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Unidade II
5 FÁRMACOS QUE ATUAM NO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
O sistema nervoso autônomo (SNA) é uma divisão do sistema nervoso periférico que controla a
musculatura lisa e as glândulas e, portanto, influencia a função dos órgãos internos. Trata-se de um
sistema de controle que atua inconscientemente e regula funções corporais em geral, como a frequência
cardíaca, a digestão, a frequência respiratória, a resposta pupilar, a micção e a excitação sexual. No
sistema nervoso central é o hipotálamo que coordena o SNA.
Em geral, o SNA simpático e o SNA parassimpático devem ser vistos como moduladores das funções
vitais, geralmente de forma antagônica, para conseguir a homeostase. Algumas ações típicas dos
sistemas simpático e parasimpático estão ilustradas e são listadas a seguir.
• Sistema nervoso simpático: promove uma resposta de luta ou fuga e está relacionado à excitação,
à geração de energia e à inibição da digestão. A seguir estão algumas das funções desempenhadas
pelo sistema nervoso simpático.
— Dilata os bronquíolos do pulmão através da adrenalina circulante, o que permite maior troca
de oxigênio alveolar.
— Dilata as pupilas e relaxa o músculo ciliar nos olhos, permitindo que mais luz entre no olho e
melhorando a visão distante.
— Inibe o peristaltismo.
— Estimula o orgasmo.
— Dilatação dos vasos sanguíneos que levam ao TGI, aumentando o fluxo sanguíneo (isso é
importante após o consumo de alimentos, devido à maior exigência metabólica).
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FARMACOLOGIA
Parassimpático Simpático
Dilata a pupila
Contrai a pupila
Contrai os
brônquios Acelera os
batimentos cardíacos
Estimula a produção
de adrenalina e
noradrenalina
Contrai a bexiga Relaxa a bexiga
Os fármacos que afetam o sistema nervoso autônomo parassimpático são chamados de colinérgicos
ou anticolinérgicos, pois agem em receptores de acetilcolina. A acetilcolina é um neurotransmissor que
é liberado quando ocorre a estimulação dos neurônios parassimpáticos e também é usada na junção
neuromuscular - em outras palavras, é a substância química que os neurônios motores do sistema
nervoso liberam para ativar os músculos. Essa propriedade significa que os fármacos que agem sobre os
sistemas colinérgicos podem ter efeitos muito perigosos, desde paralisia até convulsões. No cérebro, a
acetilcolina funciona como neurotransmissor e como neuromodulador: o cérebro contém várias áreas
colinérgicas, cada uma com funções distintas e desempenhando um papel importante na excitação,
atenção, memória e motivação.
Em parte em razão de sua função de ativação muscular e em parte em razão de suas funções no sistema
nervoso autônomo e no cérebro, um grande número de fármacos importantes exerce os seus efeitos alterando
a transmissão colinérgica. Inúmeros venenos e toxinas produzidos por plantas, animais e bactérias, bem como
agentes químicos nervosos como o sarin, causam dano ao inativar ou hiperativar os músculos através de
suas influências na junção neuromuscular. Drogas que agem sobre receptores de acetilcolina muscarínicos,
como atropina, podem ser venenosas em grandes quantidades, mas, em doses menores, podem ser usadas
para tratar certas condições cardíacas e problemas oculares. A escopolamina, que atua principalmente nos
receptores muscarínicos no cérebro, pode causar delírio e amnésia. As qualidades viciantes da nicotina derivam
de seus efeitos sobre os receptores nicotínicos de acetilcolina no cérebro.
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Unidade II
Nos órgãos-alvo, ou seja, no local em que a acetilcolina terá efeito, é necessário que haja receptores
específicos para esse neurotransmissor. Duas famílias de receptores colinérgicos foram descobertas e
designadas como receptores muscarínicos e receptores nicotínicos.
Esses receptores são canais iônicos capazes de se ligar à acetilcolina e à nicotina. A ligação de
duas moléculas de acetilcolina promove sua abertura, permitindo a entrada de Na+ e resultando na
despolarização da célula efetora. Os receptores nicotínicos estão localizados no sistema nervoso central,
na glândula suprarrenal, nos gânglios do sistema nervoso autônomo e na junção neuromuscular. Os
receptores nícotínicos encontrados na junção neuromuscular são designados como Nm, e os outros
nicotínicos, de Nn. Os receptores nicotínicos ganglionares são diferentes dos receptores nicotínicos
da junção neuromuscular: os receptores nicotínicos ganglionares, por exemplo, apresentam cinco
subunidades proteicas, enquanto os receptores nicotínicos da junção neuromuscular apresentam quatro
dessas subunidades.
Os fármacos colinérgicos são divididos em três classes terapêuticas: os agonistas de ação direta, os
agonistas de ação indireta reversíveis e os agonistas de ação indireta irreversíveis.
Esses fármacos são também conhecidos como parassimpatomiméticos, pois seus efeitos mimetizam
(se assemelham) os causados pela acetilcolina, sendo, porém, mais prolongados. A seguir estão listados
os principais fármacos dessa classe.
ficam sem oposição. Esses fármacos podem ser seletivos para os receptores nicotínicos ou seletivos
para os receptores muscarínicos.
