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CAPITULO 3 – A OBRA DE FAYOL

Fayol, um engenheiro francês, fundador da Teoria Clássica da


Administração, partiu de uma abordagem sintética, global e universal da
empresa, inaugurando uma abordagem anatômica e estrutural que rapidamente
suplantou a abordagem analítica e concreta de Taylor.

Fayol salienta que toda empresa apresenta seis funções:

1. Funções técnicas, relacionadas com a produção de bens ou de


serviços da empresa.
2. Funções comerciais, relacionadas com compra, venda e
permutação.
3. Funções financeiras, relacionadas com procura e gerência de
capitais.
4. Funções de segurança, relacionadas com a proteção e preservação
dos bens e das pessoas.
5. Funções contábeis, relacionadas com inventários, registros,
balanços, custos e estatísticas.
6. Funções administrativas, relacionadas com a integração de cúpula
das outras cinco funções.

E segundo o mesmo, as funções do administrador eram:

1. Prever, Visualizar o futuro e traçar o programa de ação.


2. Organizar. Constituir o duplo organismo material e social da
empresa
3. Comandar. Dirigir e orientar o pessoal.
4. Coordenar. Ligar, unir, harmonizar todos os atos e esforços
coletivos.
5. Controlar. Verificar que tudo ocorra de acordo com as regras
estabelecidas e as ordens dadas.

Como toda ciência, a Administração deve se basear em leis ou princípios.


Fayol definiu 14 princípios gerais.
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1. Divisão do trabalho. Especialização de tarefas e pessoas, para
aumento da produtividade.
2. Autoridade e responsabilidade. Autoridade é o direito de dar ordens
e esperar obediência, e a responsabilidade é uma consequência natural da
autoridade e significa o dever de prestar contas.
3. Disciplina. Depende da obediência, aplicação, energia,
comportamento e respeito aos acordos estabelecidos.
4. Unidade de comando. Cada empregado deve receber ordens de
apenas um superior.
5. Unidade de direção. Uma cabeça e um plano para cada conjunto de
atividades que tenham o mesmo objetivo.
6. Subordinação dos interesses individuais aos gerais. Os interesses
gerais da empresa devem sobrepor-se aos interesses particulares das
pessoas.
7. Remuneração do pessoal. Deve haver justa e garantida satisfação
para os empregados e para a organização em termos de retribuição.
8. Centralização. Refere-se à concentração da autoridade no topo da
hierarquia da organização.
9. Cadeia escalar. É a linha de autoridade que vai do escalão mais
alto ao mais baixo em função do princípio do comando.
10. Ordem. Um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. É a
ordem material e humana.
11. Equidade. Amabilidade e justiça para alcançar a lealdade do
pessoal.
12. Estabilidade do pessoal. A rotatividade do pessoal é prejudicial para
a eficiência da organização.
13. Iniciativa. A capacidade de visualizar um plano e assegurar
pessoalmente o seu sucesso.
14. Espírito de equipe. A harmonia e união entre as pessoas são
grandes forças para a organização.

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A Teoria Clássica da Administração, defende uma divisão de trabalho
claramente definida. Segundo Fayol, a divisão do trabalho conduz à
especialização e à diferenciação das tarefas, ou seja, à heterogeneidade. A
ideia era a de que as organizações com maior divisão do trabalho seriam mais
efcientes do que aquelas com pouca divisão de trabalho. Para a Teoria
Clássica a divisão pode ocorrer em duas direções: vertical, ou autoridade de
linha, onde há uma escala hierárquica de autoridade de comando de um
superior sobre seu subordinado, e horizontal, ou departamentalização,
quando cada departamento ou seção passa a ser responsável por uma
atividade específica.

Fayol dava prioridade para a organização linear, que se baseia nos


princípios de:

a. Unidade de comando ou supervisão única. Cada pessoa tem um


único chefe.

b. Unidade de direção. Todos os planos devem integrar aos objetivos


da organização.

c. Centralização de autoridade. A autoridade máxima fica concentrada


no topo.

d. Cadeia escalar. A autoridade deve estar disposta em uma


hierarquia.

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Depois de verificar que os operários aprendiam a maneira de executar seus
serviços observando os colegas de trabalho, e que isso levava a diferentes maneiras
de execução. Como sabia que sempre existia uma maneira mais eficaz de realização
do serviço, uma das atividades desse sistema é a Organização Racional do
Trabalho (ORT) que consiste em substituir métodos empíricos por métodos
científicos.

A ORT se fundamenta nos seguintes aspectos:

1. Análise do Trabalho e do estudo dos tempos e movimentos.


Esse estudo permite a racionalização do método de trabalho do operário e
fixação dos tempos-padrão para execução das tarefas e eliminação do
desperdício de esforço humano com movimentos inúteis.

2. Estudo da fadiga humana.


Que tem como finalidade, evitar movimentos inúteis na execução de uma tarefa,
execução econômica dos movimentos úteis do ponto de vista fisiológico,
seriação apropriada dos movimentos.

3. Divisão do trabalho e especialização do operário.


O estudo dos tempos e movimentos provocou a reestruturação das operações
industriais, onde cada operário passou a ser especializado na execução de uma
única tarefa.

4. Desenho de cargos e de tarefas.


O desenho de cargos tem como vantagens, a admissão de empregados com
qualificações mínimas e salários menores, minimização dos custos de
treinamento, redução dos erros na execução, facilidade de supervisão e aumento
da eficiência do trabalhador permitindo maior produtividade.

5. Incentivos salariais e prêmios de produção.


Segundo Taylor, a ideia básica de que a remuneração baseada no tempo não
estimula ninguém a trabalhar mais e deve ser substituída por remuneração
baseada na produção de cada operário: o operário que

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produz pouco ganha pouco e o que produz mais, ganha na proporção de sua
produção.

6. Conceito de homo economicus.


Segundo esse conceito, o homem trabalha, não porque gosta, mas para ganhar a
vida por meio do salário. O homem é motivado a trabalhar pelo medo da fome e
pela necessidade de dinheiro para viver.

7. Condições ambientais de trabalho, como iluminação, conforto, etc.


O conforto do operário e a melhoria do ambiente físico (iluminação, ventilação,
ruído, etc.) são valorizados, não por merecimento, mas porque aumentam a
produtividade.

8. Padronização de métodos e de máquinas.


A padronização de métodos, máquinas, equipamentos e ferramentas reduz a
variabilidade e diversidade no processo produtivo, eliminando o desperdício e
aumentando a eficiência.

9. Supervisão funcional.
A supervisão funcional nada mais é do que a existência de vários supervisores,
cada qual especializado em determinada área e que tem autoridade funcional
sobre seus subordinados.

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CONCLUSÃO

Apesar de todas as críticas formuladas à Administração Científica há uma forte


tendência atual no intuito de reabilitar a imagem de Taylor. Alguns autores chegam a
apontá-lo como o criador da Administração Científica e o pai da Teoria das Relações
Humanas, considerando-o um cientista social interessado nos problemas de motivação e
de comportamento das pessoas dentro de sua maneira de ver as coisas. O certo é que
Taylor teve uma profunda influência na vida do século XX e no forte desenvolvimento
industrial que suas idéias proporcionaram. Sua importância decorre de um fato
extremamente simples: ele deu certo!

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