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DESENHO UNIVERSAL DE

APRENDIZAGEM – DUA

Videoaula – parte 02

Profa. Dra. Eromi Izabel Hummel


Universidade Estadual do Paraná – Campus Apucarana
Princípios do Desenho Universal de
Aprendizagem

O que se Como se Porque se


aprende? aprende? aprende?

Área de Área de Área da


reconhecimento estratégia afetividade

MEYER, A.; ROSE, D.H; GORDON, D. 2014)


Princípios do Desenho
Universal da
Aprendizagem

I. Proporcionar II. Proporcionar III. Proporcionar


múltiplos meios de múltiplos meios ação múltiplos meios de
apresentação e expressão envolvimento

Permitir formas Estimular o interesse dos


Apresentar a informação e
alternativas de expressão alunos para
o conteúdo em múltiplos
e de demonstração da aprendizagem recorrendo
formatos para que todos
aprendizagem por parte de diversas formas.
tenham acesso
dos alunos

http://www.udlcenter.org/aboutudl/udlguidelines_theorypractice
I- Proporcionar modos múltiplos de
apresentação
Proporcionar opções para a percepção
 Todos os alunos conseguem entender do jeito que a

informação está representada?

Oferecer opções para o uso da linguagem, expressões


matemáticas e símbolos.
 Que tipo de linguagem? Expressões, símbolos?

Ex. áudio, escrita impressa, braile, vídeos, exposição oral,


imagens.

O que se aprende?
I- Proporcionar modos múltiplos de
apresentação

Oferecer opções para a compreensão

 A informação é compreensível para que o aluno possa


processar o novo conhecimento, juntar com conhecimentos
anteriores, organizar pensamentos, ser capaz de transformar
em conhecimento significativo?

O que se aprende?
II - Proporcionar modos múltiplos de ação e
expressão

Oferecer opções para expressões corporais

 Alunos diferem em sua forma de agir fisicamente,


alguns possuem excelente controle motor, outros não.

Como se aprende?
II - Proporcionar modos múltiplos de ação e
expressão

Oferecer opções para a expressão e a comunicação

 Alguns alunos pode ser capazes de se expressar bem


através da fala, mas não através da escrita, ou vice-
versa.

Como se aprende?
II - Proporcionar modos múltiplos de ação e
expressão

Oferecer opções para as funções executivas

 Cada aluno difere no modo em que ele é bom em


planejar metas para si mesmo, organizar informações,
planejar ações e monitorar o seu progresso.

Como se aprende?
III- Proporcionar modos múltiplos de
envolvimento

Proporcionar opções para incentivar o interesse.

 Fornecer opções para desenvolver o interesse. O


interesse de alguns estudantes podem variar.

 Alunos com dificuldade de atenção também terão


dificuldades com o seu engajamento.

Porque se aprende?
III- Proporcionar modos múltiplos de
envolvimento

Oferecer opções para o suporte ao esforço e à persistência

 Sustentar o esforço e persistência para um aprendizado


real, profundo, transformador

 Quais são as opções que podemos construir dentro do


ambiente de aprendizagem que poderiam ajudar
estudantes com dificuldades manterem-se persistentes?

Porque se aprende?
III- Proporcionar modos múltiplos de
envolvimento

Oferecer opções para a autorregulação

 Alunos devem estabelecer metas para si e ser capaz de


determinar o que é importante para eles.

 Para aumentar o envolvimento dos alunos nas situações de


aprendizagem os professores necessitam
“... perceber quais são os seus interesses, ajudá-los a manter e
persistir na autorregulação dos comportamentos”.(RAP, 2014)

Porque se aprende?
COMO APROVEITAR OS PRINCÍPIOS DO DESENHO
UNIVERSAL PARA A APRENDIZAGEM E TORNAR SUAS
AULAS AINDA MAIS INCLUSIVAS?

https://novaescola.org.br/conteudo/15226/como-ser-inclusivo-desde-o-planejamento
A ideia básica é que, para ensinar ou aprender,
três áreas do cérebro precisam ser ativadas:

a rede de reconhecimento (o que aprender)

a estratégica (como)

e a afetiva (por que e para quê)

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 Ele envolve a reflexão e avaliação da própria prática pedagógica e
incide em elaborar processos de aprendizagem que visem à
aprendizagem de todos.

 “A ideia é estimular de diferentes formas o mesmo conteúdo, de maneira a


tornar a experiência da aula mais completa. O que muda é a estratégia
para chegar nos objetivos”, explica Alexandre Moreira, auxiliar de
formação do Instituto Rodrigo Mendes.

 Internalizar esse princípio ajuda a encarar a presença de alunos com


deficiência de outra forma: não é preciso, necessariamente, “adaptar” a
aula para acomodar as necessidades do estudante, mas sim, já imaginar
uma forma de ensinar o conteúdo, de modo a incluir um maior número de
pessoas.

