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Palmas – TO
2021
LEONARDO MEDRADO DE OLIVEIRA
Palmas – TO
2021
LEONARDO MEDRADO DE OLIVEIRA
Palmas – TO
2021
1
RESUMO
ABSTRACT
The municipalities were only placed as a unit of the federation after the constitution of 1988.
From that period onwards, they assume responsibility for the creation and execution of actions
made available to citizens, which, until then, was an obligation of the States or the Union. tax
collection is insufficient to meet social demands and promote society. In this context, the
following question was asked: what was the evolution of tax collection in the Municipality of
Palmas - TO in the period from 2019 to 2020? To answer this question, the general objective
was defined: to demonstrate the evolution of tax collection in the Municipality of Palmas – TO
in the period from 2019 to 2020, and as specific objectives: to characterize taxes and their tax
types, define municipal taxes, identify the main sources collection of the Municipality of
Palmas – TO; compare the tax collection of the city of Palmas – TO in the period 2019 to 2020.
The developed methodology classified the research as descriptive and quantitative. The data
collection instrument was an Excel spreadsheet, enabling the organization and graphical
representation of tax collection. Subsequently, the data were interpreted and agreed according
to the theory studied. The results show that there was a drop in IPTU collection of 27.41%
compared to 2019. Contributions to improvements increased by 297.07%, followed by ITBI
with 39.151%, with the ISS falling by 2.88 %, and as Rates with a decrease of 1.77%. Thus, it
is concluded that taxes represent the largest source of tax revenue, followed by fees and finally
by the improvement contribution.
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE SIGLAS
CC Código Civil
CF Constituição Federal
COSIP Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública
COVID-19 Coronavirus Disease 2019
CTN Código Tributário Nacional
ICMS Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
IGF Imposto sobre Grandes Fortunas
IPTU Imposto Predial e Territorial Urbano
ISS O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza
ITBI Imposto de Transmissão de Bens Imóveis
PIS Programa de Integração Social
REFIS Programa de Refinanciamento de Dívidas
SEPLAN Secretaria do Planejamento e Orçamento
STF Supremo Tribunal Federal
STN Secretaria do Tesouro Nacional
UFT Universidade Federal do Tocantins
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 8
JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA .................................................................................. 8
PROBLEMÁTICA .............................................................................................................. 9
OBJETIVOS ...................................................................................................................... 10
1.3.1. Objetivo Geral ................................................................................................................. 10
1.3.2. Objetivos Específicos ...................................................................................................... 10
DELIMITAÇÃO DO ESTUDO ........................................................................................ 10
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ................................................................................ 11
2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................ 12
CONTEXTO HISTÓRICO DA TRIBUTAÇÃO .............................................................. 12
DEFINIÇÃO DE TRIBUTO ............................................................................................. 18
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA ..................................................................................... 20
LIMITES AO PODER DE TRIBUTAR ........................................................................... 21
2.4.1. Princípio da Legalidade Tributária ............................................................................... 21
2.4.2. Princípio da Isonomia .................................................................................................... 22
2.4.3. Irretroatividade da Lei Tributária ................................................................................. 23
2.4.4. Anterioridade do Exercício e Anterioridade Nonagesimal........................................... 24
2.4.5. Não Confisco .................................................................................................................. 25
2.4.6. Uniformidade Geográfica .............................................................................................. 25
2.4.7. Capacidade Contributiva ............................................................................................... 25
2.4.8. Liberdade de Tráfego ..................................................................................................... 25
2.4.9. Vedação da Isenção Heterônoma .................................................................................. 26
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA ........................................................................................... 26
MUNICÍPIO DE PALMAS – TO ..................................................................................... 27
SISTEMA TRIBUTÁRIO DO MUNICÍPIO DE PALMAS – TO ................................... 29
2.7.1. Contribuição de Melhoria .............................................................................................. 29
2.7.2. Taxas ............................................................................................................................... 30
2.7.3. Imposto Predial Territorial Urbano – IPTU ................................................................. 30
2.7.4. Imposto sobre Transmissão de Bem Imóvel – ITBI ..................................................... 31
2.7.5. Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS ................................................... 32
2.7.6. Arrecadação Tributária em Palmas – TO ..................................................................... 33
3. METODOLOGIA .............................................................................................................. 34
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1. INTRODUÇÃO
Justificativa e Relevância
O tema foi escolhido devido a mídia impressa e virtual relatar que os municípios têm
uma situação econômico-financeira e operacional precária; estão com alto grau de
endividamento, sobretudo a curto prazo; estão com poucos recursos para pagar servidores e
fornecedores, executar os serviços públicos essenciais, manter a máquina administrativa, bem
como implantar e operacionalizar os planos de governo (AFONSO; ARAÚJO, 2000).
Outro fator que justifica a escolha do tema deve-se ao fato de Palmas ser a capital do
Estado do Tocantins, portanto importante, tanto pelo número de habitantes quanto pela sua
posição geográfica e influência financeira e política sobre as demais cidades do Estado. Além
9
Problemática
O Poder Público atende as necessidades dos cidadãos, como saúde, educação, transporte
público, habitação, segurança, dentre outras, por intermédio de políticas públicas.
Políticas Públicas segundo Teixeira (2002), são diretrizes, princípios, regras e
procedimentos que vão nortear as ações dos governantes com o fim de atender as demandas da
sociedade.
Para atender essas demandas, os gestores de Municípios, Estados e da União precisam
arrecadar recursos em forma de receita (receitas de transferência e receitas próprias), isto é,
entradas financeiras que se incorporam sem reservas ao patrimônio estatal (SILVA, 1996).
Com a publicação da Constituição Federal de 1988 as receitas municipais aumentaram
devido aos repasses recebidos de outras esferas governamentais (receitas de transferências) e
as obtidas pela instituição legal dos tributos municipais (receitas próprias) (ÁVILA, 2013).
Contudo, segundo dados da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), a maioria dos
municípios brasileiros são dependentes das receitas de transferência, sendo que esta é de maior
representatividade em relação a receita total e, em contrapartida, menor expressividade as
receitas próprias (COSTA, 2010).
Diante desse contexto, é importante analisar o comportamento dos tributos (ISS, IPTU,
ITBI, taxas e contribuição de melhoria) que compõe o rol das receitas municipais e as possíveis
ações governamentais que podem explicar a variação para mais ou menos nos valores dessas
10
fontes financeiras. Assim foi levantado a seguinte pergunta: qual foi a evolução da arrecadação
tributária do Município de Palmas – TO no período de 2019 até 2020?
Objetivos
Delimitação do estudo
Organização do trabalho
2. REFERENCIAL TEÓRICO
A estreita ligação entre o Estado e a Igreja foi um fator que se reproduziu na nova
Colônia, pois o poder da Igreja era confundido com o poder Estatal. O alto Clero exercia
importante participação na política e na tomada de decisões sobre a tributação. Essa influência
esteve presente no período colonial e imperial (SANTI, 2008).
Existia uma aguda união entre igreja e o Estado, isso contribuía para uma interferência
direta nos aspectos tributários e na atividade fiscal do Estado. Em determinados momentos o
Estado arrecadava todos os tributos instituídos e, até mesmo o dízimo que era exigido pela
igreja. Assim, lhe era incumbido repassar o valor arrecado as autoridades eclesiásticas, que por
sua vez, eram considerados funcionários da administração pública (SANTI, 2008).
A relação entre ambos era tão intrínseca que a igreja exercia um papel justificador moral
e religioso da cobrança dos tributos, era possível até a aplicação de punições, caso os fiéis não
os pagassem, bem como multa, até chegar à penalidade maior que era a excomunhão. A igreja
trazia um discurso que a vontade divina era a obediência e a sujeição ao Estado e, caso houvesse
desobediência deste mandamento, o fiel estaria em pecado (SANTI, 2008).
O período imperial é marcado pelo Estado Unitário e confeccional, assim, a religião
estava bastante presente na estrutura do governo, a saber, era eleita uma única religião como
oficial, a Católica Apostólica Romana. Assim há uma ligação entre o Estado e a Igreja. Desse
modo, a interferência da religião em assuntos da administração estatal era comum, tanto que se
confundia, uma vez que era a religião que ditava muitas regras sobre o convívio social e a moral,
sendo uma delas a obediência e submissão ao Estado (BAHIA, 2020).
Nos meados do séc. XVIII, o estado de Portugal enfrentava grande crise econômica,
tornando-se cada vez mais dependente, para sua própria manutenção, das riquezas trazidas da
colônia de exploração (COSTA, 2008).
Assim, como descoberto o ouro no Brasil, agora o tributo era o quinto do ouro, conforme
semelhança com o quinto do Pau-Brasil. Contudo, era pago 20% de todo o metal encontrado
nos garimpos, sendo que, o ouro sempre foi o mais visado (COSTA, 2008).
Cabe ressaltar que, embora a fiscalização e cobrança da Coroa para a percepção dos
tributos, percebe-se que não existia à época, um modelo fiscal permanente, ou seja, a forma de
arrecadação era eventual se comparada ao modelo que existe na atualidade, pois muito se
arrecadava, contudo não era respeitada a capacidade de contribuir das pessoas e, além do mais
não existia um método fiscal coerente para se tributar. Assim o objetivo era apenas cobrar ao
máximo para que os interesses da Metrópole fossem atendidos (COSTA, 2008).
