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4.4.

As funções básicas da organização industrial

A experiência de Hawthorne promoveu novos


conceitos em Administração. Roethlisberger e Dick-
son, dois relatores da pesquisa, concebem a fábrica
como um sistema social. Para eles, a organização in-
dustrial tem duas funções principais: produzir bens
ou serviços (função econômica que busca o equilíbrio
externo) e distribuir satisfações entre seus participan-
tes (função social que busca o equilíbrio interno da
organização), antecipando-se às atuais preocupações
com a responsabilidade social das organizações.
A organização industrial deve buscar essas duas
formas de equilíbrio.

4.5.
Comparação entre a teoria clássca e a teoria
das relações humanas

Trata a organização como máquina. Trata a org. como grupos humanos.

Enfatiza as tarefas ou a tecnologia. Enfatiza as pessoas e grupos sociais.

Inspirada em sistemas de engenharia. Inspirada em sistemas de psicologia.

Autoridade centralizada. Delegação de autoridade.

Linhas claras de autoridade. 87Autonomia dos empregados.

Especialização e competência técnica. Confiança e abertura.


Inspirada em sistemas de engenharia. Inspirada em sistemas de psicologia.

Autoridade centralizada. Delegação de autoridade.

Linhas claras de autoridade. Autonomia dos empregados.

Especialização e competência técnica. Confiança e abertura.

Acentuada divisão do trabalho. Ênfase nas relações entre pessoas.

4.6.
A Contribuição da escola nas relações humanas

A Teoria das Relações Humanas trouxe uma


nova linguagem que passou a dominar o repertório
administrativo: fala-se agora em motivação, lideran-
ça, comunicação, organização informal, dinâmica de
grupo etc. Os conceitos de autoridade, hierarquia, ra-
cionalização do trabalho, departamentalização, princí-
pios gerais de Administração e etc., passam a ser con-
testados e criticados. A felicidade humana passa a ser
vista sob um ângulo diferente, pois o homo economi-
cus cede o lugar para o homem social. Essa revolução
ressaltou o caráter democrático da Administração. A
ênfase nas tarefas e na estrutura é substituída pela ên-
fase nas pessoas.
Com a Teoria das Relações Humanas, surge uma
nova concepção sobre a natureza do homem. O ho-
mem social, que se baseia nos seguintes aspectos:

1 – Os trabalhadores são criaturas sociais complexas,

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dotadas de sentimentos, desejos e temores. O com-
portamento no trabalho, como o comportamento
em qualquer lugar, é uma consequência de muitos
fatores motivacionais.
2 – As pessoas são motivadas por necessidades huma-
nas e alcançam suas satisfações por meio dos grupos
sociais com, que interagem. Dificuldades em partici-
par do grupo provocam elevação da rotatividade de
pessoal (turnover), abaixamento do moral, fadiga psi-
cológica e redução dos níveis de desempenho.
3 – O comportamento dos grupos sociais é influen-
ciado pelo estilo de supervisão e liderança. O super-
visor eficaz é aquele que possui habilidades para in-
fluenciarem os seus subordinados, obtendo lealdade,
padrões elevados de desempenho e alto compromis-
so com os objetivos da organização.
4 – As normas sociais do grupo funcionam como
mecanismos reguladores do comportamento dos
membros. Os níveis de produção são controlados
informalmente pelas normas do grupo.

4.6.1.
Estudo da Motivação Humana

A motivação procura explicar porque as pesso-


as se comportam. A experiência de Hawthorne teve
o mérito de demonstrar que a recompensa salarial,
mesmo quando efetuada em bases justas ou gene-

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rosas, não é o único fator decisivo na satisfação do
trabalhador dentro da situação de trabalho.

4.6.2.
Moral e Clima Organizacional

Para os humanistas, a motivação é o impulso de


exercer esforço para o alcance de objetivos organiza-
cionais desde que também tenha condições de satis-
fazer a alguma necessidade individual. Daí, decorre
o conceito de moral. À medida que as necessidades
das pessoas são satisfeitas pela organização, ocorre
elevação do moral.

4.6.3.
Os níveis do moral e atitudes resultantes
Fanatismo
Moral Elevado
Euforia

Atitudes positivas

Satisfação

Otimismo

Cooperação

Coesão

Colaboração

Aceitação dos objetivos organizacionais

Boa vontade

Identificação

Atitudes negativas

90Insatisfação
Pessimismo
Moral Baixo
Colaboração

Aceitação dos objetivos organizacionais

Boa vontade

Identificação

Atitudes negativas

Insatisfação

Pessimismo
Moral Baixo
Oposição

Negação

4.7.
Liderança

Enquanto a Teoria Clássica não se preocupou


com a liderança e suas implicações, a Teoria das
Relações Humanas mostrou a sua influência sobre
o comportamento das pessoas. Enquanto a Teoria
Clássica enfatiza a autoridade formal, considerando
a chefia sobre os níveis superiores, a experiência de
Hawthorne teve o mérito de demonstrar a existência
de líderes informais, que encarnavam as normas e
expectativas do grupo e mantinham controle sobre
o comportamento do grupo, ajudando os operários
a atuarem como um grupo social coeso e integrado.
A liderança é necessária em todos os tipos de
organização humana. Ela é essencial em todas as
funções da Administração: o administrador preci-
sa conhecer a natureza humana e saber conduzir as
pessoas, isto é liderar. Para os humanistas, a lideran-
ça pode ser visualizada sob diversos ângulos, a saber:

