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CAP I- GESTÃO ESCOLAR; CONCEITO FINALIDADE E FUNÇÕES

INTRODUÇÃO
Discutir a definição de Administração ou gestão escolar, nos leva à discussão acerca
do conceito de administração em geral e, também, a compreender a história da gestão, pois as
transformações económicas e tecnológicas, bem como os princípios, funções e maneira de
gerir interferem nas práticas sociais e educacionais.
Vamos começar por algumas concepções sobre a administração.
O que é administração? Para iniciar nossa reflexão, vamos ao dicionário Aurélio:
Administração “é um conjunto de princípios, normas e funções que tem por fim ordenar os
factores de produção e controlar a sua produtividade e eficiência, para se obter determinado
resultado”. Observe ainda, a definição de outro autor: ”a administração como processo de
planejar para organizar, dirigir e controlar recursos humanos, materiais, financeiros e
informacionais visando à realização de objectivos”.
Você pode observar que os conceitos acima estão carregados de termos como
controle, produtividade e eficiência, característicos do modo de produção capitalista. No
entanto, a administração enquanto actividade essencialmente humana nasceu antes da
sociedade se organizar a partir do ideal capitalista.
Objectivo: Determinar os conceitos de Gestão Escolar, assim como sua finalidade e as
diferentes funções que realiza no âmbito educativo.
As organizações são também diversificadas e diferenciadas. Não há duas organizações
iguais, assim como não existem duas pessoas idênticas. O gestor bem sucedido em uma
organização pode não sê-lo em outra.
O conhecimento dos métodos e técnicas da gestão é importante, básico e
indispensável, mais depende sobretudo da personalidade e modo de agir do gestor.
A gestão pode ser considerada como um ramo das Ciências Humanas.
Os três ângulos ou níveis das políticas educativas:
 Nível de base: ( Escola)
 Nível intermédio (órgão encarregado da elaboração da política educacional)
 Nível de topo (órgão encarregado da elaboração desta política)
Uma “das definições de gestão é:” “a arte e ciência de conseguir fazer a coisa através
de outras pessoas com os melhores resultados através da efectiva cooperação entre os
subordinados”. Explicar o carácter de sistema da educação e também da gestão.

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Segundo a UNESCO (1998, p.99) Gestão Escolar “É um processo utilizado para
alcançar de maneira eficaz os objectivos previamente fixados, pondo em acção recursos
humanos, materiais organizacionais, técnicos e financeiros”. Não constitui o fim, mas um
instrumento de trabalho ao serviço da política educacional.

1.1- FINALIDADE DA GESTÃO


Consiste em fornecer aos professores e aos alunos o ambiente favorável ao
desenvolvimento do potencial de cada criança.

1.1.1- PRINCIPIOS BÁSICOS DA ORGANIZAÇÃO CIENTIFICA DO TRABALHO

A teoria proposta por Taylor (1911) e que causou uma verdadeira revolução no sistema
produtivo seguiu sendo aperfeiçoada ao longo dos anos apesar das críticas e é sem dúvida
alguma a precursora da Teoria Administrativa. Contribuíram para o desenvolvimento da
administração científica.

Os quatro princípios fundamentais da administração Científica são: Princípio do


planeamento. Princípio da preparação. Princípio do controle e Princípio da execução.

 Princípio de planeamento – substituição de métodos empíricos por procedimentos


científicos – sai de cena o improviso e o julgamento individual, o trabalho deve ser
planejado e testado, seus movimentos decompostos a fim de reduzir e racionalizar sua
execução.
 Princípio de preparação – selecionar os operários de acordo com as suas aptidões e
então prepará-los e treiná-los para produzirem mais e melhor, de acordo com o método
planejado para que atinjam a meta estabelecida.
 Princípio de controle – controlar o desenvolvimento do trabalho para se certificar de
que está sendo realizado de acordo com a metodologia estabelecida e dentro da meta.
 Princípio da execução – distribuir as atribuições e responsabilidades para que o
trabalho seja o mais disciplinado possível.