Existiam as famosas casas de fundição, que transformava o ouro em barras e, marcavam-
no como um ouro legalizado, uma vez que no ato da fundição já era retirado o percentual a ser
15
enviado a Portugal. Já era fixada a quantia de ouro anual a ser enviada, a saber, 100 arrobas por
ano (COSTA, 2008).
Caso a quantidade mínima não fosse atingida, o que começou a ser corriqueiro uma vez
que a produção de ouro só decaía, ocorriam as chamadas “derramas”, que consistia em uma
espécie de fiscalização do fisco sobre a percentagem do ouro a ser enviado à Coroa. É certo que
na ocorrência de uma derrama, se deu a inconfidência mineira (COSTA, 2008).
Nota-se que, a moeda (dinheiro) portuguesa, ainda não era adotada na Colônia, assim,
tudo que se pagava a título de tributo era com as próprias riquezas exploradas, ou seja, in natura,
que era o Pau-Brasil, ouro, minerais, entre outros (COSTA, 2008).
Porém era notório o poder de tributar do Estado Português, uma vez que instituía os
tributos, alíquota e o fato gerador. Todavia essa atividade fiscal era completamente desenfreada
e sem um justo motivo. Seu único intuito era a arrecadação extrema e com o único objetivo de
enviar o produto da arrecadação a Portugal, assim não se visionava o retorno dos tributos às
benfeitorias na Colônia (COSTA, 2008).
A Tabela 1 apresenta um esquema com todos os tributos cobrados na época da Colônia
e do Império.
Tabela 1 – Tributação Régia no Brasil - período colonial e imperial
1. DÍZIMOS 2. QUINTOS 3. DIREITO 4. DIREITO 5. SUBSÍDIO 6. SUBSÍDIO
DE DE ENTRADA REAL DO VINHO
PASSAGEM
10% sobre 20% sobre Pedágio de Tributo sobre Direito sobre a Tributo taxado
todos os frutos ouro, pedras passagem de entradas de carne verde, sobre o vinho e
da colônia: preciosas e pessoas ou mercadorias couros, das aguardentes
agrícolas, outros animais transportadas por aguardentes e e sobre o azeite
gados e minerais. Em animais de lãs grosseiras doce.
pescarias; 1730 foi cargas. manufaturadas
também sobre reduzido para na colônia.
os produtos de 12%.
exportação e
importação
(10% ad
valorem)
7.TAXA DOS 8. SUBSÍDIO 9. SUBSÍDIO 10. DÉCIMA 11. SISA 12. MEIA-
ENGENHOS DOS LITERÁRIO SISA
ESCRAVOS
Tributo Taxado sobre a Sobre cada rês 10% dos 10% sobre a 5% sobre a
arrecadado importação de abatida para rendimentos venda de casas venda de
sobre os escravos e consumo e anuais das e outros escravos
engenhos de sobre aqueles sobre a propriedades imóveis. aculturados, os
açúcar e que iam para as aguardente, imóveis. escravos ladinos.
destilarias. minas. para custear os
mestres régios.
13. PAZ DA 14. FINTA DA 15. NOVOS 16. 17. 18. TAXA
HOLANDA RAINHA DIREITOS DONATIVO BENEFÍCIO SUMPTUÁRIA
VOLUNTÁRIO BANCO do
BRASIL
16
1
Disponível em https://bndigital.bn.gov.br/dossies/projeto-resgate-barao-do-rio-branco/acervo-
digital/capitanias/pernambuco/. Acesso: 27 jun.2021.
17
necessário o repasse de receitas aos Estados e municípios para que lhes permitissem a
autonomia financeira. Houve a adoção do regime de separação de fontes contributivas, sendo
descritas os impostos de competência da União e dos Estados. Onde o Governo Central ficou
responsável pelo imposto de importação, entrada/saída de navios e taxas de correios e telégrafos
federais; aos Estados foi incumbido a competência de tributar as exportações, tantos de imóveis
urbanos e rurais, sobre a transmissão de propriedades, industrias e profissões, além de taxas de
correios e telégrafos. Já os municípios, para lhes garantir autonomia, os Estados ficaram
encarrados de fixar seus impostos municipais (VARSANO, 1996).
O imposto sobre a importação até o início da primeira guerra Mundial era a principal
fonte de receita da União anterior a Constituição de 1934, onde o tributo sobre o consumo
correspondia cerca de 10%. Com o aumento dos conflitos, o governo buscou novas fontes de
receitas. Sendo assim, cresceu a cobrança de impostos de consumos e diversos impostos sobre
rendimentos. Com a Constituição de 1934 foram feitas várias alterações importantes na
estrutura tributária do Brasil, as mais relevantes foram nas órbitas estadual e municipal. Onde
os Estados passaram a possuir competência privativa de legislar o imposto sobre vendas e
consignações, onde era proibido a cobrança de impostos sobre exportações interestaduais. Já os
municípios puderam decretar impostos de licenças, impostos predial e territorial urbanos,
impostos sobre diversões públicas, imposto cedular sobre a renda de imóveis rurais e taxas
sobre serviços municipais (VARSANO, 1996).
Na década de 50 houve um crescimento das despesas que não puderam ser
acompanhadas pelas receitas. Notou-se uma insuficiência do sistema tributário nesse período.
O déficit no Tesouro superou, em 1962 e 1963, a marca dos 4% do produto interno bruto do
país. A taxa da inflação de 12% anual em 1950, saltou para 29% em 1960, chegando a 74% em
1963 (VARSANO, 1996).
Neste contexto, era prioridade a reforma tributária com o objetivo de resolver o
problema financeiro do país. A próxima etapa mais importante nesse processo seria a
reestruturação da máquina arrecadatória. Assim, em 1963 foi criada a Comissão de Reforma do
Ministério da Fazenda com o intuito de reorganizar e modernizar a administração fiscal federal.
Mas de fato, só foi implantada entre 1964 a 1966, permitindo melhorias significantes para a
reabilitação imediata das finanças governamentais tais como: permitiu um equilíbrio nos setores
empresarias, reorganizou a administração fiscal federal, alterou aspectos no imposto de renda e
revisou o imposto de consumo doméstico. Com Emenda Constitucional nº 18/65 foi criado o
Imposto sobre Produtos Industrializados (VARSANO, 1996).
18
Definição de Tributo
O conceito mais completo que se tem a cerca de tributo, vem expresso no Código
Tributário Nacional (CTN), a saber, em seu art. 3º:
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela
se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada (BRASIL, 1966, p. 22).
Assim, nota-se que tributo é uma prestação compulsória, ou seja, que deverá ser paga
ao fisco, pois se trata de uma obrigação. Logo, quando o legislador elege uma situação do
cotidiano humano para sofrer incidência de tributo, nasce uma obrigação de pagá-lo.
Percebe-se também que o tributo deverá ser pago em dinheiro, ou seja, em moeda
corrente. Não há possibilidade de pagamento de tributo com bens ou serviços, contudo, o
próprio CTN abre uma única exceção que é a dação em pagamento de bem móvel, expressa no
art. 156, XI. Hipótese de extinção do crédito tributário, contudo só é possível se houver expressa
previsão legal (ABRANTES; FERREIRA, 2010).
Assim, podemos caracterizar o tributo pela compulsoriedade da obrigação pecuniária
em moeda ou em valor que nela possa se exprimir, resultante exclusivamente de lei,
sem se constituir em sanção do ato ilícito como ocorre com as multas administrativas,
que igualmente derivam de dizeres lícitos, e, portanto, são compulsórias.
(ABRANTES; FERREIRA, 2010, p. 55)
A obrigação tributária não pode constituir sanção de ato ilícito. Tributo não é
considerado castigo ou pena. Para que haja a incidência tributária, o legislador só pode nomear
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atos considerados lícitos pelo ordenamento jurídico. Contudo, os frutos advindos de uma
atividade ilícita poderá ser objeto de tributação, haja vista, para o direito tributário, o fato
gerador é soberano para que nasça a responsabilidade tributária, independentemente se foi por
meio de fruto de atividade ilegal (MINARDI, 2021).
Nota-se que, embora um traficante pratique atividade ilegal à luz do ordenamento
jurídico, os frutos dessa atividade serão objeto de tributação. Exemplificando: se ele, por meio
do dinheiro do tráfico, adquire um imóvel urbano, deverá pagar o ITBI e o IPTU do referido
imóvel, pois ocorreu o fato gerador, logo o direito tributário não importa se o dinheiro é fruto
de atividade ilícita (MINARDI, 2021).
Esse aspecto pode ser verificado no art. 118 do CTN que expressa:
Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se:
I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes,
responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos
(BRASIL, 1966, p. 22).
Justifica-se tal ação pelo princípio da isonomia, igualdade entre todos os contribuintes.
Se aquele que exerce atividade honesta pagará impostos, assim o que é ilegal, também deverá
ter a mesma obrigação. Ainda há o princípio da “pecúnia non olet” (o dinheiro não tem cheiro),
elegido pelo Imperador Romano Vespasiano, quando questionado pela cobrança do uso dos
banheiros públicos, respondeu: “o dinheiro não cheira” (ALEXANDRE, 2020).
