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Figura 1: Hermes no papel de juiz das competições de corridas de cavalos era o deus dos
equilíbrios éticos instáveis que tanto protegia os comerciantes quanto os ladrões.
Obviamente que estamos a fazer uma deriva de conveniência quando definimos o
termo grego ethos como sendo a palavra que significa aquilo que pertence ao "bom
costume", "costume superior", ou "portador de carácter" porque na verdade significa
apenas costume, tradição, hábito devendo por isso ser lido mais no contexto antropológico
primitivo do que no actual ou seja relativizado o termo ao nível do que um homem
primitivo pensaria de si mesmo a da sua situação no mundo natural no contexto da vida
comunitária arcaica. De facto o termo grego ethos está relacionado com o verbo grego
éθω • (éthō) significando: “estou acostumado, costumo (fazer) alguma coisa”.
A origem suposta deste verbo seria indo-europeia a partir de *swé com o
significado de «o próprio» mas o mais provável é que seja este conceito abstracto em si
mesmo a derivar de algo mais concreto relativo ao habitat e local de nascimento, que
estaria primitivamente por detrás do conceito grego de ethos.
From Proto-Indo-European *swe-dʰh₁ -, from the reflexive pronoun *swé (“self”)
+ *dʰeh₁ - (“to put, place, set”), equivalent to οὗ (hoû, “him”) + τίθηµι (títhēmi, “to
set”): thus the original sense is to "set as one's own". Cognates include Latin suēscō,
soleō, Sanskrit svadhā and Gothic sidus.
Apparenté au latin sodalis («compagnon, ami»), de l’indo-européen commun
*su̯ē̆dh- («faire sien») qui donne le sanscrit svádhā, c'est proprement un dérivé du
pronom *sue («sien») devenu σφε en grec → voir su-esco de même sens, en latin.
Selon le Dictionnaire étymologique latin, qui renseigne ce mot à l’article edo
(«manger»), «sodalis», dont l’étymologie n’est pas certaine, contient peut-être le même
préfixe sum-, «avec» que sumere, sauf cette différence que la voyelle a été abrégée→ voir
jubeo. Il suppose un primitif «*sodum ou *soda».
C'est un dérivé de se suus apparenté au grec ancien ἔθω, ἔθνος («ensemble des
familiers, des proches, les siens»).
Sendo assim, o amigo «solidário» latino sodalis é correlativo do verbo latino edo
de «comer» e então é possível postular que o ethos grego apelasse para a comunidade de
amigos e comensais não sendo no entanto necessário vincular um conceito a outro
fazendo derivar primeiro a ética do instinto de sobrevivência individual que nos levaria a
comer antes de satisfazer o instinto gregário da sobrevivência da espécie quando, pelo
contrário, é a ética que nos leva a confraternizar, sobretudo à mesa.
Solidariedade vem do francês solidarité, passando pelo latim solidus, voz técnica
da geometria que se referia, como hoje, aos corpos de três dimensões. (…)
Outras palavras de nossa língua, como soldo e soldado, derivaram-se do latim
solidus "firme, inteiro, indiviso, inteiro," figurativamente "sólido, confiável, genuíno," do
PIE * sol-ido-, forma sufixada de raiz * sol- "inteiro…único”…como o sol!
Se é verdade que «soldado» deriva de «soldo» este não deriva de solidus mas do
«saldo» que era pré a pagar em «sal» a um soldado o que demonstra o cuidado que temos
que ter para não nos perdermos nas derivas etimológicas. Ora, historicamente o solidus
foi uma moeda de ouro romana de 23 quilates introduzida por Diocleciano em 301 d.C. e
que seguramente seria o equivalente do soldo que devia ser pago na altura aos militares.
Assim sendo ficamos na dúvida se solidariedade vem do «sol» ou do «sal» ou se a certa
altura, com a introdução da moeda de ouro de Diocleciano o «soldo» ficou “solarizado” e
conotado com o Sol Invictus que a soldadesca romana já adorava, a par de Mitra.