Fármacos antimuscarínicos
Observação
Os fármacos que atuam na junção neuromuscular geralmente são bloqueadores dessa transmissão
colinérgica. São análogos à acetilcolina e atuam como antagonistas nicotínicos (não despolarizantes) ou
agonistas nicotínicos (despolarizantes) na placa motora da junção neuromuscular. Esses fármacos são
bastante utilizados para se obter uma paralisia muscular durante um procedimento cirúrgico ou para
facilitar a intubação na traqueia.
A tubocurarina foi o primeiro fármaco capaz de bloquear a junção neuromuscular e foi isolada
do curare (componente do veneno da pele de sapos da região amazônica). A seguir estão listados os
principais fármacos desta classe.
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FARMACOLOGIA
Os fármacos adrenérgicos e antiadrenérgicos atuam em receptores que são estimulados pela noradrenalina
(norepinefrina) ou pela adrenalina (epinefrina). Os neurônios adrenérgicos liberam noradrenalina como
neurotransmissor primário. Esses neurônios são encontrados no sistema nervoso central e no sistema nervoso
simpático, onde servem de ligação entre os gânglios e os órgãos efetores.
Os receptores adrenérgicos (ou adrenoceptores) são uma classe de receptores acoplados a proteínas
G que são alvos das catecolaminas, especialmente a norepinefrina (noradrenalina) e a epinefrina
(adrenalina). Muitas células possuem esses receptores, e a ligação de uma catecolamina ao receptor
irá geralmente estimular o sistema nervoso simpático. Como vimos anteriormente, o sistema nervoso
simpático é responsável pela resposta de luta ou fuga, que inclui dilatação das pupilas, aumento da
frequência cardíaca, mobilização de energia e desvio do fluxo sanguíneo de órgãos não essenciais para
o músculo esquelético.
São divididos em dois grupos principais de receptores: α (alfa) e β (beta), com vários subtipos. Os
receptores alfa têm os subtipos alfa-1 (um receptor acoplado Gq) e alfa-2 (um receptor acoplado Gi).
Os receptores beta têm os subtipos beta-1, beta-2 e beta-3. Todos três estão ligados a proteínas G,
que, por sua vez, estão ligadas à adenilato ciclase. A ligação agonista origina, assim, um aumento na
concentração intracelular do segundo cAMP de mensageiro. Os efetores a jusante de AMPc incluem
a proteína quinase dependente de AMPc (PKA), que medeia alguns dos eventos intracelulares após a
ligação hormonal.
Receptor alfa-1-adrenérgico
pelos), útero (quando grávida), esfíncter uretral, bronquíolos (embora menores em relação ao efeito
relaxante do receptor beta-2 nos bronquíolos), vasos sanguíneos do corpo ciliar (a estimulação causa
midríase). Os efeitos sobre o metabolismo incluem glicogenólise e gliconeogênese do tecido adiposo e
do fígado, bem como secreção de glândulas sudoríparas e reabsorção de Na+ nos rins.
Receptor alfa-2-adrenérgico
Receptor beta-1-adrenérgico
As ações específicas do receptor beta-1 incluem: ampliar o débito cardíaco aumentando a frequência
cardíaca (efeito cronotrópico positivo), a velocidade de condução (efeito cromotrópico positivo) e o
volume sistólico (aumentando o efeito inotrópico positivo da contratilidade), ampliar a secreção de
renina de células justaglomerulares do rim e aumentar a secreção de grelina do estômago.
Receptor beta-2-adrenérgico
Os fármacos agonistas adrenérgicos são divididos em três categorias: agonistas de ação direta,
agonistas de ação indireta e agonistas de ação mista.
Esses fármacos se ligam aos receptores adrenérgicos sem interagir com o neurônio pré-sináptico. A
seguir estão listados os principais fármacos desta classe.
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FARMACOLOGIA
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Unidade II
Bloqueadores alfa-adrenérgicos
Os fármacos que bloqueiam os receptores alfa interferem drasticamente na pressão arterial, uma vez
que o controle do tônus vascular é feito pelo sistema simpático em receptores alfa. Porém, esse bloqueio
leva à redução do tônus, o que resulta em menor resistência vascular periférica com taquicardia reflexa.
Tais efeitos são sentidos principalmente com usuários em pé, sendo menos frequentes quando o paciente
se encontra sentado ou deitado. A seguir estão listados os principais fármacos desta classe.
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FARMACOLOGIA
Bloqueadores beta-adrenérgicos
• Propranolol: 1 – Mecanismo de ação: betabloqueador não seletivo (beta-1 e beta-2) que promove
diminuição do débito cardíaco, vasocontrição periférica, broncoconstrição, aumento na retenção
de Na+ e distúrbios no metabolismo da glicose; 2 – Indicação: é indicado principalmente para
hipertensão arterial sistêmica (redução do débito cardíaco), enxaqueca, hipertireoidismo
(principalmente, no hipertireoidismo agudo, na prevenção dos efeitos da tempestade tireóidea),
angina pectoris (diminui a necessidade de oxigênio no coração) e infarto do miocárdio; 3 – Efeitos
adversos: broncoconstrição (contraindicado para asmáticos), arritmias, comprometimento sexual,
distúrbios metabólicos, depressão, tonturas, letargia, fadiga e fraqueza.
• Timolol: 1 – Mecanismo de ação: betabloqueador não seletivo (beta-1 e beta-2) mais potente que
o propranolol; 2 – Indicação: tratamento de glaucoma (diminui a pressão intraocular e a produção
de humor aquoso nos olhos); 3 – Efeitos adversos: como a administração é tópica, os efeitos
adversos são reduzidos.
