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DEUSES LATINOS - DAS VIRTUDES VIRIS / VIRTUS & HONOS,

por Artur Felisberto


VIRTUS
Figura 1: Virtus & Honos.
The Roman god of courage and
military prowess. Virtus (la Virilité)
casquée et drapée debout à droite, tenant
de la main gauche le parazonium (adaga
ou punhal) et de la main droite, une haste
renversée, le pied posé sur une tête ou un
casque.
Honos. Deus romano da ética e
da hora militar. Havia vários templos
dedicados a este deus em Roma. Honos
era representado como um jovem
guerreiro usando uma lança e uma
Cornucopia ("corno da fortuna")

Este deus Virtus não era senão o deus da virilidade e por isso tem na mão
esquerda o parazónio, o punhal da oficialidade (símbolo fálico da virilidade que
corta e penetra a ferida vaginal ou o arcaico varapau da verticalidade eréctil) e
pisa com o pé esquerdo o crânio ou o casco dum vencido.

Figura 2: Virtus Figura 3: Virtus Figura 4: Virtus


standing left, holding shield and standing right, spear held behind advancing r., cloak billowing
spear in left hand, in right in right hand, parazonium in left behind, holding trophy over l.
holding up a statuette of Victory hand, left foot on helmet. -- Coin shoulder, shield in l. hand and
who crowns her with a wreath. - Type: Silver denarius of transverse spear in r. hand.
Billon antoninianus of Probus, Caracalla, Caesar Dec 195.
276-282 CE Maxentius augustus, 307 –
312.
Le Parazonium (parazônion) est un Glaive court attaché à un ceinturon (cinctorium),
que portaient du côté gauche les tribuns et les officiers supérieurs des armées romaines, plus
comme marque de distinction que pour l'usage réel tandis que le gladius, l'épée du simple
soldat était suspendue, du côté droit, à un baudrier (balteus).
Virtude romana aparece sempre ataviada no pleno esplendor do virtuosismo
militar. Literalmente a moeda romana de Constantino refere esta alegoria como
exército da virtude enquanto coragem, valentia e virtuosismo estratégico capaz de
garantir a vitória militar. Verdadeiramente o império romano nasceu numa cidade de
caserna que teve patrona a deusa das prostitutas que costumam seguir os exércitos e
que quanto se decidiu crescer pela via reprodutiva teve de raptar mulheres aos vizinhos
e pacíficos serranos e agressivos agricultores sabinos que não se sabe se seriam
aborígenes plágios ou colonos gregos da Magna Grécia.
Virtus teria que ser um deus da virilidade na medida em que vir significava
varonia. Na Suméria o termo birku significava eufemisticamente joelhos e por isso era
usado também para significar testículos porque os cobardes sem testículos se
ajoelhavam metaforicamente por terem os joelhos frouxos e / ou porque o
reconhecimento ritual da virilidade masculina acontecia quando o pai deixava de
sentar o filho ao colo e passava a exibi-lo junto aos joelhos.
Akk. Bir-tu "forte, castelo" < bir-ku = púbis, colo, joelhos, eufemismo para os
genitais. Normalized forms: birkēšu < bi-ir-ke-šu com o sentido mais comum de joelho
mas eufemisticamente também de região púbica e a virilidade (Bash-tu = “virility)1.
Virtus < Wir-tu-(ish) < Wer-tu, lit. o filho do deus guerreiro Wer > birtu
> Ger. berto. < *Kertu, ou seja o equivalente minóico de
Horus > (Mel)Kart.
A estranheza que pode causar esta semântica reside apenas na ironia de o nome
das virtudes cristãs derivar do nome do deus Wer e ter mais a ver com o poder
fecundante da virilidade sexual do que com a castidade pudibunda e pacífica
indispensável a uma adequada vida cristã. Do mesmo modo, a desonra só aparece hoje
essencialmente conotada com a falta de virgindade feminina na medida em que, nos
alvores do patriarcado heróico, esta era um corolário do que restava das leis do
«macho dominante» do período matriarcal. A verdade é que a tradição clássica grega
nos apresenta a virtude e o vício como elementos da formação militar de Hércules.
Não é que não seja evidente que o culto da moralidade adequada não seja útil em
qualquer actividade honrosa, mas a verdade é que historicamente as rudes e difíceis
civilizações heróicas, como foram quase todas as que precederam as épocas de
estabilidade e prosperidade, privilegiaram os cultos das virtudes guerreiras em
detrimento das religiosas e levíticas. Assim, podemos suspeitar que os levitas
mosaicos, da tribo de Levi, herdaram o nome duma antiga casta guerreira, por sinal,
formada em torno de *Urki uma deusa lunar e, por isso mesmo, possivelmente patrona
duma classe de amazonas guerreiras que progressivamente se tornaram em
sacerdotisas guerreiras que, com o patriarcado e a com concorrência funcional dele
decorrente, vieram a ser substituídas por sacerdotes.