A etimologia clássica, a que se sobrepôs a teoria indo-europeia, parte do falso
pressuposto de que todos os termos derivam por composição de raízes de significado
genérico que teriam nascido por geração espontânea já prontas a utilizar o que,
obviamente, não tem qualquer sentido lógico evolutivo.
Vejamos o caso do verbo latino emere que aparece na etimologia a propósito da
etimologia do altino sodalis por sua vez considerado relacionado com a etimologia de
ethos. Emō, emere, ēmī, ēmptum tem sempre o significado de comprar. No entanto, a
etimologia indo-europeia pressupõe que deveria significar «tomar» no sentido de quem se
apropria de algo que é de outrem.
De l’indo-européen commun *em («prendre») qui donne aussi le vieux slave *imo
(→ voir jímat et jmout en tchèque).
Pour comprendre le passage du sens de «prendre» au sens d’«acheter», on peut
comparer certaines locutions françaises, telles que: «prendre un journal, prendre un
billet de chemin de fer». Le sens «prendre» est resté dans tous les composés, exceptés
redimo et coemo, interimo, → voir interficio et intereo, perimo avec per- péjoratif,
comme perdo, pereo. sumo renferme un préfixe très rare en latin: sum- («avec») (syn- en
grec, sam- en sanscrit) ; il est traité comme verbe simple, et donne à son tour naissance à
de nombreux composés. Pareil fait a eu lieu pour pono, prendo, surgo, etc. praemium est
la part qu'on prend avant les autres.
Evidentemente que quem compra adquire propriedade e por isso se apropria mas é
óbvio que este sentido vem depois porque apropriação sem compra é roubou coisa a que
os antigos davam muito valor contrariamente às teorias modernas da apropriação
comunitária e comunista. Mesmo nas comunidades em que a vida comum é primitiva e
baseada na partilha o conceito de roubo é um dos primeiros crimes antiéticos a aparecer
relativo a alguém que se apropria de forma particular de um bem comum ou de outrem ou
sempre que alguém de fora rouba bens da comunidade. Evidentemente que o que é do
domínio comum não é passível de compra ou empréstimo pelo que mesmo em
comunidades primitivas a compra aparece sempre que a troca temporária não faz sentido
ou seja entre comunidades que não podem ter bens comuns permanentes.
CASA
Então, é fácil de dar conta de que emere deriva de uma realidade objectiva fácil de
identificar como sendo aquilo que teria o nome virtual de *E-Mel-Kar-tu, e que seria
literalmente o templo (E = casa) de Melcarte sobre cuja protecção se realizavam os
mercados. Obviamente que esta deriva lateral a propósito de emere é circunstancial mas
uma coisa podemos concluir: sem explicação plausível, o étimo e- seria de origem
suméria e virtualmente egeia, ou mais arcaica ainda, e deve sempre ser tido em conta
como sendo significante em si mesmo possivelmente com a conotação de templo, abrigo,
lar ou casa de habitação onde se adquirem os hábitos e bons costumes.
*Ish-ka, lit. da vida > *swa > *σϝε > θω + E (casa) => ἔ-θω < e-thos
< E-Thi(os).
A etimologia mítica pode sempre ter várias entradas e nada obsta a que no plano da
génese do significado da ética tenham convergido duas ideias sobrepostas, uma relativa à
“casa da vida” como espaço natalício e outra, mais universal ainda, relativa à «casa
grande» do deus tribal.
É certo que a casa da Grécia antiga era oîkos (casa, lar, habitação).
Oîkos < ϝοῖκος = woîkos < Proto-Indo-Europ. *weyḱ-.
Latin. vīcus > Sansk. Viś / veśa > Gotic. weihs.
Obviamente que nem é preciso parar muito tempo a pensar que o termo luso
«fogo» na conotação demográfica deriva de ϝοῖκος = woîkos e muito nos admiraria se
nada tivesse a ver com o fogo das lareiras pois ϝοῖκος < pha-u-i(s)co e literalmente o *iko
(< eiku < e-kiu) o «nicho» ou «ninho» onde nasce a «faísca» do «fogacho» ou seja, a
pássaro Benu da luz da madeira (Sumer. U)!
