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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

CAMPUS UNIVERSÍTARIO DE PALMAS


CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

LEONARDO MEDRADO DE OLIVEIRA

EVOLUÇÃO DA ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA NO MUNICÍPIO DE


PALMAS – TO NO PERÍODO DE 2019 A 2020

Palmas – TO
2021
LEONARDO MEDRADO DE OLIVEIRA

EVOLUÇÃO DA ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA NO MUNICÍPIO DE


PALMAS – TO NO PERÍODO DE 2019 A 2020

Monografia apresentada à UFT – Universidade


Federal do Tocantins – Campus Universitário
de Palmas, Curso de Administração para
obtenção do título de Bacharel em
Administração e aprovada em sua forma final
pelo Orientador e pela Banca Examinadora.

Orientadora: Profª. Doriane Braga Nunes Bilac

Palmas – TO
2021
LEONARDO MEDRADO DE OLIVEIRA

EVOLUÇÃO DA ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA NO MUNICÍPIO DE


PALMAS – TO NO PERÍODO DE 2019 A 2020

Monografia apresentada à UFT – Universidade


Federal do Tocantins – Campus Universitário
de Palmas, Curso de Administração para
obtenção do título de Bacharel em
Administração e aprovada em sua forma final
pelo Orientador e pela Banca Examinadora:

Data de Aprovação ___/ ___/ _____

Profª. Dra. Doriane Braga Nunes Bilac (Orientadora)


Universidade Federal do Tocantins

Prof. Dr. José Antonio Chavez Olortegui


Universidade Federal do Tocantins

Prof. Dr. Geraldo Costa Júnior


Universidade Federal do Tocantins

Palmas – TO
2021
1

RESUMO

Os municípios só foram reconhecidos como unidade da federação, a partir da constituição de


1988. Desse período em diante assumem responsabilidades pela criação e execução de ações
públicas colocadas à disposição dos cidadãos que, até então, era obrigação dos Estados ou da
União. Contudo, sua arrecadação tributária é insuficiente para atender as demandas sociais e
econômicas da sociedade. Nesse contexto questionou-se: qual foi a evolução da arrecadação
tributária do Município de Palmas – TO no período de 2019 até 2020? Para responder esse
questionamento foi definido como objetivo geral: demonstrar a evolução da arrecadação
tributaria do Município de Palmas – TO no período de 2019 até 2020, e como objetivos
específicos: caracterizar tributos e suas espécies tributárias, descrever os tributos municipais,
identificar as principais fontes de arrecadação do Município de Palmas – TO; comparar a
arrecadação tributária do municipio de Palmas – TO no período de 2019 a 2020. A metodologia
desenvolvida classificou a pesquisa como descritiva e quantitativa. O instrumento de coleta de
dados foi a planilha do Excel, possibilitando a organização e a representação gráfica da
arrecadação tributária. Posteriormente, os dados foram interpretados e analisados de acordo
com a teoria estudada. Os resultados apontam que houve queda na arrecadação do IPTU de
27,41% em relação ao ano de 2019. Já as contribuições de melhorias aumentou 297,07%
seguidos de ITBI com 39,151%, sendo que o ISS apresentou uma queda de 2,88%, e as Taxas
com diminuição de 1,77%. Assim, conclui-se que os impostos representam a maior fonte da
receita tributária seguida das taxas e por último da contribuição de melhoria.

Palavras Chave: Tributos Municipais. Arrecadação. Município de Palmas – TO.


2

ABSTRACT

The municipalities were only placed as a unit of the federation after the constitution of 1988.
From that period onwards, they assume responsibility for the creation and execution of actions
made available to citizens, which, until then, was an obligation of the States or the Union. tax
collection is insufficient to meet social demands and promote society. In this context, the
following question was asked: what was the evolution of tax collection in the Municipality of
Palmas - TO in the period from 2019 to 2020? To answer this question, the general objective
was defined: to demonstrate the evolution of tax collection in the Municipality of Palmas – TO
in the period from 2019 to 2020, and as specific objectives: to characterize taxes and their tax
types, define municipal taxes, identify the main sources collection of the Municipality of
Palmas – TO; compare the tax collection of the city of Palmas – TO in the period 2019 to 2020.
The developed methodology classified the research as descriptive and quantitative. The data
collection instrument was an Excel spreadsheet, enabling the organization and graphical
representation of tax collection. Subsequently, the data were interpreted and agreed according
to the theory studied. The results show that there was a drop in IPTU collection of 27.41%
compared to 2019. Contributions to improvements increased by 297.07%, followed by ITBI
with 39.151%, with the ISS falling by 2.88 %, and as Rates with a decrease of 1.77%. Thus, it
is concluded that taxes represent the largest source of tax revenue, followed by fees and finally
by the improvement contribution.

Key-Words: Municipal Taxes. Collection. Municipality of Palmas – TO.


3

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Comparação da arrecadação tributária de 2019 a 2020 ......................................... 37


Gráfico 2 - Gráfico apresenta os índices relativos ao IPTU do ano de 2019 e 2020 ................ 41
Gráfico 3 - Gráfico apresenta os índices relativos ao ITBI do ano de 2019 e 2020 ................. 43
Gráfico 4 - Gráfico apresenta os índices relativos ao ISS dos anos de 2019 e 2020 ................ 45
Gráfico 5 - Gráfico apresenta os índices relativos as Taxas dos anos de 2019 e 2020 ............ 47
Gráfico 6 - Gráfico apresenta os índices relativos as Contribuição de Melhorias dos anos de
2019 e 2020 .............................................................................................................................. 48
4

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Tributação Régia no Brasil - período colonial e imperial....................................... 15


Tabela 2 - Setor econômico com maior número de Empresas Ativas no Tocantins ................ 28
Tabela 3 - Município com o maior número de Empresas Ativas no Tocantins – 2019-2020 .. 28
Tabela 4 - Arrecadação Tributária em Palmas – TO nos anos de 2019 e 2020........................ 36
Tabela 5 - Análise da Arrecadação do IPTU dos anos de 2019 e 2020 ................................... 40
Tabela 6 - Análise da Arrecadação do ITBI dos anos de 2019 e 2020..................................... 42
Tabela 7 - Análise da Arrecadação do ISS nos anos de 2019 e 2020....................................... 44
Tabela 8 - Análise da Arrecadação das TAXAS dos anos de 2019 e 2020 .............................. 46
Tabela 9 - Análise da Arrecadação da Contribuição de Melhoria dos anos de 2019 e 2020 ... 48
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LISTA DE SIGLAS

CC Código Civil
CF Constituição Federal
COSIP Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública
COVID-19 Coronavirus Disease 2019
CTN Código Tributário Nacional
ICMS Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
IGF Imposto sobre Grandes Fortunas
IPTU Imposto Predial e Territorial Urbano
ISS O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza
ITBI Imposto de Transmissão de Bens Imóveis
PIS Programa de Integração Social
REFIS Programa de Refinanciamento de Dívidas
SEPLAN Secretaria do Planejamento e Orçamento
STF Supremo Tribunal Federal
STN Secretaria do Tesouro Nacional
UFT Universidade Federal do Tocantins
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 8
JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA .................................................................................. 8
PROBLEMÁTICA .............................................................................................................. 9
OBJETIVOS ...................................................................................................................... 10
1.3.1. Objetivo Geral ................................................................................................................. 10
1.3.2. Objetivos Específicos ...................................................................................................... 10
DELIMITAÇÃO DO ESTUDO ........................................................................................ 10
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ................................................................................ 11
2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................ 12
CONTEXTO HISTÓRICO DA TRIBUTAÇÃO .............................................................. 12
DEFINIÇÃO DE TRIBUTO ............................................................................................. 18
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA ..................................................................................... 20
LIMITES AO PODER DE TRIBUTAR ........................................................................... 21
2.4.1. Princípio da Legalidade Tributária ............................................................................... 21
2.4.2. Princípio da Isonomia .................................................................................................... 22
2.4.3. Irretroatividade da Lei Tributária ................................................................................. 23
2.4.4. Anterioridade do Exercício e Anterioridade Nonagesimal........................................... 24
2.4.5. Não Confisco .................................................................................................................. 25
2.4.6. Uniformidade Geográfica .............................................................................................. 25
2.4.7. Capacidade Contributiva ............................................................................................... 25
2.4.8. Liberdade de Tráfego ..................................................................................................... 25
2.4.9. Vedação da Isenção Heterônoma .................................................................................. 26
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA ........................................................................................... 26
MUNICÍPIO DE PALMAS – TO ..................................................................................... 27
SISTEMA TRIBUTÁRIO DO MUNICÍPIO DE PALMAS – TO ................................... 29
2.7.1. Contribuição de Melhoria .............................................................................................. 29
2.7.2. Taxas ............................................................................................................................... 30
2.7.3. Imposto Predial Territorial Urbano – IPTU ................................................................. 30
2.7.4. Imposto sobre Transmissão de Bem Imóvel – ITBI ..................................................... 31
2.7.5. Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS ................................................... 32
2.7.6. Arrecadação Tributária em Palmas – TO ..................................................................... 33
3. METODOLOGIA .............................................................................................................. 34
7

TIPO DE PESQUISA ........................................................................................................ 34


POPULAÇÃO E AMOSTRA ........................................................................................... 35
INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS .......................... 35
PROCEDIMENTO DE ANÁLISE DE DADOS .............................................................. 35
DEVOLUÇÃO DOS DADOS .......................................................................................... 35
4. RESULTADOS .................................................................................................................. 36
ARRECADAÇÃO TOTAL .............................................................................................. 36
ARRECADAÇÃO DO IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDIAL E
TERRITORIAL URBANA (IPTU).......................................................................................... 39
ARRECADAÇÃO DO IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO “INTER VIVOS” DE
BENS IMÓVEIS E DE DIREITOS REAIS SOBRE IMÓVEIS (ITBI) .................................. 41
ARRECADAÇÃO DO IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA
(ISS) .......................................................................................................................................... 43
ARRECADAÇÃO DAS TAXAS ..................................................................................... 45
ARRECADAÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA .......................................... 47
SÍNTESE DOS RESULTADOS ....................................................................................... 49
5. CONCLUSÃO .................................................................................................................... 50
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 52
7. APÊNDICE 1...................................................................................................................... 55
APÊNDICE 2 .................................................................................................................... 56
APÊNDICE 3 .................................................................................................................... 57
APÊNDICE 4 .................................................................................................................... 58
APÊNDICE 5 .................................................................................................................... 59
APÊNDICE 6 ................................................................................................................... 60
8

1. INTRODUÇÃO

A constituição de 1988 reconheceu os municípios como unidade da federação. Portanto,


houve uma maior liberdade política, administrativa e financeira, que acompanhou uma
descentralização de recursos e atribuições (ABRUCIO; FRANZESE, 2007).
A descentralização financeira foi realizada com a autonomia dos municípios e estados
para instituir e arrecadar seus próprios tributos (impostos, taxas e contribuição de melhorias) e
pela criação dos fundos de participação estaduais e municipais, permitindo assim a
intensificação dos repasses de verbas federais aos governos locais. Isso impactou de maneira
positiva na consolidação de políticas públicas demandada pela sociedade (GIROLDO;
KEMPFER, 2012).
Apesar dessa autonomia as receitas próprias dos municípios são insuficientes para arcar
com as atribuições adquiridas sendo necessário repasses de grandes quantias da União aos
Estados e municípios. Esses repasses têm o objetivo de diminuir a desigualdade entre os entes
que possuem menor capacidade arrecadatória e a implementação de projetos de interesse
nacional (VARSANO, 1996).
Contudo, essa insuficiência de recursos é parcialmente sanada com a arrecadação de
diversos tributos municipais (impostos, taxas e contribuição de melhoria) que estão
regulamentados no Código Tributário Municipal (AFONSO, 2010).
Nesse estudo será dado destaque aos seguintes tributos: Imposto Predial Territorial
Urbano (IPTU), Imposto sobre Transmissão de Bem Imóvel (ITBI),e o Imposto sobre Serviços
de Qualquer Natureza (ISS), Taxas e Contribuição de Melhoria pelo volume de recursos que
geram ao município de Palmas – TO.

Justificativa e Relevância

O tema foi escolhido devido a mídia impressa e virtual relatar que os municípios têm
uma situação econômico-financeira e operacional precária; estão com alto grau de
endividamento, sobretudo a curto prazo; estão com poucos recursos para pagar servidores e
fornecedores, executar os serviços públicos essenciais, manter a máquina administrativa, bem
como implantar e operacionalizar os planos de governo (AFONSO; ARAÚJO, 2000).
Outro fator que justifica a escolha do tema deve-se ao fato de Palmas ser a capital do
Estado do Tocantins, portanto importante, tanto pelo número de habitantes quanto pela sua
posição geográfica e influência financeira e política sobre as demais cidades do Estado. Além
9

disso, o período selecionado, 2019-2020, foi motivado pela disponibilidade no portal de


transparência da Prefeitura Municipal (http://portaldatransparencia.palmas.to.gov.br) dos dados
necessários para a realização desse estudo. Destaca-se também que os TRIBUTOS ISS, IPTU,
ITBI, TAXAS E CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA foram escolhidos por representar
recursos financeiros dentro do total das receitas próprias da cidade de Palmas – TO.
Assim espera-se com esse estudo contribuir para que a sociedade tenha conhecimento
sobre as fontes de recursos tributárias que contribuem para que o município de Palmas – TO
oferte serviços públicos, custei suas atividades e execute investimentos e melhorias em
benefício da sua população.
Nesse sentido, o tema é relevante por gerar conhecimento para que o cidadão assuma
uma atitude fiscalizadora contra a corrupção, o desperdício e o descaso com os recursos
públicos.

Problemática

O Poder Público atende as necessidades dos cidadãos, como saúde, educação, transporte
público, habitação, segurança, dentre outras, por intermédio de políticas públicas.
Políticas Públicas segundo Teixeira (2002), são diretrizes, princípios, regras e
procedimentos que vão nortear as ações dos governantes com o fim de atender as demandas da
sociedade.
Para atender essas demandas, os gestores de Municípios, Estados e da União precisam
arrecadar recursos em forma de receita (receitas de transferência e receitas próprias), isto é,
entradas financeiras que se incorporam sem reservas ao patrimônio estatal (SILVA, 1996).
Com a publicação da Constituição Federal de 1988 as receitas municipais aumentaram
devido aos repasses recebidos de outras esferas governamentais (receitas de transferências) e
as obtidas pela instituição legal dos tributos municipais (receitas próprias) (ÁVILA, 2013).
Contudo, segundo dados da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), a maioria dos
municípios brasileiros são dependentes das receitas de transferência, sendo que esta é de maior
representatividade em relação a receita total e, em contrapartida, menor expressividade as
receitas próprias (COSTA, 2010).
Diante desse contexto, é importante analisar o comportamento dos tributos (ISS, IPTU,
ITBI, taxas e contribuição de melhoria) que compõe o rol das receitas municipais e as possíveis
ações governamentais que podem explicar a variação para mais ou menos nos valores dessas
10

fontes financeiras. Assim foi levantado a seguinte pergunta: qual foi a evolução da arrecadação
tributária do Município de Palmas – TO no período de 2019 até 2020?
Objetivos

1.3.1. Objetivo Geral


• Demonstrar a evolução da arrecadação tributária do Município de Palmas – TO no
período de 2019 até 2020.

1.3.2. Objetivos Específicos

• Caracterizar tributos e suas espécies tributárias;


• Descrever os tributos municipais;
• Identificar as principais fontes de arrecadação do Município de Palmas – TO;
• Comparar a arrecadação tributária do municipio de Palmas – TO no período de 2019 a
2020.

Delimitação do estudo

O objeto de estudo é a arrecadação tributária do Imposto Predial Territorial Urbano


(IPTU), Imposto sobre Transmissão de Bem Imóvel (ITBI) e o Imposto sobre Serviços de
Qualquer Natureza (ISS), Taxas e Contribuição de Melhoria realizadas pelo município de
Palmas – TO no período de 2019 a 2020.
11

Organização do trabalho

O presente trabalho está sistematizado em quatro capítulos com a intenção de transmitir


o conhecimento adquirido durante a realização do estudo apresentado.
Capítulo 1 – Introdução: Apresenta-se nesse item o problema de pesquisa, os objetivos
a serem alcançados, a justificativa, a delimitação do estudo. Com essa caracterização é possível
identificar o que se espera alcançar com a elaboração do trabalho.
Capítulo 2 – Referencial Teórico: No presente capítulo foram apresentados conteúdos
essenciais para gerar conhecimento sobre o sistema tributário, os tributos, as competências
tributárias, os limites ao poder de tributar e a descrição do município de Palmas – TO e seu
sistema tributário.
Capítulo 3 – Metodologia: São apresentados o tipo de pesquisa, a coleta de dados, o
instrumento de coleta e os procedimentos de análise.
Capítulo 4 – Resultados: Esse capítulo apresenta e analisa os dados coletados,
representando-os graficamente e comparando as respostas com os teóricos estudados.
Capítulo 5 – Conclusão: Esse capítulo abrange a finalização da pesquisa. Nele
demonstra-se a conclusão em si do estudo realizado.
12

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Contexto Histórico da Tributação

Quando se fala em história da tributação no mundo, tal contexto se confunde com a


própria existência da civilização, uma vez que a prática de recolher tributos e revertê-lo para o
bem coletivo é notória desde a origem de tribos primitivas. É certo que, quando se fala dentro
de um contexto histórico tão remoto, não há o que se falar em pagamento de tributo em dinheiro,
todavia existia um trabalho e esforço mútuo para o bem-estar de todos. Assim, o trabalho era a
concepção de tributo, para que assim, pudesse existir segurança, infraestrutura, alimento, entre
outras melhorias (SILVA, 2019).
Entretanto, advindo à migração do comportamento social do nomadismo para o
sedentarismo, houve também, o crescimento populacional, contribuindo para a separação de
povos e, afirmação de governos. Surge nesse momento uma imposição dos governantes para
com seus subordinados em relação à cobrança de tributos (SILVA, 2019).
Em relação à obrigação de pagar tributos, para o professor Balthazar (2005, p. 20)
“passaram, juridicamente, de imposições arbitrárias e vexatórias, de donativos voluntários, para
contribuições compulsórias pelos costumes e, posteriormente, amparadas em lei”.
Contudo, a primeira grande civilização que instituiu o pagamento de tributos, foi o
antigo Egito, cujo líder, o Faraó, tinha pleno domínio político, ideológico e religioso sobre a
nação e, por isso, sendo considerado Deus. Todavia, os tributos eram pagos com o fim de
custear os luxos e privilégios da corte faraônica, pois se tratava de um governo imperialista e
escravocrata e, ainda se utilizava de coação física e ideológica para garantir a soberania e poder
(SILVA, 2019).
Adiante, no ápice do imperialismo romano, os tributos eram pagos ao imperador.
Todavia, Roma se valia de um modelo mais moderno no que tange o relacionamento dos
governantes para com o povo, pois a este era dado garantia de proteção, contudo não havia
participação popular para a tomada de decisões a respeito da tributação (SILVA, 2019).
No início da Idade Média, o império romano teve seu declínio, assim ocorreu uma
grande desestrutura em termos de governo e, por isso, os tributos eram cobrados
individualmente, por cada líder político regional. Sobre tais tributos, pontua Oliveira (2008, p.
70):
Os principais tributos então cobrados eram: a) a corveia, ou seja, o trabalho forçado
dos servos nas terras senhoriais, para preservar o castelo, muralhas etc.; b) a talha,
pagamento devido pela proteção e incidia sobre parte da produção; c) banalidades,
13

pelo uso do forno, do moinho, da forja, da prensa de olivas e uvas; d) taxa de


casamento, no caso de o servo casar-se fora do domínio; e)a mão-morta, devido em
decorrência de herança, uma vez que o senhor é o herdeiro e para ficar com bens
que já eram seus o servo paga; f) o dízimo, 10% dos rendimentos, devidos à Igreja;
g) péage (pedágio), pelo uso dos caminhos do senhor; h) gabela, taxa sobre o sal,
instituído em 1.341; i) chévage, imposto por cabeça sobre servos e alforriados etc.

