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AS PORTAS DE RÓDÃO
Conta-se que, por alturas do avanço sarraceno, o Tejo separava o rei Vamba,
visigodo, na margem direita, de um rei mouro, na margem esquerda. Vamba, entretido
com a guerra e outros passatempos, deixou a sua mulher a governar as suas terras. A
rainha cristã apaixonou-se pelo mouro, e diz-se que namoravam um com o outro
sentados em grandes cadeiras de pedra, cada um na sua margem, num e noutro lado
das Portas do Ródão, como se de guardiões do rio se tratassem. O rei mouro, perdido
de amor, planeou o rapto consentido da rainha, por um túnel que passaria abaixo do
Tejo e desembocasse no outro lado. As contas falharam e o túnel não terminou no
destino certo. Ainda assim, a rainha acabaria por se escapar para junto do amado,
atravessando uma teia de linho que fez de ponte entre os dois lados das Portas. Vamba,
tendo conhecimento, planeou novo rapto, com sucesso. Uma vez recuperada para o
lado cristão, Vamba condenou-a à morte, por despenhamento, presa a uma mó de
moinho. Na queda a rainha lançou uma maldição sobre Ródão: nesta terra não haverá
cavalos de regalo, nem padres se ordenarão e putas não faltarão. Acredita-se que por
todos os sítios onde a rainha passou, arrastada pela mó, jamais nasceu mato.
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http://www.portugalnotavel.com/portas-de-rodao-e-o-conhal-do-arneiro-nisa-e-vila-velha-de-rodao/
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https://alvor-silves.blogspot.pt/2011/07/portas-do-rodao.html
Assim, particularmente na imagem de 1823 de Westall e, ainda que o rio
vá alto devido a cheias, a garganta do Ródão está exageradamente abrupta em
relação a imagem de data muito anterior de C. Turner, 1811.
Por uma simples inspecção de altitude a 200 metros (as montanhas
laterais ultrapassam os 300 m), o terreno formaria uma bacia natural que se
estenderia até Idanha-a-Nova, criando um lago artificial...Seria esta a ideia de
Bento de Moura.
Assim, se havia alguma represa natural de água, parece certo que o
Marquês acabou com ela...e com um nível baixo, a navegabilidade ficou também
comprometida, excepto para pequenas embarcações, conforme se pode ver nas
gravuras. (…)
Com as Portas do Ródão fechadas ao Tejo, este formaria um lago interior
que se estenderia até à zona de Idanha-a-Nova, e anteriormente talvez mesmo
próximo de Idanha-a-Velha.
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Além do exemplo espanhol temos o rio Ródano que ficou contraído em
francês como Rhône suspeitando-se que o mesmo tenha acontecido ao Reno!
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Notas de arqueologia, epigrafia e toponímia – VI, JORGE DE ALARCAO.
A síncope da consoante /g/ parece atestada já na Época Romana. Com
efeito, em Segura (Idanha-a-Nova), inscrições romanas consagradas à deusa
Erbine dão-lhe o epíteto de Iaedi ou Iaidi (em dativo), que parece dever
interpretar-se como abreviatura de Iaeditana (Prósper, 2002, pp. 215– –217). --6
Iga-edi-tani < | Ika < E-Ki | -Editana
> Egitania < *E-ki-tania > Equitânia.
Iside + Ana *Isidania > Idanha.
Iside < Idaea < *E-da-Eia Igaedus < Ika-edi > Ihaedi >Iaedi ou Iaidi.
Isna é uma freguesia portuguesa do concelho de Oleiros e Distrito de
Castelo Branco. O topónimo desta freguesia Isna reveste-se de alguma
curiosidade, pois pode derivar de isanu “lugar de difícil acesso”, issanare
“lugar saudável” ou igeana “limite do território Egitanense”. É controversa a
origem de Isna. Há quem considere que o nome se relaciona com a palavra
árabe hisn, «fortaleza». Há outros autores que consideram que o nome remonta
ao latim asinus ou, melhor, à forma correspondente do género feminino, asina,
isto é, «burro», «burra». Na região em que o rio corre, tendo em conta que
durante grande parte, até finais do século XII, se encontrou aí frequentemente a
fronteira noroeste do território árabo-islâmico, torna-se mais plausível a
hipótese arábica.
Jorge de Alarcão partilha da ideia asinina e propõe várias vias derivativas
o que é suspeito de serem todas de pouca confiança.
