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UNIDADE II

Farmacologia

Prof. Juliano Guerreiro


Fármacos que atuam no SN Autônomo

O sistema nervoso autônomo (SNA) é uma divisão do sistema nervoso periférico que controla a
musculatura lisa e glândulas e, portanto, influencia a função dos órgãos internos. O sistema
nervoso autônomo é um sistema de controle que atua inconscientemente e regula funções
corporais como a frequência cardíaca, a digestão, a frequência respiratória, a resposta pupilar,
a micção e a excitação sexual. No sistema nervoso central é o hipotálamo que coordena o
SNA. O SNA é dividido em dois subsistemas:

 O sistema nervoso simpático.

 O sistema nervoso parassimpático.


Parassimpático Simpático
Contrai a pupila Dilata a pupila

Estimula a salivação Inibe a salivação


Gânglios
Reduz os simpáticos
batimentos Relaxa os
cardíacos brônquios
Contrai os Acelera os
brônquios batimentos cardíacos

Fonte: Adaptado de: LOPES, Sônia. Bio Estimula a atividade Inibe a atividade
2. São Paulo: Saraiva, 2002. do estômago
do estômago
e do pâncreas
e do pâncreas
Estimula a
Estimula a liberação de glicose
vesícula biliar pelo fígado
Estimula a produção
de adrenalina
e noradrenalina
Contrai a bexiga Relaxa a bexiga

Promove a ereção Promove a ejaculação


Fármacos que atuam no SN Autônomo

Sistema nervoso parassimpático:


 Acetilcolina.

Receptores colinérgicos:
 Nicotínicos.
Muscarínicos:
 M1 – células parietais.
 M2 – células cardíacas e músculo liso.
 M3 – bexiga, músculo liso e glândulas exócrinas.
Fármacos que atuam no SN Autônomo

Fármacos colinérgicos:

Ação direta (agonista):

 Betanecol – agonista muscarínico. Indicação: relaxamento dos esfíncteres da bexiga,


aumentando a pressão de micção e causando a expulsão da urina. É indicado nos casos de
retenção urinária não obstrutiva no pós-parto ou pós-operatório. Efeitos adversos:
estimulação colinérgica generalizada (diaforese, salivação, rubor, diminuição da pressão
arterial, náuseas, dor abdominal, diarreia e broncoespasmos).
Fármacos que atuam no SN Autônomo

Fármacos colinérgicos:

Ação direta (agonista):

 Pilocarpina – agonista muscarínico. Indicação: a pilocarpina quando administrada nos olhos


promove rápida miose e contração do músculo ciliar e, portanto, indicada para tratamento de
glaucomas. Efeitos adversos: por ter efeito central pode causar distúrbios cerebrais.
Fármacos que atuam no SN Autônomo

Fármacos colinérgicos:

Ação indireta (inibidor de acetilcolinesterase):

 Neostigmina: indicado para miastenia grave, estimulante da bexiga e do TGI. Efeitos


adversos: estimulação colinérgica generalizada (diaforese, salivação, rubor, diminuição da
pressão arterial, náuseas, dor abdominal, diarreia e broncoespasmos).

 Tacrina, donepezila, rivastigmina e galantamina: indicados


para tratamento da doença de Alzheimer, pois nessa patologia
há perda de neurônios colinérgicos no sistema nervoso
central. Esses fármacos serão mais estudados no capítulo de
doenças neurodegenerativas. Efeitos adversos: distúrbios do
TGI, entre outros.
Fármacos que atuam no SN Autônomo

Fármacos anticolinérgicos:

Antimuscarínicos:

 Atropina: indicado como antiespasmódico do TGI (hiosciamina), antissecretor para cirurgias


(saliva e suor) e para causar midríase (pupila dilatada) em exames oftalmológicos. Efeitos
adversos: xerostalmia, visão borrada, taquicardia e constipação.

