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HESPÉRIDES, o séquito de Hera no jardim das suas delícias,

por Artur Felisberto.

Figura 1: Argonautas no jardim das Hesperides. (Klytios, Hygieia,


Chrysothemis, Asterope, Lipara, Herakles, Iolaos.) Adapatação de "Vase Catalog
Number: London E 224". Como se vê à cobra do paraíso do Génesis enrolada na
árvore da vida, do bem e do mal, nada teve de original!
Hera recebera de Gaia lindas maçãs (pomos) de ouro como presente de
seu casamento com Zeus e mandou plantá-las em seu longínquo jardim, no
extremo Ocidente. Ela deu às Hespérides, ninfas do entardecer e filhas de Atlas,
a função de proteger este jardim. Quando as ninfas começaram a usar os frutos de
ouro para próprio benefício, Hera teve de procurar um guardião mais confiável.
Assim Ladão, o dragão com um corpo de serpente e cem cabeças, passou a
proteger o jardim. Aparentemente o jardim das Hespérides seria então protegido
por um vulcão que não seria de sete mas de muitas cabeças que a ocidente só
poderia ser o Etna...ou o vulcanismo açoriano que deixou marcas na Lagoa das
Sete Cidades porque em Portugal continental não há fenómenos de vulcanismo
activo, mas existem vestígios de vulcanismo, por exemplo, na Estremadura, no
Alentejo e no Algarve, sendo as águas termais as principais manifestações de
vulcanismo secundário aí existentes.
Quem seria este estranho Ladão?
Desde logo há que realçar as semelhanças funcionais deste dragão com a
cobra da sabedoria que guardava a árvore do bem e do mal e que não tendo
ficado com nome definido na Bíblia poderia ter sido uma cobra «ladina».
«Ladino» = adj. astuto; • espertalhão, finório; • manhoso; < Lat. latinu
< ??? > *Ladjino < Ladjin < Al-djin = O génio < Arab. Djin < Dan-
< Tan. < ??? > Ladan < Ra-Tan, a cobra solar de Rá.
> Ladão.
< ??? > Ala-djin = génio de Alá < ??? > «Aladino».
< Aladjino < Alāʼ ad-Dīn < ela' al dyn > *Al-Ladjin.
Jinn é um substantivo coletivo árabe derivado da raiz semítica JNN (em
árabe: ‫ ج ُّن‬/ ‫ َج ّن‬, jann), cujo significado principal é "esconder" ou "ocultar".
Alguns autores interpretam a palavra como literalmente "seres que estão
escondidos dos sentidos". (…) A origem da palavra Jinn permanece incerta.
Alguns estudiosos relacionam o termo árabe jinn com o génio latino, como
resultado do sincretismo durante o reinado do império romano sob Tibério
Augusto, mas essa derivação também é contestada. Outra sugestão é que os
génios podem derivar do aramaico "ginnaya" com o significado de divindade
tutelar ou também "jardim". Outros afirmam uma origem persa da palavra,
mais precisamente na forma das "jaini" dos avésticos, espíritos perversos
femininos (bruxas). As jaini existiam entre várias outras criaturas da mitologia
pré-zoroástricas dos povos do Irão.
Obviamente que as etimologias incertas são, na maior parte das vezes,
aquelas que não satisfazem as regras clássicas da etimologia porque é evidente
que só por puro preconceito se impede os jinn árabes de terem relações com os
génios latinos e todos estes com as jaini avésticas porque todos derivariam duma
só e única fonte muito mais antiga que todas estas que foi Enki / Kian o deus
caldeu da sagacidade e da sabedoria. Obviamente que os génios latinos,
relacionados com o conceito da gentilidade, se relacionariam mais rapidamente
com o seu deus Jano do que com o proto-indo-europeu *ǵénh₁tis, suposto
derivado do hipotético verbo *ǵenh₁- (= gerar, dar à luz) só para explicar o verbo
grego γίγνομαι (/ɡí.ɡno.mă͜ɪ̆ /) (nascer, acontecer) e o sânscrito जनति (/d͡ʒɐnɐti =
dar à luz, criar, causar) passando ao lado de γυνή (gunḗ, “mulher”) tudo termos
que como é óbvio terão que derivar da mesma mitologia de um deus criador que
inegavelmente foi Enki, o deus cobra da sabedoria e das água doces que em
Roma teve por equivalente Jano, casado com Carna / Cardeia, a deusa que
seria também Juno / *Jana.
O primeiro mês do calendário actual foi uma homenagem ao casal de
deuses Janus & Jana, ou *Dianus & Diana. Eram antigas divindades pré-
latinas, tutoras dos princípios, das portas, das entradas e dos começos de qualquer
acção ou empreendimento. Mais tarde, com a chegada dos latinos, Januspater
foi substituído por Júpiter e Jana…por Juno.
Portanto, de forma indirecta Aladino deve o seu nome a uma mitologia
arcaica que o antecedia senão sobretudo na origem do termo árabe para génio
pelo menos também na origem egípcia ou caldeia deste mito feito história de
encantar.
Aladim ou Aladino (em árabe Alāʼ ad-Dīn, literalmente "nobreza da fé")
é um personagem fictício do conto de origem árabe conhecido como Aladim e a
Lâmpada Maravilhosa. (…)
Não existem manuscritos árabes com a história de Aladim anteriores ao
século XVIII. (…) A origem do conto é difícil de datar pela falta de elementos no
texto que ajudem a situar a ação. Segundo o estudioso René R. Khawam, é
possível que o conto tenha origem na segunda metade do século XI, entre a
história de Simbad (fins do século VIII) e as Mil e Uma Noites (compiladas em
árabe a partir do século XIII).
Outros supõem uma origem ainda mais antiga, como E. Gáll, que
encontrou paralelos com histórias contidas em papiros da Antiguidade
helenística e romana do Egito e com a prática do roubo de tumbas egípcias, o
que o fez propor que a história poderia ter-se originado no século VII, após a
conquista árabe do Egito. (...)
Aladim mantém-se despreocupado com uma definição para sua vida até
ter um encontro com um feiticeiro ou mágico, que o procurava. Este encontro
foi determinante para modificar sua trajetória. O mago, possuidor de muitos
poderes e capaz de realizar muitos feitos, procura Aladim como um auxiliar
eficaz para concretização de uma meta específica – obter uma "lâmpada
maravilhosa", uma lamparina semelhante àquelas utilizadas na iluminação
doméstica, mas que continha um "gênio" (em árabe djin) que a habitava e que
era capaz de realizar todo e qualquer desejo a ele dirigido. A lamparina com o
gênio era para o mago um recurso mágico que lhe daria mais poderes e que lhe
permitiria realizar os desejos irrestritamente; mas ela estava guardada no
interior de um jardim encantado, em uma espécie de gruta ou caverna, que
continha muitas jóias e moedas de ouro.
Notar que, embora seja considerada uma história árabe por causa de
sua origem, ou porque foi incluída em As Mil e Uma Noites, os personagens da
história não são árabes ou persas, mas sim do Extremo Oriente. A história,
como outras das mil e uma noites, está localizada na China, que provavelmente
é apenas uma licença literária para colocá-la em um lugar distante, já que o
restante da acção decorre em um ambiente totalmente islâmico onde a maioria
das pessoas são muçulmanas.
Assim sendo a transliteração do nome de Aladino como sendo literalmente
Alāʼ-ad-Dīn, literalmente "nobreza da fé", fidedigno ou “de acordo com a lei” é
duvidoso porque se limita a contornar uma blasfémia que se reportaria para *Alā-
djin, o "génio" de Alá que aos árabes repugnaria prender numa lâmpada.
Ad-dīn < Al Din < Following Arthur Jeffery, the “religion” senses are
borrowed directly from Middle Persian dēn, which is from Avestan daēnā, which is
possibly from Elamite [script needed] (dēn), whereas the “law” and “judgement”
senses in the Qur'an copy Classical Syriac ‫( ܺܕ ܳܝܢܐ‬dīnā, “judgement”), which is possibly
from Akkadian [script needed] (dēnu, dīnu, “judgement”) and possibly donator of Ge'ez
ደይን (däyn, “judgement”). The borrowing has mixed up with the root ‫( د ي ن‬d-y-n) of
meanings related to increase of financial liabilities.
Obviamente que o conceito religioso do árabe din não precisa de ser
emprestado pela via persa do Avesta daēnā nem muito menos de algo elamita ou
do acádico porque é tão arcaico que já estava presente no conceito sumério Din-
Gir para divindade e ficou como étimo componente explicito de senhoria no
nome de Dionísio e de Dione / Diana mas que deriva seguramente dum mitema
muito mais arcaico de que restou a raiz semita –tan para cobra ainda presente no
nome de Tanit.
Assim, é bem possível que este termo *Alā-djin seja já uma etimologia
popular arabizante que seria uma corruptela árabe marroquina da serpente Ladão
que teria em linguagem magrebina o nome de *Ladjin e que seria guardiã das
Hespérides às Portas do Ródano.