1
The religious and the sexual inhabit each other, and in the Near East the foot is often use as a symbol for both.
In ancient Mesopotamia, for example, the word birku referred both to knee and penis. The dual symbolism of the
foot is also indicated in the Biblical oath which consisted of putting one’s hand under the thigh of the person to
whom pledge was given – the foot itself bearing sexual significance in Hebraic ritual and the thigh being a
median section between the foot and the male genitals. -- Sand and Sandals: Representation of feet in Saharan
and Arabian Rock Art, AHMED ACHRATI
genu- ‘knee’ (4.36) is also ‘penis’ (like Akk. birku). The symbolicconnection of these concepts is apparently
common in Indo-European, Semitic, and Finno-Ugric languages: cf. e.g. OE cnēow,OCS kolěno and Finnish
polvi, Estonian pòlv, all both ‘knee’ and‘offspring, generation’, as well as OIr. glún-daltae ‘knee-nursling’ (like
Akk. tarbit birkiya); see the discussion and refs. by Puhvel inMyth and Law Among the Indo-Europeans
(Berkeley and LosAngeles, 1970), p. 95, n. 40. -- Hittite Vocabulary: by David Michael Weeks.
Figura 5: SER SVLPI GALBA IMP CAESAR AVG P M TR P: Bust of Galba,
laureate and draped, left. Reverse: HONOS ET VIRTVS S C: Honos, bare to waist,
standing right, holding sceptre in right hand and cornucopiae in left, facing Virtus,
helmeted, in military dress, standing left, holding parazonium in right hand and spear
in left, resting right foot on boar's head.
O mais interessante na mitologia romana de Honos & Virtus, ou seja, na semântica da
honra e da virtude tal como simbolizada na iconografia da medalhística romana é
precisamente a relação com virtudes militares que apelavam para os instintos primários da
virilidade fálica expressos estilisticamente na forma como os romanos ostentavam
descaradamente a conotação fálica da virtude e da honra que em Honos se expressa na
cornucópia e em Virtus, no parazónio, em ambos os casos como se fossem prolongamento do
pénis que as duas deidades exibem frente a frente como se estivessem a confirmar qual de
ambos tem a pilinha maior!
Levi(t) < Rewi(tu) < *Urki-at  *Kertu > Wertu > Virtus.
< Kaur-et > Hauret
> Grec. Arete, lit. esposa de Ares.
Prodikos the wise expresses himself to the like effect concerning Arete (Virtue) in the
essay 'On Herakles' that he recites to throngs of listeners. This, so far as I remember, is how
he puts it: 'When Herakles was passing from boyhood to youth's estate, wherein the young,
now becoming their own masters, show whether they will approach life by the path of virtue
(arete) or the path of vice (kakia), he went out into a quiet place, and sat pondering which
road to take. And there appeared two women of great stature making towards him. The one
[Arete] was fair to see and of high bearing; and her limbs were adorned with purity, her eyes
with modesty; sober was her figure, and her robe was white. -- Xenophon, Memorabilia
Se a virtude Arete era feminina na Grécia por ser a esposa de Ares a Virtus
latina era masculina entre os romanos porque derivava do deus mesopotâmico Wer,
equivalente de Marte.
Notar que Virtus teria tido o nome minóico de *Vertu-mino (literalmente o
redundante deus viril que foi Min) deus de que iria derivar o primaveril deus latino
Vertu-mno.
Figura 6: Another attractive serratus is the one above, issued in c.70 or c.68 BCE on
behalf of the moneyers Q. Fufius Calenus and Mucius Cordus. It bears the heads of the
personifications Honos and Virtus, and shows Italia and Roma clasping hands. The types
allude to the end of hostilities in the ‘Social War’ (91-88 BCE) that pitted so many native
inhabitants of the Italian peninsula against the might of Rome.
Honos e Virtus, enquanto personificações romanas de honra e do valor, foram
introduzidos na cunhagem imperial por Galba, que sem dúvida apreciava estas
virtudes. Em algum momento, no passado distante, tal apelo para os valores militares
poderia ter surtido o efeito desejado, mas na atmosfera vigente, após a queda de Nero,
os soldados responderam apenas aos apelos de sereia do oportunismo e do
enriquecimento pessoal.
O aparecimento dessas duas personificações nobres nas moedas de Vitélio,
cujos valores pessoais estavam mais de acordo com a turba, não foi feito por ele. Era
pouco mais do que oportunismo prático, pois Vitélio mantinha em serviço as matrizes
de Honos e Virtus preparadas por Galba. (...)
Embora Honos estivesse intimamente associado à vida política e Virtus mais
diretamente aos militares, estas personificações eram inseparáveis de muitas
maneiras e isto ficou claro na estrutura dos seus maiores templos localizados em
Roma fora da Porta Capena. O templo original foi dedicado exclusivamente a Honos,
mas foi suplementado com um templo adjacente a Virtus, que foi dedicado em 205
a.C. O novo Templo de Virtus parece ter sido colocado diante do de Honos, que tinha
apenas um único portão, todo isto para reforçar a ideia de que a honra (Honos) só
poderia ser alcançada através da coragem (Virtus).
A antiguidade dos Honos também se reflete na cunhagem de moeda. Sua
aparência mais conspícua está nos denários serrati de Q. Fufius Calenus e Mucius
Cordus, retratados em 70/68 a.C., onde seus retratos são expostos em conjugado.
Nelas, Honos ocupa a posição honorária à esquerda, com o busto sobreposto ao de
Virtus. Este sestércio (de Galba) também reserva a posição de primazia dada a
Honos, que fica à esquerda da composição.2
2
Honos and Virtus, the Roman personifications of honor and valor, were introduced to Imperial coinage by
Galba, who undoubtedly cherished their virtues. At some time in the distant past such a rallying call to military
Paralelo a estes conceitos ficaria o Orgulho e Presunção a par da Vergonha,
Cobardia e Asco.
«Orgulho» < espanhol orgullo < catalão orgull(ca) < Latim Vulgar *orgōllia
frâncico urguli (excelência) < *Ur-gaul < *Kur-kaul > protogermânico *uzgōljō.
> Hércules.
Dito de outro modo o orgulho e o preconceito fazem parte da arrogância e
retórica militar.
«Vergonha» < galego-português medieval vergonna < ver(a)con-Dia
< Wera + | *Haunita < Kaunita < Konita > Cónios.
> Cuntia > Cundia
< Lat. vere-cun-dia.
Na evolução do termo vergonha  verguenza nota-se a ressonância do latino
veracundia com a raiz galo/franca *haunita já possível na sufixo –cundia da formação
do latim desta apalavra.
Francês honte < franco antigo *haunita ou *hauniþa, 'desdém, desprezo,
zombaria' (cf. hōnitha saxão antigo, hōnithia 'desonra', hoonde holandês médio,
mesmo significado); a forma latinizada haunitas é atestada nas Glosas de Reichenau
(século VIII).
E a cadeia da etimologia deveria acabar na deusa *Vera-Kundia como deusa
da reverência, da veneração e da vénia até porque vera-cundus já é um termo derivado
da raiz Wer.
Notar que com esta deusa virtual *Vera-Kundia se relaciona o conceito hindu
Kundalini.
Kundalini, fenómeno espiritual de libertação de uma energia concentrada na
base da coluna. O símbolo do caduceu é considerado como uma antiga representação
simbólica da fisiologia da Kundalini. "enrolada como uma cobra " ou "aquela que tem
a forma de uma anaconda" porque Kuṇḍa (um substantivo que significa "tigela, pote
de água") é encontrado como o nome de uma Nāga (divindade serpente) no
Mahabharata.
Assim senso, estamos no campo da Deusa Mãe que era Vénus ou Venera e
também da Fartura e da Fe-cundia.
Assim senso, estamos no campo da Deusa Mãe que era Vénus ou Venera e
também da Fartura e da Fe-cundia.

