos elementos (PCV, PIV, PTV etc.);

o Perfil geológico-geotécnico;

o Indicação das obras de arte e das interferências;

o Indicação do esquema da planta.

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5 Representação Gráfica

➢ PERFIL LONGITUDINAL

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5 Representação Gráfica

➢ SEÇÕES TRANSVERSAIS

o Representações de cortes da estrada feitos em planos verticais,


perpendiculares ao eixo da estrada.

o Desenho de várias seções tipo: corte pleno, aterro pleno, seções mistas, etc.;

o Dimensões e inclinações das faixas de tráfego, plataforma, acostamentos,


separadores centrais;

o Taludes: cortes e aterros;

o Obras de arte, obras de proteção de taludes, dispositivos de segurança;

o Indicação e localização dos dispositivos de drenagem.

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5 Representação Gráfica

➢ SEÇÕES TRANSVERSAIS

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5 Representação Gráfica

➢ REPRESENTAÇÕES COMPLEMENTARES

o Boa planta e bom perfil não garantem um bom desempenho (segurança e


conforto) tridimensional da estrada.

o Modelos físicos de cruzamentos: maquetes

o Perspectiva da estrada como vista pelo motorista: programas


computacionais: InRoads;

o Considerações gerais: compatibilização entre planta (H) e perfil (V).

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5 Representação Gráfica

➢ REPRESENTAÇÕES COMPLEMENTARES

31
5 Representação Gráfica

➢ REPRESENTAÇÕES COMPLEMENTARES

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5 Representação Gráfica

➢ REPRESENTAÇÕES COMPLEMENTARES

o Defeitos em traçados: Mergulho em tangente

o Mergulho em curva

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5 Representação Gráfica

➢ Maus exemplos

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5 Representação Gráfica

➢ Bons exemplos

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5 Representação Gráfica

➢ Rodovia Anchieta-Imigrantes: Ligação São Paulo – Santos (Ecovias).

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Recapitulando

➢ Considerações gerais;

➢ Fatores que influenciam;

➢ Anteprojeto;

➢ Projeto final;

➢ Representação gráfica.

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Obrigado pela atenção!

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