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CÓD: SL-006JL-22

7908433223993

AL-RN
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

Auxiliar Administrativo
CONCURSO PÚBLICO - EDITAL Nº 01/2022
DICA

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação.
É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa
encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.
Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou este artigo com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!

• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho.
• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área.
• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total.
• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo.
• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.
• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame.
• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

Se prepare para o concurso público


O concurseiro preparado não é aquele que passa o dia todo estudando, mas está com a cabeça nas nuvens, e sim aquele que se
planeja pesquisando sobre o concurso de interesse, conferindo editais e provas anteriores, participando de grupos com enquetes sobre
seu interesse, conversando com pessoas que já foram aprovadas, absorvendo dicas e experiências, e analisando a banca examinadora do
certame.
O Plano de Estudos é essencial na otimização dos estudos, ele deve ser simples, com fácil compreensão e personalizado com sua
rotina, vai ser seu triunfo para aprovação, sendo responsável pelo seu crescimento contínuo.
Além do plano de estudos, é importante ter um Plano de Revisão, ele que irá te ajudar na memorização dos conteúdos estudados até
o dia da prova, evitando a correria para fazer uma revisão de última hora.
Está em dúvida por qual matéria começar a estudar? Vai mais uma dica: comece por Língua Portuguesa, é a matéria com maior
requisição nos concursos, a base para uma boa interpretação, indo bem aqui você estará com um passo dado para ir melhor nas outras
disciplinas.

Vida Social
Sabemos que faz parte algumas abdicações na vida de quem estuda para concursos públicos, mas sempre que possível é importante
conciliar os estudos com os momentos de lazer e bem-estar. A vida de concurseiro é temporária, quem determina o tempo é você,
através da sua dedicação e empenho. Você terá que fazer um esforço para deixar de lado um pouco a vida social intensa, é importante
compreender que quando for aprovado verá que todo o esforço valeu a pena para realização do seu sonho.
Uma boa dica, é fazer exercícios físicos, uma simples corrida por exemplo é capaz de melhorar o funcionamento do Sistema Nervoso
Central, um dos fatores que são chaves para produção de neurônios nas regiões associadas à aprendizagem e memória.
DICA

Motivação
A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.
Caso você não seja aprovado de primeira, é primordial que você PERSISTA, com o tempo você irá adquirir conhecimento e experiência.
Então é preciso se motivar diariamente para seguir a busca da aprovação, algumas orientações importantes para conseguir motivação:
• Procure ler frases motivacionais, são ótimas para lembrar dos seus propósitos;
• Leia sempre os depoimentos dos candidatos aprovados nos concursos públicos;
• Procure estar sempre entrando em contato com os aprovados;
• Escreva o porquê que você deseja ser aprovado no concurso. Quando você sabe seus motivos, isso te da um ânimo maior para seguir
focado, tornando o processo mais prazeroso;
• Saiba o que realmente te impulsiona, o que te motiva. Dessa maneira será mais fácil vencer as adversidades que irão aparecer.
• Procure imaginar você exercendo a função da vaga pleiteada, sentir a emoção da aprovação e ver as pessoas que você gosta felizes
com seu sucesso.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.
A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Se você quer aumentar as suas chances
de passar, conheça os nossos materiais, acessando o nosso site: www.apostilasolucao.com.br

Vamos juntos!
ÍNDICE

História do Rio Grande do Norte


1. A presença portuguesa no Rio Grande do Norte: conquista territorial e resistência indígena; Fundação da cidade de Natal. . . . . . 7
2. A presença francesa no Rio Grande do Norte e o massacre de Cunhaú e Uruassu; Pacificação dos índios potiguares; Invasão holandesa
no Rio Grande do Norte; A República do Rio Grande do Norte (1889-1930); A abolição da escravatura no Rio Grande do Norte; Pre-
sença do banditismo (cangaço) no Estado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
3. Segunda Guerra no Rio Grande do Norte: presença norte-americana e repercussões socioculturais; Os governos do período militar no
Rio Grande do Norte (1964-1985). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
4. Governos posteriores ao período militar no Rio Grande do Norte (1986 aos dias atuais). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
5. Aspectos Geoeconômicos do Rio Grande do Norte: atividades econômicas modernas e tradicionais: agropecuária; pesca; fruticultura;
carcinicultura; mineração; sal marinho; algodão; cana-de-açúcar; produção de petróleo gás; turismo, comércio e serviços. . . . . . 13

Legislação Institucional
1. Resolução Nº 31, De 05 De Fevereiro De 2021 E Alterações: Regimento Interno Da Assembleia Legislativa Do Rio Grande Do
Norte. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

Constituição do Estado do Rio Grande do Norte


1. Dos Princípios Fundamentais. Dos Direitos e Garantias Fundamentais. Da Organização do Estado. Da Organização dos Poderes.
Da Tributação e Do Orçamento. Da Ordem Econômica e Financeira. Da Ordem Social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69

Língua Portuguesa
1. Compreensão e interpretação de texto. Tipologia e gêneros textuais. Domínio dos mecanismos de coesão textual: emprego de
elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e de outros elementos de sequenciação textual; emprego de
tempos e modos verbais.. Domínio dos mecanismos de coerência textual. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
2. Figuras de linguagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
3. Significação de palavras e expressões.Relações de sinonímia e de antonímia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
4. Ortografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
5. Acentuação gráfica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
6. Uso da crase. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
7. Morfologia: classes de palavras variáveis e invariáveis e seus empregos no texto. Locuções verbais (perífrases verbais). . . . . . . . 122
8. Funções do “que” e do “se”. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127
9. Elementos de comunicação e funções da linguagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
10. Reescrita de frases e parágrafos do texto: significação das palavras; substituição de palavras ou de trechos de texto; reorganização da
estrutura de orações e de períodos do texto; reescrita de textos de diferentes gêneros e níveis de formalidade. . . . . . . . . . . . . . 131
11. Sintaxe: relações sintático semânticas estabelecidas na oração e entre orações, períodos ou parágrafos (período simples e período
composto por coordenação e subordinação). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132
12. Concordância verbal e nominal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134
13. Regência verbal e nominal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135
14. Colocação pronominal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135
15. Emprego dos sinais de pontuação e sua função no texto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136
16. Função textual dos vocábulos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137
17. Variação linguística. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137
18. Redação Oficial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 138
ÍNDICE

Matemática e Raciocínio Lógico-matemático


1. Matemática: números inteiros e racionais: operações (adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação); expressões numéricas;
múltiplos e divisores de números naturais; problemas. Frações e operações com frações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153
2. Números e grandezas proporcionais: razões e proporções; divisão em partes proporcionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157
3. Regra de três; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159
4. Porcentagem e problemas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 160
5. Noções de probabilidade e estatística. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161
6. Raciocínio lógico-matemático: Estrutura lógica de relações arbitrárias entre pessoas, lugares, objetos ou eventos fictícios; deduzir no-
vas informações das relações fornecidas e avaliar as condições usadas para estabelecer a estrutura daquelas relações. Compreensão
e elaboração da lógica das situações por meio de: raciocínio verbal, raciocínio matemático, raciocínio sequencial, orientação espacial
e temporal, formação de conceitos, discriminação de elementos. Compreensão do processo lógico que, a partir de um conjunto de
hipóteses, conduz, de forma válida, as conclusões determinadas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163
HISTÓRIA DO RIO GRANDE DO NORTE

Cerca de quarenta dias depois (1º de maio), Salvador foi liber-


A PRESENÇA PORTUGUESA NO RIO GRANDE DO tada, mas os holandeses não desistiram do sonho de se apossarem
NORTE: CONQUISTA TERRITORIAL E RESISTÊNCIA do Brasil. A invasão dos holandeses no Rio Grande do Norte ocorreu
INDÍGENA; FUNDAÇÃO DA CIDADE DE NATAL finalmente por volta de 1633/1634. Natal passou a ser chamada
de Nova Amsterdã. Foi justamente nesta época que os documentos
sobre a fundação de Natal foram destruídos, por isso há dúvidas
O Rio Grande do Norte é, hoje, parte do imenso território brasi- sobre a fundação da cidade. Essas invasões preocupavam Portugal
leiro. Ocupa uma área de aproximadamente 53.000 km2. A história naquele momento. Devido à localização geográfica do Rio Grande
do Rio Grande do Norte começa antes da chegada dos europeus do Norte, no ponto mais estratégico da costa brasileira, o rei reto-
ao continente americano. Não existem teorias comprovadas sobre mou a posse da Capitania do Rio Grande, ordenando a construção
como se deu o povoamento da América; a mais aceita afirma que de um forte com o objetivo de expulsar os holandeses, fato que
o continente foi povoado quando povos primitivos vindos da Ásia ocorreu em 1654
através do Estreito de Bering atravessaram a América, na época em Em 1645, ainda durante a ocupação holandesa no Brasil, ocor-
que o nível das águas dos mares havia baixado (glaciação) por as reu um dos eventos considerados como um dos mais históricos do
águas ficarem retidas nas geleiras, fazendo surgir uma ponte que Rio Grande do Norte: o martírio de Cunhaú e Uruaçu, que ocorreu
ligava a Ásia à América. quando os índios Janduís e mais de duzentos holandeses, a coman-
Algum tempo depois, há 11 300 ou 9 000 anos atrás, estava do de Jacob Rabi - delegado do Conde Maurício de Nassau - mata-
começando o povoamento do território brasileiro. Os povos primi- ram cruelmente cerca de setenta fiéis e o Padre André de Soveral.
tivos do Brasil teriam migrado para os Andes, depois o Planalto do No momento da morte, os fiéis estariam a uma missa que estava
Brasil, a região Nordeste, até chegarem ao Rio Grande do Norte. sendo celebrada na Capela de Nossa Senhora das Candeias. Na épo-
Algum tempo depois, o Rio Grande do Norte começa a ser povoado ca, esse engenho era o centro da economia potiguar, ainda bastante
por caçadores e coletores primitivos. Alguns desses povos primiti- primitiva. Foram também mortas as pessoas que se encontravam
vos deixaram vestígios que se encontram atualmente nos sítios de em um grande engenho. Apenas três pessoas conseguiram escapar.
Angicos e Matumba II. Na época próxima à descoberta do Brasil, Após ser dirigido pelo governo baiano, o Rio Grande do Norte
o litoral potiguar era habitado por povos originários do território passou a ser dirigido por Pernambuco, em 1701.
que corresponde ao atual Paraná e ao Paraguai. No interior, resi- A partir de 1817, a Capitania do Rio Grande do Norte aderiu à
diam os tapuias, povos indígenas que andavam totalmente nus. As Revolução Pernambucana, onde uma junta do Governo Provisório
principais áreas habitadas por esses povos correspondem hoje às se instalou em Natal. A rebelião fracassou e em 1822 o Brasil fi-
regiões do Seridó, Chapada do Apodi e zona serrana do Rio Grande nalmente conquistaria a independência do domínio português que
do Norte. durava há três séculos. O Rio Grande do Norte passaria a ser uma
província do Império do Brasil naquele ano.
Período colonial
Em 1535, a então Capitania do Rio Grande foi doada pelo Rei
João III de Portugal a João de Barros. A colonização resultou em um
fracasso e dá-se a invasão dos franceses, começando o contrabando
do pau-brasil. A PRESENÇA FRANCESA NO RIO GRANDE DO NORTE E
Após a expulsão dos franceses e a construção da fortaleza, fal- O MASSACRE DE CUNHAÚ E URUASSU; PACIFICAÇÃO
tava fundar uma cidade (Natal). Devido à destruição de documen- DOS ÍNDIOS POTIGUARES; INVASÃO HOLANDESA
tos pelos holandeses, a história de fundação da capital potiguar foi NO RIO GRANDE DO NORTE; A REPÚBLICA DO RIO
perdida. GRANDE DO NORTE (1889-1930); A ABOLIÇÃO DA
A invasão holandesa no Brasil começa no começo do século ESCRAVATURA NO RIO GRANDE DO NORTE; PRESENÇA
XVII. Foi na Bahia que ocorreu a primeira tentativa de implantar DO BANDITISMO (CANGAÇO) NO ESTADO
uma colônia no Brasil pelos holandeses. Estes conheciam o Brasil
e mantinham relações amistosas com os portugueses durante os O massacre de Uruaçu ocorreu meses depois do de Cunhaú,
reinados de João III, D. Sebastião e do cardeal D. Henrique. A situa- em outubro de 1645. O massacre como um todo pode ser dividi-
ção mudou em 1580, quando Portugal passou a ter reis espanhóis do em duas partes: o assassinato de alguns prisioneiros de guerra
e foram confiscados os navios flamengos próximos aos portos eu- (aproximadamente 10), quando de sua transferência da Fortaleza
ropeus, africanos, asiáticos e americanos sob domínio português e de Santos Reis (Castelo de Ceulen, como chamavam os holandeses)
espanhol. Em 1625, a Bahia capitulou aos holandeses, quando Sal- para Uruaçu, e o ataque executado pelos índios àquele povoado,
vador, capital do Brasil Colônia na época, foi surpreendida por uma matando a população do engenho e do povoado, com requintes de
armada que chegou àquele local em 22 de março. crueldade, e destruindo as suas edificações.

O massacre de Cunhaú1

1 Disponível em https://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-

7
HISTÓRIA DO RIO GRANDE DO NORTE
Ocorrido no primeiro engenho construído em território poti- O Brasil já era um importante núcleo colonial português, pois o
guar, é considerado um dos mais trágicos da história do Brasil. Em açúcar aqui produzido era comercializado na Europa por negocian-
1645, o estado do Rio Grande (católico) era dominado pelos ho- tes holandeses, o que lhes propiciava grandes lucros. A empresa
landeses (calvinistas). Jacob Rabbi, um alemão a serviço do gover- açucareira brasileira, ressalte-se, foi instalada com capital holandês.
no holandês, chegou ao engenho no dia 15 de julho daquele ano. Os holandeses emprestaram capital para que Portugal instalasse os
Porém, ele já era conhecido pelos moradores da região, pois havia engenhos no Brasil e, em troca, a coroa portuguesa assegurava para
passado por lá anteriormente, sempre escoltado pelas tropas dos a Holanda a missão de refinar e comercializar o açúcar brasileiro
índios Tapuias. No dia seguinte, como de costume, os fiéis se reu- na Europa, como lembra um respeitado historiador brasileiro, re-
niram para celebrar a eucaristia e foram à missa na Igreja de Nossa ferindo-se a documentos (papéis do Santo Ofício e registros nota-
Senhora das Candeias. O pároco, padre André de Soveral, começa a riais holandeses e alemães) do final do século XVI e início do século
cerimônia. Depois do momento da elevação do Corpo e Sangue de XVII que revelam a contribuição flamenga no financiamento, refino
Cristo, as portas da capela foram fechadas, dando-se início a violên- e distribuição do açúcar brasileiro (HOLLANDA, 1989, p. 236). No
cia ordenada por Jacob. decorrer do século XVI, a mudança do centro da economia mun-
dial das cidades italianas para as cidades dos Países Baixos coincidiu
O massacre de Uruaçu2 com o início das guerras religiosas que varreram a Europa. Desde
Aconteceu no dia 3 de outubro de 1645, três meses depois do 1556 os Países Baixos (Holanda, Bélgica e parte da França) faziam
ocorrido em Cunhaú, também a mando de Jacob Rabbi. Dizem os parte do império espanhol, incorporados que foram pelo rei Felipe
cronistas que, logo após o primeiro massacre, o medo se espalhou II. Apesar do grande desenvolvimento comercial, a situação interna
pela Capitania. Receosa, a população tinha medo que novos ata- nos Países Baixos era complicada, pois havia uma grande rivalidade
ques acontecessem. Segundo a história, neste segundo massacre entre católicos (favoráveis à dominação espanhola) e protestantes
as tropas usaram mais crueldade. Depois da elevação, fecharam as (partidários da independência). Em 1568 começou a guerra de in-
portas da igreja e os fiéis foram mortos ferozmente. As vítimas tive- dependência da Holanda contra a Espanha, que culminou com a
ram as línguas arrancadas para que não fossem proferidas orações adoção da liberdade de culto, em 1572, e, em 1579, com a procla-
católicas. Além disso, tiveram braços e pernas decepados. Crianças mação da independência: nascia a República das Províncias Unidas
foram partidas ao meio e degoladas. O celebrante da missa, o padre dos Países Baixos ou República da Holanda, com capital em Ams-
Ambrósio Francisco Ferro, foi muito torturado. O camponês Mateus terdã e adepta do protestantismo. A Espanha, de grande tradição
Moreira teve o coração arrancado. E, ainda vivo, exclamou: “Louva- católica, tornou-se uma das principais inimigas da Holanda. Com a
do seja o Santíssimo Sacramento”. eclosão da guerra, os Países Baixos começaram a receber levas de
imigrantes, em sua maioria judeus, cristãos-novos e protestantes,
Presença holandesa que escapavam das perseguições religiosas no continente europeu.
A coroa portuguesa viu-se obrigada a implementar uma po- Desde que proclamou a sua independência, as Províncias Unidas
lítica de colonização que assegurasse o domínio sobre a colônia, mantinham “abertamente ou não, uma imensa guerra de corso
principalmente após a frustrante tentativa do sistema de Capita- contra a Espanha”.
nias Hereditárias. A centralização administrativa (governos-gerais)
e o sucesso da empresa açucareira contribuíram para assegurar a Após a independência
posse do Brasil, porém não afastaram a constante ameaça aos do- Em 1824, ocorre a Confederação do Equador, dominada por
mínios coloniais portugueses na América. A Espanha, por seu turno, tropas imperiais. Em 1° de dezembro daquele ano, era jurada a
durante quase todo o século XVI, formou o maior e mais imponen- Constituição outorgada de 1824. Algum tempo depois, as atuais
te império territorial de toda história. Os seus domínios territoriais regiões Nordeste e Norte do Brasil estavam com a ordem imperial
abrangiam terras na Europa, Ásia, África e América. Do continente restabelecida.
americano, os navios espanhóis saíam carregados de ouro e prata. Alguns anos após o reinado de D. Pedro II, a monarquia brasi-
Isso despertou a cobiça de alguns países europeus, como a Ingla- leira passava por uma crise. A partir daí, começaram a surgir lutas
terra, a França e a Holanda, que procuravam participar do comércio pelo Brasil visando a instalação de uma república. No Rio Grande do
colonial. O produto dessa disputa foram as invasões a várias regiões Norte, esse movimento era representado pelos partidos Liberal e
do continente americano pertencentes à Espanha ou a Portugal, Conservador Quem faria a contrapropaganda pelo Partido Conser-
com o objetivo de fundar colônias. Nos domínios coloniais portu- vador era o jornal “A Gazeta de Natal”, enquanto que o “Correio de
gueses na América a pressão era menor. A capitania do Rio Gran- Natal” faria essa contrapropaganda para os liberais.
de foi palco de incursões de franceses e holandeses. Os primeiros, Finalmente, em 15 de novembro de 1889, é proclamada a re-
como já abordamos, estabeleceram-se no nosso litoral para contra- pública e o Rio Grande do Norte deixa de ser província e se trans-
bandear pau-brasil e chegaram mesmo a usar o Rio Grande como forma em estado. Dois dias depois, em 17 de novembro, Pedro de
base para ataques às capitanias vizinhas. Os holandeses domina- Albuquerque Maranhão toma posse como primeiro governador do
ram quase todo o Nordeste açucareiro e permaneceram em solo estado. Após a proclamação da república, durante um período da
potiguar por duas décadas. No final do século XVI, Portugal estava história brasileira conhecida como “República Velha” o Rio Grande
economicamente abalado, praticamente vivendo às custas de suas do Norte, assim como nos outros estados do Brasil, foi dominado
diversas colônias espalhadas pela África, Ásia e América. por oligarquias.
Atualmente, o Rio Grande do Norte se divide em 167 municí-
pios, tendo Natal como capital. A atual governadora é Rosalba Ciar-
lini, que exerce o cargo desde o 1° de janeiro de 2011.

-norte/noticia/2013/10/conheca-historia-dos-martires-de-cunhau-
-e-uruacu-no-rn.html Acesso em 05.07.2022
2 Disponível em https://g1.globo.com/rn/rio-grande-
-do-norte/noticia/2013/10/conheca-historia-dos-martires-de-
-cunhau-e-uruacu-no-rn.html Acesso em 05.07.2022

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HISTÓRIA DO RIO GRANDE DO NORTE
Pacificação dos índios3 No novo regime republicano, o Rio Grande do Norte, assim
O projeto de colonização foi difícil de ser concretizado, segundo como os outros estados do Brasil, foi dominado pelo sistema oligár-
Sérgio Trindade (2010), dada à violência da conquista portuguesa, quico. A primeira oligarquia foi inaugurada no estado pelo gover-
marcada pelos acirrados confrontos entre os índios potiguares e os nador Pedro Velho. Em oposição a esse regime, insurgiu a figura do
portugueses, pois estes queriam, além da conquista territorial, con- capitão José da Penha Alves de Souza, que foi responsável por pro-
seguir trabalhadores para as lavouras que começavam a ser cons- mover a primeira campanha popular no estado. Tentou, inclusive,
tituídas, procurando transformar os índios em servos. Os nativos lançar a candidatura de uma pessoa que não conhecia o Rio Grande
resistiram ao invasor português também por verem tomadas suas do Norte e nem tinha o desejo de governá-lo: o tenente Leônidas
terras. Isso explica em parte o conflito entre potiguares e portugue- Hermes da Fonseca, filho do presidente da República da época; por
ses e a violência das expedições portuguesas. esse motivo, José da Penha foi morar no Ceará, onde foi eleito para
Como os índios Potiguares não aceitaram passivamente a co- o cargo deputado estadual.
lonização ocorreu vários combates de aversão em relação aos por-
tugueses. Um exemplo significativo foi a Guerra dos Potiguares na A abolição da escravatura no Rio Grande do Norte
região do Norte quando os colonos instalaram as capitanias heredi- O movimento abolicionista no Rio Grande do Norte foi um dos
tárias para a ocupação efetiva das terras. maiores em todo o Brasil e deixou marcas históricas que tiveram
A primeira expedição que os portugueses fizeram em 1536 foi influência em toda a nossa cultura atual.
péssima, pois eram dez navios com aproximadamente 900 solda- Acabar com a instituição servil gerou intensos debates em to-
dos partindo de Pernambuco para fundar as capitanias na foz do das as áreas e locais. Nos últimos anos da escravidão houve grande
Rio Grande, atual Natal, Paraíba, Ceará e Maranhão. Os índios Poti- adesão popular ao movimento abolicionista, da mesma forma que
guares com um número bem menor de combatentes conseguiram houveram grupos que procuraram se apropriar ou apoiar a causa
conter os colonos. visando interesses próprios.
Os potiguares com a ajuda dos franceses atacaram a fortaleza No ano de 1888 surgiu no Rio Grande do Norte o periódico da
dos portugueses e lutaram bravamente, mas os colonos pediram Sociedade Libertadora Norte-rio-grandenses. Distribuído gratuita-
ajuda e reforços aos Pernambucanos que vieram com várias armas mente, afirmava ser o seu intuito defender o fim da escravidão na-
de fogo e tomaram o território, derrotando os índios e os franceses. quela província no prazo de um ano, propagando o trabalho livre.
Os potiguares resistiram muito sob a liderança de Tijukupapo Embora não tenha sido o primeiro grupo abolicionista da pro-
e Penakama, mas os portugueses se aliaram aos Tabajara que eram víncia este tinha uma particularidade, o jornal. Foi a confecção
inimigos dos potiguares e eles lutaram juntos e dominaram os ter- deste meio de comunicação voltado somente para a questão abo-
ritórios. Outro fator que favoreceu na diminuição dos potiguares licionista, do qual os outros grupos abolicionistas potiguares eram
foi uma enorme epidemia da doença chamada varíola, trazida da desprovidos, ou faziam uso de uma redação abolicionista isolada
Europa pelos brancos. Os índios não tinham os anticorpos evoluídos em jornais que não se voltavam apenas para esta causa, que pos-
suficientes para combatê-la, o que fez com que grande parte deles sibilitou a divulgação mais rápida de informações do movimento
também morresse por conta da enfermidade. abolicionista iniciada naquele momento.
Com a prisão do líder dos potiguares na Ilha Grande e como
meio de pacificação, os Jesuítas sugeriam que ambos fizessem um Presença do banditismo (cangaço) no Estado
acordo de paz. O líder concordou, ajudando a estabelecer a tran- As quadrilhas do século XIX permaneceram, originando o que
quilidade para com outros caciques e em 1599 foi fundada Natal, ficou conhecido como “cangaço”. Nos anos de 1920, no Rio Grande
atual capital do Rio Grande do Norte. Posteriormente ajudaram os do Norte, a repressão ao cangaço tornou-se uma grande preocupa-
portugueses na guerra de expulsão dos holandeses do território. ção do governo estadual, quando soldados foram enviados para as
Todos os descendentes de potiguares após serem batizados divisas do estado com a Paraíba e o Ceará
como cristãos receberam o sobrenome de Camarão. Atualmente O coronelismo e o cangaço, tão característicos de certo perío-
eles residem em alguns lugares do Nordeste do país e no estado do histórico do Sertão nordestino brasileiro, mais precisamente de
da Paraíba mais propriamente nos municípios de Rio Tinto, Baía da meados do século XIX a meados do século XX, são manifestações do
Traição e Terra Indígena Jacaré de São Domingos. No Ceará residem Poder, de como ele é obtido, mantido e até mesmo combatido, em
nos municípios de Crateús, entre outros. Eles ainda preservam e intrincada trama, ao longo do processo histórico. A forma como o
falam a língua tupi-guarani. Poder é instaurado diz respeito a fatores circunstanciais, tais quais o
avanço tecnológico ou cataclismos ambientais, mas a essência, qual
Republica4 seja a presença da imposição da vontade de alguns sobre outros,
A vitória da campanha republicana no estado só foi confirma- permanece a mesma desde que o Homem surgiu na face da terra.
da no dia seguinte, quando José Leão Ferreira Souto assinou um Em muitos momentos o banditismo e o fanatismo religioso
telegrama destinado do Partido Republicano. Em 17 de novembro (principalmente o primeiro) puniram não somente os poderosos,
de 1889, Pedro Velho toma posse como primeiro governador do es- mas a população pobre das áreas atingidas por esses fenômenos
tado, no entanto, permaneceu no cargo durante um mês. Em 1892, sociais. Os cangaceiros atacavam e saqueavam cidades, vilas, po-
Pedro Velho foi eleito deputado federal pelo Rio Grande do Norte. voados e fazendas, matavam, soltavam os presos, estupravam, se-
questravam com o objetivo de cobrar resgate. E faziam tudo isso
indiscriminadamente, atingindo tanto os poderosos locais como a
população carente. Muitas vezes, os bandos de cangaceiros cum-
priam determinações dos coronéis que lhes davam proteção. O can-
gaceiro como o fanático “eram os pobres do campo que saíam de
uma apatia generalizada para as lutas que começavam a adquirir
3 Disponível em https://www.infoescola.com/historia/ caráter social, lutas, portanto, que deveriam decidir, mais cedo ou
mais tarde, de seu próprio destino. Não era ainda uma luta direta-
guerra-dos-potiguares Acesso em 06.07.2022
mente pela terra, mas era uma luta em função da terra – uma luta
4 Disponível em https://brechando.com/2019/11/14/co-
contra o domínio do latifúndio semifeudal”.
mo-foi-a-proclamacao-da-republica-no-rn Acesso em 06.07.2022