valor might have had the desired effect, but in the atmosphere after the fall of Nero soldiers responded only to
the siren calls of opportunism and personal enrichment.
The appearance of these two high-minded personifications on coins of Vitellius, whose personal values were
more in line with the mob, was not of his making. It was little more than practical opportunism, for Vitellius kept
in service Honos and Virtus dies that had been prepared under Galba. (...).
Though Honos was associated closely with political life, and Virtus more directly with the military, these
personifications were inseparable in many ways. This was made clear with the structure of their largest temple
in Rome, located outside the Porta Capena. The original temple had been devoted solely to Honos, but it was
supplemented with an adjacent temple to Virtus that was dedicated in 205 B.C. The new Temple of Virtus seems
to have been placed before that of Honos, which had but a single gate, all of which reinforced the concept that
honour could only be achieved through valor.
The seniority of Honos is also reflected on coinage. Their most conspicuous appearance is on denarii serrati of
Q. Fufius Calenus and Mucius Cordus, struck in 70/68 B.C., where their portraits are shown jugate. Honos has
the honorary position to the left, with his bust superimposed on that of Virtus. This sesterius also reserves the
senior position for Honos, who stands at the left of the composition.
Fecundias significa fecundidade. Foi reconhecida como uma divindade
romana pelo imperador Nero, que construiu uma estátua para ela em 63 d.C. (após o
nascimento de sua filha).

Figura 7: FAVSTINA AVGVSTA. Rs. FECUND AVGVSTAE.

Ver: AS DEUSAS DA FARTURA (***)

< Lat. verecundus < Lat. ver-eor (“reverenciar, temer”) + -cundus (cf. -undus).
Ver-eor, ver-ērī, ver-itus sum; depoente segunda conjugação = Eu respeito,
reverencio, admiro. Temo, tenho medo. Sinónimos: timeo, metuo.
< proto-indo-europeu *wer- (“cobrir, prestar atenção, avisar”). Cognato com o
grego antigo ὁράω (horáō, “ver”) < ϝοράω (woráō), Cognate with οὖρος (oûros,
“watcher, guardian”), ὤρα (ṓra, “care, concern”)  o inglês aware (atento) e wary
(cauteloso).
Assim sendo da etimologia *Vera-Kundia derivou Honos