É frequente no estudo da etimologia miticamente comparada encontrar voltas e
reviravoltas de termos como se a evolução das línguas no tempo fosse uma espécie de
contradança informativa.
Então, repare-se na forma como os árabes, que têm uma língua de herança caldeia,
dão nome ao ninho: = eash? Estranho, não é? É que, e-ash é literalmente a casa (E) do
filhote (ash) e é quase o mesmo que *iko e pouco menos que o grego oikos. Por isso é
que, quando damos conta de que os postulados da etimologia indo-europeia fazem tudo
para passar ao lado das línguas semitas, começamos a suspeitar que estes postulados só
podem ser falsos; primeiro porque pretendem criam uma língua adulta e crescida a partir
do nada no meio das estepes caucasianas depois porque esquecem o percurso evolutivo
das línguas semitas mais antigas e das quais seria de suspeitar que ou descendem ou delas
receberam influência se é que delas não são uma espécie de crioulo. É suspeita a forma
racionalista como se pensa em raízes semânticas indo-europeias aparecidas por geração
espontânea, de forma perfeitamente acabada, quando o normal seria pensar que o
pensamento humano começou de forma infantil, cheio de pensamento mágico, ignorante e
aterrado pelos instintos primários da espécie.
1
O termo gag-ha-har-ra-na parece ressoar no termos transmontano mão «garanha» presa em garra por ficar branca
e exangue por causa do frio.
qual será então a que teremos que procurar como primitiva e relacionada com um culto
divino de que teriam derivado as chaves do deus Jano e da deusa Cardea, que como
sabemos era equivalente de Enki, o senhor do Kur e por isso também conhecido como
En-Kur, que teve por filho Ish-Kur…ou *Kur-a-kis. Este deus que abria as portas da
vida ao recém-nascido e fechava a sete chaves a fidelidade dos contratos seria também o
mesmo da mitologia de Santa Claus, do nome de Cláudio e de Nicolau.
«Chave» < Lat. clavis << *Kur-a-kis >> klewis > κλείς.
>>> «buraco» da fechadura.
É provável que a onomatopeia do clic! ou clac! que fariam estas antigas fechaduras
ao abris as portas tenham contribuído para fixar o fonética do termo grego e latino bem
como do som de variantes de outras línguas.
Assim é possível que os ἔκκλητος fossem escolhidos por eleição à porta fechada e
ter sido esta a semântica que acabou na Igreja cristã.
A primeira fechadura de tambor foi encontrada nas
ruínas do Palácio de Khorsabad, no Iraque. Princípios
Básicos da fechadura de tambor de pinos podem datar
desde por volta de 4000 A.C., no Egipto; a fechadura
consistia de uma coluna de madeira afixada à porta, e um
ferrolho horizontal que deslizava-se para dentro da coluna.
O ferrolho tinha aberturas verticais nas quais um conjunto
de pinos encaixava-se. Estes podiam ser levantados, usando
uma chave, a uma altura suficiente para permitir ao
ferrolho mover-se e destravar a porta.
Aedēs and aedis = [Aedis domicilium in edito positum simplex atque unius aditus.
Sive ideo aedis dicitur, quod in ea aevum degatur, quod Graece αἰών vocatur, Fest. p. 13
Müll. Curtius refers this word to αἴθω (< αἶθος), aestus, as meaning originally, fire-place,
hearth; others, with probability, compare ἕδος, ἕδρα, and sēdes.]. I. Sing., a dwelling of
the gods, a sanctuary, a temple (prop., a simple edifice, without division into smaller
apartments, while templum is a large and splendid structure, consecrated by the augurs,
and belonging to one or more deities). II. A dwelling for men, a house, habitation, obode
(syn. domus; usu. only in the plur., as a collection of several apartments; but in the
earliest period the sing. also may have had this signif., though but few certain examples of
it have been preserved in the written language).