* Aesina > * Aisina > Asina > * Aisna > * Eisna > Isna
* Aesina > * Esina > * Eisna > Isna
* Aesina > * Esina > * Isina > Isna 7
A via arabizante tem a vantagem de reportar o nome desta pequena
freguesia para a mesma origem oriental e distante de Idanha-a-Velha mas tem a
desvantagem de arqueologia nela não encontrar qualquer vestígio de fortaleza. Se
relacionarmos o nome da aldeia de Isna com o nome de Isis e destes com a
multiplicidade de nomes próprios espalhados pelo mundo ficaremos espantados
com as semelhanças de todos estes com nomes da mitologia antiga.
Isis < Iside + Ana > *Isidana > Isidna, Isidina, Isaidona,
Istina, Isdana, Izidna, Isadna, Isidhanya,
Istinah, Is-Diana, Iustina < Justina < Ju-Istina.
Já o topónimo Zêzere alude a uma «villa» Ozecari, de um tal Ozecarus -
facto em harmonia com a antiguidade desta freguesia. A forma do topónimo no
século XIII era Ozêzar, cujo etimológico passou a ter função de artigo na grafia.
Obviamente que o nome Ozecari parece um anagrama do nome do rio
Ocreza de onde vinha o ocre amarelo que dava cor dourada às águas que
banhavam o mar interior da Idanha e apelavam para o sangue dos deuses.
Sabemos que os romanos associaram o culto de Cibele aos cultos de
Magna Mater nos quais sintetizaram vários cultos orientais, particularmente os de
Isis e Serapis, mas não temos a certeza epigrafia de que existiu um culto desta
deusa anatólica na Egitânia.
P(ublius) Popil(ius) Avitus P(ubli) f(ilius) indul/gentia pontifici(s)
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Notas de arqueologia, epigrafia e toponímia – VI, JORGE DE ALARCAO.
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Notas de arqueologia, epigrafia e toponímia – VI, JORGE DE ALARCAO.
Ig(a)edita/nor(um) locum sepul(cri) / accepi ante / aed(em) deae / Magnae
Cybeles quam / iratam morte / sensi
“Publio Popilio Avito, hijo de Publio, por la indulgencia del pontífice de los
igaeditanos, aceptó el lugar del sepulcro ante el templo de la Gran diosa Cibeles, a la
cual sintió irritada por su muerte”.
Comentario: Se trata de una inscripción funeraria, probablemente falsa, donde
se alude al enterramiento de un difunto junto al templo de Cibele. De esta información
se infiere que dicho templo se encontraría extramuros de la ciudad, ya que los muertos
no se enterraban dentro de las ciudades hasta la época cristiana. Ya en el CIL este
epígrafe figura como falso.8
Para o caso o que é apenas provavelmente falso também pode ser
verdadeiro se o contexto o indicar. É certo que, segundo Segundo José da
Encarnação “não se veneravam deuses orientais em Idanha-a-Velha”. Hilariante!
Como se fosse possível excluir divindades pela epigrafia actual ou fosse possível
contar com a anuência as nossas teses por parte de uma multitude de epigrafias
que se perderam…ou que nunca chegaram a ser feitas, ou seja, como se fora
apenas a epigrafia a única fonte documental histórica!
A verdade é que típico adufe da região de Castelo Branco e
particularmente da Idanha tem um nome com ressonâncias egípcias e por isso
uma boa prova de que teria sido trazido com os cultos ruidosos de Isis e Cibele
no tempo da Iaeditana romana ou memo na pré-romana Igaeditana.
Sendo então uma terra de culto a Isis, o seu nome inicial se confundiria
com o da deusa Isis a, Egiptana, razão pela qual o seu nome acabou sendo
Egitânia, no tempo visigótico.
Mas há que desconfiar das etimologias eruditas que são como as santinhas
cristãs: capas para mitos mais antigos.
Sabemos também que na Ibéria romana o culto mais destas deusas era
precisamente o de Vénus que, segundo a lista de Vives, contamos com um total
de 15 dedicatórias a Vénus no espaço peninsular, uma delas referindo a
existência de estátuas e a outra o templo a Vénus em Idanha-a-Velha.