Nesse contexto de opressão a exigência de tributos, em diferentes contextos históricos,


gerou motivo para grandes revoluções e lutas populares. A respeito, em 1789, na Europa surge
a Revolução Francesa, que foi um movimento social, que se opunha ao excesso tributário como
um dos principais pontos (OLIVEIRA, 2008).
O embate existente entre os reis e seus subordinados, quando o assunto se pautava em
pagar tributos, deixou evidente que havia uma carência de se pensar em novos métodos de
resolução. Assim, na Europa sobrevieram várias mudanças, como na Inglaterra por meio do
Parlamento e, na França, os ideais de legalidade expressos na Declaração de Direitos do Homem
e do Cidadão. Assim, a previsão de criação de espécies tributárias nasceu com a Revolução
Francesa (OLIVEIRA, 2008).
A proposta da Revolução Francesa era uma tributação justa ao povo, pois sem tal
realidade, não seria, de maneira nenhuma, possível à concretização dos demais pontos sociais
e políticos discutidos. Ao pôr fim à monarquia absolutista, a Revolução Francesa possibilita
que o povo participe na elaboração das leis tributárias e nos assuntos decisórios do governo,
bem como contribuiu para o constitucionalismo dos futuros anos (OLIVEIRA, 2008).
No Brasil, a história da tributação se dá com o período colonial, haja vista que toda
riqueza existente nesse país era destinada à Coroa Portuguesa. É certo que o Brasil viveu uma
política tributária injusta, ou seja, não tinha respeito, sequer, pela capacidade contributiva dos
colonos. Os tributos eram arrecadados com o objetivo principal de retenção de sua maior parte
com o fim de enviar para a Coroa Portuguesa. O pouco que restava era utilizado para custear a
manutenção das novas terras para exploração e não para que se edificasse um país (AMED;
NEGREIROS, 2000).
O primeiro tributo instituído pela Coroa Portuguesa nas terras brasileiras, foi o chamado
quinto. Era incidente sobre o Pau-Brasil e sobre todas as demais riquezas descobertas. Como a
moeda corrente que existia em Portugal não era a mesma na Colônia, os tributos eram pagos
sobre o valor de bens e riquezas exploradas, principalmente o Pau-Brasil. Haviam os
encarregados da Coroa Portuguesa em terras brasileiras com a função exclusiva de fiscalizar a
arrecadação e envio do tributo a Portugal (AMED; NEGREIROS, 2000).
14

A estreita ligação entre o Estado e a Igreja foi um fator que se reproduziu na nova
Colônia, pois o poder da Igreja era confundido com o poder Estatal. O alto Clero exercia
importante participação na política e na tomada de decisões sobre a tributação. Essa influência
esteve presente no período colonial e imperial (SANTI, 2008).
Existia uma aguda união entre igreja e o Estado, isso contribuía para uma interferência
direta nos aspectos tributários e na atividade fiscal do Estado. Em determinados momentos o
Estado arrecadava todos os tributos instituídos e, até mesmo o dízimo que era exigido pela
igreja. Assim, lhe era incumbido repassar o valor arrecado as autoridades eclesiásticas, que por
sua vez, eram considerados funcionários da administração pública (SANTI, 2008).
A relação entre ambos era tão intrínseca que a igreja exercia um papel justificador moral
e religioso da cobrança dos tributos, era possível até a aplicação de punições, caso os fiéis não
os pagassem, bem como multa, até chegar à penalidade maior que era a excomunhão. A igreja
trazia um discurso que a vontade divina era a obediência e a sujeição ao Estado e, caso houvesse
desobediência deste mandamento, o fiel estaria em pecado (SANTI, 2008).
O período imperial é marcado pelo Estado Unitário e confeccional, assim, a religião
estava bastante presente na estrutura do governo, a saber, era eleita uma única religião como
oficial, a Católica Apostólica Romana. Assim há uma ligação entre o Estado e a Igreja. Desse
modo, a interferência da religião em assuntos da administração estatal era comum, tanto que se
confundia, uma vez que era a religião que ditava muitas regras sobre o convívio social e a moral,
sendo uma delas a obediência e submissão ao Estado (BAHIA, 2020).
Nos meados do séc. XVIII, o estado de Portugal enfrentava grande crise econômica,
tornando-se cada vez mais dependente, para sua própria manutenção, das riquezas trazidas da
colônia de exploração (COSTA, 2008).
Assim, como descoberto o ouro no Brasil, agora o tributo era o quinto do ouro, conforme
semelhança com o quinto do Pau-Brasil. Contudo, era pago 20% de todo o metal encontrado
nos garimpos, sendo que, o ouro sempre foi o mais visado (COSTA, 2008).
Cabe ressaltar que, embora a fiscalização e cobrança da Coroa para a percepção dos
tributos, percebe-se que não existia à época, um modelo fiscal permanente, ou seja, a forma de
arrecadação era eventual se comparada ao modelo que existe na atualidade, pois muito se
arrecadava, contudo não era respeitada a capacidade de contribuir das pessoas e, além do mais
não existia um método fiscal coerente para se tributar. Assim o objetivo era apenas cobrar ao
máximo para que os interesses da Metrópole fossem atendidos (COSTA, 2008).
Existiam as famosas casas de fundição, que transformava o ouro em barras e, marcavam-
no como um ouro legalizado, uma vez que no ato da fundição já era retirado o percentual a ser
15

enviado a Portugal. Já era fixada a quantia de ouro anual a ser enviada, a saber, 100 arrobas por
ano (COSTA, 2008).
Caso a quantidade mínima não fosse atingida, o que começou a ser corriqueiro uma vez
que a produção de ouro só decaía, ocorriam as chamadas “derramas”, que consistia em uma
espécie de fiscalização do fisco sobre a percentagem do ouro a ser enviado à Coroa. É certo que
na ocorrência de uma derrama, se deu a inconfidência mineira (COSTA, 2008).
Nota-se que, a moeda (dinheiro) portuguesa, ainda não era adotada na Colônia, assim,
tudo que se pagava a título de tributo era com as próprias riquezas exploradas, ou seja, in natura,
que era o Pau-Brasil, ouro, minerais, entre outros (COSTA, 2008).
Porém era notório o poder de tributar do Estado Português, uma vez que instituía os
tributos, alíquota e o fato gerador. Todavia essa atividade fiscal era completamente desenfreada
e sem um justo motivo. Seu único intuito era a arrecadação extrema e com o único objetivo de
enviar o produto da arrecadação a Portugal, assim não se visionava o retorno dos tributos às
benfeitorias na Colônia (COSTA, 2008).
A Tabela 1 apresenta um esquema com todos os tributos cobrados na época da Colônia
e do Império.
Tabela 1 – Tributação Régia no Brasil - período colonial e imperial
1. DÍZIMOS 2. QUINTOS 3. DIREITO 4. DIREITO 5. SUBSÍDIO 6. SUBSÍDIO
DE DE ENTRADA REAL DO VINHO
PASSAGEM
10% sobre 20% sobre Pedágio de Tributo sobre Direito sobre a Tributo taxado
todos os frutos ouro, pedras passagem de entradas de carne verde, sobre o vinho e
da colônia: preciosas e pessoas ou mercadorias couros, das aguardentes
agrícolas, outros animais transportadas por aguardentes e e sobre o azeite
gados e minerais. Em animais de lãs grosseiras doce.
pescarias; 1730 foi cargas. manufaturadas
também sobre reduzido para na colônia.
os produtos de 12%.
exportação e
importação
(10% ad
valorem)

7.TAXA DOS 8. SUBSÍDIO 9. SUBSÍDIO 10. DÉCIMA 11. SISA 12. MEIA-
ENGENHOS DOS LITERÁRIO SISA
ESCRAVOS
Tributo Taxado sobre a Sobre cada rês 10% dos 10% sobre a 5% sobre a
arrecadado importação de abatida para rendimentos venda de casas venda de
sobre os escravos e consumo e anuais das e outros escravos
engenhos de sobre aqueles sobre a propriedades imóveis. aculturados, os
açúcar e que iam para as aguardente, imóveis. escravos ladinos.
destilarias. minas. para custear os
mestres régios.
13. PAZ DA 14. FINTA DA 15. NOVOS 16. 17. 18. TAXA
HOLANDA RAINHA DIREITOS DONATIVO BENEFÍCIO SUMPTUÁRIA
VOLUNTÁRIO BANCO do
BRASIL
16

Tributo de Tributo para o Taxa de 10% Doação Imposto em Em benefício do


indenização à casamento da sobre os instituída em benefício do Banco do Brasil,
Holanda. rainha D. salários dos 1756, para Banco do Brasil sobre cada
Catarina com o oficiais da reconstrução de – 12$800 sobre carruagem de
rei da Fazenda e Lisboa após o negociantes, duas ou quatro
Inglaterra. Justiça. terremoto. Sendo livreiros e portas.
voluntário variou boticários, lojas
conforme de ouro, tabaco,
decisão das etc.
câmaras
Municipais.

Fonte: Biblioteca Nacional Digital (2021)1

A Constituição Imperial, de 1824, não tratava muito de um sistema tributário. Não


estabelecia instituições de arrecadação e receitas próprias às províncias, pois a preocupação da
carta era a centralização do poder (BAHIA, 2020).
A Constituição outorgada, tinha como forma de governo monárquico, hereditário,
constitucional e por representação. Logo, o poder moderador, era considerado o pilar de toda a
organização da política do Estado. Esse poder, era concentrado nas mãos da figura do imperador
constitucional, assim, as províncias não tinham autonomia para gerir suas próprias receitas, nem
tampouco arrecadar tributos (BAHIA, 2020).
Após o rompimento do Brasil com Portugal, em decorrência da independência, o
modelo fiscal começa a caminhar para a autonomia, contudo isso se deu de maneira lenta e
gradativa. O caminho percorrido pelo novo Estado se deu por receitas através de empréstimos
que eram autorizados pelo poder legislativo, bem como pelo ingresso das receitas tributárias.
Aqui a tributação passa a ser cobrada de maneira permanente, não mais eventualmente como
era na época do império (TORRES, 2000).
A estrutura fiscal e o modelo descentralizado de arrecadação tributária passam a ganhar
forma a partir de 1830. Ocorre, a partir daí uma reestruturação na fazenda pública. Um marco
importante é a edição de leis que permitia a possibilidade de os Estados instituírem seus
próprios tributos. Uma norma muito importante foi a Lei nº 108 de 1840, que por sua vez
começa a discriminar os tributos e, ainda mais descentraliza a administração fazendária,
classificando as receitas como gerais (União), receitas das províncias (Estados) e receitas
municipais (BAHIA, 2020).
Portanto, sem grandes modificações a Constituição de 1891 adotou o sistema tributário
que já havia ao final do império. No entanto, com a adesão ao regime federativo, fez-se

1
Disponível em https://bndigital.bn.gov.br/dossies/projeto-resgate-barao-do-rio-branco/acervo-
digital/capitanias/pernambuco/. Acesso: 27 jun.2021.
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necessário o repasse de receitas aos Estados e municípios para que lhes permitissem a
autonomia financeira. Houve a adoção do regime de separação de fontes contributivas, sendo
descritas os impostos de competência da União e dos Estados. Onde o Governo Central ficou
responsável pelo imposto de importação, entrada/saída de navios e taxas de correios e telégrafos
federais; aos Estados foi incumbido a competência de tributar as exportações, tantos de imóveis
urbanos e rurais, sobre a transmissão de propriedades, industrias e profissões, além de taxas de
correios e telégrafos. Já os municípios, para lhes garantir autonomia, os Estados ficaram
encarrados de fixar seus impostos municipais (VARSANO, 1996).
O imposto sobre a importação até o início da primeira guerra Mundial era a principal
fonte de receita da União anterior a Constituição de 1934, onde o tributo sobre o consumo
correspondia cerca de 10%. Com o aumento dos conflitos, o governo buscou novas fontes de
receitas. Sendo assim, cresceu a cobrança de impostos de consumos e diversos impostos sobre
rendimentos. Com a Constituição de 1934 foram feitas várias alterações importantes na
estrutura tributária do Brasil, as mais relevantes foram nas órbitas estadual e municipal. Onde
os Estados passaram a possuir competência privativa de legislar o imposto sobre vendas e
consignações, onde era proibido a cobrança de impostos sobre exportações interestaduais. Já os
municípios puderam decretar impostos de licenças, impostos predial e territorial urbanos,
impostos sobre diversões públicas, imposto cedular sobre a renda de imóveis rurais e taxas
sobre serviços municipais (VARSANO, 1996).
Na década de 50 houve um crescimento das despesas que não puderam ser
acompanhadas pelas receitas. Notou-se uma insuficiência do sistema tributário nesse período.
O déficit no Tesouro superou, em 1962 e 1963, a marca dos 4% do produto interno bruto do
país. A taxa da inflação de 12% anual em 1950, saltou para 29% em 1960, chegando a 74% em
1963 (VARSANO, 1996).
Neste contexto, era prioridade a reforma tributária com o objetivo de resolver o
problema financeiro do país. A próxima etapa mais importante nesse processo seria a
reestruturação da máquina arrecadatória. Assim, em 1963 foi criada a Comissão de Reforma do
Ministério da Fazenda com o intuito de reorganizar e modernizar a administração fiscal federal.
Mas de fato, só foi implantada entre 1964 a 1966, permitindo melhorias significantes para a
reabilitação imediata das finanças governamentais tais como: permitiu um equilíbrio nos setores
empresarias, reorganizou a administração fiscal federal, alterou aspectos no imposto de renda e
revisou o imposto de consumo doméstico. Com Emenda Constitucional nº 18/65 foi criado o
Imposto sobre Produtos Industrializados (VARSANO, 1996).
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Desse modo, há um otimismo na recuperação da receita do Tesouro Nacional em 1965


pela execução de estratégias de crescimento acelerado através de incentivos fiscais e
acumulação de receitas. Contudo, os municípios estavam limitados na sua capacidade de
tributar devido as restrições nas transferências justificadas pelo Ato Complementar nº 40/64,
que diminuiu os percentuais de 10% para 5% da arrecadação do imposto de renda e do imposto
sobre produtos designados para os Fundos dos Estados e Municípios (VARSANO, 1996).
Com a deterioração da receita nacional em 1970, com o excesso de autorizações de
incentivos, foi criado pelo governo federal o Programa de Integração Social (PIS), para
fortalecer as fontes de financiamentos, que por sua vez ressurgiu a cumulatividade de tributação
no país. A partir daí esse sistema tributário mostrava sinais de estresse (VARSANO, 1996).
Assim, em 1988, o Código Tributário Nacional (CTN) foi considerado como Lei
complementar. O mesmo contém as normas que tratam sobre a definição dos tributos e todos
os impostos previstos na Constituição Federal do Brasil (VARSANO, 1996).

Definição de Tributo

O conceito mais completo que se tem a cerca de tributo, vem expresso no Código
Tributário Nacional (CTN), a saber, em seu art. 3º:
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela
se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada (BRASIL, 1966, p. 22).

Assim, nota-se que tributo é uma prestação compulsória, ou seja, que deverá ser paga
ao fisco, pois se trata de uma obrigação. Logo, quando o legislador elege uma situação do
cotidiano humano para sofrer incidência de tributo, nasce uma obrigação de pagá-lo.
Percebe-se também que o tributo deverá ser pago em dinheiro, ou seja, em moeda
corrente. Não há possibilidade de pagamento de tributo com bens ou serviços, contudo, o
próprio CTN abre uma única exceção que é a dação em pagamento de bem móvel, expressa no
art. 156, XI. Hipótese de extinção do crédito tributário, contudo só é possível se houver expressa
previsão legal (ABRANTES; FERREIRA, 2010).
Assim, podemos caracterizar o tributo pela compulsoriedade da obrigação pecuniária
em moeda ou em valor que nela possa se exprimir, resultante exclusivamente de lei,
sem se constituir em sanção do ato ilícito como ocorre com as multas administrativas,
que igualmente derivam de dizeres lícitos, e, portanto, são compulsórias.
(ABRANTES; FERREIRA, 2010, p. 55)

A obrigação tributária não pode constituir sanção de ato ilícito. Tributo não é
considerado castigo ou pena. Para que haja a incidência tributária, o legislador só pode nomear
19

atos considerados lícitos pelo ordenamento jurídico. Contudo, os frutos advindos de uma
atividade ilícita poderá ser objeto de tributação, haja vista, para o direito tributário, o fato
gerador é soberano para que nasça a responsabilidade tributária, independentemente se foi por
meio de fruto de atividade ilegal (MINARDI, 2021).
Nota-se que, embora um traficante pratique atividade ilegal à luz do ordenamento
jurídico, os frutos dessa atividade serão objeto de tributação. Exemplificando: se ele, por meio
do dinheiro do tráfico, adquire um imóvel urbano, deverá pagar o ITBI e o IPTU do referido
imóvel, pois ocorreu o fato gerador, logo o direito tributário não importa se o dinheiro é fruto
de atividade ilícita (MINARDI, 2021).
Esse aspecto pode ser verificado no art. 118 do CTN que expressa:
Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se:
I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes,
responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos
(BRASIL, 1966, p. 22).

Desse modo, a interpretação do fato gerador de uma obrigação tributária é entendida


fora de julgamento de legalidade do negócio, ou seja, da atividade a qual houve o recebimento
dos frutos. Para Alexandre (2020, p. 46)
Alguns entendem que o Estado, ao tributar rendimentos oriundos de atividades
criminosas, estaria se associando ao crime e obtendo, imoralmente, recursos de uma
atividade que ele mesmo proíbe. Entretanto, seria injusto cobrar imposto daquele que
trabalha honestamente e conceder uma verdadeira “imunidade” ao criminoso. Nessa
linha de raciocínio, o Supremo Tribunal Federal, ao julgar um caso sobre tráfico ilícito
de entorpecentes, entendeu que, antes de ser agressiva à moralidade, a tributação do
resultado econômico de tais atividades é decorrência do princípio da isonomia fiscal
de manifesta inspiração ética.

Justifica-se tal ação pelo princípio da isonomia, igualdade entre todos os contribuintes.
Se aquele que exerce atividade honesta pagará impostos, assim o que é ilegal, também deverá
ter a mesma obrigação. Ainda há o princípio da “pecúnia non olet” (o dinheiro não tem cheiro),
elegido pelo Imperador Romano Vespasiano, quando questionado pela cobrança do uso dos
banheiros públicos, respondeu: “o dinheiro não cheira” (ALEXANDRE, 2020).
Outra característica expressa no escopo do art. 3º do CTN é a instituição da prestação
tributária somente por lei. É decorrente do princípio da legalidade. Só mediante lei (ordinária
ou complementar), ou ação normativa com força de lei, nesse caso a medida provisória, podem
ser instituídos os tributos. Sob tal regra não há exceção prevista no ordenamento.
(ALEXANDRE, 2020).
Por derradeiro, a prestação tributária é cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada. Logo, a atividade estatal de cobrar os tributos é realizada de forma
20

vinculada, ou seja, não cabe aqui juízo de conveniência e oportunidade. A cobrança deve ser
realizada sem qualquer observância à margem de escolha do fisco. Mesmo que qualquer fato
seja comovente ao olhar humano, se não for caso de imunidade previsto na Constituição ou,
isenção expressa em lei específica, deverá, obrigatoriamente, ser objeto de cobrança do devido
tributo (MINARDI, 2021).

Competência Tributária

O instituto da competência tributária é a outorga constitucional conferida aos entes


federados para criar e majorar tributos. Os artigos 145 a 156 da Constituição Federal
estabelecem normas destinadas a regulamentar a competência para instituição e majoração das
espécies tributárias para cada ente da federação (MINARDI, 2021).
Segundo Alexandre (2020, p. 259)
Competência tributária é o poder constitucionalmente atribuído de editar leis que
instituem tributos. [...] Foi exercendo a competência tributária que a mesma União
instituiu, por meio de lei, o imposto de renda, o imposto territorial rural, o PIS e a
COFINS, entre outros tributos.

A competência tributária, prevista na Constituição Federal de 1988, possui algumas


características específicas: indelegável, facultativa, incaducável, inalterável por lei
infraconstitucional e irrenunciável.
Em relação a característica indelegável significa dizer que a própria Constituição diz
quais são os tributos criados por cada ente da Federação, assim não há a possibilidade de um
ente delegar a competência que lhe foi outorgada a outro. O objeto do presente estudo é a
tributação municipal, logo, a CF/88 determinou que a competência tributária dos municípios é
a instituição ou majoração das seguintes espécies tributárias: Imposto Predial Territorial Urbano
(IPTU), Imposto sobre Serviços (ISS), Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), Taxas
e Contribuições de Melhoria.
Quanto a característica facultativa pode-se dizer que a competência tributária é
facultativa, ou seja, embora indelegável, o ente não é obrigado a criar o tributo. A exemplo
dessa característica, cita-se o Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), que é de competência da
União, contudo ainda não foi criado.
No âmbito da característica incaducável destaca-se que embora seja facultativa, o ente
pode ou não instituir os tributos de sua competência, mas, caso não o faça, jamais perderá essa
competência que lhe foi outorgada pela CF, nem mesmo com o decurso do tempo.
21

A característica inalterável por lei infraconstitucional significa dizer que a competência


é outorgada aos entes federativos pela CF/88, assim, uma norma com hierarquia abaixo da
Constituição, jamais poderá alterar a competência tributária. Logo, a única norma que poderá
fazer essa modificação é a Emenda Constitucional.
Quanto a característica irrenunciável, o ente tem a faculdade de criar ou não o tributo,
porém não pode renunciar a competência que lhe foi dada. Pode-se exemplificar, mais uma vez,
o IGF que ainda não foi criado, todavia, caso venha a ser instituído, será pelo ente determinado
pela CF/88.