Αἶθος < From Proto-Hellenic *áitʰos, from Proto-Indo-European *aydʰos.
Cognates include Latin aedes and Sanskrit एध (édha).
Nelle lingue di ceppo germanico, in alto tedesco antico la parola per casa era hus,
in olandese huis, antico inglese hus, tutte derivano dal proto-germanico husan da cui
deriva la parola inglese house. Per i Goti la parola per casa che era razr (polacco rodzina
= famiglia?) mentre la parola hus era riferita solo al tempio sacro guþ-hus dimora di Dio.
2"The Concise Oxford Dictionary," Microsoft® Encarta® 97 Encyclopedia. The Concise® Oxford Dictionary, 8th
Edition. (c) © Oxford University Press. All rights reserved.
Mi ricordo che in una delle mie prime lezioni di inglese al British Institute of
Florence, la mia insegnante una certa Miss Bliss, spiegandomi le parole base della lingua
inglese disse che per noi fiorentini era facile pronunciare la parola "house" in quanto
eravamo avvezzi alla c aspirata che diventava quindi h, così che noi pronunciamo hasa e
non kasa. Forse questa peculiarità fonetica non è un caso ma il segno del nostro retaggio
ancestrale germanico. 3
A palavra “casa” tem a sua origem no latim “CASA”, que por sua vez designava
uma barraca, cabana, choça, edificação rural de pequeno porte, tugúrio. Originalmente,
o vocábulo não era utilizado para designar moradas de boa qualidade. Com o tempo, no
entanto, ele foi sendo assimilado para residências térreas, independentes e de qualidade.
La palabra casa viene del latín casa. San Isidoro1 explica que casa es una
habitación hecha de estacas y ramas que sirve para protegerse del frío o calor. Según
Covarrubias2, la palabra latina casa viene del hebreo ( כסהkisá = tejer y cubrir) porque
las primeras casas eran ramadas, o tiendas de campaña.
No confundir la palabra latina casa con la palabra capsa, que dio caja en
castellano, chasse en francés, cassa en italiano y caixa en portugués. Capsa viene de una
raíz diferente relacionada con verbo capere, el cual forma parte de tantas voces
españolas: cable, campo, capacidad, etc.
«Caixa» < caja < it. cassa < lat. cap-sa > «cápsula».
Lat. caput < *kaput < kap-tu < cap-isha > cap-ica < lat. *cap-ipa
Lat. Cap-pa > «capa». < *cap(-ere) < cawe4 < Kaka.
Caput = From Proto-Italic *kaput, from Proto-Indo-European *kauput-, *káput
(“head”). Cognates include German Haupt and English head.
Lat. Casa = Possibly from either Proto-Indo-European *kat- (“to link or weave
together; chain, net”) (compare catēna (“chain”)), or Proto-Indo-European *ket- (“hut,
shed”) (compare Old English heaþor (“restraint, confinement, enclosure, prison”),
Avestan (kata, “chamber”), Mazanderani 01َ (kat, “wall”)), likely through borrowing
from another Indo-European language rather than inheritance.
A facilidade com que a palavra para a casa rústica latina, tugúrio, cabana ou
choupana, chegou aos povos ibéricos demonstra que era esta a sua habitação comum, pelo
menos aos olhos soberbos dos conquistadores que já se tinham esquecido das choupana
dos seus heróis fundadores e segue a regra que transformou o caldo verde com rodelas
chouriço e pão centeio ou broa de milho que era o prato principal e único dos pobres de
antigamente no manjar de desenjoo dos banquetes dos novos-ricos hodiernos.
Ki + «a» > Kia > ka, vida ha > «a», água da vida!
Egipt. Bet < Wet < Ki-et > *Kat.
<???> Ket < Het > Ed > Sumer. «E».
3
http://bighipert.blogspot.pt/2013/06/letimologia-della-parola-casa.html
4
Notar que «cave canem» em latim era cuidado com o cão, onde cave era cuidado por derivar da semântica de
cobertura que era e é a da «capa».