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1.1.2-ESTRUTURA E FUNÇÕES DAS EMPRESAS

Fayol enumerou seis grandes estruturas e funções exercidas nas empresas: Tecnicas,
Comerciais, Financeiras, Segurança, Contábeis e administrativas. Ao montarmos uma
estrutura organizacional, precisamos saber como essas funções costumam se desdobrar

Funções Técnicas: relacionadas com a produção de bens ou de serviços da empresa

Funções Comerciais: relacionadas com a compra, venda e troca

Funções Financeiras: relacionadas com a procura e gerência do capital

Funções de Segurança: relacionadas com a proteção e preservação dos bens e das pessoas.

Funções Contábeis: relacionadas com controles, inventários, registros, balanços, custos e


estatísticas

Funções administrativas: integração das cinco anteriores (planejamento, organização,


comando, coordenação e controle)

1.1.3- Os 16 deveres do gestor, segundo Fayol

Assegurar a cuidadosa preparação dos planos e sua rigorosa execução. Cuidar para que a
organização humana e material seja coerente com o objectivo, os recursos e os requisitos da
empresa. Estabelecer uma autoridade construtiva, competente, enérgica e única. Harmonizar
actividades e coordenar esforços. Formular decisões de forma simples, nítida e precisa.
Organizar a seleção eficiente do pessoal. Definir claramente as obrigações.

I- Assegurar a cuidadosa preparação dos planos e sua rigorosa execução

II- Cuidar para que a organização humana e material sejacoerente com o objetivo, os
recursos e os requisitos da empresa.

III- Estabelecer uma autoridade construtiva, competente, enérgica e única

IV- Harmonizar atividades e coordenar esforços

V- Formular decisões de forma simples, nítida e precisa

VI- Organizar a seleção eficiente do pessoal

VII- Definir claramente as obrigações

VIII- Encorajar a iniciativa e o senso de responsabilidade

IX- Recompensar justa e adequadamente os serviços Prestados

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X- Usar sanções contra faltas e erros

XI- Manter a disciplina

XII- Subordinar os interesses individuais ao interesse geral

XIII- Manter a unidade de comando

XIV- Supervisionar a ordem material e humana

XV- Ter tudo sob controle

XVI. Combater o excesso de regulamentos, burocracia e papelada

1.2 - FUNÇÕES DA GESTÃO ESCOLAR


Herry Fayol (1841-1925) (Livro “Administração industrial e Geral”); considerado pai da
Teoria Clássica da Administração) foi um dos primeiros a analisar a natureza da actividade
empresarial e a definir as principais actividades do gestor; planear, organizar, comandar,
coordenar e controlar.
Fayol definiu as cinco Funções:
1- Prever, planejar, planificar: nessa função o administrador deve fazer uma previsão
das possíveis situações de sua empresa) pretende-se alcançar Eficiência (menos
recursos mais resultados) e Eficácia (cumprir os objectivos traçados).
2- Organizar: o gestor é responsável pelo organismo material e social da empresa,
determinação de actividades, relações de autoridade horizontal e vertical.
3- Comandar, Dirigir: o gestor sempre deve estar pronto para dirigir e orientar a sua
organização; função principal, orientação e supervisão dos subordinados e dar
instruções.
4- Coordenar: o gestor sempre deve estar pronto para harmonizar os conflitos de gestão,
todos os actos e todos os reforços.
5- Controlar: o gestor, acima de todos deve estar atento às normas para que sejam
seguidas pela organização.
Adicionamos mais uma função segundo as teorias da gestão, “Designação do pessoal”: atrair
e manter no seio da organização, as pessoas mais competentes. A selecção requer toda a
paciência e habilidade.