AS PORTAS DE RÓDÃO
Conta-se que, por alturas do avanço sarraceno, o Tejo separava o rei Vamba,
visigodo, na margem direita, de um rei mouro, na margem esquerda. Vamba, entretido
com a guerra e outros passatempos, deixou a sua mulher a governar as suas terras. A
rainha cristã apaixonou-se pelo mouro, e diz-se que namoravam um com o outro
sentados em grandes cadeiras de pedra, cada um na sua margem, num e noutro lado
das Portas do Ródão, como se de guardiões do rio se tratassem. O rei mouro, perdido
de amor, planeou o rapto consentido da rainha, por um túnel que passaria abaixo do
Tejo e desembocasse no outro lado. As contas falharam e o túnel não terminou no
destino certo. Ainda assim, a rainha acabaria por se escapar para junto do amado,
atravessando uma teia de linho que fez de ponte entre os dois lados das Portas. Vamba,
tendo conhecimento, planeou novo rapto, com sucesso. Uma vez recuperada para o
lado cristão, Vamba condenou-a à morte, por despenhamento, presa a uma mó de
moinho. Na queda a rainha lançou uma maldição sobre Ródão: nesta terra não haverá
cavalos de regalo, nem padres se ordenarão e putas não faltarão. Acredita-se que por
todos os sítios onde a rainha passou, arrastada pela mó, jamais nasceu mato.

Figura 2: As Portas do Ródano na actualidade.


E é então que nos espanta ir encontrar no nome árabe da Idanha uma
ressonância oculta à serpente Ladão. Obviamente que a ciência não é feita de
vagas coincidências mas a mitologia pode ser e um estudo sobre mitologia não
deve deixar de lhes fazer referência.
A forma que se encontra nas fontes árabes tem sido transcrita por muitos
autores como Layˆda ̄niyya (v.g., Manzano, 1991, p. 193; Correia, 2005, p. 78). A
transcrição suscita muitas dúvidas, e não apenas de restituição das vogais. (…).
A forma das fontes árabes poderá corresponder a Lajdânia ou Lajidânia,
Lijdânia ou Lijidânia. O /L/ inicial terá resultado, porém, da confusão de um alif
inicial com um lam. Assim, Martim Velho (1981, p. 301) excluiu a forma Lajda
̄niya (ou Lajdânia), tomando-a como [a]l- Ajda ̄niya. A transcrição Layˆda ̄niyya
não deve, em caso nenhum, adoptar-se em português. -- Notas de arqueologia,
epigrafia e toponímia – VI, JORGE DE ALARCAO.
Se é certo que “a forma das fontes árabes poderá corresponder a Lajdânia
ou Lajidânia” como nome magrebino de Idanha não vamos deixar de suspeitar
que alguma razão mítica oculta terá havido para que a Idanha árabe não tenha
sido, como é comum em toponímias árabes, *Al-jdânia ou *Al-jidânia.
As Portas do Rodão, situadas nos concelhos de Nisa (margem esquerda) e
Vila Velha de Rodão (margem direita) são uma espectacular garganta epigénica
do rio Tejo que corta espessas bancadas quartzíticas ordovícicas, que erguem a
Serra das Talhadas ou de São Miguel, um pouco a semelhança do Cerro da
Nossa Senhora da Candosa em Góis (…).
O rio Tejo, a partir do momento em que passa a correr no sentido do
Atlântico há 2,6 milhões de anos, sofre um rápido e profundo encaixe no vale
onde se formam vários terraços em escadaria, correspondendo cada um a antigas
planícies de cheia onde se depositam sedimentos mais ou menos grosseiros,
testemunhos da energia das águas.
É aqui que o Tejo tem a sua maior profundidade (aproximadamente 50
metros) provocada pela enorme queda da água que ali existia, já que a crista
funcionava como uma parede de uma represa.
Mais tarde até a dinamite se tentou alargar o rio deste poderoso
estrangulamento, pois este local era o limite de navegabilidade do Tejo. -- 1
Quer-nos parecer que a paisagem mudou consideravelmente, já que as
escarpas parecem na gravura muito mais acentuadas, se atendermos a imagens
mais recentes da mesma vista de jusante (poente):

Figura 3: Pass of the Tagus at Figura 4: Passage of the


Villa Velha into Alemtejo (C. Turner, Tagus at Villa-Velha (Westall,
1811). 1823).

Podemos falar em exagero do artista...porém não parece ser o caso de


Westall, e temos alguma confirmação da diferença pela imagem vista do lado
nascente (C. Turner, 1811).2
Em bom rigor o exagero dos artistas é óbvio porque as duas imagens são
retratos do mesmo ponto que seria um porto fluvial a montante da garganta do
Ródano resultante da intervenção do Marquês de Pombal sobre a navegabilidade
do Tejo acima das Portas do Ródão seguramente em data anterior à sua morte em
1777.
A pouca distância do porto de Villa-Velha, corre o Tejo por entre dois altos
montes de finíssimo mármore, formando uma espécie de garganta, a que chamam as
portas do Rodão. Pelas influências do, Marquez de Pombal se fez o mesmo, rio
navegavel até ao porto de Villa Velha, que fica dentro desta garganta. Junto do porto
havia huma Fazenda e Casas, em cuja porta se viam as armas, do Marquez, que são
huma Estrella entre uma, quaderna, de crescentes. (Poesias de Cruz e Silva, 1805).

