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O FARAÓ, GUARDIÃO DA «CASA GRANDE»,

DEUS E SENHOR DO PODER DA COBRA, por Artur Felisberto.

Figura 1: Máscara funerária de Tutancamon, o mais jovem dos mais famosos


faraós, onde se comprova magnificamente que os soberanos do Egipto eram
formalmente os que transportavam na cabeça “Buto, a cobra do baixo egipto e o abutre
(de pescoço de cobra) do Alto Egipto”!
A cultura Egípcia é, de todas as culturas antigas, a que mais manifesta a
persistência, presumivelmente arcaizante, do culto da cobra como anterior ao culto de
todos os deuses politeístas dos primórdios da história.

URAEUS
De facto, o símbolo do poder supremo no Egipto era o
ureus, efígie da cobra-cascavel e símbolo do poder sagrado
conferido pela deusa mãe da terra. Se assim for, a referência no
génesis à cobra da tentação, feita por herdeiros judeus da
cultura egípcia, constitui uma homenagem incontornável à
Deusa Mãe e ao poder sacerdotal dos faraós. Este símbolo
seria também atributo do primeiro faraó mítico do Egipto que
seria o «senhor da cobra» o que reforça a ideia da origem
cretense da dinastia tinita encabeçada pelo lendário rei Min.
Figura 2: ureus.

O Ureo é um adorno, em forma de serpente, usado nas coroas de deuses e faraós


do Antigo Egipto como símbolo de soberania. Segundo um dos Textos das Pirâmides,
o deus Gebo deu à cobra do faraó o direito de ser o suporte da legitimidade do trono do
Egipto. O ureo é uma representação da deusa Wadjet na forma de uma cobra erecta.
Wadj é a antiga palavra egípcia para a cor verde (em referência à cor do papiro) e et,
uma indicação de seu género feminino). A deusa Ouret-Hékau (serpente ou leoa)
também a personifica e é, quase seguramente a origem do nome grego. Na mitologia
egípcia, o uraeus ainda é o olho de Ra (e sua filha), uma deusa solar.
Uadjit < Wardj-et < Wadj < Wer-de-ish > Lat. viridis > «verde».
Ureu < Latim: uraeus < Greg. οὐραῖος = oùraios < Ant. Egíp. Jrt
< iaret = Uadyet < Wardj-et < U-Ra-et.

Figura 3: Wadjet

Uadjit, é na antiga religião egípcia, a deusa padroeira do Baixo Egito (o que


correspondia à região do Delta do Nilo). O nome significa "A verde" (cor das
serpentes) e "A da cor do papiro" (numa alusão à planta do papiro, que teria sido por
ela criada e que era a planta heráldica do Baixo Egipto). O nome desta deusa pode
também ser escrito como Uto ou Edjo.

Uadjit começou por ser uma deusa ligada à vegetação tendo-se transformado numa deusa da
realeza.

Representava o Baixo Egipto sendo frequente surgir com a deusa


correspondente do Alto Egipto, Nekhbet.
Wadj é a antiga palavra egípcia para a cor verde (em referência à cor do papiro)
e -et, uma indicação de seu género feminino). Sendo assim, podemos sempre duvidar
do seu rigor literal pelo que o conceito de “duplo palácio” que resulta das leituras
correntes dos hieróglifos que representam o fonema que se traduz por faraó pode
resultar da ênfase contextual da própria ideologia política faraónica na qual a soberania
suprema resulta, de facto, da união paradoxal numa só pessoa de dois reinos supostos
autónomos mas não independentes porque apenas unidos pela vontade dos divinos
soberanos do Egipto.

Figura 4: Nebket & Wadjet.