4.7.1. – Liderança como um fenômeno de influ-

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ência interpessoal: quando exercida numa situação
e dirigida por meio do processo da comunicação hu-
mana para a consecução de um ou mais objetivos es-
pecíficos. Ela decorre dos relacionamentos entre as
pessoas em uma determinada estrutura social. Nada
tem a ver com os traços pessoais de personalidade
do líder. A influência significa uma força psicológica,
uma transação interpessoal, na qual uma pessoa age
de modo a modificar o comportamento de outra de
modo intencional. A autoridade é o poder legítimo,
isto é, o poder que tem uma pessoa em virtude do seu
papel, ou posição em uma estrutura organizacional.
É, portanto, o poder legal e socialmente aceito.
4.7.2. – Liderança como um processo de redu-
ção da incerteza de um grupo: Liderança é um
processo contínuo de escolha que permite à empresa
caminhar em direção a sua meta, apesar de todas as
perturbações internas e externas. O grupo tende a
escolher como líder a pessoa que pode lhe dar maior
assistência e orientação (que defina ou ajude o gru-
po a escolher os rumos e as melhores soluções para
seus problemas) para que alcance seus objetivos. A
liderança é uma questão de redução da incerteza do
grupo. O comportamento pelo qual se consegue
essa redução é a escolha, isto é, a tomada de decisão.
4.7.3. – Liderança como uma relação funcional
entre líder e subordinado: Liderança é uma função
das necessidades existentes em uma determinada si-

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tuação e consiste em uma relação entre indivíduo e
um grupo. A relação entre líder e subordinado re-
pousa em três generalizações:

* A vida para cada pessoa pode ser vista como uma


contínua luta para satisfazer necessidades, aliviar
tensões e manter o equilíbrio.
* A maior parte das necessidades individuais, em
nossa cultura, é satisfeita por meio de relações com
outras pessoas ou grupos sociais.
* Para a pessoa, o processo de usar relações com
outras pessoas é um processo ativo e não passivo, de
satisfazer necessidades.

4.7.4. – Liderança como um processo em função


do líder, dos seguidores e de variáveis da situa-
ção. Liderança é o processo de exercer influência
sobre pessoas ou grupos nos esforços para a reali-
zação de objetivos em uma determinada situação, A
liderança depende de variáveis no líder, nos subor-
dinados e na situação. O líder é a pessoa que sabe
conjugar e ajustar todas essas características. Assim,
não há um tipo único e exclusivo para cada situação.

A partir da Escola das Relações Humanas come-


çam a surgir as primeiras teorias sobre liderança como:

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4.8.
Comunicação

É a troca de informações entre as pessoas. Sig-


nifica tornar comum uma mensagem ou informa-
ção. Os humanistas mostraram que as comunicações
dentro das organizações são terrivelmente falhas e
alertaram os administradores a:

- Assegurar a participação das pessoas na solução


dos problemas.
- Incentivar franqueza e confiança entre os indivídu-
os e grupos da empresa.
A comunicação é uma atividade administrativa que
tem dois propósitos principais:
1 – Proporcionar informação e compreensão neces-
sárias para que as pessoas possam se conduzir em
suas tarefas.
2 – Proporcionar atitudes que promovam motiva-
ção, cooperação e satisfação nos cargos.

4.8.1.
A importância da Comunicação

-A pessoa trabalha melhor quando conhece os pa-


drões de seu trabalho.
- A organização opera mais eficientemente quando
a pessoa e seu chefe têm um entendimento comum

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de suas responsabilidades e padrões de desempenho
que a empresa espera obter deles.
-Cada pessoa pode ser auxiliada a dar a máxima con-
tribuição à organização e a utilizar ao máximo as
suas habilidades e capacidades.

4.9.
Organização informal

Roethlisberger e Dickson, que relataram a ex-


periência de Hawthorne, mostram que o comporta-
mento das pessoas no trabalho não pode ser com-
preendido sem se considerar a organização informal
da fábrica. Os grupos sociais estão condicionados
a dois tipos de organização: a organização formal
(ou racional) que é conduzida pelas práticas estabe-
lecidas pela empresa, pelas especificações e padrões
para atingir objetivos e que podem ser modificados
pela empresa e a organização informal (ou natural),
que é a consequência do conjunto de interações e
relacionamentos espontâneos entre as pessoas. A or-
ganização informal concretiza-se nos usos e costu-
mes, tradições, ideias e normas sociais. Ela se traduz
por meio de atitudes e disposições baseadas na opi-
nião, no sentimento em na necessidade de “associar-
-se” e não se modifica rapidamente.

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