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Fez ligação entre a estratégia e a teoria empresarial e sublinhou a necessidade de aprofundar a
gestão e cultivar qualidades de liderança. Chegou a 14 princípios gerais sobre a gestão que
são:
I-DIVISÃO DO TRABALHO: Designação de tarefas específicas para cada pessoa,
resultando na especialização das funções e separação dos poderes.
II-AUTORIDADE E RESPONSABILIDADE: A primeira é o direito de mandar e o poder
de se fazer obedecer. A segunda, a sanção recompensa ou penalidade que acompanha o
exercício do poder.
III-DISCIPLINA: Respeito aos acordos estabelecidos entre a empresa e seus agentes.
IV-UNIDADE DE COMANDO: De forma que cada pessoa tenha apenas um superior.
V-UNIDADE DE DIREÇÃO: Um só chefe e um só programa para um conjunto de
operações que visam o mesmo objectivo.
VI-INTERESSE GERAL: Subordinação do Interesse Individual ao Interesse Geral.
VII-REMUNERAÇÃO DO PESSOAL: De forma equitativa, e com base tanto em factores
internos como externos.
VIII-CENTRALIZAÇÃO: Equilíbrio entre a concentração de poderes de decisão no chefe,
sua capacidade de enfrentar suas responsabilidades e a iniciativa dos subordinados.
IX-CADEIA ESCALAR (LINHA DE COMANDO): Hierarquia, a série de chefes do
primeiro ao último escalão, dando-se aos subordinados de chefes diferentes a autonomia para
estabelecer relações diretas (a ponte de Fayol).
X-ORDEM: Um lugar para cada pessoa e cada pessoa em seu lugar.
XI-EQUIDADE: Tratamento das pessoas com benevolência e justiça, não excluindo a
energia e o rigor quando necessários.
XII-ESTABILIDADE DO PESSOAL: Manutenção das equipes como forma de promover
seu desenvolvimento.
XIII-INICIATIVA: Faz aumentar o zelo e a atividade dos agentes.
XIV-ESPÍRITO DE EQUIPA: Desenvolvimento e manutenção da harmonia dentro da força
de trabalho

Frases de Fayol:
“Dirigir é conduzir a empresa, tendo em vista os fins visados, procurando obter as
maiores vantagens possíveis de todos os recursos de que ela se dispõe”;

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“A harmonia e a união das pessoas de uma empresa são grande fonte de vitalidade
para ela. É necessário, pois, realizar esforços para estabelecê-la”
“Controlar é velar para que todo ocorra de acordo com as regras estabelecidas e as
ordens dadas”.
“A primeira condição inerente ao chefe de uma grande empresa é a de ser um bom
administrador”

CAP II - A INSPECÇÃO COMO FORMA DE DIRECÇÃO E CONTROLO DA


ACTIVIDADE ESCOLAR

2.l– O papel do controlo na direcção cientifica do trabalho

Uma vez que o estado ou governo e partido no poder é que traçam as linhas mestres a
serem seguidas no sistema educativo, há, portanto a necessidade de controlo, de supervisão
para averiguar os objectivos traçados se estão a ser cumpridos. Assim o controlo permite com
que se faça cumprir as leis e orientações dadas pelo estado fazendo funcionar os organismos
com certa plenitude (perfeição).
Controlar uma actividade não é só descobrir os defeitos mais também a distinção de
experiencias positivas e inovadoras. Não obstante a força do controlo consiste em que ajuda a
acumular experiencias avançadas e a descobrir os métodos e as vias a seguir para o
melhoramento da actividade colectiva. E permite ainda a aquisição de uma uniformidade dos
métodos de trabalho e na organização com vista a beneficiar toda sociedade.
Por isso, todo o dirigente tem a responsabilidade direita de velar pelo funcionamento
das estruturas que dirige e o direito de adoptar medidas necessárias para banir as dificuldades
encontradas.
O controlo significa ainda produzir uma unidade entre a preparação, a tomada e a
realização dessa decisão. Estes passos determinam-se em:

1 -Preparar a decisão significa:


 Conhecer a situação concreta;
 Avaliar concretamente as causas ou motivos;
 Avaliar as consequências e tirar conclusões.

2 – Tomar a decisão implica:

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 Que ela se adapta a situação;
 Que seja concreta e clara;
 Que possa ser controlada.

3 – Realizar a decisão é:
 Aplicá-la completamente;
 Aplica-la oportunamente;
 Aplicá-la exactamente qualitativa e quantitativamente.

2.2 - FUNÇÕES DA INSPECÇÃO EDUCACIONAL


A Inspecção Educacional cumpre as funções que lhe estão atribuídas pela lei sendo as
mais usuais: Controlo, acompanhamento, auditoria, avaliação, provedoria e acções e acção
disciplinar.

2.2.1- FUNÇÃO DE CONTROLO


Consiste em verificar se o funcionamento das escolas segue ou não o preceituado na
lei em identificar os factores que aumentam a eficiência e a eficácia das escolas. Esta função
averigua a conformidade legal do funcionamento das escolas pois recolhe informações sobre
o sistema educativo e as escolas.