 Escopolamina: indicada como anticinestósico (bloqueia as


doenças do movimento, como a cólica), bloqueio da memória
de curta duração. Efeitos adversos: semelhantes ao
da atropina.
Fármacos que atuam no SN Autônomo

Fármacos anticolinérgicos:

Antimuscarínicos:

 Ipratrópio e tiotrópio: indicados para o tratamento de manutenção do broncoespasmo


associados com a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), bronquites crônicas,
enfisema e asma. Efeitos adversos: esses fármacos são pouco absorvidos e causam poucas
reações adversas.

 Oxibutinina: indicação para tratamento da doença da bexiga


superativa. Esse efeito deve-se ao fato de diminuir a pressão
intravesicular e aumentar a capacidade vesical e diminuir a
frequência de contração da bexiga. Efeitos adversos:
xerostalmia, visão borrada e constipação.
Fármacos que atuam no SN Autônomo

Bloqueadores da JNM:

 Pancurônio, atracúrio, vecurônio, rocurônio, cisatracúrio: são antagonistas nicotínicos


indicados como adjuvantes de anestesia durante a cirurgia para relaxar os músculos
esqueléticos e em cirurgias ortopédicas. Efeitos adversos: em geral, apresentam boa
segurança, mas eventualmente podem aumentar a frequência cardíaca.

 Succinilcolina: são agonistas nicotínicos indicados para intubação endotraqueal rápida.


Efeitos adversos: hipertermia, apneia e hiperpotassemia.
Interatividade

O fármaco de escolha para o tratamento da salivação escassa, consequência da irradiação na


cabeça e no pescoço, é:

a) Fisostigmina.
b) Escopolamina.
c) Carbacol.
d) Acetilcolina.
e) Pilocarpina.
Resposta

O fármaco de escolha para o tratamento da salivação escassa, consequência da irradiação na


cabeça e no pescoço, é:

a) Fisostigmina.
b) Escopolamina.
c) Carbacol.
d) Acetilcolina.
e) Pilocarpina.
Fármacos que atuam no SN Autônomo

Noradrenalina/Adrenalina:

Receptores adrenérgicos:

 Alfa 1 – músculo liso de vaso, olhos, útero, ureter e ductos deferentes.


 Alfa 2 – neurônio pré-sináptico.
 Beta 1 – músculo cardíaco.
 Beta 2 – músculo liso dos pulmões, músculo liso de vaso e TGI.
Fármacos que atuam no SN Autônomo

Fármacos adrenérgicos:
Fármaco Receptor Uso terapêutico
Agonista de ação direta:
Fenilefrina Alfa 1 Descongestionante nasal

Metoxamina Alfa 1 Taquicardia

Clonidina Alfa 2 Taquicardia

Metaprotenerol Beta 1 Hipertensão

Terbutalina Beta 2 Broncoespasmos

Ritodrina Beta 2 Parto prematuro

Albuterol Beta 2 Broncoespasmos

Anfetamina Alfa e beta Hiperatividade

Efedrina Alfa e beta Descongestionante nasal


Fármacos que atuam no SN Autônomo

Fármacos adrenérgicos:

Agonista de ação indireta:


 Tiramina.
 Cocaína.

Agonista de ação mista:


 Efedrinas.
 Pseudoefedrinas.
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Fármacos antiadrenérgicos:

Bloqueadores alfa:

 Fenoxibenzamina: antagonista alfa não seletivo (bloqueio do alfa 1 e alfa 2); indicado para o
tratamento do feocromocitoma. Efeitos adversos: hipotensão postural, congestão nasal,
náuseas e êmese, taquicardia reflexa.