HONOS
Honos aparece como deidade ambígua que os renascentistas confundiram com
uma deusa feminina e que assim teria sido inicialmente, pois etimologicamente assim
parece, mas que na realidade mitológoca latina nunca foi.
De facto, de seguida mostra-se a moeda de Vitélio onde tal ambiguidade não
aparece, mas cujos exemplares renascentistas, figurativamente menos claros como
depois se descrevem, se prestaram às confusões dos coleccionadores e sobretudo dos
imitadores renascentistas como o prestigiado Cavino e depois outra do mesmo
imperador .
Figura 8: Sestertius late April-December 69, Æ 27.01 g. A VITELLIVS
GERMANICVS IMP AVG P M TR P Laureate and draped bust r. Rev. HONOS ET VIRTVS Honos, bare
from the waist up, standing r., holding long vertical sceptre in r. hand and cornucopiae in l., facing
Virtus, in military attire, standing l., holding parazonium in r. hand and vertical spear in l., r. foot on
helmet. In exergue, S C. C 38. BMC p. 375 note †. RIC 113. CBN 88.

Figura 9: VITELLIUS (69), AE padouan. D/ B. l., dr. à d. R/ HONOS ET


VIRTVS/ SC Honos deb. à d., ten. un sceptre et une corne d'abondnce, le pied g. posé sur une tête de
loup, face à Virtus deb. à g., ten. un parazonium et un sceptre, le pied d. posé sur une tortue. Lawrence
27; Klawans 58, 1. 19,95#g Fonte postérieure d'après Cavino.
For the final piece to be discussed here, Strada described the ancient originals
in the Diaskeué in detail, while presenting a new, previously unknown version in the
MaNO. The coin’s ancient original shows Honos (to the left) and Virtus (to the right)
looking at each other (figs 35a, b and c).
Figs 35a, b and c: Sesterce of
Vitellius (reverse), 1995.110.19 (ANS);
Imitation by Giovanni da Cavino, 2013.806
(HMB Basel, Alwin Seiler); Coin reverse of
Nero, Omnium Caesarum (HAB
Wolfenbüttel).
Honos holds a cornucopia in
his left hand and a sceptre in his
right Virtus wears a helmet and
military attire, the parazonium is in
her right hand and a lance in her
left. Her right foot rests on a helmet
and the legend reads: HONOS ET
VIRTVS S C. The coin image is
described in the Diaskeue in the
same way.
Strada mentions Antonio Agustín as the owner, whose collection – as mentioned
above – was looted and dispersed by Napoleonic troops in the early nineteenth century.
In Agustín’s original edition Dialogos de medallas inscriciones etc., this coin was
depicted exactly as described by Strada, i.e. identically to the ancient original. Ligorio
as well depicted it in this fashion. On Cavino's imitation (fig. 35b), however, Honos
places his right foot on a dolphin and Virtus her right foot on a turtle. Vico also
reproduced the coin in accordance with the Paduan (fig. 35c), whereas Strada turned
the dolphin into a helmet and the turtle into a globe (fig. 36a).
The model for Strada’s depiction can be found today in the Vienna Coin Cabinet
(fig. 36b). (…)
This short summary shows that Strada – although he was aware of the
problematic issue of modern creations after the antique – was not always able to
distinguish between originals and imitations. To tell them apart would have required –
in addition to a thorough autopsy and related methods of examining the material,
presentation and legends – the use of an accepted reference work or catalogue.
Figs 36a and b: Coin drawing, MaNO 10, fol. 232r (FB Gotha); Sesterce of Vitellius (reverse),
RÖ 6067 (KHM Wien).
Unfortunately, at the time, no such work existed. Extensive research and a
proper methodology of comparison, for which none of the prerequisites were yet
available, would have been necessary. Strada’s Diaskeué was a first attempt to
compose such a work. Interestingly, it did not meet with the expected success, since the
Diaskeué was never printed and only survived in two complete manuscript copies. –
Copies of Ancient Coins and Inventions all’antica in the Work of Jacopo
Strada* by Volker Heenes.

Figura 10: British Museum. Asset number: 1373795001.