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Unidade II
Observação
Em 1964, James Black sintetizou o primeiro betabloqueador
(propranolol). Com isso, ele revolucionou o tratamento da angina, e sua
descoberta até hoje é considerada uma das contribuições mais importantes
para a Medicina Clínica e a Farmacologia do século XX.
Saiba mais
O livro Manual de Farmacoterapia, de Wells, é uma sugestão de
referência para seus estudos:
WELLS, B. G. et al. Manual de Farmacoterapia. 9. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2016.
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FARMACOLOGIA
As doenças cardiovasculares são uma classe de doenças que envolvem o coração ou vasos
sanguíneos. Entre essas patologias se incluem doenças da artéria coronária, como angina e infarto do
miocárdio (comumente conhecido como ataque cardíaco). Outras doenças cardiovasculares incluem
acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca, doença cardíaca hipertensiva, cardiopatia reumática,
cardiomiopatia, arritmia cardíaca, cardiopatia congênita, doença cardíaca valvar, cardite, aneurismas da
aorta, doença arterial periférica, doença tromboembólica e trombose venosa.
A hipertensão arterial, também conhecida como pressão arterial elevada, é uma condição médica
de longo prazo em que a pressão nas artérias é persistentemente elevada. A pressão arterial elevada
geralmente não causa sintomas, mas, a longo prazo, torna-se um importante fator de risco para: doença
arterial coronariana, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca, doença vascular periférica, perda
de visão e doença renal crônica.
A hipertensão pode ser classificada como primária (essencial) ou secundária. Cerca de 90%-95%
dos casos são primários, definidos como hipertensão devido ao estilo de vida e a fatores genéticos. Os
hábitos de vida que aumentam o risco incluem consumo desmedido de sal, excesso de peso corporal,
tabagismo e álcool. Já a hipertensão secundária é definida como pressão arterial elevada diretamente
relacionada a uma causa identificável, como doença renal crônica, estreitamento das artérias renais,
doença endócrina ou uso de pílulas anticoncepcionais.
A pressão arterial é expressa por duas medidas, as pressões sistólica e diastólica (que são as pressões
máxima e mínima, respectivamente). A pressão arterial normal em repouso está dentro da faixa de
100‑140 milímetros de mercúrio (mmHg) sistólica e 60-90 mmHg diastólica. A hipertensão será
diagnosticada se a pressão arterial em repouso for persistentemente igual ou superior a 140/90 mmHg
em adultos em repouso, e o monitoramento ambulatorial da pressão arterial durante um período de 24
horas é mais preciso para o diagnóstico definitivo.
Alterações de estilo de vida e medicamentos podem diminuir a pressão arterial e diminuir o risco de
complicações de saúde. Mudanças no estilo de vida incluem perda de peso, diminuição da ingestão de
sal, exercício físico e uma dieta saudável. Se as mudanças de estilo de vida não forem suficientes, então
os medicamentos serão recomendados. Muitas vezes, apenas um fármaco é insuficiente para controlar
a hipertensão, tornando-se, portanto, necessária a introdução concomitante de vários fármacos.
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Unidade II
A regulação endógena da pressão arterial ainda não é completamente compreendida, mas alguns
mecanismos foram bem-caracterizados. Observe-os a seguir.
• Reflexo barorreceptor: os barorreceptores nas zonas receptoras de alta pressão detectam alterações
na pressão arterial, enviando sinais, em última análise, para a medula do tronco cerebral, mais
especificamente para a medula rosilar ventrolateral (RVLM). A medula, por meio do sistema nervoso
autônomo, ajusta a pressão arterial média, alterando a força e a velocidade das contrações do
coração, bem como a resistência vascular sistêmica. Os barorreceptores arteriais mais importantes
estão localizados nos seios carotídeos esquerdo e direito e no arco aórtico.
• Sistema renina-angiotensina (RAS): esse sistema é geralmente conhecido por seu ajuste de longo
prazo da pressão arterial, permitindo que o rim a adapte à volemia, ativando um vasoconstritor
endógeno conhecido como angiotensina II.
• Barorreceptores em zonas receptoras de baixa pressão (principalmente nas veias cava e nas veias
pulmonares e nos átrios): resultam em uma regulação por feedback e promovem a secreção
de hormônio antidiurético (ADH/vasopressina), renina e aldosterona. O aumento resultante no
volume sanguíneo ocasiona um aumento do débito cardíaco pela Lei Frank-Starling, aumentando
a pressão arterial.
Esses diferentes mecanismos não são necessariamente independentes uns dos outros, como indicado
pela ligação entre o RAS e a liberação de aldosterona. Quando a pressão arterial cai, muitos mecanismos
fisiológicos são ativados a fim de restituir um nível mais adequado. A queda da pressão arterial é
detectada por uma diminuição no fluxo sanguíneo e, portanto, uma diminuição da taxa de filtração
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FARMACOLOGIA
glomerular (TFG). Essa diminuição é sentida como uma redução dos níveis de Na+ pela mácula densa,
que, por sua vez, causa um aumento na reabsorção de Na+; isso faz a água ser reabsorvida por osmose e
leva a um aumento final no volume plasmático. Além disso, a mácula densa libera adenosina, composto
que promove a constrição das arteríolas aferentes. Ao mesmo tempo, as células justaglomerulares
sentem a diminuição da pressão arterial e liberam renina, que converte angiotensinogênio (forma
inativa) em angiotensina I (forma ativa). A angiotensina I flui na corrente sanguínea até atingir os
capilares dos pulmões, onde a enzima de conversão da angiotensina (ECA) age sobre ela para convertê-
la em angiotensina II. Esta é um vasoconstritor que irá aumentar o fluxo sanguíneo para o coração e,
subsequentemente, a pré-carga, ampliando o débito cardíaco. Angiotensina II também provoca um
aumento na liberação de aldosterona das glândulas suprarrenais, a qual estimula ainda mais a reabsorção
de Na+ e H2O no túbulo contorcido distal do néfron.