1
http://www.portugalnotavel.com/portas-de-rodao-e-o-conhal-do-arneiro-nisa-e-vila-velha-de-rodao/
2
https://alvor-silves.blogspot.pt/2011/07/portas-do-rodao.html
Assim, particularmente na imagem de 1823 de Westall e, ainda que o rio
vá alto devido a cheias, a garganta do Ródão está exageradamente abrupta em
relação a imagem de data muito anterior de C. Turner, 1811.
Por uma simples inspecção de altitude a 200 metros (as montanhas
laterais ultrapassam os 300 m), o terreno formaria uma bacia natural que se
estenderia até Idanha-a-Nova, criando um lago artificial...Seria esta a ideia de
Bento de Moura.
Assim, se havia alguma represa natural de água, parece certo que o
Marquês acabou com ela...e com um nível baixo, a navegabilidade ficou também
comprometida, excepto para pequenas embarcações, conforme se pode ver nas
gravuras. (…)
Com as Portas do Ródão fechadas ao Tejo, este formaria um lago interior
que se estenderia até à zona de Idanha-a-Nova, e anteriormente talvez mesmo
próximo de Idanha-a-Velha.

Estas vilas que aparecem


hoje como isoladas nos limites
montanhosos da Serra da Estrela,
poderiam ter tido um lago natural
resultante da acumulação de águas
do Tejo. Uma primeira cedência da
rocha teria causado a
deslocalização de Idanha-a-Velha
para Idanha-a-Nova, mas a ideia de
navegabilidade do Marquês teria
terminado com qualquer ideia de
recuperar o lago interno, conforme
parecia pretender Bento de Moura.
-- 3
As Portas do Rodão são um monumento geológico e histórico
impressionante como poderia ter sido nos tempos clássicos uma cascata tal como
acontecia com o Rio Douro, que tinha uma forte cascata perto de S. João da
Pesqueira, chamado o “Cachão do Douro”, cuja demolição teve início em 1780
logo após a morte do marquês e que permitiu a navegação do Douro até Barca
d’Alva. O nome do Rio Rádon em Aragão, tributário do Martín, com várias
cascatas, indiciam que as portas do Reno seriam também uma cascata e cascata
cachão ou canhoeira seria o significado arcaico de Rádon.
É um facto que o rio ou ribeira de Rádon não tem hoje magnitude de ser
um rio mítico mas tê-lo-á sido localmente para povos colonizados por gentes do
mar Egeu que partilhavam da mitologia do Hades.
Etimologicamente assim parece porque Ra-Dan seria Ura-Than onde Ur
significava “agreste” e “selvagem” em Sumério e a palavra tan era reconhecida
entre os fenícios como sendo cobra que era o que os rios pareciam ser aos povos
primitivos. Assim sendo o dragão seria primitivamente qualquer realidade
geográfica serpentina (mais ou menos volátil) e particularmente feroz como era o
caso das cascatas e dos vulcões.

3
https://alvor-silves.blogspot.pt/2011/07/portas-do-rodao.html
Além do exemplo espanhol temos o rio Ródano que ficou contraído em
francês como Rhône suspeitando-se que o mesmo tenha acontecido ao Reno!

Figura 5: o rio Radón afluente


do rio Martim, afluente do Ebro a
caminho da cascata do Cubo.
<= Figura 6: Cascata do Cubo
no rio ou ribeira de Radón, porque na
verdade só vai cheio em tempos de
invernia.
Tudo para dizer o quê? Que o conceito mítico que esteve por detrás destes
termos era o rio Erídano (do latim Eridanus), um dos cinco rios míticos que
cruzavam o Hades.
Mas, quanto àqueles na Europa que estão mais distantes em direcção à
noite, não posso falar com segurança; pois não não me parece aceitável que os
Bárbaros chamem Erídano a um rio que desemboca no mar, na direcção do
Bóreas de onde se diz que vem o nosso âmbar, nem tenho conhecimento das
Ilhas de Estanho, de onde vem o nosso estanho. “O próprio nome de Erídano
indica que se trata de uma palavra grega e não bárbara, inventada por um
qualquer poeta; nem por toda a minha diligência aprendi com alguém que
confirme que existe um mar além da Europa. Tudo o que sabemos é que o nosso
estanho e âmbar vêm das partes mais distantes.” Hdt. 3.115.1 a 2).
Por que razão se desceu aos infernos (Hades) do Ródão? Para demonstrar
que os antigos confundiam as portas dos infernos com as do paraíso e que o
mundo dos ocidentais era o mundo dos mortos, ou seja o inferno dos egípcios,
logo, faz sentido pensar que o jardim das Hespérides era este país dos ocidentais
próximo dos infernos do sol-posto porque seria guardado por grifos e dragões
(Ladon / Radon) como a árvores da vida precisamente nas terras ocidentais para
lá das portas do Ródão, que seria uma antiga queda de água ou cascata. A busca
do paraíso ocidental que percorreu os caminhos de Santiago teria sido procurado
noutros rios dos infernos como seriam o Reno e o Ródano.
Notar ainda que Eridano seria o nome original de Ladon o que não deixa
de ser interessante porque então este seria literalmente a cobra (than) de
Eri(nia) / Eiru / Iria / Hera!
E para associar as cachoeiras dos rios que levam o nome de *Rádão com
o dragão Ladão do jardim das Hespérides bastariam estes monumentos
geológicos mas no caso das Portas do Ródão temos ainda a acentuar esta
relação reptilinea os fósseis de “rastos de trajectos de trilobites” no Parque
Icnológico de Penha Garcia.