 Prazosina, terazosina, doxazosina, tansulosina: são


bloqueadores competitivos dos receptores alfa 1; indicados
para hipertensão arterial, hipertrofia prostática benigna. Efeitos
adversos: para tratamento de hipertensão, a primeira dose do
fármaco pode levar à hipotensão ortostática e à síncope
(desmaio), tontura, falta de energia, congestão nasal,
cefaleia, sonolência.
Fármacos que atuam no SN Autônomo

Fármacos antiadrenérgicos:

Bloqueadores beta:

 Propranolol: beta-bloqueador não seletivo (beta 1 e beta 2);


indicado para hipertensão arterial sistêmica (redução do débito
cardíaco), enxaqueca, hipertireoidismo (principalmente no
hipertireoidismo agudo na prevenção dos efeitos da
tempestade tireoidea), angina pectoris (diminui a necessidade
de oxigênio no coração) e infarto do miocárdio. Efeitos
adversos: broncoconstrição (sendo contraindicado para
asmáticos), arritmias, comprometimento sexual, distúrbios
metabólicos, depressão, tonturas, letargia, fadiga e fraqueza.
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Fármacos antiadrenérgicos:

Bloqueadores beta:

 Timolol: beta-bloqueador não seletivo (beta 1 e beta 2) mais potente que o propranolol;
indicado para o tratamento do glaucoma, pois diminui a pressão intraocular e diminui a
produção de humor aquoso nos olhos. Efeitos adversos: devido ao fato de a administração
ser de uso tópico, os efeitos adversos são reduzidos.
Fármacos que atuam no SN Autônomo

Fármacos antiadrenérgicos:

Bloqueadores beta:

 Atenolol, metoprolol, bisoprolol, betaxolol, nebivolol: são beta-bloqueadores beta 1 seletivos;


indicados para o tratamento de hipertensão arterial sistêmica. Efeitos adversos: frio nas
extremidades, entre outros.

 Labetalol e carvedilol: são beta-bloqueadores seletivos beta 1


e antagonista de receptores alfa 1 e promovem vasodilatação
periférica; indicados para o tratamento de hipertensão arterial
sistêmica quando se deseja promover concomitantemente
vasodilatação periférica. Efeitos adversos: hipotensão
ortostática e tonturas.
Interatividade

Um homem de 68 anos chega à emergência com insuficiência cardíaca aguda. Você decide
que o paciente necessita de tratamento imediato para melhorar o desempenho cardíaco. Qual
dos seguintes fármacos será o mais benéfico?

a) Albuterol.
b) Dobutamina.
c) Epinefrina.
d) Norepinefrina.
e) Fenilefedrina.
Resposta

Um homem de 68 anos chega à emergência com insuficiência cardíaca aguda. Você decide
que o paciente necessita de tratamento imediato para melhorar o desempenho cardíaco. Qual
dos seguintes fármacos será o mais benéfico?

a) Albuterol.
b) Dobutamina.
c) Epinefrina.
d) Norepinefrina.
e) Fenilefedrina.
Fármacos que atuam no sistema cardiovascular

Hipertensão: definição:
Pressão sistólica Pressão diastólica
Classificação
(mmHg) (mmHg)

Ótima <120 <80

Normal <130 <85

Limítrofe 130-139 85-89

Hipertensão estágio 1 140-159 90-99

Hipertensão estágio 2 160-179 100-109

Hipertensão estágio 3 >180 >110

Hipertensão sistólica
>140 <90
isolada
Fármacos que atuam no sistema cardiovascular

Anti-hipertensivos:

 Beta bloqueadores: essa classe já foi estudada na aula anterior e inclui os fármacos
propranolol, atenolol, metoprolol e nebivolol. São antagonistas de receptores beta
adrenérgicos, podendo ser seletivos para o receptor beta 1 ou não seletivos (beta 1 e beta
2). São mais eficazes na população branca que na negra, sendo também mais eficazes em
pacientes jovens que os idosos. Os betabloqueadores são úteis no tratamento de condições
que possam coexistir com a hipertensão, como a taquicardia supraventricular, infarto do
miocárdio, angina pectoris e insuficiência cardíaca crônica.
Fármacos que atuam no sistema cardiovascular

Anti-hipertensivos:

 Inibidores da ECA: essa classe inclui os fármacos captopril, enalapril, lisinopril, ramipril.
Atuam na inibição da enzima conversora da angiotensina, o que promove a diminuição do
vasoconstritor angiotensina II. São mais eficazes quando associados aos diuréticos,
diminuem a nefropatia diabética, pós-infartos do miocárdio, insuficiência cardíaca. Efeitos
adversos: tosse seca, exantema, febre, alteração no paladar, hipotensão, hiperpotassemia
(melhora com a associação com diuréticos tiazídicos).
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Anti-hipertensivos:

 Bloqueadores de receptor de angiotensina II: essa classe terapêutica inclui a losartana, a


valsartana, a olmeosartana, a candesartana, entre outras. Bloqueiam os receptores AT1,
diminuindo a ativação desses receptores pela angiotensina II. Seus efeitos farmacológicos
são semelhantes aos dos inibidores da ECA. Efeitos adversos: causam menos efeitos
adversos que os inibidores da ECA, por outro lado são fetotóxicos.
Fármacos que atuam no sistema cardiovascular

Anti-hipertensivos:

 Bloqueadores de canais de cálcio: essa classe de medicamentos inclui o dialtiazem, o


verapamil, o nifedipino, o anlodipino e o felodipino. A concentração de cálcio tem um papel
importante na manutenção do tônus da musculatura lisa do vaso e na contração do
miocárdio. Os antagonistas de canais de cálcio bloqueiam a entrada de cálcio, causando o
relaxamento do músculo liso vascular, dilatando as arteríolas. São indicados para pacientes
hipertensos que também tenham asma, diabetes, angina. Não requer a adição de diuréticos.
Efeitos adversos: constipação, tonturas, sensação de fadiga.
Fármacos que atuam no sistema cardiovascular

Anti-hipertensivos:

 Bloqueadores alfa adrenérgicos: prazosina, doxazosina e terazosina. São antagonistas


seletivos para os receptores alfa 1 adrenérgicos. Efeitos adversos: taquicardia reflexa e
síncope na primeira dose.

 Vasodilatadores: são exemplos dessa classe os fármacos


hidralazina, minoxidil. São relaxantes de músculo liso de ação
direta, o que diminui a resistência periférica e a pressão
arterial; indicados para tratamento de hipertensão e pré-
eclâmpsia (hidralazina). Efeitos adversos: constipação,
tonturas, sensação de fadiga.
Fármacos que atuam no sistema cardiovascular

Anti-hipertensivos:

 Adrenérgicos de ação central: clonidina e metildopa: agem como agonistas do receptor alfa 2
adrenérgico, diminuindo a liberação de noradrenalina nos centros vasomotores centrais. A
clonidina é indicada para tratamento de hipertensão de leve à moderada e a metildopa é
indicada para pacientes com hipertensão com insuficiência renal e para pré-eclâmpsia.
Efeitos adversos: sedação, xerostomia e constipação.
Fármacos que atuam no sistema cardiovascular

Anti-hipertensivos:

 Hidroclorotiazida e clortalidona: são diuréticos tiazídicos que agem no túbulo contorcido distal
dos néfrons (o mecanismo detalhado será abordado na próxima aula). Os diuréticos
tiazídicos diminuem a pressão arterial tanto com o corpo deitado como em pé, portanto,
são indicados para tratamento da hipertensão e devem ser associados a outros agentes
anti-hipertensivos. Efeitos adversos: induzem a hipopotassemia (às vezes é necessário
associar um diurético poupador de K+ na terapia), hiperuricemia, hiperglicemia
e hipomagnesemia.
Fármacos que atuam no sistema cardiovascular

Insuficiência cardíaca:

 A insuficiência cardíaca, frequentemente referida como insuficiência cardíaca congestiva