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HISTÓRIA DO RIO GRANDE DO NORTE
Não houve manifestações violentas do Coronelismo no Sertão tidários dos Aliados (liderados por Osvaldo Aranha). Vargas, entre
nordestino sem um entrelaçamento com o banditismo rural; não as duas correntes, habilmente, procurava ganhar tempo, buscando
houve Cangaço sem Coronelismo. O ponto-de-partida é o canga- conseguir algumas vantagens econômicas para o Brasil.
ceiro, começando com Jesuíno Brilhante, o primeiro dos grandes, O Brasil foi um dos grandes “beneficiados” com a política ale-
a história dos coronéis do Cariri cearense, e a vida do mítico Padre mã de aproximação com os países sul-americanos, o que deixava o
Cícero do Juazeiro. governo dividido. Isso se refletia nas posições dos seus membros,
Jesuíno Brilhante era, de acordo com Câmara Cascudo, adora- fraturado entre os partidários do Eixo (liderados por Góes Monteiro
do pela população pobre, uma espécie de Robin Hood. Caiu na mar- e Felinto Muller) e os partidários dos Aliados (liderados por Osval-
ginalidade após matar Honorato Limão, quando de uma discussão do Aranha). Vargas, entre as duas correntes, habilmente, procurava
motivada por questões familiares. Outras mortes se sucederam, e ganhar tempo, buscando conseguir algumas vantagens econômicas
Jesuíno Brilhante caiu definitivamente no cangaço, tendo sua figu- para o Brasil.
ra ficado envolta em lendas e “causos” lembrados pela imaginação As transformações nos costumes saltavam aos olhos. Enquanto
popular. os aviões dos Estados Unidos riscavam os céus de Natal, mudavam
Antônio Silvino, Sinhô Pereira, Massilon e Lampião foram ou- os costumes e a fisionomia da população da cidade e do país. Pro-
tros cangaceiros que tiveram atuação no Rio Grande do Norte. Si- dutos americanos passaram a ser conhecidos em todo o Brasil e o
nhô Pereira de forma tímida; Lampião, por apenas uma vez, quando inglês tornou-se “a terceira língua estrangeira mais falada (depois
atacou a cidade de Mossoró; Massilon ou Benevides teve uma atua- do francês e do italiano)” (SKIDMORE, 2003, p. 172). A cidade mu-
ção destacada no estado, saqueou cidades e povoados, prendeu au- dou, em virtude da presença dos norte-americanos: novos hábitos
toridades, comerciantes e soldados, sempre exigindo resgate para foram adquiridos; Natal tornou-se mundialmente conhecida; sua
soltá-los. Contudo, a história do cangaço registra como principal população sentiu de perto o clima de guerra; houve um aumento
feito de Massilon um erro: o convite para Lampião atacar Mossoró. da atividade comercial; as pessoas passaram a frequentar cursos de
inglês para comunicar-se com os norte-americanos; esportes como
o basquetebol e o voleibol difundiram-se pela cidade; irradiou-se a
música estrangeira e a utilização de anglicismos; a população prati-
SEGUNDA GUERRA NO RIO GRANDE DO NORTE: camente duplicou; a cidade virou trânsito de personalidades inter-
PRESENÇA NORTE-AMERICANA E REPERCUSSÕES nacionais; ocorreu um aumento substancial do custo de vida.
SOCIOCULTURAIS; OS GOVERNOS DO PERÍODO A política externa brasileira nos primeiros anos da Segunda
MILITAR NO RIO GRANDE DO NORTE (1964-1985) Guerra Mundial definiu-se pelo pragmatismo. O governo Vargas
negociava vantagens econômicas para o Brasil, assinando acordos
comerciais com a Inglaterra, com os Estados Unidos e com a Ale-
A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) apressou o desenvol- manha. Somente com a entrada dos Estados Unidos na guerra, em
vimento do estado, pois sua situação geográfica dava-lhe enorme 1941, a balança da política externa brasileira começou a pender
importância estratégica. para o lado dos Aliados. O alinhamento definitivo deu-se em 1942.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Natal abrigou uma base A participação do Brasil limitou-se, a princípio, à cessão de bases
militar dos Estados Unidos. Neste período, o governo norte-ameri- militares no Norte e Nordeste do país e ao fornecimento de maté-
cano construiu na região a “Ponte do Atlântico para a África”. rias-primas. Em reunião entre os presidentes Vargas e Roosevelt,
Historicamente, a cidade teve grande importância durante a em Natal (RN), foi decidida uma participação mais efetiva do Brasil.
Segunda Guerra Mundial em 1942 durante a Operação Tocha, já
que os aviões da base aliada americana se abasteciam com combus- Em agosto de 1954, com o suicídio de Vargas, seu vice, Café
tível no lugar que hoje é o Aeroporto Internacional Augusto Severo, Filho, assume a Presidência da República, sendo, até os dias atuais,
sendo classificada como “um dos quatro pontos mais estratégicos o único potiguar a ocupar o cargo, permanecendo até novembro
do mundo” pelo Departamento de Guerra dos EUA, junto com Suez, de 1955. A partir da década de 1960, o populismo se impõe em
Gibraltar e Bósforo. solo potiguar, através de Aluízio Alves (responsável pelo início de
O período entre as duas guerras mundiais foi marcado pela ins- modernização do Rio Grande do Norte) e Djalma Maranhão (radical
tabilidade econômica internacional, com um sem número de crises, e político de esquerda). Já em 1964, ocorre um golpe de estado que
que aumentaram de intensidade após a quebra da Bolsa de Valores pôs fim ao governo de João Goulart e iniciou um regime militar,
de Nova Iorque, em 1929, pelo retorno da corrida imperialista e, que durou de 1964 até 1985. No Rio Grande do Norte, esse golpe
fundamentalmente, pelo surgimento de regimes políticos totalitá- de estado se caracterizou somente pelas perseguições a jovens e
rios no continente europeu, como os governos nazifascistas na Ale- intelectuais da terra. Políticos como Aluízio Alves, Garibaldi Alves
manha e na Itália e comunista na União Soviética. e Agnelo Alves tiveram seus direitos políticos suspensos pelo Ato
Durante o século XIX, o Brasil esteve sob influência econômica Institucional Nº 5, de 1968.
da Inglaterra. A partir do início do século XX, e principalmente a par- A partir de 1974, com a descoberta das primeiras jazidas de
tir de 1930, os investimentos norte-americanos aumentaram con- petróleo no estado, sua economia, até então prejudicada pelos pe-
sideravelmente, ora através de investimentos diretos, ora de em- ríodos de estiagem, algumas vezes muito longos, experimentou um
préstimos. No mesmo período (a década de 1930), o Brasil também maior ritmo de crescimento econômico, além do setor de turismo.
se aproximou economicamente da Alemanha, que se arremessou Governos recentes fizeram importantes mudanças, como ocorreu
comercialmente sobre a América do Sul, através da concessão de na gestão de Garibaldi Alves, que elevou a irrigação como uma das
empréstimos em condições mais vantajosas que as oferecidas pelos metas prioritárias, com o objetivo de interligar bacias hidrográficas
bancos norte-americanos e de acordos que permitiram o aparelha- e levar água de boa qualidade às famílias sobreviventes em regiões
mento das Forças Armadas dos países da região. O Brasil foi um dos secas e irrigar uma densa área do território norte-rio-grandense.
grandes “beneficiados” com a política alemã de aproximação com
os países sul-americanos, o que deixava o governo dividido. Isso se
refletia nas posições dos seus membros, fraturado entre os partidá-
rios do Eixo (liderados por Góes Monteiro e Felinto Muller) e os par-

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HISTÓRIA DO RIO GRANDE DO NORTE
Ditadura Militar (1 de abril de 1964 a 15 de março de 1985: 21 anos de duração)
Governador do Estado Partido Período de mandato Vice-governador
Partido Social 31 de janeiro de 1966
Democrático
Walfredo Gurgel — Clóvis Motta

PSD 15 de março de 1971

15 de março de 1971
Aliança Renovadora
Nacional
Cortez Pereira — Tertius Rebelo
ARENA
15 de março de 1975

15 de março de 1975
Aliança Renovadora
Nacional
Tarcísio Maia — Genibaldo Barros
ARENA
15 de março de 1979

15 de março de 1979
Partido Democrático
Social
Lavoisier Maia — Geraldo Melo
PDS
15 de março de 1983

15 de março de 1983
Partido Democrático
Social
José Agripino Maia — Radir Pereira
PDS
15 de maio de 1986

GOVERNOS POSTERIORES AO PERÍODO MILITAR NO RIO GRANDE DO NORTE (1986 AOS DIAS ATUAIS)

O caminho que levou ao golpe de 1964 começou a ser trilhado com a posse de João Goulart (Jango) em 1961. Criaram-se diversos
obstáculos à posse de Jango como presidente, que só assumiu porque foi implantado às pressas um sistema parlamentarista que reduzia
os poderes do Executivo.
Por causa da estreita relação de Jango com o sindicalismo Brasileiro, os grupos conservadores da sociedade viram o político Gaúcho
com extrema desconfiança e frequentemente o acusavam de ser comunista pelos conservadores. A crise política do governo de Jango
fortaleceu-se também por causa de reformas que foram defendidas pelo governo as Reformas de Base.

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HISTÓRIA DO RIO GRANDE DO NORTE
Sexta República Brasileira (15 de março de 1985 à atualidade)
Governador do Estado Partido Período de mandato Vice-governador

15 de maio de 1986
Partido Democrático
Social
  Radir Pereira — Vago
PDS
15 de março de 1987

15 de março de 1987
Partido do Movimento
Democrático Brasileiro
  Geraldo Melo — Garibaldi Alves
PMDB
15 de março de 1991

15 de março de 1991
Partido da Frente
Liberal
José Agripino Maia — Vivaldo Costa
PFL
2 de abril de 1994

2 de abril de 1994
Partido Liberal
  Vivaldo Costa — Vago
PL
1 de janeiro de 1995

1 de janeiro de 1995
Partido do Movimento
Democrático Brasileiro
  Garibaldi Alves Filho — Fernando Freire
PMDB
5 de abril de 2002

5 de abril de 2002
Partido Progressista
Brasileiro
  Fernando Freire — Vago
PPB
1 de janeiro de 2003

Antônio Jácome
1 de janeiro de 2003
Partido Socialista
Brasileiro
  Wilma de Faria —
Iberê Ferreira de Souza
PSB
31 de março de 2010

31 de março de 2010
Partido Socialista
Brasileiro
  Iberê Ferreira de Souza — Vago
PSB
1 de janeiro de 2011

12
HISTÓRIA DO RIO GRANDE DO NORTE

1 de janeiro de 2011
Democratas
Rosalba Ciarlini — Robinson Faria
DEM
1 de janeiro de 2015

1 de janeiro de 2015
Partido Social
Democrático
  Robinson Faria — Fábio Dantas
PSD
1 de janeiro de 2019

1 de janeiro de 2019
Partido dos
Trabalhadores
  Fátima Bezerra — Antenor Roberto
PT
até a atualidade

ASPECTOS GEOECONÔMICOS DO RIO GRANDE DO NORTE: ATIVIDADES ECONÔMICAS MODERNAS E TRADICIONAIS:


AGROPECUÁRIA; PESCA; FRUTICULTURA; CARCINICULTURA; MINERAÇÃO; SAL MARINHO; ALGODÃO; CANA-DE-
AÇÚCAR; PRODUÇÃO DE PETRÓLEO GÁS; TURISMO, COMÉRCIO E SERVIÇOS

O Rio Grande do Norte é uma das 27 unidades federativas do Brasil, localizado a nordeste da região Nordeste, tendo como limites os
estados do Ceará, a Paraíba e o Oceano Atlântico. A área do estado é de 52 796,791 km² (algumas fontes indicam 53 306 km²).
Durante os períodos de colônia e império, a economia do Rio Grande do Norte era impulsionada pelos setores agropecuário e extra-
tivo, com destaque para o sal, o algodão, o açúcar, a mandioca, a criação de bovinos, ovinos, caprinos e muares, a cera de carnaúba, etc.
A partir da segunda metade do século XX, a economia norte-rio-grandense foi sensivelmente marcada “pela adoção de uma consciência
de planejamento e pela implantação de grandes projetos de industrialização, impulsionando o seu aparelho produtivo” (SANTOS, 1994,
p. 206). Iremos abordar de maneira panorâmica alguns aspectos da economia norte-rio-grandense nos últimos anos do século XX e nos
primeiros do século XXI.
O setor primário é o menos relevante para a economia potiguar. Inicialmente, durante a época inicial da colonização do Brasil, a eco-
nomia era muito voltada às atividades de agricultura, pecuária e pesca.

Algodão
A demanda pelo algodão brasileiro durante a primeira metade do século XIX foi relativamente boa. Fatores externos foram os maiores
responsáveis por aumentar a demanda pelo algodão brasileiro na segunda metade daquele século. Entre 1860 e 1865, os Estados Unidos
ficaram impossibilitados de atender a demanda externa em virtude da Guerra da Secessão. Mais uma vez, o algodão brasileiro contribuiu
significativamente na pauta de exportações. A exportação de algodão do Rio Grande do Norte aumentou em mais de dez vezes, em vir-
tude da excelência do nosso algodão mocó, considerados um dos melhores do mundo. Várias armas estrangeiras aqui se instalaram para
comercializar o nosso algodão, competindo com o empório comercial potiguar, o de Fabrício Gomes Pedroza. O fim da Guerra da Secessão
instalou a crise na produção algodoeira do Brasil. Firmas que comercializavam algodão foram fechadas. Entretanto, ao mesmo tempo em
que diminuía a procura pelo algodão brasileiro no exterior, crescia a demanda interna, em virtude do desenvolvimento da indústria têxtil
nacional.
O crescimento da cotonicultura potiguar foi responsável pela mudança do eixo político no estado. Atualmente, a produção algodoeira
encontra-se em crise no estado. Segundo Santos (1994, p. 203), são muitas as causas, que vão desde a precária estrutura de produção e
as más condições de comercialização, resultado das bruscas oscilações dos preços. A praga do bicudo foi, também, outro fator desesta-
bilizador da cultura algodoeira. Os prolongados períodos de seca têm frequentemente desestruturado a produção da malvácea. Técnicos
têm procurado desenvolver sementes resistentes à seca e à praga do bicudo, procurando restabelecer a antiga soberania do algodão nos
sertões do estado. Mas talvez um dos maiores males seja a inoperância dos sucessivos governos estaduais que não investem num setor
que poderia trazer bons recursos financeiros para o estado.

13
HISTÓRIA DO RIO GRANDE DO NORTE
Sal marinho (1994, p. 246-247), a atividade agrícola era praticamente dominada,
No início do século XVI, os portugueses iniciaram a extração no Rio Grande do Norte, pelas culturas alimentares que “se destina-
de sal no litoral do Rio Grande do Norte, nas proximidades de Ma- vam em boa parte ao autoconsumo dos produtores.”
cau e Areia Branca. Os próprios holandeses, antes de invadir o Rio Empresas pioneiras como a MAISA, FRUNORTE e outras entra-
Grande do Norte, enviaram para cá um espião que relatou ter avis- ram em crise na última década. A produção de frutas em áreas ir-
tado imensas salinas. Historiadores escreveram à exaustão sobre a rigadas, no entanto, continua sendo um dos maiores responsáveis
exploração salineira no nosso litoral. Apesar da propensão natural pela arrecadação de divisas para o estado.
para a produção de sal marinho, a Coroa portuguesa impediu o
quanto pôde o aproveitamento do sal extraído no Rio Grande do Petróleo
Norte. Depois, permitiu a exploração e o consumo interno do nos- Já no início do século XX havia indícios da existência de petró-
so sal, mas proibiu a exportação para o estrangeiro e para outras leo no Rio Grande do Norte. Mas, somente no final da década de
capitanias. Somente com a organização das “oficinas” de carne de 1950 e início da década de 1960 surgiram indícios da existência
sol, no século XVIII, foi que a extração salineira entrou num período de petróleo no estado. Porém, não ainda em quantidade comer-
de expansão, apesar de ainda permanecer o contrato de estanco, cialmente promissora. Somente na primeira metade da década de
que proibia a exportação do sal extraído no Brasil. A ação da Coroa 1970, em virtude da primeira crise do petróleo, intensificaram-se
portuguesa, porém, proibindo o funcionamento das “oficinas” no os estudos da Petrobrás no Rio Grande do Norte. Em 1973 foi des-
Rio Grande do Norte, desferiu um golpe de morte nas salinas nor- coberto o primeiro poço de petróleo (campo de Ubarana) no Rio
te-rio-grandenses. Grande do Norte, na plataforma continental. Somente em 1979,
Gastos com transportes encareciam o sal produzido no Rio ocorreu a descoberta de petróleo, com bom potencial extrativo, na
Grande do Norte, levando-nos a perder mercado. Mesmo com a parte terrestre, no município de Mossoró. De lá para cá, a extração
liberalização da produção salineira decretada pelo governo do esta- de petróleo no estado só tem aumentado, sendo o Rio Grande do
do, na década de 1930 o nosso sal enfrentava uma pesada concor- Norte o segundo maior produtor do Brasil, o primeiro em terra.
rência do sal estrangeiro. A mecanização das salinas e melhorias no
embarque e nos transportes, feitas a partir da construção do Porto- Atividade turística
-Ilha de Areia Branca, que começara a operar em 1974, melhoraram Podemos dividir a atividade turística no Rio Grande do Norte
a qualidade e o escoamento do nosso sal. em dois momentos: o primeiro do início da década de 1970 até
o final da década de 1980, quando o Rio Grande do Norte estava
Cana de açúcar sendo descoberto pelo turista brasileiro; a segunda teve início nos
A expansão da cultura canavieira, entretanto, ocorreu em me- anos 1990, quando o turismo no Rio Grande do Norte entrou com
ados do século XIX, quando a empresa açucareira brasileira estava firmeza na fase internacional.
em franca decadência, em virtude da queda do preço do açúcar no Até o início dos anos 1980, a “atividade turística em Natal era
mercado internacional. A modernização do setor açucareiro foi im- ainda muito residual (...), restrita a aventureiros, especialmente
plementada com atraso pelos produtores norte-rio-grandenses, o estudantes, que não demandavam serviços especializados”, pois
que ocasionou uma queda acentuada na produção de açúcar no ainda não havia “sido institucionalizado ainda a prática dos paco-
estado. Além de caro (pelos altos custos), o açúcar produzido aqui tes turísticos e o alto preço das passagens aéreas fazia com que
era de qualidade inferior (SANTOS, 2005, p. 40). Somente no final os poucos turistas de então se deslocassem preferencialmente
da década de 1920 e início da década de 1930 foram instaladas as via transporte rodoviário.” Por isso, o governo do estado, através
primeiras usinas de açúcar no Rio Grande do Norte, quase todas de convênio assinado entre a Secretaria de Indústria e Comércio
nos vales úmidos do litoral oriental do estado. Apesar disso, não e a Embratur (Empresa Brasileira de Turismo), visando interiorizar
houve uma recuperação significativa da atividade açucareira do es- a atividade turística, abriu um rede de hotéis no interior do esta-
do e criou “Os caminhos do Elefante”, que somente hoje mostra
tado. Até a década de 1980 a produtividade era muito baixa. Hoje,
resultados promissores (SANTOS, 2005, p. 122).O momento mais
graças à adubação química, tem aumento a produtividade do setor.
importante do empreendimento turístico foi, sem dúvida, a admi-
E mesmo ostentando índices sociais extremamente baixos, o setor
nistração de Tarcísio Maia, quando, pela primeira vez, foi elaborado
é um grande empregador de mão-de-obra.
um projeto turístico para a cidade de Natal, buscando aproveitar as
potencialidades da orla marítima, que resultou na construção da
Fruticultura
Via Costeira. Segundo Lopes Junior (2000, p. 39).
A partir da década de 1960, conforme diagnóstico da SUDENE,
Três são os pilares sobre os quais se assenta a atividade turísti-
não bastava simplesmente uma política de açudagem, era neces-
ca: a infraestrutura, o marketing e a promoção de eventos. Nos dois
sário o aproveitamento desse rico manancial. Assim, o governo fe-
primeiros o Rio Grande do Norte já dá provas de maturidade. No
deral buscou implementar uma política de açudagem para a região terceiro, ainda engatinhamos. Praticamente não saímos ainda do
Nordeste. Mesmo localizado no “Polígono das Secas”, nos últimos binômio sol e mar.
30 anos o Rio Grande do Norte parece ter aprendido a conviver com O turismo é a atividade que mais gera empregos no Estado, cer-
a “falta” d’água. Vários projetos de irrigação têm sido desenvolvidos ca de 120 mil postos atualmente. A expectativa do governo, no en-
pelos governos federal e estadual e pela iniciativa privada, aprovei- tanto, é que sejam gerados mais 95 mil vagas nos próximos quatro
tando-se dos reservatórios (açudes, barragens e poços) espalhados anos, através dos investi mentos que estão sendo realizados hoje.
pelo estado. Alguns projetos de irrigação foram criados: os pionei-
ros foram o que aproveitavam as águas dos açudes públicos dos Agricultura e pecuária
municípios de Cruzeta e de Pau dos Ferros e do Itans (Caicó). Mas O mais importante produto agrícola do Rio Grande do Norte é o
foi a criação do projeto de irrigação do Baixo-Açu que deslanchou algodão. Cultiva-se a variedade arbórea nas áreas de menor pluvio-
a fruticultura irrigada, que, a partir do final da década de 1980 di- sidade, em terras do agreste e da caatinga. A principal área produ-
fundiu-se por outras áreas do estado, tais como os vales dos rios tora, situada no sul do estado, compreende o agreste da Borborema
Apodi-Mossoró e Upanema. Até a década de 1970, segundo Santos e a área semiárida situada a oeste do planalto, a região do Seridó.

14
HISTÓRIA DO RIO GRANDE DO NORTE
Em segundo lugar como cultura de larga distribuição geográfica, Clima
aparece o feijão, cultivado quer nos solos mais úmidos das planícies Três tipos de clima ocorrem no estado: o tropical úmido, com
aluviais e pés-de-serra do sertão, quer em terras de caatinga, como chuvas de outono-inverno (As’ do sistema de Köppen), o semiári-
cultura consorciada, ligada ao milho e ao algodão. Seguem-se, em do quente (BSh) e o tropical semiúmido (Aw’), com chuvas de ou-
ordem decrescente de importância, o milho, a mandioca e o agave. tono. O clima tropical úmido ocorre na baixada litorânea oriental.
Este último, introduzido na segunda metade do século XX, expan- Registra uma temperatura média de 24° C e uma pluviosidade de
diu-se na região do agreste. Ao contrário do que ocorre nos demais 1.000mm, que diminui rapidamente da costa para o interior, pas-
estados do Nordeste, o cultivo da cana-de-açúcar ocupa posição sando a 600mm a apenas cinquenta quilômetros do litoral.
modesta no R o Grande do Norte. Embora recente e sem tradição
no estado, a cultura do caju é a segunda do país, somente inferior Hidrografia
à do Ceará. O Rio Grande do Norte produz ainda melão, coco- da- A rede hidrográfica compreende rios que correm para o litoral
-baía, batata-doce e mangas. Entre os produtos extrativos vegetais oriental e rios que correm para o litoral setentrional. Os últimos são
destacam-se a carnaúba, abundante nas várzeas dos rios Apodi e os mais extensos do estado, como o Apodi e o Piranhas ou Açu. A
Piranhas (o estado exporta cera) e a oiticica (a extração e beneficia- grande bacia deste abarca inclusive a porção ocidental da Paraíba.
mento do óleo constituem uma indústria florescente). Exploram-
Vegetação
-se ainda gomas elásticas, cascas de angico e painas. O rebanho
Três formações vegetais revestem o território rio-grandense:
estadual tem distribuição geográfica generalizada, com um certo
a floresta tropical, o agreste e a caatinga. A floresta tropical só é
adensamento no agres te. Entretanto, a maior parte dos animais se
encontrada numa pequena área situada a sudeste, onde forma a
encontra no sertão, em pastos formados de antigas terras de caa- extremidade setentrional da floresta litorânea que dá nome à zona
tinga. Nas fazendas de criação do sertão é comum a construção de da mata nordestina.
pequenos açudes, e em algumas áreas são plantadas forrageiras,
sobretudo a palma (cactácea). A alimentação dos animais é em ge- Referências bibliográficas:
ral complementada com a torta de caroço de algodão, subproduto TRINDADE, Sérgio Luiz Bezerra - História do Rio Grande do
da extração do óleo de caroço de algodão. Norte - Natal: Editora do IFRN, 2010

Indústria
A principal indústria de transformação no estado é a têxtil,
tanto pelo número de estabelecimentos quanto pelo de pessoal EXERCÍCIOS
ocupado e volume de produção. Destacam-se ainda a de produtos
alimentícios, a indústria de vestuário e artefatos de tecido e a in- 1. (MPE-RN - Técnico do Ministério Público Estadual - Área Ad-
dústria química. O grau de concentração geográfica dessa indústria ministrativa - COMPERVE – 2017) No Brasil, durante a década de
é reduzido, devido ao grande número de unidades de beneficia- 1970, quando o poder estava sob o comando dos militares, o qua-
mento de algodão dispersas pelo interior do estado. Em segundo dro político do Rio Grande do Norte foi marcado pela chamada “Paz
lugar vem a indústria de produtos alimentícios, em que se destacam Pública”, que significou
as usinas de açúcar da região litorânea. Seguem-se os setores de (A) a aproximação de Tarcísio Maia com a oposição no Estado,
vestuário e artefatos de tecidos e a indústria química. A extração fazendo aliança com Aluízio Alves, que estava com os direitos
de produtos minerais alcança grande importância na economia do políticos suspensos, mas muito atuante nos bastidores da po-
estado, que é o maior produtor de s al marinho do país. A produ- lítica.
ção, hoje com elevado índice de mecanização, se concentra no li- (B) a convergência dos interesses da ARENA, partido que dava
toral norte, sobretudo nos municípios de Macau, Mossoró e Areia sustentação política aos militares, e do MDB, partido da oposi-
Branca. Muito rico em minerais, o Rio Grande do Norte é também o ção, na indicação de Cortez Pereira para o governo do Estado.
maior produtor nacional de tungstênio (xelita), explorado na região (C) a aglutinação política dos partidários da ARENA/Dinarte
Mariz e MDB/Aluízio Alves, conseguida pelo governador Cortez
de Currais Novos e destinado ao mercado externo em sua quase
Pereira, a partir dos seus projetos desenvolvimentistas para o
totalidade. O estado é também produtor de petróleo (o principal
estado.
campo é o de Uburana, na plataforma continental) e novas jazidas
(D) a construção de um consenso entre as lideranças arenistas
foram descobertas no início da década de 1990. O estado dispõe
no Estado, uma vez anulada a atuação de Aluízio Alves, que
ainda de importantes ocorrências de mármore, gipsita, tantalita, teve seus direitos políticos cassados nessa época.
calcário, berilo e águas minerais.

POPULAÇÃO
População estimada [2021] ---------- 3.560.903 pessoas
População no último censo [2010] ---------- 3.168.027 pessoas
Densidade demográfica [2010] ---------- 59,99 hab/km²
Total de veículos [2021] --------- 1.444.307 veículos

Geologia e relevo
Cerca de 83% do território estadual encontram-se abaixo de
300m e 60% abaixo de 200m. Duas unidades de relevo compõem o
quadro morfológico: terras baixas e planalto. O planalto, extremida-
de setentrional da Borborema, penetra o estado pelo sul, afastan-
do-se bastante do litoral oriental, ao contrário do que ocorre nos
estados da Paraíba e de Pernambuco.