Outra característica expressa no escopo do art. 3º do CTN é a instituição da prestação
tributária somente por lei. É decorrente do princípio da legalidade. Só mediante lei (ordinária
ou complementar), ou ação normativa com força de lei, nesse caso a medida provisória, podem
ser instituídos os tributos. Sob tal regra não há exceção prevista no ordenamento.
(ALEXANDRE, 2020).
Por derradeiro, a prestação tributária é cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada. Logo, a atividade estatal de cobrar os tributos é realizada de forma
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vinculada, ou seja, não cabe aqui juízo de conveniência e oportunidade. A cobrança deve ser
realizada sem qualquer observância à margem de escolha do fisco. Mesmo que qualquer fato
seja comovente ao olhar humano, se não for caso de imunidade previsto na Constituição ou,
isenção expressa em lei específica, deverá, obrigatoriamente, ser objeto de cobrança do devido
tributo (MINARDI, 2021).
Competência Tributária
É importante analisar sobre as limitações ao poder de tributar, uma vez que tais
posicionamentos dividem os limites constitucionais à atividade fiscal do Estado em princípio e
imunidades notoriamente expressos na carta magna (CARVALHO, 2021).
O Estado tem uma posição de supremacia em relação ao particular, pois prevalece o
interesse público coletivo, em detrimento do interesse individual. Tal supremacia faz parte do
Regime Jurídico Administrativo, que é um conjunto de privilégios e restrições nas quais se
pautam a atuação estatal, sendo a Administração superior nesta relação, contudo, ao mesmo
tempo deve se sujeitar a normas impostas tidas como limitações com o objetivo de prevalência
do interesse púbico (CARVALHO, 2021).
Exemplo dessa supremacia estatal é o poder de instituir tributos. Porém, atrelado à
supremacia, também há as limitações, para que o Estado não exorbite em seu poder. Assim, a
CF/88, estabelece, em seus artigos 145, § 1º, 150 a 152 da CF/88, limitações ao poder estatal
de instituir tributos (CARVALHO, 2021).
Os limites estabelecidos pela Constituição têm um papel de impor ao Estado o dever de
se abster quanto à sua posição de superioridade em detrimento do particular, pautados sobre o
princípio constitucional da dignidade da pessoa humana. Logo as limitações podem trazer em
seu conteúdo, normatividade positiva, negativa ou até mesmo neutralidade (ÁVILA, 2013).
Nota-se, que o princípio da legalidade tributária vem dentro do conceito de tributo, pois
tributo é uma prestação instituída em lei. Logo, as pessoas devem pagar o tributo, uma vez que
há uma lei que o instituiu, assim, em virtude da lei, há tal obrigação.
Isso significa dizer que há duas espécies de isonomia no que tange à cobrança tributária,
uma horizontal e outra vertical. Pois há aqueles que têm mais rendimentos, dessa forma mais
abastados, enquanto os que não faturam tanto. Assim, o direito deve ser justo na exigência da
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obrigação tributária e, pois não se deve exigir muito de quem tem pouco, da mesma maneira
não se pode exigir o mínimo de quem tem muito (MINARDI, 2021).
Desse modo, nas obrigações tributárias, a isonomia é concebida como horizontal e
vertical. Na concepção horizontal, os indivíduos estão em mesmo patamar, logo sobre eles
recairão as mesmas regras quanto à tributação, pois são iguais. Contudo, a acepção vertical já
mostra a isonomia de uma forma negativa, pois nesse engajamento há pessoas em
posicionamentos diferentes. Assim, serão tratadas de maneira diferenciada pelo fisco, todavia
tal diferenciação se dá para que essas pessoas tenham iguais oportunidades aos demais, logo é
uma discriminação positiva (MORAES, 2020).
Em regra, a lei tributária não retroagirá a fatos pretéritos. Tal limitação se dá para que o
fisco não exorbite e cobre tributos que tiveram fato gerador anterior à existência da lei que os
instituiu. Percebe-se que há um paralelo entre os princípios limitadores e, que ambos conversam
entre si (ALEXANDRE, 2020).
Conforme prevê a CF/88, em seu art. 150, III, a:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os
houver instituído ou aumentado (BRASIL, 1988, p. 42).
O CTN, contudo, traz algumas exceções nas quais a lei tributária poderá retroagir a fatos
anteriores à sua vigência. As hipóteses estão dispostas no art. 106, CTN:
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação
de penalidade à infração dos dispositivos interpretados;
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão,
desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de
tributo;
III - quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao
tempo da sua prática (BRASIL, 1966, p. 47).
mais branda quanto às penalidades (multa), ou até mesmo a exclua, enquanto a discussão ainda
não tinha sido solucionada, assim esta lei retroagirá, pois foi mais benéfica às penalidades
(ALEXANDRE, 2020).
Ainda há a exceção do art. 144, § 1º, CTN:
Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação
e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.
§ 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato
gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de
fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou
outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para
o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros (BRASIL, 1966, p. 48).
Desse modo, a lei que criar novos métodos de fiscalização ou arrecadação de tributos,
também retroagirá a fatos pretéritos. Um exemplo dessa exceção, é a informatização dos
sistemas da receita. Em outro tempo não era possível o cruzamento de dados para obterem-se
as informações em sua integralidade e verossimilhança, no entanto hoje é possível. Logo, uma
lei tributária nova que considera esse fator, poderá retroagir, pois cria novos métodos para
fiscalizar e, consequentemente arrecadar tributos (ALEXANDRE, 2020).
transformada em súmula vinculante 50: “Norma legal que altera o prazo de recolhimento da
obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade” 2(STF, 2015).
Isso mostra que o tributo não pode inviabilizar o direito de propriedade do contribuinte,
ou seja, o encargo tributário não pode ser tão pesado que inviabilize o direito de possuir aquele
bem sobre o qual incide o fato gerador da obrigação tributária (ALEXANDRE, 2020).
A multa (sanção) também deve respeitar o princípio do não confisco. Assim, não pode
ser tão cara que inviabilize o direito de propriedade (ALEXANDRE, 2020).
Esse princípio destaca que sempre que for possível, os impostos serão graduados
conforme a capacidade econômica do sujeito. Tal princípio é aplicado por uma questão de
justiça e isonomia.
É vedada a cobrança de tributos de modo a inviabilizar o direito de ir e vir, uma vez que
a liberdade é o bem jurídico mais protegido pelo ordenamento, após o direito à vida, desse
modo, a proteção se estende também no sentido de limitar o direito de tributação estatal
(ALEXANDRE, 2020).
2
Disponível em <http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?servico=jurisprudenciaSumulaVinculante> Acesso:
13 jul.2021.
26
Imunidade Tributária
Já nos casos de alíquota zero, o ente tem a competência tributária, o fato gerador ocorre,
todavia não incide recolhimento do tributo, pois sua alíquota é zerada. A exemplo, podemos
cita-se os impostos regulatórios de mercado (II, IE, IOF e IPI), que podem ter suas alíquotas
zeradas por decreto do chefe do executivo, com o objetivo de estimular condutas (SEBBAG,
2014).
Município de Palmas – TO
chave na cidade, pois é reconhecida como uma das mais arborizadas do Brasil. O governo
possui ações públicas voltadas para a família e comunidade (PALMAS, 2014).
A Capital é referência em saúde principalmente em tratamento de combate de várias
doenças e na qualidade da educação. A cidade de palmas destaca-se com um quantitativo de 29
escolas que atendem alunos desde a pré-escola até a conclusão da formação acadêmica e possui
um índice de evasão escolar que gira em torno aproximadamente de 11% e com repetência dos
alunos em 6.12% (PALMAS, 2014).
A economia do Tocantins é composta pelos setores econômicos como serviços;
comercio; indústria; agropecuária; financeiro e serviços públicos. O que predomina no Estado
são os setores de serviços e comercio, que somando corresponde 32% das empresas ativas nos
anos de 2019 e 2020 (PALMAS, 2014).
3
Disponível em <https://central.to.gov.br/download/214278/> Acesso: 27 julh.2021.
29
Tem sua base legal no art. 145, III, CF, 81 e 82, CTN. É comum a todos os entes
federativos e é cobrada frente à realização de obra pública que, traga valorização imobiliária.
A Lei Complementar Municipal nº 107/2005, dispõe em seu art. 120:
30
No que tange aos limites da contribuição de melhoria, poderá ser adotado o limite global,
que é o valor total gasto na obra pública e, o valor individual, sendo o quanto fora valorizado,
individualmente com a benfeitoria da obra, para cada imóvel beneficiado.
2.7.2. Taxas
Espécie tributária comum a todos os entes e tem por base legal o art. 145, II, CF e os
arts. 77 a 80, CTN. É instituída em razão do exercício regular do poder de polícia, sendo por
autorização de autoridade administrativa, como por exemplo, fiscalização de funcionamento de
estabelecimento comercial. É cobrada também pela utilização efetiva ou potencial de serviço
público, específico e divisível (MINARDI, 2021).
O serviço público é considerado divisível, quando é possível ter mensuração do quanto
cada contribuinte utiliza de tal serviço. A exemplo, taxa sobre a coleta de lixo. Já a limpeza
pública de ruas e logradouros não pode ser remunerada por taxa, pois não é impossível mensurar
a utilização individual do serviço, bem como a iluminação pública é remunerada por meio de
contribuição, a COSIP (MINARDI, 2021).