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Unidade II
• Betabloqueadores: essa classe já foi estudada na unidade anterior e inclui os fármacos propranolol,
atenolol, metoprolol e nebivolol. 1 – Mecanismo de ação: são antagonistas de receptores
beta‑adrenérgicos podendo ser seletivos para o receptor beta-1 ou não seletivos (beta‑1 e beta‑2);
2 – Indicação: os betabloqueadores são mais eficazes na população branca que na negra, sendo
também mais eficazes em pacientes jovens que em idosos. São úteis no tratamento de condições
que possam coexistir com a hipertensão, como taquicardia supraventricular, infarto do miocárdio,
angina pectoris e insuficiência cardíaca crônica; 3 – Efeitos adversos: os efeitos adversos causados
já foram discutidos.
• Inibidores da ECA: essa classe inclui os fármacos captopril, enalapril, lisinopril, ramipril.
1 – Mecanismo de ação: inibição da enzima conversora da angiotensina, o que promove a
diminuição do vasoconstritor angiotensina II; 2 – Indicação: tratamento da hipertensão; mais
eficazes quando associados aos diuréticos, diminuem a nefropatia diabética, pós‑infartos
do miocárdio e insuficiência cardíaca; 3 – Efeitos adversos: tosse seca, exantema, febre,
alteração no paladar, hipotensão, hiperpotassemia (melhora com a associação com
diuréticos tiazídicos).
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FARMACOLOGIA
Lembrete
A insuficiência cardíaca, frequentemente referida como insuficiência cardíaca congestiva (ICC), ocorre
quando o coração é incapaz de bombear de forma adequada a manter o fluxo sanguíneo apropriado para
atender às necessidades do corpo. Dentre os sinais e sintomas, são comuns falta de ar, cansaço excessivo
e inchaço das pernas (a falta de ar geralmente se faz mais intensa com o exercício físico). As causas mais
comuns de insuficiência cardíaca incluem a doença arterial coronariana, incluindo infarto do miocárdio
anterior (ataque cardíaco), pressão arterial elevada, fibrilação atrial, doença cardíaca valvar, excesso de
álcool, infecção e cardiomiopatia de causa desconhecida. Essas causas levam à insuficiência cardíaca,
alterando a estrutura ou o funcionamento do coração.
Existem dois tipos principais de insuficiência cardíaca: um causado pela disfunção ventricular
esquerda e outro relacionado à fração de ejeção normal (dependendo da capacidade afetada: a do
ventrículo esquerdo de se contrair ou a do coração de relaxar). A gravidade da doença é geralmente
classificada pelo grau de problemas com o exercício físico. Insuficiência cardíaca não é o mesmo
que infarto do miocárdio (em que parte do músculo cardíaco morre) ou parada cardíaca (em que o
fluxo sanguíneo para completamente). Outras doenças que podem ter sintomas semelhantes aos da
insuficiência cardíaca incluem obesidade, insuficiência renal, problemas hepáticos, anemia e doença
da tireoide. A insuficiência cardíaca é uma condição comum, dispendiosa e potencialmente fatal. Nos
países desenvolvidos, cerca de 2% dos adultos têm insuficiência cardíaca, e entre aqueles com mais de
65 anos, essa taxa sobe para o intervalo 6%-10%.
• O lado do coração envolvido (insuficiência cardíaca esquerda versus insuficiência cardíaca direita).
A insuficiência cardíaca direita compromete o fluxo pulmonar para os pulmões. A insuficiência
cardíaca esquerda compromete o fluxo aórtico para o corpo e o cérebro. As duas categorias podem
apresentar-se concomitantemente e são comuns. Insuficiência cardíaca esquerda muitas vezes
leva à insuficiência cardíaca direita a longo prazo.
• Se a anormalidade se relaciona ao baixo débito cardíaco com alta resistência vascular sistêmica
ou ao alto débito cardíaco com baixa resistência vascular (insuficiência cardíaca de baixo débito
versus insuficiência cardíaca de alto débito).
A classificação funcional geralmente depende da catalogação feita pela New York Heart Association.
As classes (I-IV) são:
• classe II: ligeira limitação de atividade, o paciente está confortável em repouso ou com
esforço leve;
• classe III: a limitação está presente em qualquer atividade, o paciente se sente confortável apenas
em repouso;
• classe IV: durante qualquer atividade física, o desconforto aparece, e os sintomas se manifestam
também em repouso.
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FARMACOLOGIA
A IC é tratada normalmente com redução da atividade física, dieta com baixa ingestão de sódio,
tratamento das condições mórbidas coexistentes e uso criterioso de diuréticos, inibidores de ECA e
fármacos inotrópicos. A seguir estão listados os principais fármacos dessa classe.