Imagem de uma imitação renascentista de um tipo de moeda romana feita em
Pádua. Notar que os comentários do curador do Museu Britânico apenas referem que “o
reverso copia um desenho de moeda romana, mas o original omite a tartaruga e o
golfinho» deixando de lado o verdadeiro sexo da divindade romana Honos.
Porém, esta tradição erudita mantém-se na identificação errónea de Honus com
uma deusa do sexo masculino, nas interpretações britânicas de moedas de Galba como
a usada nas páginas de título das Vidas de Plutarco (Clough) de 1 de janeiro de 1865.
A confusão dos interpretes britânicos vitorianos pode ir tão longe que chegam a
inverter a posição dos dois deuses: Honos is represented on coins as a male figure in
armour, and standing on a globe, or with the cornucopia in his left and a spear in his
right. Honos et Virtus. (Coin of Galba, British Museum.) and frequently combined on
coins with a female figure of Virtus.
«Honra» < Antigo Galaico-português onrra < onrrar < Lat. honorāre
< honor < Lat. Antigo Honōs, forma notavelmente ainda usada por Cícero, de
origem desconhecida.  Osco Hanús(eis).
Descobertas recentes em Pietrabbondante incluem a dedicação de uma estátua
de Hanúseís, que se acredita ser o equivalente oscano de Honos e, neste caso,
certamente não é um empréstimo3.
Por tanto, a origem do nome do deus Honos está longe de ser uma mera
alegoria tardia, derivada por mero rotacismo do nome de *Honor. Pelo contrario, o que
terá acontecido é que a deusa mãe primordial Ki-Ana ou *Kona, que veio a ser
Diana / Dione terá tido um filho guerreiro a que deu nome *Konor que deu origem
Honor, o que, por ensurdecimento do «erre», veio a dar Honos. Por outro lado, este
deus não seria senão a variante pacífica e rural de um dos muitos deuses guerreiros e
militares que são primaveris em tempo de sementeiras e colheitas e caçadores e
guerreiros em tempos outonais. Esta dualidade de papel permitia também a dualidade
de sexos pelo que Honos ora seria a Deusa Mãe *Kona / Kina ora o filho Enki /
*Kino.
Honos < Osco Hanús(eis) < Kaunus < (Dam)-Kina < Ki-Ana + ur
> Honor > Hon-os, oris.
Tudo isto admitindo que Honos terá sido sempre um deus masculino porque
poderia ter sido uma deusa da fartura e da fortuna como era a Deusa Mãe do
«Cono»...e dos cónios algarvios. De facto, se a moderna honra é feminina o medievo
honor ainda era masculino, bem como o «onus» da prova.
Como sabemos, Damkina / Daukina era a mãe e esposa de Enki / *Kino.

3
How Roman was Victory?*he Goddess Victoria in Republican Italy, Daniele Miano.
Para reforço de prova deste ambiguidade original, sempre mal resolvida, temos
o termo de direito latino do “onus da prova”.

Figura 11: O prémio da Virtude era a Honra do triunfo que dava acesso às horárias
militares e a fortuna dos despojos de guerra. O culto da hora cívica decorre assim duma
apropriação burguesa de valores que foram inicialmente abstracções psicológicas do chicote e
da cenoura que determinavam a lógica da vida militar. A Virtude & Honra são inicialmente
valores estruturantes da nobreza que acabam, com as necessárias adaptações de ética
evolutiva, em valores cívicos pela relação mútua entre a ética de coesão do grupo e o sucesso
na vida! As virtudes cristãs aparecem assim como contraponto desta ética de sucesso social
pela via da negação do valor do mérito e da riqueza que, os judeus nunca deixaram de cultivar
com sucesso e esmero, mas que os católicos só toleraram pela separação do reino dos céus em
relação ao poder temporal.
«Onos» < Lat. Onus < Hon-ush < *Kona / Kina.
Onos, Del protoindoeuropeo *h₃énh₂os de *h₃enh₂-. Cognado al sánscrito
अनस् (ánas, “carro pesado; madre; nacimiento; descendencia”). Véase el griego
antiguo ὄνομαι (ónomai, “impugnar, pelear con”).
De facto, enquanto deusa mãe primordial Ki era literalmente a Senhora do «O»
do gravidi ventris.
Onus, eris, AN-, uma carga, carga: tanta onera navium, navios de tão grande
carga, Cs .: clipei ingens, V .: mínimo, O .: gravius dorso, mais pesado do que ele
pode carregar, H. — Uma carga, embarque, carga , cargo: cum oneribus
commeabant: iumentis onera deponere Cs. — O fardo do útero, feto, embrião: gravidi
ventris.
Não será precisos muitos comentários para explicar como é que as figuras de
retórica entravam e continuam à chegar à barra dos tribunais porque o a conotação do
onus da prova como carga que tem que ser carreada ao processo pela acusação
demonstra o quando a carga era antiga e antes de ter andado nas entranhas e no
costado de grandes naves andou desde que o filho do homem é filho da Virgem Maria
que o parou depois de o ter carregado durante nove meses sem o fardo cada dia mais
pesado e que não podia despachar antes da hora do parto.
O deus da honra era Honos, deus do cavalheirismo, da dignidade e da justiça
militar que garantia o sucesso na partilha dos trofeus e despojos da vitória e o acesso
às honrarias dos triunfos na carreira militar.
O acesso a bens de fortuna pela via do troféu de guerra e das honrarias militares
fés do corno da cornucópia, passe o pleonasmo, um símbolo fálico permitindo que na
origem a honra fosse uma questão de bravura bélica de que o machismo,
masculinidade e virilidade por exibição da potência sexual explícita seria componente
indispensável. Como Pan é próximo de Phanes, o deus protágono *Dionisho filho de
Diana Lúcia, deus da luz e do amor solar primordiais, Fauno era um dos nomes do
deus masculino primordial, natural seria que tivesse uma evolução semântica ligada à
Deusa Mãe da «cornucópia».
Pan < Phanes > Fauno < Kau®anus > *Konus > Honos.
«Génio» < Ki-anius < Konius
Em relação à passagem de Honor a Honos, é impossível saber se foi o «erre»
da corno-copia que emudeceu ou se sempre houve nos primórdios da linguagem
permutabilidade do nome do “deus menino” entre Cono / Corno, entre o filho de Ki-
Ana / Diana e o Sr. do Kur (Kaurano). A verdade é que tem a forma, muitas vezes
alada, dos latinos «génios», (lit. “os espíritos alados da sabedoria de Enki”, o deus que
ensinou os mês das tácticas e estratégias militares a Atena, mãe de Eritónio, ou Honos
(ou seria Kornos ou Cronos?), «deus menino» das honras militares, que sempre fez a
fortuna de muita gente de virtude e esperteza saloia para o saque e a rapina.