É um imposto que tem como fato gerador ser proprietário de imóvel urbano. Assim é
necessário o “animus domini”, logo, ser mero possuidor não obriga ao pagamento, pois não
houve incidência do fato gerador. Tem como base de cálculo o valor venal do imóvel
(MINARDI, 2021).
31
O ITBI incide na transmissão do bem imóvel a título oneroso, como por exemplo:
compra e venda, bem como na transmissão de direitos reais, previstos no Código Civil e,
direitos a sua aquisição: dação em pagamento e arrematação em hasta pública.
O art. 1.225, Código Civil (CC) dispõe:
32
Logo, se houver a transmissão de quaisquer dos direitos reais expostos no art. 1.225 do
Código Civil, ocorrerá a incidência do ITBI. O imposto é devido após o registro em cartório e
será arrecadado no município onde tiver situado o bem. É um imposto predominantemente
fiscal, ou seja, sua função é estritamente a arrecadação de numerário aos cofres públicos
(MINARDI, 2021).
Tem como base de cálculo o valor venal do imóvel. No Código Tributário de Palmas, o
sujeito passivo do ITBI é o adquirente do bem imóvel ou direitos, uma vez que o CTN deixa
livre para cada município, por meio de sua legislação, dizer quem será o sujeito passivo
(PALMAS, 2005).
Na forma do art. 156, III, CF/88, o município é competente para instituir o imposto
sobre serviços que não são abrangidos pelo ICMS, que é um imposto estadual. É incidente sobre
a prestação de serviço (obrigação de fazer) e deve ter previsão em lei complementar, a saber a
LC 116/03. A Súmula Vinculante 31, veda expressamente, a incidência do ISS sobre locação
de bens móveis (MINARDI, 2021).
Em regra, o município que arrecada o imposto é o do estabelecimento do prestador de
serviço, se não estiver em seu domicílio, com exceções apontadas na Lei Complementar n.
116/03, quando se tratar de construção civil, demolição e elaboração de congressos, sendo que
o município que irá arrecadar será onde foi prestado o serviço (BRASIL, 2003).
Sua base de cálculo é o valor do serviço e o sujeito passivo é o prestador. No que tange
à alíquota, o CTN deixa a cargo discricionário de cada município, por meio de lei
complementar, fixa-la. No entanto estabelece que os percentuais sobre o valor da prestação
estão fixos entre 2% a 5% (MINARDI, 2021).
33
3. METODOLOGIA
Tipo de pesquisa
Nesse projeto foi utilizada como metodologia a pesquisa bibliográfica. Que segundo Gil
(2002) é aquela desenvolvida com base em matérias já elaborados, encontrados em livros e
artigos científicos. Neste trabalho é descrito através de fundamentos bibliográficos como
originou e evoluiu os tributos ao longo dos tempos, toda sua trajetória e como tem se encontrado
atualmente com as novas legislações.
Também foi classificada como pesquisa quantitativa, pois segundo Kauark; Manhães;
Medeiros (2010, p.26), a mesma é quantificável, o que significa traduzir em números, opiniões
e informações os dados coletados com o objetivo de classificá-los e analisá-los. Portanto, é
necessário o uso de recursos e de técnicas estatísticas. O presente trabalho fará uso de tabelas,
gráficos comparativos e cálculos percentuais das possíveis variações do aumento e/ou
diminuições em relação ao processo de arrecadação Municipal estudado.
Como procedimento técnico, buscou-se o estudo de caso que de acordo com Gil (2002,
p.43) consiste na análise profunda e exaustiva de um ou poucos objetos de maneira que se
permita obter um conhecimento amplo detalhado do contexto estudado.
35
População e amostra
Para este projeto não há população de pesquisa, uma vez que este trabalho se baseia
apenas em dados financeiros extraídos do Portal da Transparência da Prefeitura de Palmas –
TO.
4. RESULTADOS
Para elaboração do estudo de caso foram apurados os dados tributários dos anos 2019 e
2020. Para a tabulação desses dados foi utilizada análise gráfica para visualizar as variações
dos tributos no período estudado. Com o objetivo de melhor entendimento dessas variações, foi
realizado o comparativo mensal dos mesmos.
Arrecadação total
DIFERENÇA ENTRES
ELES R$ 21.535.992,67
Segundo Soares; Flores; Coronel (2014) essa representatividade pode acontecer quando: o
município investe em recursos de informática; tem pessoal para realizar uma ação fiscalizadora
mais intensa no combate à sonegação; terceiriza alguns serviços relacionados ao ISS, como o
fornecimento de Notas Fiscais (manuais e eletrônicas), emissão de guias de arrecadação e
controle dos serviços por meio de um sistema on line.
No exercício de 2020 o município de Palmas – TO obteve uma receita tributária total de R$
254.455.432,39 (100%), sendo R$ 11.208,64 (0,004%%) originário das contribuições de melhoria;
R$ 28.310.536,44 (11,16%) das taxas e R$ 226.133.687,31 (88,836%) de impostos. Do montante
dos impostos o que mais contribui com recurso financeiro foi o ISS.
Também foi identificado que os impostos são o motor da arrecadação própria porque
segundo Tristão (2003) tem por fato gerador uma situação que independe de qualquer atividade
estatal específica, relativa ao contribuinte. Portanto, o Estado não necessita oferecer algo ao
contribuinte. Para a cobrança, basta que a pessoa jurídica de direito público tenha competência e
crie o imposto por lei.
A arrecadação final do ano de 2019 foi de R$ 275.991.425,06 e a arrecadação final do
ano de 2020 foi de R$ 254.455.432,39, portanto existe uma diferença entre eles de R$
21.535.992,67 que equivale a um decréscimo de 7,8% evidenciando um desempenho
insatisfatório no aspecto financeiro.
R$ 140.000.000,00
R$ 120.000.000,00
R$ 100.000.000,00
R$ 80.000.000,00
R$ 60.000.000,00
R$ 40.000.000,00
R$ 20.000.000,00
R$ 0,00
2019 2020
Taxas (1,77%). Contudo houve acréscimos em relação ao ITBI (39,151%) e nas contribuições
de melhoria (297,07%).
Para Tristão (2003, p. 171) os decréscimos podem ser justificados pela falta de uma
gestão adequada na administração dos tributos pois
o Imposto sobre a Propriedade é um dos mais adequados para a tributação municipal,
mas é também um dos mais difíceis de administrar, devido ao grande número de
contribuintes e às dificuldades encontradas na avaliação dos imóveis, que requer uma
máquina burocrática eficiente e cadastros informatizados. O Imposto Sobre Serviço, por
sua vez, é de caráter predominantemente declaratório e requer a existência de auditores
fiscais para combater a evasão. [...] tarefa que se torna mais complicada quando se trata
de empresas pequenas que não mantêm uma contabilidade regular.
.
Cabe destacar que a arrecadação do IPTU pode diminuir devido a descontos e benefícios
fiscais concedidos aos proprietários de imóveis urbanos (SOARES; FLORES; CORONEL, 2014).
Outra justificativa para o decréscimo do IPTU no exercício de 2020 deve-se ao fato da
realização de ações públicas até o mês de março com a execução do Programa de Recuperação
Fiscal (REFIS), beneficiando os contribuintes palmenses com descontos no pagamento em dia
e até no parcelamento do IPTU. Entretanto, a retração na arrecadação desse imposto até um
final do ano de 2020 é explicado pelo momento de crise na saúde pública vivenciado com a
pandemia do COVID-19 que afetou diretamente a arrecadação municipal.
Segundo Soares; Flores; Coronel (2014) o acréscimo na arrecadação do ITBI pode estar
relacionado ao aumento das transações imobiliárias na cidade e pela apresentação da guia de
recolhimento do ITBI no momento do registro da transação imobiliária no Cartório de Registro
de Imóveis.
Em 2020 houve um aumento de 297,07% na contribuição de melhoria devido a entregas
de obras públicas em decorrência do ano eleitoral. Que segundo a prefeitura de Palmas, em
meio à pandemia do coronavírus, foi mantido essas ações como a exemplo a execução de
grandes obras de terraplanagem, drenagem pluvial, pavimentação asfáltica e sinalização viária,
canteiros no Jardim Taquari (Quadras T-20, T-21, T-30, T-31, T-32 e T-33), Quadras Arne 64
(508 Norte), Arne 63 (506 Norte), Arne 54 (408 Norte); ASR-NE 25 (212 Norte), Quadra ASR-
SE 25 (212 Sul), ARS-SE 85 (812 Sul) e grandes trechos de avenidas que atendem áreas
residenciais e industriais na capital, sendo elas: Avenida LO-12 (entre a Av. NS-08 e Av. NS-
06); a NS-10 entre Av. JK e o lançamento no Córrego Brejo Comprido para atender as quadras
ASR-SE 15 (112 Sul) e ASR-SE 25 (212 Sul); a Avenida NS-08 (entre a Av. LO-12 e Av. LO-
16), a NS-10 (entre a LO-14 e LO-16), a LO-14 (entre NS-08 e NS-10) e a Avenida LO-16
(PALMAS, 2020).