Trata-se assim duma abstracção metafórica do tipo da santíssima trindade que
concebe um só Deus em três pessoas distintas e de muitas que os políticos e homens de
direito gostam de usar quando se trata de figurar em abstracto entidades teoricamente
úteis mas impraticáveis, como e o caso dos valores absolutos!
Sumer. Uto < Huto < Buto < Ba-ut < Bajut < Wagetu < (o ureus) Uadjit.
Kaka-ti, deusa Caca, antepassado comum a Bat e Hator.
Bat < *Phiat / Ptah > *Ki-tu, lit. “o filho de Ki > Sumer. Uto, o sol,
filho da aurora e o que nasceu da terra como a cobra”!
Neste caso, se alguma homofonia existiria entre o termo inicial e o que
corresponde em egípcio aos hieróglifos que descrevem o semantema de “duplo
palácio”, esta seria mera coincidência ou remota origem étmica comum, reforçada pelo
próprio jogo do contexto, o que não é difícil de antever se aceitarmos que tanto O-phi,
da cobra do ureus, como o «chão» do palácio nos reportam ao termo comum Ki,
literalmente terra em sumério, que eram seguramente o único capital disponível na
idade nos alvores do neolítico.
Esta, uma vez cercada (lat. circa < ki-ur ki-a) dá origem à «grande casa»
senhorial que domina a exploração agrícola que, quando adstrita ao serviço dos
templos, se é que não apenas nesta condição no início da história, era Ki-Antu, o chão
sagrado das antas da Terra Mãe que, quando cercado, é ainda hoje, em Portugal, a
sacrossanta «quinta»!
Obviamente que a quinta moderna é uma herdade de tempos arcaicos em que os
escassos terrenos aráveis eram dedicados ao culto da Terra Mãe e onde os
trabalhadores eram “escravos do templo”. A eficácia da gestão primitiva dos “campos
santos” veio a servir de modelo a todas a variantes futuras de unidades agrícolas
encontradas por todo o mundo onde chegou a revolução do neolítico e acabaram em
Portugal na “quinta” dos nobres e dos ricos, no “casal” ou “quintã” das famílias livres
e inferno da servidão da cantina para a sopa dos pobres.
«Quinta» • < ?Lat. quintana (> pop. «quintã», s. f. grande propriedade rústica
com casa de habitação e geralmente cercada de muros ).
«Citânia» (• s. f. nome comum a antigos povoados acastelados dos tempos
romanos ou pré-romanos da Península Ibérica) < Lat. * civitatania? Talvez nem
tanto, pois < kitania < kiantia, este sim já mais plausível a partir do nome comum que
levaria ao latino quintana.
«cidade» < ?do Lat. Civita-te, lit. Deusa (te) *Kiwi-ta
*Kiwi-ta < Ki-Ki-Ka = Ki-Caca
> Ku-Baba > Kubata (< Kimbund. Ku-di-bata), também Cibel,
esposa de Kiw-el? => Ki-dade.
Kou-baba est la déesse reine de la ville antique de Karkemish, parèdre du dieu
de l'orage. C'est une divinité de la fertilité. Elle joue un rôle dans les textes louvites et
un rôle mineur dans les textes hittites, principalement dans les rites religieux
hourrites. Plus tard, son culte se répandit et elle devint la déesse principale des
royaumes anatoliens postérieurs aux Hittites, puis d'Hattousa. Elle est probablement à
l'origine de la divinité phrygienne Cybèle.
Em «cidade», a raiz –dade não será um sufixo qualitativo como não o é em
«Bag-dade», nome da grande cidade herdeira do que resta da terra das miríades de
cidades que despontaram como cogumelos neolíticos no fértil vale da Mesopotâmia.
«Cidade» < Lat. civitate, complexo demográfico formado, social e
economicamente, por uma importante concentração populacional não agrícola, ou
seja, dedicada a actividades de carácter comercial, industrial, financeiro e cultural;
«Cidade» < Lat. civitate < civitas < Kiphita < Kikita >*Ki-phiat
Ur > Ki Ur > Kur < «curros, currais e Karums», kurkius > wurkos
> «burgos» > hurkis > urwis > «urbes».
Passando ao lado da «cidade», enquanto conjunto de lares e choupanas onde se
acolhia o conforto do fogo dos lares dedicados a Avesta / *Kiphiat se chegaria enfim à
cidadela militar e depois à «urbe» e ao «burgo» com o aparecimento das castas
militares aquarteladas um locais que eram terra de guerreiros como Ur.
A «quinta», que em latim foi vila e origem de «vilas» lusitanas e do nome das
cidades francesas, se evoluiria para a «citânia».
«Castros» como templos militares, a Melkart dedicados, o senhor da cidade,
«castelos» altaneiros de templários a verdade é que sem guerra organizada de forma
empresarial com guerreiros profissionais nunca teria existido civilização!
Os autores não são unânimes na tradução do termo Phar-O.
Flávio Conti fala em “duplo palácio” e Sérgio Donadoni em «grande (ou, a
maior) casa» o que reforça a ideia de a tradução resultar mais do contexto ideográfico
do que da literalidade fonética. Ora, em Phar-O apenas a raiz –O parece como
novidade já que Phar < Ki Ur = Ka(u)r > sumer. Gal, lit. o «grande, forte e poderoso
= omnipotente» ou seja guerreiro e campeão da Terra Mãe, equivalente matriarcal do
conceito da soberania suprema no masculino e variante antropológica de conceito de
«macho dominante» dos primatas. Quanto ao –O, tudo aponta para que seja o
correspondente egípcio do sumério E-, com o significado de casa. De resto, a
explicação para o conceito de «duas casas», que dá o nome aos faraós, pode ser ainda
mais simples: Phar-O era o ideograma do rei e sumo sacerdote da deusa das cobras da
tradição mediterrânea que, por coincidência da tradição dinástica posterior à
unificação do alto e baixo Egipto, era também o senhor das duas grandes terras, (taui
< thawi < *kaki < Ki-Ki), que eram o alto e baixo Egipto.
Assim sendo, natural seria que o mesmo ideograma acabasse por vir a ter um
significado "homoideográfico" que inicialmente não figurava nele.
De resto, o nome dos faraós pode ter uma origem bem mais directo e muito
menos retorcida se aceitarmos a versão francesa Pharaon (< *Phar-o-an < Hau-phar-
an < *Ka-Phur-an, Sacar-na), o deus da aurora triunfante (=> Saturno), o deus e
senhor da época dourada dos exércitos da Deusa Mãe das cobras cretense, de que iria
derivar o conceito grego kauronos para general!
É de suspeitar que Sakauran > Sacara tenha chegado ao Egipto muito cedo,
seguramente a partir do Minotauro cretense como adiante se confirma. Assim sendo,
e até prova categórica em contrário é altamente suspeito de que o suposto étimo Phar-
O, do nome dos faraós, corresponda não tanto ao lugar genérico da «Casa Grande»,
que até poderia ser uma referência aos templos megalíticos mediterrâneos de que os
malteses e depois os palácios labirínticos minóicos são exemplares, mas à função de
sumo-sacerdote da “Cobra da Deusa Mãe”, reminiscência dos antiquíssimos cultos
megalíticos de que a cobra seria o deus supremo!
Figura 5: O
nome do poderoso faraó
Ramssés apresenta-se
aqui escrito em
hieróglifos ladeados por
Ra-Horus, o deus falcão
com o ureus, a cobra
solar, à cabeça!

Notar que uma das Fúrias tinha o nome de Megara ou Megera.


A Lista real de Abído, o Papiro de Turim, assim como Máneton, concordam em
dar o nome de Menes ao primeiro faraó egípcio. Mas nenhum documento encontrado
até hoje traz este nome de maneira indiscutível. Admite-se geralmente, segundo a
paleta de Hieracômpolis, que Narmer foi o primeiro rei a usar a dupla coroa do Alto e
do Baixo Egipto. Tinhamos portanto, dois nomes para uma única personagem: Narmer
num monumento contemlporâneo do reinado, e Menes nas fontes posteriores. Várias
explícações, foram propostas para explicar esta discordância. Para uns, Narmer e
Menes seriam dois nomes que designavam a mesma personagem, para outros Narmer
seria o predecessor de Menes, sendo este último o rei de Aha cujo nome é conhecido
por monumentos de Sacará. Terceira possibilidade, por fim, Narmer seria de facto
Menes, e teria tomado o nome de Aha após a sua vitória sobre o Norte. Os três nomes
aplicar-se-iam portanto a uma mesma e única personagem.1
Na paleta do Narmer os animais leoninos de estranhos pescoços
entrelaçados como ofídios (girafas?) não deixam dúvidas quanto à importância
dos cultos ofídios no Egipto. As cabeças de touro também não permitem duvidar
de que os cultos de fertilidade taurina já estariam presentes no início da monarquia
faraónica em nome do deus Min (o deus taurino de falo erecto) presumivelmente
o último touro da primeira face da paleta e esposo de «vaca» divina Bata.
Sur les frontons des deux faces de la palette figurent en gros plans deux effigies
de la déesse Bat stylisée par un facial féminin avec deux oreilles de vache et une énorme
paire de cornes retournées vers l'intérieur qui rappellent la fertilité qu'offre le lait et ses
dérivés, nourriture de base dans l'ancien temps. Sa disposition en partie haute de la
palette lui donne un caractère céleste et prouve la haute estime du pharaon à son égard.