Limites ao Poder de Tributar

É importante analisar sobre as limitações ao poder de tributar, uma vez que tais
posicionamentos dividem os limites constitucionais à atividade fiscal do Estado em princípio e
imunidades notoriamente expressos na carta magna (CARVALHO, 2021).
O Estado tem uma posição de supremacia em relação ao particular, pois prevalece o
interesse público coletivo, em detrimento do interesse individual. Tal supremacia faz parte do
Regime Jurídico Administrativo, que é um conjunto de privilégios e restrições nas quais se
pautam a atuação estatal, sendo a Administração superior nesta relação, contudo, ao mesmo
tempo deve se sujeitar a normas impostas tidas como limitações com o objetivo de prevalência
do interesse púbico (CARVALHO, 2021).
Exemplo dessa supremacia estatal é o poder de instituir tributos. Porém, atrelado à
supremacia, também há as limitações, para que o Estado não exorbite em seu poder. Assim, a
CF/88, estabelece, em seus artigos 145, § 1º, 150 a 152 da CF/88, limitações ao poder estatal
de instituir tributos (CARVALHO, 2021).
Os limites estabelecidos pela Constituição têm um papel de impor ao Estado o dever de
se abster quanto à sua posição de superioridade em detrimento do particular, pautados sobre o
princípio constitucional da dignidade da pessoa humana. Logo as limitações podem trazer em
seu conteúdo, normatividade positiva, negativa ou até mesmo neutralidade (ÁVILA, 2013).

2.4.1. Princípio da Legalidade Tributária

O princípio da legalidade é o primeiro expresso na Constituição, no que tange às


limitações ao poder de tributar. Assim afirma o art. 150, I, CF:
22

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à


União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça (BRASIL, 1988, p. 42).

O princípio da legalidade fundamenta todas as leis e os mais diversos ramos do Direito,


pois todas as normas devem estar de acordo com a Constituição. Se a norma não estiver em
consonância com a Carta Magna, será declarada inconstitucional e não terá validade no
ordenamento jurídico brasileiro, pois a supremacia das leis se concentra na Constituição Federal
(LENZA, 2021).
Assim, os tributos só podem ser instituídos e majorados por meio de lei. Da mesma
forma, só podem vir a ser extintos da mesma maneira. Desse modo, somente lei ou emenda
constitucional poderá criar, majorar ou extinguir tributos. Assim determina o art. 97, CTN:
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26,
39, 57 e 65;
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto
no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto
nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus
dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de
dispensa ou redução de penalidades (BRASIL, 1966, p. 36).

Nota-se, que o princípio da legalidade tributária vem dentro do conceito de tributo, pois
tributo é uma prestação instituída em lei. Logo, as pessoas devem pagar o tributo, uma vez que
há uma lei que o instituiu, assim, em virtude da lei, há tal obrigação.

2.4.2. Princípio da Isonomia


Sobre o princípio da isonomia, há o entendimento de que deve-se tratar os iguais com
igualdade e os desiguais à medida de sua desigualdade (MINARDI, 2021).
A CF assim prevê, em seu art. 150, II:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação
equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função
por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos,
títulos ou direitos (BRASIL, 1988, p. 42).

Isso significa dizer que há duas espécies de isonomia no que tange à cobrança tributária,
uma horizontal e outra vertical. Pois há aqueles que têm mais rendimentos, dessa forma mais
abastados, enquanto os que não faturam tanto. Assim, o direito deve ser justo na exigência da
23

obrigação tributária e, pois não se deve exigir muito de quem tem pouco, da mesma maneira
não se pode exigir o mínimo de quem tem muito (MINARDI, 2021).
Desse modo, nas obrigações tributárias, a isonomia é concebida como horizontal e
vertical. Na concepção horizontal, os indivíduos estão em mesmo patamar, logo sobre eles
recairão as mesmas regras quanto à tributação, pois são iguais. Contudo, a acepção vertical já
mostra a isonomia de uma forma negativa, pois nesse engajamento há pessoas em
posicionamentos diferentes. Assim, serão tratadas de maneira diferenciada pelo fisco, todavia
tal diferenciação se dá para que essas pessoas tenham iguais oportunidades aos demais, logo é
uma discriminação positiva (MORAES, 2020).

2.4.3. Irretroatividade da Lei Tributária

Em regra, a lei tributária não retroagirá a fatos pretéritos. Tal limitação se dá para que o
fisco não exorbite e cobre tributos que tiveram fato gerador anterior à existência da lei que os
instituiu. Percebe-se que há um paralelo entre os princípios limitadores e, que ambos conversam
entre si (ALEXANDRE, 2020).
Conforme prevê a CF/88, em seu art. 150, III, a:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os
houver instituído ou aumentado (BRASIL, 1988, p. 42).

O CTN, contudo, traz algumas exceções nas quais a lei tributária poderá retroagir a fatos
anteriores à sua vigência. As hipóteses estão dispostas no art. 106, CTN:
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação
de penalidade à infração dos dispositivos interpretados;
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão,
desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de
tributo;
III - quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao
tempo da sua prática (BRASIL, 1966, p. 47).

Em outras palavras, a lei é expressamente interpretativa quando define o fato, o conceito


e o alcance de uma lei anterior, sem que esta ocasione mudanças no ordenamento jurídico. No
que tange ao inciso segundo, se refere aos casos discutidos na esfera judicial e, que tiveram o
fato gerador ocorrido na vigência de uma determinada lei. Contudo sobrevindo outra norma
24

mais branda quanto às penalidades (multa), ou até mesmo a exclua, enquanto a discussão ainda
não tinha sido solucionada, assim esta lei retroagirá, pois foi mais benéfica às penalidades
(ALEXANDRE, 2020).
Ainda há a exceção do art. 144, § 1º, CTN:
Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação
e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.
§ 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato
gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de
fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou
outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para
o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros (BRASIL, 1966, p. 48).

Desse modo, a lei que criar novos métodos de fiscalização ou arrecadação de tributos,
também retroagirá a fatos pretéritos. Um exemplo dessa exceção, é a informatização dos
sistemas da receita. Em outro tempo não era possível o cruzamento de dados para obterem-se
as informações em sua integralidade e verossimilhança, no entanto hoje é possível. Logo, uma
lei tributária nova que considera esse fator, poderá retroagir, pois cria novos métodos para
fiscalizar e, consequentemente arrecadar tributos (ALEXANDRE, 2020).

2.4.4. Anterioridade do Exercício e Anterioridade Nonagesimal

O princípio da anterioridade se pauta em outro princípio tributário que é o princípio da


não surpresa, que por sua vez é atrelado à segurança jurídica, pois o contribuinte não pode ser
surpreendido com a instituição de um novo tributo sem ao menos se preparar para tal
(ALEXANDRE, 2020).
Em linhas gerais, a anterioridade do exercício e a anterioridade nonagesimal designam
que, toda vez que um tributo for instituído ou majorado, só poderá ser exigido no próximo
exercício financeiro e, desde que transcorridos mais de 90 dias a contar da data da publicação
da lei (ALEXANDRE 2020).
Contudo, no que tange a redução ou extinção do tributo, é aplicada imediatamente, ora
se trata de norma mais benéfica ao contribuinte. Todavia, se a lei apenas altera a data de
cobrança do tributo, não é necessário respeitar a anterioridade do exercício ou anterioridade
nonagesimal (ALEXANDRE, 2020). Isso pode ser observado na Súmula 669 do STF mais tarde
25

transformada em súmula vinculante 50: “Norma legal que altera o prazo de recolhimento da
obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade” 2(STF, 2015).

2.4.5. Não Confisco


Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
IV - utilizar tributo com efeito de confisco (BRASIL, 1966, p. 50).

Isso mostra que o tributo não pode inviabilizar o direito de propriedade do contribuinte,
ou seja, o encargo tributário não pode ser tão pesado que inviabilize o direito de possuir aquele
bem sobre o qual incide o fato gerador da obrigação tributária (ALEXANDRE, 2020).
A multa (sanção) também deve respeitar o princípio do não confisco. Assim, não pode
ser tão cara que inviabilize o direito de propriedade (ALEXANDRE, 2020).

2.4.6. Uniformidade Geográfica

É proibido à União estabelecer um tratamento diferente, no que tange a tributação, entre


as regiões do Brasil, com exceção para conceder incentivo fiscal. Assim, por simetria, este
princípio se repete quanto aos Estados e municípios, seguindo as devidas especificidades de
cada ente federado (ÁVILA, 2013).

2.4.7. Capacidade Contributiva

Esse princípio destaca que sempre que for possível, os impostos serão graduados
conforme a capacidade econômica do sujeito. Tal princípio é aplicado por uma questão de
justiça e isonomia.

2.4.8. Liberdade de Tráfego

É vedada a cobrança de tributos de modo a inviabilizar o direito de ir e vir, uma vez que
a liberdade é o bem jurídico mais protegido pelo ordenamento, após o direito à vida, desse
modo, a proteção se estende também no sentido de limitar o direito de tributação estatal
(ALEXANDRE, 2020).

2
Disponível em <http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?servico=jurisprudenciaSumulaVinculante> Acesso:
13 jul.2021.
26

Contudo, este princípio comporta exceções. A primeira é a cobrança do Imposto sobre


Circulação de Mercadorias e Serviços Interestadual (ICMS). Tal imposto se aplica na cobrança
de mercadorias e serviços que ultrapassam os limites estaduais, assim é uma exceção ao
princípio da liberdade de tráfego, pois acaba limitando a circulação de bens e de serviços no
território brasileiro. Todavia, a exigência do imposto é legal e, outorgada pela Constituição aos
estados da federação (ALEXANDRE, 2020).
Outra exceção é o pedágio. Embora exista uma controvérsia doutrinária sobre a natureza
jurídica do pedágio, a saber, questiona-se ser uma espécie tributária ou não. Para alguns autores,
ele foi idealizado pelo legislador constituinte nos moldes de tributo, todavia, a própria CF não
o expressa no rol de tributos. Logo sua natureza jurídica é de tarifa, preço público, sendo está a
acepção da doutrina majoritária. Desse modo entra em exceção ao princípio da liberdade de
tráfego (MINARDI, 2021).

2.4.9. Vedação da Isenção Heterônoma

O ordenamento jurídico brasileiro adota a teoria da vedação heterônoma, assim só pode


dispensar do dever de pagar o tributo, o ente que tem a competência tributária para aquele
tributo isentado. A título de exemplo, somente o município pode isentar o IPTU, pois ele tem a
competência para instituir ou majorar tal imposto (MINARDI, 2021).
Quando um ente trouxer isenção de um tributo que não é de sua competência tributária,
será denominado de isenção heterônoma, o que é vedado no Brasil, pela Constituição em seu
art. 151, III. Contudo, a própria CF traz uma exceção a esta vedação: a União traz a isenção do
Imposto sobre Serviços (ISS), que é de competência dos municípios, quando os serviços são
destinados ao exterior. Neste caso, a União atua não como ente da federação, mas com
representação da soberania no país no âmbito internacional (MINARDI, 2021).

Imunidade Tributária

Existem alguns institutos que se assemelham quando se fala em dispensa de pagar os


tributos. São eles a imunidade, a isenção e a fixação da alíquota zero. Todavia, os três institutos
objetivam liberar o sujeito ao pagamento do tributo. Cabe destacar que existe uma vasta
diferença entre eles no que tange a natureza jurídica, aplicação, interpretação e efeitos
(SEBBAG, 2014).
27

A imunidade tributária é a dispensa constitucional do dever de pagar o tributo, logo sua


aplicação está expressa diretamente no texto da CF/88. Desse modo, é irrevogável e admite
todos os métodos de interpretação (SEBBAG, 2014).
Por outro lado, a isenção é a dispensa legal que exime o sujeito de pagar o tributo, assim
pode ser revogada a qualquer tempo, exceto se for concedida por prazo determinado e sob certas
condições, e, só admite os métodos literais de interpretação (SEBBAG, 2014). Tal norma é
extraída do art. 178, CTN:
Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas
condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o
disposto no inciso III do art. 104 (BRASIL, 1966, p. 53).

Já nos casos de alíquota zero, o ente tem a competência tributária, o fato gerador ocorre,
todavia não incide recolhimento do tributo, pois sua alíquota é zerada. A exemplo, podemos
cita-se os impostos regulatórios de mercado (II, IE, IOF e IPI), que podem ter suas alíquotas
zeradas por decreto do chefe do executivo, com o objetivo de estimular condutas (SEBBAG,
2014).

Município de Palmas – TO

O lançamento da pedra fundamental de Palmas ocorreu em 20 de maio de 1989,


surgindo então a última cidade do século. A partir daí houve o desmembramento do antigo
município goiano de Taquarussu, que se tornou um distrito de Palmas juntamente com o
Município de Porto Nacional. Nesse período a capital temporária do Tocantins era o município
de Miracema. Palmas só foi considerada capital definitiva do estado em 1º de janeiro de 1990
(PALMAS, 2014).
Como homenagem a Comarca de São João da Palma, o município foi nomeado como
Palmas. Esta comarca foi sede do primeiro movimento separatista da região, na barra do rio
Palma com o rio Paranã em 1809 e o outro motiva da escolha do nome se justifica pela grande
quantidade de palmeiras, uma espécie nativa dessa região. Com 12 anos de existência a Cidade
de Palmas já contava com uma população aproximada de 136 mil habitantes, oferecendo boa
qualidade de vida, infraestrutura básica, saneamento básico que alcançava cerca de 70% da
população e com entrega de água tratada para 98% dos palmenses. Um dos grandes diferencias
da última cidade planejada do século é contar com o plano diretor privilegiado com as áreas
verdes proporcionando espaços de lazer para as pessoas. Como uma característica
importantíssima é a preservação da natureza, que para a Prefeitura de palmas é uma palavra-
28

chave na cidade, pois é reconhecida como uma das mais arborizadas do Brasil. O governo
possui ações públicas voltadas para a família e comunidade (PALMAS, 2014).
A Capital é referência em saúde principalmente em tratamento de combate de várias
doenças e na qualidade da educação. A cidade de palmas destaca-se com um quantitativo de 29
escolas que atendem alunos desde a pré-escola até a conclusão da formação acadêmica e possui
um índice de evasão escolar que gira em torno aproximadamente de 11% e com repetência dos
alunos em 6.12% (PALMAS, 2014).
A economia do Tocantins é composta pelos setores econômicos como serviços;
comercio; indústria; agropecuária; financeiro e serviços públicos. O que predomina no Estado
são os setores de serviços e comercio, que somando corresponde 32% das empresas ativas nos
anos de 2019 e 2020 (PALMAS, 2014).

Tabela 2 - Setor econômico com maior número de Empresas Ativas no Tocantins


SETOR 2019 2020 VARIAÇÃO 2019/2020
Serviços 60.878 71.179 16,9%
Comércio 48.011 55.262 15,1%
Indústria 6.827 7.877 15,4%
Agronegócio 3.736 4.400 17,8%
Financeiro 1.345 1.477 9,8%
Serviços públicos 965 972 0,7%

Fonte: Secretaria do Planejamento e Orçamento (SEPLAN, 2021).3

A Capital do Tocantins destaca-se segundo dados da Secretaria do Planejamento e


Orçamento (SEPLAN), pois representa em 2019 e 2020 como o município com o maior número
de empresas ativas no Estado.

Tabela 3 - Município com o maior número de Empresas Ativas no Tocantins – 2019-2020


Municípios 2019 2020 VARIAÇÃO 2019/2020
Palmas 37.070 44.219 19,3%

Fonte: Secretaria do Planejamento e Orçamento (SEPLAN, 2021).

Conclui-se que Palmas possui grande potencial no desenvolvimento regional, pois


influência diretamente na produção de riquezas e consequentemente na arrecadação de tributos.

3
Disponível em <https://central.to.gov.br/download/214278/> Acesso: 27 julh.2021.
29

Sistema Tributário do Município de Palmas – TO

O sistema tributário representa o conjunto de instituições, regras, princípios e práticas


tributárias que são consideradas por um ente público ao definir os tributos e ao mesmo tempo
considerar seus efeitos sobre a vida econômica e social. Ele se constitui no principal
instrumento de política fiscal de um governo. Seu componente principal é o tributo. As espécies
tributárias são: imposto, taxa, contribuição de melhoria, contribuições sociais e empréstimos
compulsórios.
Nos municípios a arrecadação tributária é composta por impostos como (IPTU, ITBI,
ISS), taxas, contribuição para custeio da iluminação pública e contribuições de melhoria. A
competência para instituir e majorar tais espécies tributárias emana diretamente da CF/88.
Assim, em consonância com a CF e o CTN, o município pode organizar seu sistema de
arrecadação tributária através do seu próprio Código Tributário, que por sua vez institui os
tributos municipais, estabelece fato gerador, base de cálculo, alíquotas, penalidades, entre
outros institutos (AFONSO, 2010).
No município de Palmas – TO, o Código Tributário Municipal foi instituído pela Lei
Complementar nº 107/2005, que revogou outras normas de direito tributário no âmbito no
município e, estabelece em seu art. 5º:
Art.5º.Os tributos municipais são:
I - impostos;
II - taxas pelo exercício regular do poder de polícia ou a utilização efetiva ou potencial
de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua
disposição;
III - contribuição de melhoria, para fazer face ao custo de obras públicas de que
decorra valorização imobiliária;
IV - contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública (PALMAS, 2005,
p.5).

Assim, em consonância com a competência tributária, prevista no art. 156, CF, o


município só poderá instituir tais impostos e as demais espécies tributárias comuns a todos os
entes federativos.

2.7.1. Contribuição de Melhoria

Tem sua base legal no art. 145, III, CF, 81 e 82, CTN. É comum a todos os entes
federativos e é cobrada frente à realização de obra pública que, traga valorização imobiliária.
A Lei Complementar Municipal nº 107/2005, dispõe em seu art. 120:
30

Será devida a Contribuição de Melhoria sempre que o imóvel situado na zona de


influência da obra for beneficiado por quaisquer das seguintes obras públicas,
realizadas pela Administração Direta ou Indireta do Município, inclusive quando
resultante de convênio com a União, o Estado ou entidade estadual ou federal:
I - abertura, alargamento, pavimentação, iluminação, arborização, esgotos pluviais
de praças e vias públicas;
II - construção e ampliação de parques, campos de desportos, pontes, túneis e
viadutos;
III - construção ou ampliação de sistemas de trânsito rápido, inclusive todas as obras
e edificações necessárias ao funcionamento do sistema;
IV - serviços e obras de abastecimento de água potável, esgotos, instalações de redes
elétricas, telefônicas, de transportes e comunicações em geral ou de suprimento de
gás, funiculares, ascensores e instalações de comodidades públicas;
V - proteção contra secas, inundações, erosões e de saneamento e drenagem em
geral, retificação e regularização de cursos d´água e irrigação;
VI - construção, pavimentação e melhoramento de estradas de rodagem;
VII - construção de aeródromos e aeroportos e seus acessos;
VIII - aterros e realizações de embelezamento em geral, inclusive desapropriações
em desenvolvimento de plano de aspecto paisagístico (PALMAS, 2005, p.18).

No que tange aos limites da contribuição de melhoria, poderá ser adotado o limite global,
que é o valor total gasto na obra pública e, o valor individual, sendo o quanto fora valorizado,
individualmente com a benfeitoria da obra, para cada imóvel beneficiado.

2.7.2. Taxas

Espécie tributária comum a todos os entes e tem por base legal o art. 145, II, CF e os
arts. 77 a 80, CTN. É instituída em razão do exercício regular do poder de polícia, sendo por
autorização de autoridade administrativa, como por exemplo, fiscalização de funcionamento de
estabelecimento comercial. É cobrada também pela utilização efetiva ou potencial de serviço
público, específico e divisível (MINARDI, 2021).
O serviço público é considerado divisível, quando é possível ter mensuração do quanto
cada contribuinte utiliza de tal serviço. A exemplo, taxa sobre a coleta de lixo. Já a limpeza
pública de ruas e logradouros não pode ser remunerada por taxa, pois não é impossível mensurar
a utilização individual do serviço, bem como a iluminação pública é remunerada por meio de
contribuição, a COSIP (MINARDI, 2021).

2.7.3. Imposto Predial Territorial Urbano – IPTU

É um imposto que tem como fato gerador ser proprietário de imóvel urbano. Assim é
necessário o “animus domini”, logo, ser mero possuidor não obriga ao pagamento, pois não
houve incidência do fato gerador. Tem como base de cálculo o valor venal do imóvel
(MINARDI, 2021).
31

Todavia, é devido o pagamento pelo promitente comprador que já esteja na posse do


bem, pois já pratica o fato gerador. O IPTU é um tributo real, pois leva em consideração as
características do bem, sendo importante características pessoais do dono do imóvel
(MINARDI, 2021).
Para incidência do IPTU, o imóvel deve estar localizado na zona urbana ou na zona de
expansão urbana. Contudo o art. 32, § 2º do CTN nos traz um conceito claro do que é
considerada zona urbana para fins de cobrança do IPTU:
Art. 32. [...]
§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei
municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados
em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder
Público:
I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II - abastecimento de água;
III - sistema de esgotos sanitários;
IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição
domiciliar;
V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros
do imóvel considerado (BRASIL, 1966, p. 38).

Cabe considerar que os imóveis localizados em zona de expansão urbana, de acordo


com o Plano Diretor do município, mesmo não possuindo o mínimo de dois melhoramentos
previstos pelo CTN, terá incidência do IPTU (PALMAS, 2005).
O imposto traz uma característica importante, é considerado progressivo, pois é
embutido na cobrança o cumprimento da função social do imóvel. Logo, caso não a cumpra, o
IPTU terá sua alíquota progressiva no tempo (MINARDI, 2021).