Figura 7: Diz-nos a memória Figura 8: No Vale do Rio


dos mais velhos que, por aquelas Pônsul até as rochas xistosas se
bandas sempre se chamou “cobras apresentam encarquilhadas e
pintadas” ou “pedras escrevidas”, enrugadas como se fossem pilhas e
aos esculpidos nas rochas de Penha pilhas de cobras esculpidas na rocha
Garcia. milenal.
As Portas do Ródão seriam míticos impedimentos ao acesso à zona
superior do Tejo ou seja, às terras dos Igaeditanorum onde ficaria o jardim das
Hespérides, possivelmente nas murteiras da Senhora do Almortão de Idanha-a-
Velha.
De Igaedis terá derivado o nome *Igaeditania. Não estando atestado, este
nome parece dever supor-se para explicar a posterior forma Egitania
(Vasconcelos, 1926 2 , p. 327, 1928, pp. 349–350). Mas, a ter existido a forma
*Igaeditania, terá sido, na Época Romana, o nome da cidade ou um corónimo,
isto é, o nome de vasta região que a cidade tutelaria? A forma Egitania é a que se
encontra no Parochiale Suevum.
A forma Egitania é a que se encontra no Parochiale Suevum (David, 1947,
p. 38). Está confirmada por moedas visigóticas: de Recaredo (586–601) a
Rodrigo (710–711), foram muitos os reis visigodos que cunharam moeda em
Egitania (García-Bellido & Blázquez, 2001, p. 179). Admitindo a evolução
*Igaeditania > Egitania , devemos concluir que a síncope da sílaba / di / (síncope
que se observa noutras palavras, como em medicina > mezinha) já se tinha
verificado nos fins do século VI, data do Parochiale. É certo que nos concílios
visigóticos, entre 597 e 653, aparecem as mais diversas grafias, que registamos
por ordem cronológica: Igitana, Equitania, Iditana, Egaditana, Egitania,
Igiditana, Egiditana, Igeditana (Vives, 1963). Talvez, no século VI ou VII, as
formas com / di / fossem apenas eruditas e a cidade fosse comummente chamada
Egitania. Apesar da forma Egitania do Parochiale Suevum. --4
Seriam os Igaeditanorum aparentados com os Edetanos? Num estudo
sobre a etimologia da Ética demos conta de que “a propósito do nome de do deus
Sete presente no nome dos setesquinos próximo do edesquinos podemos postular
que o nome de *Se-tis se reportaria à «sé» ou sede dos deuses e *E-des à casa
dos deuses o que nos levaria a recordar novamente o nome de deusas como
Sedna e Edna”. Então do mesmo modo, podemos postular que no nome dos
4
Notas de arqueologia, epigrafia e toponímia – VI, JORGE DE ALARCAO.
Igaeditanorum se pode descobrir o nome de uma deusa equivalente a estas que
seria Egaeditana, uma forma arcaica da que veio a ser Edania ou Edna?
A forma Egitania seria usada no periodo da dominacao muculmana pelos
falantes de origem hispano-romana e conservava-se nos seculos XII e XIII, pois
se encontra em documentos de D. Sancho I de 1197, 1199 e 1206 (Azevedo, Costa
& Pereira, 1979, docs. 100, 118 e 162). Ou, por se tratar de documentos da
chancelaria regia escritos em latim, devemos pensar que Egitania e aqui, mais
uma vez, uma forma erudita, diferente da falada? A forma falada seria ja entao
Ydania ou Edania (ambas em documentos de 1165, ver DMP, DR., docs. 288 e
317)?
Na Cronica Geral de Espanha de 1344, encontramos a forma Edama
(Cintra, 2009, II, p. 450). Talvez se possa admitir um erro de leitura paleografica
(Edama por Edania?). E quanto ao /a/ final, reproduzira um /a/ ligeiramente
nasalado?
A sincope da consoante /g/ parece atestada ja na Epoca Romana. Com
efeito, em Segura (Idanha-a-Nova), inscricoes romanas consagradas à deusa
Erbine dão-lhe o epíteto de Iaedi ou Iaidi (em dativo), que parece dever
interpretar-se como abreviatura de Iaeditana (Prosper, 2002, pp. 215––217). --5
Claro que a Edama, da Cronica Geral de Espanha de 1344, em vez de
Edania é um dos muitos erros de grafia, ou de ortografia, que geram muitos
equívocos em estudos históricos.
Civitas Igaeditanorum < Iga-editana > Ig-editan > Visig. Egitania
( Luci-Tania >) > Roman. Ia-editana > Edania .
> Idania > Idanha.
«Idanha» < Idania < Ida + Ana
 *Eda + Ana > Adana > Edania > Edina > Edna.
Sabendo-se que numa tradução do disco de Festos aparece o nome IQE-
KURJA, o que pode significar “mãe grávida” ou apenas o nome da Deusa Mãe
das cobras cretenses, Kurisha, a senhora do monte (kur) por estar grávida, é
quase seguro que no nome dos Iga-editanos seria *Ika-Editani…ou seja deusa
mãe Idânia dos editanos.
Ou seja a mãe das cobras cretenses que foi Kurija / *Kertu / Hera, foi
Beira / Cale e a mãe das cobras de da Lusitânia (< Luci-tan) Ofiussa que era
uma cobra de luz aos pés de todas as Virgens Ibéricas e o crescente lunar que era
a deusa Nut com o sol no ventre.
Por sua vez, a deusa Idânia que deus nome a Idanha seria Iaedi ou Iaidi a
Senhora Idaea do monte Ida em Creta que agora entendemos significar apenas
*E-da, literalmente a casa de Da, termo que significa cobra em micénico porque
cobras eram genericamente as deusa egípcias e por ser a cobra mãe dos cretenses,
ou simplesmente a deusa mãe Idaea que passaria a Edna ou *E-da-Eia, a casa da
cobra da “casa mãe de água”. Por isso é que a Aquitânia francesa, que facilmente
se confunde com a Equitânia de Idanha, era considerada “lugar das águas” e por
isso também chamada Guiana, literalmente terra de Gui, o deus ibérico taurino
das águas doces, como Enki, e que fez parte do nome de muitos rios Ibéricos.
A epigrafia do Almortão revela uma divindade chamada Igaedus.

5
Notas de arqueologia, epigrafia e toponímia – VI, JORGE DE ALARCAO.
A síncope da consoante /g/ parece atestada já na Época Romana. Com
efeito, em Segura (Idanha-a-Nova), inscrições romanas consagradas à deusa
Erbine dão-lhe o epíteto de Iaedi ou Iaidi (em dativo), que parece dever
