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Unidade III

Administração clássica de Fayol

Henri Fayol (1841–1925) fundador da Teoria


Clássica que nasceu em Constantinopla e faleceu em
Paris, vivendo as consequências da revolução Indus-
trial e, mais tarde, da Primeira Guerra Mundial.

3.1.
As funções básicas da empresa - Fayol

Prever
Organizar
Funções Comandar
Administrativas Coordenar
Controlar

Funções Funções Funções Funções de Funções


Técnicas Comerciais Financeiras Segurança Contábeis
3.1.1.
As seis Funções Técnicas da Empresa, segun-
do Fayol

3.1.1.1. – Funções Técnicas: relacionadas com a


produção e a manufatura de bens e serviços.

3.1.1.2. – Funções Comerciais: relacionadas com


compra, venda e troca.

3.1.1.3. – Funções Financeiras: relacionadas com


a procura e a gerência de capitais.

3.1.1.4. – Funções de Segurança: relacionadas com


a proteção e preservação dos bens e das pessoas.

3.1.1.5. – Funções Contábeis: relacionadas com


inventários, registros, balanços, custos e estatísticas.

3.1.1.6. – Funções Administrativas:


relacionadas com a integração de cúpula das
outras cinco fun-ções. As funções administrativas
coordenam e sin-cronizam as demais funções da
empresa, pairando sempre acima delas.

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3.2.
Conceitos de administração

3.2.1. – Prever: visualizar o futuro e traçar o progra-


ma de ação a médio e longo prazo.
3.2.2. - Organizar: constituir a estrutura material e
humana para realizar o empreendimento da empresa.
3.2.3. - Comandar: dirigir e orientar o pessoal para
mantê-lo ativo na empresa.
3.2.4. - Coordenar: ligar e harmonizar todos os atos
e todos os esforços coletivos.
3.2.5. - Controlar: cuidar para que tudo se realize de
acordo com os planos da empresa.

3.3.
As funções do administrador, segundo Fayol

3.3.1. – Previsão: avalia o futuro e o aproveita-


mento dos recursos em função dele.

3.3.2. – Organização: proporciona tudo o que é


útil ao funcionamento da empresa e pode ser divi-
dida em organização material e organização social.

3.3.3. – Comando: leva a organização a funcio-


nar. Seu objetivo é alcançar o máximo retorno
de todos os empregados no interesse dos aspec-

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tos globais do negócio.

3.3.4. – Coordenação: harmoniza todas as ati-


vidades do negócio, facilitando seu trabalho
e sucesso. Sincroniza coisas e ações em
propor-ções certas e adapta meios aos fins
visados.

3.3.5. – Controle: consiste na verificação para


certificar se tudo ocorre em conformidade
com
o plano adotado, as instruções transmitidas e os
princípios estabelecidos. O objetivo é localizar
as fraquezas e os erros no intuito de retificá-los
e prevenir a recorrência.

3.4.
Proporcionalidade das funções administrativas

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Mais elevados
Funções Administrativas:

• Prever
• Organizar
• Comandar
• Coordenar
• Controlar

Níveis
Hierárquicos

Outras Funções
Não-Administrativas

Mais baixos

3.5.
Diferença entre administração e organização

Administração: é um todo do qual a organização é


uma das partes. O conceito amplo e
compreensivo de Administração como um
conjunto de processos entrosados e unificados –
abrange aspectos que a Organização por si só não
envolve, tais como os da previsão, comando,
controle.
Organização: abrange apenas a definição da estru-
tura e forma, sendo, portanto, estática e limitada.