2.7.4. Imposto sobre Transmissão de Bem Imóvel – ITBI

Assim dispõe o art. 75 da Lei Complementar n. 107/2005:


O imposto sobre a transmissão por ato oneroso inter vivos, de bens imóveis, bem
como cessão de direitos a eles relativos, ITBI, tem como hipótese de incidência:
I - a transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, da propriedade ou do
domínio útil de bens imóveis, por natureza ou por acessão física, conforme definido
no Código Civil;
II - a transmissão inter vivos, por ato oneroso, a qualquer título, de direitos reais
sobre imóveis, exceto os direitos reais de garantia;
III - a cessão de direitos relativos às transmissões referidas nos incisos anteriores
(PALMAS, 2005, p. 20).

O ITBI incide na transmissão do bem imóvel a título oneroso, como por exemplo:
compra e venda, bem como na transmissão de direitos reais, previstos no Código Civil e,
direitos a sua aquisição: dação em pagamento e arrematação em hasta pública.
O art. 1.225, Código Civil (CC) dispõe:
32

Art. 1.225. São direitos reais:


I - a propriedade;
II - a superfície;
III - as servidões;
IV - o usufruto;
V - o uso;
VI - a habitação;
VII - o direito do promitente comprador do imóvel;
VIII - o penhor;
IX - a hipoteca;
X - a anticrese.
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia;
XII - a concessão de direito real de uso; e
XIII - a laje (BRASIL, 2002, p. 42).

Logo, se houver a transmissão de quaisquer dos direitos reais expostos no art. 1.225 do
Código Civil, ocorrerá a incidência do ITBI. O imposto é devido após o registro em cartório e
será arrecadado no município onde tiver situado o bem. É um imposto predominantemente
fiscal, ou seja, sua função é estritamente a arrecadação de numerário aos cofres públicos
(MINARDI, 2021).
Tem como base de cálculo o valor venal do imóvel. No Código Tributário de Palmas, o
sujeito passivo do ITBI é o adquirente do bem imóvel ou direitos, uma vez que o CTN deixa
livre para cada município, por meio de sua legislação, dizer quem será o sujeito passivo
(PALMAS, 2005).

2.7.5. Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS

Na forma do art. 156, III, CF/88, o município é competente para instituir o imposto
sobre serviços que não são abrangidos pelo ICMS, que é um imposto estadual. É incidente sobre
a prestação de serviço (obrigação de fazer) e deve ter previsão em lei complementar, a saber a
LC 116/03. A Súmula Vinculante 31, veda expressamente, a incidência do ISS sobre locação
de bens móveis (MINARDI, 2021).
Em regra, o município que arrecada o imposto é o do estabelecimento do prestador de
serviço, se não estiver em seu domicílio, com exceções apontadas na Lei Complementar n.
116/03, quando se tratar de construção civil, demolição e elaboração de congressos, sendo que
o município que irá arrecadar será onde foi prestado o serviço (BRASIL, 2003).
Sua base de cálculo é o valor do serviço e o sujeito passivo é o prestador. No que tange
à alíquota, o CTN deixa a cargo discricionário de cada município, por meio de lei
complementar, fixa-la. No entanto estabelece que os percentuais sobre o valor da prestação
estão fixos entre 2% a 5% (MINARDI, 2021).
33

No município de Palmas, conforme o art. 14 da Lei Complementar n. 107/05, as


alíquotas variam de acordo com a atividade da prestação, sendo fixas em dois grupos de 5% e
3%, assim, obedecendo ao disposto no CTN (PALMAS, 2005).

2.7.6. Arrecadação Tributária em Palmas – TO

A receita tributária própria dos municípios compreende impostos, taxas e contribuição


de melhoria. O produto da arrecadação desses tributos pertence totalmente a cada prefeitura que
por competência constitucional, adota lei para instituir e passar a cobrar tais tributos dentro de
seu território.
Obedecendo as normas contidas na Constituição, bem como no Código Tributário
Nacional (CTN), cada município organiza seu sistema de arrecadação em Código Tributário
próprio.
A arrecadação e a aplicação da receita tributária municipal são realizadas com o fim de
atender o desenvolvimento de cada cidade. São ações desafiadoras à gestão de finanças públicas
municipais porque são cada vez maiores as demandas da sociedade.
Contudo Palmas – TO tem características que favorecem a arrecadação por exemplo do
IPTU, isto é, é uma cidade que tem propriedades privadas valorizadas. Também tem boa
arrecadação do ISS pela existência de serviços de hotelaria, alimentação, construção civil dentre
outros. Tem volume significativo de transações imobiliárias, impactando na arrecadação do
ITBI. Realiza diversos serviços diretos ao contribuinte, favorecendo o recebimento de Taxas.
Também realiza ações que estão beneficiando diversos setores e, por isso, possibilitando a
cobrança da contribuição de melhoria.
34

3. METODOLOGIA

Lakatos e Marconi (2003, p.82), definem metodologia como o conjunto de


procedimentos sistemáticos e coerentes que empregados com maior segurança e economia
permitem alcançar os objetivos. Sendo assim, por meio de conhecimentos válidos e verdadeiros
pode-se traçar o caminho a ser seguido pelo cientista, detectando possíveis erros e auxiliando
nas decisões.

Tipo de pesquisa

Nesse projeto foi utilizada como metodologia a pesquisa bibliográfica. Que segundo Gil
(2002) é aquela desenvolvida com base em matérias já elaborados, encontrados em livros e
artigos científicos. Neste trabalho é descrito através de fundamentos bibliográficos como
originou e evoluiu os tributos ao longo dos tempos, toda sua trajetória e como tem se encontrado
atualmente com as novas legislações.

Quanto aos objetivos essa pesquisa é classificada como exploratória de caráter


descritivo, que para Lakatos; Marconi (2003, p.187), a combinação dos estudos exploratório-
descritivos tem por objetivo a “caracterização completa de determinado fenômeno”, como por
exemplo, estudos de casos onde são feitas analises empíricas e com descrições quantitativas.

Também foi classificada como pesquisa quantitativa, pois segundo Kauark; Manhães;
Medeiros (2010, p.26), a mesma é quantificável, o que significa traduzir em números, opiniões
e informações os dados coletados com o objetivo de classificá-los e analisá-los. Portanto, é
necessário o uso de recursos e de técnicas estatísticas. O presente trabalho fará uso de tabelas,
gráficos comparativos e cálculos percentuais das possíveis variações do aumento e/ou
diminuições em relação ao processo de arrecadação Municipal estudado.

Como procedimento técnico, buscou-se o estudo de caso que de acordo com Gil (2002,
p.43) consiste na análise profunda e exaustiva de um ou poucos objetos de maneira que se
permita obter um conhecimento amplo detalhado do contexto estudado.
35

População e amostra

Para este projeto não há população de pesquisa, uma vez que este trabalho se baseia
apenas em dados financeiros extraídos do Portal da Transparência da Prefeitura de Palmas –
TO.

Instrumentos e procedimentos de coleta de dados

Quanto aos procedimentos de coleta de dados destaca-se que os dados secundários


foram coletados durante toda a pesquisa em textos já divulgados na mídia impressa e virtual,
principalmente em livros, artigos científicos das áreas contábil e jurídica; monografias e
revistas. O instrumento de coleta dos dados secundários foi o editor de texto denominado
Microsoft Word.
Quanto aos dados primários, isto é, os dados financeiros sobre a arrecadação tributária
do município de Palmas – TO, os mesmos foram obtidos, no segundo semestre do ano de 2021,
pela consulta ao Portal da Transparência da Prefeitura de Palmas – TO. Para acessar, entre no
endereço http://portaldatransparencia.palmas.to.gov.br/ na aba Receita e depois basta
selecionar o período desejado para pesquisa. O instrumento de coleta dos dados primários foi
a planilha do Excel.

Procedimento de análise de dados

Os dados secundários foram organizados por conteúdos e os dados primários foram


organizados em planilhas do Excel, tratados estatisticamente, analisados com outros fenômenos
e interpretados de acordo com a teoria estudada.

Devolução dos dados

A devolução dos dados se dará por meio de apresentação, na Universidade Federal do


Tocantins (UFT), e posteriormente com disponibilização do material digital, em formato pdf,
podendo ser encaminhado por e-mail aos locais objetos do estudo deste trabalho de pesquisa.
36

4. RESULTADOS

Para elaboração do estudo de caso foram apurados os dados tributários dos anos 2019 e
2020. Para a tabulação desses dados foi utilizada análise gráfica para visualizar as variações
dos tributos no período estudado. Com o objetivo de melhor entendimento dessas variações, foi
realizado o comparativo mensal dos mesmos.

Arrecadação total

Os dados da arrecadação tributária no município de Palmas – TO estão disponíveis no


sítio do portal da transparência que, por sua vez está disponível para consulta pública. Após a
coleta dos dados foi possível construir a Tabela 4.

Tabela 4 - Arrecadação Tributária em Palmas – TO nos anos de 2019 e 2020


TRIBUTOS 2019 AH AV 2020 AH AV

IPTU R$ 94.993.713,96 100% 34,42% R$ 68.955.914,51 (27,41%) 27,10%

ITBI R$ 22.326.266,59 100% 8,09% R$ 31.067.326,57 39,151% 12,21%

ISS R$ 129.845.872,74 100% 47.049% R$ 126.110.446,23 (2,88%) 49.526%

TOTAL IMPOSTOS R$ 247.165.853,29 100% 89,559% 226.133.687,31 (8,51%) 88,836%

TAXAS R$ 28.822.749,00 100% 10,44% R$ 28.310.536,44 (1,77%) 11,16%

100% 0,001% 297,07% 0,004%


CONTRIBUIÇÕES DE
R$ 2.822,77 R$ 11.208,64
MELHORIA

TOTAL DA 100% 100% (7,80%) 100%


R$ 275.991.425,06 R$ 254.455.432,39
ARRECADAÇÃO

DIFERENÇA ENTRES
ELES R$ 21.535.992,67

AH: Análise Horizontal e AC: Análise Vertical


Fonte: Dados da Pesquisa (2021).

No exercício de 2019 o município de Palmas – TO obteve uma receita tributária total de R$


275.991.425,06 (100%), sendo R$ 2.822,77 (0,001%) proveniente das contribuições de melhoria;
R$ 28.822.749,00 (10,44%) das taxas e R$ 247.165.853,29 (89,559%) de impostos. Do total dos
impostos o que mais gerou recurso financeiro foi o ISS que incide sobre a prestação de serviços à
terceiros. Para Tristão (2003) o ISS tem mais representatividade em cidades que possuem uma
população urbana de algum porte e que tem percentual maior do setor de serviços em sua atividade
econômica.
37

Segundo Soares; Flores; Coronel (2014) essa representatividade pode acontecer quando: o
município investe em recursos de informática; tem pessoal para realizar uma ação fiscalizadora
mais intensa no combate à sonegação; terceiriza alguns serviços relacionados ao ISS, como o
fornecimento de Notas Fiscais (manuais e eletrônicas), emissão de guias de arrecadação e
controle dos serviços por meio de um sistema on line.
No exercício de 2020 o município de Palmas – TO obteve uma receita tributária total de R$
254.455.432,39 (100%), sendo R$ 11.208,64 (0,004%%) originário das contribuições de melhoria;
R$ 28.310.536,44 (11,16%) das taxas e R$ 226.133.687,31 (88,836%) de impostos. Do montante
dos impostos o que mais contribui com recurso financeiro foi o ISS.
Também foi identificado que os impostos são o motor da arrecadação própria porque
segundo Tristão (2003) tem por fato gerador uma situação que independe de qualquer atividade
estatal específica, relativa ao contribuinte. Portanto, o Estado não necessita oferecer algo ao
contribuinte. Para a cobrança, basta que a pessoa jurídica de direito público tenha competência e
crie o imposto por lei.
A arrecadação final do ano de 2019 foi de R$ 275.991.425,06 e a arrecadação final do
ano de 2020 foi de R$ 254.455.432,39, portanto existe uma diferença entre eles de R$
21.535.992,67 que equivale a um decréscimo de 7,8% evidenciando um desempenho
insatisfatório no aspecto financeiro.

Gráfico 1 - Comparação da arrecadação tributária de 2019 a 2020

R$ 140.000.000,00
R$ 120.000.000,00
R$ 100.000.000,00
R$ 80.000.000,00
R$ 60.000.000,00
R$ 40.000.000,00
R$ 20.000.000,00
R$ 0,00

2019 2020

Fonte: Dados da Pesquisa (2021).

Ao analisar o Gráfico 1 pode-se comparar a arrecadação tributária de 2019 a 2020. Nessa


comparação foi percebido que houve decréscimos nas fontes IPTU (27,41%), ISS (2,8%) e
38

Taxas (1,77%). Contudo houve acréscimos em relação ao ITBI (39,151%) e nas contribuições
de melhoria (297,07%).
Para Tristão (2003, p. 171) os decréscimos podem ser justificados pela falta de uma
gestão adequada na administração dos tributos pois
o Imposto sobre a Propriedade é um dos mais adequados para a tributação municipal,
mas é também um dos mais difíceis de administrar, devido ao grande número de
contribuintes e às dificuldades encontradas na avaliação dos imóveis, que requer uma
máquina burocrática eficiente e cadastros informatizados. O Imposto Sobre Serviço, por
sua vez, é de caráter predominantemente declaratório e requer a existência de auditores
fiscais para combater a evasão. [...] tarefa que se torna mais complicada quando se trata
de empresas pequenas que não mantêm uma contabilidade regular.
.
Cabe destacar que a arrecadação do IPTU pode diminuir devido a descontos e benefícios
fiscais concedidos aos proprietários de imóveis urbanos (SOARES; FLORES; CORONEL, 2014).
Outra justificativa para o decréscimo do IPTU no exercício de 2020 deve-se ao fato da
realização de ações públicas até o mês de março com a execução do Programa de Recuperação
Fiscal (REFIS), beneficiando os contribuintes palmenses com descontos no pagamento em dia
e até no parcelamento do IPTU. Entretanto, a retração na arrecadação desse imposto até um
final do ano de 2020 é explicado pelo momento de crise na saúde pública vivenciado com a
pandemia do COVID-19 que afetou diretamente a arrecadação municipal.
Segundo Soares; Flores; Coronel (2014) o acréscimo na arrecadação do ITBI pode estar
relacionado ao aumento das transações imobiliárias na cidade e pela apresentação da guia de
recolhimento do ITBI no momento do registro da transação imobiliária no Cartório de Registro
de Imóveis.
Em 2020 houve um aumento de 297,07% na contribuição de melhoria devido a entregas
de obras públicas em decorrência do ano eleitoral. Que segundo a prefeitura de Palmas, em
meio à pandemia do coronavírus, foi mantido essas ações como a exemplo a execução de
grandes obras de terraplanagem, drenagem pluvial, pavimentação asfáltica e sinalização viária,
canteiros no Jardim Taquari (Quadras T-20, T-21, T-30, T-31, T-32 e T-33), Quadras Arne 64
(508 Norte), Arne 63 (506 Norte), Arne 54 (408 Norte); ASR-NE 25 (212 Norte), Quadra ASR-
SE 25 (212 Sul), ARS-SE 85 (812 Sul) e grandes trechos de avenidas que atendem áreas
residenciais e industriais na capital, sendo elas: Avenida LO-12 (entre a Av. NS-08 e Av. NS-
06); a NS-10 entre Av. JK e o lançamento no Córrego Brejo Comprido para atender as quadras
ASR-SE 15 (112 Sul) e ASR-SE 25 (212 Sul); a Avenida NS-08 (entre a Av. LO-12 e Av. LO-
16), a NS-10 (entre a LO-14 e LO-16), a LO-14 (entre NS-08 e NS-10) e a Avenida LO-16
(PALMAS, 2020).
39

Arrecadação do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial


Urbana (IPTU)

O fato gerador do IPTU de acordo com o art. 32 do Código Tributário Nacional é a


propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel localizado na zona urbana do Município.
O sujeito passivo, isto é, a pessoa que deve pagar o IPTU é o proprietário, o titular do domínio
útil ou o possuidor de bem imóvel situado em área urbana ou urbanizável . A base de cálculo do
IPTU é o valor venal (é o resultado do somatório do valor do terreno com o valor atribuído à
edificação) do imóvel fixado na planta de valores do município e sobre o mesmo aplicam-se
alíquotas diferenciadas e progressivas conforme a localização e o tipo de imóvel: residencial,
comercial, industrial e terreno. Cabe destacar que os dados cadastrais dos imóveis (nome do
proprietário, o seu endereço, a localização do imóvel, e demais elementos necessários à
apuração do valor do imóvel são elementos importantes para o correto lançamento do IPTU.

O IPTU é uns dos principais impostos municipais, sendo pago por dono de
apartamentos, casas, prédios, terrenos, etc. Se for corretamente recolhido é umas das fontes de
receita municipal que dá mais retorno porque “a imobilidade da base tributária permite ao
município identificar fisicamente as propriedades localizadas em seu território e estas, por sua vez,
não terão como evitar o pagamento do imposto deslocando-se para outras regiões” (REZENDE,
2001, p. 244).
Em Palmas – TO o lançamento do IPTU é realizado no início de cada ano e enviado
para que cada contribuinte o incorpore no rol das suas dívidas. Contudo, o contribuinte
palmense possui a facilidade de aderir ao Programa de Parcelamento Especial de Débitos junto
a Prefeitura da Capital e o IPTU é um dos impostos comtemplados por essa ação pública. Esse
programa tem o objetivo de ajudar no acerto de contas com o fisco municipal e é um serviço
voltado para as pessoas físicas e jurídicas (PREFEITURA DE PALMAS, 2021).
40

No período analisado os valores arrecadados com o IPTU estão descritos na Tabela 5.

Tabela 5 - Análise da Arrecadação do IPTU dos anos de 2019 e 2020


IPTU 2019 AH AV 2020 AH AV
JANEIRO R$ 2.229.829,51 100% 2,34% R$ 2.557.966,08 14,71% 3,71%
FEVEREIRO R$ 3.489.908,15 100% 3.67% R$ 2.909.171,86 (16,64%) 4,21%
MARÇO R$ 24.866.915,79 100% 26,17% R$ 25.734.001,00 3,48% 37,32%
ABRIL R$ 5.951.519,52 100% 6,26% R$ 3.565.273,78 (40,09) 5,17%
MAIO R$ 3.820.635,30 100% 4,02% R$ 3.831.921,90 0,29% 5,55%
JUNHO R$ 3.242.045,96 100% 3,41% R$ 4.798.351,14 48% 6,96%
JULHO R$ 3.830.493,78 100% 4,03% R$ 4.866.066,80 27,03% 7,05%
AGOSTO R$ 3.697.733,40 100% 3,89% R$ 4.294.555,11 16,14% 6,22%
SETEMBRO R$ 2.732.201,26 100% 2,87% R$ 3.769.398,43 37,96% 5,46%
OUTUBRO R$ 12.994.801,00 100% 13,67% R$ 4.014.751,17 (69,10%) 5,82%
NOVEMBRO R$ 10.285.901,02 100% 10,82% R$ 3.730.382,74 (63,73%) 5,41%
DEZEMBRO R$ 17.851.729,27 100% 18,79% R$ 4.884.074,46 (72,64%) 7,08
TOTAL R$ 94.993.713,96 100% 100% R$ 68.955.914,51 (27,41) 100%
Fonte: Dados da pesquisa (2021).

A arrecadação final do IPTU de 2019 incluindo dívida ativa, multas e juros foi de R$
94.993.713. Já no ano de 2020 arrecadação final incluindo dívida ativa, multas e juros foi
68.955.914,51. Com um decréscimo de um ano para outro de R$ 26.037.799,45.
Esse decréscimo pode ser justificado por descontos proporcionados aos contribuintes,
aumento da inadimplência, tabela do valor venal desatualizada, diminuição do nível de renda
da população, cadastro incorreto e desatualizado os imóveis. Também pode ter sido provocado
pelo aumento do prazo para o pagamento com a adesão ao Programa de Parcelamento Especial
de Débitos e pela crise financeira provocada pela pandemia da Covid-19.
Ao comparar mensalmente os valores arrecadados do IPTU foi percebido que houve
decréscimo nos meses de fevereiro, abril, maio, outubro, novembro e dezembro do ano de 2019
para 2020, conforme apresentado no Gráfico 2.
41

Gráfico 2 - Gráfico apresenta os índices relativos ao IPTU do ano de 2019 e 2020

IPTU

30.000.000,00

25.000.000,00

20.000.000,00

15.000.000,00

10.000.000,00

5.000.000,00

0,00

2019 2020

Fonte: Dados da pesquisa (2021).

Ao analisar o Gráfico 2, é possível identificar que em cada ano existe uma maior
arrecadação no mês de março, isso porque nesse período a prefeitura estabelece o prazo de
pagamento do IPTU com 10% de desconto. Mas, para efetivar este desconto o contribuinte
precisa pagar o imposto em parcela única e está em dia com todos os tributos municipais
referentes ao ano anterior (G1 TOCANTINS, 2019).
A justificativa para o decréscimo na arrecadação do IPTU em 2020, são as ações de
isolamento social provocada pela pandemia Covid-19, a partir do mês março onde foi possível
observar as severas restrições que ocasionou queda na arrecadação desse imposto e perda de
receita no município.