Relativamente ao sumério «E» é difícil tanto postular a sua etimologia virtual
como decidir que se pode tratar de um termo imotivado nascido na origem da linguagem a
par de «a» para água, que pode não ser imotivado e derivar do ka da vida!
Do mesmo modo, é difícil saber a etimologia da preposição latina ex.
Lat. ex Greg. Ant. > ἐξ (ex) < E-ish > Irl. Ant. ess-, a, ass > Lituan. ìš
> Ig.Ant. Islav. из (iz) > *iko > grec. O-icos / Ο-ἶκος
< ϝο-ῖκος (woîkos) proto-helênico *wó-ikos.
< ϝο < fau > Fa-nes / Fauno e Pan.
De facto, podemos apenas opinar que ex ou literalmente em português «e-is»
significaria “(fora) da casa” onde o conceito de ausência estaria implícito, tal como aqui
derivaria de e-ki e significaria na terra (ki) da casa (e) ou de casa para aqui, ou cá, ou seja,
de casa para fora. Do mesmo modo, como acabamos de saber mais acima que o grego
oicos derivaria de uma raiz que seria *iko, a sua etimologia seria afinal algo agora
parecido com «cobra» de casa onde esta estaria quase subentendida em «O» de o-phis ou
no O < Au < hau < kau, o animal totémicos dos lares, como também vimos antes a
propósito do conceito mítico fundador atenienses, oikouro!
Ἵκω < *seyk- (“alcançar”). Os sinônimos ἱκάνω (hikánō) e ἱκνέοµαι (hiknéomai)
são da mesma raiz, com sufixo nasal. Possivelmente cognato com ἥκω (hḗkō, “ter
chegado, estar presente”. Aqui!).
Seja como tenha sido parece que ϝο-ῖκος (woîkos) se relaciona com o conceito
português de «fogo» enquanto lar de uma aldeia onde impera o fogo e a luz de Fa-nes, o
deus protágono e cobra luminosa como Fauno e Pan.
Οἶκος < ϝοῖκος (woîkos), do proto-helênico *wóikos, do proto-indo-europeu
*weyḱ- (“entrar, estabelecer-se; assentamento, herdade, aldeia”). Os cognatos incluem o
grego micênico (wo-ko /wojkos/, “casa”), o latim vīcus (daí o inglês wick (“aldeia”)), o
proto-eslavo *vьsь (vĭsĭ, “aldeia, casario”), o sânscrito वश ् (viś) e वेश (veśa) e gótico
(weihs).
A propósito de os povos pobres serem também os mais arcaicos e primitivos
ocorre-nos falar da etimologia destes dois termos que nos aprecem, por esta mesma
vicissitude cultural, aparentados.
«Povo» < povoo < poboo < *pobolo > poblo > pobro
*Pobolo < *Powlos πουλύς < Phoulos < Kouros < Kur.
< Lat. populus + ikos > *poplos > *pop.likos
Do latim antigo populus (desde meados do séc. II a.C.), de poplus anterior, de
poplos ainda anteriores (atestado já desde o início do séc. V a.C.), do proto-itálico
*poplos (“exército”), origem posterior desconhecido; talvez do etrusco ou da raiz de
pleō. Veja também plebes.
Plĕo, ēre, v. n., I.to fill, to fulfil, the root of plenus, q. v., com-pleo, ex-pleo, sup-
pleo: “plentur antiqui etiam sine praepositionibus dicebant,” Fest. p. 230 Müll.
Pleō, plēre, plēvī, plētum < πλέω • (pléō) velejar (em um barco), flutuador
< πληρόω • (plēróō) encher, encher terminar, completar para cumprir
< πλήρης < ??? < πλή Lat. plus < proto-itálico *plous < grego antigo πολύς
Πολῠ́ς • (polús) m (πολλή feminino, πολῠ́ neutro) = muitos, (com substantivos de
multidão) grande (de quantidade, com substantivos de massa) muito (raro, de uma
pessoa) grande, poderoso (de som) alto (atributivamente, adverbial) fortemente,
totalmente (de espaço) largo, grande (de distância) longe (de tempo) longo; atrasado
Plus < Do latim antigo plous, do proto-itálico *plous, do proto-indo-europeu
*pleh₁ -, *pelh₁ u- (“muitos”). Cognato com o grego antigo πολύς (polús, “muitos”), o
inglês antigo feolo (“muito, muitos”). Mais em fele.