(ICC), ocorre quando o coração é incapaz de bombear o suficiente para manter o fluxo
sanguíneo para atender às necessidades do corpo. Dentre os sinais e os sintomas,
geralmente, incluem falta de ar, cansaço excessivo e inchaço das pernas. A falta de ar é,
geralmente, pior com o exercício físico, comparado à pessoa deitada.
Fármacos que atuam no sistema cardiovascular

Insuficiência cardíaca: ocorre quando o coração é incapaz de bombear o suficiente para manter
o fluxo sanguíneo para atender às necessidades do corpo. Dentre os sinais e os sintomas,
geralmente, incluem falta de ar, cansaço excessivo e inchaço das pernas e são classificados:

 Classe I: nenhuma limitação é sentida em qualquer atividade. Não há sintomas durante


atividades comuns.
 Classe II: ligeira limitação da atividade. O paciente está confortável em repouso ou com
esforço leve.
 Classe III: a limitação está presente em qualquer atividade.
O paciente está confortável apenas em repouso.
 Classe IV: durante qualquer atividade física, o desconforto
aparece e os sintomas ocorrem em repouso também.
Fármacos que atuam no sistema cardiovascular

Fármacos que atuam na IC:

 Inibidores da ECA: enalapril.

 Bloqueadores do receptor de angiotensina II: losartana.

 Betabloqueadores: carvedilol e metoprolol.

 Diuréticos: furosemida.

 Vasodilatadores diretos: hidralazina e isossorbida.


Fármacos que atuam no sistema cardiovascular

Fármacos que atuam na IC:

 Fármacos inotrópicos: glicosídeos digitálicos (digoxina). Aumentam os níveis de cálcio livre


no citoplasma das células cardíacas, promovendo um aumento na força de contração e
aumento na contratilidade do músculo cardíaco. Efeitos adversos: arritmias, anorexia,
náuseas, êmese, cefaleia, fadiga, confusão, visão borrada, alteração na percepção de cores
e distúrbios eletrolíticos.
Interatividade

Um homem de 45 anos foi diagnosticado com hipertensão e iniciou a monoterapia com


captopril. Ele desenvolveu tosse persistente. Qual dos fármacos poderia ter os mesmos
benefícios, mas sem causar tosse?

a) Losartana.
b) Nifedipino.
c) Prazosina.
d) Propranolol.
e) Enalapril.
Resposta

Um homem de 45 anos foi diagnosticado com hipertensão e iniciou a monoterapia com


captopril. Ele desenvolveu tosse persistente. Qual dos fármacos poderia ter os mesmos
benefícios, mas sem causar tosse?

a) Losartana.
b) Nifedipino.
c) Prazosina.
d) Propranolol.
e) Enalapril.
Fármacos que atuam no sistema cardiovascular

 Angina pectoris: é comumente conhecida como angina, é a sensação de dor no peito,


pressão ou aperto, muitas vezes devido ao fluxo sanguíneo insuficiente para o músculo
cardíaco como resultado da obstrução ou espasmo das artérias coronárias. Embora a angina
de peito possa ocorrer devido à anemia, ritmos cardíacos anormais e insuficiência cardíaca,
sua principal causa é a doença arterial coronariana, um processo aterosclerótico que afeta
as artérias que alimentam o coração. O termo deriva do latim angere (“estrangular”) e pectus
(“peito”), e pode, portanto, ser traduzido como “um sentimento de estrangulamento no peito”.
Classificada como angina estável ou angina instável.
Fármacos que atuam no sistema cardiovascular

Antianginosos:

 Nitratos orgânicos: isossorbida e nitroglicerina. Esses fármacos são ésteres de ácido nítrico e
nitroso com glicerol. Inibem a vasoconstrição ou espasmos coronarianos, aumentando a
perfusão do miocárdio e, assim, aliviando os sintomas da angina. Além disso, relaxam as
veias, diminuindo a pré-carga e o consumo de oxigênio pelo coração. São eficazes nos
sintomas da angina. Para alívio imediato de um ataque de angina provocado por exercícios
ou estresse emocional, o fármaco de escolha deve ser a nitroglicerina sublingual. Efeitos
adversos: cefaleia, deve-se evitar a associação com outros vasodilatadores como a
sildenafila, pois causam severa hipotensão.
Fármacos que atuam no sistema cardiovascular

 Antianginosos.