Na mitologia grega, Esmirna ou Mirra foi, por castigo de Afrodite, a mãe
de Adónis depois desta ter cometido incesto engravidado às ocultas de seu
próprio pai Cíniras < Ki-(A)nuras Enki e depois transformada segundo uns
em mirra segundo outros em mirto ou murta, um arbusto de folha perene símbolo
de juventude eterna e pureza e, por isso, consagrada a Afrodite depois do
nascimento do seu amado Adónis.
Na mitologia grega, a murta era consagrada a Afrodite. O mesmo
aconteceria na mitologia romana, em que Vénus recebia o título de Múrcia, que
a relaciona a esta planta. De facto, desde a antiguidade que esta espécie está
relacionada com rituais e cerimónias solenes - já os Gregos a utilizavam para
adornar as noivas com grinaldas, como ainda por vezes acontece hoje em dia,
existindo também referências no Antigo Testamento a este modo de adornar as
noivas.
8
El culto a Cibeles y Attis en la Hispania romana: restos arqueológicos y epigráficos. Autor: Xavier
Bayer Rodríguez.
Figura 9: Painel de azulejo a embelezar a padieira de uma porta no lugar
de Torre (Monfortinho).
“Há muitos anos, nos terrenos das imediações da actual ermida da
Senhora do Almortão, crescia, por toda a parte, um arbusto chamado murta.
* Em Alcafozes havia um rapazinho que era pastor e vinha diariamente
com o seu rebanho para estes terrenos. Um dia, andando ele a vigiar o seu
rebanho, descobriu, no meio de uma moita de murta, uma linda imagem. Ficou
muito contente e brincou com ela toda a tarde. Quando pretendeu ir embora,
meteu-a no sarrão, para a mostrar à mãe. Ao chegar a casa, contou à mãe o que
se havia passado e quando ia para mostrar a bonequinha – como ele lhe havia
chamado – já não a encontrou.
No dia seguinte, veio a encontrá-la novamente no local de origem.
Voltou a brincar com ela e, à tarde, meteu-a no sarrão para a levar. Todavia,
ao chegar a casa, não a encontrou. E isto repetiu-se durante vários dias.
Estranhando o sucedido, o pastorinho e a mãe contaram-no a várias pessoas
que concluiram que a “bonequinha” era uma linda imagem da Senhora do
Almortão e que deveriam fazer-lhe uma capela no sítio onde o rapazinho a
encontrava sempre.
Assim, fizeram a ermida e puseram à Senhora o nome de Almortão por
ter aparecido no meio da murta”.
(Baseado in ” Passinhos de Nossa Senhora – Lendário Mariano”, by
FRAZÃO, Fernanda, Editorial Apenas Livros, em Lisboa, ano de 2006, pagina
40)
A Senhora do Almortão ou do Almurtão? Obviamente que vale mais uma
boa polémica etimológica do que disparatar sobre coisas sérias. De qualquer
modo, se o sítio da aparição da Virgem foi em Água da Murta a dúvida não
estará tanto na forma como o povo raiano pronuncia o nome da santa mas na sua
grafia que em bom lusitano será sempre confusa porque Almortão ou Almurtão
pronunciam-se do mesmo modo. Já o Almotão com etimologia germânica parece
suspeito porque ou a mitologia do local é anterior à Egitânia visigótica, como o
refere a arqueologia de “um complexo santuário luso-romano dedicado ao deus
indígena Igaedo, ou mais possivelmente ainda à deusa *Ika-Editani, deusa
protectora das boas águas e dos cavalos, cognominada Erbina.
Erbina (Erbine Iaedi) – Deusa Igaeditana adorada no interior e nos campos
da Lusitânia.
Igaedo (Igaedus, Iaedi) – Deus adorado pelos Lusitanos Igaeditanos.
Menrva era a deusa etrusca das artes e da guerra. Nascida da cabeça de Tinia,
outro deus etrusco, acredita-se que os romanos basearam-se nela para descrever a
deusa Minerva.
Notar que Erbine deve ser um betacismo de *Ervine o que imediatamente
nos reporta para Minervina variante carinhosa de Minerva que os gregos
clássicos identificaram com Atena mas que deveria ter sido antes uma forma
minóica de Hera.
Erbine < *Ervine < Min-| ervina < Er-kina) > Minerva
> Men(e)rva < Min | Herua > Hera.