O derivado grego mais conhecido de Πολῠ́ς / Plus é Polis, a cidade, e a forma
épica, seguramente seria também a mais arcaica πουλύς (poulús). Por outro lado, a
declinação de πολύς (polús) é formada por dois radicais, πολ- (pol-) e πολλ- (poll-) <
πολϝ- (polw-) o que aponta para um termo anterior que seria *powlos πουλύς de que
derivou o proto-itálico *plous de que derivou o plus latino.
Ora a origem egeia deste *powlos πουλύς só pode ser o que mais sugere a
semântica deste termo que só pode ser o nome da montanha do Kur. Este conceito parece
ter significado em etiocretense a totalidade e ter carradas e montes de razão!
*Powlos πουλύς < Phoulos < Kouros < Kur.
«Plebe» < Plebes < Plewe < Pelek < πλή > πλήρης.
> Peleg < Phelek < Keret.
> Pelágios.
Do velho latim plēbēs, de proto-itálico *plēðwēs (de onde oscan plífriks,
"plebeiano", nom. Sg.) Via * plēðros), de proto-indo-europeu * pl̥h₁ dʰwḗh₁ s ~ * pl̥h₁
dʰuh₁ és (de onde a antiga grega πληθῡς (plēthūs, “multidão”) de *pleh₁ - (“encher”),
daí pleō.
Ou seja, é quase seguro que a origem do nome do «povo» luso é egeia e a forma
latina estaria próxima das fonéticas ibéricas que já teriam influências egeias antes de
romanizadas o que quer dizer que pupulos deriva de um termo anterior que seria *powlus
«Público» < latim antigo poplicus < antigo poplus < do proto-itálico *poplos de
origem desconhecida.
ESTÉTICA
Estética deriva «do francês esthétique», que, por sua vez, vem «do grego
aisthêtiké, forma do adjectivo aisthêtikós», que significa «que tem a faculdade de sentir
ou de compreender; que pode ser compreendido pelos sentidos».
Greek aisthetikos "of or for perception by the senses, perceptive," of things,
"perceptible," from aisthanesthai "to perceive (by the senses or by the mind), to feel,"
from PIE *awis-dh-yo-, from root *au- "to perceive."
«Estética» <Esthétique < αἴσθησῐς (aísthēsis, “percepção, sensação”) <
αἰσθάνοµαι (ais-thán-omai, “perceber”) < proto-indo-europeu *hewisd- < *h₂ ew-
(“ver, perceber” ) > ἀΐω (aḯō). Cognatos incluem sânsc. आ वस ् (āvís, “aberto,
manifestamente, evidentemente”), latim audiō (“eu ouço”) e Hitita, u-uḫ-ḫi (“vejo”).
Quando um português rústico mal falante diz que tem «visto e *ouvisto» começa a
gaguejar e a dizer *ouvo por «ouço» o que, além de falta de cultura gramatical, significa
que estes dois sentidos se confundiriam também facilmente no valor perceptivo da
realidade dos falantes primitivos que facilmente confundiriam as brisas com sopros de
espíritos e auras sobrenaturais. Por isso, não repugna muito fazer derivar a estética mais
da percepção auditiva do que da visual ainda que tenha sido na visão que ela se tenha
fixado em definitivo. No entanto não é convincente que o grego aísthēsis tenha muito a
ver com o proto-indo-europeu *hewisd-.
Lat. Auris < proto-indo-europeu *h₂ ṓws. Inglês Antigo ēare (inglês ear),
grego antigo οὖς (oûs) antigo eslavo eclesiástico, uxo (??? Chamorro, uho)
irlandês antigo au.