Ver: JUNO / GENIUS (***)


Na verdade, sendo o aparecimento das castas guerreiras uma exigência da
defesa dos cultos religiosos emergentes o primordial mandamento dum guerreiro
deveria ter sido desde sempre o de estar pronto e sempre ao dispor da defesa das
necessidades da “Deusa Mãe”, incluindo a suas emergências de fertilidade e
fecundidade, razão pela qual os deuses marciais começaram sempre por ser deuses de
fertilidade agrícola. Notar ainda que a guerra psicológica teria começado muito cedo
desde logo pelo recurso a maquilhagem de guerra e por praticas de exibicionismo
teatral com postiços que exageravam o tamanho dos genitais masculinos com cornos,
presas de animais ou caniços (etc), estratagema usado ainda por muitos homens de
tribos primitivas actuais ou de épocas recentes.

Ver: ATENA OBTIMOPATER (***) & VERTUMNO (***)

4.4-Personificações das virtudes e outras abstrações associadas ao poder


imperial.
Abundância: refere-se à ideia de prosperidade do estado romano e do Império
sob alguns imperadores, fazendo parte dos cultos de natureza política, em relação à
propaganda e lealdade ao poder imperial. É atestado na Dacia junto com outras
abstrações do mesmo tipo [129].
Bonus Eventus: atestado em uma inscrição de Apulum junto com Júpiter
Dolichenus [130]. Acredita-se que o nome Bonus Eventus derive de crenças de
origem vegetal, sendo, novamente, uma abstração personificada [131] à qual virtudes
são atribuídas em relação com a prosperidade comercial ou financeira, que se
aproximaria em certos aspectos do culto de Júpiter Dolichenus [132].
O epíteto Bonus, "o Bom", é usado com outras divindades abstratas, como Bona
Fortuna ("Boa Sorte"), Bona Mens ("Bom Pensamento" ou "Mente Sã") e Bona Spes
("Boa Esperança", significando, talvez, "Otimismo"), bem como com a misteriosa e
multivalente Bona Dea, uma deusa cujos ritos eram celebrados por mulheres.
Bona Dea ("a Boa Deusa"), na mitologia romana, era uma deusa da fertilidade e
virgindade, especialmente venerada pelas matronas romanas.
Seu nome original teria sido Maia ou Damia (que também é o apelido de
Cibele) ou Da-Maia, uma deusa da fertilidade, relacionada com Deméter.
Filha do deus Fauno, é muitas vezes chamada de Fauna. Ela tinha um templo
no monte Aventino, mas os seus rituais secretos (pro populo = “em favor do povo”),
realizados a 4 de dezembro, eram feitos na casa de um proeminente magistrado
romano. Os ritos eram conduzidos pela mulher do magistrado, que era assistida pelas
virgens vestais.
Para uma matrona romana era uma honra ser escolhida para dirigir este ritual
em que as mulheres de Roma asseguravam a consolidação da pax deorum, o equilíbrio
entre os mortais e os deuses em que se baseava a prosperidade de todo o Império.
Só as mulheres eram admitidas e até representações de homens e animais
machos eram removidos, e as estátuas de homens, não podendo ser removidas, eram
cobertas.
De acordo com outra versão de sua lenda, Bona Dea era a esposa de Fauno. Fiel
ao marido e extremamente modesta, nunca saía do quarto para evitar conhecer
homens. Mas um dia ela ficou bêbada. Seu marido a espancou com uma vara de murta
por isso nessas reuniões secretas, era proibido falar nas palavras "vinho" e "murta".
Um episódio famoso na história romana ocorreu em 62 a.C. quando Clódio, às
escondidas, introduziu-se na cerimónia que estava a ser realizada na casa do pontífice
máximo (pontifex maximus) da altura, Júlio César. No julgamento, Cícero destruiu o
álibi de Clódio, deteriorando a sua reputação para sempre.
Ela também era uma deusa da cura e era retratada sentada num trono, segurando
uma cornucópia. A cobra é seu atributo, um símbolo de cura, e serpentes foram
mantidas em seu templo em Roma, indicando a sua natureza fálica. Sua imagem podia
ser frequentemente encontrada em moedas.
Concórdia: um dos valores morais clássicos personificados no âmbito das
manifestações religiosas romanas [133]. Como muitas outras abstrações
personificadas, Concordia está representada no território da província Trans-
Danubiana [134].
Favor: aparece em Apulum junto com outras divindades entre as quais também
estão algumas outras personificações como Spes ou Salus: Dis penatibus laribus
militaribus lari viali Netuno Saluti Fortunae Reduci Aesculapio Dianae Apollini
Herculi Spei Favori [135].
Iustitia: Uma nova abstração personificada em referência a um dos valores
morais, também relacionados com os cultos políticos, no quadro das manifestações
religiosas de lealdade para com os imperadores. A lustitia também é atestada no
território da província [136].
Providentia: culto de caráter político relacionado às manifestações religiosas
de lealdade ao poder imperial [137].
Salus: deusa da saúde e, por extensão, do vigor e da energia, abstração
personificada intimamente relacionada às águas salutares e que Cícero já mencionou
entre outras noções abstratas e valores morais [138]. Entre outras inscrições, aparece
em duas longas dedicatórias a várias divindades, uma de Apulum [139] e a outra de
Ulpia Traiana Sarmizegetusa [140]. Novamente, parece relacionado ao culto imperial.
Spes: novamente encontramos outra abstração personificada que está presente
no panteão greco-romano da Dácia, uma das mencionadas por Plínio, o Velho junto
com Pudicitia e Clementia [141]. Essa divindade tem caráter político e está
relacionada ao culto imperial, como as demais abstrações. Na província, ele aparece
em uma inscrição de Apulum junto com outras divindades entre as quais outras
abstrações como Salus ou Favor [142] também são contadas.
Tempus Bonum: personificação de uma noção abstrata, Tempus Bonum, o
"tempo favorável", refere-se aos reinados de Septimius Severus e Caracalla, como
pode ser deduzido da inscrição de Tyras [143]. Esta personificação faz parte dos cultos
de natureza política e se soma às demais abstrações e valores morais personificados
representados na província da Dácia [144].
Vitória: mais uma das abstrações personificadas presentes nas manifestações
religiosas da província da Dácia [145], fazendo parte, como a maioria delas, de cultos
de natureza política. Entre outros achados figurativos, podemos citar uma estatueta de
bronze de Drobeta [146] ou um aplique de bronze dourado para uma carruagem
triunfal, em Ulpia Traiana Sarmizegetusa [147].
Virtus: para terminar, referir-nos-emos ao Virtus, um dos quatro principais
valores morais descritos por Cícero [148] e que encontramos, como tantos outros, no
território da província da Dacia [149], associado ao culto imperial.