Pinho Leal diz que "alguns" davam também o nome de Hircania a Idanha-a-
Velha (que diz ser uma das primeiras vilas lusitanas, fundada c. 500 a.C.)...lembrando-
nos que o mar Hircanio era exactamente a designação do Cáspio, não deixamos de ver
aqui uma alusão a um mar interno. Egitania foi um bispado importante na época
visigoda, e a cidade terá mudado de nome para Eydaia na época árabe, de onde viria o
nome Idanha. A nova Idanha parece ser só mencionada já com D. Sancho I.
A Idanha, que os Romanos fundárão poucos annos antes do Nascimento
de Christo, e fizerão depois seu Municipio, era das Cidades mais amplas,
nobres, e opulentas da Lusitania, conhecida com o nome de Egitania, Igeditania,
Egita, Aegita, Igedita, ou talvez Hircania.
Na história do bispado da guarda, que herdou o da Egitânia visigótica, não
se dá qualquer crédito à relação da responsabilidade de Frei Pedro de Poiares de
Idanha com Hircânia ali referida como sem qualquer fundamentação. No entanto,
existem referências eruditas dos escritores iluministas lusitanos:
Quem há que acredita que a Hircânia, em vez de sua natural produção de
carnívoros tigres, seja agora fecunda em mansos cordeiros? Quem há que
experimentasse caridade no leão, benignidade no lobo, mansidão no urso,
bondade na raposa, ou simplicidade na serpente? Pois é mais factível que a
Hircânia abunde em cordeiros, (…), do que os pedreiros compadecerem-se do
filho de um Rei, de um Príncipe infeliz, de um Soberano destronado. Padre
Agostinho de Macedo, "DEFEZA DE PORTUGAL" (1831) - Que Pretendem
os Pedreiros com a Chegada de D. Pedro à Europa ... (VIII parte a).
Frei Pedro de Poiares foi autor do «Diccionario lusitanico-latino de nomes
proprios de Regioens; Reinos; Provincias; Cidades» e lá terá tido as suas razões
para referir que os nomes de Idanha eram Aegitta; Aegedita; Igidita e Hircania.
Hircania (en griego antiguo, Υρκανια; en persa antiguo, Varkâna, «país
de lobos») está situada entre el mar Caspio al norte, el cual era llamado océano
Hircanio en la Antigüedad, y los montes Elburz al sur y al oeste.
Hircania < Υρκανια < Harcania < Persa Ant. Varkâ-na
< Warka, a cidade da Babilónia.
Até prova em contrário o nome de Idanha seria Hircânia por mera alegoria
iluminista do tipo das modernas geminações de cidades estrangeiras. Seria
Hircania por ter lobos nas serranias próximas das Talhadas…e por ter, ou ter
tido, um mar interior de que só resta esta vaga alusão alegórica mas que
transformaria de facto a Egitânia num vasto jardim verdejante e repleto de «erva»
e hera para glória da lusitana Erbina Iaedi…que afinal mais não era do que a
Hera beirã da Lusitânia e uma deusa da erva e dos rituais da Primavera.
Então, e se Frei Pedro de Poiares citou de cor alguma referência que ainda
ninguém encontrou? É que não deixa de ser estranha esta relação de Idanha-a-
Velha coma Hircania do Cáspio porque a etimologia sugere sobretudo uma
relação deMinerva com Hera por intermédio da lusitana Erbina.
Hircania < Herka(ni-ka) < Herva + Min = Minerva > Minervina.
Hera < Herua < Herva + ina > Erbina (Iaedi).
«Erva» < Port. Antig. Herva < Lat. herba.
From, from Proto-Indo-European *gʰreH₁- (“to grow, become green”),
*g(')herə-. Cognate with Old Spanish yerba, Mozarabic yerba, Old Occitan erba and
Old French erbe.
A Senhora do Almortão, como quase todas as virgens cristãs aparecidas,
será de origem recente relacionada com as várias crises políticas e sociais da
portugalidade e, neste caso, relacionada com o lugar da Água da Murta, que esse
sim guardaria desde tempos imemoriais a mitologia arcaica de uma deusa de
águas puras, uma espécie de fonte de eterna juventude simbolizada no arbusto
perene da murteira.
Se Adónis nasceu de uma murteira, a urna de Osíris foi escondido por Ísis
numa acácia, tamarindo ou numa murteira, este último um arbusto usado nos
ritos funerários de mumificação, antes da sua ressurreição. Tamuz, Osíris, Attis,
Adonis, Dionísio, e Jesus todos foram deuses de morte e ressurreição solar e
todos se relacionaram de forma ritual com a murteira porque foram todos o “deus
menino” da sua Virgem Mãe.