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3.6.
Princípios gerais de administração para Fayol

3.6.1. – Divisão do Trabalho: consiste na especializa-


ção das tarefas e das pessoas para aumentar a eficiência.
3.6.2. – Autoridade e Responsabilidade: autori-
dade é o direito de dar ordens e o poder de esperar
obediência. A responsabilidade é uma conseqüência
natural da autoridade e significa o dever de prestar
contas. Ambas devem estar equilibradas entre si.
3.6.3. – Disciplina: depende da obediência, apli-
cação, energia, comportamento e respeito aos acor-
dos estabelecidos.
3.6.4. – Unidade de Comando: cada empregado
deve receber ordens de apenas um superior. É o
princípio da autoridade única.
3.6.5. – Unidade de Direção: uma cabeça e um
plano para cada conjunto de atividades que tenham
o mesmo objetivo.
3.6.6. – Subordinação dos interesses individuais
aos gerais: os interesses gerais da empresa devem
sobrepor-se aos interesses particulares da empresa.
3.6.7. – Remuneração do Pessoal: deve haver jus-
ta e garantida satisfação para os empregados e para a
organização em termos de retribuição.
3.6.8. – Centralização: refere-se à concentração da
autoridade no topo da hierarquia da organização.
3.6.9. – Cadeia escalar: é a linha de autoridade que

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vai do escalão mais alto ao mais baixo em função do
princípio de comando.
3.6.10. – Ordem: um lugar para cada coisa e cada
coisa em seu lugar. É a ordem material e humana.
3.6.11. – Equidade: amabilidade e justiça para al-
cançar a lealdade do pessoal.
3.6.12. – Estabilidade do Pessoal: a rotatividade
do pessoal é prejudicial para a eficiência da organiza-
ção. Quanto mais tempo uma pessoa permanecer no
cargo, tanto melhor para a empresa.
3.6.13. – Iniciativa: a capacidade de visualizar um
plano e assegurar pessoalmente o seu sucesso.
3.6.14. – Espírito de Equipe: a harmonia e a união
entre as pessoas são grandes forças para a organização.

3.7.
Teoria da organização

A Teoria Clássica recebe a organização como


se fosse uma estrutura. Essa maneira de conceber
a estrutura organizacional é influenciada pelas con-
cepções antigas de organização (militar e eclesiásti-
ca tradicionais, rígidas e hierarquizadas. Nesse as-
pecto, a Teoria Clássica não se desligou do passado.
A estrutura organizacional constitui uma cadeia de
comando, ou seja, uma linha de autoridade que in-
terliga as posições da organização e define quem se
subordina a quem. A cadeia de comando, também

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denominada cadeia escalar, baseia-se no princípio
da unidade de comando, que significa que cada em-
pregado deve se reportar a um só superior. Para a
teoria Clássica, a estrutura organizacional é analisada
de cima para baixo (da direção para a execução) e do
todo para as partes (da síntese para a análise) ao con-
trário da abordagem da Administração Científica.

3.8.
O princípio escalar

Fayol enfatiza a organização linear, a estrutura


organizacional que apresenta forma piramidal. Nela
ocorre a autoridade linear, baseada na unidade de
comando e que é o oposto da supervisão funcional
proposta pela Administração Científica. Fayol e seus
seguidores discordam da supervisão funcional por
acharem que ela constitui uma negação da unidade
de comando, princípio vital para a coordenação das
atividades da organização. Na organização linear, os
órgãos que compõem a organização são denomina-
dos órgãos de linha e seguem o princípio escalar –
ou princípio da unidade de comando.

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PRESIDENTE

DIRETOR

GERENTE

CHEFE

SUPERVISOR

EXECUÇÃO

3.9.
Elementos da administração para Luther Gulick

3.9.1. – Planejamento (planning): é a tarefa de tra-


çar as linhas gerais das coisas que devem ser feitas e
dos métodos de fazê-las, a fim de atingir os objetivos
da empresa.
3.9.2. – Organização (organizing): é o estabeleci-
mento da estrutura formal de autoridade, por meio
da qual as subdivisões de trabalho são integradas, de-
finidas e coordenadas para o objetivo em vista.
3.9.3. – Assessoria (staffing): é a função de prepa-
rar e treinar o pessoal e manter condições favoráveis

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de trabalho.
3.9.4. – Direção (directing): é a tarefa contínua de
tomar decisões e incorporá-las em ordens e instru-
ções específicas e gerais, e ainda de funcionar como
líder da empresa.
3.9.5. – Coordenação (coordinating): é o estabe-
lecimento de relações entre várias partes do trabalho.
3.9.6. – Informação (reporting): é o esforço de man-
ter informados, a respeito do que se passa aqueles, pe-
rante o qual o chefe é responsável; pressupõe a existên-
cia de registros, documentação, pesquisa e inspeções.
3.9.7. – Orçamento (buggeting): é a função relacio-
nada à elaboração, execução e fiscalização orçamentá-
ria, ou seja, o plano fiscal, a contabilidade e o controle.