Arrecadação do Imposto sobre Transmissão “Inter Vivos” de Bens


Imóveis e de Direitos Reais sobre Imóveis (ITBI)

O ITBI incide em todas as transferências de propriedade de bens imóveis das áreas


urbana e rurais por ato oneroso (doação e herança o mesmo não é cobrado). Sua base de cálculo
é o valor de mercado de imóvel negociado. As alíquotas são definidas em lei municipal e, em
Palmas – TO é de 6%. O sujeito passivo do ITBI será o comprador do imóvel. A base de cálculo
42

será o valor venal, declarado pelo contribuinte, dos bens ou direitos transmitidos. O ITBI deve ser
pago onde o imóvel está localizado (PREFEITURA DE PALMAS, 2021).
Para Tristão (2003, p. 101) o ITBI não representa uma fonte muito previsível de recursos
para o município. Contudo, como a escrituração do imóvel não pode ser feita sem o pagamento
do ITBI, diminuem as chances do imposto ser sonegado. Não obstante, existe a possibilidade
do “contribuinte subdeclarar o valor negociado na transação. Para evitar essa situação, as
prefeituras precisam ter equipes capazes de avaliar corretamente o valor venal dos imóveis
segundo os preços de mercado”.
No entanto, o site da Prefeitura de Palmas, desde 2019, vem sendo registrado um
crescimento na arrecadação do ITBI, um dos principais indicadores que aponta para a saúde
econômico-financeira do Município (PREFEITURA DE PALMAS. 2021).
Segundo o secretário de Finanças de Palmas, Rogério Ramos, essa informação reflete a
confiança do contribuinte na política fiscal da administração pública municipal, além da solidez
alcançada pelo mercado imobiliário local. “Um mercado imobiliário aquecido demonstra,
normalmente, a saúde econômica do município, uma vez que demonstra que as pessoas se
sentem seguras para investir”, comentou Ramos (PREFEITURA DE PALMAS, 2021).
A arrecadação final do ITBI de 2019 incluindo dívida ativa, multas e juros foi de R$
22.326.266,59. A arrecadação final do ITBI de 2020 incluindo dívida ativa, multas e juros
totalizou R$ 31.067.326,57. Percebe-se uma diferença positiva (acréscimo) de um ano para
outro no total de R$ 8.741.059,98, conforme evidenciado na Tabela 6.

Tabela 6 - Análise da Arrecadação do ITBI dos anos de 2019 e 2020


ITBI 2019 AH AV 2020 AH AV
JANEIRO R$ 1.281.890,49 100% 5,74% R$ 2.953.135,77 130,37% 9,50%
FEVEREIRO R$ 1.789.116,93 100% 8,01% R$ 1.451.423,18 (18,87%) 4,67%
MARÇO R$ 1.574.724,59 100% 7,05% R$ 2.254.181,01 43,14% 7,25%
ABRIL R$ 2.311.489,35 100% 10,35% R$ 1.423.994,45 (38,40%) 4,6%
MAIO R$ 2.132.982,80 100% 9,55% R$ 4.542.662,65 113% 14,62%
JUNHO R$ 1.280.496,48 100% 5,73% R$ 2.343.729,62 83,03% 7,54%
JULHO R$ 1.697.396,90 100% 7,60% R$ 2.400.874,66 41,44% 7,72%
AGOSTO R$ 1.552.701,86 100% 7% R$ 2.575.051,69 65,84% 8,28%
SETEMBRO R$ 1.570.716,64 100% 7,03% R$ 2.488.226,13 58,41% 8%
OUTUBRO R$ 2.721.164,51 100% 12,18% R$ 2.569.686,30 (5,56%) 8,27%
NOVEMBRO R$ 1.915.586,27 100% 8,57% R$ 2.535.534,00 32,36% 8,16%
DEZEMBRO R$ 2.497.999,77 100% 11,18% R$ 3.528.827,11 41,26% 11,36%
TOTAL R$ 22.326.266,59 100% 100% R$ 31.067.326,57 39,15% 100%

Fonte: Dados da Pesquisa (2021).


43

Ao comparar mensalmente os valores arrecadados do ITBI foi percebido que houve


decréscimo nos meses de fevereiro, abril e outubro do ano de 2019 para 2020, conforme
apresentado no Gráfico 3.

Gráfico 3 - Gráfico apresenta os índices relativos ao ITBI do ano de 2019 e 2020

ITBI

5.000.000,00
4.500.000,00
4.000.000,00
3.500.000,00
3.000.000,00
2.500.000,00
2.000.000,00
1.500.000,00
1.000.000,00
500.000,00
0,00

2019 2020

Fonte: Dados da Pesquisa (2021).

De acordo com o secretário de Finanças de Palmas, Rogério Ramos, mesmo com as


incertezas quanto aos problemas de saúde pública trazidas com a pandemia do COVID-19, isso
não afetou a confiança do contribuinte palmense no vigor da política fiscal no período estudado
(PREFEITURA DE PALMAS, 2021).

Arrecadação do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS)

O fato gerador do ISS de acordo com a Lei Complementar 116/2003, é a prestação


efetiva, por empresa ou profissional autônomo, com ou sem estabelecimento fixo, de qualquer
dos serviços constantes na Lista de Serviços anexa a essa lei, exceto serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e os serviços de comunicação pois são de competência dos Estados.
O sujeito passivo (pagador) é o prestador do serviço, quer seja ele empresa ou profissional
autônomo. A base de cálculo do ISS é o preço cobrado pelo contribuinte pelo serviço que
prestou. Sobre esse valor, aplica-se uma alíquota que pode variar de um mínimo de 2% até um
valor máximo de 5%, conforme definido em legislação específica de cada município. Em
44

Palmas – TO a alíquota é de 3,5%. De acordo com a Lei Complementar nº 175 de 23 de


setembro de 2020, o ISS deve ser recolhido no município onde está o cliente (destino), e não
mais na cidade-sede do prestador.

Segundo Anselmo (2013), o ISS ocorre no envolvimento de atividade econômica


remunerada. A base de cálculo corresponde ao preço do serviço prestado. Esse imposto é
considerado um dos mais importantes para as grandes e médias cidades, pois são os polos de
prestação de serviços. Muitas vezes esse imposto é sonegado pela falta de emissão de nota
fiscal, pois está agregado ao preço do serviço. Por isso é dever da Administração municipal
criar medidas e mecanismos que auxiliem na melhor arrecadação.
Em 2020, a Prefeitura de Palmas arrecadou, incluindo dívida ativa, multas e juros,
durante todo esse exercício financeiro o total de R$ 126.110.446,23 de Imposto Sobre Serviços
de Qualquer Natureza (ISS), conforme descrito na Tabela 7. Ao comparar com o ano de 2019,
identificou-se um decréscimo de R$ 3.735.426,51 (2,87%) pois a arrecadação nesse período foi
de R$ 129.845.872,74 (PREFEITURA DE PALMAS, 2021).

Tabela 7 - Análise da Arrecadação do ISS nos anos de 2019 e 2020


ISSQN 2019 AH AV 2020 AH AV
JANEIRO R$ 8.996.661,31 100% 7% R$ 9.100.390,79 1,15% 7,21%
FEVEREIRO R$ 9.408.981,20 100% 7,24% R$ 9.693.810,09 3,02% 7,68%
MARÇO R$ 8.937.209,50 100% 6,88% R$ 10.207.472,80 14,21% 8,09%
ABRIL R$ 10.814.209,67 100% 8,32% R$ 8.136.146,00 (24,76%) 6,45%
MAIO R$ 9.156.221,09 100% 7,05% R$ 8.011.954,10 (12,49%) 6,35%
JUNHO R$ 9.901.710,32 100% 7,62% R$ 8.772.418,82 (11,40%) 6,95%
JULHO R$ 11.858.020,67 100% 9,13% R$ 10.517.289,89 (11,30%) 8,33%
AGOSTO R$ 11.497.865,92 100% 8,85% R$ 10.340.293,43 (10,06%) 8,2%
SETEMBRO R$ 10.659.205,37 100% 8,20% R$ 11.307.220,82 6,07% 9%
OUTUBRO R$ 13.797.339,90 100% 10,62% R$ 13.557.308,49 (1,74%) 10,75%
NOVEMBRO R$ 11.192.558,31 100% 8,62% R$ 11.519.430,10 2,92% 9,13%
DEZEMBRO R$ 13.625.889,48 100% 10,49% R$ 14.946.710,90 9,69% 11,85%
TOTAL R$ 129.845.872,74 100% 100% R$ 126.110.446,23 (2,87%) 100%
Fonte: Dados da Pesquisa (2021).

Ao comparar mensalmente os valores arrecadados do ISS foi identificado que houve


decréscimo nos meses de abril, maio, junho, julho, agosto, outubro, do ano de 2019 para 2020,
conforme apresentado no Gráfico 4. Essa menor arrecadação em 2020 foi motivada pelos
impactos negativos provocados pelo isolamento social causados pela pandemia Covid-19.
45

Gráfico 4 - Gráfico apresenta os índices relativos ao ISS dos anos de 2019 e 2020

ISS

15.000.000,00

10.000.000,00

5.000.000,00

0,00

2019 2020

Fonte: Dados da Pesquisa (2021).

Arrecadação das Taxas


Os fatos geradores das taxas são: o exercício do poder de polícia (fiscalização) ou a
utilização de serviço público, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. O sujeito
passivo é a pessoa que foi beneficiada por alguma atividade estatal. Sua instituição depende de
legislação municipal. Seus valores são definidos pelo Código Tributário Municipal. Como
exemplos de taxas cita-se: cópia de documentos, emissão de alvarás, licença para obras, limpeza
e iluminação públicas, conservação de vias públicas, etc.

No município de Palmas – TO as taxas estão caracterizadas da seguinte maneira:

a) Taxas pelo exercício do poder de polícia; taxas de inspeção, controle e fiscalização;


taxa de licença para funcionamento de estabelecimentos comerciais, industriais e
prestadora de serviços: como exemplo cita-se: taxa de Publicidade Comercial; Taxa
de Apreensão e Depósito; Taxa de Funcionamento de Estabelecimentos em Horário
Especial; Taxa de Licença para Execução de Obras; Taxa de Utilização de Área de
Domínio Público; Taxa de Aprovação do Projeto de Construção Civil.
b) Taxa de gerenciamento operacional de operadora de plataforma tecnológica tais
como: Taxa de Fiscalização de UBER; Taxa de Alinhamento e Nivelamento; Taxa
de Comércio em Logradouro; Taxa de Divertimentos Públicos; Taxa de Autorização
de Trânsito; Taxa de Autorização de Funcionamento de Transporte; Taxa de
Fiscalização e Regulação de Serviços Públicos de Transporte Público Coletivo.
c) Taxa de controle e fiscalização ambiental
46

d) Taxas pela prestação de serviços assim descritas: Taxa de Limpeza Pública; Taxas
de Serviços Cadastrais; Taxa de Emissão de Certidões; Taxa de Conservação de Vias
e Logradouros; Taxa de Coleta de Lixo; Taxas de Serviços da Fazenda Pública; Taxas
de Serviços de Urbanismo; Taxas de Serviços Sanitários; Taxas de Serviços de
Trânsito e Transportes.

A arrecadação final em 2019 (Tabela 8) incluindo todas as taxas municipais totalizou


R$ 28.822.749,00. A arrecadação final de 2020 incluindo todas as taxas municipais monta R$
28.310.536,44. Portanto há uma diferença negativa (decréscimo) no valor de R$ 512.212,56.

Tabela 8 - Análise da Arrecadação das TAXAS dos anos de 2019 e 2020


TAXAS 2019 AH AV 2020 AH AV
JANEIRO R$ 3.515.977,81 100% 12,19% R$ 4.077.158,73 16% 14,40%
FEVEREIRO R$ 3.973.920,41 100% 13,78% R$ 3.783.873,28 (4,78%) 13,36%
MARÇO R$ 6.305.330,09 100% 21,87% R$ 6.580.414,95 4,36% 23,24%
ABRIL R$ 2.117.086,55 100% 7,34% R$ 1.107.870,55 (47,67%) 3,91%
MAIO R$ 1.705.493,08 100% 5,91% R$ 1.265.056,79 (25,82%) 4,46%
JUNHO R$ 1.296.982,01 100% 4,49% R$ 1.645.240,63 26,85% 5,81%
JULHO R$ 1.451.640,08 100% 5,03% R$ 1.860.481,43 28,16% 6,57%
AGOSTO R$ 1.364.442,13 100% 4,73% R$ 2.005.556,50 47% 7,08%
SETEMBRO R$ 1.184.783,84 100% 4,11% R$ 1.691.444,78 42,76% 5,97%
OUTUBRO R$ 2.632.502,62 100% 9,13% R$ 1.277.695,37 (51,46%) 4,51%
NOVEMBRO R$ 1.382.953,54 100% 4,79% R$ 1.533.562,03 11% 5,41%
DEZEMBRO R$ 1.891.636,84 100% 6,56% R$ 1.482.181,40 (21,64%) 5,23%
TOTAL R$ 28.822.749,00 100% 100% R$ 28.310.536,44 (1,77%) 100%

Fonte: Dados da Pesquisa (2021).

Ao comparar mensalmente os valores arrecadados das Taxas foi identificado que houve
decréscimo nos meses de fevereiro, abril, maio, outubro e dezembro, do ano de 2019 para 2020,
conforme apresentado no Gráfico 5.
47

Gráfico 5 - apresenta os índices relativos as Taxas dos anos de 2019 e 2020

TAXAS

7.000.000,00
6.000.000,00
5.000.000,00
4.000.000,00
3.000.000,00
2.000.000,00
1.000.000,00
0,00

2019 2020

Fonte: Dados da Pesquisa (2021).

Arrecadação da Contribuição de melhoria

A contribuição de melhoria tem como fato gerador a valorização de imóvel de


propriedade privada em razão da realização de obra pública. O sujeito passivo são os
proprietários de imóveis que foram beneficiados por obras públicas. Seu valor deverá ser
determinado após apuração do custo ocorrido na realização da obra pública. Esse custo total será
rateado proporcionalmente entre os imóveis beneficiados.
A arrecadação total da contribuição de melhoria em 2019 foi de R$ 2.822,77 e, em 2020
foi de 11.208,64 (Tabela 9). Portanto apresentou diferença positiva (acréscimo) no valor de R$
8.385,87.
Para Tristão (2003) a Contribuição de Melhoria só tem sido cobrada em contrapartida às
obras de pavimentação de vias públicas executadas por prefeituras. Esse foi o fato identificado no
município de Palmas – TO.
Apesar do acréscimo significativo, a contribuição de melhoria representa a fonte de menor
volume arrecadatório. Isso é devido à complexidade da sua cobrança já que a valorização dos
imóveis é calculada a partir de aspectos subjetivos.
48

Tabela 9 - Análise da Arrecadação da Contribuição de Melhoria dos anos de 2019 e 2020


CONTR. M. 2019 AH AV 2020 AH AV
JANEIRO 1.681,57 100% 59,58% 0,00 0,00 0
FEVEREIRO 0,00 100% 0 0,00 0,00 0
MARÇO 0,00 100% 0 0,00 0,00 0
ABRIL 0,00 100% 0 0,00 0,00 0
MAIO 0,00 100% 0 11.208,64 0,00 100%
JUNHO 0,00 100% 0 0,00 0,00 0
JULHO 0,00 100% 0 0,00 0,00 0
AGOSTO 0,00 100% 0 0,00 0,00 0
SETEMBRO 0,00 100% 0 0,00 0,00 0
OUTUBRO 1.141,20 100% 40,42% 0,00 0,00 0
NOVEMBRO 0,00 100% 0 0,00 0,00 0
DEZEMBRO 0,00 100% 0 0,00 0,00 0
TOTAL R$ 2.822,77 100% 100% R$ 11.208,64 297,07% 100%

Fonte: Dados da Pesquisa (2021).

Ao comparar mensalmente os valores arrecadados da Contribuição de Melhoria foi


identificado que houve acréscimo no mês de maio do ano de 2019 para 2020, conforme
apresentado no Gráfico 6.

Gráfico 6 - Gráfico apresenta os índices relativos as Contribuição de Melhorias dos anos de 2019 e
2020

CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA

12.000,00
10.000,00
8.000,00
6.000,00
4.000,00
2.000,00
0,00

2019 2020

Fonte: Dados da Pesquisa (2021).


49

Síntese dos resultados

Percebe-se que a arrecadação total de tributos fora maior no exercício de 2019 se


comparado a 2020. Tal situação ocorreu por vários fatores, como ações do poder executivo com
objetivo de arrecadar, como por exemplo, a prorrogação do REFIS (recuperação fiscal) voltada
para o IPTU, logo se estimulou a arrecadação de tal imposto, bem como uma eficácia maior nas
ações de execuções fiscais, inscrição em dívida ativa, entre outras medidas. Assim, a estimativa
de arrecadação do executivo, no referido exercício era bastante positiva, o que ocorreu.
Contudo, ao compararmos os números de 2020, a arrecadação total foi menor, haja vista
foi um ano em que as ações governamentais estavam voltadas para a questão de saúde pública,
assim houve maior flexibilização quanto ao recolhimento do IPTU, por exemplo. Desse modo,
nota-se que os impostos que tiveram crescimento foram: ITBI e Contribuições de Melhoria.
Houve queda significativa no recolhimento do IPTU e ISS, o que já se esperava. Já as taxas
municipais se mantiveram no mesmo patamar, em relação ao exercício anterior apresentado
pouca variação.
50

5. CONCLUSÃO

O sistema tributário municipal é composto da arrecadação de impostos, a saber, o IPTU,


ITBI, ISS, taxas, contribuição para custeio da iluminação pública (COSIP) e contribuições de
melhoria. Tal competência para instituir e majorar os tributos mencionados é outorgada pela
CF/88, que por sua vez determina em seu texto todos os tributos que serão instituídos pelo
município.
O poder de tributar, embora seja característico da supremacia estatal, se submete às
restrições estabelecidas pela própria Constituição. Assim, as limitações servem para que se evite
a exorbitância estatal sobre o contribuinte, logo devem ser respeitados princípios como a
legalidade, isonomia, capacidade contributiva, anterioridade, entre outros para que o Estado
exerça sua atividade fiscal.
Embora, os entes federativos se valam da competência tributária para arrecadar e, assim
exercer suas finalidades essenciais, existem situações previstas na CF/88 que eximem o
contribuinte de pagar os tributos, é a chamada imunidade tributária, que tem como característica
principal a irrevogabilidade. Logo, mesmo praticando o fato gerador, a CF o dispensa do
pagamento. Ademais ainda existe a isenção tributária, que por sua vez possui cunho legal, ou
seja, é concedida mediante lei, assim pode ser revogada a qualquer tempo.
No que tange a carga tributária arrecadada no município de Palmas – TO nos exercícios
de 2019 e 2020 nota-se que não houve evolução. Embora alguns tributos tenham seu numerário
maior quando comprado ao exercício anterior, percebe-se que a arrecadação, em linhas gerais,
fora menor.
Entretanto, este estudo tem o objetivo demonstrar a evolução da arrecadação fiscal do
Município de Palmas – TO. O objetivo da pesquisa foi alcançado, tendo em vista que os cálculos
apresentados são capazes de evidenciar que, de modo geral, houve queda na arrecadação de
impostos, taxas e aumento na contribuição de melhorias no período abordado.
A referida queda foi mais acentuada na arrecadação do IPTU que caiu 27,41% em
relação aos mesmos meses do ano de 2019. Já as contribuições de melhorias o aumento foi de
297,07% seguidos de ITBI com 39,151%, sendo que o ISS apresentou uma queda de 2,88%, e
as TAXAS com uma diminuição de 1,77%.
É importante ressaltar que os desdobramentos das medidas de isolamento social
atingiram tantos os municípios quantos os estados. Tal fenômeno pode ser explicado pelo
momento de crise na saúde pública vivenciado pelo mundo desde 2020, logo a atenção dos
gestores se focou exclusivamente para esse aspecto. Enquanto em 2019 o intuito de arrecadação
51

estava concentrado em políticas como os refis, maior eficiência na execução fiscal, inscrição
em dívida ativa, entre outras.
Portanto, os objetivos da foram alcançados, visto que através da Análise Gráfica e
Horizontal, calculou-se a variação percentual de queda na arrecadação Municipal.
Possibilitando apontar quanto o município de Palma – TO deixou de arrecadar no ano de 2020,
o montante total em valor monetário de R$ 21.535.992,67 em relação ao exercício de 2019.
É importante destacar que o Portal da transparência da Prefeitura de Palmas – TO, foi a
principal fonte de extração dos dados desta pesquisa. Levando em consideração a dificuldade
na coleta dos dados sendo necessário a solicitação de auxílio do Setor de Contabilidade Geral
da Prefeitura, que faz parte da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Humano do
município.
52

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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55

7. APÊNDICE 1
56

APÊNDICE 2
57

APÊNDICE 3
58

APÊNDICE 4
59

APÊNDICE 5
60

APÊNDICE 6
61

EVOLUÇÃO DA ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA NO MUNICÍPIO DE PALMAS


- TO NO PERÍODO DE 2019 A 2020

Leonardo Medrado de Oliveira4


Doriane Braga Nunes Bilac5

RESUMO

Os municípios só foram reconhecidos como unidade da federação, a partir da constituição de 1988.