Figura 6: Paleta do Narmer, o 1º dos faraós. Bat The Egyptian cow goddess of
fertility, also called Bata. She was primarily worshipped in Upper Egypt.

1 Pierre Lévêque, volume I das PRIMEIRAS CIVILIZAÇOES - OS IMPÉRIOS DO BRONZE.


Bat era representada como uma Vaca ou em forma humana com orelhas e
cornos de vaca.
Bat pode estar ligada à palavra ba com 't do sufixo feminino. Ba significa algo
como a personalidade ou emanação e muitas vezes é traduzida como "alma". A
palavra também pode ser lido como "poder" ou "deus".
The imagery of Bat as a divine cow was remarkably similar to that of Hathor,
a parallel goddess from Lower Egypt. In two dimensional images, both goddesses
often are depicted straight on, facing the onlooker and not in profile in accordance
with the usual Egyptian convention. The significant difference in their depictions is
that Bat's horns curve inward and Hathor's curve outward slightly. It is possible that
this could be based in the different breeds of cattle herded at different times.

Bata < Ka-ta + Ur > Kataur > Hataur > Hathor.


Bata = Ba-ta, lit. deusa do | Ba < Ka < Ki-a, lit. “água da terra”| <
Ka-| Ta < Te-a < Ki-a > ka > Waka > «vaca» < ??? Lat. vacca
< *Wakika < Kakika > Kiat > Hekat > Hebat > Hebe > Eva.
Hathor's cult center was in the 6th Nome of Upper Egypt, adjacent to the 7th
where Bat was the cow goddess, which may indicate that they were once the same
goddess in Predynastic Egypt. By the Middle Kingdom, the cult of Hathor had again
absorbed that of Bat in a manner similar to other mergers in the Egyptian pantheon.

Ver: AS VACAS SAGRADAS (***)


A quase completa ausência de qualquer menção de Menés no registro
arqueológico, [2] e a comparável riqueza de evidências de Narmer, uma figura
protodinástica creditada por descendentes e no registro arqueológico como um firme
candidato à fama [3] de ter feito a unificação do Alto e Baixo Egito, tendo dado origem
para a teoria de que identifica Menés como Narmer.
A principal referência arqueológica de Menés é uma placa de marfim de
Nacada que mostra num serekh o nome Hórus real Aha (o faraó Atótis) próximo a um
edifício, dentro do qual está o nome nebty real mn, [4] geralmente tomado como
Menés [5]. Originalmente, o título real completo de um faraó era nome de Hórus "x"
mais o nome nebty "y". Quando abreviado, pode ser usado apenas um elemento, mas a
escolha varia com as circunstâncias e a época. Na I dinastia, o nome de Hórus foi
usado por um faraó vivo, o nome nebty por um morto. [6]
Várias teorias têm surgido sobre a natureza do edifício do serekh: seria uma
câmara funerária, um palácio ou um santuário ou um grande celeiro como adiante se
verá; bem como sobre o significado da palavra mn e a sua relação com Atótis e
Menés.
As listas reais de Turim e Abidos, aceites como sendo correctas, listam os
nomes nebty dos faraós e são vitais para a reconciliação de vários outros registros.
Petrie fez a primeira tentativa para esta tarefa, associando Iti com
Quenquenés como o terceiro faraó da I dinastia, Teti (Turim) (ou outro Iti [Abidos])
com Atótis como segundo faraó, e Menés (um nome nebti) com Narmer (um nome
Hórus) como primeiro faraó da I dinastia.
Narmer é frequentemente creditado com a unificação do Egito por meio da
conquista do Baixo Egito pelo Alto Egito. Embora Menes seja tradicionalmente
considerado o primeiro rei do Egito Antigo, Narmer foi identificado pela maioria dos
egiptólogos como a mesma pessoa que Menes. Embora vigorosamente debatido (Hor-
Aha, o sucessor de Narmer, é a alternativa primária identificada como Menes por
muitas autoridades), a opinião predominante é que Narmer era Menes. A questão é
confusa porque "Narmer" é um nome de Hórus, enquanto "Menes" é um nome pessoal
de nascimento (Sedge e Abelha). Todas as Listas de Reis que começaram a aparecer
na era do Novo Reino listam os nomes pessoais dos reis, e quase todas começam com
Menes, ou começam com governantes divinos e / ou semidivinos, com Menes como o
primeiro "rei humano". A dificuldade é alinhar as evidências arqueológicas
contemporâneas que listam os nomes de Hórus com as listas de reis que listam nomes
pessoais. Dois documentos foram apresentados como prova de que Narmer era Menes
ou, alternativamente, Hor-Aha era Menes. O primeiro é o "Rótulo Naqada"
encontrado no local de Naqada, na tumba da Rainha Neithhotep, frequentemente
considerada como sendo a mãe de Horus Aha. A etiqueta mostra um serekh de Hor-
Aha próximo a um recinto dentro do qual estão símbolos que foram interpretados por
alguns estudiosos como o nome "Menes". A segunda é a impressão do selo de Abydos
que alterna entre um serekh de Narmer e o símbolo do tabuleiro de xadrez, "mn", que
é interpretado como uma abreviatura de Menes.