 Betabloqueadores: metoprolol e atenolol.

 Bloqueadores de canal de cálcio: nifedipino, verapamil e diltiazem.


Fármacos que atuam no sistema cardiovascular

 Arritmias: a arritmia cardíaca, também conhecida como arritmia cardíaca ou batimento


cardíaco irregular, é um grupo de condições em que o batimento cardíaco é irregular,
muito rápido ou muito lento. A frequência cardíaca que é considerada muito rápida –
acima de 100 batimentos por minuto em adultos – é chamada de taquicardia e uma
frequência cardíaca que é considerada muito lenta – abaixo de 60 batimentos por minuto –
é chamada bradicardia.
Fármacos que atuam no sistema cardiovascular

Antiarrítmicos:
Classificação dos antiarrítmicos

Classe I – Bloqueadores dos canais de sódio

A (ação moderada) – quinidina, procainamida, disopiramida


B (ação discreta) – lidocaína, hidantoína, mexiletina, tocainida
C (ação atenuada) – propafenona, flecainida, encainida

Classe II – beta-bloqueadores

Propranolol e similares

Classe III – inibidores da repolarização

Amiodarona, bretiílio, soltalol

Classe IV – bloqueadores de canais de cálcio

Verapamil
Fármacos que atuam no sistema cardiovascular

 Trombose: é a formação de um coágulo sanguíneo dentro de um vaso, obstruindo o fluxo de


sangue através do sistema circulatório. A trombose pode ocorrer em veias (trombose
venosa) ou em artérias. A trombose venosa leva ao congestionamento da parte afetada do
corpo, enquanto a trombose arterial (e raramente a trombose venosa grave) afeta o
suprimento sanguíneo e provoca danos ao tecido fornecido por essa artéria (isquemia e
necrose). Um pedaço de um trombo arterial ou venoso pode se soltar como um êmbolo que
pode viajar através da circulação e alojar em algum outro lugar, causando uma embolia.
Esse tipo de embolismo é conhecido como tromboembolismo. Complicações podem surgir
quando um tromboembolismo venoso (comumente chamado de TEV) se aloja no pulmão,
causando uma embolia pulmonar.
Fármacos que atuam no sistema cardiovascular

Anticoagulantes:

 Heparina (enoxaparina): é um anticoagulante injetável de ação rápida que inibe a trombina


(enzima responsável pela última etapa da formação da fibrina). Indicada para limitar a
expansão dos trombos, evitando a formação de fibrina, sendo o principal fármaco utilizado
no tratamento da trombose aguda de veias profundas e do embolismo pulmonar. Efeitos
adversos: hemorragias, reações de hipersensibilidade, trombose, trombocitopenia
e osteoporose.

 Dabigatrana: inibidor direto da trombina. Usado para prevenir


derrames e embolismos sistêmicos em pacientes com
fibrilação atrial. Efeitos adversos: hemorragias
e distúrbios gastrointestinais.
Fármacos que atuam no sistema cardiovascular

Anticoagulantes:

 Varfarina: antagonista da vitamina K. Vários dos fatores de coagulação (II, VII, IX e X)


precisam de vitamina K como um cofator para suas produções. A varfarina é usada para
prevenir a progressão ou a recorrência de trombose aguda de veias profundas ou de embolia
pulmonar, após o tratamento inicial com heparina. Profilaticamente é indicada para evitar
infartos agudos do miocárdio, válvulas cardíacas prostéticas e fibrilação arterial crônica.
Efeitos adversos: hemorragias, doenças hepáticas podem levar à exacerbação do efeito
hemorrágico da varfarina, teratogênica, abortiva. Apresenta muitas interações
medicamentosas, sendo necessária a monitorização terapêutica.
Fármacos que atuam no sistema cardiovascular

Antiagregante plaquetário:

 Ácido acetilsalicílico: inibe a síntese de tromboxana A2 a partir do ácido araquidônico nas


plaquetas; é indicado de forma profilática para a isquemia cerebral, na redução da incidência
de infartos do miocárdio recorrentes e para diminuir a mortalidade nos pacientes pré e pós-
infartados, podendo ser associado a fármacos anticoagulantes. Efeitos adversos: choque
hemorrágico e sangramento gastrointestinal.