39
O IPTU é uns dos principais impostos municipais, sendo pago por dono de
apartamentos, casas, prédios, terrenos, etc. Se for corretamente recolhido é umas das fontes de
receita municipal que dá mais retorno porque “a imobilidade da base tributária permite ao
município identificar fisicamente as propriedades localizadas em seu território e estas, por sua vez,
não terão como evitar o pagamento do imposto deslocando-se para outras regiões” (REZENDE,
2001, p. 244).
Em Palmas – TO o lançamento do IPTU é realizado no início de cada ano e enviado
para que cada contribuinte o incorpore no rol das suas dívidas. Contudo, o contribuinte
palmense possui a facilidade de aderir ao Programa de Parcelamento Especial de Débitos junto
a Prefeitura da Capital e o IPTU é um dos impostos comtemplados por essa ação pública. Esse
programa tem o objetivo de ajudar no acerto de contas com o fisco municipal e é um serviço
voltado para as pessoas físicas e jurídicas (PREFEITURA DE PALMAS, 2021).
40
A arrecadação final do IPTU de 2019 incluindo dívida ativa, multas e juros foi de R$
94.993.713. Já no ano de 2020 arrecadação final incluindo dívida ativa, multas e juros foi
68.955.914,51. Com um decréscimo de um ano para outro de R$ 26.037.799,45.
Esse decréscimo pode ser justificado por descontos proporcionados aos contribuintes,
aumento da inadimplência, tabela do valor venal desatualizada, diminuição do nível de renda
da população, cadastro incorreto e desatualizado os imóveis. Também pode ter sido provocado
pelo aumento do prazo para o pagamento com a adesão ao Programa de Parcelamento Especial
de Débitos e pela crise financeira provocada pela pandemia da Covid-19.
Ao comparar mensalmente os valores arrecadados do IPTU foi percebido que houve
decréscimo nos meses de fevereiro, abril, maio, outubro, novembro e dezembro do ano de 2019
para 2020, conforme apresentado no Gráfico 2.
41
IPTU
30.000.000,00
25.000.000,00
20.000.000,00
15.000.000,00
10.000.000,00
5.000.000,00
0,00
2019 2020
Ao analisar o Gráfico 2, é possível identificar que em cada ano existe uma maior
arrecadação no mês de março, isso porque nesse período a prefeitura estabelece o prazo de
pagamento do IPTU com 10% de desconto. Mas, para efetivar este desconto o contribuinte
precisa pagar o imposto em parcela única e está em dia com todos os tributos municipais
referentes ao ano anterior (G1 TOCANTINS, 2019).
A justificativa para o decréscimo na arrecadação do IPTU em 2020, são as ações de
isolamento social provocada pela pandemia Covid-19, a partir do mês março onde foi possível
observar as severas restrições que ocasionou queda na arrecadação desse imposto e perda de
receita no município.
será o valor venal, declarado pelo contribuinte, dos bens ou direitos transmitidos. O ITBI deve ser
pago onde o imóvel está localizado (PREFEITURA DE PALMAS, 2021).
Para Tristão (2003, p. 101) o ITBI não representa uma fonte muito previsível de recursos
para o município. Contudo, como a escrituração do imóvel não pode ser feita sem o pagamento
do ITBI, diminuem as chances do imposto ser sonegado. Não obstante, existe a possibilidade
do “contribuinte subdeclarar o valor negociado na transação. Para evitar essa situação, as
prefeituras precisam ter equipes capazes de avaliar corretamente o valor venal dos imóveis
segundo os preços de mercado”.
No entanto, o site da Prefeitura de Palmas, desde 2019, vem sendo registrado um
crescimento na arrecadação do ITBI, um dos principais indicadores que aponta para a saúde
econômico-financeira do Município (PREFEITURA DE PALMAS. 2021).
Segundo o secretário de Finanças de Palmas, Rogério Ramos, essa informação reflete a
confiança do contribuinte na política fiscal da administração pública municipal, além da solidez
alcançada pelo mercado imobiliário local. “Um mercado imobiliário aquecido demonstra,
normalmente, a saúde econômica do município, uma vez que demonstra que as pessoas se
sentem seguras para investir”, comentou Ramos (PREFEITURA DE PALMAS, 2021).
A arrecadação final do ITBI de 2019 incluindo dívida ativa, multas e juros foi de R$
22.326.266,59. A arrecadação final do ITBI de 2020 incluindo dívida ativa, multas e juros
totalizou R$ 31.067.326,57. Percebe-se uma diferença positiva (acréscimo) de um ano para
outro no total de R$ 8.741.059,98, conforme evidenciado na Tabela 6.
ITBI
5.000.000,00
4.500.000,00
4.000.000,00
3.500.000,00
3.000.000,00
2.500.000,00
2.000.000,00
1.500.000,00
1.000.000,00
500.000,00
0,00
2019 2020
Gráfico 4 - Gráfico apresenta os índices relativos ao ISS dos anos de 2019 e 2020
ISS
15.000.000,00
10.000.000,00
5.000.000,00
0,00
2019 2020
d) Taxas pela prestação de serviços assim descritas: Taxa de Limpeza Pública; Taxas
de Serviços Cadastrais; Taxa de Emissão de Certidões; Taxa de Conservação de Vias
e Logradouros; Taxa de Coleta de Lixo; Taxas de Serviços da Fazenda Pública; Taxas
de Serviços de Urbanismo; Taxas de Serviços Sanitários; Taxas de Serviços de
Trânsito e Transportes.
Ao comparar mensalmente os valores arrecadados das Taxas foi identificado que houve
decréscimo nos meses de fevereiro, abril, maio, outubro e dezembro, do ano de 2019 para 2020,
conforme apresentado no Gráfico 5.
47
TAXAS
7.000.000,00
6.000.000,00
5.000.000,00
4.000.000,00
3.000.000,00
2.000.000,00
1.000.000,00
0,00
2019 2020
Gráfico 6 - Gráfico apresenta os índices relativos as Contribuição de Melhorias dos anos de 2019 e
2020
CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA
12.000,00
10.000,00
8.000,00
6.000,00
4.000,00
2.000,00
0,00
2019 2020
5. CONCLUSÃO
estava concentrado em políticas como os refis, maior eficiência na execução fiscal, inscrição
em dívida ativa, entre outras.
Portanto, os objetivos da foram alcançados, visto que através da Análise Gráfica e
Horizontal, calculou-se a variação percentual de queda na arrecadação Municipal.
Possibilitando apontar quanto o município de Palma – TO deixou de arrecadar no ano de 2020,
o montante total em valor monetário de R$ 21.535.992,67 em relação ao exercício de 2019.
É importante destacar que o Portal da transparência da Prefeitura de Palmas – TO, foi a
principal fonte de extração dos dados desta pesquisa. Levando em consideração a dificuldade
na coleta dos dados sendo necessário a solicitação de auxílio do Setor de Contabilidade Geral
da Prefeitura, que faz parte da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Humano do
município.
52
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AFONSO, J. R. IPTU no Brasil: Um Diagnóstico Abrangente. 4. ed. São Paulo: FGV projetos,
2010.
BRASIL LEI Nº 116, DE 31 DE JULHO DE 2003. Dispõe sobre o ISS. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp116.htm. Acesso em: 5 nov. 2021.
G1 Tocantins. Prazo para pagar o IPTU de Palmas com 10% de desconto termina nesta
sexta-feira. Palmas/TO. 2019. Disponível em
https://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/2019/03/15/prazo-para-pagar-o-iptu-de-palmas-com-
10-de-desconto-termina-nesta-sexta-feira.ghtml. Acesso em: 02 dez. 2021.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
LENZA, P. Direito Constitucional Esquematizado. 25. ed. São Paulo: Saraiva, 2021.
MORAES, A. de. Direito constitucional. 36. ed. São Paulo: Atlas, 2020.
OLIVEIRA, R. F. de. Curso de Direito Financeiro. 2 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2008.
PALMAS. Conheça o panorama de obras em Palmas, quais são e onde estão sendo
executadas. Disponível em: < https://www.agora-to.com.br/tocantins/item/160573-conheca-o-
panorama-de-obras-em-palmas-quais-sao-e-onde-estao-sendo-executadas>. Acesso em: 2
dez.2021.
7. APÊNDICE 1
56
APÊNDICE 2
57
APÊNDICE 3
58
APÊNDICE 4
59
APÊNDICE 5
60
APÊNDICE 6
61
RESUMO
4
Acadêmico do Curso de Administração da Universidade Federal do Tocantins - UFT, Palmas, TO. E-mail:
leonardo.medrado@mail.uft.edu.br.
5
Professora Doutora do Curso de Administração da Universidade Federal do Tocantins/UFT, Palmas, TO. E-
mail: doribilac@gmail.com.