interpretar-se como abreviatura de Iaeditana (Prósper, 2002, pp. 215– –217). --6
Iga-edi-tani < | Ika < E-Ki | -Editana
> Egitania < *E-ki-tania > Equitânia.
Iside + Ana  *Isidania > Idanha.
Iside < Idaea < *E-da-Eia  Igaedus < Ika-edi > Ihaedi >Iaedi ou Iaidi.
Isna é uma freguesia portuguesa do concelho de Oleiros e Distrito de
Castelo Branco. O topónimo desta freguesia Isna reveste-se de alguma
curiosidade, pois pode derivar de isanu “lugar de difícil acesso”, issanare
“lugar saudável” ou igeana “limite do território Egitanense”. É controversa a
origem de Isna. Há quem considere que o nome se relaciona com a palavra
árabe hisn, «fortaleza». Há outros autores que consideram que o nome remonta
ao latim asinus ou, melhor, à forma correspondente do género feminino, asina,
isto é, «burro», «burra». Na região em que o rio corre, tendo em conta que
durante grande parte, até finais do século XII, se encontrou aí frequentemente a
fronteira noroeste do território árabo-islâmico, torna-se mais plausível a
hipótese arábica.
Jorge de Alarcão partilha da ideia asinina e propõe várias vias derivativas
o que é suspeito de serem todas de pouca confiança.
* Aesina > * Aisina > Asina > * Aisna > * Eisna > Isna
* Aesina > * Esina > * Eisna > Isna
* Aesina > * Esina > * Isina > Isna 7
A via arabizante tem a vantagem de reportar o nome desta pequena
freguesia para a mesma origem oriental e distante de Idanha-a-Velha mas tem a
desvantagem de arqueologia nela não encontrar qualquer vestígio de fortaleza. Se
relacionarmos o nome da aldeia de Isna com o nome de Isis e destes com a
multiplicidade de nomes próprios espalhados pelo mundo ficaremos espantados
com as semelhanças de todos estes com nomes da mitologia antiga.
Isis < Iside + Ana > *Isidana > Isidna, Isidina, Isaidona,
Istina, Isdana, Izidna, Isadna, Isidhanya,
Istinah, Is-Diana, Iustina < Justina < Ju-Istina.
Já o topónimo Zêzere alude a uma «villa» Ozecari, de um tal Ozecarus -
facto em harmonia com a antiguidade desta freguesia. A forma do topónimo no
século XIII era Ozêzar, cujo etimológico passou a ter função de artigo na grafia.
Obviamente que o nome Ozecari parece um anagrama do nome do rio
Ocreza de onde vinha o ocre amarelo que dava cor dourada às águas que
banhavam o mar interior da Idanha e apelavam para o sangue dos deuses.
Sabemos que os romanos associaram o culto de Cibele aos cultos de
Magna Mater nos quais sintetizaram vários cultos orientais, particularmente os de
Isis e Serapis, mas não temos a certeza epigrafia de que existiu um culto desta
deusa anatólica na Egitânia.
P(ublius) Popil(ius) Avitus P(ubli) f(ilius) indul/gentia pontifici(s)
6
Notas de arqueologia, epigrafia e toponímia – VI, JORGE DE ALARCAO.
7
Notas de arqueologia, epigrafia e toponímia – VI, JORGE DE ALARCAO.
Ig(a)edita/nor(um) locum sepul(cri) / accepi ante / aed(em) deae / Magnae
Cybeles quam / iratam morte / sensi
“Publio Popilio Avito, hijo de Publio, por la indulgencia del pontífice de los
igaeditanos, aceptó el lugar del sepulcro ante el templo de la Gran diosa Cibeles, a la
cual sintió irritada por su muerte”.
Comentario: Se trata de una inscripción funeraria, probablemente falsa, donde
se alude al enterramiento de un difunto junto al templo de Cibele. De esta información
se infiere que dicho templo se encontraría extramuros de la ciudad, ya que los muertos
no se enterraban dentro de las ciudades hasta la época cristiana. Ya en el CIL este
epígrafe figura como falso.8
Para o caso o que é apenas provavelmente falso também pode ser
verdadeiro se o contexto o indicar. É certo que, segundo Segundo José da
Encarnação “não se veneravam deuses orientais em Idanha-a-Velha”. Hilariante!
Como se fosse possível excluir divindades pela epigrafia actual ou fosse possível
contar com a anuência as nossas teses por parte de uma multitude de epigrafias
que se perderam…ou que nunca chegaram a ser feitas, ou seja, como se fora
apenas a epigrafia a única fonte documental histórica!
A verdade é que típico adufe da região de Castelo Branco e
particularmente da Idanha tem um nome com ressonâncias egípcias e por isso
uma boa prova de que teria sido trazido com os cultos ruidosos de Isis e Cibele
no tempo da Iaeditana romana ou memo na pré-romana Igaeditana.
Sendo então uma terra de culto a Isis, o seu nome inicial se confundiria
com o da deusa Isis a, Egiptana, razão pela qual o seu nome acabou sendo
Egitânia, no tempo visigótico.
Mas há que desconfiar das etimologias eruditas que são como as santinhas
cristãs: capas para mitos mais antigos.
Sabemos também que na Ibéria romana o culto mais destas deusas era
precisamente o de Vénus que, segundo a lista de Vives, contamos com um total
de 15 dedicatórias a Vénus no espaço peninsular, uma delas referindo a
existência de estátuas e a outra o templo a Vénus em Idanha-a-Velha.
Na mitologia grega, Esmirna ou Mirra foi, por castigo de Afrodite, a mãe
de Adónis depois desta ter cometido incesto engravidado às ocultas de seu
próprio pai Cíniras < Ki-(A)nuras  Enki e depois transformada segundo uns
em mirra segundo outros em mirto ou murta, um arbusto de folha perene símbolo
de juventude eterna e pureza e, por isso, consagrada a Afrodite depois do
nascimento do seu amado Adónis.
Na mitologia grega, a murta era consagrada a Afrodite. O mesmo
aconteceria na mitologia romana, em que Vénus recebia o título de Múrcia, que
a relaciona a esta planta. De facto, desde a antiguidade que esta espécie está
relacionada com rituais e cerimónias solenes - já os Gregos a utilizavam para
adornar as noivas com grinaldas, como ainda por vezes acontece hoje em dia,
existindo também referências no Antigo Testamento a este modo de adornar as
noivas.