 Clopidogrel: inibe de forma irreversível a ligação do ADP aos


seus receptores nas plaquetas; indicado para prevenção de
eventos ateroscleróticos, que seguem ao infarto agudo do
miocárdio, derrame e doença arterial periférica. Efeitos
adversos: hemorragias e derrames.
Fármacos que atuam no sistema cardiovascular

Antiagregante plaquetário:

 Tirofibana: é capaz de bloquear os receptores que fazem a ligação entre o fibrinogênio


e o fator de von Willebrand, impedindo a agregação plaquetária. Pode diminuir a incidência
de complicações trombóticas associadas a síndromes coronarianas agudas.
Efeito adverso: sangramento.

 Cilostazol: antiplaquetário com atividade vasodilatadora.


Indicado para a diminuição dos sintomas da claudicação
intermitente, tratamento da esclerose vascular e isquemia
cerebral crônica. Efeitos adversos: cefaleia, diarreia, fezes
anormais, dispepsia e dor abdominal.
Fármacos que atuam no sistema cardiovascular

 Antilipêmicos: a dislipidemia é a elevação do colesterol plasmático, triglicérides (TG), ou


ambos que contribuem para o desenvolvimento da aterosclerose. As causas podem ser
primárias (genéticas) ou secundárias. O diagnóstico é determinando os níveis plasmáticos de
colesterol total, TGs e lipoproteínas individuais. O tratamento envolve alterações dietéticas,
exercícios e fármacos hipolipêmicos. Os fármacos que controlam a dislipidemia são
chamados de antilipêmicos.
Fármacos que atuam no sistema cardiovascular

Antilipêmicos:

 Inibidores da HMG-CoA redutase: incluem os fármacos lovastatina, sinvastatina,


pravastatina, atorvastatina, pitavastatina, fluvastatina e rosuvastatina. Podem ser utilizados
em todos os tipos de dislipidemias, porém os pacientes ainda apresentam algum risco
cardiovascular, sendo necessária a adição de dietas e mudanças no estilo de vida. Efeitos
adversos: miopatia e rabdomiólise (muscular) e lesões hepáticas. Convém monitorar com
exames bioquímicos de lesão hepática e muscular (TGP, TGO e CK).
Fármacos que atuam no sistema cardiovascular

Antilipêmicos:

 Fenofibrato e genfibrozila: reduzem as concentrações de triglicérides no sangue por um


aumento nos níveis da lipoproteína lipase. São utilizados na hipertrigliceridemia, causando
importante redução da triglicéride sanguínea. Efeitos adversos: efeitos gastrointestinais,
litíase, miosite e não podem ser utilizados durante a gravidez e a lactação.

 Ezetimiba.

 Colestiramina.
Interatividade

Qual dos seguintes fármacos se liga aos ácidos biliares no intestino, evitando, assim, que os
ácidos retornem ao fígado pela circulação entero-hepática?

a) Niacina.
b) Fenofibrato.
c) Colestiramina.
d) Fluvastatina.
e) Lovastatina.
Resposta

Qual dos seguintes fármacos se liga aos ácidos biliares no intestino, evitando, assim, que os
ácidos retornem ao fígado pela circulação entero-hepática?

a) Niacina.
b) Fenofibrato.
c) Colestiramina.
d) Fluvastatina.
e) Lovastatina.
ATÉ A PRÓXIMA!

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