• Diuréticos: furosemida. 1 – Mecanismo de ação: atuam na alça de Henle dos néfrons impedindo
a reabsorção de sódio (a descrição do mecanismo será estudada mais adiante); 2 – Indicação:
evitar congestão pulmonar e edema periférico associado a IC; 3 – Efeitos adversos: hipovolemia
profunda, hipopotassemia, entre outros.
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Unidade II
Correção volêmica?
6.3 Antianginosos
A angina pectoris, comumente conhecida como angina, é a sensação de dor no peito, pressão
ou aperto, muitas vezes relacionada ao fluxo sanguíneo insuficiente para o músculo cardíaco como
resultado da obstrução (ou espasmo) das artérias coronárias. Embora a angina de peito possa ocorrer
em razão de anemia, ritmos cardíacos anormais e insuficiência cardíaca, sua principal causa é a doença
arterial coronariana, um processo aterosclerótico que afeta as artérias que alimentam o coração. O
termo deriva do latim angere (“estrangular”) e pectus (“peito”) e pode, portanto, ser traduzido como
“uma sensação de estrangulamento no peito”.
Existe uma relação sutil entre a gravidade da dor e o grau de privação de oxigênio no músculo
cardíaco (pode haver dor grave com pouco ou nenhum risco de infarto do miocárdio e um ataque
cardíaco sem dor). Em alguns casos, a angina pode ser bastante grave e, no início do século XX, ela
era conhecida por ser um sinal de morte iminente. No entanto, dadas as atuais terapias médicas, as
perspectivas melhoraram substancialmente: as pessoas com idade média de 62 anos, com grau moderado
a grave de angina (classificando-se pelas classes II, III e IV), têm uma taxa de sobrevida de 5 anos de
aproximadamente 92%.
O agravamento dos ataques de angina, a angina de repouso e a angina com duração superior
a 15 minutos são sintomas de angina instável (geralmente agrupados com condições semelhantes
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FARMACOLOGIA
à síndrome coronária aguda). Como podem preceder um ataque cardíaco, exigem atenção médica
urgente e são, em geral, tratados de forma semelhante ao infarto do miocárdio.
• Angina estável: também conhecida como angina de esforço, refere-se ao tipo clássico de angina,
relacionada com a isquemia miocárdica. Uma apresentação típica é a de desconforto no peito
e sintomas associados precipitados por alguma atividade física (corrida, andando, etc.), com
sintomas mínimos ou inexistentes em repouso ou após administração de nitroglicerina sublingual.
Os sintomas geralmente diminuem alguns minutos após o fim do exercício e retornam quando a
atividade é retomada.
• Angina instável: definida como angina pectoris que evoluiu de estável para instável (piora).
Possui pelo menos uma destas três características: ocorre em repouso (ou com esforço mínimo),
geralmente durando mais de 10 minutos; é grave e se repete (isto é, dentro de 4 a 6 semanas);
ocorre com um padrão crescente de intensidade (isto é, distintamente mais grave, prolongada ou
frequente do que antes).
A angina instável pode ocorrer imprevisivelmente em repouso, o que pode ser um indicador
grave de um ataque cardíaco iminente. O que diferencia a angina estável da angina instável (à
exceção dos sintomas) é a fisiopatologia da aterosclerose. A fisiopatologia da angina instável
é a redução do fluxo coronariano devido à agregação plaquetária transitória em endotélio
aparentemente normal, espasmos das artérias coronárias ou trombose coronariana. O processo
começa com aterosclerose, progride através da inflamação para produzir uma placa instável ativa,
que sofre trombose, e resulta em isquemia miocárdica aguda, que, se não controlada, ocasiona
necrose celular (infarto). Estudos mostram que 64% das anginas instáveis ocorrem entre 22h00 e
08h00, quando os pacientes estão em repouso. Na angina estável, o ateroma em desenvolvimento
é protegido com um tampão fibroso; essa tampa pode se romper e estabelecer a angina instável,
permitindo que coágulos de sangue diminuam ainda mais a área do lúmen do vaso coronariano.
Isso explica por que, em muitos casos, a angina instável se desenvolve independentemente da
atividade física.
Os fármacos mais indicados para o tratamento da angina pectoris estão listados a seguir.
3 – Efeitos adversos: cefaleia (deve-se evitar a associação com outros vasodilatadores como a
sildenafila, pois causam severa hipotensão).
6.4 Antiarrítmicos
A maioria das arritmias pode ser efetivamente tratada, e os tratamentos podem incluir
medicamentos, procedimentos médicos e cirurgia. Medicamentos para controlar uma frequência
cardíaca rápida podem incluir betabloqueadores ou agentes que tentam restaurar um ritmo
cardíaco normal, como procainamida. No entanto, este último grupo pode ter efeitos colaterais
mais significativos, especialmente se ingerido por um longo período de tempo. Os marca‑passos
são frequentemente usados para situações de bradicardia, e aqueles com batimentos cardíacos
irregulares são muitas vezes tratados com diluentes de sangue para reduzir o risco de complicações.
Pacientes apresentando sintomas graves de arritmia podem receber tratamento urgente com
uma carga de eletricidade sob a forma de cardioversão ou desfibrilação.