Figura 12: Anton Francesco dello Scheggia – The Seven Virtues.


As sete virtudes são derivadas do poema épico Psicomaquia, escrito pelo poeta
cristão Prudêncio do século IV, intitulando a batalha das boas virtudes e vícios malignos. A
grande popularidade deste trabalho na Idade Média ajudou a espalhar este conceito pela
Europa. São elas: castidade (em latim: castitas), caridade (caritas), temperança
(temperantia), diligência (industria), paciência (patientia), bondade/benevolência
(benevolentia) e humildade (humilitas). Essas sete virtudes não correspondem às sete
virtudes celestiais ou sete virtudes cristãs alcançadas pela combinação das virtudes cardinais
e teologais. Tradicionalmente, as sete virtudes cristãs ou celestiais combinam as quatro
virtudes cardeais clássicas da prudência, justiça, temperança e coragem (ou fortitude) com as
três virtudes teologais da fé, esperança e caridade.
No cristianismo, um exemplo de ordenação das sete virtudes em oposição aos sete
pecados capitais em correspondência biunívoca foi do seguinte modo: contra a luxúria,
castidade; contra a inveja, caridade; contra a gula, temperança; contra a preguiça,
diligência; contra a ira, paciência; contra a avareza, liberalidade (bondade/benevolência);
contra a soberba, humildade.
As quatro virtudes clássicas eram então a Prudência, Justiça, Temperança e
Coragem.
Figura 13: Severus Alexander Denarius. 232 AD. IMP ALEXANDER PIVS AVG,
laureate head right, slight drapery on left shoulder / PROVIDENTIA AVG, Providentia
standing left, holding corn ears over modius and cornucopiae. RSC 501b. RIC 250.
Prudência (φρόνησις, phrónēsis; latim: Prudentia; também Sabedoria, Sophia,
sapientia), a habilidade de discernir o curso de ação apropriado a ser tomado em uma
dada situação no momento apropriado.
Ela é a divindade da Prudência e do autoconhecimento especular que leva ao
autocontrole e por isso transporta numa mão um espelho o caduceu de Higeia com
quem teria ascendentes arcaicos. Outras fontes sugerem que a Prudentia tem duas ou
três faces - olhando para o passado, presente e futuro e neste caso seria uma variante
de Cardeia, esposa de Jano.
Eu os estou enviando como ovelhas no meio de lobos. Portanto, sejam astutos
como as serpentes e sem malícia como as pombas. Mateus10: 16.
Providência < Prō-videō, prōvidēre, prōvīdī, prōvīsum.
Providência > Pro-uiden-tia > Prouid-en > Proud > Old French. prud
> Old English prud > Old Norse pruðr.
> Prud-en-tia.
Sendo verdade que a Prudência inspira a Providência econômica também é
certo que esta, enquanto previsão de dias de necessidade implica a sagacidade da
Prudência sendo por isso conceitos biunívocos que poderiam implicar que ambas as
deidades alegóricas fossem inter-permutáveis. O serem alegóricas nos tempos
clássicos não implica que não fossem teónimos da Deusa Mãe da Abundância e
Fartura em tempos arcaicos tanto mais que a Providência partilha com esta a
cornucópia, tal como Sofia a etimologia ofídia de Ops e ambas possivelmente a
relação ancestral com as divindades sapos da ogdoada egípcia
Sabedoria < Lat. Sap-ere > Sapien-tia
Sapere < proto-Itálico * sapi < proto-Indo-europeu * shp-i- (“notar”),
< proto-Indo-europeu * sehp-. Cognato com o grego antigo σοφός (sophós), o
inglês antigo sefa (“mente, espírito, humor”).  Kephalos.
Lat Sap- < proto-Itálico *sapi < Se-| sha(> ph)| -Te > saph- < Safo (< Σαπφώ)
> σοφός (sophós).
Seshat (Sesat, Sesheta) A deusa egípcia da escrita, matemática e esquemas de
construção. Ela também está associada a bibliotecas, cartas, arquivos e registros históricos.
Ela mantém o controle dos anais reais, com os períodos de governo de cada rei e os discursos
que foram proferidos durante os rituais de coroação. Ela também ajudou o faraó a marcar os
limites de um templo em um ritual conhecido como "esticar a corda". Ela é retratada em
forma humana com uma estrela ou roseta acima de sua cabeça, vestindo uma túnica de pele
de leopardo, segurando um cetro feito de um ramo de palmeira entalhado no qual ela
registrou os anos de jubileu. Seshat é considerada filha de Thoth.
Muito possivelmente Seshat seria apenas uma variante de Hekat.
A etimologia do «sapo » e de origem desconhecida, possivelmente pré romana.
Resta a explicação do aparecimento do sapo na mitologia de Sais...e de Neide o
que só pode ser explicado da forma mais simples e directa: Rá / Heka era um «sapo»
dos pântanos do Delta e por isso se chamava Sapi e deu nome à «rã», e Neide ou
Naunet era uma víbora dos pântanos do Delta, ou seja uma cobra venenosa razão
porque deu nome em grego às víboras que eram σήψ (seps) que para serem serpentes
em latim passaram a ser Serpas.
Rá + An > Lat. rana > «rã»  «sapo» < Sapi / Rá.