62
ABSTRACT
The municipalities were only placed as a unit of the federation after the constitution of 1988. From
that period onwards, they assume responsibility for the creation and execution of actions made
available to citizens, which, until then, was an obligation of the States or the Union. tax collection
is insufficient to meet social demands and promote society. In this context, the following question
was asked: what was the evolution of tax collection in the Municipality of Palmas - TO in the
period from 2019 to 2020? To answer this question, the general objective was defined: to
demonstrate the evolution of tax collection in the Municipality of Palmas - TO in the period from
2019 to 2020, and as specific objectives: to characterize taxes and their tax types, define municipal
taxes, identify the main sources collection of the Municipality of Palmas - TO; compare the tax
collection of the city of Palmas - TO in the period 2019 to 2020. The developed methodology
classified the research as descriptive and quantitative. The data collection instrument was an Excel
spreadsheet, enabling the organization and graphical representation of tax collection. Subsequently,
the data were interpreted and agreed according to the theory studied. The results show that there
was a drop in IPTU collection of 27.41% compared to 2019. Contributions to improvements
increased by 297.07%, followed by ITBI with 39.151%, with the ISS falling by 2.88 %, and as
Rates with a decrease of 1.77%. Thus, it is concluded that taxes represent the largest source of tax
revenue, followed by fees and finally by the improvement contribution.
1. INTRODUÇÃO
Apesar dessa autonomia as receitas próprias dos municípios são insuficientes para atender
as demandas dos cidadãos nas áreas da saúde, educação, transporte público, habitação, segurança,
dentre outras previstas em suas políticas públicas.
Assim, para atender essas demandas, os gestores de Municípios, Estados e da União
precisam arrecadar recursos em forma de receita (receitas de transferência e receitas próprias), isto
é, entradas financeiras que se incorporam sem reservas ao patrimônio estatal (SILVA, 1996).
Contudo, segundo dados da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), a maioria dos municípios
brasileiros são dependentes das receitas de transferência, sendo que esta é de maior
representatividade em relação a receita total e, em contrapartida, menor expressividade as receitas
próprias (COSTA, 2010).
As receitas de transferência caracterizam-se por repasses de grandes quantias da União aos
Estados e municípios. Esses repasses têm o objetivo de diminuir a desigualdade entre os entes que
possuem menor capacidade arrecadatória e a implementação de projetos de interesse nacional
(VARSANO, 1996).
As receitas próprias são derivadas da arrecadação de diversos tributos municipais
(impostos, taxas e contribuição de melhoria) que estão regulamentados no Código Tributário
Municipal (AFONSO, 2010).
Nesse estudo será dado destaque aos seguintes tributos que compõe a receita própria:
Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), Imposto sobre Transmissão de Bem Imóvel (ITBI) e o
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), Taxas e Contribuição de Melhoria porque
geram recursos ao município de Palmas – TO.
Diante desse contexto, é importante analisar o comportamento dos tributos (impostos, taxas
e contribuição de melhoria) que compõe o rol das receitas municipais e as possíveis ações
governamentais que podem explicar a variação para mais ou menos nos valores dessas fontes
financeiras. Assim foi levantado a seguinte pergunta: qual foi a evolução da arrecadação tributária
do Município de Palmas - TO no período de 2019 até 2020?
O objetivo Geral desse estudo é demonstrar a evolução da arrecadação tributária do
Município de Palmas – TO no período de 2019 até 2020.
O tema foi escolhido devido a mídia impressa e virtual relatar que os municípios têm uma
situação econômico-financeira e operacional precária; estão com alto grau de endividamento,
sobretudo a curto prazo; estão com poucos recursos para pagar servidores e fornecedores, executar
64
2. REFERENCIAL TEÓRICO
O conceito mais completo que se tem a cerca de tributo, vem expresso no Código Tributário
Nacional (CTN), a saber, em seu art. 3º:
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela
se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada (BRASIL, 1966, p. 2).
Assim, nota-se que tributo é uma prestação compulsória, ou seja, que deverá ser paga ao
fisco, pois se trata de uma obrigação. Logo, quando o legislador elege uma situação do cotidiano
humano para sofrer incidência de tributo, nasce uma obrigação de pagá-lo.
Percebe-se também que o tributo deverá ser pago em dinheiro, ou seja, em moeda corrente.
Não há possibilidade de pagamento de tributo com bens ou serviços, contudo, o próprio CTN abre
65
uma única exceção que é a dação em pagamento de bem móvel, expressa no art. 156, XI. Hipótese
de extinção do crédito tributário, contudo só é possível se houver expressa previsão legal
(ABRANTES; FERREIRA, 2010) .
Assim, podemos caracterizar o tributo pela compulsoriedade da obrigação pecuniária em
moeda ou em valor que nela possa se exprimir, resultante exclusivamente de lei, sem se constituir
em sanção do ato ilícito como ocorre com as multas administrativas, que igualmente derivam de
dizeres lícitos, e, portanto, são compulsórias (ABRANTES; FERREIRA, 2010, p. 55).
A obrigação tributária não pode constituir sanção de ato ilícito. Tributo não é considerado
castigo ou pena. Para que haja a incidência tributária, o legislador só pode nomear atos
considerados lícitos pelo ordenamento jurídico. Contudo, os frutos advindos de uma atividade
ilícita poderá ser objeto de tributação, haja vista, para o direito tributário, o fato gerador é soberano
para que nasça a responsabilidade tributária, independentemente se foi por meio de fruto de
atividade ilegal (MINARDI, 2021).
Nota-se que, embora um traficante pratique atividade ilegal à luz do ordenamento jurídico,
os frutos dessa atividade serão objeto de tributação. Exemplificando: se ele, por meio do dinheiro
do tráfico, adquire um imóvel urbano, deverá pagar o ITBI e o IPTU do referido imóvel, pois
ocorreu o fato gerador, logo o direito tributário não importa se o dinheiro é fruto de atividade ilícita
(MINARDI, 2021).
Esse aspecto pode ser verificado no art. 118 do CTN que expressa:
Desse modo, a interpretação do fato gerador de uma obrigação tributária é entendida fora
de julgamento de legalidade do negócio, ou seja, da atividade a qual houve o recebimento dos
frutos. Para Alexandre (2020, p. 46)
Justifica-se tal ação pelo princípio da isonomia, igualdade entre todos os contribuintes. Se
aquele que exerce atividade honesta pagará impostos, assim o que é ilegal, também deverá ter a
mesma obrigação. Ainda há o princípio da “pecúnia non olet” (o dinheiro não tem cheiro), elegido
pelo Imperador Romano Vespasiano, quando questionado pela cobrança do uso dos banheiros
públicos, respondeu: “o dinheiro não cheira” (ALEXANDRE, 2020).
Outra característica expressa no escopo do art. 3º do CTN é a instituição da prestação
tributária somente por lei. É decorrente do princípio da legalidade. Só mediante lei (ordinária ou
complementar), ou ação normativa com força de lei, nesse caso a medida provisória, podem ser
instituídos os tributos. Sob tal regra não há exceção prevista no ordenamento. (ALEXANDRE,
2020).
Por derradeiro, a prestação tributária é cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada. Logo, a atividade estatal de cobrar os tributos é realizada de forma
vinculada, ou seja, não cabe aqui juízo de conveniência e oportunidade. A cobrança deve ser
realizada sem qualquer observância à margem de escolha do fisco. Mesmo que qualquer fato seja
comovente ao olhar humano, se não for caso de imunidade previsto na Constituição ou, isenção
expressa em lei específica, deverá, obrigatoriamente, ser objeto de cobrança do devido tributo
(MINARDI, 2021).
através do seu próprio Código Tributário, que por sua vez institui os tributos municipais, estabelece
fato gerador, base de cálculo, alíquotas, penalidades, entre outros institutos (AFONSO, 2010).
No município de Palmas – TO, o Código Tributário Municipal foi instituído pela Lei
Complementar nº 107/2005, que revogou outras normas de direito tributário no âmbito no
município e, estabelece em seu art. 5º:
Assim, em consonância com a competência tributária, prevista no art. 156, CF, o município
só poderá instituir tais impostos e as demais espécies tributárias comuns a todos os entes
federativos.
Tem sua base legal no art. 145, III, CF, 81 e 82, CTN. É comum a todos os entes federativos
e é cobrada frente à realização de obra pública que, traga valorização imobiliária.
A Lei Complementar Municipal nº 107/2005, dispõe em seu art. 120:
No que tange aos limites da contribuição de melhoria, poderá ser adotado o limite global,
que é o valor total gasto na obra pública e, o valor individual, sendo o quanto fora valorizado,
individualmente com a benfeitoria da obra, para cada imóvel beneficiado.
2.2.2. TAXAS
Espécie tributária comum a todos os entes e tem por base legal o art. 145, II, CF e os arts.
77 a 80, CTN. É instituída em razão do exercício regular do poder de polícia, sendo por autorização
de autoridade administrativa, como por exemplo, fiscalização de funcionamento de
estabelecimento comercial. É cobrada também pela utilização efetiva ou potencial de serviço
público, específico e divisível (MINARDI, 2021).
O serviço público é considerado divisível, quando é possível ter mensuração do quanto cada
contribuinte utiliza de tal serviço. A exemplo, taxa sobre a coleta de lixo. Já a limpeza pública de
ruas e logradouros não pode ser remunerada por taxa, pois não é impossível mensurar a utilização
individual do serviço, bem como a iluminação pública é remunerada por meio de contribuição, a
COSIP (MINARDI, 2021).
É um imposto que tem como fato gerador ser proprietário de imóvel urbano. Assim é
necessário o “animus domini”, logo, ser mero possuidor não obriga ao pagamento, pois não houve
incidência do fato gerador. Tem como base de cálculo o valor venal do imóvel (MINARDI, 2021).