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FARMACOLOGIA
A arritmia pode ser classificada pela frequência cardíaca (taquicardia, bradicardia), pelos mecanismos
cardíacos afetados (automaticidade, reentrada, desencadeada) ou duração (batimentos prematuros
isolados, dísticos, corridas, ou seja, 3 ou mais batimentos, não sustentados – menos de 30 segundos –
ou sustentados – mais de 30 segundos). Também pode ser classificada pelo local de origem, como se
observa a seguir.
• Atrial: as mais comuns são bradicardia sinusal, contrações atriais prematuras, marca-passo atrial
errante, taquicardia atrial, taquicardia atrial multifocal, taquicardia supraventricular, flutter atrial,
fibrilação atrial.
• Blocos do coração (também conhecidos como blocos atrioventriculares, porque, em sua maioria,
surgem de patologia no nodo atrioventricular): as causas mais comuns de bradicardia são
bloqueio cardíaco de primeiro grau (que se manifesta como prolongamento das ondas P e R do
eletrocardiograma), bloqueio cardíaco de segundo grau, bloqueio cardíaco de segundo grau tipo
1 (também conhecido como Mobitz I ou Wenckebach), bloqueio cardíaco de segundo grau tipo 2
(também conhecido como Mobitz II) e bloqueio cardíaco completo.
• Síndrome de morte arrítmica súbita (SADS): é uma expressão usada como parte da síndrome de
morte inesperada súbita para descrever morte súbita devido a parada cardíaca provocada por
uma arritmia na presença ou na ausência de qualquer doença cardíaca estrutural na autópsia.
A causa mais comum de morte súbita nos Estados Unidos é a doença arterial coronariana,
especificamente por causa da má oxigenação do músculo cardíaco (ou seja, isquemia miocárdica
ou ataque cardíaco). Aproximadamente de 180 mil a 250 mil pessoas morrem em decorrência
dessa síndrome a cada ano nos EUA. As causas de SADS em jovens incluem miocardite viral,
síndrome de QT longo, síndrome de Brugada, taquicardia ventricular polimórfica catecolinérgica,
cardiomiopatia hipertrófica e displasia arritmogênica ventricular direita.
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Unidade II
Os fármacos antiarrítmicos podem ser classificados de acordo com seu efeito predominante sobre o
potencial de ação. Sua classificação se dá conforme o quadro a seguir.
• Classe I: esses fármacos atuam bloqueando canais de Na+ sensíveis à voltagem, pelos
mesmos mecanismos dos anestésicos locais. A diminuição da velocidade de entrada de sódio
reduz a velocidade inicial do potencial de ação, causando diminuição na excitabilidade
e na velocidade de condução elétrica cardíaca. Entre os principais fármacos dessa classe
estão a quinidina, a procainamida, a disopiramida, a lidocaína, a tocainida, a propafenona
e a flecainida. Os principais efeitos adversos são: taquicardia, arritmias, sonolência, fala
enrolada, parestesia, agitação, confusão mental, xerostomia, retenção urinária, constipação,
cefaleia, náuseas e visão borrada.
• Classe II: esses fármacos são os betabloqueadores clássicos estudados anteriormente, sendo
os mais utilizados o propranolol, o metoprolol e o esmolol. Eles restringem a despolarização
do final do potencial de ação, reduzindo, assim, a automaticidade e prolongando a condução
atrioventricular; também diminuem a frequência cardíaca e a contratilidade. Os efeitos adversos
dessa classe foram estudados anteriormente.
• Classe III: esses fármacos bloqueiam canais de K+ e, assim, diminuem o fluxo de potássio
durante a repolarização das células cardíacas. Também prolongam a duração do potencial
de ação sem alterar a fase inicial do potencial ou o potencial de repouso da membrana;
prolongam ainda o período refratário efetivo aumentando a refratariedade. Dentre os
principais fármacos dessa classe temos a amiodarona, a dronedarona e o sotalol. Os efeitos
adversos causados são: arritmias, intolerância gastrointestinal, fraqueza muscular, coloração
azulada da pele e fotossensibilidade.
• Classe IV: esses fármacos são bloqueadores de canais de cálcio. Eles restringem a corrente de
entrada do cálcio, resultando na diminuição da velocidade de despolarização espontânea. Os
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FARMACOLOGIA
principais fármacos utilizados dessa classe são o verapamil e o diltiazem. Ambos foram estudados
no tópico destinado a agentes anti-hipertensivos.
Lembrete
Trombose é a formação de um coágulo sanguíneo dentro de um vaso, obstruindo o fluxo de sangue através
do sistema circulatório. Quando um vaso sanguíneo é rompido, o corpo usa plaquetas (trombócitos) e fibrina
para formar um coágulo sanguíneo a fim de evitar a perda de sangue. Mesmo quando um vaso sanguíneo não
é rompido, coágulos de sangue podem se formar no corpo sob certas condições (um coágulo, ou um pedaço
do coágulo, que se liberta e começa a correr dentro do vaso sanguíneo é conhecido como um êmbolo).
A trombose pode ocorrer em veias (trombose venosa) ou em artérias. A trombose venosa leva
ao congestionamento da parte afetada do corpo, enquanto a trombose arterial (e raramente a
trombose venosa grave) afeta o suprimento sanguíneo e provoca danos ao tecido abastecido por
essa artéria (isquemia e necrose). Um pedaço de um trombo arterial ou venoso pode se soltar como
um êmbolo, viajando através da circulação e se alojando em algum outro lugar, causando uma
embolia; esse tipo de embolismo é conhecido como tromboembolismo. Complicações podem surgir
quando um tromboembolismo venoso (comumente chamado de TEV) se aloja no pulmão causando
uma embolia pulmonar.