Ver: NEIDE, A SEMPRE ETERNA VIRGEM MÃE DO EGIPTO (***)

Para os egípcios, o sapo era um símbolo de vida e fertilidade, já que milhões deles
nasciam após a inundação anual do Nilo, que trazia fertilidade para as terras que de outra
forma seriam áridas. Consequentemente, na mitologia egípcia, começou a haver uma deusa-
rã, que representava a fertilidade, referida pelos egiptólogos como Heqet (também Heqat,
Hekit, Heket etc., e mais raramente Hegit, Heget etc.), escrito com o determinante sapo. A
deusa rã e uma das mais antigas de toda a mitologia egípcia, sendo que seus hieróglifos são
encontrados em pirâmides por todo o Egito.
No entanto, esta deusa sapo egípcia, esposa de Chnum, Janum ou Junum (=
Enki) já seria a evolução da deusa do espaço infinito onde era uma das deusas cobras
da sabedoria, Hauket, da Ogdoada, e esposa de Huk < Kuk < Kuki  Enki.
Justiça (δικαιοσύνη, dikaiosýnē; Latim: Ius-titia): também considerada como
justiça; a palavra grega também tem o significado de justiça.
A deusa da justiça, por ser Titia, era uma deusa juvenil, e, por isso, ou variante
jovem da deusa mãe referida antes ou filha desta e de Jano.
Fortaleza (ἀνδρεία, andreía; latim: fortitudo): também chamada de coragem:
paciência, força, resistência e capacidade de enfrentar o medo, a incerteza e a
intimidação.
A fortaleza é uma óbvia virtude militar e por isso era Andreia em grego, ou
seja, uma deusa homem ou macha como Atena e Artemisa. Em latim a virtude seria a
corajem e o animo, a qualidade dos fortes em oposição à cobardia. Assim sendo, não
era uma deusa alegórica imperial que presidia a esta virtude mas
Lat. Forti-tudo < Lat. Fort-is < forct-is < forc-tus (latim antigo)
< Forka-te < deusa *Forka < Kur-ka, a deusa grávida que transportava a vida.
*Forka < Kur-ka > Cret. Kur-ija  Atena.
Ora, a palavra ibérica «força» tem a seguinte etimologia:
«Força» < latim tardio *fortia (< fortis) < Forta < forctus < *Forka < Kur-ka.
Se em latim não se conheceu explicitamente uma deusa Fortia ou Forta bem
poderia haver dialetos italiotas onde este nome era um epíteto de Fortuna ou mesmo
de Portumna.
Temperança (σωφροσύνη, sōphrosýnē; latim: temperantia): também
conhecida como contenção, a prática de autocontrole, abstenção, discrição e
moderação temperando o apetite. Platão considerou Sōphrosynē, que também pode ser
traduzido como uma mente sã, como a virtude mais importante.

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