2.2.2- FUNÇÃO DE ACOMPANHAMENTO


Consiste em observar a acção educativa das escolas, com intenção de apoiá-las nas
suas dificuldades e de induzir novas práticas que possam melhorar as aprendizagens e os
resultados escolares dos alunos. (GASPAR, P. E DIOGO, f.2010)

2.2.3 - FUNÇÃO DE AUDITORIA


Consiste na análise dos actos de gestão praticados pelas escolas, durante um período
de tempo com um duplo objectivo:
 Informaras Direcções das escolas dos pontos fortes e fracos do funcionamento da
escola;
 Fazer recomendações e sugestões a cerca do modo de ultrapassar as dificuldades ou
anomalias detectadas, de modo que a escola passa obter melhores resultados.

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A auditoria tem por referência a legislação em vigor e segue critérios como:
conformidade da lei, eficácia e eficiência, pertinência e coerência.

2.2.4 - FUNÇÃO DE AVALIAÇÃO


Consiste na avaliação das escolas incidindo sobre todos os aspectos da sua
organização e do seu funcionamento, pois incide sobre os processos, recursos e os resultados.

2.2.5- FUNÇÃO DE PROVEDORIA E ACÇÃO DISCIPLINAR


Consiste no atendimento das queixas dos alunos, dos familiares, dos professores e dos
funcionários. O atendimento destas queixas, pode resultar uma acção disciplinar através de:
averiguação, inquérito e finalmente processo disciplinar do qual pode resultar a sanção do
elemento prevaricador.

2.3 - A INSPECÇÃO COMO FORMA DE DIRECÇÃO E CONTROLO DA


ACTIVIDADE EDUCATIVA.

A Inspecção é um processo de investigação do estado no controlo e orientação das


actividades docente-educativas.
A Inspecção é uma das formas mais efectiva e directa de exercer o controlo. Tem
como papel fundamental inspeccionar e obter informações objectivas e concretas sobre o
cumprimento dos planos, medidas, orientações, êxitos e dificuldades que existem no
desenvolvimento do trabalho bem como as melhorias, experiencias das escolas e centros
educativos.

2.4 - OBJECTIVOS DA INSPECÇÃO EDUCACIONAL

Como forma de controlo do sistema de direcção da actividade docente-educativa, a


inspecção educacional visa:
 Investigar o estado de trabalho e da organização atingida pelas escolas e outros centros
educativos para revelar êxitos e fracassos;
 Analisar o cumprimento das orientações superiores e traçar recomendações para
melhorar o fracasso no processo docente-educativo;
 Elevar os índices dos resultados do trabalho pedagógico.

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Portanto, o principal objectivo da inspecção educacional é salvaguardar a politica
educacional estabelecida pelo partido no poder e materializar as leis e orientações do
Ministério da Educação.

2.5 - TAREFAS DA INSPECÇÃO EDUCACIONAL

As tarefas da inspecção educacional partem dos objectivos para fazer cumprir a sua
função. Portanto, a inspecção realiza as seguintes tarefas: tarefas políticas e tarefas técnicas.
 Tarefas Politicas: orientam os funcionários da educação, isto é, Directores,
Professores, e Coordenadores no cumprimento das determinações do Partido no poder
e do Governo.
 Tarefas Técnicas: velam pela instrução e formação do corpo docente para o
cumprimento das decisões e orientações superiores. Por isso, a inspecção deve
acompanhar e apoiar os funcionários da educação capacitando-os para a realização das
tarefas escolares.
A inspecção educacional é o principal instrumento do Ministério da Educação para
materializar os objectivos educativos preconizados.

2.6 - IMPORTANCIA DA INSPECÇÃO EDUCACIONAL

Reside na necessidade do controlo das actividades educativas. É através do controlo


que o estado se apercebe do cumprimento das decisões a todos os níveis e se convence se os
planos foram cumpridos cabalmente ou não.

2.7-ESTRUTURA DA INSPECÇÃO EDUCACIONAL NO SISTEMA DE ENSINO

Sendo órgão de controlo do Ministério da Educação, a inspecção estrutura-se em:


Inspecção Nacional, Provincial e Municipal.
 Inspecção Nacionais - trata-se da estrutura central do Ministério que colabora com os
Directores Provinciais.
 Inspecção Provincial – Encontra-se a nível das Direcções Provinciais da Educação,
dependentes do director trabalham em colaboração com as repartições municipais.
 Inspecção municipal: Instala-se na Repartição Municipal e trabalha em contacto com
os directores das escolas.