8
El culto a Cibeles y Attis en la Hispania romana: restos arqueológicos y epigráficos. Autor: Xavier
Bayer Rodríguez.
Figura 9: Painel de azulejo a embelezar a padieira de uma porta no lugar
de Torre (Monfortinho).
“Há muitos anos, nos terrenos das imediações da actual ermida da
Senhora do Almortão, crescia, por toda a parte, um arbusto chamado murta.
* Em Alcafozes havia um rapazinho que era pastor e vinha diariamente
com o seu rebanho para estes terrenos. Um dia, andando ele a vigiar o seu
rebanho, descobriu, no meio de uma moita de murta, uma linda imagem. Ficou
muito contente e brincou com ela toda a tarde. Quando pretendeu ir embora,
meteu-a no sarrão, para a mostrar à mãe. Ao chegar a casa, contou à mãe o que
se havia passado e quando ia para mostrar a bonequinha – como ele lhe havia
chamado – já não a encontrou.
No dia seguinte, veio a encontrá-la novamente no local de origem.
Voltou a brincar com ela e, à tarde, meteu-a no sarrão para a levar. Todavia,
ao chegar a casa, não a encontrou. E isto repetiu-se durante vários dias.
Estranhando o sucedido, o pastorinho e a mãe contaram-no a várias pessoas
que concluiram que a “bonequinha” era uma linda imagem da Senhora do
Almortão e que deveriam fazer-lhe uma capela no sítio onde o rapazinho a
encontrava sempre.
Assim, fizeram a ermida e puseram à Senhora o nome de Almortão por
ter aparecido no meio da murta”.
(Baseado in ” Passinhos de Nossa Senhora – Lendário Mariano”, by
FRAZÃO, Fernanda, Editorial Apenas Livros, em Lisboa, ano de 2006, pagina
40)
A Senhora do Almortão ou do Almurtão? Obviamente que vale mais uma
boa polémica etimológica do que disparatar sobre coisas sérias. De qualquer
modo, se o sítio da aparição da Virgem foi em Água da Murta a dúvida não
estará tanto na forma como o povo raiano pronuncia o nome da santa mas na sua
grafia que em bom lusitano será sempre confusa porque Almortão ou Almurtão
pronunciam-se do mesmo modo. Já o Almotão com etimologia germânica parece
suspeito porque ou a mitologia do local é anterior à Egitânia visigótica, como o
refere a arqueologia de “um complexo santuário luso-romano dedicado ao deus
indígena Igaedo, ou mais possivelmente ainda à deusa *Ika-Editani, deusa
protectora das boas águas e dos cavalos, cognominada Erbina.
Erbina (Erbine Iaedi) – Deusa Igaeditana adorada no interior e nos campos
da Lusitânia.
Igaedo (Igaedus, Iaedi) – Deus adorado pelos Lusitanos Igaeditanos.
Menrva era a deusa etrusca das artes e da guerra. Nascida da cabeça de Tinia,
outro deus etrusco, acredita-se que os romanos basearam-se nela para descrever a
deusa Minerva.
Notar que Erbine deve ser um betacismo de *Ervine o que imediatamente
nos reporta para Minervina variante carinhosa de Minerva que os gregos
clássicos identificaram com Atena mas que deveria ter sido antes uma forma
minóica de Hera.
Erbine < *Ervine < Min-| ervina < Er-kina) > Minerva
> Men(e)rva < Min | Herua > Hera.
Pinho Leal diz que "alguns" davam também o nome de Hircania a Idanha-a-
Velha (que diz ser uma das primeiras vilas lusitanas, fundada c. 500 a.C.)...lembrando-
nos que o mar Hircanio era exactamente a designação do Cáspio, não deixamos de ver
aqui uma alusão a um mar interno. Egitania foi um bispado importante na época
visigoda, e a cidade terá mudado de nome para Eydaia na época árabe, de onde viria o
nome Idanha. A nova Idanha parece ser só mencionada já com D. Sancho I.
A Idanha, que os Romanos fundárão poucos annos antes do Nascimento
de Christo, e fizerão depois seu Municipio, era das Cidades mais amplas,
nobres, e opulentas da Lusitania, conhecida com o nome de Egitania, Igeditania,
Egita, Aegita, Igedita, ou talvez Hircania.
Na história do bispado da guarda, que herdou o da Egitânia visigótica, não
se dá qualquer crédito à relação da responsabilidade de Frei Pedro de Poiares de
Idanha com Hircânia ali referida como sem qualquer fundamentação. No entanto,
existem referências eruditas dos escritores iluministas lusitanos:
Quem há que acredita que a Hircânia, em vez de sua natural produção de
carnívoros tigres, seja agora fecunda em mansos cordeiros? Quem há que
experimentasse caridade no leão, benignidade no lobo, mansidão no urso,
bondade na raposa, ou simplicidade na serpente? Pois é mais factível que a
Hircânia abunde em cordeiros, (…), do que os pedreiros compadecerem-se do
filho de um Rei, de um Príncipe infeliz, de um Soberano destronado. Padre
Agostinho de Macedo, "DEFEZA DE PORTUGAL" (1831) - Que Pretendem
os Pedreiros com a Chegada de D. Pedro à Europa ... (VIII parte a).
Frei Pedro de Poiares foi autor do «Diccionario lusitanico-latino de nomes
proprios de Regioens; Reinos; Provincias; Cidades» e lá terá tido as suas razões
para referir que os nomes de Idanha eram Aegitta; Aegedita; Igidita e Hircania.
Hircania (en griego antiguo, Υρκανια; en persa antiguo, Varkâna, «país
de lobos») está situada entre el mar Caspio al norte, el cual era llamado océano
Hircanio en la Antigüedad, y los montes Elburz al sur y al oeste.
Hircania < Υρκανια < Harcania < Persa Ant. Varkâ-na
< Warka, a cidade da Babilónia.
Até prova em contrário o nome de Idanha seria Hircânia por mera alegoria
iluminista do tipo das modernas geminações de cidades estrangeiras. Seria
Hircania por ter lobos nas serranias próximas das Talhadas…e por ter, ou ter
tido, um mar interior de que só resta esta vaga alusão alegórica mas que
transformaria de facto a Egitânia num vasto jardim verdejante e repleto de «erva»
e hera para glória da lusitana Erbina Iaedi…que afinal mais não era do que a
Hera beirã da Lusitânia e uma deusa da erva e dos rituais da Primavera.
Então, e se Frei Pedro de Poiares citou de cor alguma referência que ainda
ninguém encontrou? É que não deixa de ser estranha esta relação de Idanha-a-
Velha coma Hircania do Cáspio porque a etimologia sugere sobretudo uma
relação deMinerva com Hera por intermédio da lusitana Erbina.
Hircania < Herka(ni-ka) < Herva + Min = Minerva > Minervina.
Hera < Herua < Herva + ina > Erbina (Iaedi).
«Erva» < Port. Antig. Herva < Lat. herba.
From, from Proto-Indo-European *gʰreH₁- (“to grow, become green”),
*g(')herə-. Cognate with Old Spanish yerba, Mozarabic yerba, Old Occitan erba and
Old French erbe.
A Senhora do Almortão, como quase todas as virgens cristãs aparecidas,
será de origem recente relacionada com as várias crises políticas e sociais da
portugalidade e, neste caso, relacionada com o lugar da Água da Murta, que esse
sim guardaria desde tempos imemoriais a mitologia arcaica de uma deusa de
águas puras, uma espécie de fonte de eterna juventude simbolizada no arbusto
perene da murteira.
Se Adónis nasceu de uma murteira, a urna de Osíris foi escondido por Ísis
numa acácia, tamarindo ou numa murteira, este último um arbusto usado nos
ritos funerários de mumificação, antes da sua ressurreição. Tamuz, Osíris, Attis,
Adonis, Dionísio, e Jesus todos foram deuses de morte e ressurreição solar e
todos se relacionaram de forma ritual com a murteira porque foram todos o “deus
menino” da sua Virgem Mãe.
O pastoreio acompanhado levou à transumância e esta as constantes
migrações ao longo da Europa. Estas realidades ao mesmo tempo penosas e
perigosas tiveram que ter justificações ideológicas e uma delas era a busca do
paraíso perdido que para uns era a busca das portas do nascer do sol situados na
Anatólia do extremo oriente onde o Japão é o império do sol nascente e para
outros era a busca das portas do sol poente nas rotas dos caminhos da estrada de
Santiago onde se situava a casa dos mortos no «país dos ocidentais» que os
Egípcio chamavam Shentiamenti (> «sentimento»).
Khentimentiu = The Egyptian god who rules the destiny of the dead, seen as the
guardian 'dog of the dead'.