15
HISTÓRIA DO RIO GRANDE DO NORTE
2. (MPE-RN - Técnico do Ministério Público Estadual - Área Ad- 5. (Analista do Ministério Público Estadual - Contabilidade -
ministrativa - COMPERVE – 2017) Quando se analisam as relações COMPERVE - 2017 - MPE-RN) No Brasil, a instauração da Repúbli-
entre o poder central (imperial) e o poder local (provincial) durante ca, em 1889, inaugurou uma nova fase na política nacional. No Rio
o período regencial, observa-se que, no Rio Grande do Norte, esse Grande de Norte, os primeiros anos da República foram dominados
período foi caracterizado pela pela oligarquia Albuquerque Maranhão. Nas primeiras décadas des-
(A) integração entre o poder central e os políticos da província, se regime no Rio Grande do Norte,
sobretudo no espaço das Câmaras Municipais, tradicional re- (A) os novos mecanismos políticos da República abriram espa-
duto dos potentados locais. ço à consolidação dos interesses e das perspectivas de classe
(B) indicação de presidentes para a província ligados às facções dos grandes proprietários rurais e da elite comercial.
políticas norte-rio-grandenses, facilitando as relações entre o (B) as lutas de Pedro Velho contra o “jacobinismo” militar fize-
poder imperial e as elites locais. ram dele o representante republicano mais típico da corrente
(C) nomeação de políticos de fora para a presidência da provín- centralizadora e industrialista do Estado.
cia, como estratégia do poder central para assegurar a manu- (C) a crítica simultânea da ordem escravista e da forma mo-
tenção da defesa dos interesses do Rio de Janeiro. nárquica-centralizadora evidenciava o protagonismo da classe
(D) valorização da Guarda Nacional, que se tornou o principal média no movimento republicano no Estado.
espaço de integração entre o poder imperial, os presidentes da (D) a ampliação do corpo eleitoral, com a República, influiu
província e a elite local, a qual compunha esse corpo militar. decisivamente na capacidade de as classes subalternas interfe-
rirem politicamente, pondo fim à tradicional dominação pater-
3. (Analista do Ministério Público Estadual - Contabilidade - nalista dos coronéis com seus eleitores.
COMPERVE - 2017 - MPE-RN) No Rio Grande do Norte, são desen-
volvidas diversas atividades econômicas, algumas modernas, outras 6. (Analista do Ministério Público Estadual - Contabilidade -
tradicionais. Na atualidade, as atividades econômicas desenvolvi- COMPERVE - 2017 - MPE-RN)As pesquisas sobre o período colonial
das no Rio Grande do Norte e os principais municípios sedes dessas no Rio Grande do Norte têm discutido as questões referentes às
atividades são: disputas entre os povos nativos e a consolidação do domínio por-
(A) Indústria Petrolífera: Guamaré e Messias Targino; Fruticul- tuguês. Nesse contexto, os trabalhos mais recentes sobre a história
tura: Açu e Mossoró; Mineração: Caicó e Currais Novos; Casta- colonial do Rio Grande do Norte indicam que
nha de Caju: Serra do Mel e Bodó; Salineira: Areia Branca e Rio (A) as missões de aldeamento dos Tupi e dos Tarairiú, nos sécu-
do Fogo; Turismo: Natal e Portalegre. los XVII e XVIII, fracassaram como estratégias de, por meio da
(B) Indústria Petrolífera: Mossoró e Guamaré; Fruticultura: Açu catequese, integrar os indígenas no projeto colonial português.
e Ipanguaçu; Mineração: Parelhas e Currais Novos; Castanha (B) a repressão dos portugueses aos indígenas alcançou seu
de Caju: Serra do Mel e Mossoró; Salineira: Areia Branca e Ga- ponto máximo na “Guerra dos Bárbaros” (1680-1720), quando
linhos; Turismo: Natal e Parnamirim. terços militares e o bandeirante Domingos Jorge Velho extermi-
(C) Indústria Petrolífera: Mossoró e Serra Negra do Norte; Fruti- naram as populações nativas no sertão do Seridó.
cultura: Mossoró e Frutuoso Gomes; Mineração: Acari e Currais (C) os registros eclesiásticos das freguesias no Seridó eviden-
Novos; Castanha de Caju: Mossoró e Jucurutu; Salineira: Areia ciam, do último quartel do século XVIII à primeira metade do
Branca e Ouro Branco; Turismo: Natal e Martins. século XIX, a presença de índios junto a outros grupos sociais
(D) Indústria Petrolífera: Natal e Guamaré; Fruticultura: Mos- participando dos rituais cristãos: batizado, matrimônio e exé-
soró e Açu; Mineração: Parelhas e Currais Novos; Castanha de quias.
Caju: Jaçanã e Mossoró; Salineira: Macau e Ouro Branco; Turis- (D) os percursos feitos por diferentes grupos instituíram de-
mo: Natal e Caicó. marcações político-administrativas (arraiás, povoados e, poste-
riormente, vilas) e eclesiásticas (freguesias), que assinalaram
4. (Analista do Ministério Público Estadual - Contabilidade o fracasso português na conquista da terra e dos nativos nos
- COMPERVE - 2017 - MPE-RN) As economias fundadoras do Rio séculos XVI e XVII.
Grande do Norte produziram espaços, territórios e foram respon-
sáveis pelo desenvolvimento econômico e povoamento do estado. 7. (AL-RN - Técnico Legislativo – Taquigrafia - FCC – 2013) Con-
Nesse contexto, é correto afirmar: sidere:
(A) A Pecuária, primeira economia do estado, foi implantada Dizem que o cangaceiro,
na região Agreste e requereu um grande contingente de traba- valentão e corajoso,
lhadores. A atividade Algodoeira promoveu a urbanização na se arrependeu e foi salvo
região agreste do Estado. por Jesus, pai generoso.
(B) A atividade Algodoeira foi a primeira economia do Rio Gran- Mossoró guarda um mistério,
de do Norte e gerou uma forte classe política. Essa atividade foi porque no seu Cemitério
responsável pela urbanização de Caicó, Currais Novos, Ceará- Jararaca é milagroso.
-Mirim e São José do Seridó.
(C) A atividade Canavieira foi a primeira economia do estado, e
os engenhos de Cunhaú e Ferreiro Torto, seus principais repre-
sentantes. A Pecuária foi implantada no sertão, onde algumas
cidades, tais como Currais Novos e Pau dos Ferros, surgiram a
partir de fazendas.
(D) A Mineração, primeira economia do Rio Grande do Norte,
destacou-se pela exploração da scheelita. As cidades de Currais
Novos, Acari, Caicó e Parelhas foram povoadas e desenvolvidas
a partir da implantação dessa economia.

16
HISTÓRIA DO RIO GRANDE DO NORTE
Nestes versos de cordel, de autoria de Concriz, o poeta men- ______________________________________________________
ciona a figura de José Leite de Santana, cangaceiro cujo apelido era
Jararaca. Fazia ele parte do bando de Lampião, que em 1927 tentou ______________________________________________________
assaltar a cidade de Mossoró e foi violentamente rechaçado. Sobre
o episódio, é correto afirmar que Jararaca ______________________________________________________
(A) abandonou o grupo de Lampião e uniu-se ao padre Cícero,
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ajudando-o a construir templos no Cariri e em outras cidades
do interior nordestino. Morreu idoso e foi enterrado em Mos- ______________________________________________________
soró.
(B) arrependeu-se dos crimes que havia cometido e ingressou ______________________________________________________
na Ordem dos Capuchinhos. Pregava contra a violência, e con-
seguiu aliciar muitos jovens para a vida religiosa. ______________________________________________________
(C) foi preso e enterrado vivo pela polícia local. A maneira co-
varde com que foi morto acabou por guindá-lo à condição de ______________________________________________________
mártir e santo, ao qual se atribuem até hoje diversos milagres.
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(D) denunciou Lampião às autoridades municipais, como meio
de obter perdão pelos assaltos que havia cometido. Mas per- ______________________________________________________
mitiu que seu chefe fugisse antes de ser alcançado pela polícia.
(E) conseguiu escapar ao cerco que lhe fizeram as tropas poti- ______________________________________________________
guares sediadas em Mossoró, refugiando-se no cemitério local,
junto ao túmulo de um dos fundadores da cidade. ______________________________________________________

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GABARITO ______________________________________________________

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1. A ______________________________________________________
2. C ______________________________________________________
3. B
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4. C
5. A ______________________________________________________
6. C ______________________________________________________
7. C
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ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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HISTÓRIA DO RIO GRANDE DO NORTE
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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SEÇÃO II
RESOLUÇÃO Nº 31, DE 05 DE FEVEREIRO DE 2021 E DAS SESSÕES LEGISLATIVAS
ALTERAÇÕES: REGIMENTO INTERNO DA ASSEMBLEIA
LEGISLATIVA DO RIO GRANDE DO NORTE. Art. 5º A Assembleia Legislativa reunir-se-á durante as ses-
sões legislativas:
RESOLUÇÃO Nº 31, DE 05 DE FEVEREIRO DE 2021. I - ordinariamente, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de
agosto a 22 de dezembro;
Institui o Regimento Interno da Assembleia Legislativa do II - extraordinariamente, durante os recessos, que se esten-
Estado do Rio Grande do Norte. dem de 18 a 31 de julho e de 23 de dezembro a 1º de fevereiro,
quando, com este caráter, for convocada:
O PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO a) por seu Presidente, em caso de intervenção em Municí-
RIO GRANDE DO NORTE, no uso das atribuições que lhe são con- pio, ou para conhecer da renúncia do Governador ou do Vice-
feridas pelo artigo 35, inciso XX, da Constituição do Estado do -Governador, dar-lhes substituto, ou ainda para tratar de prisão
Rio Grande do Norte, FAÇO SABER que o PODER LEGISLATIVO de Deputado ou garantia de suas imunidades;
decreta e EU PROMULGO a seguinte Resolução: b) pelo Governador do Estado ou a requerimento da maioria
absoluta dos Deputados, em caso de urgência ou interesse pú-
TÍTULO I blico relevante.
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES § 1º As reuniões marcadas para as datas a que se refere o
inciso I serão transferidas para o primeiro dia útil subsequente
CAPÍTULO I quando recaírem em sábados, domingos ou feriados.
DA COMPOSIÇÃO E DA SEDE § 2º A primeira e a terceira sessões legislativas ordinárias de
cada legislatura serão precedidas de sessões preparatórias.
Art. 1º A Assembleia Legislativa é composta de Deputados, § 3º A sessão legislativa ordinária não será interrompida em
representantes do povo norte-rio-grandense, eleitos, na forma 17 de julho sem a aprovação da lei de diretrizes orçamentárias,
da lei, para mandato de 4 (quatro) anos. assim como não será encerrada em 22 de dezembro, sem a apro-
Art. 2º A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, vação do projeto de lei orçamentária para o exercício seguinte.
com sede na cidade do Natal, funciona no Palácio “José Augus- § 4º Quando convocada extraordinariamente, a Assembleia
to”. somente deliberará sobre a matéria objeto da convocação.
§ 1º No Palácio “José Augusto”, não serão realizados atos § 5º O Presidente publicará edital de convocação da sessão
estranhos à Assembleia sem autorização da Mesa. legislativa extraordinária no Diário Oficial Eletrônico, e fará co-
§ 2º Havendo motivo relevante, a Assembleia Legislativa municação aos Deputados pelos meios ao seu dispor.
poderá, por iniciativa da Mesa, com a aprovação da maioria ab-
soluta dos Deputados, reunirse em outro edifício ou em ponto SEÇÃO III
diverso no território norte-rio-grandense. DA POSSE DOS DEPUTADOS

CAPÍTULO II Art. 6º O candidato diplomado Deputado Estadual deverá


DA INSTALAÇÃO DA LEGISLATURA apresentar à Mesa, pessoalmente ou por intermédio do seu Par-
tido, até o dia 20 de janeiro do ano de instalação de cada legisla-
SEÇÃO I tura, o diploma expedido pela Justiça Eleitoral, juntamente com
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS a comunicação de seu nome parlamentar e legenda partidária,
além da declaração de bens e fontes de renda e ausência dos
Art. 3º Legislatura é o período correspondente ao mandato impedimentos previstos no art. 30 da Constituição do Estado.
parlamentar, de 4 (quatro) anos, iniciando-se em 1º de fevereiro § 1º O nome parlamentar compor-se-á, salvo quando, a juí-
do primeiro ano de mandato e terminando em 31 de janeiro do zo do Presidente, devam ser evitadas confusões, apenas de dois
quarto ano de mandato, dividida em quatro sessões legislativas, elementos: um prenome e o nome; dois nomes; ou dois preno-
uma por ano. mes.
Art. 4º No início da legislatura, a partir das 10h30min (dez § 2º Caberá à Mesa organizar a relação dos Deputados diplo-
horas e trinta minutos) do dia 1º de fevereiro, a Assembleia re- mados, em ordem alfabética e com a indicação das respectivas
unir-se-á em sessões preparatórias, destinadas à instalação da legendas partidárias, devendo ser publicada até o dia 31 de ja-
legislatura, à posse dos Deputados diplomados e à eleição da neiro, no Diário Oficial Eletrônico.
Mesa. (Redação dada pela Resolução nº 38/2021) Art. 7º No dia 1º de fevereiro do primeiro ano de cada le-
gislatura, mediante convocação do Presidente, a partir das
10h30min (dez horas e trinta minutos), em horário por ele desig-

19
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
nado, os candidatos diplomados Deputados Estaduais reunir-se- SEÇÃO IV
-ão em sessão preparatória, na sede da Assembleia Legislativa. DA ELEIÇÃO DA MESA
(Redação dada pela Resolução nº 38/2021)
§ 1º Assumirá a direção dos trabalhos o último Presidente,
se reeleito Deputado, na sua falta, qualquer membro da Mesa da Art. 10. A eleição da Mesa dar-se-á em sessão preparatória,
legislatura passada, se reeleito, segundo a ordem de precedên- no dia 1º de fevereiro, logo após a posse dos Deputados, pre-
cia dos cargos ou, finalmente, o Deputado mais idoso, dentre os ferencialmente sob a direção da Mesa da sessão anterior, para
de maior número de legislaturas. mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo
§ 2º Aberta a sessão, o Presidente convidará dois Deputa- cargo na eleição imediatamente subsequente.
dos, preferencialmente de Partidos diferentes, para servirem de Parágrafo único. Enquanto não for escolhido o Presidente,
Secretários e proclamará os nomes dos Deputados diplomados, não se procederá à apuração para os demais cargos.
constantes da relação a que se refere o § 2º do artigo anterior. Art. 11. Até o terceiro ano de cada legislatura, em data e
§ 3º Examinadas e decididas pelo Presidente as reclamações hora previamente designadas pelo Presidente, antes de inaugu-
atinentes à relação nominal dos Deputados, será tomado o com- rada a sessão legislativa e sob a direção da Mesa da sessão ante-
promisso solene dos empossados, nos seguintes termos: rior, realizar-se-á a eleição do Presidente e dos demais membros
I - De pé todos os presentes, o Presidente proferirá a se- da Mesa.
guinte declaração: “Prometo desempenhar fiel e lealmente o Parágrafo único. Enquanto não for eleito o novo Presidente,
mandato que me foi confiado, manter, defender e cumprir as dirigirá os trabalhos da Casa a Mesa da sessão legislativa ante-
Constituições da República e do Estado, observar as leis, promo- rior.
ver o bem geral do povo norte-riograndense e sustentar a união, Art. 12. Só podem concorrer à eleição para a Mesa, os De-
a integridade e a independência do Brasil, assim como a autono- putados titulares e no exercício do mandato, e desde que previa-
mia do Estado do Rio Grande do Norte”; mente registrados como candidatos.
II - O 1º Secretário fará a chamada nominal, ao que o Depu- Art. 13. A eleição dos membros da Mesa far-se-á em votação
tado levantar-se-á e, com o braço direito erguido, dirá: “Assim o por escrutínio secreto, exigida a presença da maioria absoluta
prometo”, permanecendo os demais Deputados sentados e em dos Deputados e observadas as seguintes exigências e formali-
silêncio. dades:
§ 4º O conteúdo do compromisso e o ritual de sua prestação I - registro, perante a Mesa, individualmente ou por chapa,
não poderão ser modificados; o compromissando não poderá de candidatos previamente escolhidos pelas bancadas dos Par-
apresentar, no ato, declaração oral ou escrita nem ser empossa- tidos ou Blocos
do através de procurador. Parlamentares aos cargos que lhes tenham sido atribuídos,
§ 5º O Deputado empossado posteriormente prestará o de acordo com o princípio da representação proporcional, ou de
compromisso em sessão e junto à Mesa, exceto durante período candidatos avulsos, fomentandose o registro de candidaturas fe-
de recesso da Assembleia Legislativa, quando o fará perante o mininas;
Presidente. II - chamada nominal dos Deputados para a votação;
§ 6º Salvo motivo de força maior ou enfermidade devida- III - eleição do candidato que obtiver, em primeiro escrutí-
mente comprovados, a posse dar-se-á no prazo de 30 (trinta) nio, a maioria absoluta de votos;
dias, contado: IV - realização do segundo escrutínio, com os 2 (dois) mais
I - da primeira sessão preparatória da legislatura; votados para cada cargo, com eleição por maioria simples, quan-
II - da diplomação, se eleito Deputado durante a legislatura; do, no primeiro, não se alcançar maioria absoluta;
III - da ocorrência do fato que a ensejar ou, em caso de Su- V - eleição do candidato com o maior número de legislatu-
plente de Deputado, da data da publicação da convocação na ras, em caso de empate no segundo escrutínio, e, persistindo o
Imprensa Oficial. empate, do mais idoso;
§ 7º Tendo prestado o compromisso uma vez, fica o Suplen- VI - proclamação, pelo Presidente, do resultado final e posse
te de Deputado dispensado de fazê-lo em convocações subse- imediata dos eleitos.
quentes, bem como o Deputado ao reassumir o lugar, sendo o § 1º O registro do inciso I deste artigo deverá ser apresen-
seu retorno ao exercício do mandato comunicado à Casa pelo tado após a posse dos Deputados e até o início da sessão de
Presidente. eleição, sendo assegurado tempo hábil à preparação dos proce-
§ 8º Não se considera investido no mandato de Deputado dimentos da votação.
Estadual quem deixar de prestar o compromisso nos estritos ter- § 2º No caso de impossibilidade do uso do sistema eletrô-
mos regimentais. nico de votação, far-se-á a eleição por cédulas, observados os
Art. 8º Em seguida à posse dos Deputados, o Presidente, de incisos II a V do caput deste artigo e as seguintes exigências:
forma solene e de pé, no que será acompanhado pelos presen- I - cédulas impressas, contendo cada uma somente o nome
tes, declarará instaladas a legislatura e a 1ª sessão legislativa do votado e o cargo a que concorre, embora seja um só o ato
ordinária e dará início aos trabalhos de eleição da Mesa da As- de votação para todos os cargos, ou chapa completa, desde que
sembleia. decorrente de acordo partidário;
Art. 9º O Presidente fará publicar, na Imprensa Oficial, no II - colocação, em cabina indevassável, das cédulas em so-
primeiro dia útil subsequente à posse, a relação dos Deputados brecartas que resguardem o sigilo do voto;
empossados. III - colocação das sobrecartas em 1 (uma) urna, em cima da
mesa e à vista do Plenário;
IV - acompanhamento dos trabalhos de apuração, na mesa,
por 2 (dois) Deputados indicados à Presidência por Partidos ou
Blocos Parlamentares diferentes e por candidatos avulsos;

20
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
V - o Secretário designado pelo Presidente retirará as sobre- CAPÍTULO III
cartas da urna, contá-las-á e, verificada a coincidência do seu DOS LÍDERES
número com o dos votantes, do que será cientificado o Plenário,
abri-las-á e separará as cédulas pelos cargos a preencher; Art. 18. Os Deputados são agrupados por representações
VI - leitura pelo Presidente dos nomes dos votados; partidárias ou Blocos Parlamentares, que constituem as banca-
VII - proclamação dos votos, em voz alta, por um Secretário das, cabendo-lhes escolher o Líder.
e sua anotação pelo outro, à medida que apurados; § 1º Cada Líder poderá indicar à Mesa até 2 (dois) Vice-Líde-
VIII - invalidação da cédula que não atenda ao disposto no res que constituam sua representação, para substituí-lo nas suas
inciso I deste parágrafo; faltas e impedimentos, facultada a designação de um deles como
IX - redação pelo Secretário e leitura pelo Presidente do re- Primeiro Vice-Líder.
sultado de cada eleição, na ordem decrescente dos votados; § 2º A escolha do Líder será comunicada à Mesa, no início
X - proclamação do resultado final e posse imediata dos elei- de cada legislatura, ou após a criação de Bloco Parlamentar, em
tos, pelo Presidente. documento subscrito pela maioria absoluta dos integrantes da
Art. 14. Os Deputados podem usar da palavra por até 5 (cin- representação.
co) minutos, para tratar de assunto pertinente à eleição, desde § 3º Os Líderes permanecerão no exercício de suas funções
que o façam antes de iniciada a chamada para a votação. Depois até que nova indicação seja feita pela respectiva representação.
do início da chamada, a palavra só será concedida para questão § 4º Enquanto não indicado o Líder, a Mesa assim considera-
de ordem, e até que o Presidente eleito assuma seu lugar, após o rá o Deputado mais idoso, dentre os de maior número de legis-
que só o novo Presidente poderá dirigir-se ao Plenário. laturas, procedimento que também será adotado pela Mesa em
Art. 15. Eleito e empossado o Presidente, proceder-se-á a caso de impedimento ou ausência do Líder e dos Vice-Líderes.
eleição para os demais cargos da Mesa, na mesma ou em sessão § 5º Não terá líder a bancada com apenas 1 (um) Deputado.
do dia seguinte. Art. 19. O Líder, além de outras atribuições regimentais, tem
Parágrafo único. Para a eleição dos demais cargos da Mesa, as seguintes prerrogativas:
observam-se as regras dos arts. 12, 13 e 14, e mais o seguinte: I - fazer uso da palavra, pessoalmente ou por intermédio de
I - os registros podem ser alterados, a requerimento das
integrante de sua bancada, para defesa da respectiva linha polí-
bancadas, desde que seja feita comunicação ao Presidente até 1
tica, no período das Comunicações de Lideranças;
(uma) hora após o encerramento da sessão que o elegeu; (Reda-
II - participar, pessoalmente ou por intermédio dos seus Vi-
ção dada pela Resolução nº 38/2021)
ce-Líderes, dos trabalhos de qualquer Comissão de que não seja
II - as eleições se farão com cédulas uninominais, contendo
membro, sem direito a voto, mas podendo encaminhar a vota-
a indicação do cargo a preencher;
ção ou requerer verificação desta;
III - as cédulas, para os diversos cargos, serão todas coloca-
III - indicar à Mesa os membros da bancada para compor as
das, por cada votante, numa mesma sobrecarta;
Comissões, e, a qualquer tempo, substituí-los;
IV - a apuração será única para todos os cargos, separando-
IV - encaminhar a votação de qualquer proposição sujeita à
-se as cédulas correspondentes a cada um, e assim proclaman-
do-se os resultados; deliberação do Plenário, para orientar sua bancada, por tempo
V - só para o cargo, com relação ao qual nenhum dos candi- não superior a 3 (três) minutos;
datos obtiver maioria absoluta, se fará novo escrutínio; V - usar da palavra, em qualquer fase da sessão e por tempo
VI - proclamados todos os eleitos, serão imediatamente em- não superior a 3 (três) minutos, para fazer comunicações que
possados. julgue urgentes sobre matéria de relevante interesse público;
Art. 16. Na composição da Mesa será assegurada, tanto VI - participar do Colégio de Líderes.
quanto possível, a representação proporcional dos Partidos ou Art. 20. O Governador do Estado poderá indicar 2 (dois) De-
Blocos Parlamentares que participem da Casa, bem como a par- putados para exercerem a Liderança do Governo, composta de 1
ticipação de cada sexo, os quais escolherão os respectivos can- (um) Líder e 1 (um) Vice-Líder, com as prerrogativas constantes
didatos aos cargos que, de acordo com o mesmo princípio, lhes dos incisos I, II, IV, V e VI do artigo anterior.
caiba prover, sem prejuízo de candidaturas avulsas oriundas das Parágrafo único. No exercício da prerrogativa constante no
mesmas bancadas. inciso VI do artigo anterior, o Líder do Governo não terá direito
§ 1º Se até 60 (sessenta) dias antes do término do mandato, a voto.
verificarse qualquer vaga na Mesa, será ela preenchida mediante
eleição, dentro de 5 (cinco) dias úteis, observadas as disposições CAPÍTULO IV
do artigo precedente. DOS BLOCOS PARLAMENTARES, DA MAIORIA E DA MINO-
§ 2º Ocorrida a vacância depois dessa data, a Mesa designa- RIA
rá um dos membros titulares para responder pelo cargo, obser-
vadas as regras de desempate constantes no inciso V do art. 13. Art. 21. As representações de dois ou mais Partidos, por
deliberação das respectivas bancadas, poderão constituir Bloco
SEÇÃO V Parlamentar, sob Liderança comum.
DA ABERTURA DA SESSÃO LEGISLATIVA § 1º O Bloco Parlamentar composto por, no mínimo, 1/8 (um
oitavo) dos Deputados, terá, no que couber, o mesmo tratamen-
Art. 17. Anualmente, o Presidente convocará para o dia 2 de to dispensado às representações partidárias com igual número
fevereiro, ou para o primeiro dia útil subsequente, a sessão so- de membros.
lene de abertura da Sessão Legislativa Ordinária, em horário por § 2º As Lideranças dos Partidos que se coligarem em Bloco
ele designado, oportunidade em que o Governador do Estado Parlamentar perdem suas atribuições e prerrogativas regimen-
remeter-lhe-á mensagem anual e plano de governo, lendo-as em tais.
Plenário, se assim desejar.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
§ 3º A escolha do Líder será comunicada à Mesa da Assem- § 2º Quando do afastamento temporário do Presidente, será
bleia até 3 (três) dias após a constituição do Bloco Parlamentar, escolhido um Deputado dentre os demais integrantes da Frente
em documento subscrito pela maioria absoluta dos membros da Parlamentar, que tomará a direção dos trabalhos.
respectiva bancada. § 3º Ocorrendo a vacância do cargo, será escolhido novo
§ 4º O Bloco Parlamentar tem existência circunscrita à legis- Presidente, observado o disposto no parágrafo anterior.
latura, devendo o ato de sua criação e as alterações posteriores § 4º A Frente Parlamentar reger-se-á por Regulamento Inter-
ser apresentados à Mesa para registro e publicação. no ou, na falta deste, por decisão da maioria absoluta dos seus
§ 5º Dissolvido o Bloco Parlamentar ou modificada sua com- integrantes, respeitadas as disposições legais e regimentais em
posição numérica, será revista a participação das representações vigor.
partidárias ou dos Blocos nas comissões, para o fim de redistri- Art. 27. A composição das Frentes Parlamentares será pluri-
buição de lugares, consoante o princípio da proporcionalidade partidária, ficando assegurado a todos os Deputados o direito de
partidária. integrar, bem como se desligar das mesmas, mediante requeri-
§ 6º A agremiação integrante de Bloco Parlamentar não po- mento ao respectivo Presidente.
derá fazer parte de outro concomitantemente. § 1º O Deputado poderá aderir a, no máximo, 3 (três) Fren-
Art. 22. Constitui a Maioria o Partido ou Bloco Parlamentar tes Parlamentares.
integrado pela maioria absoluta dos membros da Casa, conside- § 2º É vedado a qualquer membro da Frente Parlamentar
rando-se Minoria a representação imediatamente inferior que, usufruir ou perceber quaisquer tipos de remuneração ou vanta-
em relação ao Governo, expresse posição diversa da Maioria. gem financeira decorrente de sua participação.
§ 1º Uma vez constituída a Maioria, esta terá o prazo de até § 3º Além dos Deputados, poderão participar da Frente Par-
setenta e duas horas para informar à Mesa sua posição em re- lamentar, representantes de entidades públicas e privadas envol-
lação ao Governo, sob pena de inaplicabilidade do disposto nos vidas com os objetivos da Frente, na condição de colaboradores.
arts. 18 a 21. Art. 28. É vedada a criação de Frente Parlamentar com deno-
§ 2º Se nenhuma representação atingir a maioria absoluta, minação ou objeto igual ou semelhante ao de outra em funcio-
assume as funções regimentais e constitucionais da Maioria o namento na Assembleia Legislativa.
Partido ou Bloco Art. 29. Ao final de cada sessão legislativa será entregue ao
Parlamentar que tiver o maior número de Deputados. Presidente da Assembleia um relatório das atividades desenvol-
§ 3º As Lideranças da Maioria e da Minoria são constituídas vidas pela Frente
segundo os preceitos deste Regimento aplicáveis à bancada e ao Parlamentar, que, juntamente com os Deputados integran-
Bloco Parlamentar. tes desta, tomará as providências cabíveis para sua divulgação.
§ 4º Os líderes da Maioria e da Minoria indicarão até 2 (dois) Art. 30. Compete à Mesa adotar as providências necessárias
vicelíderes, cada, para substituí-los nas faltas e impedimentos. à implementação das medidas cabíveis para o assessoramento
Art. 23. O Deputado que se desvincular de sua bancada técnico das Frentes Parlamentares.
perde, para todos os efeitos regimentais, o direito a cargos e Art. 31. As Frentes Parlamentares registradas na forma do
funções que ocupar em razão da mesma, exceto em relação aos ato da Mesa poderão requerer a utilização de espaço físico da
cargos da Mesa. Assembleia Legislativa para a realização de reuniões, o que po-
derá ser deferido, a critério da Mesa, desde que não interfira no
CAPÍTULO V andamento dos trabalhos da Casa e não implique em contrata-
DAS FRENTES PARLAMENTARES ção de pessoal.