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A Inspecção escolar funciona segundo o princípio da abrangência, do controlo de
todas as questões do sistema de educação e da nomeação de inspectores a partir de professores
e directores experientes.

2.8- CARACTER DA INSPECÇÃO NOS DIFERENTES NÍVEIS DE DIRECÇÃO DO


SISTEMA EDUCACIONAL

O carácter de inspecção do organismo central é dado pela comprovação do


cumprimento das funções consignadas as direcções provinciais sendo órgãos responsáveis
pela aplicação na sua área de jurisdição, da política educacional traçadas e das indicações
metodológicas oficiais.
O organismo central que é a inspecção nacional controla a actividade das direcções
provinciais assinalando os seus eixos, dificuldades, deficiência e toma as medidas necessárias
para que se estabeleça a ordem.
O carácter da inspecção provincial pode ser diferente ou semelhante ao organismo
central. Por tanto, a inspecção provincial é um órgão intermediário que recebe as orientações
superiores provenientes da inspecção nacional e traça as medidas para sua realização.
A inspecção Municipal e caracterizada pela interligação e atenção direita aos centros,
escola, directores e professores com a responsabilidade de aplicar executarem as indicações
metodológicas. A inspecção escolar determina as orientações necessárias para a direcção do
sistema da educação e ensino, orientando as estruturas que lhe são subordinadas para o
cumprimento da política educacional e as leis sobre a educação.

2.9- PERFIL DO INSPECTOR EDUCACIONAL

O inspector escolar é o elemento que controla directamente a actividade docente-


educativo e organizativo dos centros escolares. Ele trabalha directamente com os directores e
subdirectores, coordenadores de disciplinas e com os responsáveis e administrativos. Portanto,
atende varias escola pelo seu bom funcionamento responde perante o chefe da repartição
municipal e é encarregado no asseguramento dos respectivos directores para que estejam bem
orientados realizem bem as suas tarefas.
A tarefa do inspector escolar é complexa e difícil, pois deve saber orientar o trabalho
da escola e tomar decisões para a correcção das falhas, fazer analise e propor soluções para
que todo o trabalho docente-educativo ocorra com sucesso. Para tal, no perfil do inspector
podemos descrever as seguintes características.

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O Inspector educacional deve possuir amplos e profundos conhecimentos científicos
sobre vários domínios e deve dominar as ciências pedagógicas;
Deve conhecer política educacional do partido no poder e as leis sobre a educação para que
possa instruir os quadros que vai atendendo.
O Inspector educacional deve estar ciente das necessidades da sua formação e superação
permanente a fim de levar o seu nível científico.
Finalmente, o inspector deve desenvolver uma atitude e um comportamento
repreensível servindo de modelo para os directores, professores e coordenadores.
Para cumprir com as exigências actuais e futuras o inspector escolar deve manter
permanentemente em si a disposição de analisar criticamente a sua personalidade e actividade.

CAPITULO III- CONTEÚDOS E PRINCIPIOS DE TRABALHO DA INSPECÇÃO.

3.1- CONTEÚDO

O conteúdo do trabalho designa o conjunto dos factores de motivação ligados ao


próprio e ao papel desempenhado pela pessoa que executa. Existe vários factores, mas está
sempre relacionada com autónomas responsabilidades, a estima ligada ao trabalho realizado, a
satisfação de fazer coisas difíceis. Por outro lado, podemos incluir a variedade, a existência de
informações sobre a qualidade do trabalho desempenhado e sobre a importância do papel
profissional. (DORN, R.E PAROT, F:2001)

3.1.1- CONTEÚDO PEDAGÓGICO CIENTIFICO

O trabalho da Inspecção refere-se:


 Para que os directores de escolas possam obter informações sobre os resultados do
saber e saber-fazer dos alunos, o nível do trabalho pedagógico e metodológico dos
professores;
 Avaliação do nível de qualificações dos Directores no seu trabalho de gestão do ensino
e promover a sua superação;
 Transmitir orientações aos Directores, coordenadores professores quanto a gestão do
ensino de cada disciplina e a reciclagem dos professores;
 Observar e analisar o nível dos alunos e do cumprimento dos programas e a qualidade
do rendimento escolar;
 Promover a habilitação e capacitação do corpo docente;

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 Promover medidas concretas para resolver situações anormais ligadas a dificuldades
de aprendizagem.
Assim a Inspecção Escolar garante a realização dos objectivos dos programas a um
bom nível e, a elevação do nível do corpo docente.