2
Edwards 1971: 11.
3
Lloyd 1994: 7.
4
Gardiner 1961: 405
5
Edwards 1971: 11.
6
Lloyd 1994: 7.
O segundo documento, a impressão do selo de Abydos, mostra o serekh de
Narmer alternando com o sinal do tabuleiro (mn), junto com seu complemento
fonético, o sinal n, que é sempre mostrado quando o nome completo de Menes é
escrito, novamente representando o nome “Menes”.
Segundo Manetho (citado em Eusébio "Menes fez uma expedição estrangeira e
ganhou fama". Se isso estiver correcto (e supondo que se refira a Narmer), sem
dúvida foi para a terra de Canaã onde o serekh de Narmer foi identificado em nove
locais diferentes.
Por outro lado a controvérsia sobre o nome do primeiro faraó do Egipto fará
tanto sentido como saber se o nome do primeiro homem foi o hebreu Adão, herdado
do primeiro deus solar Aton(is), ou o persa Gaiomar, marido de Gaia e por isso Gaio
de seu nome, Zé, filho de Zeus, de Kiw ou mesmo do próprio Enki! A proto-história
nos limites do seu começo deverá ter tanto de lendário como teve de ideológico e, por
isso mesmo, tanto de real quanto tem seguramente de mítico e puramente visionário e
delirante. Em qualquer dos casos, não parece que fosse “politicamente muito correcto”
que um soberano sulista como foi Narmer, tivesse conseguido unificar os dois Egipto
libertando o norte duma mais que provável e antiga colonização cretense e viesse a
adoptar um nome relacionado com a cultura minóica.
Narmer é o nome de Horus ou Hor(us) Nermeru, ou Hor(us) Merinar fazendo
uma leitura inversa típica dos orientais.
Claro que, se a linguística fosse matemática, teríamos:
Nar-mer < *An-ur Me-ur = (An Me)ur
= Meri-Nar < Me-ur An-ur < (Me-an)ur
= (Min)ur < Min Kur > Minotauro.
Nos hieróglifos egípcios, Narmer é representado foneticamente pelo hieróglifo
peixe-gato (n’r) e cinzel (mr).
Nar = uma «caneta» de escrita e de pintura feita de cana.
Mer = supervisor, superintendente.
Meru = magnífico, louvável, amável e adorado.
Nˁr mr: o magnífico peixe-gato?

Os nomes antigos das pessoas tinham sempre significado, como no caso dos
ameríndios e então faz pouco sentido que Narmer fosse um peixe-gato magnífico,
ainda que este peixe fosse sagrado, do que não temos informação. Se aceitamos que o
nome original de Narmer foi escrito numa fase anterior à unificação do Egipto Antigo
que veio trazer também a fixação das convenções da escrita hieroglífica podemos
também compreender que os hieróglifos iniciais para a mesma correspondência
fonética tenham sido alterados sem que se tenha alterado, como é óbvio, o significado
fonético do nome de Narmer.

Figura 7: Tutmosis III no museu de Luxor, o grande faraó.


De facto, lido pelos hieróglifos posteriores passa a fazer mais sentido,
sobretudo na forma Mer-i-nar, como supervisor das canetas ou seja, dos escribas. No
entanto, e mais uma vez nos parece que se trataria de uma adaptação ao contexto
egípcio tinita porque o mais provável é que o nome de Narmar / Merinar fosse uma
corruptela do de Dagon / Marnas, Egeu, sírio e cananeu, de que a civilização tinita
herdara a cultura.
Como não há nenhuma menção de Menés segura nos registros arqueológicos
egípcios, é também possível que seu nome foi derivado de Minos cretense.
Uma divagação de suporte inverso teria que ter sido muito posterior, pois
parece que nunca houve dúvidas quanto ao nome de Narmer. Na verdade trata-se
apenas de uma coincidência na etimologia do nome de Narmer que apenas reforça o
quanto a cultura cretense esteve presente no Egipto pré-dinástico. Da consciência
subterrânea e profunda deste facto retiraram os cronicões posteriores a motivação para
colocarem no ponto zero das dinastias do Egipto unificado o nome de Min como
homenagem subconsciente aos reis minóicos que outrora haviam empurrado os
Egípcios para “uma história política de sucesso”.
O consenso comum dos historiadores atribui a origem do nome do faraó ao
termo Phar-O que significaria “duplo palácio”, nome da residência real, em relação
com os seus atributos de soberano do alto e do baixo Egipto.
No entanto, vamos tentar demonstrar que este nome significaria apenas “o que
transporta (na cabeça) a dupla cobra (das duas terras do Egipto)”!
Pharaoh, meaning “Great House”, originally referred to the king’s palace,
but during the reign of Thutmose III (ca. 1479–1425 BC) in the New Kingdom, after
the foreign rule of the Hyksos during the Second Intermediate Period, became the
form of address for a person who was king and the son of the god Ra.
“The Egyptian sun god Ra, considered the father of all pharaohs, was said to
have created himself from a pyramid-shaped mound of earth before creating all other
gods.” (Donald B. Redford, Ph.D., Penn State).
(…) The earliest instance where pr-aa is used specifically to address the ruler
is in a letter to Amenhotep IV (Akhenaten), who reigned c. 1353–1336 BCE, which is
addressed to ‘Pharaoh, all life, prosperity, and health! During the eighteenth dynasty
(sixteenth to fourteenth centuries BCE) the title pharaoh was employed as a
reverential designation of the ruler. About the late twenty-first dynasty (tenth century
BCE), however, instead of being used alone as before, it began to be added to the
other titles before the ruler’s name, and from the twenty-fifth dynasty (eighth to
seventh centuries BCE) it was, at least in ordinary usage, the only epithet prefixed to
the royal appellative. (…)
For instance, the first dated instance of the title pharaoh being attached to a
ruler’s name occurs in Year 17 of Siamun on a fragment from the Karnak Priestly
Annals. Here, an induction of an individual to the Amun priesthood is dated
specifically to the reign of Pharaoh Siamun. This new practice was continued under
his successor Psusennes II and the twenty-first dynasty kings. Meanwhile the old
custom of referring to the sovereign simply as pr-aa continued in traditional Egyptian
narratives.[citation needed]
By this time, the Late Egyptian word is reconstructed to have been pronounced
*par-ʕoʔ whence comes Ancient Greek φαραώ pharaō and then Late Latin pharaō.
From the latter, English obtained the word “Pharaoh”. Over time, *par-ʕoʔ evolved
into Sahidic Coptic prro and then rro (by mistaking p- as the definite article prefix
“the” from Ancient Egyptian pr-`3). -- Wikipedia