Art. 24. No âmbito da Assembleia Legislativa poderá ser TÍTULO II


constituída “Frente Parlamentar”, associação suprapartidária, DOS ÓRGÃOS DA ASSEMBLEIA
destinada a promover o aprimoramento de legislação estadual
e de políticas públicas sobre determinado setor da sociedade. CAPÍTULO I
§ 1º Poderão funcionar concomitantemente em cada legis- DO PLENÁRIO
latura, no máximo, o dobro do número de Comissões Permanen-
tes. Art. 32. O Plenário, composto por todos os Deputados, exer-
§ 2º As Frentes Parlamentares não poderão versar sobre ma- ce com exclusividade a função legislativa da Assembleia, exceto
téria objeto das Comissões Permanentes. nos casos em que este Regimento atribui tal competência às Co-
Art. 25. A constituição das Frentes Parlamentares dar-se-á missões.
por ato da Mesa, mediante requerimento, subscrito por, no mí-
nimo, 5 (cinco) Deputados, aprovado pelo Plenário. CAPÍTULO II
§ 1º Poderão funcionar concomitantemente, no máximo, 2 DA MESA
(duas) Frentes Parlamentares propostas pelo mesmo Deputado.
§ 2º As Frentes Parlamentares serão extintas ao final de SEÇÃO I
cada legislatura, ou, a qualquer tempo, por decisão unânime de DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
seus integrantes, mediante comunicação à Mesa.
Art. 26. A direção dos trabalhos de cada Frente Parlamentar
será exercida por seu Presidente, que será o primeiro Deputado Art. 33. À Mesa incumbe a direção dos trabalhos legislativos
subscritor do requerimento que lhe deu origem. e dos serviços administrativos da Casa.
§ 1º O Presidente da Frente Parlamentar manter-se-á no car- § 1º A Mesa compõe-se de Presidência e de Secretaria, cons-
go até a extinção desta. tituindose, a primeira, do Presidente e de dois Vice-Presidentes
e, a segunda, de quatro Secretários.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
§ 2º A Mesa reunir-se-á, ordinariamente, às segundas-feiras, XVIII - tomar a iniciativa de propor à Assembleia projeto de
em horário prefixado pelo Presidente, e, extraordinariamente, lei para a fixação da remuneração dos servidores de seu quadro
sempre que convocada por este ou pela maioria absoluta de de pessoal, observados os parâmetros estabelecidos na lei de
seus membros, a fim de deliberar, por maioria de votos, sobre diretrizes orçamentárias;
assuntos de sua competência, presente a maioria absoluta. XIX - prover os cargos e funções dos serviços administrati-
§ 3º Em caso de empate nas deliberações, desempatará o vos da Assembleia, bem como conceder licença, aposentadoria
Presidente. e vantagens devidas aos servidores, colocá-los em disponibilida-
§ 4º Perderá o lugar o membro da Mesa que deixar de com- de, aplicar-lhes penalidades ou demiti-los;
parecer a 5 (cinco) reuniões ordinárias consecutivas, sem causa XX - aprovar a proposta orçamentária da Assembleia e enca-
justificada. minhála ao Poder Executivo;
§ 5º Enquanto não eleita a nova Mesa no início da terceira XXI - encaminhar ao Poder Executivo as solicitações de crédi-
sessão legislativa ordinária, o mandato da Mesa anterior ficará tos adicionais necessários ao seu funcionamento;
prorrogado. XXII - autorizar a assinatura de convênios e de contratos de
§ 6º As funções da Mesa não se interrompem durante os prestação de serviços;
recessos parlamentares. XXIII - aprovar o orçamento analítico da Assembleia;
Art. 34. Compete à Mesa, dentre outras atribuições estabe- XXIV - autorizar licitações, dispensá-las, quando autorizada
lecidas na Constituição Estadual, em lei, neste Regimento ou por por lei, homologar seus resultados e aprovar o calendário de
resolução da Assembleia Legislativa, ou delas implicitamente re- compras;
sultantes: XXV - encaminhar ao Tribunal de Contas do Estado a presta-
I - dirigir todos os serviços da Casa durante as sessões legis- ção de contas da Assembleia em cada exercício financeiro;
lativas e nos seus interregnos e tomar as providências necessá- XXVI - requisitar o reforço policial, nos termos do art. 361;
rias à regularidade dos trabalhos legislativos; XXVII - determinar a autuação, tramitação e realizar o jul-
II - promulgar emendas à Constituição do Estado; gamento de investigações preliminares, bem como a abertura,
III - dar parecer em todas as proposições que interessem aos tramitação e julgamento de sindicâncias e processos adminis-
serviços administrativos da Assembleia, ou alterem este Regi- trativos disciplinares, nos termos da Resolução nº 92, de 12 de
mento, sem prejuízo dos pareceres das Comissões Permanentes; dezembro de 2017;
IV - conferir aos seus membros atribuições ou encargos refe- XXVIII - julgar os processos administrativos nas matérias de
rentes aos serviços legislativos e administrativos da Casa; sua atribuição, na forma regulamentada por ato próprio;
V - conceder licença aos Deputados;
XXIX - requisitar servidores da administração pública direta,
VI - aplicar penalidades aos Deputados, nos limites da com-
indireta ou fundacional para quaisquer de seus serviços;
petência estabelecida neste Regimento, e representar ao Plená-
XXX - estabelecer os limites de competência para as autori-
rio quando a imposição da pena for da competência deste;
zações de despesa;
VII - declarar a perda de mandato de Deputado;
XXXI - propor, privativamente, projeto de resolução que vise
VIII - encaminhar pedidos de informações ao Poder Execu-
a criação de títulos e honrarias pessoais;
tivo, apurando, de ofício, a responsabilidade pelo não atendi-
XXXII - exercer outras atribuições previstas na Constituição
mento;
do Estado, em lei ou neste Regimento.
IX - dirigir todos os serviços administrativos da Assembleia;
Parágrafo único. Em caso de matéria inadiável, poderá o Pre-
X - dar conhecimento ao Plenário, na última sessão ordinária
do ano, de todas as atividades realizadas; sidente, ou quem o estiver substituindo, decidir, ad referendum
XI - propor ação de inconstitucionalidade, por iniciativa pró- da Mesa, sobre assunto de competência desta.
pria ou a requerimento de qualquer Deputado;
XII - fixar diretrizes para a divulgação dos trabalhos da Casa; SEÇÃO II
XIII - adotar medidas adequadas para a promoção e valori- DA PRESIDÊNCIA
zação do Poder Legislativo e resguardo de seu conceito perante
a opinião pública;
XIV - adotar as providências cabíveis para a defesa judicial Art. 35. O Presidente é o representante da Assembleia quan-
e extrajudicial de Deputado contra a ameaça ou a prática de ato do ela se pronuncia coletivamente e o supervisor dos seus traba-
atentatório ao livre exercício e às prerrogativas constitucionais lhos e da sua ordem, nos termos deste Regimento.
do mandato parlamentar; § 1º O cargo de Presidente é privativo de brasileiro nato.
XV - fixar, ouvido o Colégio de Líderes, o número de Depu- (Redação dada pela Resolução nº 38/2021)
tados em cada Comissão, e a participação por Partido ou Bloco § 2º O Presidente só se dirigirá ao Plenário da cadeira pre-
Parlamentar; sidencial, não lhe sendo lícito dialogar com os Deputados em
XVI - promover ou adotar as providências necessárias para sessão, nem os apartear, podendo interrompê-los para:
cumprimento de decisão judicial tomada em decorrência da alí- I - comunicações importantes;
nea “g” do inciso I - do art. 71 e seu § 4º, da Constituição do II - adverti-los quanto à observância do Regimento;
Estado, quando se tratar de atribuição de sua alçada ou da com- III - deliberação acerca da prorrogação da sessão ou da Or-
petência legislativa da Assembleia; dem do Dia;
XVII - propor, privativamente, à Assembleia Legislativa pro- IV - prestar esclarecimentos que interessem à boa ordem
posições dispondo sobre sua organização, funcionamento, polí- dos trabalhos;
cia e serviços administrativos, regime jurídico do pessoal, cria- V - cumprimento do § 6º do art. 245. (Redação acrescida
ção, transformação ou extinção de cargos, empregos e funções pela Resolução nº 38/2021)
e fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
§ 3º O Presidente deixará a cadeira presidencial sempre que XXVII - desempatar as votações, quando ostensivas, não se
queira, como Deputado, participar das discussões, e não a reas- computando o voto de desempate para obtenção de maioria
sumirá enquanto não se encerrar a votação da matéria que se qualificada exigida pela Constituição ou por este Regimento;
propôs debater. (Redação acrescida pela Resolução nº 38/2021) XXVIII - permitir que sejam irradiados, gravados, filmados ou
Art. 36. São atribuições do Presidente, além das que estão televisados os trabalhos da Assembleia.
expressas neste Regimento, ou decorram da natureza de suas XXIX - disponibilizar as atas no sistema eletrônico. (Redação
funções e prerrogativas: acrescida pela Resolução nº 38/2021)
§ 1º Quanto às sessões da Assembleia: § 2º Quanto às proposições:
I - presidi-las e manter a ordem; I - distribuí-las às Comissões, no prazo de 5 (cinco) dias, a
II - conceder a palavra aos Deputados; contar da leitura do expediente;
III - advertir o orador ou o aparteante quanto ao tempo de II - dar destino às conclusões e pareceres das Comissões Es-
que dispõe, não permitindo que ultrapasse o tempo regimental; peciais e de Inquérito;
IV - convidar o orador a declarar, quando for o caso, se irá III - anunciar, logo após a votação, ou o transcurso do prazo
falar a favor da proposição ou contra ela; recursal, o destino a ser dado às proposições aprovadas ou re-
V - interromper o orador que se desviar da questão ou falar jeitadas;
do vencido, advertindo-o, e, em caso de insistência, retirar-lhe IV - determinar a leitura de qualquer proposição no expe-
a palavra; diente, após o seu recebimento;
VI - nomear Comissão Especial, nos casos permitidos por V - fazer o juízo de prelibação dos pedidos de instalação de
este Regimento; processo nos crimes de responsabilidade das autoridades descri-
VII - determinar que discurso, ou parte dele, que contrarie tas no Capítulo VI do Título V deste Regimento;
o Regimento, não conste da ata, nem do apanhamento taqui- VI - despachar requerimentos;
gráfico; VII - determinar o seu arquivamento ou desarquivamen-
VIII - convidar o Deputado a retirar-se do recinto do Plená- to, nos termos regimentais; (Redação dada pela Resolução nº
rio, quando perturbar a ordem; 38/2021)
IX - suspender ou encerrar a sessão, quando necessário; VIII - velar pelo cumprimento dos prazos regimentais de tra-
X - impedir que os assistentes se manifestem durante as ses- mitação; (Redação dada pela Resolução nº 38/2021)
sões, evacuando a assistência quando preciso; IX - devolver ao Autor a proposição que incorra no disposto
XI - autorizar a publicação de informações ou documentos no § 1º do art. 227; (Redação dada pela Resolução nº 38/2021)
em inteiro teor, em resumo ou apenas mediante referência na X - apensar uma proposição a outra que trate de idêntica
ata; matéria, tendo prioridade a mais antiga sobre a mais recente, e,
XII - determinar o destino do expediente lido; em caso de coincidir o dia de registro do protocolo de entrada
XIII - designar oradores para as sessões solenes e homena- da proposição, a mais sobre a menos abrangente; (Redação dada
gens; pela Resolução nº 38/2021)
XIV - marcar data para comparecimento de Secretários de XI - assinar os autógrafos das proposições aprovadas pela
Estado, Procurador-Geral ou Comandante da Polícia Militar ao Assembleia Legislativa e encaminhá-los ao Poder Executivo; (Re-
Plenário, por convocação da Assembleia ou iniciativa própria; dação dada pela Resolução nº 38/2021)
XV - decidir as questões de ordem e as reclamações; XII - incluí-las na Ordem do Dia, quando expirado o prazo
XVI - anunciar a Ordem do Dia; para o parecer nas Comissões. (Redação acrescida pela Resolu-
XVII - anunciar o número de Deputados presentes: ção nº 38/2021)
a) no início da sessão; § 3º Quanto às Comissões:
b) no início da Ordem do Dia; I - designar seus membros titulares e suplentes mediante
c) imediatamente antes do encerramento da sessão; comunicação dos Líderes, ou independentemente desta, se expi-
XVIII - ordenar, em qualquer fase dos trabalhos, quando jul- rado o prazo fixado, consoante o § 1º do art. 59;
gar necessário ou em face de requerimento formulado por De- II - declarar a perda de lugar, nos termos regimentais;
putado, a verificação de presença; III - designar Deputado para oferecer parecer oral em substi-
XIX - propor a transformação da sessão pública em secreta; tuição à Comissão, quando esta não o fizer no prazo regimental,
(Redação dada pela Resolução nº 38/2021) nem o designar o Presidente da Comissão faltosa, ou no caso do
XX - retirar matéria da pauta para cumprimento de despa- inciso IV do § 7º do art. 42;
cho, correção de erro ou omissão, ou para sanar falhas da instru- IV - convidar o Relator, ou outro membro da Comissão, para
ção; (Redação dada pela Resolução nº 38/2021) esclarecimento de parecer;
XXI - anunciar a pauta da Ordem do Dia, sempre com ante- V - convocar as Comissões Permanentes para a eleição dos
cedência de 1 (um) dia; respectivos Presidentes e Vice-Presidentes, em dia e hora que
XXII - anunciar o resultado da votação e declarar a prejudi- designar;
cialidade; VI - julgar recurso contra decisão de Presidente de Comissão
XXIII - organizar, ouvido o Colégio de Líderes, a agenda com em questão de ordem.
a previsão das proposições a serem apreciadas, para distribuição VII - propor ao Plenário a constituição de Comissão de repre-
aos Deputados; sentação externa da Assembleia. (Redação acrescida pela Reso-
XXIV - convocar as sessões ordinárias, extraordinárias ou so- lução nº 38/2021)
lenes, sempre com antecedência de 1 (um) dia; § 4º Quanto à Mesa:
XXV - fazer ao Plenário, em qualquer momento, comunica- I - presidir suas reuniões;
ção do interesse da Assembleia ou do Estado; II - tomar parte nas discussões e deliberações, com direito
XXVI - votar, como qualquer Deputado; a voto;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
III - distribuir a matéria que dependa de parecer; XVI - autorizar as despesas, sendo por elas responsável nos
IV - executar as suas decisões, quando tal incumbência não termos da lei;
seja atribuída a outro membro. XVII - avocar a representação da Assembleia quando se trate
§ 5º Quanto às publicações e à divulgação: de atos e cerimônias de especial relevância, ou designar Deputa-
I - determinar a publicação, no Diário Oficial Eletrônico da do para representá-la;
Assembleia, de matéria referente à Casa; XVIII - indicar Deputados para compor o Conselho de Ética e
II - não permitir a publicação de pronunciamento ou expres- Decoro Parlamentar, nos termos do § 1º do art. 53;
sões atentatórias do decoro parlamentar; XIX - cumprir e fazer cumprir o Regimento. (Redação dada
III - tomar conhecimento das matérias pertinentes à Assem- pela Resolução nº 38/2021)
bleia a serem divulgadas pelos seus meios de comunicação ofi- Art. 37. Quando se tratar de matéria de iniciativa do Presi-
ciais; dente na condição de Deputado ou quando pretenda tomar par-
IV - divulgar as decisões do Plenário, das reuniões da Mesa, te em qualquer discussão, o Presidente transmitirá a presidência
do Colégio de Líderes, das Comissões e dos Presidentes das Co- ao seu substituto, e não a reassumirá enquanto se debater a ma-
missões. téria que se propôs discutir ou da qual seja Autor.
§ 6º Quanto à sua competência geral, dentre outras: Art. 38. O Presidente poderá delegar aos Vice-Presidentes
I - substituir, nos termos dos arts. 60 e 61 e da Constituição competência que lhe seja própria.
Estadual, o Governador do Estado; Art. 39. Aos Vice-Presidentes, segundo sua numeração or-
II - decidir sobre a convocação extraordinária da Assembleia dinal, incumbe substituir o Presidente em suas ausências ou im-
Legislativa, em caso de urgência, interesse público relevante ou pedimentos.
nos termos previstos na Constituição Estadual; Parágrafo único. À hora do início dos trabalhos das sessões,
III - dar posse aos Deputados, na conformidade do art. 7º; não se encontrando presente o Presidente, será substituído,
IV - conceder licença aos Deputados; sucessivamente, pelos Vice-Presidentes e Secretários, ou, final-
V - justificar ausências e aplicar penalidades a Deputados, mente, pelo Deputado mais idoso, dentre os de maior número
tudo nos limites da competência que lhe atribui este Regimento; de legislaturas.
VI - convocar suplentes;
VII - declarar a vacância do mandato nos casos de falecimen- SEÇÃO III
to ou renúncia de Deputado; DA SECRETARIA
VIII - zelar pelo prestígio e decoro da Assembleia, bem como
pela dignidade e respeito às prerrogativas constitucionais de
seus membros, em todo o território estadual; Art. 40. Os Secretários terão as designações de Primeiro, Se-
IX - dirigir, com suprema autoridade, a polícia da Assembleia; gundo, Terceiro e Quarto, competindo:
X - convocar e reunir, periodicamente, sob sua presidência, I - ao Primeiro Secretário:
os Líderes e os Presidentes das Comissões Permanentes para a) ler em Plenário o resumo da correspondência recebida
avaliação dos trabalhos da Casa, exame das matérias em trâmite pela Assembleia, despachando-a;
e adoção das providências julgadas necessárias ao bom anda- b) ler em Plenário, na íntegra, as mensagens e os ofícios re-
mento das atividades legislativas e administrativas; cebidos dos demais Poderes do Estado, bem como do Tribunal
XI - autorizar, por si ou mediante delegação, a realização de de Contas e do Procurador-Geral de Justiça, e a súmula das pro-
conferências, exposições, palestras ou seminários no edifício da posições em geral;
Assembleia, e fixar-lhes data, local e horário, ressalvada a com- c) assinar a correspondência da Assembleia, exceto aque-
petência das Comissões; la que deva ser assinada pelo Presidente, e fornecer certidões
XII - promulgar as leis, nas hipóteses do § 7º do art. 49 da sobre matéria legislativa em trâmite ou constante do arquivo,
Constituição do Estado, os decretos legislativos e as resoluções visando as de caráter administrativo;
da Assembleia, bem como assinar os atos da Mesa; d) supervisionar a elaboração das atas e revisá-las; (Redação
XIII - deliberar ad referendum da Mesa, nos termos do pará- dada pela Resolução nº 38/2021)
grafo único do art. 34; e) receber a correspondência dirigida à Assembleia, toman-
XIV - assinar a correspondência da Assembleia dirigida ao do as providências dela decorrentes;
Governador e Vice-Governador do Estado, Presidente do Tri- f) proceder à chamada dos Deputados para a votação ou
bunal de Justiça, Presidente do Tribunal de Contas do Estado, verificação de quórum, depois da determinação do Presidente;
Defensor Público-Geral do Estado, Procurador-Geral de Justiça, g) comunicar ao Presidente o resultado da chamada;
Presidente e Vice-Presidente da República, aos Presidentes do h) assinar a lista de resultado de votação, com a indicação
Senado Federal, da Câmara dos Deputados, do Supremo Tribu- dos votos e das ausências;
nal Federal, dos Tribunais Superiores da União, inclusive o Tribu- i) certificar nos autos as deliberações do Plenário e os des-
nal de Contas, ao Presidente do Tribunal Regional Eleitoral, ao pachos orais do Presidente;
Procurador-Geral da República, aos Governadores de Estado, do j) ter sob sua guarda cópia de todas as proposições em cur-
Distrito Federal e de Território, aos Presidentes de Assembleias so;
Legislativas, aos Chefes de Governos estrangeiros e seus repre- k) superintender os serviços administrativos da Assembleia;
sentantes no Brasil, e às autoridades judiciárias, em resposta a l) exercer todas as atribuições administrativas não reserva-
pedidos de informações sobre assuntos pertinentes à Assem- das à Mesa ou ao Presidente por este Regimento, podendo dele-
bleia, no curso de feitos judiciais; gar competência ao Diretor-Geral da Assembleia;
XV - dar o devido encaminhamento aos documentos recebi- m) dar posse aos servidores da Assembleia;
dos pela Assembleia; n) fazer a leitura de documentos em sessão, quando deter-
minado pelo Presidente;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
II - ao Segundo Secretário: I - exigências e formalidades decorrentes de imperativo
a) conferir as atas das sessões disponibilizadas no sistema constitucional;
eletrônico, verificando sua validação e as assinaturas eletrônicas II - leitura, no expediente, da proposição, observada a exce-
dos Deputados presentes na sessão; ção prevista no § 1º do art. 223;
b) fazer elaborar as atas das reuniões da Mesa, assinando-as III - disponibilização da proposição principal e emendas no
com os demais membros e fazendo-as publicar; sistema eletrônico antes da inclusão na Ordem do Dia;
c) encaminhar à publicação no Diário Oficial Eletrônico as IV - parecer oral, em substituição ao das Comissões, emitido
matérias que devam ter tal destinação; em Plenário por um único Deputado designado pelo Presidente;
d) redigir as atas das sessões secretas, cuidando pelo res- V - anúncio da inclusão da matéria na pauta da Ordem do
guardo de todos os documentos pertinentes às matérias discuti- Dia com antecedência de, pelo menos 1 (um) dia, e convocação
das e votadas em tais sessões; de sessão extraordinária, com a mesma antecedência.
e) auxiliar o Primeiro Secretário em suas atribuições; § 8º Quando deliberar acerca da matéria prevista nos incisos
f) organizar os anais da Assembleia. III e V do caput deste artigo, as decisões do Colégio de Líderes
Art. 41. Os Secretários substituir-se-ão conforme sua nume- devem ser tomadas por unanimidade de votos, presentes todos
ração ordinal e, nessa ordem, substituirão o Presidente nas fal- os seus membros.
tas e impedimentos dos Vice-Presidentes. § 9º O Presidente, na primeira oportunidade, comunicará ao
§ 1º Durante as sessões, ausentes os membros da Mesa, o Plenário as decisões do Colégio de Líderes.
Presidente convidará quaisquer Deputados para substituí-los.
§ 2º Os Secretários não poderão usar da palavra ao integra- CAPÍTULO IV
rem a Mesa, senão para a chamada dos Deputados ou para a lei- DA PROCURADORIA ESPECIAL DA MULHER
tura do expediente, atas e documentos, depois da determinação
do Presidente. Art. 43. Fica criada a Procuradoria Especial da Mulher, for-
mada por Procuradoras Deputadas.
CAPÍTULO III Parágrafo único. A Procuradoria Especial da Mulher consti-
DO COLÉGIO DE LÍDERES tui órgão independente, formado por Procuradoras Deputadas,
e contará com o suporte técnico de toda a estrutura da Assem-
Art. 42. O Presidente da Assembleia, os Líderes da Maioria, bleia.
da Minoria e das bancadas constituem o Colégio de Líderes, ao Art. 44. A Procuradoria Especial da Mulher será constituída
qual compete: de 1 (uma) Procuradora da Mulher e de até 2 (duas) Procurado-
I - opinar sobre a fixação do número de membros de cada ras Adjuntas, designadas pelo Presidente da Assembleia e eleitas
Comissão, bem como sobre a representação das bancadas nas pela bancada feminina, a cada 2 (dois) anos, no início da sessão
diversas Comissões; legislativa.
II - estabelecer entendimentos políticos entre as bancadas, Parágrafo único. As Procuradoras Adjuntas terão a designa-
sem prejuízo da competência legislativa do Plenário e das Co- ção de Primeira e Segunda e, nessa ordem, substituirão a Procu-
missões; radora Especial da Mulher em seus impedimentos e colaborarão
III - dispensar exigências e formalidades regimentais para no cumprimento das atribuições da procuradoria.
agilizar a tramitação das proposições; Art. 45. Compete à Procuradoria Especial da Mulher:
IV - aprovar manifestação de pesar, regozijo, congratulações, I - zelar pela defesa dos direitos da mulher;
apoio ou repúdio a acontecimento de relevante importância II - incentivar a participação das parlamentares em suas
para o País, o Estado, ou seus Municípios. ações e participações nos trabalhos legislativos e na administra-
V - reduzir o prazo estabelecido no inciso III do art. 106 e no ção da Casa;
§ 2º do III - receber, examinar e encaminhar aos órgãos competen-
Art. 236. § 1º Os Líderes de Partidos com até 2 (dois) Depu- tes as denúncias de violência e discriminação contra a mulher;
tados, ou de Partidos que participem de Bloco Parlamentar e o IV - sugerir, fiscalizar e acompanhar a execução de progra-
Líder do Governo terão direito a voz, mas não a voto, no Colégio mas do governo estadual que visem à promoção da igualdade de
de Líderes. gênero, assim como a implementação de campanhas educativas
§ 2º Sempre que possível, as deliberações do Colégio de Lí- e antidiscriminatórias de âmbito regional;
deres serão tomadas mediante consenso entre seus integrantes; V - cooperar com organismos nacionais e internacionais, pú-
quando isto não for possível, prevalecerá o critério da maioria de blicos e privados, voltados à implementação de políticas para as
votos de seus membros, presente a maioria absoluta. mulheres;
§ 3º É necessária a presença do Líder no momento da vota- VI - promover audiências públicas, pesquisas e estudos so-
ção para a contabilização do seu voto. bre violência e discriminação contra a mulher, bem como sobre
§ 4º O Colégio de Líderes reunir-se-á, quinzenalmente, às a participação política da mulher;
segundasfeiras, após a reunião da Mesa, em horário prefixado VII - auxiliar as Comissões da Casa na discussão de propo-
pelo Presidente, e, extraordinariamente, sempre que convocado sições que tratem, no mérito, de direito relativo à mulher ou à
por este ou pela maioria absoluta de seus membros. família.
§ 5º O Colégio de Líderes será presidido pelo Presidente da Art. 46. Toda iniciativa provocada ou implementada pela
Assembleia. Procuradoria Especial da Mulher terá ampla divulgação pelo ór-
§ 6º Em virtude de Reunião do Colégio de Líderes a Ordem gão de comunicação da Assembleia Legislativa.
do Dia não poderá ser adiada, suspensa ou prorrogada. Art. 47. A suplente de deputada que assumir o mandato em
§ 7º O Colégio de Líderes, ao exercer a competência prevista caráter provisório não poderá ser escolhida para Procuradora Es-
no inciso III deste artigo, não poderá dispensar: pecial da Mulher ou Procuradora Adjunta.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
CAPÍTULO V II - que tenha recebido, na legislatura, penalidade disciplinar
DA PROCURADORIA-GERAL de suspensão de prerrogativa regimental ou de suspensão tem-
porária do exercício do mandato, da qual se tenha o registro nos
Art. 48. A Procuradoria-Geral, além das atribuições previstas anais ou arquivos da Casa;
no art. 43-A, da Constituição Estadual, tem competência para se III - que compõe a Mesa.
manifestar, por solicitação da Mesa, sobre proposições legislati- § 5º O recebimento de representação contra membro da Co-
vas de elaboração complexa ou tramitação especial, elaborando missão por infringência dos preceitos estabelecidos por este Re-
estudos, notas explicativas, pareceres e outras informações do gimento e pelo Código de Ética e Decoro Parlamentar, com prova
interesse da Assembleia. inequívoca da veracidade da acusação, constitui causa para seu
Art. 49. A Procuradoria-Geral promoverá a defesa judicial e imediato afastamento, determinado de ofício pelo Presidente da
extrajudicial da Assembleia, de seus órgãos e membros, quan- Assembleia, perdurando até a decisão final sobre o caso, sendo
do atingidos em sua honra ou imagem, bem como em caso de automaticamente convocado o suplente para compor a Comis-
ameaça ou prática de ato atentatório ao livre exercício das prer- são.
rogativas constitucionais do mandato parlamentar ou das suas § 6º Os membros do Conselho deverão, sob pena de ime-
funções institucionais. diato desligamento e substituição, e ainda de outras cominações
Art. 50. A Procuradoria-Geral terá a sua composição e orga- legais e regimentais, observar a discrição e o sigilo inerentes à
nização estabelecidas em resolução específica, de iniciativa da natureza de sua função.
Mesa. § 7º Será automaticamente desligado do Conselho o mem-
Parágrafo único. O funcionamento da Procuradoria-Geral e bro que injustificadamente não comparecer a 3 (três) reuniões
as demais competências serão regulamentadas pelo seu Regi- consecutivas ou 5 (cinco) alternadas, durante a sessão legisla-
mento Interno, disciplinado por resolução, a ser elaborado pelo tiva, salvo licença nos termos do art. 340 ou missão autorizada
Colégio da Procuradoria e submetido ao Plenário. pela Mesa.
Art. 51. As Comissões, por intermédio da Mesa da Assem- Art. 54. A Mesa apresentará projeto de resolução instituindo
bleia, poderão, sempre que necessário, solicitar pronunciamen- o Código de Ética e Decoro Parlamentar, no prazo de 120 (cento
to da Procuradoria Geral. e vinte) dias, a contar da publicação deste Regimento.
Parágrafo único. Ao receber a solicitação da Mesa, a Procu- § 1º O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar poderá ofe-
radoria Geral terá o prazo fixado por esta, de até 3 (três) reu- recer à apreciação da Mesa proposta de reformulação do Código
niões ordinárias, para entregar-lhe o estudo, salvo se a proposi- mencionado no caput deste artigo e eventuais alterações pos-
ção tiver caráter de urgência, caso em que o prazo será reduzido, teriores que se fizerem necessárias ao exercício de sua compe-
nos termos do seu Regimento Interno. tência.
Art. 52. O Procurador-Geral será designado pela Mesa, por § 2º Enquanto não aprovado o Código de Ética e Decoro Par-
indicação do Presidente da Assembleia, e suas atribuições serão lamentar, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar observará,
disciplinadas na forma do seu Regimento Interno. quanto à organização interna e à ordem de seus trabalhos, as
disposições regimentais relativas ao funcionamento das Comis-
CAPÍTULO VI sões.
DO CONSELHO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR
CAPÍTULO VII
Art. 53. O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar é o órgão DAS COMISSÕES
da Assembleia Legislativa competente para examinar as condu-
tas dos Deputados no exercício do mandato, os preceitos regi- SEÇÃO I
mentais, legais e constitucionais a eles aplicáveis, atuando no DISPOSIÇÕES GERAIS
sentido de zelar pela observância dos preceitos deste Regimento
Interno, na preservação da dignidade do mandato parlamentar
no Poder Legislativo, agindo independentemente de provoca- Art. 55. As Comissões da Assembleia são:
ção, nos termos do Código de Ética e Decoro Parlamentar, que I - Permanentes, as que subsistem através das legislaturas,
integrará este Regimento. com caráter técnico-legislativo ou especializado, tendo por fi-
§ 1º O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar será consti- nalidade apreciar os assuntos ou proposições submetidos a seu
tuído por 5 (cinco) deputados, sendo 3 (três) titulares e 2 (dois) exame e sobre eles deliberar, assim como exercer o acompanha-
suplentes, todos indicados pelo Presidente da Assembleia, es- mento dos planos e programas governamentais e a fiscalização
colhidos no início da primeira e terceira sessões legislativas, os orçamentária do Estado, no âmbito dos respectivos campos te-
quais serão submetidos à referendo da Mesa, para mandato de máticos e áreas de atuação;
2 (dois) anos, coincidente com o da Mesa. II - Temporárias, as constituídas com finalidade especial, que
§ 2º Na constituição do Conselho assegurar-se-á, tanto se extinguem ao término da legislatura, ou quando alcançado o
quanto possível, a representação proporcional dos Partidos e fim a que se destinam ou expirado o prazo de sua duração.
dos Blocos Parlamentares que participem da Casa. Art. 56. Os membros efetivos e suplentes das Comissões se-
§ 3º O ato de nomeação dos membros do Conselho será lido rão nomeados pelo Presidente da Assembleia, por indicação dos
em Plenário e publicado no Diário Oficial Eletrônico, designando Líderes de bancada ou Bloco Parlamentar.
o Presidente, desde já, dia e hora para a reunião de eleição do
Presidente e Vice-Presidente.
§ 4º Não poderá ser membro do Conselho o Deputado:
I - submetido a processo disciplinar em curso, por ato aten-
tatório ao decoro parlamentar ou com este incompatível;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
SEÇÃO II § 7º Se houver vaga em qualquer Comissão depois de apli-
DAS COMISSÕES PERMANENTES cado o quociente partidário, serão elas destinadas às bancadas,
segundo a mesma ordem anteriormente estabelecida, de acordo
com os respectivos quocientes partidários, incluídas as frações,
SUBSEÇÃO I do maior para o menor, e sucessivamente.
DA COMPOSIÇÃO E INSTALAÇÃO § 8º No caso do parágrafo anterior, concorrem todas as ban-
cadas, inclusive as que já têm representação na Comissão, desde
que ainda tenham Deputados desimpedidos e, em caso de em-
Art. 57. Na constituição das Comissões assegurar-se-á, tan- pate, não havendo acordo entre os interessados, resolve-se por
to quanto possível, a representação proporcional dos Partidos e sorteio.
dos Blocos Parlamentares que participem da Casa. § 9º As operações referidas nos parágrafos anteriores são
§ 1º Cada bancada, se o número de seus integrantes o per- feitas uma vez em cada Comissão e por todas as bancadas, pas-
mitir, terá em cada Comissão tantos suplentes quantos titula- sando-se à Comissão seguinte mesmo que ainda haja vagas a
res. Não sendo possível a uma bancada indicar suplente, será preencher. Neste último caso, feita a operação na derradeira Co-
nomeado Deputado de outra bancada. missão, volta-se à primeira ou à seguinte, e assim sucessivamen-
§ 2º Ao Deputado, salvo se Presidente da Assembleia, será te até que não haja mais lugares vagos.
sempre assegurado o direito de integrar, como titular, pelo me- § 10 A representação de uma bancada em determinada
nos uma Comissão, ainda que sem legenda partidária ou quan- Comissão pode ser aumentada ou reduzida, fora dos critérios
do esta não possa concorrer às vagas existentes pelo cálculo da estabelecidos nos parágrafos anteriores, se for necessário abrir
proporcionalidade. vaga em outra Comissão para assegurar a participação da Mino-
§ 3º As modificações numéricas que venham a ocorrer nas ria ou de um Deputado, mesmo sem legenda partidária, em uma
bancadas dos Partidos ou Blocos Parlamentares, que importem Comissão. A Comissão em cuja composição uma representação
em modificações da proporcionalidade das bancadas na compo- partidária haja de ser aumentada ou diminuída será escolhida
sição das Comissões, deverão ser comunicadas ao Presidente da pela bancada de maior quociente partidário, observando-se,
Assembleia pelo Partido ou Bloco Parlamentar interessado nas quando necessário, as regras do § 6º
alterações, no entanto, só prevalecerão a partir da sessão legis- § 11 Os critérios estabelecidos neste artigo só podem ser
lativa subsequente. desprezados, total ou parcialmente, por unânime decisão do Co-
§ 4º Para efeito de composição das Comissões e participação légio de Líderes.
nelas, bancada é legenda partidária ou Bloco Parlamentar, ob- § 12 Depois de fixada a participação das bancadas nas Co-
servada, entretanto, a necessidade de caracterização da Maioria missões, os Líderes interessados podem permutar vagas, cienti-
e da Minoria. ficada a Mesa.
Art. 58. O número de membros de cada Comissão Perma- Art. 59. Tomadas pela Mesa as providências do artigo an-
nente será fixado por ato da Mesa no início da sessão legislativa terior, os Líderes comunicarão ao Presidente da Assembleia os
ordinária, ouvido o Colégio de Líderes, prevalecendo o quantita- nomes dos membros de suas bancadas que, como titulares e su-
tivo anterior enquanto não modificado. plentes, irão integrar cada Comissão.
§ 1º A fixação, inclusive no caso de Comissão Temporária, le- § 1º Não sendo feitas tais indicações no prazo de 3 (três)
vará em conta a composição da Assembleia, de modo a permitir sessões, o Presidente fará as nomeações de ofício.
a observância dos princípios estatuídos no artigo anterior e seus § 2º O ato de nomeação dos membros das Comissões será
parágrafos. lido em Plenário e publicado no Diário Oficial Eletrônico, desig-
§ 2º O número total de vagas nas Comissões Permanentes nando o Presidente, desde já, dia e hora para a reunião de elei-
não excederá o da composição da Assembleia. ção dos Presidentes e Vice-Presidentes.
§ 3º A distribuição das vagas nas Comissões Permanentes Art. 60. O Líder da bancada poderá pedir, em documento
entre as bancadas será definida pela Mesa, ouvido o Colégio de escrito, a substituição, em qualquer circunstância ou oportuni-
Líderes e observadas as regras dos parágrafos seguintes, deven- dade, de titular ou suplente indicado por ele, seu substituto ou
do se concretizar logo após a fixação da respectiva composição antecessor.
numérica e se mantém por toda a sessão legislativa. Art. 61. Eleitos o Presidente e o Vice-Presidente das Comis-
§ 4º A representação das bancadas nas Comissões será es- sões, tanto Permanentes quanto Temporárias, imediatamente
tabelecida dividindo-se o número total de membros da Assem- decidirão elas quais os dias e horários em que realizarão suas
bleia pelo número de lugares em cada Comissão, e, em seguida, reuniões ordinárias.
o número de membros de cada bancada, excluído o Presidente, § 1º As Comissões realizarão pelo menos 1 (uma) reunião
pelo quociente assim obtido. O inteiro do quociente final, dito ordinária por semana, em horário não coincidente com o das
quociente partidário, será o número de lugares a que a bancada sessões plenárias.
tem direito na Comissão. § 2º Dia e hora das reuniões ordinárias das Comissões serão
§ 5º A bancada de maior quociente partidário indicará a publicados em todas as edições do Diário Oficial Eletrônico, nos
ordem pela qual as Comissões terão seus lugares preenchidos, quais se publicarão, também, os nomes dos Deputados titulares
podendo optar por reduzir sua participação em determinada Co- e suplentes.
missão para acrescê-la em outra, tanto por tanto. SUBSEÇÃO II
§ 6º Para os fins do parágrafo anterior, havendo empate, DAS ATRIBUIÇÕES GERAIS DAS COMISSÕES
recorre-se às frações do quociente partidário, prevalecendo a
maior; persistindo o empate, decide-se por sorteio. Art. 62. Às Comissões Permanentes, em razão da matéria de
sua competência, e às demais Comissões, no que lhes for apli-
cável, cabe:

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
I - discutir e votar as proposições, oferecendo parecer para a Art. 64. São as seguintes as Comissões Permanentes e res-
deliberação do Plenário; pectivos campos temáticos ou áreas de atividade:
II - discutir e votar projeto de lei que propõe o reconheci- I - Comissão de Constituição, Justiça e Redação:
mento de instituição como de utilidade pública, dispensada a a) aspectos constitucional, legal, jurídico, regimental e de
deliberação do Plenário; técnica legislativa de proposições sujeitas à apreciação da As-
III - realizar audiências públicas com entidades da sociedade sembleia ou de suas Comissões, para efeito de admissibilidade
civil; e tramitação;
IV - convocar Secretários de Estado, Procuradores-Gerais e b) admissibilidade de proposta de emenda à Constituição;
Comandante da Polícia Militar para prestarem informações so- c) matéria regimental;
bre assunto inerente a suas atribuições, fixando dia, hora e local d) assunto de natureza jurídica, constitucional ou regimental
de comparecimento, ou conceder-lhes audiência para que expo- que lhe seja submetido, em consulta ou indicação, pelo Presi-
nham temas de relevância dos órgãos que dirigem; dente da Assembleia, pelo Plenário ou Comissão, ou em razão
V - encaminhar, através da Mesa, pedidos escritos de infor- de recurso contra decisão do Presidente em questão de ordem,
mações a titulares de órgãos do Poder Executivo; ainda que a decisão originária seja de Presidente de Comissão;
VI - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cida- assuntos pertinentes aos direitos e garantias fundamentais cons-
dão; titucionalmente previstos, ou decorrentes do regime democrá-
VII - receber petições, reclamações, representações ou quei- tico, à organização do Estado e de seus Poderes e às funções
xas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades essenciais da Justiça;
ou entidades públicas; e) matérias relativas a direito constitucional, penitenciário e
VIII - acompanhar e apreciar programas de obras, planos es- processual, e à divisão e organização judiciárias;
taduais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles f) matérias relativas a juntas comerciais, custas dos serviços
emitir parecer, em articulação com a Comissão de Finanças e forenses, criação, funcionamento e processo de Juizados Espe-
Fiscalização; ciais e assistência judiciária;
IX - exercer a fiscalização e o controle dos atos do Poder g) transferência temporária da sede do Governo ou da As-
Executivo, incluídos os da administração indireta; sembleia;
X - propor ao Plenário a sustação dos atos normativos do h) declaração de inconstitucionalidade de leis do Estado ou
Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos dos Municípios;
limites da delegação legislativa, elaborando o respectivo projeto i) direitos e deveres do mandato parlamentar; perda de
de decreto legislativo, ouvida a Comissão de Constituição, Justi- mandato de Deputado; suspensão de imunidade e incorporação
ça e Redação; às Forças Armadas; prisão e processo criminal contra Deputado;
XI - acompanhar junto ao Poder Executivo a elaboração da aplicação de penalidades;
proposta orçamentária, bem como sua execução; j) licenças ao Governador e ao Vice-Governador para inter-
XII - estudar qualquer assunto compreendido nas atribui- romperem o exercício de suas funções, ou se ausentarem do Es-
ções da Assembleia, propondo as medidas cabíveis, inclusive de tado ou do País;
ordem legislativa; k) admissão de acusação contra o Governador do Estado, o
XIII - solicitar audiência ou colaboração de órgãos ou enti- ViceGovernador e os Secretários de Estado;
dades da administração pública direta e indireta, e da sociedade l) sustação de atos normativos do Poder Executivo, que exor-
civil, para elucidação de matéria sujeita a seu exame ou pronun- bitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação de
ciamento. competência;
§ 1º As diligências determinadas pelas Comissões ou pelos m) preservação da competência legislativa da Assembleia
Relatores não implicam dilação dos prazos. A requerimento da em face das atribuições normativas dos demais Poderes do Es-
Comissão, ou do Relator, o Plenário da Assembleia pode prorro- tado;
gar o prazo inicialmente concedido por mais outro tanto. n) destituição do Governador, do Vice-Governador e dos Se-
§ 2º A atribuição contida no inciso V deste artigo não exclui a cretários de Estado;
iniciativa individual de Deputado, que pode, também, propor ao o) escolha, pelo Governador, de Desembargadores e Procu-
Plenário as providências previstas nos incisos IV e X. radorGeral de Justiça;
p) destituição do Procurador-Geral de Justiça;
SUBSEÇÃO III q) solicitação de intervenção federal;
DAS MATÉRIAS OU ATIVIDADES DE COMPETÊNCIA DAS r) redação final das proposições em geral;
COMISSÕES s) elaboração de proposição legislativa decorrente das su-
gestões previstas no art. 353 que receberem parecer favorável;
Art. 63. A Assembleia tem as seguintes Comissões Perma- II - Comissão de Finanças e Fiscalização:
nentes: a) aspectos financeiros e orçamentários públicos de quais-
I - de Constituição, Justiça e Redação; quer proposições quanto à sua compatibilidade ou adequação
II - de Finanças e Fiscalização; com o plano plurianual, a lei de diretrizes orçamentárias e o or-
III - de Administração, Serviços Públicos, Trabalho e Segu- çamento anual;
rança Pública; b) dívida pública interna e externa;
IV - de Educação, Ciência e Tecnologia, Desenvolvimento So- c) fixação da remuneração dos membros da Assembleia, do
cioeconômico, Meio Ambiente e Turismo; Governador, do Vice-Governador do Estado e dos Secretários de
V - de Defesa do Consumidor, dos Direitos Humanos e Cida- Estado;
dania; d) sistema tributário, direito tributário e financeiro;
VI - de Saúde.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
e) tributação, arrecadação, fiscalização; administração fis- j) direito econômico; junta comercial;
cal; contribuições sociais; k) educação, cultura, desporto e lazer;
f) prestação de contas pelo Governador do Estado; tomada l) datas comemorativas e homenagens cívicas;
de contas, no caso do art. 35, XV, da Constituição do Estado; m) regime jurídico das entidades civis de finalidades sociais
g) fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacio- e assistenciais;
nal e patrimonial do Estado, inclusive de todas as entidades da n) economia popular e repressão ao abuso do poder eco-
administração direta e indireta, conforme o § 2º do art. 52 da nômico;
Constituição do Estado; o) instituição de regiões metropolitanas, aglomerações ur-
h) plano plurianual; lei de diretrizes orçamentárias; orça- banas e microrregiões; auxílios aos Municípios;
mento anual; projetos de autorização para abertura de créditos; p) proteção de bens de valor artístico, histórico e cultural,
i) organização, atribuições e funcionamento do Tribunal de monumentos, paisagens naturais notáveis e sítios arqueológicos;
Contas do Estado; escolha de Conselheiros; q) proteção do meio ambiente; defesa do solo e dos recur-
j) acompanhamento do emprego de dotações, subsídios ou sos naturais;
auxílios aos Municípios e entidades públicas e privadas, e pres- r) preservação e proteção das culturas populares e étnicas
tações de contas respectivas; do Estado;
k) sustação dos atos a que se refere o § 2º do art. 54 da s) política e desenvolvimento urbanos; uso e ocupação do
Constituição do Estado; solo urbano; habitação, infraestrutura urbana e saneamento; di-
l) comunicação a que se refere o inciso IX do art. 53 da Cons- reito urbanístico;
tituição do Estado, tomando as providências que julgar cabíveis; t) sistema estadual de defesa civil; política de combate à
m) relatório operacional do Tribunal de Contas; seca;
n) determinação à autoridade responsável para que preste u) política de educação para segurança do trânsito;
esclarecimentos, no prazo de 5 (cinco) dias, acerca de despesas v) criação, fusão e desmembramento de Municípios e Distri-
não autorizadas; solicitação de parecer conclusivo do Tribunal tos; limites, denominação, intervenção e assuntos de interesse
de Contas sobre o assunto; institucional dos Municípios; política e desenvolvimento muni-
o) acompanhamento e fiscalização orçamentária, sem pre- cipais;
juízo da atuação das demais Comissões; w) comunicações;
III - Comissão de Administração, Serviços Públicos, Trabalho x) assistência social, inclusive a proteção à maternidade, à
e Segurança Pública: criança, ao adolescente, aos idosos, às pessoas com deficiência e
a) política salarial no serviço público; à família; (Redação acrescida pela Resolução nº 38/2021)
b) organização político-administrativa do Estado e reforma V - Comissão de Defesa do Consumidor, dos Direitos Huma-
administrativa; direito administrativo; nos e Cidadania:
c) matérias relativas ao serviço público da administração es- a) produção e consumo;
tadual direta e indireta, inclusive fundacional; b) medidas para a proteção aos direitos do consumidor;
d) regime jurídico dos servidores públicos civis e militares, c) recebimento, avaliação e investigação de denúncias relati-
ativos e inativos; vas a ameaças ou violações de direitos humanos;
e) regime jurídico-administrativo dos bens públicos; d) fiscalização e acompanhamento de programas governa-
f) prestação de serviços públicos em geral e seu regime ju- mentais relativos à proteção dos direitos humanos;
rídico; e) colaboração com entidades não-governamentais nacio-
g) transporte e viação; nais e internacionais, que atuem na defesa dos direitos huma-
h) tarifas e preços públicos; nos;
i) relações de trabalho; sistema estadual de emprego; f) pesquisas e estudos relativos à situação dos direitos hu-
j) atividade econômica estatal em regime empresarial; pro- manos no Estado;
gramas de privatização; VI - Comissão de Saúde:
k) política de segurança pública, combate ao crime organi- a) saúde pública; Sistema Único de Saúde;
zado, política carcerária, recuperação e reintegração social de b) vigilância e defesa sanitária animal e vegetal;
egressos do sistema prisional e defesa civil; c) uso de defensivos agrotóxicos;
IV - Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia, Desenvolvi- d) produtos agrícolas geneticamente modificados;
mento Socioeconômico, Meio Ambiente e Turismo: e) higiene; educação e assistência sanitária;
a) política agrícola e assuntos pertinentes à agricultura, pes- f) assistência social e proteção à maternidade e à infância;
ca e ao meio ambiente; (Redação dada pela Resolução nº 38/2021)
b) organização do setor rural, cooperativismo e extensão g) assistência às pessoas com deficiência; (Redação dada
rural; pela Resolução nº 38/2021)
c) estímulos fiscais, financeiros e creditícios à atividade eco- h) saneamento; resíduos urbanos em geral; (Redação dada
nômica; pela Resolução nº 38/2021)
d) eletrificação rural; irrigação e abastecimento; i) proteção ao idoso. (Redação acrescida pela Resolução nº
e) uso de defensivos agrícolas; 38/2021)
f) desenvolvimento científico e tecnológico; Art. 65. No âmbito da Comissão de Defesa do Consumidor,
g) ordem econômica estadual; atividade industrial e comer- dos Direitos Humanos e Cidadania, funcionará a Defesa Parla-
cial; setor econômico terciário; turismo; mentar do Consumidor, com atribuição de zelar pelos direitos
h) energia; fomento à atividade mineral; dos consumidores de bens e serviços, podendo, para tanto, to-
i) tratamento preferencial às microempresas e empresas de mar providências administrativas e propor medidas judiciais,
pequeno porte; através dos órgãos competentes, inclusive em casos concretos,