Fala-se em hipovolemia quando há uma diminuição maciça no volume de sangue, e a morte por
perda excessiva de sangue é chamada de exsanguinação. Normalmente, uma pessoa saudável pode
suportar uma perda de 10%-15% do volume total de sangue sem dificuldades médicas graves (por
comparação, a doação de sangue normalmente leva 8%-10% do volume de sangue do doador). A
interrupção dessa perda ou controle de sangramento é chamada de hemostasia e é um procedimento
de extrema importância para primeiros socorros e cirurgia.
A anemia é geralmente definida como uma diminuição da quantidade total de glóbulos vermelhos
ou hemoglobina no sangue; também pode ser definida como uma capacidade reduzida do sangue
para transportar oxigênio. Quando a anemia surge lentamente, os sintomas são frequentemente vagos
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Unidade II
Os três principais tipos de anemia se devem à perda de sangue, à diminuição da produção de glóbulos
vermelhos ou ao aumento da decomposição de glóbulos vermelhos. As causas de perda de sangue
incluem trauma e sangramento gastrointestinal, entre outros. Já as causas de diminuição da produção
englobam deficiência de ferro, falta de vitamina B12, talassemia e neoplasias da medula óssea. As causas
de maior incidência incluem uma série de condições genéticas, como anemia falciforme, infecções como
a malária e certas doenças autoimunes. A anemia pode, ainda, ser classificada com base no tamanho
dos glóbulos vermelhos e na quantidade de hemoglobina em cada célula: se as células são pequenas,
tem-se anemia microcítica; se são grandes, trata-se de anemia macrocítica; por fim, se são de tamanho
normal, é a anemia normocítica.
A coagulação é o processo pelo qual o sangue muda de sua forma líquida para uma forma de gel.
O mecanismo de coagulação envolve a ativação, a adesão e a agregação de plaquetas com deposição
e maturação de fibrina. Os distúrbios da coagulação são estados patológicos que podem resultar
em sangramento (hemorragia ou contusões) ou obstrução (trombose). A coagulação começa quase
instantaneamente depois que uma lesão no vaso sanguíneo danifica o endotélio que reveste este vaso.
O vazamento de sangue através do endotélio dá origem a dois processos: alterações nas plaquetas e
exposição do fator de tecido subendotelial ao fator de plasma VII, o que leva, em última instância, à
formação de fibrina. As plaquetas formam imediatamente um tampão no local da lesão; isso é chamado
de hemostasia primária. Mas a hemostasia secundária ocorre simultaneamente: fatores de coagulação
além do fator VII são ativados numa cascata proteica complexa para formar estruturas de fibrina, que
reforçam o tampão plaquetário.
A fibrinólise é um processo que impede coágulos de terem um crescimento exagerado. Esse processo
ocorre de duas formas: fibrinólise primária e fibrinólise secundária. O tipo primário é um processo normal
do corpo, enquanto a fibrinólise secundária é a quebra de coágulos causada por um medicamento,
um distúrbio médico ou outra causa semelhante. Na fibrinólise, um coágulo de fibrina, o produto da
coagulação, é quebrado. Sua enzima principal, plasmina, corta a malha de fibrina em vários locais,
levando à produção de fragmentos circulantes que são eliminados por outras proteases ou pelo rim e
pelo fígado.
Observação
As doenças tromboembólicas agudas podem ser tratadas com a administração de fármacos que
ativam a conversão do plasminogênio em plasmina. O tratamento trombolítico é malsucedido em cerca
de 20% dos casos de artérias infartadas e em cerca de 15% das ocorrências em que artérias são
desobstruídas e voltam a se fechar. Nos casos de infartos do miocárdio, os fármacos trombolíticos
são utilizados para as situações nas quais a angioplastia não é uma opção ou até que o paciente
possa ser levado ao local que tenha condições de realizar intervenções coronarianas percutâneas.
A seguir estão listados os principais fármacos dessa classe.
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Unidade II
• Alteplase: 1 – Mecanismo de ação: atua ativando o plasminogênio que está ligado à fibrina em
um trombo ou em um tampão hemostático (assim é considerada fibrina seletiva); 2 – Indicação:
está aprovada para tratamento de infarto agudo do miocárdio, embolismo pulmonar massivo e
choque isquêmico agudo; tem capacidade efetiva maior de dissolver os coágulos que os demais
trombolíticos; 3 – Efeitos adversos: hemorragias gastrointestinais e cerebrais.
• Clopidogrel: 1 – Mecanismo de ação: inibe de forma irreversível a ligação do ADP aos seus
receptores nas plaquetas (coíbe a ativação dos receptores responsáveis pela ligação das plaquetas
ao fibrinogênio e umas às outras); 2 – Indicação: prevenção de eventos ateroscleróticos que
se seguem ao infarto agudo do miocárdio, derrame e doença arterial periférica; também pode
ser usado para prevenir eventos trombóticos na síndrome coronariana aguda, associados com a
intervenção coronária percutânea com ou sem stent; 3 – Efeitos adversos: hemorragias e derrames.