Figura 8: Aquenaton, o rei herético


andrógino com a mesma na postura de
“transportador de cobras” de seu filho
Tutancamon.
Phar-O = *O-Phi-Ur, lit. “o cobra
guerreira” > Ophyr > Ofir, cidade minhota da
Foz do Neiva! Ora, estes realizar-se-iam em
templos que eram de facto grandes casas
(megaron = palácio = templo) megalíticas.
Megaron ou mega quarto7, = «Harém» <
Tr. harem < Ár. haram, proibido ??? ou
Karhum, bazar ??? < An Karhum, o templo
enquanto foi literalmente karhum, o interposto
comercial dos deuses < *Kime Kar >
«Câmara», ainda hoje a «casa grande» do
municipalismo português.
Eng. pharaoh < Lat. Pharao / Pharaoni <= Heb. par’oh < Egipt. pharaoh
< Sumer. *Par + Kaku > Para-Beco > Sanskrit. Prabhu.
Parece que a informação do texto sobre o termo sumério bar não será a mais
correcta à luz dos dicionários consultados.8
Ba-ra: modal prefix - with marû denotes vetitive; with hamtu denotes
negative affirmative. É-bar-ra: outer house ('house' + 'outside' + nominative).
Bar = to distribute, remove, outside, to open; to see; to select.=> expor à luz do dia!
An-bar = noon; midday ('sky' + 'to be bright').
O termo sumério par nem sequer foi encontrado!
Esperando que o resto do texto não seja uma mera e pura inventona, ficamos
pelo menos com a convicção de que, por estar relacionado com o brilho da luz solar, o
sumer de bar < KAR > phar, é correlativo dos termos que nos reportam para a ilha de
Pharos.

Then Pra-Vira (Sumerian Sargon) had by his wife Acchura Seni (< Haka-Kura
< Ishkura > Ishtar, => Sumerian Ash-nar, Ash-lal, The Lady Ash) a son named
Manasyu (< *Min Ashi < Ama-An-Shu) of the line of the Prabhu [< "Pharaoh"), the
royal eye of Gopta [Kopt or Egypt, Aigyptos, ancient Egyptian Gebt or Gabt, cognate
with the Greek Kopt-os or Copt]. Pra-Vira bears the title of Vira which equates to his

7 em inglês Quarto é «room» e mega é grande em grego donde megaron seria um mega room ou seja, uma casa
grande com muitas câmaras e antecâmaras e grandes quartos de dormir!
8 Copyright © 1996-1999 John Alan Halloran, Los Angeles, California. All Rights Reserved. Last modified on
August 11, 1999. http://www.sumerian.org/suma-e.htm
Pir title in the Old Isin Sumerian king list. The Pra, in series with the longer form
Prabhu (Sanskrit "ruler, master, lord"), is equivalent to the Egyptian Paraa or
"Pharaoh." The Egyptian name of Pharaoh came from the Sumerian house-sign, Bar
or Par, so as to mean "The Great House"; and in Sumerian Bar, Bara = "great house
or palace or temple." Pharaoh (Heb. par’oh) known as the "Great House," in Egyptian
"Per-o." 9

Figura 9: A tríades de Menkaure ou


Miquerino.

Em cada uma das três estátuas, o


faraó é retratado ao centro, em uma posição
mais avançada, ladeado pela deusa Hathor.
A terceira figura muda em cada
estátua, homenageando os deuses cultuados
em diferentes áreas do Alto Egito –
governado por Miquerinos.

O *Macareno & *Macarena?

O simples facto de poder ter sido assim


não apenas no plano da virtualidade fonética
permite suspeitar que as primeiras dinastias
egípcias terão tido muito mais a ver com um
passado comum com a talassocracia cretense e
com a Andaluzia do que é comum aceitar.
Transforma-se o amador na cousa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho logo mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.

-- Luís de Camões.

Sendo assim, já se entende melhor a semântica do nome do faraó precisamente


à luz do «farol» de Alexandria.
Neste caso, e numa primeira aproximação, o faraó seria retoricamente “aquele
que transporta o ureus do farol divino (da cultura e da civilização” tal como esta era
entendida no Antigo Egipto)! Na verdade, mesmo sem se ser egiptólogo, pode-se
adiantar que, por definição, os lexemas duma escrita ideográfica dão mais garantias
semânticas do que fonéticas.
A conotação entre este conceito, seguramente muito mais arcaico e primitivo,
com outros mais correntes e mais posteriores relacionados com o conceito relativo
«casa grande» (= solar, palácio), só pode resultar duma mera figura de retórica pela
qual o morador dá o nome à casa em que é deus e senhor!