3.1.2 CONTEÚDO POLITICO-IDEOLÓGICO

Pelo carácter político a Inspecção Escolar visa:


 Analisar os resultados da educação ideológica dos alunos, através do ensino das
convicções morais dos alunos;
 Avaliação do cumprimento do carácter ideológico do ensino e do trabalho dos
professores na educação dos alunos;
 Ajudar na tomada de medidas para o desenvolvimento da disciplina na escola.

3.1.3- CONTEÚDO ORGANIZATIVO-ADMINISTRATIVO.

Neste domínio a inspecção inclui:


 O estudo, a análise e a avaliação dos documentos da escola sobretudo o plano de
actividades da escola;
 A análise das condições organizativas da escola e da planificação do ensino;
 O asseguramento necessário ao ensino;
 O conteúdo da Inspecção Escolar liga-se ao controlo dos processos pedagógicos e
administrativos da escola, uma vez que é ai onde se materializam os objectivos
educacionais e os planos de formação estabelecidos pelo ministério da educação.

3.2. OS PRINCÍPIOS GERAIS DA INSPECÇÃO

Qualquer forma de controlo deve obedecer as exigências de Lenine, quanto ao seu


carácter democrático, partidarista, objectivo, sistemático e público.
Deste facto a inspecção deve cumprir com os seguintes princípios:
a) – Principio Centralismo Democrático

A base deste princípio é a doutrina leninista do centralismo, visto que no controlo á


escola se materializa a relação orgânica entre a direcção centralizada e planificada dos níveis
superiores com iniciativas internas da escola e o seu poder de execução das medidas
superiormente determinadas.

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Este princípio estabelece a necessidade de se tomar decisões na base de consultas e
auscultação às bases de forma que haja uma participação massiva e uma representatividade da
opinião da base.
O pilar basilar deste princípio está a forma colectiva da Direcção aliada a
responsabilidade entre a participação democrática de todas as estruturas do sistema de
direcção e o poder de decisão do chefe, do dirigente.
Dentro disto compete, por exemplo, a Inspecção Nacional o seguinte:
 Transmitir orientações;
 Tomar decisões;
 Avançar critérios;
 Propor medidas;
 Fazer controlo.
A escola, como unidade de base cabe:
 Executar as orientações e medidas;
 Cumprir os planos e as decisões;
 Informar sobre os resultados alcançados.
Assim, o órgão central tomará a decisão final assenta nas análises e propostas da base
e que visa resolver as suas necessidades.
b– Princípio do partidarismo

Defende activamente os interesses das classes operárias e camponesas, a finalidade ao


socialismo e a luta intransigente contra as forças reaccionárias e retrógradas e a luta pela
construção de uma nova sociedade.
Para cumprir com este princípio, a Inspecção deve aplicar sempre a politicado partido
no poder o que lhe permite analisar o fenómeno educativo segundo um enfoque ideológico.

c- Principio de objectividade

Fundamenta-se na consideração do estado real do desenvolvimento da educação


partindo das Leis e regularidades deste processo.
Na base deste princípio, a Inspecção deve ser objectiva, exacta e verdadeira na análise
dos aspectos que constituem a actividade educativa.
Neste princípio assenta também na imparcialidade dos juízos e critérios e na
objectividade das conclusões.

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d - Princípio da sistematização

Fundamenta-se no ordenamento lógico e numa correcta estruturação do trabalho para


que se atinja a eficiência no trabalho. Ela, implica a análise e avaliação constante de cada
forma integrada, global e sistemática. Para dispensável a planificação rigoroso das inspecções
sua aplicação, é inspecções e a realização de constantes visitas de inspecção com objectivos
controláveis em cada etapa do curso.
Desta forma, deve-se combinar no processo de inspecção, o controlo com ajuda
prática, controlo inicial com os centros permanentes, promover a correspondência entre as
unidades de base e das Direcções de nível imediatamente superior.

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