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
oferecer assistência jurídica e apoio interdisciplinar aos que es- § 2º Recebido o requerimento, o Presidente o mandará a
tiverem sofrendo lesão ou ameaça de lesão em seus direitos de publicação, desde que satisfeitos os requisitos regimentais; caso
consumidor, e indicar à Comissão as ações legislativas oportu- contrário, devolvê-lo-á ao Autor, cabendo desta decisão recurso
nas. para o Plenário, no prazo de 5 (cinco) dias, ouvida a Comissão de
Parágrafo único. A estrutura operacional da Defesa Parla- Constituição, Justiça e Redação.
mentar do Consumidor será definida por ato da Mesa. § 3º A Comissão, que poderá atuar também durante o reces-
so parlamentar, terá o prazo de, no máximo, 120 (cento e vinte)
SEÇÃO III dias, prorrogável por até metade do período definido quando
DAS COMISSÕES TEMPORÁRIAS de sua instalação, mediante requerimento subscrito por 1/3 dos
membros da Assembleia Legislativa, para conclusão de seus tra-
balhos, comunicado por escrito ao Presidente, lido em Plenário
Art. 66. As Comissões Temporárias são: e publicado no Diário Oficial Eletrônico. (Redação dada pela Re-
I - Especiais; solução nº 38/2021)
II - de Inquérito; § 4º Não se admitirá Comissão Parlamentar de Inquérito so-
III - de Representação. bre matéria pertinente às atribuições do Governo Federal ou do
§ 1º As Comissões Temporárias compor-se-ão do número de Poder Judiciário.
membros que for previsto no ato ou requerimento de sua consti- § 5º As matérias pertinentes às atribuições dos Municípios
tuição, nomeados pelo Presidente por indicação dos Líderes, ou só serão objeto de investigação por Comissão Parlamentar de In-
independentemente dela se, no prazo de 2 (duas) sessões após quérito quando houver razoáveis indícios da ocorrência de fatos
criar-se a Comissão, não se fizer a escolha. que autorizem a decretação da intervenção do Estado.
§ 2º Na constituição das Comissões Temporárias, obser- Art. 71. Recebido ou aprovado o requerimento de constitui-
var-se-ão, tanto quanto possível, os critérios dos §§ 4º e 7º do ção de Comissão Parlamentar de Inquérito, a Mesa tomará as
art. 58, bem como rodízio entre as bancadas não contempladas, providências para a fixação do número de seus membros.
cumprindo-se, também, o § 2º do art. 59. Parágrafo único. Na sessão seguinte ao recebimento ou à
§ 3º A participação do Deputado em Comissão Temporária aprovação de requerimento, o Presidente consultará os Líderes
cumprirse-á sem prejuízo de suas funções em Comissões Perma- sobre a indicação dos membros das respectivas bancadas, ob-
nentes. servando os §§ 1º e 2º do art. 66. (Redação dada pela Resolução
nº 38/2021)
SUBSEÇÃO I Art. 72. O ato de nomeação dos membros da Comissão, sob
DAS COMISSÕES ESPECIAIS a forma prevista no art. 56 deste Regimento, publicado no Diário
Oficial Eletrônico, fixará local, dia e hora para a reunião de elei-
Art. 67. As Comissões Especiais serão constituídas para: ção do Presidente e Vice-Presidente, e designação do Relator,
I - dar parecer sobre proposta de emenda à Constituição; reunião esta que se realizará dentro de 2 (dois) dias. (Redação
II - elaborar projetos sobre assunto determinado; dada pela Resolução nº 38/2021)
III - tratar de assuntos de relevante interesse público, espe- Parágrafo único. O Relator será designado pelo Presidente
cialmente sobre a fiscalização da prestação dos serviços públicos da Comissão, devendo integrar a bancada da Minoria se aquele
e da execução de programas governamentais. for da Maioria, e vice-versa.
Parágrafo único. Estas Comissões serão criadas de ofício Art. 73. Da resolução constarão, também, a provisão de
pela Mesa, no caso do inciso I, ou por deliberação do Plenário, meios ou recursos administrativos, as condições organizacionais
por requerimento de Deputado ou Comissão. e o assessoramento necessários ao bom desempenho da Comis-
Art. 68. As Comissões Especiais se regem, no que couber, são, incumbindo à Mesa e à administração da Assembleia o aten-
pelas regras estabelecidas para as Comissões Permanentes, de- dimento preferencial das providências que solicitar o Presidente
vendo cumprir sua missão no prazo estabelecido no ato de sua da Comissão ou seu Relator.
criação. Parágrafo único. Cabe ao Presidente ou ao Relator solicitar
Art. 69. As Comissões Especiais apresentarão relatório de diretamente à Mesa as providências referidas neste artigo, inclu-
suas atividades para conhecimento do Plenário, dispondo sobre sive a alteração ou reforço dos meios, recursos e assessoramen-
a matéria sujeita a seu exame e sugerindo as providências que to originariamente destinados à Comissão.
entender necessárias aos órgãos ou entidades competentes. Art. 74. Na hipótese de ausência do Relator a qualquer ato
do inquérito, poderá o Presidente da Comissão dar-lhe substitu-
SUBSEÇÃO II to para a ocasião, mantida a escolha original na Maioria ou na
DAS COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO Minoria.
Parágrafo único. Aplicam-se aos membros da Comissão as
regras de impedimentos, devendo a questão ser submetida à
Art. 70. A Assembleia Legislativa, a requerimento de 1/3 (um deliberação da própria Comissão. (Redação acrescida pela Reso-
terço) de seus membros, instituirá Comissão Parlamentar de In- lução nº 38/2021)
quérito para apuração de fato determinado e por prazo certo, a Art. 75. A Comissão Parlamentar de Inquérito poderá:
qual terá poderes de investigação próprios das autoridades judi- I - requisitar funcionários dos serviços administrativos da
ciais, além de outros previstos em lei e neste Regimento. Assembleia, bem como, em caráter transitório, os de qualquer
§ 1º Considera-se fato determinado o acontecimento de re- órgão ou entidade da administração pública direta ou indireta,
levante interesse para a vida pública e a ordem constitucional, do Poder Judiciário e do Tribunal de Contas, exceto Magistrados,
legal, econômica e social do Estado, que estiver devidamente ca- Conselheiros e Auditores;
racterizado no requerimento de constituição da Comissão.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
II - solicitar ao Procurador-Geral de Justiça a designação de IV - à Comissão Permanente que tenha maior pertinência
um Representante do Ministério Público para acompanhar o in- com a matéria, à qual incumbirá fiscalizar o atendimento do
quérito; prescrito no inciso anterior;
III - determinar diligências, ouvir indiciados, inquirir teste- V - à Comissão de Finanças e Fiscalização para os fins do art.
munhas sob compromisso, requisitar de órgãos da administra- 52 da Constituição do Estado;
ção pública informações, documentos e realização de perícias, e VI - ao Tribunal de Contas para as providências do art. 53 da
os serviços de autoridades estaduais, inclusive policiais; mesma Constituição;
IV - incumbir qualquer de seus membros, ou funcionários VII - ao Prefeito e à Câmara Municipal, quando as conclusões
requisitados, da realização de sindicâncias ou diligências neces- do inquérito tiverem relação com o Município.
sárias aos seus trabalhos; Parágrafo único. No caso do inciso III, a remessa será feita
V - deslocar-se a qualquer ponto do território do Estado para pelo Presidente da Assembleia, no prazo de 3 (três) dias da dis-
a realização de investigações e audiências públicas; ponibilização do relatório no sistema eletrônico.
VI - estipular prazo para o atendimento de qualquer provi- Art. 78. Qualquer Deputado pode comparecer às reuniões
dência ou realização de diligências sob as penas da lei, exceto da Comissão Parlamentar de Inquérito e participar dos debates,
quando da alçada de autoridade judicial; bem como sugerir diligências.
VII - convocar Secretários de Estado, Procuradores-Gerais Art. 79. As reuniões da Comissão serão públicas.
e Comandante da Polícia Militar, fixando-lhes, hora e local para § 1º Todos os registros dos trabalhos da Comissão ficarão
comparecimento, informando-lhes, previamente, quais as infor- disponíveis aos interessados. (Redação dada pela Resolução nº
mações que deseja que sejam prestadas pessoalmente; 38/2021)
VIII - pedir, por intermédio da Mesa, informações escritas a § 2º Em casos excepcionais, para não prejudicar o inquérito,
órgãos do Poder Executivo; a Comissão, se assim deliberar, poderá realizar reuniões secre-
IX - determinar ao Tribunal de Contas a realização de inspe- tas, bem como resguardar os registros, conforme o disposto nos
ções e auditorias de natureza financeira, contábil, orçamentária, arts. 99 e 128 deste Regimento. (Redação dada pela Resolução
operacional e patrimonial nas unidades administrativas dos 3 nº 38/2021)
(três) Poderes do Estado, do Ministério Público e demais órgãos § 3º Todos os depoimentos serão reduzidos a termo, cópia
da administração pública, inclusive fundações, empresas públi- dos quais serão postos à disposição dos órgãos de comunicação
cas, autarquias e sociedades instituídas ou mantidas pelo Poder social credenciados na Assembleia. Também devem estar dis-
Público, e dos Municípios, bem como requisitar informações so- poníveis à imprensa cópia de laudos de exames e perícias, bem
bre inspeções e auditorias já realizadas; como das demais peças de informação.
X - se forem diversos os fatos inter-relacionados objeto do § 4º Em casos excepcionais, para não ficar prejudicado o in-
inquérito, dizer em separado sobre cada um, mesmo antes de quérito, as reuniões podem ser secretas, aplicando-se, também,
finda a investigação dos demais. o art. 128, tudo por deliberação da Comissão.
§ 1º A Comissão observará no inquérito, subsidiariamente,
as regras da legislação processual penal. SUBSEÇÃO III
§ 2º Em caso de desobediência a qualquer determinação da DAS COMISSÕES DE REPRESENTAÇÃO
Comissão, seu Presidente imediatamente comunicará o fato à
Mesa, para os efeitos constitucionais, ou diretamente ao Minis- Art. 80. As Comissões de Representação poderão ser ins-
tério Público quando houver indícios de prática de crime comum. tituídas pelo Presidente da Assembleia, de ofício ou a requeri-
Art. 76. No dia de reunião, não havendo número para deli- mento de qualquer Deputado, para cumprir missão temporária
berar, a Comissão poderá tomar depoimentos das pessoas inti- autorizada, sujeitas à deliberação do Plenário quando importa-
madas, convocadas ou convidadas, desde que presentes o Presi- rem ônus para a Casa.
dente e o Relator, ou seus substitutos. Parágrafo único. Para os fins deste artigo, considera-se mis-
Art. 77. Ao término de seus trabalhos, a Comissão elaborará são autorizada aquela que implicar o afastamento do Parlamen-
relatório circunstanciado, com suas conclusões, que será dispo- tar pelo prazo máximo de 8 (oito) sessões, se exercida no País, e
nibilizado no sistema eletrônico, publicado no Diário Oficial Ele- de 30 (trinta) sessões, se desempenhada no exterior, para repre-
trônico em síntese feita pela própria Comissão, e encaminhado sentar a Assembleia nos atos a que esta tenha sido convidada ou
diretamente: a que tenha de assistir.
I - à Mesa, para as providências de sua competência ou do
Plenário, oferecendo a Comissão projeto de lei, de decreto legis- SEÇÃO IV
lativo ou de resolução, ou indicação, que serão incluídos na Or- DA PRESIDÊNCIA DAS COMISSÕES
dem do Dia dentro de 5 (cinco) dias após a sua disponibilização
no sistema eletrônico; Art. 81. As Comissões terão Presidente e Vice-Presiden-
II - ao Ministério Público ou à Procuradoria-Geral do Estado, te, eleitos por seus pares, com mandato até a posse dos novos
com cópia de toda a documentação necessária, para que pro- componentes eleitos na sessão legislativa subsequente, vedada
movam a responsabilidade civil ou criminal por delitos ou danos a reeleição, salvo as Comissões Temporárias, nas quais os man-
apurados e adotem as medidas decorrentes de suas funções ins- datos dos Presidentes e Vice-Presidentes perdurarão por todo o
titucionais; prazo de sua duração.
III - ao Poder Executivo, para adotar as providências sanea- Art. 82. A reunião de eleição do Presidente e Vice-Presiden-
doras de caráter disciplinar e administrativo decorrentes dos te de Comissão, convocada pelo Presidente da Assembleia, de
arts. 4º, 6º, 25 e §§ 2º a 6º do art. 26, da Constituição do Estado, ofício, será presidida pelo último Presidente, ou Vice-Presidente,
e demais regras constitucionais e legais aplicáveis, fixando prazo se reconduzidos à mesma Comissão, ou, caso contrário, pelo De-
hábil para cumprimento; putado mais idoso, dentre os de maior número de legislaturas.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
Art. 83. O Presidente, em suas faltas e impedimentos, será Art. 85. Importa renúncia à Presidência ou Vice-Presidência
substituído pelo Vice-Presidente, ou, em sua ausência, por De- de Comissão a licença por mais de 120 (cento e vinte) dias, bem
putado nas condições do artigo anterior. como a investidura em cargo do Poder Executivo.
Parágrafo único. Se vagar o cargo de Presidente ou de Vice- § 1º A eleição de que trata o art. 82 dar-se-á na primeira
Presidente, proceder-se-á a nova eleição para escolha do suces- reunião ordinária após a publicação da vaga no Diário Oficial Ele-
sor. trônico.
Art. 84. Compete ao Presidente de Comissão: § 2º O membro suplente não poderá ser eleito Presidente ou
I - ordenar e dirigir os trabalhos, presidindo as reuniões; Vice Presidente da Comissão.
II - receber e expedir a correspondência, observado o inciso § 3º Em caso de mudança de legenda partidária, o Presiden-
XI do § 6º do art. 36; te ou Vice-Presidente da Comissão perderá automaticamente o
III - convocar as reuniões extraordinárias, de ofício ou a re- cargo que ocupa.
querimento da maioria da Comissão;
IV - fazer afixar aviso, na sala da Comissão, sobre o anda- SEÇÃO V
mento das matérias em tramitação; DOS RELATORES
V - designar Relatores e distribuir-lhes as matérias sobre as
quais devam emitir parecer, ou avocá-las;
VI - consultar os membros da Comissão quanto à necessida- Art. 86. O Presidente designará Relator para cada matéria
de da leitura e retificação da ata da reunião anterior; sujeita à apreciação da Comissão.
VII - conceder a palavra aos Deputados, bem como adverti- § 1º A designação de Relator independe de reunião da Co-
-los pelos excessos cometidos, interrompendo-os quando esti- missão e deve ser feita dentro de vinte e quatro horas do rece-
verem falando sobre o vencido ou se desviando da matéria em bimento da matéria na Comissão, salvo disposição em contrário
debate; deste Regimento.
VIII - submeter a votos as questões sujeitas à deliberação da § 2º O mesmo Relator da proposição principal será o das
Comissão, e proclamar o resultado; emendas oferecidas a esta em Plenário, salvo ausência ou re-
IX - comunicar ao Presidente da Assembleia as vagas verifi- cusa.
cadas, bem como as ausências não justificadas; § 3º Se o Relator oferecer emenda em Plenário, outro Rela-
X - resolver as questões de ordem; tor será designado para relatá-la, sendo tal circunstância referi-
XI - dar conhecimento à Comissão de toda a matéria e des- da no parecer.
pachá-la; § 4º O Relator pode, com seu parecer, apresentar emendas
XII - conceder vista das proposições aos membros da Comis- ou subemendas, relatando-as em conjunto.
são; § 5º O Relator tem, para apresentar seu relatório e parecer,
XIII - dar destino regimental a toda matéria sobre a qual se a metade do prazo atribuído à Comissão.
haja pronunciado a Comissão; § 6º O Deputado que for membro de mais de uma Comissão
XIV - certificar a aprovação das atas das reuniões e determi- só poderá atuar na condição de Relator em apenas uma delas.
nar a publicação no Diário Oficial Eletrônico, nos termos do art.
132; (Redação dada pela Resolução nº 38/2021) SEÇÃO VI
XV - fazer publicar no Diário Oficial Eletrônico o dia e a hora DOS IMPEDIMENTOS E AUSÊNCIAS
das reuniões ordinárias;
XVI - representar a Comissão nas suas relações com a Mesa,
com o Colégio de Líderes e os Líderes individualmente, bem as- Art. 87. Não poderá o Autor de proposição ser dela Relator,
sim com as demais Comissões; ainda que substituto.
XVII - remeter à Mesa, ao fim de cada sessão legislativa ordi- Art. 88. Sempre que um membro de Comissão não puder
nária, relatório das atividades da Comissão; comparecer às reuniões, deverá comunicar o fato ao seu Presi-
XVIII - determinar à Procuradoria-Geral da Assembleia a dente, que convocará o suplente e fará constar em ata a escusa.
prestação de assessoria ou consultoria técnico-legislativa espe- Art. 89. O suplente substituirá o Deputado titular de sua
cializada, durante a reunião da Comissão ou para instruir as ma- bancada, quando, ao iniciar-se a reunião, este não estiver pre-
térias sujeitas à sua apreciação; sente.
XIX - organizar a Ordem do Dia. Parágrafo único. O suplente participará dos trabalhos da Co-
§ 1º O Presidente convocará reuniões extraordinárias por missão até o fim da reunião, mesmo que durante seu transcurso
comunicação ao Presidente da Assembleia, em sessão plenária, compareça o titular.
ou na própria reunião da Comissão, sempre com antecedência Art. 90. O suplente na Comissão assumirá sempre que o titu-
de 1 (um) dia, pelo menos. lar estiver ausente do País, licenciado ou desempenhando cargo
§ 2º O Presidente de Comissão poderá funcionar como Re- no Poder Executivo.
lator e terá voto em todas as deliberações, mas não presidirá a Art. 91. O suplente só será Relator se a substituição se der
discussão e votação de matéria de que seja Autor ou Relator. nos termos do artigo anterior, ou se tratar de matéria em regime
§ 3º No âmbito da Comissão, o seu Presidente tem todas as de urgência, caso em que participará da reunião apenas para re-
atribuições conferidas ao Presidente da Assembleia, quanto ao latar e votar, se presente estiver o titular.
processo legislativo.
§ 4º O Presidente de Comissão não poderá distribuir matéria
da qual seja Autor, devendo comunicar tal impedimento ao Vice-
-Presidente para que o faça.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
SEÇÃO VII § 5º A ata da reunião secreta, acompanhada dos pareceres
DAS VAGAS e emendas que foram discutidos e votados, bem como dos votos
apresentados em separado, depois de fechados em invólucro la-
crado, etiquetado, datado e rubricado pelo Presidente e demais
Art. 92. As vagas na Comissão se dão: membros presentes, será enviada ao Arquivo da Assembleia
I - com a renúncia, considerada ato perfeito e acabado com Legislativa com indicação do prazo pelo qual ficará indisponível
sua comunicação por escrito ao Presidente da Comissão; para consulta.
II - término do mandato; § 6º Os registros marcados pela confidencialidade, sigilo ou
III - falecimento; reserva, por imperativo legal ou por deliberação da Comissão,
IV - com a perda do lugar. ficarão sob a guarda e responsabilidade de seu Presidente, que
Art. 93. A perda do lugar na Comissão será declarada pelo não os poderá ceder, nem autorizar cópia ou transcrição, sem
Presidente da Assembleia, à vista da comunicação do Líder, ou deliberação da Comissão. (Redação acrescida pela Resolução nº
do Presidente da Comissão, quando o Deputado faltar a 5 (cinco) 38/2021)
reuniões consecutivas, ou no caso da alínea “c” do art. 116.
Art. 94. O Deputado que perder o lugar numa Comissão a ela SEÇÃO IX
não poderá retornar na mesma sessão legislativa. DOS TRABALHOS
Art. 95. Sempre que a ausência de titulares e suplentes es-
tiver impedindo o funcionamento regular da Comissão, o Presi- SUBSEÇÃO I
dente da Assembleia nomeará substitutos eventuais, que funcio- DA ORDEM DOS TRABALHOS
narão até que se normalize a atividade da Comissão.
Art. 96. A vaga em Comissão será preenchida por designação
do Presidente da Assembleia, no interregno de 5 (cinco) dias, de Art. 100. Os trabalhos das Comissões se iniciam com a pre-
acordo com a indicação feita pelo Líder do Partido ou de Blo- sença de qualquer número de membros, mas as deliberações
co Parlamentar a que pertencer o lugar, ou independentemente de quaisquer espécies dependem da presença da maioria dos
dessa comunicação, se não for feita naquele prazo. membros titulares da Comissão e serão tomadas por maioria de
votos.
SEÇÃO VIII § 1º É necessária a presença do membro da Comissão no
DAS REUNIÕES momento da votação para a contabilização do seu voto.
§ 2º Havendo empate, desempata o Presidente.
Art. 97. As Comissões reunir-se-ão na sede da Assembleia Art. 101. As reuniões obedecerão à seguinte ordem:
Legislativa, em dias e horas prefixados, ordinariamente de terça I - leitura da ata da reunião anterior, se assim desejarem os
a quinta-feira. membros da Comissão;
§ 1º Em nenhum caso, ainda que se trate de reunião extraor- II - sinopse da correspondência recebida;
dinária, o seu horário poderá coincidir com o da Ordem do Dia III - comunicação das proposições e demais matérias recebi-
da sessão ordinária ou extraordinária do Poder Legislativo. das e distribuídas aos Relatores;
§ 2º As reuniões das Comissões Temporárias não deverão IV - Ordem do Dia:
ser concomitantes com as reuniões ordinárias das Comissões a) conhecimento, exame ou instrução de matéria de natu-
Permanentes. reza legislativa, fiscalizatória ou informativa, propostas de atua-
Art. 98. O Presidente da Comissão Permanente organizará ção, diligências ou outros assuntos da alçada da Comissão;
a pauta da Ordem do Dia de suas reuniões ordinárias e extraor- b) discussão e votação de requerimentos ou relatórios em
dinárias. geral;
Parágrafo único. O Presidente disponibilizará a pauta da c) discussão e votação de proposições e pareceres sujeitos à
Ordem do Dia da reunião seguinte, publicando-a por meio do deliberação do Plenário da Assembleia;
sistema eletrônico, até às dezoito horas do dia que antecede a d) discussão e votação de proposições e respectivos parece-
reunião. res que dispensarem a deliberação do Plenário.
Art. 99. As reuniões das Comissões serão públicas, salvo de- § 1º Esta ordem poderá ser alterada pela Comissão para tra-
liberação em contrário. tar de matérias urgentes, ou a requerimento de qualquer dos
§ 1º Serão reservadas, a juízo da Comissão, as reuniões em seus membros, na preferência para determinado assunto, ou
que haja matéria que deva ser debatida com a presença apenas ainda no caso de comparecimento de Secretário de Estado ou de
dos funcionários em serviço na Comissão e técnicos ou autorida- qualquer autoridade, e de realização de audiência pública.
des que esta convidar. § 2º O Deputado pode participar, sem direito a voto, dos tra-
§ 2º Serão secretas as reuniões quando as Comissões tive- balhos e debates de qualquer Comissão de que não seja mem-
rem que deliberar sobre perda de mandato, ou a requerimento bro.
da maioria dos membros. Art. 102. O Deputado só será considerado presente à reu-
§ 3º Só os Deputados poderão assistir às reuniões secretas; nião de Comissão se, em qualquer das fases dos trabalhos, esti-
os Secretários de Estado, quando convocados, ou as testemu- ver no recinto da mesma.
nhas chamadas a depor participarão dessas reuniões apenas o Art. 103. Serão convocadas tantas reuniões extraordinárias
tempo necessário. quantas forem necessárias, a critério do Presidente, observado
§ 4º Deliberar-se-á, preliminarmente, nas reuniões secretas, o disposto no § 1º do art. 84.
sobre a conveniência de os pareceres nelas assentados serem Art. 104. As deliberações terminativas das Comissões serão
discutidos e votados em reunião pública ou secreta, e se por es- tomadas pelo processo de votação nominal, salvo quando deva
crutínio secreto. ser secreta a votação.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
Art. 105. As Comissões Permanentes poderão estabelecer Art. 109. Os membros da Comissão poderão obter vista das
regras e condições específicas para a organização e o bom an- matérias em apreciação, observados os seguintes prazos máxi-
damento dos seus trabalhos, observadas as normas fixadas nes- mos:
te Regimento, bem como ter Relatores previamente designados I - 1 (um) dia, quando em regime de prioridade;
por assuntos específicos. II - 3 (três) dias, quando em regime de tramitação ordinária.
§ 1º Não se concederá vista de proposições em regime de
SUBSEÇÃO II urgência. Entretanto, o membro de Comissão, que o desejar, pe-
DOS PRAZOS dirá ao Presidente a suspensão da reunião por até 1 (uma) hora
para melhor exame, sempre o atendendo o Presidente.
§ 2º Para o fim previsto no parágrafo anterior, para cada ma-
Art. 106. Excetuados os casos expressamente indicados nes- téria em apreciação a reunião só poderá ser suspensa uma vez.
te Regimento, cada Comissão deverá obedecer aos seguintes § 3º A vista será conjunta, e na Secretaria da Comissão,
prazos para examinar as proposições e sobre elas decidir: quando houver mais de um pedido, sempre respeitados os pra-
I - 2 (dois) dias, quando se tratar de matéria em regime de zos previstos neste artigo.
urgência regimental, observadas as regras do art. 238; § 4º Concedida vista uma vez, novamente não se a concede-
II - 4 (quatro) dias, quando se tratar de matéria em regime rá, quer ao mesmo, quer a outro Deputado. Devolvida, entretan-
de prioridade; to, a matéria ao debate, depois de vista, outro Deputado poderá
III - 10 (dez) dias, quando se tratar de matéria em regime de pedir a suspensão da reunião por até 1 (uma) hora para melhor
urgência constitucional; exame de nova argumentação, o que só se fará uma única vez.
IV - 15 (quinze) dias, quando se tratar de matérias em trami- § 5º Os pedidos de vista serão indeferidos pelo Presidente
tação ordinária. se, caso deferidos, forem ultrapassados os prazos concedidos à
§ 1º Apresentada emenda em Plenário, a matéria volta às Comissão.
Comissões, que têm o mesmo prazo que tiveram para examinar a Art. 110. As reuniões das Comissões durarão o tempo neces-
proposição principal, mas correndo em conjunto para todas elas, sário ao exame da pauta respectiva, a juízo do seu Presidente.
nos termos do art. 217 e seus parágrafos.
§ 2º Emendada numa Comissão, a matéria seguirá sua tra- SEÇÃO X
mitação regular, naquela e nas demais Comissões que se devam DA ADMISSIBILIDADE E DA APRECIAÇÃO DAS MATÉRIAS
manifestar, voltando, após a última destas, àquelas que ainda PELAS COMISSÕES
não se tenham manifestado sobre a emenda, cumprindo-se o
prazo do parágrafo anterior.
§ 3º Só na primeira ida à Comissão pode uma proposição Art. 111. Antes da deliberação do Plenário, ou dispensada
nela receber emenda. esta, todas as proposições, salvo expressa exceção regimental,
§ 4º Antes de esgotar-se seu prazo, pode a Comissão pedir pendem de manifestação das Comissões a que a matéria estiver
ao Plenário quer a sua suspensão, para cumprimento de diligên- afeta.
cia ou envio de informações, quer sua prorrogação por mais ou- Art. 112. Cabe à Comissão de Constituição, Justiça e Re-
tro tanto. dação, em caráter preliminar, o exame da admissibilidade das
§ 5º Não apresentado parecer em tempo hábil, o Presidente proposições quanto aos aspectos de constitucionalidade, legali-
da Comissão poderá substituir o Relator, mas tal providência não dade, juridicidade, regimentalidade e de técnica legislativa, sem
importará, por si, em dilatação do prazo concedido à Comissão. prejuízo do exame do mérito, sendo o caso.
§ 6º Se esgotado o prazo concedido a uma Comissão, sem Art. 113. Cabe à Comissão de Finanças e Fiscalização, quan-
deliberação ou parecer, o Presidente da Comissão ou da Assem- do a matéria envolver aspectos financeiros e orçamentários pú-
bleia poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer Depu- blicos, manifestar-se previamente quanto à sua compatibilidade
tado, determinar o envio de proposição pendente de parecer à ou adequação com o plano plurianual, a lei de diretrizes orça-
Comissão seguinte ou ao Plenário, conforme o caso, indepen- mentárias e o orçamento anual.
dentemente de interposição do recurso. Art. 114. Ressalvado o recurso previsto no art. 125, será ter-
§ 7º Ocorrendo a hipótese do parágrafo anterior, o Presiden- minativo o parecer:
te de Comissão, que não emitiu parecer, pode designar Relator I - da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, quanto à
para oferecê-lo oralmente em Plenário em nome da Comissão. constitucionalidade, legalidade e juridicidade da matéria;
Não o fazendo, a designação cabe ao Presidente da Assembleia. II - da Comissão de Finanças e Fiscalização, quanto à adequa-
§ 8º A requerimento de qualquer Deputado, o Plenário pode ção financeira ou orçamentária da proposição.
decidir constituir Comissão Especial para examinar a proposição Art. 115. No desenvolvimento de seus trabalhos, os Relato-
deficientemente instruída. res e as Comissões observarão as seguintes normas:
Art. 107. Os prazos concedidos às Comissões ficam suspen- I - os pareceres versarão sobre a proposição principal e
sos nos recessos parlamentares, voltando a correr, pelo tempo aquelas que lhes forem acessórias, oferecendo opinião conclu-
que lhes restar, com o início ou retomada da sessão legislativa siva sobre todas elas;
ordinária ou extraordinária. II - os pareceres conterão ementas indicativas da matéria a
Parágrafo único. Todos os prazos se renovam por inteiro no que se refiram, vedada a simples e única remissão a dispositivos
início de uma nova legislatura. constitucionais, legais ou regimentais;
Art. 108. O Presidente da Comissão, de ofício ou a requeri- III - havendo pedido de informações ao Poder Executivo,
mento de qualquer Deputado, pode submeter à Comissão ma- será esse encaminhado à Mesa, devendo o Plenário manifestar-
téria que, embora distribuída, não tenha sido relatada no prazo -se sobre a suspensão dos prazos regimentais até sua satisfação;
regimental, devendo comunicar a sua decisão ao Relator.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
IV - se houver pedido de convocação das autoridades men- XV - durante a discussão, podem usar da palavra o Autor
cionadas no caput do art. 36 da Constituição do Estado do Rio da proposição ou o Líder do Governo, após o que a palavra será
Grande do Norte, a respeito deliberará a Comissão, cabendo facultada aos membros da Comissão e demais Deputados, todos
ao seu Presidente marcar dia e hora para o comparecimento, com prazo de 5 (cinco) minutos;
cumprindo, entretanto, ao Plenário, se o requerer a Comissão, XVI - encerrada a discussão, a palavra será facultada ao Re-
deliberar acerca da suspensão dos prazos regimentais de trami- lator por 20 (vinte) minutos para a réplica;
tação; XVII - em seguida, passa-se à votação do parecer;
V - conhecendo a Comissão de proposição idêntica a outra XVIII - as votações serão computadas;
já aprovada, proporá ao Presidente da Assembleia seu arquiva- XIX - se ao parecer do Relator forem oferecidas sugestões,
mento por prejudicialidade; com as quais ele concorde, ser-lhe-á concedido prazo até a reu-
VI - se as Comissões conhecerem de matéria de qualquer nião ordinária seguinte para redação de novo texto, quando ne-
projeto idêntico a outro que já tenha sido rejeitado, na mesma cessário, e, desde que a matéria esteja em regime de tramitação
sessão legislativa, igualmente proporão ao Presidente da Assem- ordinária, prorrogado automaticamente, se for o caso, o prazo
bleia seu arquivamento, salvo se assinado o novo projeto pela concedido à Comissão;
maioria absoluta dos membros da Casa; XX - no caso do inciso anterior, se a matéria estiver em re-
VII - se duas ou mais matérias forem idênticas, ou de tal for- gime de urgência ou prioridade, o novo prazo a ser concedido
ma semelhantes que seja recomendável tramitação conjunta, a ao Relator não implicará dilatação do prazo da Comissão, salvo
Comissão proporá ao Presidente da Assembleia a devida apen- deliberação do Plenário;
sação; XXI - se for aprovado o parecer do Relator em todos os seus
VIII - no caso de matéria distribuída por dependência para termos, será tido como da Comissão e, desde logo, assinado
tramitação conjunta, cada Comissão competente, em seu pare- pelo Presidente, Relator e demais membros, constando da ata o
cer, deve pronunciar-se em relação a todas as proposições apen- nome dos votantes e respectivos votos;
sadas; XXII - se o voto do Relator não for adotado pela Comissão,
IX - quando a Comissão julgar que petição, memorial, re- a redação do parecer vencedor será feita por outro Deputado
designado pelo Presidente, observando-se as regras dos incisos
presentação ou outro documento qualquer não devam ter an-
XIX e XX quanto aos prazos;
damento, determinará o seu arquivamento, salvo se sobre eles
XXIII - na hipótese de a Comissão adotar parecer diverso do
deva se pronunciar o Plenário por expressa determinação cons-
voto do Relator, o deste constituirá voto em separado;
titucional ou regimental, sempre comunicando o fato à Mesa,
XXIV - para efeito da contagem dos votos relativos aos pare-
para que seja cientificado o Plenário;
ceres, serão considerados:
X - ao apreciar qualquer matéria, a Comissão poderá apro-
a) favoráveis os que os aprovarem integralmente, os “pelas
vá-la ou rejeitá-la total ou parcialmente, arquivá-la, formular
conclusões”, os “com restrições” e os “em separado não diver-
projeto dela decorrente, darlhe substitutivo, emenda ou sube-
gentes das conclusões”;
menda, ou, conforme o caso, propor idênticas providências ao
b) contrários os “vencidos” e os “em separado divergentes
Plenário, à Mesa ou ao Presidente; das conclusões”;
XI - para orientar e encaminhar a deliberação da Comissão, XXV - os membros da Comissão podem oferecer voto em
o parecer conclusivo do Relator pode ser: separado, que será anexado aos autos em qualquer fase da tra-
a) pela admissibilidade ou aprovação total; mitação, bem como assinar os pareceres com as declarações de
b) pela inadmissibilidade ou rejeição total; “pelas conclusões”, “com restrições” ou “vencido”;
c) pela admissibilidade ou aprovação parcial, indicando as XXVI - sendo favorável o parecer sobre proposição ou outro
partes ou dispositivos que devam ser rejeitados, com o substitu- documento contendo sugestão ou solicitação que ensejar a ela-
tivo decorrente das modificações; boração de projeto de lei, de decreto legislativo ou de resolução,
d) pela apensação; será ele anexado ao projeto correlato;
e) pelo arquivamento; XXVII - devendo ser proferido parecer oral em Plenário, por
f) pelo destaque, para tramitação como proposição separa- Relator designado pelo Presidente da Assembleia ou de Comis-
da, de parte da proposição principal, ou de emenda ou sube- são, se dele decorrer proposição, sugestão ou solicitação, o texto
menda; respectivo deverá ser remetido à Mesa, assinado pelo Relator;
g) pela apresentação: XXVIII - os pareceres, votos, emendas e quaisquer pronun-
1 - de projeto; ciamentos dos Relatores e demais membros de Comissão, bem
2 - de requerimento ou indicação; como pequenos despachos de ordenação da tramitação, serão
3 - de emenda ou subemenda; disponibilizados no sistema eletrônico;
XII - optando por apresentar emenda ou subemenda, ou opi- XXIX - concluída a tramitação de uma matéria em determi-
nando pela aprovação de emenda ou subemenda de outros au- nada
tores, o Relator deverá reunir a matéria da proposição principal Comissão, será ela encaminhada imediatamente à Mesa ou
e das emendas ou subemendas num único texto, com os acrésci- à Comissão que em seguida deva pronunciar-se.
mos e alterações que visem o seu aperfeiçoamento; Art. 116. Quando algum membro de Comissão retiver inde-
XIII - ao deliberar a Comissão sobre matérias nas condições vidamente papéis a ela pertencentes, ou sobre os quais deva a
do inciso anterior, a votação versará sobre o único texto apre- Comissão pronunciar-se, adotar-se-á o seguinte procedimento:
sentado, salvo os destaques regimentalmente permitidos; a) frustrada a reclamação do Presidente da Comissão, o fato
XIV - o parecer, que só poderá ser apresentado em reunião será comunicado à Mesa;
pelo Relator, será imediatamente submetido a discussão; b) o Presidente da Assembleia fará apelo ao Deputado para
que atenda à reclamação, fixando-lhe para isso prazo de vinte e
quatro horas;

36
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
c) se, vencido o prazo, o apelo não for atendido, o Presidente § 9º Fluído o prazo sem interposição de recurso, ou improvi-
da Assembleia nomeará substituto na Comissão para o membro do este, a matéria será enviada à sanção ou arquivada, conforme
faltoso, por indicação do Líder da bancada respectiva, e mandará o caso.
proceder à restauração dos autos. § 10 Provido o recurso, a matéria aguardará a inclusão na
Art. 117. O membro de Comissão e os Líderes podem levan- Ordem do Dia.
tar questão de ordem, que será resolvida terminativamente pelo Art. 122. Encerrada a apreciação, pelas Comissões, da maté-
Presidente da respectiva Comissão, cabendo recurso ao Presi- ria sujeita à deliberação do Plenário, ou na hipótese de ser pro-
dente da Assembleia, por escrito, em até vinte e quatro horas, vido o recurso mencionado no § 2º do artigo anterior, a proposi-
sem prejuízo do andamento da matéria em trâmite. ção será enviada à Mesa e aguardará inclusão na Ordem do Dia.
Art. 118. Quando o parecer se referir a matéria que deva Art. 123. Havendo necessidade de redação final, a matéria
ter tramitação secreta, ou deva ser apreciada pelo Plenário em vai à Comissão de Constituição, Justiça e Redação, que a elabo-
sessão secreta, o Relator lerá o relatório, que não será conclusi- rará definitivamente, sem possibilidade de qualquer recurso,
vo, deliberando, em seguida, a Comissão em escrutínio secreto, enviando-se a mesma à Mesa para promulgação ou encaminha-
complementando-se o parecer com o resultado da votação, não mento à sanção.
sendo consignadas restrições, declarações de voto ou votos em Art. 124. Aplicam-se à tramitação dos projetos e demais pro-
separado, nem o número dos votos favoráveis e contrários, salvo posições submetidas à deliberação terminativa das Comissões
expressa determinação regimental. as disposições relativas a turnos, prazos e demais formalidades,
§ 1º As Comissões podem propor a apreciação da matéria ritos e exigências previstos para as matérias submetidas à apre-
em sessão secreta da Assembleia. ciação do Plenário.
§ 2º Nas hipóteses previstas neste artigo, o respectivo pro- Art. 125. Se o parecer da Comissão de Constituição, Justiça
cesso será entregue ao Presidente da Assembleia com o devido e Redação ou da Comissão de Finanças e Fiscalização for pela
sigilo. inadmissibilidade de qualquer proposição, a matéria estará re-
Art. 119. Sempre que a Comissão convocar Secretário de Es- jeitada, devendo ser arquivada pelo Presidente da Assembleia,
tado, Procurador-Geral ou Comandante da Polícia Militar, será salvo recurso ao Plenário, não tendo sido unânime o parecer, nos
feita comunicação ao Presidente da Assembleia, para que seja termos dos §§ 3º, 4º, 6º, 7º, 8º e 9º, do art. 121. (Redação dada
cientificado o Plenário. pela Resolução nº 38/2021)
Art. 120. No caso da alínea “f” do inciso XI, do art. 115, a § 1º Para os fins deste artigo, havendo parecer nas condi-
decisão da Comissão depende de aprovação do Plenário, salvo ções nele previstas, a Comissão encaminhará a matéria à Mesa
concordância do Autor da proposição. até a sessão seguinte, para ser anunciada na Ordem do Dia. (Re-
Parágrafo único. Não se admitirá a providência referida nes- dação dada pela Resolução nº 38/2021)
te artigo se a proposição não for de iniciativa parlamentar. § 2º Provido o recurso, a matéria volta às Comissões para
Art. 121. Sendo permitida a deliberação terminativa das Co- exame do mérito.
missões, a aprovação dos pareceres importa aprovação ou rejei- § 3º Tratando-se de inconstitucionalidade parcial, a Comis-
ção da matéria pela Assembleia, de acordo com suas conclusões. são de Constituição, Justiça e Redação pode oferecer emenda
§ 1º A Comissão que por último tiver deliberado encaminha- corrigindo o vício.
rá a matéria à Mesa até a sessão seguinte, para ser anunciada § 4º Se o parecer se referir apenas à emenda ou subemenda,
na forma do inciso I do art. 163. (Redação dada pela Resolução o recurso será interposto quando a matéria principal for anun-
nº 38/2021) ciada na Ordem do Dia, dispensando-se a providência preliminar
§ 2º Anunciada a matéria aprovada ou rejeitada terminati- de que trata o § 1º deste artigo.
vamente pelas Comissões, poderá ser apresentado recurso até o Art. 126. Tratando-se de emenda ou subemenda, só se ad-
término da Ordem do Dia da sessão ordinária seguinte para que mite recurso para a deliberação do Plenário se a decisão, sobre
a proposição seja submetida à decisão do Plenário. o mérito, não tiver sido unânime em qualquer Comissão, obser-
§ 3º O recurso deve ser interposto por documento dirigido vando-se a disciplina do art. 121.
ao Presidente da Assembleia, subscrito por, no mínimo 3 (três) Art. 127. Todas as matérias devem ir primeiro à Comissão de
Deputados, e indicará expressamente, dentre as matérias apre- Constituição, Justiça e Redação, em seguida, se for o caso, à Co-
ciadas pelas Comissões, aquela que deva ser objeto de delibera- missão de Finanças e Fiscalização, sendo encaminhadas depois
ção do Plenário. às demais Comissões.
§ 4º Recebido o recurso, e desde que devidamente forma- Art. 128. Quando qualquer Comissão conhecer de documen-
lizado, o Presidente o submeterá ao Plenário na mesma sessão. to de natureza sigilosa, observar-se-ão as seguintes regras:
§ 5º O recurso será provido para o único efeito de possibili- a) não será lícito transcrevê-lo, no todo ou em parte, nos
tar discussão e votação da matéria pelo Plenário, se este o aco- pareceres, atas e expedientes de curso ostensivo;
lher pelo voto favorável da maioria, presente a maioria absoluta b) se houver sido encaminhado à Assembleia em virtude de
dos Deputados. requerimento formulado perante a Comissão, seu Presidente
§ 6º Não é permitida discussão, mas um dos recorrentes dele dará conhecimento ao requerente, em particular;
pode encaminhar a votação por 5 (cinco) minutos, também po- c) se a matéria interessar a toda a Comissão, ser-lhe-á dada
dendo encaminhá-la um outro Deputado que se oponha ao pro- a conhecer em reunião secreta;
vimento do recurso. d) se destinado a instruir o estudo de matéria em curso na
§ 7º Recebido o recurso, mas não havendo quórum para de- Assembleia, será encerrado em sobrecarta, rubricada pelo Pre-
liberar, sua apreciação será sobrestada até que aquele se com- sidente da Comissão, a qual acompanhará o processo em toda a
plete, na mesma ou nas sessões seguintes. sua tramitação;
§ 8º Persistindo a falta de quórum por 3 (três) sessões ordi- e) sempre que parecer ou depoimento contiver matéria de
nárias, o recurso estará definitivamente prejudicado. natureza sigilosa, será objeto das cautelas da alínea anterior.