9 From The Alpha and the Omega - Volume I, Chapter Four, with Volume III updates,by Jim A. Cornwell,
Copyright © 1995, all rights reserved, "Scorpion – at 3200 B.C. and Sargon the Great and Ka-Ap in Egypt".
Sendo sabido que a casa comum em Egípcio era het existem fortes
probabilidades de o hieróglifo per andar mal traduzido.
Afinal, per significaria de forma demasiado visual e realista o «perímetro» da
“câmara real” ou, muito mais literalmente ainda, mansão real ou «solar».O termo luso
«solar» de palacete inspira dúvidas quanto è sua etimologia oficial que derivaria, com
muito mais propriedade dentro do contexto em análise, do nome do deus latino, Sol
que daria nome ao terreno latino solum que ele cobria nas grandes herdades onde o a
imaginação popular acreditava que sol não se cobria durante um dia de caminhada!
«Solar» < Lat. solu, solo, s. m. castelo, palácio ou herdade com casa
apalaçada de família antiga e nobre!
Solar (?), n. [OE. soler, AS. solere, L. solarium, from sol the sun. See Solar, a.]
A loft or upper chamber; a garret room. [Obs.] [Written also soler, solere, sollar.]
Oxf. Gloss.
Soalho (do lat[im] solacŭlu-, dim[inutivo] de solu-, "solo"), com o significado
de «pavimento de madeira; sobrado»; e acolhe solho (do lat[im] solu-, "pavimento"),
dizendo que se trata de “revestimento com tábuas de madeira colocadas a par, que se
aplica em pavimentos e sobrado”.
Latin Solum, From Proto-Italic *solom (“base, sole”), from Proto-Indo-
European *solom or *selom (“place, habitation”). Cognate with Lithuanian salà
(“island”), Proto-Slavic *selo (“village”) and Proto-Germanic *saliz (“house,
dwelling; hall, room”). Related to Latin solea (“sandal, hoof-guard, fettle”).
Sala From a Germanic language, from Proto-Germanic *salą, see also
German Saal, Middle Low German seli, Old High German sal, from Proto-Indo-
European *sel- (“human settlement, village, dwelling”). Cognate with French salle
(“room”). Compare English salon.
Não é fácil entender a etimologia da palavra «solar», de casa «assoalhada» e
«solarenga», onde o termo aparece tanto como relativa a casa «soalheira» e virada ao
sol, como herdade de vasto e bom solo. Seja como for, no final aparece-nos sempre a
dificuldade da etimologia de «solo» enquanto chão de terra arável. A origem parece
decorrer ora do latim solum = solo; ora do latim solium.
Pois bem, se não nos é fácil encontrar a etimologia para solium veremos que
para sola é mais fácil.
Como em latim solium tinha a semantica do trono e do palanque dos deuses
podemos considerar que a palavra resultou de uma confusão compromisso entre o
«solo» e sella como base de assento do trono e o estado de solidão de quem se senta no
trono. Por outro lado, um trono seguro teria que ser «sólido», ou seja estar bem acente
no solo!
«Solo» < Lat. solu > Lat. soli(d)u > solium.
«Sola» < Latim solea < *sal < *shal < tal- > «talo» e «tala» => Talábriga.
Fosse pelos latinos solu ou soliu a origem do nome do «solo» não parece ser
clara porque tanto pode ser o que fica exposto ao sol como o que é pisado pela «sola»
dos sapatos termo que enquanto algo que pisa o solo teve seguramente ressonâncias no
nome judaico cheol do mundo subterrâneo e que deve ter tido origem no nome dos
materiais de que eram feitas as solas: «talas» de madeira, «tiras» de couro e fibras
vegetais, fibras de papiro e de folhas de palmeira, de que eram feitas! De facto, nos
países mais quentes como o antigo Egito, as sandálias eram feitas de palha, tramas de papiro
ou fibra de palmeira, com a ponta do solado voltada para cima para evitar a entrada de
areia nos pés. 10

Figura 10: Osíris Nepra, os deuses que como os grãos de cereais têm que morrer
para dar vida eterna germinando como o cereal.

Ver: PANTEÃO LUSITANO – ENDOVÉLICO (***)

Mais directamente da mesma fonte egeia de que derivou o termo egípcio


derivou o étimo grego peri- de que derivou o «perímetro» e «peripatético».
Correlativo esteve o termo pher- relativo a transporte em volta de um perímetro
conveniente. Todos estes termos derivariam a final do perímetro circular percorrido
pelo sol na abóbada celeste.
Another example of vocalization we might consider is the word "Pharaoh." This
comes from Hebrew, Par9ôh. In Egyptian we find pr93, which means "Great House."

10
O calçado como artefato de proteção à diferenciação social: A história do calçado da Antiguidade ao século
XVI. Natalie Rodrigues Alves Ferreira.
The glyph means "great," and means "house." This became a
synonym for the king about the time of Akhenaton. Saying "The Great House" did such
and such would be equivalent of saying today that "the Palace said" or "the White
House said," in referring to the actions of a monarch or the American President. With
Hebrew as the evidence, we could say that pr93 would have been vocalized par9ô3 in
Late Egyptian. 11

Neper = Deus do grão. Em uma procissão de divindades esculpidas no


reinado de Sahura (Dinastia V), o corpo de Neper é pontilhado para representar
grãos de milho. Os hieróglifos que escrevem seu nome de forma semelhante incluem
os símbolos de grãos.
Ele representa a prosperidade do colheitas de cevada e trigo e aveia que os
egípcios cultivavam. O faraó Amenemhat I (Dinastia XII) é descrito como responsável
pelo amadurecimento do grão e chamado de 'amado de Neper'. Ser dependente, no
entanto, do lodo trazido pela inundação do Nilo ele é subordinado a HAPY que é
proclamado ‘senhor de Neper’. Sua associação com a agricultura é tão antiga, se não
anterior, ao aspecto de OSIRIS. Ele também se parece com este deus visto que os
textos dos sarcófagos caracterizam Neper como um deus ‘vivendo depois de morrer’.
Consequentemente, o último não teve problema aem assimilar Neper na sua própria
natureza
Ne-Per < Anu-Pher(ka) = o senhor que transporta (o ká da vida?).
Na verdade, a fonética do termo proposta sob a designação par9ô3 não anda
muito longe da inscrita no termo inglês "Pharaoh"!
Já a tradução mais correcta seria «aquele que é o grande do palácio» não
esquecendo que tanto «palácio» (< Lat. pal(atiu) <= phar), como o faraó e o «solar»
(< Sol < Kaur < Kar) provêm do mesmo nome do deus Kur dos curros e dos cavalos
do «carro» solar!
Noutros contextos identifica-se a etimologia do faraó com o conceito de *Kartu
o senhor da cidade presente no nome de Melkart.

Ver: MINOTAURO (***)

De facto, *Kartu pode ser identificada com a «Sr.ª do monte», a deusa mãe
cretense do parto e da aurora. Por outro lado, o «faraó» tem conotações com «farol» da
ilha de faros não por causa da ilha do mesmo nome mas porque esta ilha já seria desde
tempos antigos um local propício para ali se fazerem fogueiras e sinais de fumo para
auxílio de pescadores e marinheiros, ou seja, um farol à medida do tempo e do logar.
Assim, a ilha de faros herdaria o nome do fogo solar ou duma metáfora do topo
fumegante dos vulcões.
O nome fonético do faraó, depois de ouvida, tal como as novas tecnologia da
Internet o permitem por acesso directo à página de que o extracto anterior foi retirado,
a sensação com que se fica é a de um som que se assemelha em português a faraoque!
*Faraoq < Phar-a-oku > phar-auco > Phar-oco > Gr. párocho(s)

11 The Pronunciation of Ancient Egyptian. Copyright (c) 1997, 1998 Kelley L. Ross, Ph.D.
< Lat. parochu > «pároco».
«Pároco» = s. m. sacerdote que tem a seu cargo a direcção espiritual de uma
comunidade de cristãos.
Parroquia (< paroikos, habitar próximo) es una determinada comunidad de
fieles constituida de modo estable en la Iglesia particular, cuya cura pastoral, bajo la
autoridad del obispo diocesano, se encomienda a un párroco, como su pastor propio.