Figura 10: A Área Arqueológica do Conhal também referida como


Conhal do Arneiro, no Alentejo, localiza-se no topo norte da freguesia de Santana,
no concelho de Nisa, distrito de Portalegre, em Portugal. Ocupa mais de 90
hectares delimitados pelo ribeiro do Arneiro, pela margem esquerda do Tejo e
pelas Portas de Ródão (Serra das Talhadas).
Esta área apresenta indicadores de uma actividade mineira antiga de
exploração de jazigos secundários de ouro situados em terraço fluvial, que atingiu
o auge no período romano, mas terá continuado em menor escala em épocas
subsequentes. (…) Os amontoados cónicos de grandes calhaus rolados – conhos –
retirados manualmente dos canais de lavagem (agogae), e que podem atingir mais
de cinco metros de altura, constituem o indicador mais visível desta actividade
mineira.
Pelo caminho encontravam pepitas de ouro que era para os egípcio a
substancia dos deuses...e lágrimas de Ra, o deus sol e que os gregos
transformaram em Hespérides > «esferitas» = pepitas que outros interpretes
confundiram com «maçãs», «peros» ou «malápias» que na Ibéria também seriam
doces, amarelas e douradas como o sol!

Figura 11: Portas de Almourol no rio Ocreza na garganta do rio Ocreza,


uma espécie de miniatura das Portas do Ródão.
Depois de atravessar muitos países, Hércules chegou à terra de Atlas, que
não era, dizem alguns, no noroeste da África, mas na terra dos hiperbóreos no
extremo norte. Em todo caso, Hércules, seguindo as instruções que recebeu de
Prometeu, pediu a Atlas que buscasse as Maçãs Douradas em vez de buscá-las.
E é por isso que por um curto período de tempo os pilares do céu e da terra
foram apoiados por Hércules, que aliviou Atlas enquanto ele foi buscar as
Maçãs Douradas.
As Hespérides eram maçãs douradas, pepitas de ouro que todos os povos
antigos procuravam por aqui como procuravam o estanho para fazer o «latão» (<
Ra-tan) que o substituía. O sol era o ouro que era a carne dos deuses na geografia
mítica dos egípcios e a boca da deusa Nut ficava na Ibéria e as mãos dela
seguravam-se nas colunas de Hércules.
Deste local vislumbra-se um vasto panorama sobre o vale do Tejo, com
destaque para as escombreiras de estéreis com calhaus rolados de prospecção de
ouro do Conhal do Arneiro, na margem esquerda. Este conjunto é uma
gigantesca obra de mineração romana de exploração aurífera. Os romanos,
quando aqui chegaram no séc I A.C., repararam que o rio perdia uma boa parte
da sua capacidade de transporte, após a passagem das Portas de Rodão pelo que
se depararam com 6m (em altura) de sedimentos acumulados. Não demoraram
muito a perceber que estas areias eram ricas em ouro, que tinha sido trazido até
aqui pelas águas do Tejo.
No entanto a tarefa de remoção do apetecível minério não prometia ser
fácil: as finas areias “enriquecidas” encontravam-se “misturadas” com uma
enorme quantidade de pedras roladas (quartzitos) mais resistentes e sem interesse
económico.9
As conheiras resultantes da exploração de ouro nas aluviões do Rio Ocreza
desde a época dos romanos estendem-se em ambas as margens do Ocreza, entre Foz do
Cobrão e Sobral Fernando, fazendo de cenário à tradicional actividade de garimpo do
ouro.
De acordo com a tradição da mitologia grega, os Hiperbóreos eram um povo
mítico vivendo no extremo norte da Grécia, próximo aos Montes Urálicos. Sua terra,
chamada de Hiperbória (do grego hiper, "super" ou "além"; bóreia, "norte"; traduzido
como "além do bóreas" [bóreas, o vento norte]), era perfeita, com o sol resplandecente
24 horas por dia. Os gregos pensavam que Bóreas, o deus do vento norte, vivia na
Trácia. A Hiperbórea, portanto, era uma nação desconhecida, localizada na parte
norte da Europa e da Ásia. Exclusivamente entre os Olímpios, apenas Apolo era
venerado pelos hiperbóreos: o deus passava os invernos junto a esse povo. Esses
últimos enviavam presentes misteriosos, embalados em palha, que primeiro chegavam a
Dodona e depois eram passados de povo em povo até chegar ao templo de Apolo em
Delos (cf. Pausânias). Teseu e Perseu também visitaram os hiperbóreos.
No nome das Hesperides está a raiz pher de Ker, a deusa mãe das cobras
cretenses, da vida e da morte e dos seus leões Aker que guardavam as portas do
paraíso. Então, Ker  Pher significa transporte (solar) ou estado de gravidez e
His não pode ser senão Isis a mãe do sol posto que foi Osíris.
O estranho é suspeitar que nesta geografia mítica os egípcios suspeitavam
que Isis / Nut engravidava pela boca comendo o sol. Devia ser terrivelmente
traumático pensar que a deusa mãe paria e comia todos os dias o próprio filho.
Amentiu era a deusa que devorava a alma dos mortos para toda a
eternidade.
Amen + tiu = deusa Amen ou Me-ana, a mãe de Minos e do senhor sol.
A mitologia egípcia conserva muitos arcaísmos relativo a Creta minóica e
é uma espécie de ruminância em volta de conceitos e termos míticos simples em
volta das mesmas eternas obsessões: a vida e a morte; o nascer e por do sol; o
sempre eterno retorno.
«Lusitânia» < Lu-ishtan-kia, seria literalmente a terra de Ladão / Ratão
ou *Ra-istan, o sol Rá, o “disco solar alado” brilhante como o «latão».

Será por acaso que o jardim das Hespérides se deverá situar na Beira
Interior da Lusitânia? Seguramente que não porque Beira deve ter sido uma
deusa tão poderosa como era Hera na Grécia por serem a mesma entidade.
Beira < Wer < Her < Her(a) < Ker > Cale na Galiza.

9
http://www.portugalnotavel.com/
A relembrar o arcaísmo da tradição da região das Portas do Ródão temos a
estranha relação entre Almourol e Balmoral, dois castelos europeus de similar
sonoridade. Há quem aponte uma origem árabe para o primeiro nome e como os
Árabes não estiveram na Escócia e como a coincidência sonora é grande a
tentação para duvidar da origem árabe sistemática de todos os nomes lusitanos
começados em al-. De facto até o dicionário Infopédia da Porto Editora refere
para Almourol: As opiniões divergem, mas este topónimo parece derivar do
céltico moraul, 'curva do rio' (confrontar o galês morawl), com o prefixo árabe
al-. Já para Balmorol a wikipédia diz: a primeira referência o nomeia como
"Bouchmorale" em 1451,7 cujo primeiro elemento parece vir do gaélico tanto,
"abrigo", embora a segunda parte seja desconhecida. Adam Watson e Elizabeth
Allan escreveram em The Place Names of Upper Deeside que este segundo
elemento significaria “grande extensão [de terra].” Alexander MacBain sugeriu
que pode vir originalmente do picto *mor-ial, “grande clareira”; em galês
também mawr-ial. Ou seja, parece concordante a origem do ambos os termos ser
gaélica bastando depois confrontar os etimologistas desta corrente porem-se de
acordo sobre o galês morawl ou mawr-ial. Ora, a verdade é os dicionários
galeses dizem que morawl significa “mar, marinho, marítimo”, ou seja, quanto
muito local com muita água como seria a beira-rio. Dirão, só os tolos confundem
rios com mar porém, na origem da linguagem em que os colonos cretenses
estariam antes de virem a ser celtas as grandes porções de água seriam mares
fossem lagos ou rios. Pois bem, ambos os castelos referidos estão perto de rios:
Balmoral no vale do rio Dee e Almourol no meio do rio Tejo ou seja ambos estes
castelos teriam tido o mesmo nome celta original e ambos seriam *kal-morawl
significariam “casa do vale ribeirinho” ou “castro à beira-rio”!

HIPERBÓRIOS
Ora, esta correlação solar está presente no nome do Hiperbórios que
podem estar relacionados com os povos mais boreais da mitologia, os Simérios <
Kimaurian, os adoradores de Hermes, o deus do por do sol, adaptado a terras
onde o sol se chega a pôr por vários meses!
«Hiperbóreo» (= relativo ao Norte e a lugares muito frios)
< Lat. hyperboreu < Gr. hyper-bóreos (= além do Bóreas)
< Kipher-Boreas, lit. o (barco de) transporte de Bóreas, o Vento Norte!

Ver: VENTOS (***)