O pastoreio acompanhado levou à transumância e esta as constantes
migrações ao longo da Europa. Estas realidades ao mesmo tempo penosas e
perigosas tiveram que ter justificações ideológicas e uma delas era a busca do
paraíso perdido que para uns era a busca das portas do nascer do sol situados na
Anatólia do extremo oriente onde o Japão é o império do sol nascente e para
outros era a busca das portas do sol poente nas rotas dos caminhos da estrada de
Santiago onde se situava a casa dos mortos no «país dos ocidentais» que os
Egípcio chamavam Shentiamenti (> «sentimento»).
Khentimentiu = The Egyptian god who rules the destiny of the dead, seen as the
guardian 'dog of the dead'.
Será por acaso que o jardim das Hespérides se deverá situar na Beira
Interior da Lusitânia? Seguramente que não porque Beira deve ter sido uma
deusa tão poderosa como era Hera na Grécia por serem a mesma entidade.
Beira < Wer < Her < Her(a) < Ker > Cale na Galiza.
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A relembrar o arcaísmo da tradição da região das Portas do Ródão temos a
estranha relação entre Almourol e Balmoral, dois castelos europeus de similar
sonoridade. Há quem aponte uma origem árabe para o primeiro nome e como os
Árabes não estiveram na Escócia e como a coincidência sonora é grande a
tentação para duvidar da origem árabe sistemática de todos os nomes lusitanos
começados em al-. De facto até o dicionário Infopédia da Porto Editora refere
para Almourol: As opiniões divergem, mas este topónimo parece derivar do
céltico moraul, 'curva do rio' (confrontar o galês morawl), com o prefixo árabe
al-. Já para Balmorol a wikipédia diz: a primeira referência o nomeia como
"Bouchmorale" em 1451,7 cujo primeiro elemento parece vir do gaélico tanto,
"abrigo", embora a segunda parte seja desconhecida. Adam Watson e Elizabeth
Allan escreveram em The Place Names of Upper Deeside que este segundo
elemento significaria “grande extensão [de terra].” Alexander MacBain sugeriu
que pode vir originalmente do picto *mor-ial, “grande clareira”; em galês
também mawr-ial. Ou seja, parece concordante a origem do ambos os termos ser
gaélica bastando depois confrontar os etimologistas desta corrente porem-se de
acordo sobre o galês morawl ou mawr-ial. Ora, a verdade é os dicionários
galeses dizem que morawl significa “mar, marinho, marítimo”, ou seja, quanto
muito local com muita água como seria a beira-rio. Dirão, só os tolos confundem
rios com mar porém, na origem da linguagem em que os colonos cretenses
estariam antes de virem a ser celtas as grandes porções de água seriam mares
fossem lagos ou rios. Pois bem, ambos os castelos referidos estão perto de rios:
Balmoral no vale do rio Dee e Almourol no meio do rio Tejo ou seja ambos estes
castelos teriam tido o mesmo nome celta original e ambos seriam *kal-morawl
significariam “casa do vale ribeirinho” ou “castro à beira-rio”!
HIPERBÓRIOS
Ora, esta correlação solar está presente no nome do Hiperbórios que
podem estar relacionados com os povos mais boreais da mitologia, os Simérios <
Kimaurian, os adoradores de Hermes, o deus do por do sol, adaptado a terras
onde o sol se chega a pôr por vários meses!
«Hiperbóreo» (= relativo ao Norte e a lugares muito frios)
< Lat. hyperboreu < Gr. hyper-bóreos (= além do Bóreas)
< Kipher-Boreas, lit. o (barco de) transporte de Bóreas, o Vento Norte!
Mas, esta correlação dos Hiperbórios com os nórdicos pode ser tão
aleatória como a fraca memória dos mitólogos que podem muito bem não se ter
apercebido que os adoradores de Hermes correspondiam, afinal, aos povos das
costas ocidentais da civilização megalítica. Os Hiperbórios seriam apenas uma
manifestação de cultos aos deuses da aurora deslocados para ocidente na lógica
elementar de que o sol da aurora era o mesmo do poente! Assim, o nome dos
Hiperbórios / Hesperianos acabaria por vir a confundir-se no mito das
Hesperides e tudo precisamente cá para as bandas do estreito onde Hércules ia
deixando a coluna vertebral. As Hespérides, na mitologia grega, são primitivas
deusas primaveris que representavam o espírito fertilizador da Natureza, donas
do jardim das Hespérides, situado no extremo ocidental do mundo.