3.10.
Princípios da administração para Urwick

3.10.1. – Princípio da Especialização: cada pessoa


deve preencher uma só função. O que determina uma
divisão especializada do trabalho. Esse princípio dá ori-
gem à Organização de linha, à de staff e à funcional.
3.10.2. – Princípio de Autoridade: deve haver uma
linha de autoridade claramente definida, conhecida e
reconhecida por todos, desde o topo da organização
até cada indivíduo de base.
3.10.3. – Princípio da Amplitude Administrativa:
cada superior deve ter certo número de subordina-

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dos. O superior tem pessoas para supervisionar, bem
como as relações entre as pessoas que supervisiona. O
número ótimo de subordinados varia segundo o nível
e a natureza dos cargos, complexidade do tra-balho e
preparo dos subordinados.
3.10.4. – Princípio da Definição: os deveres, a au-
toridade e a responsabilidade de cada cargo e suas
relações com os outros cargos devem ser definidos
por escrito e comunicados a todos.

3.11.
Apreciação crítica da teoria clássica

As críticas à Teoria Clássica são numerosas. To-


das as teorias posteriores da Administração preocu-
param-se em apontar falhas, distorções e omissões
nessa abordagem que representou durante várias dé-
cadas o figurino que serviu de modelo para as orga-
nizações. As principais críticas à teoria Clássica são:

3.11.1.
Abordagem Simplificada da Organização Formal

Os autores clássicos concebem a organização


em termos lógicos, formais, rígidos e abstratos,
sem considerar seu conteúdo psicológico e social.
Limitaram-se à organização formal, estabelecendo

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esquemas lógicos, segundo os quais as organizações
devem ser construídas e governadas. Nesse sentido,
são prescritivos e normativos: como o administrador
deve conduzir-se em todas as situações através do
processo administrativo e os princípios gerais que
deve seguir para obter a máxima eficiência. A preo-
cupação com as regras do jogo é fundamental.

3.11.2.
Abordagem prescritiva e normativa
da Teoria Clássica
Divisão do
trabalho

Especialização

Princípios gerais da Organização MÁXIMA


administração formal EFICIÊNCIA
Unidade de
comando

Amplitude de
controle

3.11.3.
Ausência de Trabalhos Experimentais

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A Teoria Clássica pretendeu elaborar uma ciên-
cia da Administração substituindo o empirismo e a
improvisação por técnicas científicas. Porém, os au-
tores clássicos fundamentam seus conceitos na ob-
servação e no senso comum. Seu método é empírico
e concreto, baseado na experiência direta e no prag-
matismo, e não confronta a teoria com elementos de
prova. Suas afirmações dissolvem-se quando postas
em experimentação. A designação de “princípios” às
suas proposições é criticada como um procedimento
presunçoso. As ideias mais importantes são catalo-
gadas como princípios, o que provocou críticas, pois
o princípio utilizado como sinônimo de lei, deve,
como esta, envolver um alto grau de regularidade e
consistência, permitindo razoável previsão em sua
aplicação, tal como acontece nas outras ciências.

3.11.4.
Extremo Racionalismo na Concepção
da Administração

Os autores clássicos preocupam-se com a apre-


sentação racional e lógica das suas proposições sacri-
ficando a clareza das suas ideias.
O abstracionismo é o formalismo são criticados
por levarem a análise da Administração à superficia-
lidade, super simplificação e falta de realismo. A con-
cepção da Administração como um conjunto de prin-

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cípios universalmente aplicáveis provocou a denomi-
nação Escola Universalista. Alguns autores preferem,
pelo espírito pragmático e utilitarista, a denominação
Teoria Pragmática. O pragmatismo do sistema leva-o
a apelar à experiência direta e não representativa para
obter soluções aplicáveis de modo imediato.