37
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
SEÇÃO XI SEÇÃO XII
DA FISCALIZAÇÃO E CONTROLE DA SECRETARIA E DAS ATAS

Art. 129. Constituem atos ou fatos sujeitos à fiscalização e


controle da Assembleia Legislativa: Art. 131. As Comissões terão uma secretaria incumbida dos
I - os de fiscalização contábil, financeira, orçamentária, ope- serviços de apoio administrativo.
racional e patrimonial dos 3 (três) Poderes do Estado, do Minis- Parágrafo único. À Secretaria compete:
tério Público, do Tribunal de Contas, da Defensoria Pública e das I - a redação da ata das reuniões;
autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e II - a sinopse dos trabalhos, com o andamento de todas as
fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público; (Redação proposições em curso na Comissão;
dada pela Resolução nº 38/2021) III - a organização do protocolo de entrada e saída de ma-
II - os atos de gestão administrativa do Poder Executivo, térias;
incluídos os das autarquias, empresas públicas, sociedades de IV - a entrega do processo referente a cada proposição ao
economia mista e fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Relator ou ao seu gabinete, no mesmo dia da distribuição;
Público, seja qual for a autoridade ou servidor que os haja pra- V - o acompanhamento sistemático dos prazos regimentais,
ticado; mantendo o Presidente constantemente informado a respeito;
III - os atos do Governador, do Vice-Governador do Estado, VI - o envio imediato das proposições apreciadas à Mesa e
dos Secretários de Estado, do Procurador-Geral do Estado e do às outras Comissões;
Comandante da Polícia Militar que importarem, tipicamente, cri- VII - o desempenho de outros encargos determinados pelo
me de responsabilidade; Presidente.
IV - os de que trata o art. 352. Art. 132. De cada reunião se lavrará ata, a qual será dispo-
Art. 130. A Assembleia exerce a fiscalização e controle refe- nibilizada no sistema eletrônico, para eventual retificação pelos
ridos no artigo anterior através de suas Comissões Permanentes, membros da Comissão.
ou de Comissão Especial ou de Inquérito instituída para cada § 1º Após a inserção no sistema eletrônico, os Deputados
caso específico. disporão de, no máximo, 3 (três) dias, para manifestação.
§ 1º No desempenho dessa atribuição, as Comissões obede- § 2º Encerrado o prazo do parágrafo anterior, sem manifes-
cerão às seguintes regras: tação, o Presidente certificará a aprovação e determinará, em
I - a proposta de fiscalização e controle poderá ser apresen- reunião ordinária, a publicação no Diário Oficial Eletrônico.
tada por qualquer Deputado, ao Plenário ou diretamente à Co- § 3º Caso seja apresentada retificação, o Presidente dará
missão Permanente, com indicação do ato ou fato, e fundamen- ciência à Comissão na reunião ordinária subsequente, devendo
tação da providência objetivada; a correção constar na ata desta reunião.
II - a proposta será relatada previamente, quanto à oportu- § 4º Da ata, deverá constar:
nidade e conveniência da medida e o alcance jurídico, adminis- I - data, hora e local da reunião;
trativo, político, econômico, social e orçamentário do ato impug- II - nomes dos membros presentes e ausentes, com expressa
nado, definindo-se os planos de execução e a metodologia de referência às faltas justificadas;
avaliação; III - resumo do expediente;
III - aprovado pela Comissão o relatório prévio, o mesmo Re- IV - registro das proposições apreciadas e das respectivas
lator ficará encarregado de sua implementação, requisitando-se conclusões.
à Mesa a provisão de meios e recursos administrativos e o as-
sessoramento necessários, inclusive a celebração de contrato de SEÇÃO XIII
prestação de serviços temporários com empresas, entidades ou DO ASSESSORAMENTO LEGISLATIVO
profissionais especializados;
IV - o relatório final da fiscalização ou controle, em termos Art. 133. As Comissões contarão, para o desempenho das
de comprovação da legalidade, avaliação política, administrati- suas atribuições, com assessoramento técnico-legislativo e es-
va, social e econômica do fato, ato ou omissão, e quanto a seus pecializado em suas áreas de competência, a cargo da estrutura
reflexos na gestão orçamentária, financeira e patrimonial, aten- organizacional da Assembleia.
derá, no que couber, ao disposto no
Art. 77. § 2º A Comissão, para a execução das atividades de CAPÍTULO VIII
que trata este artigo, poderá solicitar ao Tribunal de Contas do DOS GABINETES PARLAMENTARES
Estado as providências ou informações previstas no artigo 53, IV
e VI, da Constituição do Estado, bem como tomar outras provi- SEÇÃO I
dências indicadas no art. 55. DOS GABINETES E ESCRITÓRIOS DE APOIO
§ 3º Serão assinados prazos nunca inferiores a 5 (cinco) dias
para o cumprimento das convocações, prestação de informa-
ções, atendimento às requisições de documentos públicos e para Art. 134. Os Gabinetes Parlamentares são órgãos da Assem-
a realização de diligências e perícias. bleia Legislativa, dotados de autonomia, na forma do § 3º do art.
§ 4º O descumprimento do disposto no parágrafo anterior 33-A da Constituição Estadual.
ensejará a apuração da responsabilidade do infrator, na forma Art. 135. Os Gabinetes Parlamentares poderão funcionar
da lei. descentralizadamente, constituindo-se por Escritórios de Apoio
§ 5º Quando se tratar de documentos de caráter sigiloso, re- Parlamentar nas regiões geográficas previamente definidas por
servado ou confidencial, identificados com estas classificações, norma específica, a fim de assegurar o pleno acesso do cidadão
observar-se-á o prescrito no art. 128. potiguar à atividade político-parlamentar do Deputado Estadual.

38
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
§ 1º Ao Escritório de Apoio compete a administração, a III - extraordinárias, as realizadas em dias ou horários diver-
conservação e o uso dos imóveis e instalações, vinculando-se sos dos prefixados para as ordinárias;
ao interesse do mandato parlamentar, como dispuser a norma IV - solenes, as destinadas à comemorações e homenagens,
específica. à abertura da sessão legislativa ordinária e à posse do Governa-
§ 2º Aos Escritórios de Apoio cabem, individualmente, exer- dor e do ViceGovernador do Estado.
cer a assessoria de cada Deputado Estadual, dentro de sua área Parágrafo único. Nos 60 (sessenta) dias anteriores às elei-
de competência ou em um dos munícipios que compõe cada re- ções gerais, as sessões da Assembleia só se realizam nos dias
gião geográfica disposta em norma específica. previamente estabelecidos pelo Plenário.
§ 3º A implantação dos Escritórios de Apoio dependerá de Art. 140. As sessões ordinárias só não se realizam:
dotação orçamentária própria, podendo ser utilizado para o seu I - por falta de quórum;
custeio as verbas destinadas para a manutenção do Gabinete II - por deliberação do Plenário;
Parlamentar, observado os requisitos estabelecidos em ato nor- III - no dia de falecimento de Deputado da legislatura em
mativo específico, levando-se em consideração: curso, ou no primeiro dia após o falecimento;
I - a extensão territorial; IV - em face de tumulto grave, ou qualquer ocorrência que
II - o número de habitantes; ponha em risco a liberdade ou a incolumidade dos Deputados.
III - o número de eleitores. Art. 141. As sessões serão públicas, salvo expressa disposi-
Art. 136. Os critérios para distribuição, indicação prévia ou ção em contrário deste Regimento, ou se a maioria absoluta dos
ocupação da estrutura física dos Gabinetes Parlamentares serão Deputados decidir por realização de sessão secreta.
fixados por ato da Mesa. Art. 142. À hora do início das sessões, o Presidente tomará
Art. 137. Os Gabinetes, que compõem órgãos singulares da assento à Mesa, juntamente com o Primeiro e Segundo Secretá-
estrutura organizacional político-administrativa da Assembleia rios, ou quem os haja de substituir.
Legislativa, destinados ao gerenciamento administrativo e da Parágrafo único. O Presidente não deixará a cadeira presi-
atividade parlamentar serão disciplinados na forma de ato regu- dencial enquanto não chegar à Mesa seu substituto. Os Secretá-
lamentador de competência privativa da Mesa. rios permanecerão à Mesa até a leitura do expediente, nas veri-
ficações de quórum e chamadas nominais para votações, e por
SEÇÃO II todo o tempo das sessões preparatórias e solenes.
DA COTA PARA O EXERCÍCIO DA ATIVIDADE PARLAMENTAR Art. 143. Presente na Casa pelo menos 1/3 (um terço) dos
Deputados, o Presidente anunciará o número de presentes, de-
Art. 138. Fica instituída a Cota para o Exercício da Atividade clarará aberta a sessão, e proferirá as seguintes palavras: “Invo-
Parlamentar - CEAP, destinada a custear gastos exclusivamente cando a proteção de Deus e em nome do povo do Rio Grande do
vinculados ao exercício da atividade parlamentar, observados os Norte, iniciamos nossos trabalhos”.
limites a serem fixados em ato normativo específico. Parágrafo único. Não se verificando o quórum de presença,
§ 1º O saldo da parcela da cota não aplicada no mês de re- o Presidente aguardará, durante 30 (trinta) minutos, que ele se
ferência poderá ser reutilizado ao longo do exercício financeiro, complete, sendo o retardamento deduzido do tempo destinado
observados os limites fixados por ato da Mesa. ao expediente. Se persistir a falta de número, o Presidente decla-
§ 2º O saldo de verba não aplicado no mês de dezembro rará que não pode haver sessão, determinando a atribuição de
poderá, excepcionalmente, ser reutilizado por intermédio de falta aos ausentes para os efeitos legais.
prestação de contas complementar até o 15º dia útil do mês de Art. 144. As sessões da Assembleia, uma vez iniciadas, só se
janeiro do ano subsequente, por meio de solicitação específica suspendem:
para o saldo do referido mês, realizado na forma fixada por ato I - para se aguardar que se complete o quórum de delibera-
da Mesa. ção na Ordem do Dia, ou que chegue a sua hora;
§ 3º Atribui-se aos gabinetes referidos no art. 137, um adi- II - por conveniência da manutenção da ordem;
cional ao valor da cota mensal prevista no caput deste artigo, III - para que sejam recebidos o Presidente ou o Vice-Pre-
que será regulamentado por ato normativo específico. sidente da República, o Governador ou o Vice-Governador do
§ 4º A Cota disposta neste artigo é anual e será rateada em Estado, o Presidente do Tribunal de Justiça, os Presidentes da
parcelas mensais iguais e sucessivas, a serem fixadas por ato Câmara dos Deputados, do Senado
normativo próprio. Federal ou do Supremo Tribunal Federal, os Ministros de Es-
§ 5º As despesas decorrentes da CEAP correrão à conta do tado, os Presidentes de Assembleias Legislativas ou Governado-
orçamento da Assembleia. res de outros Estados, os Chefes de Estado estrangeiros e seus
embaixadores, bem como embaixadores de organismos interna-
TÍTULO III cionais de que o Brasil participe, ou ainda para cumprimentos a
DAS SESSÕES DA ASSEMBLEIA homenageados ou seus familiares.
Art. 145. As sessões só poderão ser encerradas, antes do
CAPÍTULO I prazo previsto para seu término:
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS I - em caso de tumulto grave, ou outra ocorrência que ponha
em risco a liberdade ou a incolumidade dos Deputados;
Art. 139. As sessões da Assembleia são: II - por falecimento de Deputado da legislatura em curso, de
I - preparatórias, as que precedem a instalação dos trabalhos Chefe de um dos Poderes do Estado ou de Congressistas do Rio
da primeira e da terceira sessões legislativas de cada legislatura; Grande do Norte, também da legislatura em curso;
II - ordinárias, as de qualquer sessão legislativa, realizadas III - não havendo matéria a discutir ou votar, ou Deputado
apenas uma vez por dia, todos os dias úteis, de terça a quinta- que queira usar da palavra.
-feira;

39
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
Art. 146. O prazo de duração da sessão poderá ser prorro- XVI - os equipamentos de transmissão de recursos audiovi-
gado pelo Presidente, de ofício, ou, automaticamente, quando suais que trata o inciso anterior poderão funcionar como apoio
requerido pelo Colégio de Líderes, ou por deliberação do Ple- às manifestações dos Deputados Estaduais, durante a apresen-
nário, a requerimento de qualquer Deputado, por tempo nunca tação de proposições;
superior a 1 (uma) hora. XVII - nas sessões solenes, os equipamentos mencionados
§ 1º O requerimento será verbal e imediatamente submeti- no inciso anterior poderão exibir arquivos atinentes ao escopo
do à votação, sem discussão ou encaminhamento. da solenidade, com a devida autorização da Presidência.
§ 2º O esgotamento do prazo da sessão não interrompe o Parágrafo único. A Mesa expedirá atos para regulamentar
processo de votação, ou de sua verificação, nem o início da vota- o procedimento concernente ao uso dos painéis eletrônicos no
ção do próprio requerimento de prorrogação obstado pelo surgi- âmbito das sessões desta Casa.
mento de questões de ordem. Art. 148. Em qualquer fase da sessão, o Deputado poderá
Art. 147. Para a manutenção da ordem, respeito e austerida- fazer uso da palavra para contestar acusação pessoal à própria
de das sessões, observam-se as seguintes regras: conduta, feita durante discurso ou aparte ou para contradizer
I - durante as sessões preparatórias, ordinárias e extraordi- opinião que lhe foi indevidamente atribuída.
nárias, somente tem assento no Plenário Deputados Estaduais, Parágrafo único. O Presidente, após a indicação da acusação
Secretários de Estado e Congressistas, e a ainda ex-Deputados e ou opinião indevidamente atribuída, decidirá acerca do pedido
ex-Congressistas do Estado; do Deputado para falar na mesma, ou em outra sessão.
II - só os funcionários da Casa com atribuições no Plenário Art. 149. Ao público será franqueado o acesso às galerias
podem ter acesso a este; circundantes para assistir às sessões.
III - excepcionalmente, o Presidente pode permitir acesso § 1º A assistência deve conservar-se em silêncio, sem dar
ao Plenário, para rápidos registros, de fotógrafos e equipes de qualquer sinal de aplauso ou de reprovação ao que nas sessões
gravação de televisão credenciados perante a Mesa; se passar, inclusive por meio de escritos, desenhos ou símbolos.
IV - não é permitida conversação que perturbe a leitura de § 2º O Presidente fará retirar das galerias quem infringir o
documento, chamada nominal, comunicações, discursos e deba- parágrafo anterior, devendo mandar evacuá-las sempre que ne-
tes;
cessário.
V - os Deputados podem falar sentados ou da tribuna, de pé;
Art. 150. Haverá lugar reservado na galeria para os jornalis-
VI - a nenhum Deputado é permitido falar sem pedir a pala-
tas credenciados.
vra e sem que o Presidente a conceda, ou apartear sem conces-
Parágrafo único. Durante as sessões, não é permitida, no lu-
são do orador;
gar reservado aos jornalistas, a presença de pessoa estranha à
VII - se o Deputado pretender falar ou permanecer falando
imprensa.
antirregimentalmente, o Presidente adverti-lo-á; se, apesar des-
Art. 151. A transmissão por rádio ou televisão, e a gravação
sa advertência, o Deputado insistir em falar, o Presidente dará
de som e imagens das sessões podem ser proibidas pelo Presi-
seu discurso ou aparte por encerrado;
dente, em razão do interesse público.
VIII - se o Deputado perturbar a ordem ou o andamento re-
gimental da sessão, o Presidente lhe aplicará pena de censura
oral e, conforme a gravidade, promoverá a aplicação de outras CAPÍTULO II
penalidades previstas neste Regimento; DAS SESSÕES ORDINÁRIAS
IX - quando necessário para a manutenção da ordem ou pre-
servação da dignidade da Assembleia, o Presidente convidará o SEÇÃO I
Deputado que estiver transgredindo o Regimento a se retirar do DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Plenário;
X - ao falar, o Deputado dirigirá a palavra ao Presidente, ou
aos Deputados de modo geral; Art. 152. As sessões ordinárias têm duração de 3 (três) horas
XI - referindo-se a colega, o Deputado deverá fazer preceder e se iniciam às 10h30min (dez horas e trinta minutos).
o seu nome do tratamento de Senhor Deputado; quando a ele se Art. 153. As sessões ordinárias constam de:
dirigir, dar-lhe-á o tratamento de Excelência; I - Expediente, destinado à leitura do expediente e aos ora-
XII - nenhum Deputado poderá referir-se de forma descortês dores que tenham assunto a tratar;
ou insultuosa a membros do Poder Legislativo ou às autoridades II - Ordem do Dia, para apreciação da pauta da sessão;
dos demais Poderes da República e do Estado, ou às instituições III - Comunicações de Lideranças, para exposição da posição
nacionais; política ou partidária acerca de assunto de relevância;
XIII - o orador não pode ser interrompido, salvo quando con- IV - Comunicações Parlamentares, desde que haja tempo
ceder aparte, ou pelo Presidente, quando autorizado por este disponível, para que sejam tratados temas diversos.
Regimento;
XIV - o Deputado poderá realizar um breve comentário em SEÇÃO II
qualquer fase da sessão, para dar conhecimento ao Plenário as- DO EXPEDIENTE
sunto relevante ou esclarecer algum procedimento, valendo-se
da expressão “Pela Ordem”, dispondo para tanto de, no máximo,
1 (um) minuto, sem apartes; Art. 154. Aberta a sessão, durante 1 (uma) hora cuida-se do
XV - painéis eletrônicos do Plenário Deputado Clóvis Motta Expediente, que constará de:
têm como função registrar as presenças dos Deputados, a indi- I - leitura das proposições, mensagens, ofícios, representa-
cação do orador, o tempo e a ordem de pronunciamento deste, ções, petições e toda a correspondência dirigida à Mesa ou ao
e os votos quando houver deliberação que exija quórum quali- Presidente, de interesse do Plenário, observada a alínea “b” do
ficado; inciso I do art. 40;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
II - discursos dos Deputados inscritos. SEÇÃO III
Art. 155. Iniciado o Expediente, o Presidente indagará se al- DA ORDEM DO DIA
gum Deputado tem retificações a fazer à ata da sessão anterior,
disponibilizada com antecedência no sistema eletrônico.
§ 1º Se algum Deputado quiser retificar a ata, fará comuni- Art. 159. Às 11h30min (onze horas e trinta minutos), o Pre-
cação oral neste sentido, podendo o Presidente ou o Segundo sidente anunciará a Ordem do Dia e convidará os Deputados que
Secretário dar as explicações que julgar necessárias, tudo cons- tiverem proposições a apresentar a fazê-lo, facultando a cada
tando da ata da sessão. um 2 (dois) minutos, não permitidos apartes.
§ 2º A ata será assinada de forma eletrônica pelo Presidente Parágrafo único. O período de apresentação de proposições
e pelos Secretários por meio do sistema eletrônico. não se prolongará por mais de 15 (quinze) minutos, mas os De-
Art. 156. Não será lido, nem constituirá objeto de registro, putados que ainda tiverem proposições a apresentar à Mesa
em sessão pública, documento de caráter sigiloso, observando- poderão fazê-lo, sendo-lhes assegurado justificá-las na sessão
-se, quanto ao expediente dessa natureza, as seguintes normas: seguinte.
I - se houver sido remetido à Assembleia a requerimento de Art. 160. A Ordem do Dia tem duração de 90 (noventa) mi-
Deputado, ainda que em cumprimento à manifestação do Ple- nutos, podendo qualquer Deputado requerer sua prorrogação
nário, o Presidente dele dará conhecimento, em particular, ao por até 1 (uma) hora. Prorrogada a Ordem do Dia, não se admite
requerente; prorrogação simultânea da sessão.
II - se o documento se destinar a instruir estudo de maté- § 1º O requerimento de prorrogação será oral, sendo ime-
ria em trâmite, transitará em sobrecarta fechada, rubricada pelo diatamente submetido a votação, sem discussão ou encaminha-
Presidente da Assembleia e pelos Presidentes de Comissões que mento, aplicando-se o § 2º do art. 146.
dele tomarem conhecimento, feita no anverso a devida anota- § 2º Encerrada a Ordem do Dia, por esgotamento do tempo
ção. normal, ou de prorrogação, ou por falta de orador ou matéria,
Art. 157. Concluída a leitura das correspondências, o Presi- passa-se à fase seguinte da sessão, desde que ainda reste tempo,
dente concederá a palavra aos Deputados oradores, por 5 (cinco) salvo prorrogação da própria sessão.
minutos, cada, observado o seguinte: Art. 161. Só durante a Ordem do Dia pode o Plenário delibe-
I - para que todos os Deputados Estaduais façam uso da pa- rar sobre qualquer matéria.
lavra em cada sessão será respeitado, impreterivelmente, o nú- Parágrafo único. São nulas, por vício insanável do processo
mero de 4 (quatro) oradores por ciclo de 6 (seis) sessões; legislativo, qualquer deliberação do Plenário tomada fora da Or-
II - em cada sessão, observar-se-á a ordem alfabética, e de dem do Dia.
acordo com o nome parlamentar escolhido nos termos do § 1º Art. 162. Não pode deliberar o Plenário se, por qualquer
do art. 6º, até que haja concluído o ciclo disposto no inciso ante- motivo, a Ordem do Dia não se iniciar no horário regimental, de
rior, e que todos os Deputados Estaduais tenham tido a oportu- acordo com o relógio do Plenário, admitida uma tolerância de
nidade de se manifestar nessa fase; 5 (cinco) minutos, observado o disposto no Parágrafo único. do
III - o deputado que, chamado para fazer uso da palavra, per- art. 143.
mutar sua vez com outro Deputado, passará este a ocupar a vaga § 1º Também não pode deliberar o Plenário depois de es-
daquele, bastando para isto fazer comunicação oral à Mesa; gotado o horário regimental da Ordem do Dia, igualmente pelo
IV - ausente o Deputado, por motivo justificável, na sessão relógio do Plenário.
em que constar como orador no Expediente, será franqueado o § 2º A deliberação do Plenário, tomada em desacordo com o
uso da palavra para outro Deputado que queira fazê-lo naquela disposto no caput deste artigo, e no parágrafo anterior, é nula de
sessão, respeitada a ordem alfabética de preferência, passando pleno direito, por vício insanável do processo legislativo.
o ausente para a vaga daquele; § 3º A prova do fato pode ser feita por qualquer meio juridi-
V - não havendo oradores, ou tendo falado o último deles, camente admissível.
o Presidente facultará a palavra, que será concedida ao primeiro § 4º O Presidente, o Colégio de Líderes ou o Plenário não
que a solicitar, assegurada a preferência aos que não tenham podem dispensar a estrita observância do disposto neste artigo
falado nas cinco sessões anteriores; e seus parágrafos.
VI - improrrogavelmente às 11h30min (onze horas e trinta § 5º As suspensões das sessões, desde que expressamen-
minutos), o Presidente encerrará o Expediente, mesmo que haja te autorizadas neste Regimento, adiam automaticamente, pelo
orador na tribuna, que imediatamente terminará seu discurso; tempo da suspensão, o início e o fim da Ordem do Dia.
VII - restando tempo ao Expediente e tendo se pronunciado Art. 163. Terminado o período de apresentação de proposi-
todos os oradores, o Presidente passará à fase seguinte da ses- ções, o Presidente dará conhecimento ao Plenário da existência
são, salvo se houver matéria anunciada para votação na Ordem de:
do Dia, hipótese em que o Presidente suspenderá a sessão até I - proposições constantes da pauta e aprovadas ou rejeita-
que chegue a hora regimental. das terminativamente pelas Comissões, para efeito de interpo-
Art. 158. É vedada a destinação do horário do Expediente sição de recurso;
para realização de comemorações e homenagens, somente sen- II - proposições sujeitas à deliberação privativa do Plenário,
do permitido fazê-las por meio de sessões solenes, na forma do também constantes da pauta, para oferecimento de emendas.
art. 180. Art. 164. Feitas tais comunicações, o Presidente anunciará
o número de Deputados presentes, passando-se à votação das
matérias, observando-se rigorosamente a seguinte ordem na or-
ganização da pauta:
I - projetos em regime de urgência com discussão encerrada
em sessões anteriores;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
II - recursos contra as decisões terminativas das Comissões; Art. 169. As votações independem de comprovação de quó-
III - projetos em regime de prioridade com discussão encer- rum por chamada nominal, louvando-se o Presidente nas infor-
rada em sessões anteriores; mações da Secretaria quanto ao número de presentes, ressalva-
IV - projetos em tramitação ordinária com discussão encer- do o pedido de verificação.
rada em sessões anteriores; Art. 170. O Presidente organizará a pauta da Ordem do Dia
V - requerimentos diversos; de cada sessão, observada a seguinte ordem:
VI - relatórios e pareceres que independam de projeto; I - projetos de lei, apreciados terminativamente pelas Co-
VII - recursos em questão de ordem. missões, para simples anúncio do inciso I do art. 163;
Art. 165. Encerradas as votações previstas no artigo anterior, II - proposições sujeitas à deliberação privativa do Plenário,
passase à discussão das matérias em pauta, observada a ordem em fase de recebimento de emendas;
do artigo anterior, no que couber. III - proposições em fase de votação, segundo o art. 164;
Parágrafo único. Terminada a discussão de uma matéria, IV - discussão de:
passa-se imediatamente à votação da mesma, salvo ausência a) projetos em regime de urgência, obedecida a ordem cro-
de quórum de deliberação. A votação só pode ser suspensa se nológica de entrada ou concessão;
esgotado o tempo da Ordem do Dia, ficando automaticamente b) projetos em regime de prioridade;
transferida para a sessão seguinte. c) projeto de lei de diretrizes orçamentárias;
Art. 166. Se durante o tempo destinado à Ordem do Dia d) proposições de iniciativa da Mesa;
não houver quórum de deliberação, nem matéria para discutir, e) proposições em tramitação ordinária;
e desde que alguma proposição penda de votação, o Presidente f) propostas de emenda à Constituição;
suspenderá a sessão por até 30 (trinta) minutos, não implicando g) requerimentos diversos;
tal suspensão em automática prorrogação do tempo regimental. h) relatórios e pareceres desacompanhados de projetos;
Persistindo a falta de quórum, passar-se-á à outra fase da sessão, i) indicações.
transferindo-se as votações para a sessão seguinte. Parágrafo único. O veto será apreciado em sessão extraordi-
Parágrafo único. Se as votações não se tiverem iniciado, ou nária, especialmente convocada.
forem suspensas por falta de quórum, completando-se este, o Art. 171. Qualquer Deputado pode pedir a inclusão de ma-
Presidente interromperá as discussões e passará às votações. téria na pauta da Ordem do Dia, por requerimento dirigido ao
Art. 167. A ordem estabelecida no art. 164 só pode ser al- Presidente, sendo sempre atendido, salvo se não estiverem cum-
terada: pridas as exigências regimentais.
I - por unânime decisão do Colégio de Líderes, desde que Art. 172. Constarão obrigatoriamente da Ordem do Dia as
não contrarie decisão do Plenário, quanto à concessão de ur- matérias não discutidas ou votadas na pauta da sessão ordinária
gência; anterior, com precedência sobre outras do grupo a que perten-
II - em casos de preferência, adiamento ou retirada da Or- çam, conforme o art. 170.
dem do Dia. Art. 173. As proposições apensadas figurarão na Ordem do
§ 1º Qualquer Deputado pode pedir preferência para a dis- Dia em série, iniciada pela proposição preferida pelas Comis-
cussão ou votação de uma proposição antes de outras, desde sões, ou pela de maior antiguidade na Assembleia, de modo que
que do mesmo grupo definido no art. 164. O requerimento será a decisão sobre esta prejudique as demais.
oral e feito à Presidência logo no início da Ordem do Dia, e será Art. 174. Somente podem ser incluídas na Ordem do Dia,
sempre deferido. em cada sessão legislativa, as proposições protocoladas junto à
§ 2º O adiamento de discussão ou votação depende de re- Mesa até o dia 12 de dezembro, salvo unânime deliberação do
querimento oral, feito à Presidência logo que anunciada a dis- Colégio de Líderes.
cussão ou votação, sendo imediatamente submetido à delibe- Art. 175. A pauta da Ordem do Dia será anunciada ao tér-
ração do Plenário. Tratando-se de adiamento de discussão, e mino da sessão anterior, sendo imediatamente disponibilizada
não havendo número para deliberar, tem-se por prejudicado o no sistema eletrônico, dispensada nova publicação no caso do
requerimento. art. 172.
§ 3º O adiantamento de discussão ou votação será por, no
máximo,5 (cinco) sessões, não sendo admitido se a matéria esti- SEÇÃO IV
ver em regime de urgência. DAS COMUNICAÇÕES DE LIDERANÇAS E PARLAMENTARES
§ 4º O requerimento de retirada da Ordem do Dia, para que
se complete a tramitação regular, ou novamente sejam ouvidas
as Comissões, ou ainda para que se aguardem informações, é Art. 176. Esgotada a Ordem do Dia ou terminado seu prazo
oral ou escrito, dirigido à Presidência logo no início da Ordem de prorrogação, o Presidente facultará a palavra aos Líderes, que
do Dia, sendo imediatamente submetido ao Plenário. O requeri- podem dispor de até 10 (dez) minutos.
mento indicará o objetivo da retirada. Parágrafo único. Falando um Líder, aos demais é assegurado
Art. 168. Qualquer Deputado pode pedir verbalmente a veri- igual direito na mesma sessão. Esgotado, entretanto, o tempo da
ficação do quórum de deliberação durante a Ordem do Dia, sen- sessão, ou de sua prorrogação, é garantido aos Líderes, que não
do sempre atendido. puderam falar, usar da palavra nas sessões seguintes.
§ 1º Pedida a verificação imediatamente após a proclama- Art. 177. Se, após a palavra dos Líderes, ainda restar tempo à
ção do resultado de uma votação, que não se fez pelo processo sessão, a palavra será facultada a qualquer Deputado, dispondo
nominal, faz-se, desde já, a chamada para nova votação. de 5 (cinco) minutos cada um.
§ 2º Aplica-se à verificação de quórum a regra do § 2º do
art. 249.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
SEÇÃO V CAPÍTULO IV
DO ENCERRAMENTO DA SESSÃO DAS SESSÕES SOLENES