A rigor, o termo Hespérides designa dois grupos distintos de divindades, que
com frequência são confundidos. O primeiro, e mais antigo, é o das três deusas
Hespérides, que personificam a luz da tarde e o ciclo do entardecer. Segundo Hesíodo,
são filhas de Nix (a noite) e Érebo (a escuridão). Há, no entanto, outras versões para a
sua ascendência. Uma delas as dá como filhas de Éter (luz celeste) e Hemera (luz do
dia).
O outro grupo é o das sete ninfas Hespérides, ou ninfas do poente, cuja origem
é também controversa. Segundo a versão mais corrente, são filhas do titã Atlas com a
deusa Héspera. Também são descritas como filhas de Zeus e Têmis ou de Fórcis e Ceto.
As deusas Hespérides passeiam pelos céus, encarregando-se de iluminar todo o
mundo com a luz da tarde. Desta forma, fazem parte do ciclo do dia: Hemera traz o
dia, as Hespérides trazem o entardecer e Nix fecha o ciclo com a noite.
As três deusas Hespérides são:
Egle - "a Radiante" - deusa da luz avermelhada da tarde.
Erítia - "a Esplendorosa" - deusa do esplendor da tarde.
Hespéra - "a Crepuscular" - deusa do crepúsculo vespertino.
As Hespérides possuem atributos semelhantes aos das Horas (que
presidem as estações do ano) e também das Cárites (ou Graças). Junto de Hemera
(o Dia), compunham o séquito de Hélios (o Sol), de Eos (a Aurora) e de Selene (a
Lua), iluminavam o palco e maestrinavam a dança das Horas, de quem se
tornaram companheiras.
And Atlas through hard constraint upholds the wide heaven with
unwearying head and arms, standing at the borders of the earth before the clear-
voiced Hesperides." -- [Hesiod, Theogony 319]
De notar que a «esperteza saloia» com que, em sua vez, Hércules deixou
Atlas petrificado a segurar o mundo mediterrânico, só poderia lembrar a Hermes
*Aquino.
A Hisutro ( Xisutros = Noé - Bistrio- o -Victores-) Saturno le mandó,
al anunciarle la grande inundación futura, que ocultase todas las escrituras en
Heliópolis de los Hisparos. (Heliópolis=Ciudad del Sol) - Abideno sobre
Hisparis.
Eis a razão pela qual as Hesperides terão acabado por se confundir com o
nome da Ibéria ficando a meio caminho do nome de Espanha (< Ish Ki ur an <
An Phiash, o deus das águas quentes do poente!), já numa fase de elaboração
cultural posterior, na forma de *Hisparia.
Hespér-ides, lit. deusas dos Hesperos, lit. “esferas (de ouro) ou «peros»
de Isa (< Ish < Kika < Ki) Hi-Wer-iha > Ibéria.
*Hisparia + Ana > Hisparania > Hisp®ania > «Espanha».
At center stands the apple tree with its golden fruit, entwined by a scaly
serpent. (...) Chrysothemis and Asterope stand to the left of the tree. Chrysothemis
advances from the left to pluck an apple. (...) Next to the left, Hygeia sits on a
hillock, looking back towards Chrysothemis; she lifts the edge of her drapery from
her shoulder, and holds a long scepter. To her left, Klytios stands facing right,
one leg raised and bending forward, nude except for a mantle over his legs. (...)
To the right of the apple tree, Lipara moves towards the tree. (...) Herakles is
seated to her right on a lion skin, looking at Lipara; (...) Behind him, Iolaos,
holding two spears, moves away from Herakles. -- Perseus Project.
The name in question is also an exact translation of that of Mt. Atlas,
which is formed of the Greek prefix a meaning "not" and the radix tla, meaning
"to bear out", "to withstand". In other words, the name of Mt. Atlas indeed means
"the one who did not withstand" or, what is the same thing, "the mountain that fell
away" (collapsed), just as did the one of the Navajos. 10
Será mesmo assim tão exacta quanto isso esta dedução?
Atlêtos, < Dor. atlatos, on, not to be borne, insufferable, < tlê-tos, ê, on, <
Dor. tlatos, a, on: I. Act., patient, steadfast in suffering or labour.