3.11.5.
“Teoria da Máquina”

A teoria Clássica recebe a denominação de teo-


ria da máquina pelo fato de considerar a organização
sob o prisma do comportamento mecânico de uma
máquina: a determinadas ações ou causas decorrem
determinados efeitos ou consequências dentro de
uma correlação determinística. A organização deve
ser arranjada tal como uma máquina. Os modelos ad-
ministrativos correspondem à divisão mecanicista do
trabalho: a divisão do trabalho é a mola do sistema. A
abordagem mecânica, lógica e determinística da or-
ganização foi o fator que conduziu erradamente os
clássicos à busca de uma ciência da Administração.

3.11.6.
Abordagem Incompleta da Administração

Tal como ocorreu na Administração Cientí-


fica, a Teoria Clássica preocupou-se apenas com a

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organização formal, descuidando-se da organização
informal. O foco na forma e a ênfase na estrutura
levaram a exageros.
A teoria da organização formal não ignorava
os problemas humanos da organização, porém não
conseguiu dar um tratamento sistemático à interação
entre pessoas e grupos informais nem aos conflitos
intra-organizacionais e ao processo decisório.

3.11.7.
Abordagem do Sistema Fechado

A Teoria Clássica trata a organização como se


ela fosse um sistema fechado e hermético compos-
to de algumas variáveis conhecidas e previsíveis e
de alguns aspectos que são manipulados por meio
de princípios gerais e universais. Predomina a lei
da causa e efeito. Mantendo essa filosofia, a escola
clássica permite uma abordagem simplificada. Sem
mudar sua base, ela pode absorver novos elementos
como fatores adicionais em sua filosofia.

3.12.
Confronto entre as teorias de Taylor e Fayol

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Taylor Fayol

Teoria Científica Teoria Clássica

Ênfase nas Ênfase na


tarefas estrutura

Aumentar a eficiência da Aumentar a eficiência da


empresa por meio do empresa por meio da forma e
aumento de eficiência no disposição dos órgãos
nível operacional componentes da organização
e das suas inter-relações
estruturais

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Questões
1. A Teoria Clássica da Administração (ou Fayo-
lismo) é uma escola de pensamento administrativo,
idealizada pelo engenheiro francês Henri Fayol, a
partir da década de 1910. Caracteriza-se pela ênfase
na estrutura organizacional, pela visão do homem
econômico e pela busca da máxima eficiência. Tam-
bém é caracterizada pelo olhar sobre todas as esfe-
ras da organização (operacionais e gerenciais), bem
como na direção de aplicação do topo para baixo
(da gerência para a produção). O modo como Fayol
encarava a organização da empresa valeu à Teoria
Clássica a impostação de abordagem anatômica e
estrutural. Cite as seis funções básicas que toda em-
presa apresenta.

2. Para Fayol, as funções administrativas coorde-


nam e sincronizam as demais funções, por isso estão
acima delas. A função de administração é, por isso,
a única que formula um programa de ação geral e
coordena as demais. Hoje, essa visão está ultrapas-
sada. Nomes como Produção, Finanças, Marketing,
Recursos Humanos, Logística, P&D (Pesquisa e
Desenvolvimento) representam áreas muito mais
conhecidas nas organizações. No entanto, essas áre-
as nada mais são que evoluções da visão de Fayol.

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Quais são as funções básicas do Administrador?

3. Do ponto de vista didático, costuma-se dividir a


Escola Clássica ou Teoria Clássica da Administração
em dois grupos: o primeiro grupo encabeçado por
F. Taylor chamado “Administração Científica”; e o
segundo liderado por H. Fayol, denominado “Teo-
ria Clássica da Administração”. Assim, a abordagem
clássica da Administração cobre duas áreas distintas:
a operacional, de Taylor, com ênfase nas tarefas; e
a administrativa, de Fayol, com ênfase na estrutura
organizacional. A abordagem típica dessa Escola é
a ênfase nas tarefas e seu nome deriva da aplicação
de métodos científicos (observação, experiência, re-
gistro, análise) aos problemas da administração, com
vistas a alcançar maior eficiência industrial, produzir
mais, a custos mais baixos. Quais as diferenças bási-
cas existentes nas teorias de Taylor e Fayol?

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