Desse período em diante assumem responsabilidades pela criação e execução de ações públicas
colocadas à disposição dos cidadãos que, até então, era obrigação dos Estados ou da União.
Contudo, sua arrecadação tributária é insuficiente para atender as demandas sociais e econômicas
da sociedade. Nesse contexto questionou-se: qual foi a evolução da arrecadação tributária do
Município de Palmas - TO no período de 2019 até 2020? Para responder esse questionamento foi
definido como objetivo geral: demonstrar a evolução da arrecadação tributaria do Município de
Palmas - TO no período de 2019 até 2020, e como objetivos específicos: caracterizar tributos e
suas espécies tributárias, descrever os tributos municipais, identificar as principais fontes de
arrecadação do Município de Palmas - TO; comparar a arrecadação tributária do municipio de
Palmas – TO no período de 2019 a 2020. A metodologia desenvolvida classificou a pesquisa como
descritiva e quantitativa. O instrumento de coleta de dados foi a planilha do Excel, possibilitando
a organização e a representação gráfica da arrecadação tributária. Posteriormente, os dados foram
interpretados e analisados de acordo com a teoria estudada. Os resultados apontam que houve
queda na arrecadação do IPTU de 27,41% em relação ao ano de 2019. Já as contribuições de
melhorias aumentou 297,07% seguidos de ITBI com 39,151%, sendo que o ISSQN apresentou
uma queda de 2,88%, e as TAXAS com diminuição de 1,77%. Assim, conclui-se que os impostos
representam a maior fonte da receita tributária seguida das taxas e por ultimo da contribuição de
melhoria.

Palavras Chave: Tributos Municipais. Arrecadação. Município de Palmas - TO.

4
Acadêmico do Curso de Administração da Universidade Federal do Tocantins - UFT, Palmas, TO. E-mail:
leonardo.medrado@mail.uft.edu.br.
5
Professora Doutora do Curso de Administração da Universidade Federal do Tocantins/UFT, Palmas, TO. E-
mail: doribilac@gmail.com.
62

ABSTRACT

The municipalities were only placed as a unit of the federation after the constitution of 1988. From
that period onwards, they assume responsibility for the creation and execution of actions made
available to citizens, which, until then, was an obligation of the States or the Union. tax collection
is insufficient to meet social demands and promote society. In this context, the following question
was asked: what was the evolution of tax collection in the Municipality of Palmas - TO in the
period from 2019 to 2020? To answer this question, the general objective was defined: to
demonstrate the evolution of tax collection in the Municipality of Palmas - TO in the period from
2019 to 2020, and as specific objectives: to characterize taxes and their tax types, define municipal
taxes, identify the main sources collection of the Municipality of Palmas - TO; compare the tax
collection of the city of Palmas - TO in the period 2019 to 2020. The developed methodology
classified the research as descriptive and quantitative. The data collection instrument was an Excel
spreadsheet, enabling the organization and graphical representation of tax collection. Subsequently,
the data were interpreted and agreed according to the theory studied. The results show that there
was a drop in IPTU collection of 27.41% compared to 2019. Contributions to improvements
increased by 297.07%, followed by ITBI with 39.151%, with the ISS falling by 2.88 %, and as
Rates with a decrease of 1.77%. Thus, it is concluded that taxes represent the largest source of tax
revenue, followed by fees and finally by the improvement contribution.

Key-Words: Municipal Taxes. Collection. Municipality of Palmas - TO.

1. INTRODUÇÃO

A constituição de 1988 reconheceu os municípios como unidade da federação. Portanto,


houve uma maior liberdade política, administrativa e financeira, que acompanhou uma
descentralização de recursos e atribuições (ABRUCIO; FRANZESE, 2007).
A descentralização financeira foi realizada com a autonomia dos municípios e estados para
instituir e arrecadar seus próprios tributos (impostos, taxas e contribuição de melhorias) e pela
criação dos fundos de participação estaduais e municipais, permitindo assim a intensificação dos
repasses de verbas federais aos governos locais. Isso impactou de maneira positiva na consolidação
de políticas públicas demandada pela sociedade (GIROLDO; KEMPFER, 2012).
63

Apesar dessa autonomia as receitas próprias dos municípios são insuficientes para atender
as demandas dos cidadãos nas áreas da saúde, educação, transporte público, habitação, segurança,
dentre outras previstas em suas políticas públicas.
Assim, para atender essas demandas, os gestores de Municípios, Estados e da União
precisam arrecadar recursos em forma de receita (receitas de transferência e receitas próprias), isto
é, entradas financeiras que se incorporam sem reservas ao patrimônio estatal (SILVA, 1996).
Contudo, segundo dados da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), a maioria dos municípios
brasileiros são dependentes das receitas de transferência, sendo que esta é de maior
representatividade em relação a receita total e, em contrapartida, menor expressividade as receitas
próprias (COSTA, 2010).
As receitas de transferência caracterizam-se por repasses de grandes quantias da União aos
Estados e municípios. Esses repasses têm o objetivo de diminuir a desigualdade entre os entes que
possuem menor capacidade arrecadatória e a implementação de projetos de interesse nacional
(VARSANO, 1996).
As receitas próprias são derivadas da arrecadação de diversos tributos municipais
(impostos, taxas e contribuição de melhoria) que estão regulamentados no Código Tributário
Municipal (AFONSO, 2010).
Nesse estudo será dado destaque aos seguintes tributos que compõe a receita própria:
Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), Imposto sobre Transmissão de Bem Imóvel (ITBI) e o
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), Taxas e Contribuição de Melhoria porque
geram recursos ao município de Palmas – TO.
Diante desse contexto, é importante analisar o comportamento dos tributos (impostos, taxas
e contribuição de melhoria) que compõe o rol das receitas municipais e as possíveis ações
governamentais que podem explicar a variação para mais ou menos nos valores dessas fontes
financeiras. Assim foi levantado a seguinte pergunta: qual foi a evolução da arrecadação tributária
do Município de Palmas - TO no período de 2019 até 2020?
O objetivo Geral desse estudo é demonstrar a evolução da arrecadação tributária do
Município de Palmas – TO no período de 2019 até 2020.
O tema foi escolhido devido a mídia impressa e virtual relatar que os municípios têm uma
situação econômico-financeira e operacional precária; estão com alto grau de endividamento,
sobretudo a curto prazo; estão com poucos recursos para pagar servidores e fornecedores, executar
64

os serviços públicos essenciais, manter a máquina administrativa, bem como implantar e


operacionalizar os planos de governo (AFONSO; ARAÚJO, 2000).
Outro fator que justifica a escolha do tema deve-se ao fato de Palmas ser a capital do Estado
do Tocantins, portanto importante, tanto pelo número de habitantes quanto pela sua posição
geográfica e influência financeira e política sobre as demais cidades do Estado. Além disso, o
período selecionado, 2019-2020, foi motivado pela disponibilidade no portal de transparência da
Prefeitura Municipal (http://portaldatransparencia.palmas.to.gov.br) dos dados necessários para a
realização desse estudo. Destaca-se também que os tributos ISS, IPTU, ITBI, taxas e contribuição
de melhoria foram escolhidos por representar recursos financeiros dentro do total das receitas
próprias da cidade de Palmas – TO.
Assim espera-se com esse estudo contribuir para que a sociedade tenha conhecimento sobre
fontes tributárias que compõem o rol dos recursos financeiros que contribuem para que o município
de Palmas – TO oferte serviços públicos, custei suas atividades e execute investimentos e melhorias
em benefício da sua população.
Nesse sentido, o tema é relevante por gerar conhecimento para que o cidadão assuma uma
atitude fiscalizadora contra a corrupção, o desperdício e o descaso com os recursos públicos.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. DEFINIÇÃO DE TRIBUTO

O conceito mais completo que se tem a cerca de tributo, vem expresso no Código Tributário
Nacional (CTN), a saber, em seu art. 3º:

Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela
se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada (BRASIL, 1966, p. 2).

Assim, nota-se que tributo é uma prestação compulsória, ou seja, que deverá ser paga ao
fisco, pois se trata de uma obrigação. Logo, quando o legislador elege uma situação do cotidiano
humano para sofrer incidência de tributo, nasce uma obrigação de pagá-lo.
Percebe-se também que o tributo deverá ser pago em dinheiro, ou seja, em moeda corrente.
Não há possibilidade de pagamento de tributo com bens ou serviços, contudo, o próprio CTN abre
65

uma única exceção que é a dação em pagamento de bem móvel, expressa no art. 156, XI. Hipótese
de extinção do crédito tributário, contudo só é possível se houver expressa previsão legal
(ABRANTES; FERREIRA, 2010) .
Assim, podemos caracterizar o tributo pela compulsoriedade da obrigação pecuniária em
moeda ou em valor que nela possa se exprimir, resultante exclusivamente de lei, sem se constituir
em sanção do ato ilícito como ocorre com as multas administrativas, que igualmente derivam de
dizeres lícitos, e, portanto, são compulsórias (ABRANTES; FERREIRA, 2010, p. 55).
A obrigação tributária não pode constituir sanção de ato ilícito. Tributo não é considerado
castigo ou pena. Para que haja a incidência tributária, o legislador só pode nomear atos
considerados lícitos pelo ordenamento jurídico. Contudo, os frutos advindos de uma atividade
ilícita poderá ser objeto de tributação, haja vista, para o direito tributário, o fato gerador é soberano
para que nasça a responsabilidade tributária, independentemente se foi por meio de fruto de
atividade ilegal (MINARDI, 2021).
Nota-se que, embora um traficante pratique atividade ilegal à luz do ordenamento jurídico,
os frutos dessa atividade serão objeto de tributação. Exemplificando: se ele, por meio do dinheiro
do tráfico, adquire um imóvel urbano, deverá pagar o ITBI e o IPTU do referido imóvel, pois
ocorreu o fato gerador, logo o direito tributário não importa se o dinheiro é fruto de atividade ilícita
(MINARDI, 2021).
Esse aspecto pode ser verificado no art. 118 do CTN que expressa:

Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se:


I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis,
ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos (BRASIL, 1966).

Desse modo, a interpretação do fato gerador de uma obrigação tributária é entendida fora
de julgamento de legalidade do negócio, ou seja, da atividade a qual houve o recebimento dos
frutos. Para Alexandre (2020, p. 46)

Alguns entendem que o Estado, ao tributar rendimentos oriundos de atividades criminosas,


estaria se associando ao crime e obtendo, imoralmente, recursos de uma atividade que ele
mesmo proíbe. Entretanto, seria injusto cobrar imposto daquele que trabalha honestamente
e conceder uma verdadeira “imunidade” ao criminoso. Nessa linha de raciocínio, o
Supremo Tribunal Federal, ao julgar um caso sobre tráfico ilícito de entorpecentes,
entendeu que, antes de ser agressiva à moralidade, a tributação do resultado econômico de
tais atividades é decorrência do princípio da isonomia fiscal de manifesta inspiração ética.
66

Justifica-se tal ação pelo princípio da isonomia, igualdade entre todos os contribuintes. Se
aquele que exerce atividade honesta pagará impostos, assim o que é ilegal, também deverá ter a
mesma obrigação. Ainda há o princípio da “pecúnia non olet” (o dinheiro não tem cheiro), elegido
pelo Imperador Romano Vespasiano, quando questionado pela cobrança do uso dos banheiros
públicos, respondeu: “o dinheiro não cheira” (ALEXANDRE, 2020).
Outra característica expressa no escopo do art. 3º do CTN é a instituição da prestação
tributária somente por lei. É decorrente do princípio da legalidade. Só mediante lei (ordinária ou
complementar), ou ação normativa com força de lei, nesse caso a medida provisória, podem ser
instituídos os tributos. Sob tal regra não há exceção prevista no ordenamento. (ALEXANDRE,
2020).
Por derradeiro, a prestação tributária é cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada. Logo, a atividade estatal de cobrar os tributos é realizada de forma
vinculada, ou seja, não cabe aqui juízo de conveniência e oportunidade. A cobrança deve ser
realizada sem qualquer observância à margem de escolha do fisco. Mesmo que qualquer fato seja
comovente ao olhar humano, se não for caso de imunidade previsto na Constituição ou, isenção
expressa em lei específica, deverá, obrigatoriamente, ser objeto de cobrança do devido tributo
(MINARDI, 2021).

2.2. SISTEMA TRIBUTÁRIO DO MUNICÍPIO DE PALMAS - TO

O sistema tributário representa o conjunto de instituições, regras, princípios e práticas


tributárias que são consideradas por um ente público ao definir os tributos e ao mesmo tempo
considerar seus efeitos sobre a vida econômica e social. Ele se constitui no principal instrumento
de política fiscal de um governo. Seu componente principal é o tributo. As espécies tributárias são:
imposto, taxa, contribuição de melhoria, contribuições sociais e empréstimos compulsórios.
Nos municípios a arrecadação tributária é composta por impostos como (IPTU, ITBI, ISS),
taxas, contribuição para custeio da iluminação pública e contribuições de melhoria. A competência
para instituir e majorar tais espécies tributárias emana diretamente da CF/88. Assim, em
consonância com a CF e o CTN, o município pode organizar seu sistema de arrecadação tributária
67

através do seu próprio Código Tributário, que por sua vez institui os tributos municipais, estabelece
fato gerador, base de cálculo, alíquotas, penalidades, entre outros institutos (AFONSO, 2010).
No município de Palmas – TO, o Código Tributário Municipal foi instituído pela Lei
Complementar nº 107/2005, que revogou outras normas de direito tributário no âmbito no
município e, estabelece em seu art. 5º:

Art.5º.Os tributos municipais são:


I - impostos;
II - taxas pelo exercício regular do poder de polícia ou a utilização efetiva ou potencial de
serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição;
III - contribuição de melhoria, para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra
valorização imobiliária;
IV - contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública (PALMAS, 2005).

Assim, em consonância com a competência tributária, prevista no art. 156, CF, o município
só poderá instituir tais impostos e as demais espécies tributárias comuns a todos os entes
federativos.

2.2.1. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA

Tem sua base legal no art. 145, III, CF, 81 e 82, CTN. É comum a todos os entes federativos
e é cobrada frente à realização de obra pública que, traga valorização imobiliária.
A Lei Complementar Municipal nº 107/2005, dispõe em seu art. 120:

Será devida a Contribuição de Melhoria sempre que o imóvel situado na zona de


influência da obra for beneficiado por quaisquer das seguintes obras públicas, realizadas
pela Administração Direta ou Indireta do Município, inclusive quando resultante de
convênio com a União, o Estado ou entidade estadual ou federal:
I - abertura, alargamento, pavimentação, iluminação, arborização, esgotos pluviais de
praças e vias públicas;
II - construção e ampliação de parques, campos de desportos, pontes, túneis e viadutos;
III - construção ou ampliação de sistemas de trânsito rápido, inclusive todas as obras e
edificações necessárias ao funcionamento do sistema;
IV - serviços e obras de abastecimento de água potável, esgotos, instalações de redes
elétricas, telefônicas, de transportes e comunicações em geral ou de suprimento de gás,
funiculares, ascensores e instalações de comodidades públicas;
V - proteção contra secas, inundações, erosões e de saneamento e drenagem em geral,
retificação e regularização de cursos d´água e irrigação;
VI - construção, pavimentação e melhoramento de estradas de rodagem;
VII - construção de aeródromos e aeroportos e seus acessos;
VIII - aterros e realizações de embelezamento em geral, inclusive desapropriações em
desenvolvimento de plano de aspecto paisagístico. (PALMAS, 2005)
68

No que tange aos limites da contribuição de melhoria, poderá ser adotado o limite global,
que é o valor total gasto na obra pública e, o valor individual, sendo o quanto fora valorizado,
individualmente com a benfeitoria da obra, para cada imóvel beneficiado.

2.2.2. TAXAS

Espécie tributária comum a todos os entes e tem por base legal o art. 145, II, CF e os arts.
77 a 80, CTN. É instituída em razão do exercício regular do poder de polícia, sendo por autorização
de autoridade administrativa, como por exemplo, fiscalização de funcionamento de
estabelecimento comercial. É cobrada também pela utilização efetiva ou potencial de serviço
público, específico e divisível (MINARDI, 2021).
O serviço público é considerado divisível, quando é possível ter mensuração do quanto cada
contribuinte utiliza de tal serviço. A exemplo, taxa sobre a coleta de lixo. Já a limpeza pública de
ruas e logradouros não pode ser remunerada por taxa, pois não é impossível mensurar a utilização
individual do serviço, bem como a iluminação pública é remunerada por meio de contribuição, a
COSIP (MINARDI, 2021).

2.2.3. IMPOSTO PREDIAL TERRITORIAL URBANO – IPTU

É um imposto que tem como fato gerador ser proprietário de imóvel urbano. Assim é
necessário o “animus domini”, logo, ser mero possuidor não obriga ao pagamento, pois não houve
incidência do fato gerador. Tem como base de cálculo o valor venal do imóvel (MINARDI, 2021).
Todavia, é devido o pagamento pelo promitente comprador que já esteja na posse do bem,
pois já pratica o fato gerador. O IPTU é um tributo real, pois leva em consideração as características
do bem, sendo importante características pessoais do dono do imóvel (MINARDI, 2021).
Para incidência do IPTU, o imóvel deve estar localizado na zona urbana ou na zona de
expansão urbana. Contudo o art. 32, § 2º do CTN nos traz um conceito claro do que é considerada
zona urbana para fins de cobrança do IPTU:

Art. 32. [...]


§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei
municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em
pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:
I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
69

II - abastecimento de água;
III - sistema de esgotos sanitários;
IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do
imóvel considerado (BRASIL, 1966).

Cabe considerar que os imóveis localizados em zona de expansão urbana, de acordo com o
Plano Diretor do município, mesmo não possuindo o mínimo de dois melhoramentos previstos pelo
CTN, terá incidência do IPTU (PALMAS, 2005).
O imposto traz uma característica importante, é considerado progressivo, pois é embutido
na cobrança o cumprimento da função social do imóvel. Logo, caso não a cumpra, o IPTU terá sua
alíquota progressiva no tempo (MINARDI, 2021).

2.2.4. IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO DE BEM IMÓVEL – ITBI

Assim dispõe o art. 75 da LC 107/2005:

O imposto sobre a transmissão por ato oneroso inter vivos, de bens imóveis, bem como
cessão de direitos a eles relativos, ITBI, tem como hipótese de incidência:
I - a transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, da propriedade ou do
domínio útil de bens imóveis, por natureza ou por acessão física, conforme definido no
Código Civil;
II - a transmissão inter vivos, por ato oneroso, a qualquer título, de direitos reais sobre
imóveis, exceto os direitos reais de garantia;
III - a cessão de direitos relativos às transmissões referidas nos incisos anteriores
(PALMAS, 2005).

O ITBI incide na transmissão do bem imóvel a título oneroso, como por exemplo: compra
e venda, bem como na transmissão de direitos reais, previstos no Código Civil e, direitos a sua
aquisição: dação em pagamento e arrematação em hasta pública.
O art. 1.225, Código Civil (CC) dispõe:

Art. 1.225. São direitos reais:


I - a propriedade;
II - a superfície;
III - as servidões;
IV - o usufruto;
V - o uso;
VI - a habitação;
VII - o direito do promitente comprador do imóvel;
VIII - o penhor;
IX - a hipoteca;
X - a anticrese.
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia;
XII - a concessão de direito real de uso; e
70

XIII - a laje. (BRASIL, 2002).

Logo, se houver a transmissão de quaisquer dos direitos reais expostos no art. 1.225 do
Código Civil, ocorrerá a incidência do ITBI. O imposto é devido após o registro em cartório e será
arrecadado no município onde tiver situado o bem. É um imposto predominantemente fiscal, ou
seja, sua função é estritamente a arrecadação de numerário aos cofres públicos (MINARDI, 2021).
Tem como base de cálculo o valor venal do imóvel. No Código Tributário de Palmas, o
sujeito passivo do ITBI é o adquirente do bem imóvel ou direitos, uma vez que o CTN deixa livre
para cada município, por meio de sua legislação, dizer quem será o sujeito passivo (PALMAS,
2005).

2.2.5. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA – ISS

Na forma do art. 156, III, CF/88, o município é competente para instituir o imposto sobre
serviços que não são abrangidos pelo ICMS, que é um imposto estadual. É incidente sobre a
prestação de serviço (obrigação de fazer) e deve ter previsão em lei complementar, a saber a LC
116/03. A Súmula Vinculante 31 veda, expressamente, a incidência do ISS sobre locação de bens
móveis (MINARDI, 2021).
Em regra, o município que arrecada o imposto é o do estabelecimento do prestador de
serviço, se não estiver em seu domicílio, com exceções apontadas na LC 116/03, quando se tratar
de construção civil, demolição e elaboração de congressos, sendo que o município que irá arrecadar
será onde foi prestado o serviço (BRASIL, 2003).
Sua base de cálculo é o valor do serviço e o sujeito passivo é o prestador. No que tange à
alíquota, o CTN deixa a cargo discricionário de cada município, por meio de lei complementar,
fixa-la. No entanto estabelece que os percentuais sobre o valor da prestação estão fixos entre 2% a
5% (MINARDI, 2021).
No município de Palmas, conforme o art. 14 da LC 107/05, as alíquotas variam de acordo
com a atividade da prestação, sendo fixas em dois grupos de 5% e 3%, assim, obedecendo ao
disposto no CTN (PALMAS, 2005).