Lati. Aura < Greg. αὔρα (aúra, “brisa, vento suave”) < Proto-helênico *auhrà <
proto-indo-europeu *h₂ éwsr̥h₂ (“ar da manhã”) < *h₂ ews- (“amanhecer; leste”) >
ᾱ̓ήρ (āḗr).
Na verdade, se era a Aurora latina, que trazia consigo os primeiros raios de luz na
forma da «aura» invisível dos corpos, a equivalente Eos grega trazia consigo o vento
Zéfiro e a brisa da manhã a que chamavam aura. Na verdade, nos tempos da mitologia de
transmissão oral o ouvido era mais importante que a visão mas muita informação se
perdia pelo caminho ao ponto de a primitiva mitologia da Deusa Mãe anatólica Aruru, de
que os romanos receberam o nome da Aurora, ter acabado como sendo o nome que os
gregos davam às auras. O resto do esforço de pesquisa a respeito das línguas proto indo-
europeias é pura treta. De facto, incluir nestas pesquisas a língua chamorro de base
austronésia e malaio-polinésia, com influência espanhola falada na ilha de Guam e nas
ilhas Marianas do Norte, na Oceânia é rematado disparate que denota o desnorte dos
investigadores. Evidentemente que a etimologia do nome da deusa grega da aurora não é
fácil de descobrir mas não ver no suposto *hews- (“amanhecer; leste”) o nome de Eos e
precisar de uma contracção a martelos de prensa para ir da raiz da suposta raiz de aura
*héwsr̥h ao ar grego ᾱ̓ήρ, quando aura e ᾱ̓ήρ terão sido na origem o mesmo ar da aragem
e das brisas são saltos de trampolim demasiado perigosos para serem dados pelo comum
dos mortais. De facto, o grego clássico era um produto acabado resultante de uma longa
evolução linguística que teve a última manifestação escrita no micénico anterior à idade
das trevas gregas sabendo-se pouco do que aconteceu entre ambas e praticamente nada,
dos falares minóicos que seriam muitos e variados espalhados por todas as ilhas do mar
Egeu. Ora, se ais-than-esthai significa “sentir” tal como se encontra no seu contrário que
é a “anestesia” e que deu aisthêsis como sendo “sensibilidade ou sensação” é fácil de
verificar que pelo caminho se perdeu -than- por contracção. Ora, tal deve ser uma parte
importante da etimologia dum termo que na origem seria virtualmente *ais-than-esthêsis.
De facto, quem nos pode garantir que a primeira sílaba deste termo, longamente
aglutinante na sua origem, não fosse um mero onomatopaico relacionado com a sensação
primária da dor na forma dum grito universal, Ai! Então, o termo virtual *ais-than-
esthêsis deveria ser Ai-sthan-esthêsis, onde, para «estesia», se deveria procurar à parte
uma etimologia própria e para –sthan- já temos o astro e deus de toda a luz que era
Ishtanu, o deus esposo de Arina (Hattic Eshtan, lit. “a casa de Ishtanu), a deusa do sol
do país e dos povos dos Hatis e possivelmente uma contracção do nome de Aruru-Ana.
Ishtanu (Hittite sun god) < Ish-Tan, lit. “a cobra de fogo” ou “filho da cobra
lunar” < *Kaki-Kian.
Então o verdadeiro significado primitivo de ais-than-esthai seriam “os ais do sol-
posto” sentidos por Chentiamentiu, o deus egípcio do país dos ocidentais que nada teria
a ver com o indo-europeu porque seria um termo ritual aglutinante dos cultos solares e
pascais do mar Egeu e depois de pêsames e «sentimentos» funéreos no Egipto! Assim,
para se entender a relação do sol com o olho divino e com os rituais primitivos do «mau-
olhado» há que estudar e consultar a mitologia egípcia relativa ao olho de Rá, de Horus e
de Osíris e particularmente o Utchat, o olho de Horus, e depois pensar na estética
complexa dos rituais fúnebres dos egípcios.