Todavia, é devido o pagamento pelo promitente comprador que já esteja na posse do bem,
pois já pratica o fato gerador. O IPTU é um tributo real, pois leva em consideração as características
do bem, sendo importante características pessoais do dono do imóvel (MINARDI, 2021).
Para incidência do IPTU, o imóvel deve estar localizado na zona urbana ou na zona de
expansão urbana. Contudo o art. 32, § 2º do CTN nos traz um conceito claro do que é considerada
zona urbana para fins de cobrança do IPTU:
II - abastecimento de água;
III - sistema de esgotos sanitários;
IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do
imóvel considerado (BRASIL, 1966).
Cabe considerar que os imóveis localizados em zona de expansão urbana, de acordo com o
Plano Diretor do município, mesmo não possuindo o mínimo de dois melhoramentos previstos pelo
CTN, terá incidência do IPTU (PALMAS, 2005).
O imposto traz uma característica importante, é considerado progressivo, pois é embutido
na cobrança o cumprimento da função social do imóvel. Logo, caso não a cumpra, o IPTU terá sua
alíquota progressiva no tempo (MINARDI, 2021).
O imposto sobre a transmissão por ato oneroso inter vivos, de bens imóveis, bem como
cessão de direitos a eles relativos, ITBI, tem como hipótese de incidência:
I - a transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, da propriedade ou do
domínio útil de bens imóveis, por natureza ou por acessão física, conforme definido no
Código Civil;
II - a transmissão inter vivos, por ato oneroso, a qualquer título, de direitos reais sobre
imóveis, exceto os direitos reais de garantia;
III - a cessão de direitos relativos às transmissões referidas nos incisos anteriores
(PALMAS, 2005).
O ITBI incide na transmissão do bem imóvel a título oneroso, como por exemplo: compra
e venda, bem como na transmissão de direitos reais, previstos no Código Civil e, direitos a sua
aquisição: dação em pagamento e arrematação em hasta pública.
O art. 1.225, Código Civil (CC) dispõe:
Logo, se houver a transmissão de quaisquer dos direitos reais expostos no art. 1.225 do
Código Civil, ocorrerá a incidência do ITBI. O imposto é devido após o registro em cartório e será
arrecadado no município onde tiver situado o bem. É um imposto predominantemente fiscal, ou
seja, sua função é estritamente a arrecadação de numerário aos cofres públicos (MINARDI, 2021).
Tem como base de cálculo o valor venal do imóvel. No Código Tributário de Palmas, o
sujeito passivo do ITBI é o adquirente do bem imóvel ou direitos, uma vez que o CTN deixa livre
para cada município, por meio de sua legislação, dizer quem será o sujeito passivo (PALMAS,
2005).
Na forma do art. 156, III, CF/88, o município é competente para instituir o imposto sobre
serviços que não são abrangidos pelo ICMS, que é um imposto estadual. É incidente sobre a
prestação de serviço (obrigação de fazer) e deve ter previsão em lei complementar, a saber a LC
116/03. A Súmula Vinculante 31 veda, expressamente, a incidência do ISS sobre locação de bens
móveis (MINARDI, 2021).
Em regra, o município que arrecada o imposto é o do estabelecimento do prestador de
serviço, se não estiver em seu domicílio, com exceções apontadas na LC 116/03, quando se tratar
de construção civil, demolição e elaboração de congressos, sendo que o município que irá arrecadar
será onde foi prestado o serviço (BRASIL, 2003).
Sua base de cálculo é o valor do serviço e o sujeito passivo é o prestador. No que tange à
alíquota, o CTN deixa a cargo discricionário de cada município, por meio de lei complementar,
fixa-la. No entanto estabelece que os percentuais sobre o valor da prestação estão fixos entre 2% a
5% (MINARDI, 2021).
No município de Palmas, conforme o art. 14 da LC 107/05, as alíquotas variam de acordo
com a atividade da prestação, sendo fixas em dois grupos de 5% e 3%, assim, obedecendo ao
disposto no CTN (PALMAS, 2005).
do século é contar com o plano diretor privilegiado com as áreas verdes proporcionando espaços
de lazer para as pessoas. Como uma característica importantíssima é a preservação da natureza,
que para a Prefeitura de palmas é uma palavra-chave na cidade, pois é reconhecida como uma das
mais arborizadas do Brasil. O governo possui ações públicas voltadas para a família e comunidade
(PALMAS, 2014).
A Capital é referência em saúde principalmente em tratamento de combate de várias
doenças e na qualidade da educação. A cidade de palmas destaca-se com um quantitativo de 29
escolas que atendem alunos desde a pré-escola até a conclusão da formação acadêmica e possui
um índice de evasão escolar que gira em torno aproximadamente de 11% e com repetência dos
alunos em 6.12% (PALMAS, 2014).
A economia do Tocantins é composta pelos setores econômicos como serviços; comercio;
indústria; agropecuária; financeiro e serviços públicos (Quadro 1). O que predomina no Estado são
os setores de serviços e comercio, que somando corresponde 32% das empresas ativas nos anos de
2019 e 2020 (PALMAS, 2014).
6
Disponível em <https://central.to.gov.br/download/214278/> Acesso: 27 julh.2021.
73
3. METODOLOGIA
Quanto aos procedimentos de coleta de dados destaca-se que os dados secundários foram
coletados durante toda a pesquisa em textos já divulgados na mídia impressa e virtual,
principalmente em livros, artigos científicos das áreas contábil e jurídica; monografias e revistas.
O instrumento de coleta dos dados secundários foi o editor de texto denominado Microsoft Word.
Quanto aos dados primários, isto é, os dados financeiros sobre a arrecadação tributária do
município de Palmas - TO, os mesmos foram obtidos, no segundo semestre do ano de 2021, pela
consulta ao Portal da Transparência da Prefeitura de Palmas - TO. Para acessar, entre no endereço
http://portaldatransparencia.palmas.to.gov.br/ na aba Receita e depois basta selecionar o período
desejado para pesquisa. O instrumento de coleta dos dados primários foi a planilha do Excel.
Os dados secundários foram organizados por conteúdos e os dados primários foram
organizados em planilhas do Excel, tratados estatisticamente, analisados com outros fenômenos e
interpretados de acordo com a teoria estudada.
A devolução dos dados se dará por meio de apresentação, na Universidade Federal do
Tocantins (UFT), e posteriormente com disponibilização do material digital, em formato pdf,
podendo ser encaminhado por e-mail aos locais objetos do estudo deste trabalho de pesquisa.
4. RESULTADOS
Para elaboração do estudo de caso foram apurados os dados tributários dos anos 2019 e
2020. Para a tabulação desses dados foi utilizada análise gráfica para visualizar as variações dos
tributos no período estudado. Com o objetivo de melhor entendimento dessas variações, foi
realizado o comparativo mensal dos mesmos.
4.1.ARRECADAÇÃO TOTAL
TOTAL DA
R$ 275.991.425,06 R$ 254.455.432,39
ARRECADAÇÃO
100% 100% (7,80%) 100%
DIFERENÇA
R$ 21.535.992,67
ENTRES ELES
R$ 140.000.000,00
R$ 120.000.000,00
R$ 100.000.000,00
R$ 80.000.000,00
R$ 60.000.000,00
R$ 40.000.000,00
R$ 20.000.000,00
R$ 0,00
2019 2020
o Imposto sobre a Propriedade é um dos mais adequados para a tributação municipal, mas
é também um dos mais difíceis de administrar, devido ao grande número de contribuintes e
às dificuldades encontradas na avaliação dos imóveis, que requer uma máquina burocrática
eficiente e cadastros informatizados. O Imposto Sobre Serviço, por sua vez, é de caráter
predominantemente declaratório e requer a existência de auditores fiscais para combater a
evasão. [...] tarefa que se torna mais complicada quando se trata de empresas pequenas que
não mantêm uma contabilidade regular.
.
Cabe destacar que a arrecadação do IPTU pode diminuir devido a descontos e benefícios fiscais
concedidos aos proprietários de imóveis urbanos (SOARES; FLORES; CORONEL, 2014).
77
O IPTU é uns dos principais impostos municipais, sendo pago por dono de apartamentos,
casas, prédios, terrenos, etc. Se for corretamente recolhido é umas das fontes de receita municipal
que dá mais retorno porque “a imobilidade da base tributária permite ao município identificar
fisicamente as propriedades localizadas em seu território e estas, por sua vez, não terão como evitar o
pagamento do imposto deslocando-se para outras regiões” (REZENDE, 2001, p. 244).
Em Palmas - TO o lançamento do IPTU é realizado no início de cada ano e enviado para
que cada contribuinte o incorpore no rol das suas dívidas. Contudo, o contribuinte palmense possui
a facilidade de aderir ao Programa de Parcelamento Especial de Débitos junto a Prefeitura da
Capital e o IPTU é um dos impostos comtemplados por essa ação pública. Esse programa tem o
objetivo de ajudar no acerto de contas com o fisco municipal e é um serviço voltado para as pessoas
físicas e jurídicas (PREFEITURA DE PALMAS, 2021).
A arrecadação final do IPTU de 2019 incluindo dívida ativa, multas e juros foi de R$
94.993.713. Já no ano de 2020 arrecadação final incluindo dívida ativa, multas e juros foi
68.955.914,51. Com um decréscimo de um ano para outro de R$ 26.037.799,45.