Mas, esta correlação dos Hiperbórios com os nórdicos pode ser tão
aleatória como a fraca memória dos mitólogos que podem muito bem não se ter
apercebido que os adoradores de Hermes correspondiam, afinal, aos povos das
costas ocidentais da civilização megalítica. Os Hiperbórios seriam apenas uma
manifestação de cultos aos deuses da aurora deslocados para ocidente na lógica
elementar de que o sol da aurora era o mesmo do poente! Assim, o nome dos
Hiperbórios / Hesperianos acabaria por vir a confundir-se no mito das
Hesperides e tudo precisamente cá para as bandas do estreito onde Hércules ia
deixando a coluna vertebral. As Hespérides, na mitologia grega, são primitivas
deusas primaveris que representavam o espírito fertilizador da Natureza, donas
do jardim das Hespérides, situado no extremo ocidental do mundo.
A rigor, o termo Hespérides designa dois grupos distintos de divindades, que
com frequência são confundidos. O primeiro, e mais antigo, é o das três deusas
Hespérides, que personificam a luz da tarde e o ciclo do entardecer. Segundo Hesíodo,
são filhas de Nix (a noite) e Érebo (a escuridão). Há, no entanto, outras versões para a
sua ascendência. Uma delas as dá como filhas de Éter (luz celeste) e Hemera (luz do
dia).
O outro grupo é o das sete ninfas Hespérides, ou ninfas do poente, cuja origem
é também controversa. Segundo a versão mais corrente, são filhas do titã Atlas com a
deusa Héspera. Também são descritas como filhas de Zeus e Têmis ou de Fórcis e Ceto.
As deusas Hespérides passeiam pelos céus, encarregando-se de iluminar todo o
mundo com a luz da tarde. Desta forma, fazem parte do ciclo do dia: Hemera traz o
dia, as Hespérides trazem o entardecer e Nix fecha o ciclo com a noite.
As três deusas Hespérides são:
Egle - "a Radiante" - deusa da luz avermelhada da tarde.
Erítia - "a Esplendorosa" - deusa do esplendor da tarde.
Hespéra - "a Crepuscular" - deusa do crepúsculo vespertino.
As Hespérides possuem atributos semelhantes aos das Horas (que
presidem as estações do ano) e também das Cárites (ou Graças). Junto de Hemera
(o Dia), compunham o séquito de Hélios (o Sol), de Eos (a Aurora) e de Selene (a
Lua), iluminavam o palco e maestrinavam a dança das Horas, de quem se
tornaram companheiras.
And Atlas through hard constraint upholds the wide heaven with
unwearying head and arms, standing at the borders of the earth before the clear-
voiced Hesperides." -- [Hesiod, Theogony 319]
De notar que a «esperteza saloia» com que, em sua vez, Hércules deixou
Atlas petrificado a segurar o mundo mediterrânico, só poderia lembrar a Hermes
*Aquino.
A Hisutro ( Xisutros = Noé - Bistrio- o -Victores-) Saturno le mandó,
al anunciarle la grande inundación futura, que ocultase todas las escrituras en
Heliópolis de los Hisparos. (Heliópolis=Ciudad del Sol) - Abideno sobre
Hisparis.
Eis a razão pela qual as Hesperides terão acabado por se confundir com o
nome da Ibéria ficando a meio caminho do nome de Espanha (< Ish Ki ur an <
An Phiash, o deus das águas quentes do poente!), já numa fase de elaboração
cultural posterior, na forma de *Hisparia.
Hespér-ides, lit. deusas dos Hesperos, lit. “esferas (de ouro) ou «peros»
de Isa (< Ish < Kika < Ki)  Hi-Wer-iha > Ibéria.
*Hisparia + Ana > Hisparania > Hisp®ania > «Espanha».
At center stands the apple tree with its golden fruit, entwined by a scaly
serpent. (...) Chrysothemis and Asterope stand to the left of the tree. Chrysothemis
advances from the left to pluck an apple. (...) Next to the left, Hygeia sits on a
hillock, looking back towards Chrysothemis; she lifts the edge of her drapery from
her shoulder, and holds a long scepter. To her left, Klytios stands facing right,
one leg raised and bending forward, nude except for a mantle over his legs. (...)
To the right of the apple tree, Lipara moves towards the tree. (...) Herakles is
seated to her right on a lion skin, looking at Lipara; (...) Behind him, Iolaos,
holding two spears, moves away from Herakles. -- Perseus Project.
The name in question is also an exact translation of that of Mt. Atlas,
which is formed of the Greek prefix a meaning "not" and the radix tla, meaning
"to bear out", "to withstand". In other words, the name of Mt. Atlas indeed means
"the one who did not withstand" or, what is the same thing, "the mountain that fell
away" (collapsed), just as did the one of the Navajos. 10
Será mesmo assim tão exacta quanto isso esta dedução?
Atlêtos, < Dor. atlatos, on, not to be borne, insufferable, < tlê-tos, ê, on, <
Dor. tlatos, a, on: I. Act., patient, steadfast in suffering or labour.
Tlaô = [I] to take upon oneself, to bear, suffer, undergo [2] absol. to hold out,
endure, be patient, submit => tlêmôn, Dor. tlamôn, onos, ho, hê: voc. tlêmon (*tlaô): =
patient, steadfast, stout-hearted. <= telamôn, ônos, ho, broad strap or band for bearing
or supporting anything (from tela- 'bear' v. *tlaô, telassai).
Se tlaô significaria «suportar» e a sua negativa a-tlaô seria “não suportar =
deitar ao chão” então, o nome do monte Atlas significaria o mesmo que “um
monte que colapsou”! No entanto tal sentido vai contra a própria tradição que
afirma que o Atlas era um dos pilares acidentais do mundo:
Mount Atlas in West Africa, regarded as the pillar of heaven, Hdt.
4.184, Str.17.3.2, etc.: pl, D.P.66.
Poderíamos então supor que este nome só lhe foi dado depois de Hércules
ter passado por esta região ocidental da África do norte conseguindo que Atlas
«arriasse a giga» (terra) durante algum tempo enquanto ia à procura das maças
douradas das Hespérides!
For, they say, when Heracles went in search of the Golden Apples of the
Hesperides, which some think were in the north and not in the west, Prometheus
(Atlas' brother) advised him no to fetch the apples himself, but to send Atlas
instead. So Heracles , following Prometheus instructions, offered to hold the sky
while Atlas fetched the golden apples. But on his return Atlas, who apparently felt
released, said that he would deliver the apples himself to Eurystheus, the man
who had asked for them. But Heracles 1 asked Atlas to hold the sky for a moment
while he placed a pad on his head, and when Atlas held the sky again Heracles
picked up the apples and left. And that is why Atlas still holds the sky.
Na verdade se assim fosse teríamos que supor que por detrás do mito
existiria a vaga recordação de um grande cataclismo que teria acontecido por
essas bandas o que teria que ser investigado pela arqueologia 11! Se existissem
indícios de estes montes terem tido outrora uma intensa actividade vulcânica
seguramente que estaríamos na pista desta tese!

10
Copyright © 1997 Arysio Nunes dos Santos. Webmaster Bernardo de Pádua dos Santos. Fair quotation
and teaching usage is allowed, as long as full credit is given to this source, and its home address is given
in full.
11
A este respeito é interessante notar que o arquipélago das Berlengas revela restos de um afundamento
tectónico da costa ocidental lusitana que parece rivalizar com o da Atlântida de Platão.
In turn, the Greek name of Atlas derives directly from the Sanskrit Atala
or Atalas, the name of a Hindu sunken Paradise which has exactly the same
signification, and which was the actual archetype of Atlantis.
No entanto o mais provável é que o nome deste deus ande relacionado
com a forma arcaica tela- do verbo tlaô e então teríamos:
Atlas < Hind. Atalas < Ataras < Antaur-ish
= An-Kur-ish, lit. “o filho do monte (que chega ao) céu”!
A tese do “monte decapitado” poderia ser válida para outras etimologias
relacionadas com montanhas onde existe ou há indícios de antiga actividade
vulcânica mas parece forçada neste caso particular do Atlas tanto mais que o
Hind. Atalas enquanto nome do paraíso não está muito de acordo com montes
que não cheguem ao céu!

Ver: ALVOR - (***) ATLAS (***)

Plato speaks of Gadeiros, the twin brother of Atlas. Gadeiros ruled over
one of the ten Atlantean realms and apparently revolted against his elder brother
in the famous war of Atlantis. Gadeiros is no other than Hercules, and both these
names mean "cow-herder". The allusion is to the tenth labor of Hercules, where
the Hero leads the cattle of Geryon from the sunken island of Erytheia. Erytheia
means "the Land of Sunrise".
From there the Greeks originally came, led by Hercules, into their new
Promised Land, that of Greece. The "cattle" driven by Hercules is indeed the
Greek people. And the Greek hero is no other than one of the Hindu twins,
These twin gods were also the true archetypes of "twins" such as Hercules
and Atlas, Castor and Pollux, the Ashvins, and many others, everywhere. 12
Erytheia < Hauri-Teia < Kuri-Gaia
 Kaki-Okia > Atiophia > Etiópia.
Nakula (< En-Kur  Apkallu > Apolo /=> Pólux)
Sahadeva < Kaka(r) dewa < Sakar => Castor.

Ver: GEMEOS (***)

12
The Atlantean Symbolism of the Egyptian Temple - 1. Atlantis.

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