2.2.6. ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA EM PALMAS – TO


71

A receita tributária própria dos municípios compreende impostos, taxas e contribuição de


melhoria. O produto da arrecadação desses tributos pertence totalmente a cada prefeitura que por
competência constitucional, adota lei para instituir e passar a cobrar tais tributos dentro de seu
território.
Obedecendo as normas contidas na Constituição, bem como no Código Tributário Nacional
(CTN), cada município organiza seu sistema de arrecadação em Código Tributário próprio.
A arrecadação e a aplicação da receita tributária municipal são realizadas com o fim de
atender o desenvolvimento de cada cidade. São ações desafiadoras à gestão de finanças públicas
municipais porque são cada vez maiores as demandas da sociedade.
Contudo Palmas/TO tem características que favorecem a arrecadação por exemplo do
IPTU, isto é, é uma cidade que tem propriedades privadas valorizadas. Também tem boa
arrecadação do ISS pela existência de serviços de hotelaria, alimentação, construção civil dentre
outros. Tem volume significativo de transações imobiliárias, impactando na arrecadação do ITBI.
Realiza diversos serviços diretos ao contribuinte, favorecendo o recebimento de Taxas. Também
realiza ações que estão beneficiando diversos setores e, por isso, possibilitando a cobrança da
contribuição de melhoria.

2.3. MUNICÍPIO DE PALMAS - TO

O lançamento da pedra fundamental de Palmas ocorreu em 20 de maio de 1989, surgindo


então a última cidade do século. A partir daí houve o desmembramento do antigo município goiano
de Taquarussu, que se tornou um distrito de Palmas juntamente com o Município de Porto
Nacional. Nesse período a capital temporária do Tocantins era o município de Miracema. Palmas
só foi considerada capital definitiva do estado em 1º de janeiro de 1990 (PALMAS, 2014).
Como homenagem a Comarca de São João da Palma, o município foi nomeado como
Palmas. Esta comarca foi sede do primeiro movimento separatista da região, na barra do rio Palma
com o rio Paranã em 1809 e o outro motiva da escolha do nome se justifica pela grande quantidade
de palmeiras, uma espécie nativa dessa região. Com 12 anos de existência a Cidade de Palmas já
contava com uma população aproximada de 136 mil habitantes, oferecendo boa qualidade de vida,
infraestrutura básica, saneamento básico que alcançava cerca de 70% da população e com entrega
de água tratada para 98% dos palmenses. Um dos grandes diferencias da última cidade planejada
72

do século é contar com o plano diretor privilegiado com as áreas verdes proporcionando espaços
de lazer para as pessoas. Como uma característica importantíssima é a preservação da natureza,
que para a Prefeitura de palmas é uma palavra-chave na cidade, pois é reconhecida como uma das
mais arborizadas do Brasil. O governo possui ações públicas voltadas para a família e comunidade
(PALMAS, 2014).
A Capital é referência em saúde principalmente em tratamento de combate de várias
doenças e na qualidade da educação. A cidade de palmas destaca-se com um quantitativo de 29
escolas que atendem alunos desde a pré-escola até a conclusão da formação acadêmica e possui
um índice de evasão escolar que gira em torno aproximadamente de 11% e com repetência dos
alunos em 6.12% (PALMAS, 2014).
A economia do Tocantins é composta pelos setores econômicos como serviços; comercio;
indústria; agropecuária; financeiro e serviços públicos (Quadro 1). O que predomina no Estado são
os setores de serviços e comercio, que somando corresponde 32% das empresas ativas nos anos de
2019 e 2020 (PALMAS, 2014).

Quadro 1 -Setor econômico com maior número de Empresas Ativas no Tocantins


SETOR 2019 2020 VARIAÇÃO 2019/2020
Serviços 60.878 71.179 16,9%
Comércio 48.011 55.262 15,1%
Indústria 6.827 7.877 15,4%
Agronegócio 3.736 4.400 17,8%
Financeiro 1.345 1.477 9,8%
Serviços públicos 965 972 0,7%

Fonte: Secretaria do Planejamento e Orçamento (SEPLAN).6

A Capital do Tocantins destaca-se segundo dados da Secretaria do Planejamento e


Orçamento (SEPLAN), pois representa em 2019 e 2020 como o município com o maior número
de empresas ativas no Estado (Quadro 2).

Quadro 2 -Município com o maior número de Empresas Ativas no Tocantins – 2020


Municípios 2019 2020 VARIAÇÃO 2019/2020
Palmas 37.070 44.219 19,3%

Fonte: Secretaria do Planejamento e Orçamento (SEPLAN)

6
Disponível em <https://central.to.gov.br/download/214278/> Acesso: 27 julh.2021.
73

Conclui-se que Palmas possui grande potencial no desenvolvimento regional, pois


influência diretamente na produção de riquezas e consequentemente na arrecadação de tributos.

3. METODOLOGIA

Lakatos e Marconi (2003, p.82), definem metodologia como o conjunto de procedimentos


sistemáticos e coerentes que empregados com maior segurança e economia permitem alcançar os
objetivos. Sendo assim, por meio de conhecimentos válidos e verdadeiros pode-se traçar o caminho
a ser seguido pelo cientista, detectando possíveis erros e auxiliando nas decisões.
Nesse projeto foi utilizada como metodologia a pesquisa bibliográfica. Que segundo Gil
(2002) é aquela desenvolvida com base em matérias já elaborados, encontrados em livros e artigos
científicos. Neste trabalho é descrito através de fundamentos bibliográficos como originou e
evoluiu os tributos ao longo dos tempos, toda sua trajetória e como tem se encontrado atualmente
com as novas legislações.
Quanto aos objetivos essa pesquisa é classificada como exploratória de caráter descritivo,
que para Lakatos; Marconi (2003, p.187), a combinação dos estudos exploratório-descritivos tem
por objetivo a caracterização completa de determinado fenômeno, como por exemplo, estudos de
casos onde são feitas analises empíricas e com descrições quantitativas.
Também foi classificada como pesquisa quantitativa, pois segundo Kauark; Manhães;
Medeiros (2010, p.26), a mesma é quantificável, o que significa traduzir em números, opiniões e
informações os dados coletados com o objetivo de classificá-los e analisá-los. Portanto, é
necessário o uso de recursos e de técnicas estatísticas. O presente trabalho fará uso de tabelas,
gráficos comparativos e cálculos percentuais das possíveis variações do aumento e/ou diminuições
em relação ao processo de arrecadação Municipal estudado.
Como procedimento técnico, buscou-se o estudo de caso que de acordo com Gil (2002,
p.43) consiste na análise profunda e exaustiva de um ou poucos objetos de maneira que se permita
obter um conhecimento amplo detalhado do contexto estudado.
Para este projeto não há população de pesquisa, uma vez que este trabalho se baseia apenas
em dados financeiros extraídos do Portal da Transparência da Prefeitura de Palmas - TO.
74

Quanto aos procedimentos de coleta de dados destaca-se que os dados secundários foram
coletados durante toda a pesquisa em textos já divulgados na mídia impressa e virtual,
principalmente em livros, artigos científicos das áreas contábil e jurídica; monografias e revistas.
O instrumento de coleta dos dados secundários foi o editor de texto denominado Microsoft Word.
Quanto aos dados primários, isto é, os dados financeiros sobre a arrecadação tributária do
município de Palmas - TO, os mesmos foram obtidos, no segundo semestre do ano de 2021, pela
consulta ao Portal da Transparência da Prefeitura de Palmas - TO. Para acessar, entre no endereço
http://portaldatransparencia.palmas.to.gov.br/ na aba Receita e depois basta selecionar o período
desejado para pesquisa. O instrumento de coleta dos dados primários foi a planilha do Excel.
Os dados secundários foram organizados por conteúdos e os dados primários foram
organizados em planilhas do Excel, tratados estatisticamente, analisados com outros fenômenos e
interpretados de acordo com a teoria estudada.
A devolução dos dados se dará por meio de apresentação, na Universidade Federal do
Tocantins (UFT), e posteriormente com disponibilização do material digital, em formato pdf,
podendo ser encaminhado por e-mail aos locais objetos do estudo deste trabalho de pesquisa.

4. RESULTADOS

Para elaboração do estudo de caso foram apurados os dados tributários dos anos 2019 e
2020. Para a tabulação desses dados foi utilizada análise gráfica para visualizar as variações dos
tributos no período estudado. Com o objetivo de melhor entendimento dessas variações, foi
realizado o comparativo mensal dos mesmos.

4.1.ARRECADAÇÃO TOTAL

Os dados da arrecadação tributária no município de Palmas – TO estão disponíveis no sítio


do portal da transparência que, por sua vez está disponível para consulta pública. Após a coleta
dos dados foi possível construir o Quadro 3.

Quadro 3 – Arrecadação Tributária em Palmas - TO nos anos de 2019 e 2020


TRIBUTOS 2019 AH AV 2020 AH AV
75

IPTU R$ 94.993.713,96 100% 34,42% R$ 68.955.914,51 (27,41%) 27,10%


ITBI R$ 22.326.266,59 100% 8,09% R$ 31.067.326,57 39,151% 12,21%
ISS R$ 129.845.872,74 100% 47.049% R$ 126.110.446,23 (2,88%) 49.526%
TOTAL
R$ 247.165.853,29 100% 89,559% 226.133.687,31 (8,51%) 88,836%
IMPOSTOS
TAXAS R$ 28.822.749,00 100% 10,44% R$ 28.310.536,44 (1,77%) 11,16%
CONTRIBUIÇÕES
R$ 2.822,77 100% 0,001% R$ 11.208,64 297,07% 0,004%
DE MELHORIA

TOTAL DA
R$ 275.991.425,06 R$ 254.455.432,39
ARRECADAÇÃO
100% 100% (7,80%) 100%
DIFERENÇA
R$ 21.535.992,67
ENTRES ELES

AH: Análise Horizontal e AC: Análise Vertical


Fonte: Dados da Pesquisa (2021).

No exercício de 2019 o município de Palmas - TO obteve uma receita tributária total de R$


275.991.425,06 (100%), sendo R$ 2.822,77 (0,001%) proveniente das contribuições de melhoria; R$
28.822.749,00 (10,44%) das taxas e R$ 247.165.853,29 (89,559%) de impostos. Do total dos impostos
o que mais gerou recurso financeiro foi o ISS que incide sobre a prestação de serviços à terceiros. Para
Tristão (2003) o ISS tem mais representatividade em cidades que possuem uma população urbana de
algum porte e que tem percentual maior do setor de serviços em sua atividade econômica.
Segundo Soares; Flores; Coronel (2014) essa representatividade pode acontecer quando: o
município investe em recursos de informática; tem pessoal para realizar uma ação fiscalizadora mais
intensa no combate à sonegação; terceiriza alguns serviços relacionados ao ISS, como o
fornecimento de Notas Fiscais (manuais e eletrônicas), emissão de guias de arrecadação e controle
dos serviços por meio de um sistema on line.
No exercício de 2020 o município de Palmas - TO obteve uma receita tributária total de R$
254.455.432,39 (100%), sendo R$ 11.208,64 (0,004%%) originário das contribuições de melhoria; R$
28.310.536,44 (11,16%) das taxas e R$ 226.133.687,31 (88,836%) de impostos. Do montante dos
impostos o que mais contribui com recurso financeiro foi o ISS.
Também foi identificado que os impostos são o motor da arrecadação própria porque segundo
Tristão (2003) tem por fato gerador uma situação que independe de qualquer atividade estatal
específica, relativa ao contribuinte. Portanto, o Estado não necessita oferecer algo ao contribuinte. Para
a cobrança, basta que a pessoa jurídica de direito público tenha competência e crie o imposto por lei.
76

A arrecadação final do ano de 2019 foi de R$ 275.991.425,06 e a arrecadação final do ano


de 2020 foi de R$ 254.455.432,39, portanto existe uma diferença entre eles de R$ 21.535.992,67
que equivale a um decréscimo de 7,8% evidenciando um desempenho insatisfatório no aspecto
financeiro.

Gráfico 1 – Comparação da arrecadação tributária de 2019 a 2020

R$ 140.000.000,00
R$ 120.000.000,00
R$ 100.000.000,00
R$ 80.000.000,00
R$ 60.000.000,00
R$ 40.000.000,00
R$ 20.000.000,00
R$ 0,00

2019 2020

Fonte: Dados da Pesquisa (2021).

Ao analisar o Gráfico 1 pode-se comparar a arrecadação tributária de 2019 a 2020. Nessa


comparação foi percebido que houve decréscimos nas fontes IPTU (27,41%), ISS (2,8%) e Taxas
(1,77%). Contudo houve acréscimos em relação ao ITBI (39,151%) e nas contribuições de melhoria
(297,07%).
Para Tristão (2003, p. 171) os decréscimos podem ser justificados pela falta de uma gestão
adequada na administração dos tributos pois

o Imposto sobre a Propriedade é um dos mais adequados para a tributação municipal, mas
é também um dos mais difíceis de administrar, devido ao grande número de contribuintes e
às dificuldades encontradas na avaliação dos imóveis, que requer uma máquina burocrática
eficiente e cadastros informatizados. O Imposto Sobre Serviço, por sua vez, é de caráter
predominantemente declaratório e requer a existência de auditores fiscais para combater a
evasão. [...] tarefa que se torna mais complicada quando se trata de empresas pequenas que
não mantêm uma contabilidade regular.
.
Cabe destacar que a arrecadação do IPTU pode diminuir devido a descontos e benefícios fiscais
concedidos aos proprietários de imóveis urbanos (SOARES; FLORES; CORONEL, 2014).
77

Outra justificativa para o decréscimo do IPTU no exercício de 2020 deve-se ao fato da


realização de ações públicas até o mês de março com a execução do Programa de Recuperação
Fiscal (REFIS), beneficiando os contribuintes palmenses com descontos no pagamento em dia e
até no parcelamento do IPTU. Entretanto, a retração na arrecadação desse imposto até um final do
ano de 2020 é explicado pelo momento de crise na saúde pública vivenciado com a pandemia do
COVID-19 que afetou diretamente a arrecadação municipal.
Segundo Soares; Flores; Coronel (2014) o acréscimo na arrecadação do ITBI pode estar
relacionado ao aumento das transações imobiliárias na cidade e pela apresentação da guia de
recolhimento do ITBI no momento do registro da transação imobiliária no Cartório de Registro de
Imóveis.
Em 2020 houve um aumento de 297,07% na contribuição de melhoria devido a entregas de
obras públicas em decorrência do ano eleitoral. Que segundo a prefeitura de Palmas, em meio à
pandemia do coronavírus, foi mantido essas ações como a exemplo a execução de grandes obras
de terraplanagem, drenagem pluvial, pavimentação asfáltica e sinalização viária, há canteiros em
atividade no Jardim Taquari (Quadras T-20, T-21, T-30, T-31, T-32 e T-33), Quadras Arne 64
(508 Norte), Arne 63 (506 Norte), Arne 54 (408 Norte); ASR-NE 25 (212 Norte), Quadra ASR-SE
25 (212 Sul), ARS-SE 85 (812 Sul) e grandes trechos de avenidas que atendem áreas residenciais
e industriais na capital, sendo elas: Avenida LO-12 (entre a Av. NS-08 e Av. NS-06); a NS-10
entre Av. JK e o lançamento no Córrego Brejo Comprido para atender as quadras ASR-SE 15 (112
Sul) e ASR-SE 25 (212 Sul); a Avenida NS-08 (entre a Av. LO-12 e Av. LO-16), a NS-10 (entre
a LO-14 e LO-16), a LO-14 (entre NS-08 e NS-10) e a Avenida LO-16 (PALMAS, 2020).

4.2.ARRECADAÇÃO DO IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDIAL E


TERRITORIAL URBANA (IPTU)

O fato gerador do IPTU de acordo com o art. 32 do Código Tributário Nacional é a


propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel localizado na zona urbana do Município. O
sujeito passivo, isto é, a pessoa que deve pagar o IPTU é o proprietário, o titular do domínio útil ou
o possuidor de bem imóvel situado em área urbana ou urbanizável. A base de cálculo do IPTU é o valor
venal (é o resultado do somatório do valor do terreno com o valor atribuído à edificação) do imóvel
fixado na planta de valores do município e sobre o mesmo aplicam-se alíquotas diferenciadas e
78

progressivas conforme a localização e o tipo de imóvel: residencial, comercial, industrial e terreno.


Cabe destacar que os dados cadastrais dos imóveis (nome do proprietário, o seu endereço, a
localização do imóvel, e demais elementos necessários à apuração do valor do imóvel são
elementos importantes para o correto lançamento do IPTU.

O IPTU é uns dos principais impostos municipais, sendo pago por dono de apartamentos,
casas, prédios, terrenos, etc. Se for corretamente recolhido é umas das fontes de receita municipal
que dá mais retorno porque “a imobilidade da base tributária permite ao município identificar
fisicamente as propriedades localizadas em seu território e estas, por sua vez, não terão como evitar o
pagamento do imposto deslocando-se para outras regiões” (REZENDE, 2001, p. 244).
Em Palmas - TO o lançamento do IPTU é realizado no início de cada ano e enviado para
que cada contribuinte o incorpore no rol das suas dívidas. Contudo, o contribuinte palmense possui
a facilidade de aderir ao Programa de Parcelamento Especial de Débitos junto a Prefeitura da
Capital e o IPTU é um dos impostos comtemplados por essa ação pública. Esse programa tem o
objetivo de ajudar no acerto de contas com o fisco municipal e é um serviço voltado para as pessoas
físicas e jurídicas (PREFEITURA DE PALMAS, 2021).

No período analisado os valores arrecadados com o IPTU estão descritos no Quadro 4.

Quadro 4 - Análise da Arrecadação do IPTU dos anos de 2019 e 2020.


IPTU 2019 AH AV 2020 AH AV
JANEIRO R$ 2.229.829,51 100% 2,34% R$ 2.557.966,08 14,71% 3,71%
FEVEREIRO R$ 3.489.908,15 100% 3.67% R$ 2.909.171,86 (16,64%) 4,21%
MARÇO R$ 24.866.915,79 100% 26,17% R$ 25.734.001,00 3,48% 37,32%
ABRIL R$ 5.951.519,52 100% 6,26% R$ 3.565.273,78 (40,09) 5,17%
MAIO R$ 3.820.635,30 100% 4,02% R$ 3.831.921,90 0,29% 5,55%
JUNHO R$ 3.242.045,96 100% 3,41% R$ 4.798.351,14 48% 6,96%
JULHO R$ 3.830.493,78 100% 4,03% R$ 4.866.066,80 27,03% 7,05%
AGOSTO R$ 3.697.733,40 100% 3,89% R$ 4.294.555,11 16,14% 6,22%
SETEMBRO R$ 2.732.201,26 100% 2,87% R$ 3.769.398,43 37,96% 5,46%
OUTUBRO R$ 12.994.801,00 100% 13,67% R$ 4.014.751,17 (69,10%) 5,82%
NOVEMBRO R$ 10.285.901,02 100% 10,82% R$ 3.730.382,74 (63,73%) 5,41%
DEZEMBRO R$ 17.851.729,27 100% 18,79% R$ 4.884.074,46 (72,64%) 7,08
TOTAL R$ 94.993.713,96 100% 100% R$ 68.955.914,51 (27,41) 100%

Fonte: Dados da pesquisa (2021).


79

A arrecadação final do IPTU de 2019 incluindo dívida ativa, multas e juros foi de R$
94.993.713. Já no ano de 2020 arrecadação final incluindo dívida ativa, multas e juros foi
68.955.914,51. Com um decréscimo de um ano para outro de R$ 26.037.799,45.
Esse decréscimo pode ser justificado por descontos proporcionados aos contribuintes,
aumento da inadimplência, tabela do valor venal desatualizada, diminuição do nível de renda da
população, cadastro incorreto e desatualizado os imóveis. Também pode ter sido provocado pelo
aumento do prazo para o pagamento com a adesão ao Programa de Parcelamento Especial de
Débitos e pela crise financeira provocada pela pandemia da Covid-19.
Ao comparar mensalmente os valores arrecadados do IPTU foi percebido que houve
decréscimo nos meses de fevereiro, abril, maio, outubro, novembro e dezembro do ano de 2019
para 2020, conforme apresentado no Gráfico 2.

Gráfico 2 - Gráfico apresenta os índices relativos ao IPTU do ano de 2019 e 2020

IPTU

30.000.000,00

25.000.000,00

20.000.000,00

15.000.000,00

10.000.000,00

5.000.000,00

0,00

2019 2020

Fonte: Dados da pesquisa (2021).

Ao analisar o Gráfico 2, é possível identificar que em cada ano existe uma maior
arrecadação no mês de março, isso porque nesse período a prefeitura estabelece o prazo de
pagamento do IPTU com 10% de desconto. Mas, para efetivar este desconto o contribuinte precisa
pagar o imposto em parcela única e está em dia com todos os tributos municipais referentes ao ano
anterior. (G1 TOCANTINS, 2019)
80

A justificativa para o decréscimo na arrecadação do IPTU em 2020, são as ações de


isolamento social provocada pela pandemia Covid-19, a partir do mês março onde foi possível
observar as severas restrições que ocasionou queda na arrecadação desse imposto e perda de receita
no município.