Como vimos anteriormente, a anemia é definida como uma diminuição da quantidade total de
glóbulos vermelhos (hemácias) ou hemoglobina no sangue. As causas de diminuição da produção incluem
deficiência de ferro, falta de vitamina B12, talassemia e neoplasias da medula óssea. As hemácias são
produzidas na medula óssea e, depois de diferenciadas, atigem a circulação sanguínea, permanecendo
de 90 a 120 dias no sangue. Após esse período, são removidas e degradadas, principalmente pelo baço.
A seguir estão listados os principais fármacos dessa classe.
• Ferro: 1 – Mecanismo de ação: o ferro é armazenado nas células intestinais como ferritina
e, quando necessário, é incorporado às hemoglobinas; 2 – Indicação: anemia microcítica
hipocrômica (hemácias pequenas e com pouco ferro) ou ferropriva; 3 – Efeitos adversos:
distúrbios gastrointestinais.
• Ácido fólico: 1 – Mecanismo de ação: é utilizado na produção de ácidos nucleicos pela medula
óssea; 2 – Indicação: anemia megaloblástica (grande tamanho) que é causada pela diminuição na
síntese de purinas e pirimidinas, levando a uma incapacidade de o tecido hematopoiético produzir
DNA e proliferar-se; 3 – Efeitos adversos: hipersensibilidade.
• Hidroxiureia: 1 – Mecanismo de ação: diminuição da dor causada por alguns tipos de anemias;
2 – Indicação: anemia falciforme, policitemia vera e leucemia mielógica crônica; 3 – Efeitos
adversos: supressão da medula óssea e vasculite cutânea.
6.6 Antilipêmicos
As dislipidemias são classificadas segundo os padrões de anormalidade nos níveis das lipoproteínas.
Um método alternativo para classificar as dislipidemias as categoriza em hiperlipidemia primária
ou secundária, definidas de acordo com o padrão lipídico sérico característico (colesterol elevado,
triglicérides ou ambos). Tal categorização tem vantagens sobre a classificação de Fredrickson (que
se baseia principalmente no fenótipo observado) porque, em algumas hiperlipidemias hereditárias, o
mesmo genótipo pode ser expresso por meio de mais de um fenótipo, e, em algumas hiperlipidemias
secundárias, os fenótipos podem variar. A seguir estão listados os tipos de dislipidemias e sua relação
com os níveis de lipoproteínas e o risco cardiovascular.
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FARMACOLOGIA
Lipoproteína Frequência
Fenótipo Colesterol Triglicérides
alterada relativa
I Quilomícron + ++++ 1%
IIa LDL ++ ++ 10%
IIb LDL ++ +++ 40%
III IDL ++ ++ 1%
IV VLDL + ++ 45%
V Quilomícron ++ ++++ 5%
Os fármacos antilipêmicos combatem os altos níveis de lipídios séricos por meio de estratégias
complementares. Alguns reduzem a produção das lipoproteínas transportadoras de colesterol e
triglicérides, outros aumentam a degradação da lipoproteína, outros, ainda, reduzem a absorção do
colesterol ou aumentam a sua remoção do organismo. Contudo, para uma melhor eficiência dos
fármacos, sua utilização deve ser associada a uma dieta de baixa ingestão de gorduras saturadas e
gorduras trans. A seguir estão listados os principais fármacos dessa classe.
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Unidade II
adversos: efeitos gastrointestinais, litíase e miosite (não podem ser utilizados durante a gravidez
e a lactação).
• Colestiramina e colestipol: 1 – Mecanismo de ação: são resinas que se ligam aos ácidos biliares.
O complexo resina-ácido biliar é excretado nas fezes, evitando, dessa forma, que os ácidos
biliares (derivados do colesterol) retornem ao fígado através da circulação êntero-hepática; a
redução na absorção estimula o fígado a utilizar mais colesterol para produzir ácidos biliares,
diminuindo a concentração plasmática do LDL; 2 – Indicação: no tratamento das hiperlipidemias
tipo IIA e tipo IIB; 3 – Efeitos adversos: distúrbios gastrointestinais e deficiências na absorção
de vitaminas lipossolúveis.
Saiba mais
6.7 Diuréticos
Na Medicina, os diuréticos são usados para tratar insuficiência cardíaca, cirrose hepática, hipertensão,
gripe, intoxicação por água e certas doenças renais. Alguns diuréticos, como acetazolamida, ajudam a
tornar a urina mais alcalina e são úteis por estimular a excreção de substâncias, como a aspirina, em
casos de overdose ou envenenamento. Diuréticos são frequentemente usados como drogas de abuso
por pessoas com transtornos alimentares, especialmente bulímicos, como uma tentativa de perder ou
evitar o ganho.
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FARMACOLOGIA
Resumo
Exercícios
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FARMACOLOGIA
utilização de diuréticos poupadores de potássio. Deste modo, assinale a alternativa que contém
um diurético poupador de potássio:
A) Indapamida.
B) Hidroclorotiazida.
C) Clortalidona.
D) Espironolactona.
E) Furosemida.
A) Alternativa incorreta.
B) Alternativa incorreta.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: a clortalidona atua contra hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, edemas, ascite e
no tratamento profilático de cálculo.
D) Alternativa correta.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: furosemida é usada para hipertensão arterial de leve a moderada, edema devido a
distúrbios cardíacos, hepáticos e renais ou, ainda, edema devido a queimaduras.
Questão 2. (EBSERH, 2013) A respeito do sistema nervoso autônomo e dos fármacos que agem nele,
assinale a alternativa incorreta:
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