Esse decréscimo pode ser justificado por descontos proporcionados aos contribuintes,
aumento da inadimplência, tabela do valor venal desatualizada, diminuição do nível de renda da
população, cadastro incorreto e desatualizado os imóveis. Também pode ter sido provocado pelo
aumento do prazo para o pagamento com a adesão ao Programa de Parcelamento Especial de
Débitos e pela crise financeira provocada pela pandemia da Covid-19.
Ao comparar mensalmente os valores arrecadados do IPTU foi percebido que houve
decréscimo nos meses de fevereiro, abril, maio, outubro, novembro e dezembro do ano de 2019
para 2020, conforme apresentado no Gráfico 2.
IPTU
30.000.000,00
25.000.000,00
20.000.000,00
15.000.000,00
10.000.000,00
5.000.000,00
0,00
2019 2020
Ao analisar o Gráfico 2, é possível identificar que em cada ano existe uma maior
arrecadação no mês de março, isso porque nesse período a prefeitura estabelece o prazo de
pagamento do IPTU com 10% de desconto. Mas, para efetivar este desconto o contribuinte precisa
pagar o imposto em parcela única e está em dia com todos os tributos municipais referentes ao ano
anterior. (G1 TOCANTINS, 2019)
80
O ITBI incide em todas as transferências de propriedade de bens imóveis das áreas urbana
e rurais por ato oneroso (doação e herança o mesmo não é cobrado). Sua base de cálculo é o valor
de mercado de imóvel negociado. As alíquotas são definidas em lei municipal e, em Palmas - TO
é de 6%. O sujeito passivo do ITBI será o comprador do imóvel. A base de cálculo será o valor venal,
declarado pelo contribuinte, dos bens ou direitos transmitidos. O ITBI deve ser pago onde o imóvel
está localizado (PREFEITURA DE PALMAS, 2021).
Para Tristão (2003, p. 101) o ITBI não representa uma fonte muito previsível de recursos
para o município. Contudo, como a escrituração do imóvel não pode ser feita sem o pagamento do
ITBI, diminuem as chances do imposto ser sonegado. Não obstante, existe a possibilidade do
“contribuinte subdeclarar o valor negociado na transação. Para evitar essa situação, as prefeituras
precisam ter equipes capazes de avaliar corretamente o valor venal dos imóveis segundo os preços
de mercado”.
No entanto, o site da Prefeitura de Palmas, desde 2019, vem sendo registrado um
crescimento na arrecadação do ITBI, um dos principais indicadores que aponta para a saúde
econômico-financeira do Município (PREFEITURA DE PALMAS. 2021).
Segundo o secretário de Finanças de Palmas, Rogério Ramos, essa informação reflete a
confiança do contribuinte na política fiscal da administração pública municipal, além da solidez
alcançada pelo mercado imobiliário local. “Um mercado imobiliário aquecido demonstra,
normalmente, a saúde econômica do município, uma vez que demonstra que as pessoas se sentem
seguras para investir”, comentou Ramos (PREFEITURA DE PALMAS, 2021).
A arrecadação final do ITBI de 2019 incluindo dívida ativa, multas e juros foi de R$
22.326.266,59. A arrecadação final do ITBI de 2020 incluindo dívida ativa, multas e juros totalizou
81
R$ 31.067.326,57. Percebe-se uma diferença positiva (acréscimo) de um ano para outro no total de
R$ 8.741.059,98, conforme evidenciado na Quadro 5.
ITBI
5.000.000,00
4.000.000,00
3.000.000,00
2.000.000,00
1.000.000,00
0,00
2019 2020
O fato gerador do ISS de acordo com a Lei Complementar 116/2003, é a prestação efetiva,
por empresa ou profissional autônomo, com ou sem estabelecimento fixo, de qualquer dos serviços
constantes na Lista de Serviços anexa a essa lei, exceto serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e os serviços de comunicação pois são de competência dos Estados. O sujeito passivo
(pagador) é o prestador do serviço, quer seja ele empresa ou profissional autônomo. A base de cálculo
do ISS é o preço cobrado pelo contribuinte pelo serviço que prestou. Sobre esse valor, aplica-se
uma alíquota que pode variar de um mínimo de 2% até um valor máximo de 5%, conforme definido
em legislação específica de cada município. Em Palmas - TO a alíquota é de 3,5%. De acordo com
a Lei Complementar nº 175 de 23 de setembro de 2020, o ISS deve ser recolhido no município onde
está o cliente (destino), e não mais na cidade-sede do prestador.
Gráfico 4 - Gráfico apresenta os índices relativos ao ISS dos anos de 2019 e 2020
ISS
15.000.000,00
10.000.000,00
5.000.000,00
0,00
2019 2020
e) Taxas pelo exercício do poder de polícia; taxas de inspeção, controle e fiscalização; taxa
de licença para funcionamento de estabelecimentos comerciais, industriais e prestadora
de serviços: como exemplo cita-se: taxa de Publicidade Comercial; Taxa de Apreensão
e Depósito; Taxa de Funcionamento de Estabelecimentos em Horário Especial; Taxa de
Licença para Execução de Obras; Taxa de Utilização de Área de Domínio Público; Taxa
de Aprovação do Projeto de Construção Civil.
f) Taxa de gerenciamento operacional de operadora de plataforma tecnológica tais como:
Taxa de Fiscalização de UBER; Taxa de Alinhamento e Nivelamento; Taxa de
Comércio em Logradouro; Taxa de Divertimentos Públicos; Taxa de Autorização de
Trânsito; Taxa de Autorização de Funcionamento de Transporte; Taxa de Fiscalização
e Regulação de Serviços Públicos de Transporte Público Coletivo.
g) Taxa de controle e fiscalização ambiental
h) Taxas pela prestação de serviços assim descritas: Taxa de Limpeza Pública; Taxas de
Serviços Cadastrais; Taxa de Emissão de Certidões; Taxa de Conservação de Vias e
Logradouros; Taxa de Coleta de Lixo; Taxas de Serviços da Fazenda Pública; Taxas de
Serviços de Urbanismo; Taxas de Serviços Sanitários; Taxas de Serviços de Trânsito e
Transportes.
A arrecadação final em 2019 (Quadro 7) incluindo todas as taxas municipais totalizou R$
28.822.749,00. A arrecadação final de 2020 incluindo todas as taxas municipais monta R$
28.310.536,44. Portanto há uma diferença negativa (decréscimo) no valor de R$ 512.212,56.
Ao comparar mensalmente os valores arrecadados das Taxas foi identificado que houve
decréscimo nos meses de fevereiro, abril, maio, outubro e dezembro, do ano de 2019 para 2020,
conforme apresentado no Gráfico 5.
Gráfico 5 - Gráfico apresenta os índices relativos as Taxas dos anos de 2019 e 2020
TAXAS
7.000.000,00
6.000.000,00
5.000.000,00
4.000.000,00
3.000.000,00
2.000.000,00
1.000.000,00
0,00
2019 2020
Gráfico 6 - Gráfico apresenta os índices relativos as Contribuição de Melhorias dos anos de 2019
e 2020
CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA
12.000,00
10.000,00
8.000,00
6.000,00
4.000,00
2.000,00
0,00
2019 2020
Percebe-se que a arrecadação total de tributos fora maior no exercício de 2019 se comparado
a 2020. Tal situação ocorreu por vários fatores, como ações do poder executivo com objetivo de
arrecadar, como por exemplo, a prorrogação do REFIS (recuperação fiscal) voltada para o IPTU,
logo se estimulou a arrecadação de tal imposto, bem como uma eficácia maior nas ações de
execuções fiscais, inscrição em dívida ativa, entre outras medidas. Assim, a estimativa de
arrecadação do executivo, no referido exercício era bastante positiva, foi o que ocorreu. Contudo,
ao compararmos os números de 2020, a arrecadação total foi menor, haja vista foi um ano em que
as ações governamentais estavam voltadas para a questão de saúde pública, assim houve maior
flexibilização quanto ao recolhimento do IPTU, por exemplo. Desse modo, nota-se que os impostos
que tiveram crescimento foram: ITBI e Contribuições de Melhoria. Houve queda significativa no
recolhimento do IPTU e ISS, o que já se esperava. Já as taxas municipais se mantiveram no mesmo
patamar, em relação ao exercício anterior apresentado pouca variação.
5. CONCLUSÃO
88
exclusivamente para esse aspecto. Enquanto em 2019 o intuito de arrecadação estava concentrado
em políticas como os refis, maior eficiência na execução fiscal, inscrição em dívida ativa, entre
outras.
Portanto, os objetivos da foram alcançados, visto que através da Análise Gráfica e
Horizontal, calculou-se a variação percentual de queda na arrecadação Municipal. Possibilitando
apontar quanto o município de Palma – TO deixou de arrecadar no ano de 2020, o montante total
em valor monetário de R$ 21.535.992,67 em relação ao exercício de 2019.
É importante destacar que o Portal da transparência da Prefeitura de Palmas – TO, foi a
principal fonte de extração dos dados desta pesquisa. Levando em consideração a dificuldade na
coleta dos dados sendo necessário a solicitação de auxílio do Setor de Contabilidade Geral da
Prefeitura, que faz parte da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Humano do município.
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