4.3.ARRECADAÇÃO DO IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO “INTER VIVOS”


DE BENS IMÓVEIS E DE DIREITOS REAIS SOBRE IMÓVEIS (ITBI)

O ITBI incide em todas as transferências de propriedade de bens imóveis das áreas urbana
e rurais por ato oneroso (doação e herança o mesmo não é cobrado). Sua base de cálculo é o valor
de mercado de imóvel negociado. As alíquotas são definidas em lei municipal e, em Palmas - TO
é de 6%. O sujeito passivo do ITBI será o comprador do imóvel. A base de cálculo será o valor venal,
declarado pelo contribuinte, dos bens ou direitos transmitidos. O ITBI deve ser pago onde o imóvel
está localizado (PREFEITURA DE PALMAS, 2021).
Para Tristão (2003, p. 101) o ITBI não representa uma fonte muito previsível de recursos
para o município. Contudo, como a escrituração do imóvel não pode ser feita sem o pagamento do
ITBI, diminuem as chances do imposto ser sonegado. Não obstante, existe a possibilidade do
“contribuinte subdeclarar o valor negociado na transação. Para evitar essa situação, as prefeituras
precisam ter equipes capazes de avaliar corretamente o valor venal dos imóveis segundo os preços
de mercado”.
No entanto, o site da Prefeitura de Palmas, desde 2019, vem sendo registrado um
crescimento na arrecadação do ITBI, um dos principais indicadores que aponta para a saúde
econômico-financeira do Município (PREFEITURA DE PALMAS. 2021).
Segundo o secretário de Finanças de Palmas, Rogério Ramos, essa informação reflete a
confiança do contribuinte na política fiscal da administração pública municipal, além da solidez
alcançada pelo mercado imobiliário local. “Um mercado imobiliário aquecido demonstra,
normalmente, a saúde econômica do município, uma vez que demonstra que as pessoas se sentem
seguras para investir”, comentou Ramos (PREFEITURA DE PALMAS, 2021).
A arrecadação final do ITBI de 2019 incluindo dívida ativa, multas e juros foi de R$
22.326.266,59. A arrecadação final do ITBI de 2020 incluindo dívida ativa, multas e juros totalizou
81

R$ 31.067.326,57. Percebe-se uma diferença positiva (acréscimo) de um ano para outro no total de
R$ 8.741.059,98, conforme evidenciado na Quadro 5.

Quadro 5 - Análise da Arrecadação do ITBI dos anos de 2019 e 2020


ITBI 2019 AH AV 2020 AH AV
JANEIRO R$ 1.281.890,49 100% 5,74% R$ 2.953.135,77 130,37% 9,50%
FEVEREIRO R$ 1.789.116,93 100% 8,01% R$ 1.451.423,18 (18,87%) 4,67%
MARÇO R$ 1.574.724,59 100% 7,05% R$ 2.254.181,01 43,14% 7,25%
ABRIL R$ 2.311.489,35 100% 10,35% R$ 1.423.994,45 (38,40%) 4,6%
MAIO R$ 2.132.982,80 100% 9,55% R$ 4.542.662,65 113% 14,62%
JUNHO R$ 1.280.496,48 100% 5,73% R$ 2.343.729,62 83,03% 7,54%
JULHO R$ 1.697.396,90 100% 7,60% R$ 2.400.874,66 41,44% 7,72%
AGOSTO R$ 1.552.701,86 100% 7% R$ 2.575.051,69 65,84% 8,28%
SETEMBRO R$ 1.570.716,64 100% 7,03% R$ 2.488.226,13 58,41% 8%
OUTUBRO R$ 2.721.164,51 100% 12,18% R$ 2.569.686,30 (5,56%) 8,27%
NOVEMBRO R$ 1.915.586,27 100% 8,57% R$ 2.535.534,00 32,36% 8,16%
DEZEMBRO R$ 2.497.999,77 100% 11,18% R$ 3.528.827,11 41,26% 11,36%
TOTAL R$ 22.326.266,59 100% 100% R$ 31.067.326,57 39,15% 100%

Fonte: Dados da Pesquisa (2021).


Ao comparar mensalmente os valores arrecadados do ITBI foi percebido que houve
decréscimo nos meses de fevereiro, abril e outubro do ano de 2019 para 2020, conforme
apresentado no Gráfico 3.

Gráfico 3 - Gráfico apresenta os índices relativos ao ITBI do ano de 2019 e 2020

ITBI

5.000.000,00
4.000.000,00
3.000.000,00
2.000.000,00
1.000.000,00
0,00

2019 2020

Fonte: Dados da Pesquisa (2021).


82

De acordo com o secretário de Finanças de Palmas, Rogério Ramos, mesmo com as


incertezas quanto aos problemas de saúde pública trazidas com a pandemia do COVID-19, isso
não afetou a confiança do contribuinte palmense no vigor da política fiscal no período estudado
(PREFEITURA DE PALMAS, 2021).

4.4.ARRECADAÇÃO DO IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER


NATUREZA (ISS)

O fato gerador do ISS de acordo com a Lei Complementar 116/2003, é a prestação efetiva,
por empresa ou profissional autônomo, com ou sem estabelecimento fixo, de qualquer dos serviços
constantes na Lista de Serviços anexa a essa lei, exceto serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e os serviços de comunicação pois são de competência dos Estados. O sujeito passivo
(pagador) é o prestador do serviço, quer seja ele empresa ou profissional autônomo. A base de cálculo
do ISS é o preço cobrado pelo contribuinte pelo serviço que prestou. Sobre esse valor, aplica-se
uma alíquota que pode variar de um mínimo de 2% até um valor máximo de 5%, conforme definido
em legislação específica de cada município. Em Palmas - TO a alíquota é de 3,5%. De acordo com
a Lei Complementar nº 175 de 23 de setembro de 2020, o ISS deve ser recolhido no município onde
está o cliente (destino), e não mais na cidade-sede do prestador.

Segundo Anselmo (2013), o ISS ocorre no envolvimento de atividade econômica


remunerada. A base de cálculo corresponde ao preço do serviço prestado. Esse imposto é
considerado um dos mais importantes para as grandes e médias cidades, pois são os polos de
prestação de serviços. Muitas vezes esse imposto é sonegado pela falta de emissão de nota fiscal,
pois está agregado ao preço do serviço. Por isso é dever da Administração municipal criar medidas
e mecanismos que auxiliem na melhor arrecadação.
Em 2020, a Prefeitura de Palmas arrecadou, incluindo dívida ativa, multas e juros, durante
todo esse exercício financeiro o total de R$ 126.110.446,23 de Imposto Sobre Serviços de Qualquer
Natureza (ISS), conforme descrito no Quadro 6. Ao comparar com o ano de 2019, identificou-se
um decréscimo de R$ 3.735.426,51 (2,87%) pois a arrecadação nesse período foi de R$
129.845.872,74 (PREFEITURA DE PALMAS, 2021).

Quadro 6 - Análise da Arrecadação do ISS nos anos de 2019 e 2020


ISSQN 2019 AH AV 2020 AH AV
83

JANEIRO R$ 8.996.661,31 100% 7% R$ 9.100.390,79 1,15% 7,21%


FEVEREIRO R$ 9.408.981,20 100% 7,24% R$ 9.693.810,09 3,02% 7,68%
MARÇO R$ 8.937.209,50 100% 6,88% R$ 10.207.472,80 14,21% 8,09%
ABRIL R$ 10.814.209,67 100% 8,32% R$ 8.136.146,00 (24,76%) 6,45%
MAIO R$ 9.156.221,09 100% 7,05% R$ 8.011.954,10 (12,49%) 6,35%
JUNHO R$ 9.901.710,32 100% 7,62% R$ 8.772.418,82 (11,40%) 6,95%
JULHO R$ 11.858.020,67 100% 9,13% R$ 10.517.289,89 (11,30%) 8,33%
AGOSTO R$ 11.497.865,92 100% 8,85% R$ 10.340.293,43 (10,06%) 8,2%
SETEMBRO R$ 10.659.205,37 100% 8,20% R$ 11.307.220,82 6,07% 9%
OUTUBRO R$ 13.797.339,90 100% 10,62% R$ 13.557.308,49 (1,74%) 10,75%
NOVEMBRO R$ 11.192.558,31 100% 8,62% R$ 11.519.430,10 2,92% 9,13%
DEZEMBRO R$ 13.625.889,48 100% 10,49% R$ 14.946.710,90 9,69% 11,85%
TOTAL R$ 129.845.872,74 100% 100% R$ 126.110.446,23 (2,87%) 100%

Fonte: Dados da Pesquisa (2021).

Ao comparar mensalmente os valores arrecadados do ISS foi identificado que houve


decréscimo nos meses de abril, maio, junho, julho, agosto, outubro, do ano de 2019 para 2020,
conforme apresentado no Gráfico 4. Essa menor arrecadação em 2020 foi motivada pelos impactos
negativos provocados pelo isolamento social causados pela pandemia Covid-19.

Gráfico 4 - Gráfico apresenta os índices relativos ao ISS dos anos de 2019 e 2020

ISS

15.000.000,00

10.000.000,00

5.000.000,00

0,00

2019 2020

Fonte: Dados da Pesquisa (2021).

4.5.ARRECADAÇÃO DAS TAXAS


84

Os fatos geradores das taxas são: o exercício do poder de polícia (fiscalização) ou a


utilização de serviço público, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. O sujeito passivo
é a pessoa que foi beneficiada por alguma atividade estatal. Sua instituição depende de legislação
municipal. Seus valores são definidos pelo Código Tributário Municipal. Como exemplos de taxas
cita-se: cópia de documentos, emissão de alvarás, licença para obras, limpeza e iluminação
públicas, conservação de vias públicas, etc.
No município de Palmas - TO as taxas estão caracterizadas da seguinte maneira:

e) Taxas pelo exercício do poder de polícia; taxas de inspeção, controle e fiscalização; taxa
de licença para funcionamento de estabelecimentos comerciais, industriais e prestadora
de serviços: como exemplo cita-se: taxa de Publicidade Comercial; Taxa de Apreensão
e Depósito; Taxa de Funcionamento de Estabelecimentos em Horário Especial; Taxa de
Licença para Execução de Obras; Taxa de Utilização de Área de Domínio Público; Taxa
de Aprovação do Projeto de Construção Civil.
f) Taxa de gerenciamento operacional de operadora de plataforma tecnológica tais como:
Taxa de Fiscalização de UBER; Taxa de Alinhamento e Nivelamento; Taxa de
Comércio em Logradouro; Taxa de Divertimentos Públicos; Taxa de Autorização de
Trânsito; Taxa de Autorização de Funcionamento de Transporte; Taxa de Fiscalização
e Regulação de Serviços Públicos de Transporte Público Coletivo.
g) Taxa de controle e fiscalização ambiental
h) Taxas pela prestação de serviços assim descritas: Taxa de Limpeza Pública; Taxas de
Serviços Cadastrais; Taxa de Emissão de Certidões; Taxa de Conservação de Vias e
Logradouros; Taxa de Coleta de Lixo; Taxas de Serviços da Fazenda Pública; Taxas de
Serviços de Urbanismo; Taxas de Serviços Sanitários; Taxas de Serviços de Trânsito e
Transportes.
A arrecadação final em 2019 (Quadro 7) incluindo todas as taxas municipais totalizou R$
28.822.749,00. A arrecadação final de 2020 incluindo todas as taxas municipais monta R$
28.310.536,44. Portanto há uma diferença negativa (decréscimo) no valor de R$ 512.212,56.

Quadro 7 - Análise da Arrecadação das TAXAS dos anos de 2019 e 2020

TAXAS 2019 AH AV 2020 AH AV


85

JANEIRO R$ 3.515.977,81 100% 12,19% R$ 4.077.158,73 16% 14,40%


FEVEREIRO R$ 3.973.920,41 100% 13,78% R$ 3.783.873,28 (4,78%) 13,36%
MARÇO R$ 6.305.330,09 100% 21,87% R$ 6.580.414,95 4,36% 23,24%
ABRIL R$ 2.117.086,55 100% 7,34% R$ 1.107.870,55 (47,67%) 3,91%
MAIO R$ 1.705.493,08 100% 5,91% R$ 1.265.056,79 (25,82%) 4,46%
JUNHO R$ 1.296.982,01 100% 4,49% R$ 1.645.240,63 26,85% 5,81%
JULHO R$ 1.451.640,08 100% 5,03% R$ 1.860.481,43 28,16% 6,57%
AGOSTO R$ 1.364.442,13 100% 4,73% R$ 2.005.556,50 47% 7,08%
SETEMBRO R$ 1.184.783,84 100% 4,11% R$ 1.691.444,78 42,76% 5,97%
OUTUBRO R$ 2.632.502,62 100% 9,13% R$ 1.277.695,37 (51,46%) 4,51%
NOVEMBRO R$ 1.382.953,54 100% 4,79% R$ 1.533.562,03 11% 5,41%
DEZEMBRO R$ 1.891.636,84 100% 6,56% R$ 1.482.181,40 (21,64%) 5,23%
TOTAL R$ 28.822.749,00 100% 100% R$ 28.310.536,44 (1,77%) 100%

Fonte: Dados da Pesquisa (2021).

Ao comparar mensalmente os valores arrecadados das Taxas foi identificado que houve
decréscimo nos meses de fevereiro, abril, maio, outubro e dezembro, do ano de 2019 para 2020,
conforme apresentado no Gráfico 5.

Gráfico 5 - Gráfico apresenta os índices relativos as Taxas dos anos de 2019 e 2020

TAXAS

7.000.000,00
6.000.000,00
5.000.000,00
4.000.000,00
3.000.000,00
2.000.000,00
1.000.000,00
0,00

2019 2020

Fonte: Dados da Pesquisa (2021).

4.6.ARRECADAÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA


86

A contribuição de melhoria tem como fato gerador a valorização de imóvel de propriedade


privada em razão da realização de obra pública. O sujeito passivo são os proprietários de imóveis
que foram beneficiados por obras públicas. Seu valor deverá ser determinado após apuração do custo
ocorrido na realização da obra pública. Esse custo total será rateado proporcionalmente entre os imóveis
beneficiados.
A arrecadação total da contribuição de melhoria em 2019 foi de R$ 2.822,77 e, em 2020 foi
de 11.208,64. Portanto apresentou diferença positiva (acréscimo) no valor de R$ 8.385,87.
Para Tristão (2003) a Contribuição de Melhoria só tem sido cobrada em contrapartida às obras
de pavimentação de vias públicas executadas por prefeituras. Esse foi o fato identificado no município
de Palmas - TO.
Apesar do acréscimo significativo, a contribuição de melhoria representa a fonte de menor
volume arrecadatório. Isso é devido à complexidade da sua cobrança já que a valorização dos
imóveis é calculada a partir de aspectos subjetivos.

Quadro 8 - Análise da Arrecadação da Contribuição de Melhoria dos anos de 2019 e 2020

CONTR. M. 2019 AH AV 2020 AH AV


JANEIRO 1.681,57 100% 59,58% 0,00 0,00 0
FEVEREIRO 0,00 100% 0 0,00 0,00 0
MARÇO 0,00 100% 0 0,00 0,00 0
ABRIL 0,00 100% 0 0,00 0,00 0
MAIO 0,00 100% 0 11.208,64 0,00 100%
JUNHO 0,00 100% 0 0,00 0,00 0
JULHO 0,00 100% 0 0,00 0,00 0
AGOSTO 0,00 100% 0 0,00 0,00 0
SETEMBRO 0,00 100% 0 0,00 0,00 0
OUTUBRO 1.141,20 100% 40,42% 0,00 0,00 0
NOVEMBRO 0,00 100% 0 0,00 0,00 0
DEZEMBRO 0,00 100% 0 0,00 0,00 0
TOTAL R$ 2.822,77 100% 100% R$ 11.208,64 297,07% 100%

Fonte: Dados da Pesquisa (2021).

Ao comparar mensalmente os valores arrecadados da Contribuição de Melhoria foi


identificado que houve acréscimo no mês de maio do ano de 2019 para 2020, conforme apresentado
no Gráfico 6.
87

Gráfico 6 - Gráfico apresenta os índices relativos as Contribuição de Melhorias dos anos de 2019
e 2020

CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA

12.000,00
10.000,00
8.000,00
6.000,00
4.000,00
2.000,00
0,00

2019 2020

Fonte: Dados da Pesquisa (2021).

4.7.SÍNTESE DOS RESULTADOS

Percebe-se que a arrecadação total de tributos fora maior no exercício de 2019 se comparado
a 2020. Tal situação ocorreu por vários fatores, como ações do poder executivo com objetivo de
arrecadar, como por exemplo, a prorrogação do REFIS (recuperação fiscal) voltada para o IPTU,
logo se estimulou a arrecadação de tal imposto, bem como uma eficácia maior nas ações de
execuções fiscais, inscrição em dívida ativa, entre outras medidas. Assim, a estimativa de
arrecadação do executivo, no referido exercício era bastante positiva, foi o que ocorreu. Contudo,
ao compararmos os números de 2020, a arrecadação total foi menor, haja vista foi um ano em que
as ações governamentais estavam voltadas para a questão de saúde pública, assim houve maior
flexibilização quanto ao recolhimento do IPTU, por exemplo. Desse modo, nota-se que os impostos
que tiveram crescimento foram: ITBI e Contribuições de Melhoria. Houve queda significativa no
recolhimento do IPTU e ISS, o que já se esperava. Já as taxas municipais se mantiveram no mesmo
patamar, em relação ao exercício anterior apresentado pouca variação.

5. CONCLUSÃO
88

O sistema tributário municipal é composto da arrecadação de impostos, a saber, o IPTU,


ITBI, ISS, taxas, contribuição para custeio da iluminação pública (COSIP) e contribuições de
melhoria. Tal competência para instituir e majorar os tributos mencionados é outorgada pela CF/88,
que por sua vez determina em seu texto todos os tributos que serão instituídos pelo município.
O poder de tributar, embora seja característico da supremacia estatal, se submete às
restrições estabelecidas pela própria Constituição. Assim, as limitações servem para que se evite a
exorbitância estatal sobre o contribuinte, logo devem ser respeitados princípios como a legalidade,
isonomia, capacidade contributiva, anterioridade, entre outros para que o Estado exerça sua
atividade fiscal.
Embora, os entes federativos se valam da competência tributária para arrecadar e, assim
exercer suas finalidades essenciais, existem situações previstas na CF/88 que eximem o
contribuinte de pagar os tributos, é a chamada imunidade tributária, que tem como característica
principal a irrevogabilidade. Logo, mesmo praticando o fato gerador, a CF o dispensa do
pagamento. Ademais ainda existe a isenção tributária, que por sua vez possui cunho legal, ou seja,
é concedida mediante lei, assim pode ser revogada a qualquer tempo.
No que tange a carga tributária arrecadada no município de Palmas – TO nos exercícios de
2019 e 2020 nota-se que não houve evolução. Embora alguns tributos tenham seu numerário maior
quando comprado ao exercício anterior, percebe-se que a arrecadação, em linhas gerais, fora
menor.
Entretanto, este estudo tem o objetivo demonstrar a evolução da arrecadação fiscal do
Município de Palmas - TO. O objetivo da pesquisa foi alcançado, tendo em vista que os cálculos
apresentados são capazes de evidenciar que, de modo geral, houve queda na arrecadação de
impostos, taxas e aumento na contribuição de melhorias no período abordado.
A referida queda foi mais acentuada na arrecadação do IPTU que caiu 27,41% em relação
aos mesmos meses do ano de 2019. Já as contribuições de melhorias o aumento foi de 297,07%
seguidos de ITBI com 39,151%, sendo que o ISS apresentou uma queda de 2,88%, e as TAXAS
com uma diminuição de 1,77%.
É importante ressaltar que os desdobramentos das medidas de isolamento social atingiram
tantos os municípios quantos os estados. Tal fenômeno pode ser explicado pelo momento de crise
na saúde pública vivenciado pelo mundo desde 2020, logo a atenção dos gestores se focou
89

exclusivamente para esse aspecto. Enquanto em 2019 o intuito de arrecadação estava concentrado
em políticas como os refis, maior eficiência na execução fiscal, inscrição em dívida ativa, entre
outras.
Portanto, os objetivos da foram alcançados, visto que através da Análise Gráfica e
Horizontal, calculou-se a variação percentual de queda na arrecadação Municipal. Possibilitando
apontar quanto o município de Palma – TO deixou de arrecadar no ano de 2020, o montante total
em valor monetário de R$ 21.535.992,67 em relação ao exercício de 2019.
É importante destacar que o Portal da transparência da Prefeitura de Palmas – TO, foi a
principal fonte de extração dos dados desta pesquisa. Levando em consideração a dificuldade na
coleta dos dados sendo necessário a solicitação de auxílio do Setor de Contabilidade Geral da
Prefeitura, que faz parte da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Humano do município.

6. BIBLIOGRAFIA

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Ciências da Administração/ UFSC; [Brasília]: 2010.

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90

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