Figura 11: Tutancamon numa cena de caça conduzindo um carro de guerra.


(Adaptado de Nina de Garis Davies Tutankhamen's Painted Box).

É certo que na maior parte das culturas românicas de influência católica e


anglicana existe equivalente fonético para paróquia mas nem sempre para pároco.
Porém, este facto está longe de invalidar a primazia do nome do pároco na medida em
que tudo aponta para que este termo tenha tido existência prévia no baixo latim muito
antes de se ter espalhado pelos domínios administrativos da catolicidade. Em grego
comum a «paróquia» significaria apenas a comunidade de vizinhos (do latim vicus).
Se fosse apenas um termo administrativo teria tido em grego existência prévia o que
não aprece ser assim. Seria isso suficiente para considerar este termo um neologismo
de invenção cristã? Claro que o nome da diocese não deriva do nome do bispo. Porém,
também o nome deste não deriva daquela.
No entanto, em grego a confusão seria possível porque existem pelo menos três
termos aparentados:
Πάροικος = I. dwelling beside or near, c. gen., Aesch., Soph.; c. dat., Thuc.:
— absol. a neighbour, Arist. 2. πάροικος πόλεµος a war with neighbours, Hdt.
Gr. parochos = A. O que vai ao lado de outro numa carruagem, o que cuida
do noivo! ὄχος = Qualquer coisa que segura ou amarra barcos ao cais. As
amarras de um carro de corrida. Atrelado, carro!
Espantosamente o conceito de vizinhança em grego parece ser a tradução literal
de um termo anterior ao egípcio *faraoq, com o sentido de “o que habita junto” ou
seja (o que está na) “casa grande”, a única que permitiria a vizinhança, o que nos
reporta para o mitema minóico (e depois micénico) do megaron comunitário!

Ver: APOLO GRANNUS E AS “CASAS GRANDES” (***)

O estranho nesta tradução meramente ideográfica é a aparente inversão


semântica que o termo veio a ter no Egipto já que o termo é que em grego oicos
significaria casa e não grande e enquanto phar- estaria muito mais próximo de
megaros, no sentido de grande! Até prova em contrário quem trocava o sexo aos
deuses eram os egípcios como no caso de Geia e Gebo. Como o mar Egeu terá
derivado de Geia aceita-se que terão sido os gregos a iniciar este mitema e, por tanto,
terão sido os egípcios a fazer a troca. De resto existem fortes indícios de que a
civilização egípcia começou no delta por colonização egeia e minóica. Então, é quase
seguro que os egípcios herdaram dos egeus o seu termo para a “casa grande” do faraó
invertendo-lhe o sentido já que também lhe alteraram o uso que de casa comunitária
passou a casa real, o que é compatível com uma colonização de uma casta real iniciada
pelo de Menés, responsável pela natureza ostensiva da primeira dinastia Tinita.
Diodoro Sículo afirma que Menés introduziu a adoração dos deuses e a
prática de sacrifícios tão bem quanto um mais elegante e luxuoso estilo de vida.
Por esta última invenção, a memória de Menés foi desonrada pelo faraó da
XXIV Dinastia Tefnakht, e Plutarco menciona um pilar de Tebas sob o qual foi
inscrito uma maldição contra Menés como o introdutor da ostentação.
Depois de usado e abusado pelas grandezas ostensivas dos faraós egípcios este
termo iria ainda voltar à Grécia, possivelmente já depois do mais vaidoso e ostensivo
de todos eles: Ramssés.
Êxodo - 15:19 : Porque os cavalos de Faraó, com os seus carros e com os seus
cavaleiros, entraram no mar, e o SENHOR fez tornar as águas do mar sobre eles; mas
os filhos de Israel passaram em seco pelo meio do mar.

Figura 12: Riquixó japonês


(jinrikisha), 1886.

Os riquixás surgiram no
Japão por volta de 1868, no início da
Restauração Meiji. Eles logo se
tornaram um meio de transporte
popular, pelo fato de serem mais
rápidos que as liteiras utilizadas
anteriormente (e o trabalho humano
era consideravelmente mais barato
do que a utilização de cavalos).

Mas agora terão sido os gregos a inventar semânticas novas ao fazerem por
ressonância fonética dos «arreios e arrochos» e «eixos» das rodas dos carros de
cavalos o genérico oixos para trelas e amarras de carros e do “pára-oixos”, o condutor
do carro do noivo, seguramente por ressonância com a mitologia dos carros solares,
«geringonça» cujo enguiço acabou recentemente por degenerar no «riquexó» que é um
neologismo nipónico jinrikisha (人力車, onde 人 jin =humano, 力 riki= tração, 車 sha
= veículo), que literalmente significa "veículo de tração humana".
Ora, nada obsta a suspeitar que o termo rikisha seja um arcaísmo nipónico de
origem egeia correlativo de termo oixos.
Quer dizer que, embora a palavra «pároco» se suponha derivada do grego
clássico talvez derive antes do Koinê alexandrino porque tudo aponta para que tenha
sido o nome do pároco que tenha dado o nome à paróquia e não o inverso.
• < Pher-ophi, lit. “o que transporta a cobra sagrada”, o uréu da coroa dos
faraós!
• Phal-a-Thi+ An > Pher-a-Ten, = «a que transporta as cobras»!
• Palla-Diana > Palllas Atena => Palladium <= Phar-la-ki(um) < Kar-la-
Ki, lit. «terreiro da gente do rei, corte» >Palathium > «Palácio» o que não
andaria musicalmente longe do que adiante se propõe para a origem do termo
relativo o mito do palladium! Na verdade, é também altamente provável que o
mito do palladium, relacionado com o culto e com o nome de Palllas Atena,
resulte desta tradição de cultura palaciana, de origem cretense!
• Kar-Kiki, lit. «a grande terra dupla do Egipto» «o grande terreiro
cercado» das primeiras unidades agrícolas paleolíticas => Karth, «corte» =>
«cidadela» fenícia.
• Karkium > Karhum, feitoria real assíria.