Tlaô = [I] to take upon oneself, to bear, suffer, undergo [2] absol. to hold out,
endure, be patient, submit => tlêmôn, Dor. tlamôn, onos, ho, hê: voc. tlêmon (*tlaô): =
patient, steadfast, stout-hearted. <= telamôn, ônos, ho, broad strap or band for bearing
or supporting anything (from tela- 'bear' v. *tlaô, telassai).
Se tlaô significaria «suportar» e a sua negativa a-tlaô seria “não suportar =
deitar ao chão” então, o nome do monte Atlas significaria o mesmo que “um
monte que colapsou”! No entanto tal sentido vai contra a própria tradição que
afirma que o Atlas era um dos pilares acidentais do mundo:
Mount Atlas in West Africa, regarded as the pillar of heaven, Hdt.
4.184, Str.17.3.2, etc.: pl, D.P.66.
Poderíamos então supor que este nome só lhe foi dado depois de Hércules
ter passado por esta região ocidental da África do norte conseguindo que Atlas
«arriasse a giga» (terra) durante algum tempo enquanto ia à procura das maças
douradas das Hespérides!
For, they say, when Heracles went in search of the Golden Apples of the
Hesperides, which some think were in the north and not in the west, Prometheus
(Atlas' brother) advised him no to fetch the apples himself, but to send Atlas
instead. So Heracles , following Prometheus instructions, offered to hold the sky
while Atlas fetched the golden apples. But on his return Atlas, who apparently felt
released, said that he would deliver the apples himself to Eurystheus, the man
who had asked for them. But Heracles 1 asked Atlas to hold the sky for a moment
while he placed a pad on his head, and when Atlas held the sky again Heracles
picked up the apples and left. And that is why Atlas still holds the sky.
Na verdade se assim fosse teríamos que supor que por detrás do mito
existiria a vaga recordação de um grande cataclismo que teria acontecido por
essas bandas o que teria que ser investigado pela arqueologia 11! Se existissem
indícios de estes montes terem tido outrora uma intensa actividade vulcânica
seguramente que estaríamos na pista desta tese!
10
Copyright © 1997 Arysio Nunes dos Santos. Webmaster Bernardo de Pádua dos Santos. Fair quotation
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in full.
11
A este respeito é interessante notar que o arquipélago das Berlengas revela restos de um afundamento
tectónico da costa ocidental lusitana que parece rivalizar com o da Atlântida de Platão.
In turn, the Greek name of Atlas derives directly from the Sanskrit Atala
or Atalas, the name of a Hindu sunken Paradise which has exactly the same
signification, and which was the actual archetype of Atlantis.
No entanto o mais provável é que o nome deste deus ande relacionado
com a forma arcaica tela- do verbo tlaô e então teríamos:
Atlas < Hind. Atalas < Ataras < Antaur-ish
= An-Kur-ish, lit. “o filho do monte (que chega ao) céu”!
A tese do “monte decapitado” poderia ser válida para outras etimologias
relacionadas com montanhas onde existe ou há indícios de antiga actividade
vulcânica mas parece forçada neste caso particular do Atlas tanto mais que o
Hind. Atalas enquanto nome do paraíso não está muito de acordo com montes
que não cheguem ao céu!
Plato speaks of Gadeiros, the twin brother of Atlas. Gadeiros ruled over
one of the ten Atlantean realms and apparently revolted against his elder brother
in the famous war of Atlantis. Gadeiros is no other than Hercules, and both these
names mean "cow-herder". The allusion is to the tenth labor of Hercules, where
the Hero leads the cattle of Geryon from the sunken island of Erytheia. Erytheia
means "the Land of Sunrise".
From there the Greeks originally came, led by Hercules, into their new
Promised Land, that of Greece. The "cattle" driven by Hercules is indeed the
Greek people. And the Greek hero is no other than one of the Hindu twins,
These twin gods were also the true archetypes of "twins" such as Hercules
and Atlas, Castor and Pollux, the Ashvins, and many others, everywhere. 12
Erytheia < Hauri-Teia < Kuri-Gaia
Kaki-Okia > Atiophia > Etiópia.
Nakula (< En-Kur Apkallu > Apolo /=> Pólux)
Sahadeva < Kaka(r) dewa < Sakar => Castor.
12
The Atlantean Symbolism of the Egyptian Temple - 1. Atlantis.