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Etapas do planejamento

 Diagnóstico: Entenda as necessidades e habilidades da turma para traçar


caminhos que possam promover a aprendizagem.
 Objetivo: Tenha clareza do que se deseja atingir naquela aula. Só então
pense na forma de ensinar.
 Questionamentos:
1) O conteúdo está sendo dado de diferentes formas?
2) Há oportunidades para o aluno representar a aprendizagem dele de
diferentes formas?
3) Quais estratégias motivaram o envolvimento na aula?
4) Como vou avaliar a aprendizagem?

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Exemplo de aula
Katiane dos Santos, atualmente professora do 4º ano na EM Profa Lourdes Gobi
Rodrigues, em Cambé, no Paraná. Em 2017, quando lecionava no 3º ano do
Fundamental, Katiane recebeu em sua turma alunos com deficiência intelectual. Sem
apoio ou muitas referências, precisou usar a criatividade para superar as dificuldades e
garantir que todos estivessem aprendendo. Ao buscar outras maneiras de ensinar,
conheceu a metodologia. “Inicialmente, foi difícil aplicar uma teoria que não é daqui,
mas, como eu já aplicava os princípios, vi que é possível para o professor se adaptar
conforme a realidade”, afirma a professora, explicando que atitudes simples, como o
tipo de discurso, propor um desafio ou incentivar a troca entre os alunos, fazem a
diferença.
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 Durante uma aula de Ciências sobre os movimentos da Terra, por exemplo,
Katiane não se restringiu a fazer só uma exposição oral tradicional. Afinal, essa
forma de ensinar pode contemplar alguns alunos, mas, provavelmente, deixaria
outros de fora. Em vez disso, disponibilizou diversas formas de aprender o
conteúdo: trouxe imagens, pediu para que eles fizessem desenhos, organizou
trabalhos em grupo, levou vídeos e, por fim, pediu para que todos os alunos
reproduzissem, ao redor da mesa, os movimentos. “Percebi que uma das minhas
alunas com deficiência estava aprendendo, mas quis verificar. Perguntei o que
era o movimento de rotação, e ela não respondeu verbalmente, mas levantou-se
da cadeira e mostrou o movimento. Assim, vi que ela realmente tinha aprendido”,
relembra .
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 Ao refletir sobre a própria prática, o professor também revê a maneira que
avalia os alunos e passa a trazer diversas formas de verificar a
aprendizagem. “Cada aula é uma avaliação. O DUA traz maior liberdade
de registrar essa aprendizagem e o professor vai perceber quais são as
outras maneiras a partir do perfil da turma e os objetivos de
aprendizagem”, comenta Jacqueline Prais, pesquisadora na área de
Educação Inclusiva pela Universidade Estadual de Londrina. No caso de
Katiane, o diálogo e os movimentos do corpo permitiram que a aluna
demonstrasse a resposta, algo que talvez ela não conseguisse falando ou
escrevendo.

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Um desenho para todos
 O DUA rompe com a noção de que adaptar é a única opção para os
alunos com deficiência. “O problema está na estratégia de aprendizagem
e não no tamanho do currículo”, diz Jacqueline.

 Essa concepção favorece a aprendizagem de todos, não apenas de


pessoas com deficiência. Afinal, alguns alunos podem compreender melhor
o conteúdo quando ele é mostrado em um filme; já outros entendem melhor
lendo vários textos ou, ainda, há aqueles que aprendem mais quando o
outro colega explica.

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Estratégias com base no DUA

http://www.movimentodown.org.br/wp-content/uploads/2015/08/Manual-
FINAL-bibliografia.pdf
 Recursos de expressão/apresentação dos alunos:

Disponibilizar atividades em que os alunos possam


realizar apresentações orais, vídeos, artigos de
jornal, ensaios fotográficos, documentários de rádio,
pesquisas na comunidade, publicações online,
desenhos e animações, peças teatrais, cartazes e
campanhas de comunicação, textos em diversos
formatos.
http://www.plataformadoletramento.org.br/guia-de-mediacao-de-leitura-
acessivel-e-inclusiva/
 Versão impressa e acessível em audiovisual contém diferentes
recursos de acessibilidade

 Conta com audiodescrição, que contempla todas as


informações visuais, como o projeto gráfico, ilustrações,
fotografias e vídeos.

 Texto gravado em áudio e em Libras para que todos possam


acessar o texto de diferentes maneiras e sem barreiras
sensoriais, linguísticas ou cognitivas.
Concluindo...

 As diretrizes do Desenho Universal de Aprendizagem


são como ter certeza que existem opções suficientes,
flexibilidade, alternativas construídas dentro do
currículo, de modo que há desafios em grande
quantidade para o aluno mais talentoso, e há
opções, desafios e suportes para o aluno com
maiores dificuldades. Formatar o currículo a partir do
primeiro dia para que todos atinjam o seu ideal.

David Rose (2017)


 Inclusão e equidade na e por meio da educação são o
alicerce de uma agenda de educação transformadora [...].
Nenhuma meta de educação deverá ser considerada
cumprida a menos que tenha sido atingida por todos.
Portanto, comprometemo-nos a fazer mudanças necessárias
nas políticas de educação e a concentrar nossos esforços nos
mais desfavorecidos, especialmente aqueles com
deficiências, a fim de assegurar que ninguém seja deixado
para trás.

Declaração de Incheon, UNESCO, 2015

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