Figura 7: Faravahar.
Acredita-se que seja uma
representação de um Farvashi, ou
Espírito (Santo) Guardião e na
gramática avéstica é
indubitavelmente um nome feminino
tal como Shekinat era feminino
entre os judeus e o Espírito Santo
dos gnósticos.
Farvashi < Phar-| Wi | < Ki | -ash
< Phi-at, “o disco sol alado que transporta o filho da terra mãe”
< Kur-ki-at > Kaur-kau-ahs > Phar-Ha-oc > Faraó.

Ver: PALAS ATENA (***)

Este conceito de «animal de transporte solar» parece ter sido comum à bacia
mediterrânica onde teria andado relacionada com os cavalos do carro solar como o
comprovam a semantica dos termos gregos paraos > parêoros = *Kar-pher =>
seiraphoros.
Paraos: aetos (Maced.), Hsch. Paraoros, v. parêoros . => parêoros, so in Ep.
and Ion., but Dor. and Att. paraoros [ra_], on (as always in Trag.), also Dor. pararos
Theoc.15.8 : (paraeirô, cf. sunêoros ) : -joined or hung beside : hence parêoros (sc.
hippos), horse which draws by the side of the regular pair (xunôris), outrunner, =
seiraphoros .
Parêoros > pareros > parelos > Lat. parilía > «parelha».
A fonética subjacente a estes termos parece indiciar que parilía = *Pher-Helia,
lit. “o que transporta o Hélio, o sol”, facto que nos obrigaria a pressupor também que
Parêoros = Phar-Horus, lit «o que transporta Hórus»! Sendo assim e
independentemente de outras correlações com o nome de Hélio, ficamos com a
evidência de que este deus grego foi o equivalente semântico e étmico de Hórus!

SEREQUE
Mas o faraó poderia ser apenas o grande guardião do celeiro e por isso lhe era
dedicado o Sereque .
Sereque (serekh) é um símbolo hieroglífico que compreende um painel
embutido, descrito na actualidade como decoração a "fachada do palácio", que se
teria sido inspirada nas primeiras residências reais.
Geralmente é utilizado para se referir à moldura retangular encimada pelo
falcão Hórus, dentro da qual o nome de Hórus do faraó era escrito. Segundo Ian
Shaw, a moldura parece ter efectivamente simbolizado a residência real, ou seja, o
domínio de Hórus.
Figura 13: O Grande
sarcófago de Miquerinos
seguramente a imitar um celeiro
onde se guardavam as sementes que
permitiam o eterno
rejuvenescimento da vida vegetal.
Seja como for tem o mesmo padrão
do serekh que imita as primeiras
residências reais que por sua vez
seriam a evolução do celeiro e dos
armazéns reais.

Figura 14: Selo sumério onde se revela a chegada de um barco de mercadorias


às portas dum edifício que seguramente era um celeiro ou um depósito de mercadorias,
mas de qualquer modo muito semelhante ao sereque egípcio.
Serekh (Heb. ‫)ס ֶֶרך‬, word appearing in several places in the Talmud (Nid. 67b,
passim), with the meaning "example," "habit," or "rule."

Figura 15: Serekh do Faraó Cobra.


Assim sendo, se o sereco egípcio significasse a banalidade duma fachada não
teria originado em hebraico a palavra regra que está muito mais próxima de autoridade
do que a fachada do palácio real. Assim e possível que o sereque fosse o que parece: o
celeiro que tanta importância teve na prosperidade do Egipto e cuja guarda e
manutenção dependia em quase tudo da autoridade e da regra real.
Ser = príncipe, chefe. Seres = casa funerária. Shert = Grão. Bolo, pão. Het = casa.
Kherty é um deus do submundo com cabeça de carneiro que governou o submundo
antes de Osiris se tornar o governante do submundo. Ele assumiu o poder dos Salões da
Verdade, bem como dos campos de junco, governados por Osíris. Ele é descrito como o
guardião dos reis, mas também é um inimigo da ordem, que desafiou os reis mortos enquanto
eles viajavam para a vida após a morte.

Figura 16: Fachada duma


«casa grande» Egípcia.
Conotações funerárias ou outras terá feito
com que a evolução fonética do celeiro de
origem cretense acabasse por ter
conotações de casa do príncipe que
acabou como palácio do faraó ou
Sereque. Por isso, no início da história
egípcia, a fachada do palácio era a marca
registrada dos edifícios reais e
principescos. O serech inclui o nome de
Hórus no meio, como a cártula, o trono e
o nome próprio do Faraó. É parte
integrante do nome de Horus.
Ser + het > Xer-het = casa do príncipe casa funerária.
<= Sherhet < Ker-ty + het = “casa de Kerty” = “casa funerária”.
< Cret. Kurija (Ceres) > Shert-het < *Cerezet > “casa do cereal” > «celeiro».

Figura 17: Plano duma quinta Figura 18: Plano dos


Egípcia dispenseiros dum príncipe egípcio.
O significado do serech como o nome Horus não é certo. Existe a possibilidade
de o título ter sido inicialmente lido como “Hórus do Palácio” (Ḥr-ˁḥ), ou de o próprio
edifício - tal como o Anel do Rei - servir apenas como moldura.
No entanto, o serech seria uma homenagem à organização e boa ordem de Maat
que a cultura faraónica pretendeu introduzir e manter na cultura e civilização egípcias,
tanto na organização do amanho da terra como no armazenamento das colheitas,
víveres e vitualhas do solar da quinta.
A origem do “Sereque”, como celeiro real, reporta-nos para os palácios
minóicos que teriam a mesma função de celeiros e despenseiros de mantimentos reais.

Figura 19: Fresco de Acrotiri representado a chegada de marinheiros e


mercadores à cidadela. Portanto a evolução do Sereque deve ter passado pelas seguintes
fases evolutivas: caverna primitica > «casa funerária» > «casa grande comum»
paleolítica < casa da quinta > Palácio minóico > cidade que deu nome a Melkart. Já o
faraó começou por ser guarda da quinta e do celeiro e acabou como guarda do palácio e
depois da cidade do país e das duas terras, do baixo e alto Egipto.

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