Art. 180. Deliberando o Plenário, a requerimento de qual-


Art. 178. Às 13h30min (treze horas e trinta minutos), ou, em quer Deputado, será realizada sessão solene para comemoração
caso de prorrogação da sessão, no máximo às 14h30min (qua- de evento relevante ou homenagem a pessoas ou instituições.
torze horas e trinta minutos), o Presidente declarará encerrada a § 1º Independem de deliberação do Plenário as sessões para
sessão, ressalvadas as hipóteses do art. 146. instalação da sessão legislativa ordinária e a posse do Governa-
§ 1º Antes de encerrar a sessão, porém, o Presidente anun- dor e do Vice-Governador.
ciará: § 2º Em sessão solene podem ser admitidos convidados à
I - a pauta da Ordem do Dia da sessão seguinte; Mesa e ao recinto do Plenário, assegurado o uso de vestimentas
II - a pauta da Ordem do Dia das Comissões com matérias em de acordo com suas tradições culturais ou religiosas.
condições de nelas serem decididas terminativamente; § 3º Nas sessões solenes de comemorações, entrega de hon-
III - a convocação da próxima sessão ordinária; rarias e homenagens especiais, a juízo do Presidente ou por de-
IV - a convocação de sessões preparatórias, solenes e ex- liberação do Plenário, observar-se-á o seguinte procedimento:
traordinárias; I - no início das sessões solenes será executado o Hino Na-
V - os Deputados que compareceram. cional Brasileiro e, no final, do Estado do Rio Grande do Norte,
§ 2º As matérias só podem ser discutidas ou votadas, mes- ambos em todo ou em parte;
mo em se tratando de adiamento, se forem anunciadas com 1 II - falará, por 20 (vinte) minutos, o Presidente da Assem-
(um) dia de antecedência, pelo menos. bleia ou o Presidente da sessão;
§ 3º Quando convocar sessões preparatórias, solenes ou ex- III - falará, por 20 (vinte) minutos, o Deputado propositor,
traordinárias, o Presidente anunciará o fim a que se destinam. para saudação ao homenageado;
IV - entrega de honraria, quando for o caso;
CAPÍTULO III V - discurso do homenageado ou de seu representante, ha-
DAS SESSÕES EXTRAORDINÁRIAS vendo mais de um homenageado será escolhido um para falar
pelos demais;
Art. 179. O Presidente da Assembleia convocará sessões ex- VI - concluído o discurso do homenageado e a execução do
traordinárias sempre que necessário, para discussão e votação Hino do Estado do Rio Grande do Norte, a sessão será encerrada.
de matérias em condições regimentais de figurarem na Ordem § 4º É dispensável a lavratura de ata das sessões solenes
do Dia. quando se tratar exclusivamente de entrega de títulos honorífi-
§ 1º As sessões extraordinárias devem ser convocadas com, cos e homenagens.
pelo menos, 1 (um) dia de antecedência. § 5º Sempre que for autorizada a sessão solene, a Divisão de
§ 2º As sessões extraordinárias constam exclusivamente de Cerimonial dará ciência aos Deputados ausentes mediante qual-
Ordem do Dia, com duração de 90 (noventa) minutos, prorrogá- quer meio de comunicação.
veis por mais 2 (duas) horas. § 6º As sessões solenes realizar-se-ão às segundas e sextas-
§ 3º As sessões extraordinárias se devem iniciar rigorosa- -feiras; excepcionalmente, realizar-se-ão nos demais dias úteis,
mente no horário da convocação, aplicando-se a elas, e ao que no período vespertino, após o encerramento das sessões ordiná-
nelas tiver de ser decidido, o disposto no art. 162 e seus pará- rias e/ou extraordinárias.
grafos. § 7º Cada Deputado poderá propor até 16 (dezesseis) ses-
§ 4º Aplica-se também às sessões extraordinárias o disposto sões solenes no curso da legislatura, limitando-se a 4 (quatro)
no art. 166. sessões solenes por ano.
§ 5º As sessões extraordinárias podem ser convocadas para § 8º O Deputado poderá ceder o direito de propor sessão
logo após o término das sessões ordinárias, hipótese em que solene a que faz jus a outro Deputado, na forma regulamentada
não se podem iniciar antes das 11h30min (onze horas e trinta em ato próprio.
minutos). § 9º A realização das sessões solenes dispostas no § 7º, fica
§ 6º Nas sessões extraordinárias só se discutem e votam as condicionada à disponibilidade da agenda e dotação orçamen-
matérias objeto da convocação, vedada a apresentação de pro- tária.
posição a ela estranhas. § 10 Nas sessões solenes, quando permitido o ingresso de
§ 7º Para decidir sobre prisão de Deputado, conhecer da re- autoridades no Plenário, os convites serão feitos de maneira a
núncia do Governador e do Vice-Governador, ou declarar a va- assegurar, tanto aos convidados como aos Deputados, lugares
cância dos mesmos cargos, ou, ainda, em casos de intervenção determinados.
federal no Estado ou grave comoção social, a Assembleia pode, § 11 Haverá lugares reservados nas galerias para familiares
a juízo do Presidente, realizar sessões extraordinárias sem cum- dos convidados e jornalistas credenciados.
primento do disposto no § 1º deste artigo, tomando urgentes § 12 Ao público será franqueado o acesso às galerias para
e inadiáveis providências acerca de tais fatos, devendo o Pre- utilizarem os lugares não reservados para assistir às sessões,
sidente usar de todos os meios ao seu alcance para cientificar mantendo-se a incomunicabilidade da assistência com o recinto
previamente os Deputados. do Plenário.
§ 13 A transmissão por rádio, internet ou televisão, bem
como a gravação das sessões e audiências públicas da Assem-
bleia Legislativa, observará o disposto no art. 151. (Redação
dada pela Resolução nº 38/2021)

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
Art. 181. Durante os dias e horários regimentais reservados § 5º Antes de encerrar-se uma sessão secreta, o Plenário re-
para a realização das sessões ordinárias e extraordinárias, fica solverá, por simples votação e sem debates, se deverão ser con-
vedada, no âmbito da Assembleia Legislativa, a realização de servados em sigilo o nome do requerente, a finalidade da ses-
sessões solenes, antes de ultimada a Ordem do Dia. são, os pareceres e demais documentos constantes do processo.
Parágrafo único. Havendo necessidade de mudança do horá- § 6º Somente em sessão secreta poderá ser dado a conhecer
rio regimental para realização das sessões ordinárias, não haven- ao Plenário documento de natureza sigilosa.
do sessão solene previamente agendada, manter-se-á a vedação § 7º Durante as sessões secretas, no recinto do Plenário, só
do caput deste artigo para sua realização. permanecerão os Deputados no exercício do mandato.
§ 8º Antes de encerrar-se a sessão secreta, a ata será lavra-
CAPÍTULO V da pelo Segundo Secretário, emendada, se for o caso, e assina-
DA SESSÃO DE POSSE DO GOVERNADOR E DO VICE-GO- da, e colocada, com os demais papéis referentes ao assunto, em
VERNADOR DO ESTADO E DA AUDIÊNCIA CONCEDIDA AO invólucro fechado, no qual se mencionará apenas a matéria de
GOVERNADOR que se trata, datado e assinado pelo Presidente e Secretários, e
remetido ao arquivo.
Art. 182. Aberta a sessão, e composta a Mesa com as auto-
ridades convidadas, o Presidente designará Comissão de Líderes CAPÍTULO VII
para introduzir os empossandos no recinto. DAS ATAS E ANAIS
§ 1º Feito isto, o Governador eleito tomará assento à direita
do Presidente, e o Vice-Governador eleito, à esquerda. Art. 185. Lavrar-se-á ata com o resumo dos trabalhos de
§ 2º O Presidente, em seguida, convidará o Governador elei- cada sessão, cuja redação obedecerá a padrão uniforme adota-
to a prestar o compromisso constitucional, e depois o Vice-Go- do pela Mesa.
vernador eleito. Parágrafo único. Da ata de cada sessão, a ser disponibiliza-
§ 3º Prestados os compromissos, o Presidente declarará, em da no sistema eletrônico para leitura e validação dos Deputados
nome da Assembleia, empossados o Governador e o Vice-Go- presentes na sessão, constarão:
vernador do Estado, mandando que o Primeiro Secretário faça I - o nome dos Deputados ausentes e dos presentes;
a leitura dos respectivos termos de posse, que serão assinados II - súmula das mensagens, ofícios e todos os demais docu-
pelos empossados, pelo Presidente e pelos Secretários. mentos lidos no expediente, bem como das proposições e decla-
§ 4º Será facultada a palavra ao Governador do Estado para rações de votos;
dirigirse à Assembleia, findo o que o Presidente encerrará a ses- III - registro sumário dos pronunciamentos dos oradores,
são, acompanhando as autoridades até a saída do edifício. dos incidentes da sessão, e das declarações da Presidência;
Art. 183. Quando o Governador do Estado pedir audiência à IV - indicação das matérias discutidas e votadas, bem como
Assembleia, nos termos do inciso XXII do art. 35 da Constituição o nome dos Deputados que votaram sim, não, ou abstenção, e o
do Estado, o Presidente convocará sessão extraordinária para tal resultado das votações por escrutínio secreto;
fim. V - o nome dos Deputados que presidiram e secretariaram
§ 1º A sessão não terá caráter solene, mas o Governador os trabalhos;
deve ser introduzido no recinto do Plenário por Comissão de Lí- VI - a hora do início e do término da Ordem do Dia.
deres, tomando assento à direita do Presidente, sendo por este Art. 186. Validada a ata, será publicada no Diário Oficial Ele-
acompanhado até a saída do edifício. trônico.
§ 2º Na sessão só pode usar da palavra o Governador. Art. 187. A ata da última sessão da legislatura será disponi-
bilizada no sistema eletrônico e validada pelos Deputados antes
CAPÍTULO VI de encerrada a sessão, preferencialmente.
DAS SESSÕES SECRETAS Art. 188. As atas completas serão organizadas em anais, por
sessão legislativa, em ordem cronológica e arquivadas no siste-
Art. 184. A Assembleia pode realizar em caráter secreto as ma eletrônico.
sessões, tanto ordinárias, quanto extraordinárias. Art. 189. Por determinação do Presidente, ou deliberação
§ 1º Serão sempre secretas as sessões em que a Assembleia do Plenário, o texto integral das proposições, bem como de do-
deva deliberar sobre: cumentos não lidos na íntegra da tribuna, podem ser incluídos
I - perda de mandato de Deputado; nos anais.
II - suspensão das imunidades parlamentares;
III - eleição ou aprovação de escolha de Conselheiros do Tri-
bunal de Contas, Desembargadores e Procurador-Geral de Jus-
tiça.
§ 2º Serão ainda secretas as sessões quando assim deliberar
o Plenário, por maioria absoluta de votos, por proposta do Presi-
dente, ou a requerimento de qualquer Deputado.
§ 3º A finalidade da sessão secreta deverá expressamente
figurar no requerimento, mas não será divulgada, assim como o
nome do requerente.
§ 4º Recebido o requerimento de sessão secreta, a Assem-
bleia passará a funcionar secretamente para sua votação.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
TÍTULO IV § 2º No caso de iniciativa coletiva, a retirada será feita a
DO PROCESSO LEGISLATIVO requerimento de, pelo menos, metade mais um dos subscritores
da proposição.
CAPÍTULO I § 3º A proposição retirada na forma deste artigo não pode
DAS PROPOSIÇÕES ser reapresentada na mesma sessão legislativa, salvo delibera-
ção do Plenário.
SEÇÃO I § 4º Às proposições de iniciativa de outros Poderes, da Pro-
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS curadoriaGeral de Justiça, do Tribunal de Contas, da Defensoria
Pública ou de cidadãos aplicar-se-ão as mesmas regras.
Art. 193. As proposições de Deputados devem ser apresenta-
Art. 190. Proposição é toda a matéria sujeita à deliberação das em Plenário, preferencialmente, no início da Ordem do Dia,
da Assembleia. mas as propostas de fiscalização e controle, bem como emendas
§ 1º As proposições podem consistir em proposta de emen- e subemendas a projetos de lei, cuja apreciação não seja privati-
da à Constituição, projeto de lei ordinária ou complementar, va do Plenário, devem ser apresentadas nas Comissões.
projeto de decreto legislativo, projeto de resolução, emenda, § 1º O Presidente dará conhecimento ao Plenário, em qual-
subemenda, indicação, requerimento, recurso, parecer, relatório quer fase da sessão, do recebimento de mensagens ou ofícios
e proposta de fiscalização e controle. oriundos de outros Poderes, do Tribunal de Contas, Defensoria
§ 2º O Presidente não fará tramitar a proposição que não Pública ou da Procuradoria-Geral de Justiça, mandando que se-
esteja redigida com clareza, em termos explícitos e concisos, de jam lidos no expediente da sessão seguinte.
forma a identificar a vontade legislativa ou a providência objeti- § 2º Também em qualquer fase da sessão, o Presidente
vada, ou a que contenha expressões ofensivas a quem quer que anunciará o recebimento de requerimentos de urgência ou de
seja. não realização de sessão ordinária, de realização de sessão se-
§ 3º Autor da proposição é o Governador do Estado, o Tri- creta, de transformação da sessão em secreta e de votação se-
bunal de Justiça, o Tribunal de Contas, a Mesa ou Comissão da creta.
Assembleia, o Procurador-Geral de Justiça, o Defensor Público- Art. 194. Os atos do processo legislativo previstos neste Re-
-Geral, cidadão que primeiro assinar o projeto de iniciativa po- gimento, entre eles a apresentação e a subscrição de proposi-
pular, ou o Deputado que a assinar em primeiro lugar, sendo de ções, serão praticados por meio digital, na forma de ato da Mesa.
apoiamento as assinaturas que se seguirem, salvo se o Regimen- § 1º O registro dos atos do processo legislativo em meio digi-
to exigir determinado número delas. tal será feito em padrões preferencialmente abertos e atenderá
§ 4º Considera-se de apoiamento a assinatura ou qualquer requisitos de autenticidade, de integridade, de temporalidade,
manifestação verbal de suporte do parlamentar à determinada de não repúdio, de conservação, de disponibilidade e de confi-
proposição, não implicando em coautoria. dencialidade.
§ 5º Ao signatário de proposição, só é lícito dela retirar sua § 2º As proposições oriundas do Poder Executivo, do Poder
assinatura antes da publicação. Judiciário, do Tribunal de Contas, da Procuradoria-Geral de Jus-
§ 6º Se, com a retirada de assinatura, o número mínimo de tiça, da Defensoria Pública ou de cidadãos serão incluídas no sis-
subscritores ficar desfalcado, o Presidente devolverá a proposi- tema digital, nos termos do ato da Mesa referido no caput deste
ção ao Autor. artigo.
§ 7º As proposições devem ser fundamentadas por escrito, Art. 195. Recebida uma proposição, será ordenada em pro-
ou verbalmente no momento da apresentação, e, em se tratan- cesso, nos moldes do disposto no artigo anterior.
do de iniciativa coletiva, pelo primeiro signatário ou quem este
indicar. SEÇÃO II
§ 8º Quando, por extravio ou retenção indevida, não for pos- DOS PROJETOS
sível a tramitação de uma proposição, a Mesa fará reconstituir o
respectivo processo pelos meios a seu alcance.
Art. 191. Finda a legislatura, arquivar-se-ão todas as propo- Art. 196. Além da proposta de emenda à Constituição, os
sições em curso, salvo as com parecer favorável de alguma Co- projetos são:
missão, as propostas de emenda à Constituição já aprovadas em I - de lei, destinados a regular as matérias de competência
primeiro turno, as de iniciativa popular, do Poder Executivo, do do Poder Legislativo, com sanção do Governador do Estado;
Poder Judiciário, do Tribunal de Contas, da Defensoria Pública ou II - de decreto legislativo, destinados a regular as matérias
da Procuradoria-Geral de Justiça. da exclusiva competência do Poder Legislativo, sem sanção do
Parágrafo único. A proposição poderá ser desarquivada me- Governador do Estado;
diante requerimento do Autor, ou Autores, dentro dos primeiros III - de resolução, destinados a apresentar proposta de
cento e oitenta dias da primeira sessão legislativa ordinária da emenda à Constituição Federal na forma do art. 60, III, da CF,
legislatura subsequente, retomando a tramitação desde o está- e ainda, destinados a regular, com eficácia de lei ordinária, ma-
gio em que se encontrava. térias da competência privativa da Assembleia, que interessem
Art. 192. A retirada de proposição, em qualquer fase do seu apenas à sua economia interna, tais como: (Redação dada pela
andamento, será requerida pelo Autor ao Presidente da Assem- Resolução nº 38/2021)
bleia que, tendo obtido as informações necessárias, deferirá, ou a) aplicação de penalidade a Deputado;
não, o pedido, com recurso para o Plenário. (Suprimida pela Resolução nº 38/2021, renumerando-se as
§ 1º Se a proposição já tiver ao menos um parecer favorável, subsequentes.)
somente ao Plenário cumpre deliberar a respeito da retirada. b) Regimento Interno;
c) organização dos serviços administrativos;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
d) delegação legislativa. V - não serão aceitas proposições que objetivem:
Parágrafo único. A matéria constante de proposição rejei- a) consulta a Comissão sobre interpretação e aplicação de
tada somente poderá constituir objeto de nova proposição, na lei;
mesma sessão legislativa, mediante proposta de maioria abso- b) consulta a Comissão sobre atos de qualquer Poder, de
luta dos Deputados. seus órgãos e autoridades.
Art. 197. A concessão de títulos e honrarias pessoais depen-
de de projeto de resolução, assinado por 1/3 (um terço) dos De- SEÇÃO IV
putados, e aprovado por 2/3 (dois terços) deles. DOS REQUERIMENTOS
§ 1º Cabe à Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia, De-
senvolvimento Socioeconômico, Meio Ambiente e Turismo pro- SUBSEÇÃO I
nunciar-se sobre o projeto, depois de admitido pela Comissão de SUJEITOS A DESPACHO APENAS DO PRESIDENTE
Constituição, Justiça e Redação. 36
§ 2º A tramitação do projeto referido neste artigo se faz em
caráter secreto, sendo em sessão e por escrutínio secretos a de- Art. 202. Serão verbais ou escritos, e imediatamente des-
liberação do Plenário a respeito. pachados pelo Presidente, os requerimentos nos quais se soli-
§ 3º Só se dará divulgação à matéria tratada neste artigo se citem:
aprovado o projeto pelo Plenário. I - a palavra;
§ 4º A Mesa regulamentará por ato próprio o limite do quan- II - leitura de qualquer matéria sujeita ao conhecimento do
titativo de títulos e honrarias a serem concedidos em cada ses- Plenário;
são solene. III - observância do Regimento;
Art. 198. Todos os projetos serão precedidos de ementa, re- IV - retirada definitiva de proposição;
sumindo seu conteúdo e alcance, vedada a simples referência a V - discussão de uma proposição por partes;
números de textos legais e de seus dispositivos, e não podem VI - informações sobre a ordem dos trabalhos;
conter matéria estranha à enunciada objetivamente na ementa, VII - inclusão na Ordem do Dia de matéria em condições re-
ou dela decorrente. gimentais de nela figurar;
Art. 199. Nenhum projeto poderá conter 2 (duas) ou mais VIII - preferência;
matérias diversas. IX - verificação de quórum;
Art. 200. As resoluções e os decretos legislativos da Assem- X - verificação de votação;
bleia são promulgados pelo Presidente no prazo de 2 (dois) dias XI - destaque;
após aprovados; não o fazendo, caberá aos Vice-Presidentes, se- XII - convocação de sessão extraordinária;
gundo a sua numeração ordinal, exercer essa atribuição. XIII - requisição de documentos arquivados ou em trâmite
Parágrafo único. A promulgação de resoluções e decretos le- na Assembleia;
gislativos independem de sessão da Assembleia. XIV - preenchimento de lugar em Comissão;
XV - esclarecimento sobre ato da administração ou da eco-
SEÇÃO III nomia interna da Assembleia;
DAS INDICAÇÕES XVI - suspensão ou encerramento da sessão, antes do prazo
previsto, nas hipóteses dos arts. 144 e 145;
Art. 201. Indicação é a proposição através da qual o depu- XVII - retirada de proposição de Comissão com prazo esgota-
tado: do, e designação de Relator para parecer oral;
I - sugere a outro Poder a adoção de providência, a realiza- XVIII - apensação e arquivamento por prejudicialidade;
ção de ato administrativo ou de gestão, ou o envio de projeto XIX - constituição de Comissão Parlamentar de Inquérito;
sobre a matéria de sua iniciativa exclusiva; XX - sugestões e/ou solicitações aos Poderes Públicos.
II - sugere a manifestação de uma ou mais Comissões acerca
de determinado assunto, visando a elaboração de projeto sobre SUBSEÇÃO II
matéria de iniciativa da Assembleia. DE INFORMAÇÕES
§ 1º Na hipótese do inciso I, a indicação será objeto de re-
querimento escrito, despachado pelo Presidente e publicado no
Diário Oficial Eletrônico. Art. 203. Serão escritos e despachados no prazo de 5 (cinco)
§ 2º Na hipótese do inciso II, será observado o seguinte: dias pelo Presidente, ouvida a Mesa, e publicados com a respec-
I - as indicações recebidas pela Mesa serão lidas em súmula, tiva decisão no Diário Oficial Eletrônico da Assembleia, os reque-
mandadas à publicação no Diário Oficial Eletrônico e encaminha- rimentos de informações a Secretários de Estado ou a titulares
das às Comissões competentes; de órgãos do Poder Executivo.
II - o parecer referente à indicação será proferido no prazo § 1º Na hipótese de não apreciação do requerimento no pra-
de 10 (dez) dias úteis, prorrogável a critério da Presidência da zo deste artigo, o Autor poderá recorrer ao Plenário na primeira
Comissão; sessão após seu esgotamento.
III - se a Comissão que tiver de opinar sobre indicação con- § 2º O recurso será interposto por requerimento escrito,
cluir pelo oferecimento de projeto, seguirá este os trâmites regi- sendo votado na mesma sessão de sua apresentação, indepen-
mentais das proposições congêneres; dentemente de publicação ou anúncio prévio, permitido o enca-
IV - se nenhuma Comissão opinar em tal sentido, o Presi- minhamento da votação.
dente da Assembleia, ao chegar o processo à Mesa, determinará Art. 204. Só é lícito à Mesa deixar de encaminhar pedido
o arquivamento da indicação, cientificando-se o Autor para que de informações se o fato ou ato em questão não se relacionar
este, se quiser, ofereça projeto próprio à consideração da Casa; com matéria legislativa em trâmite, ou com qualquer assunto

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
submetido à apreciação da Assembleia ou de suas Comissões, Parágrafo único. Todos os requerimentos não referidos nos
ou não for sujeito à fiscalização e controle da Assembleia ou de artigos anteriores, cumprem as exigências do caput deste artigo,
suas Comissões. exceto os previstos no inciso IV do art. 39 deste Regimento.
§ 1º Por matéria legislativa em trâmite entende-se a que
seja objeto de proposta de emenda à Constituição ou de projeto SEÇÃO V
de lei, de decreto legislativo ou de resolução. DAS EMENDAS
§ 2º Constituem atos ou fatos sujeitos à fiscalização e con-
trole da Assembleia Legislativa, ou de suas Comissões, os defini-
dos no art. 129. Art. 213. As emendas são proposições acessórias de outras,
Art. 205. É lícito à Mesa não encaminhar pedido de informa- e se classificam em supressivas, aglutinativas, substitutivas, mo-
ções, além da hipótese de caput do artigo anterior, quando o re- dificativas ou aditivas.
querimento se limitar a indicar providências a tomar, ou contiver § 1º Emenda supressiva é a que manda erradicar qualquer
consulta, sugestão, conselho ou interrogação sobre propósitos parte de outra proposição.
da autoridade a que se dirige. § 2º Aglutinativa é a emenda que resulta da fusão de outras
Art. 206. O requerimento de remessa de documentos equi- emendas, e destas com o texto da proposição principal, por tran-
para-se ao de pedido de informações. sação entre os Autores respectivos, tendente à aproximação de
Art. 207. A Mesa considerará prejudicado o pedido de in- seus objetivos.
formações se estas chegarem espontaneamente à Assembleia, § 3º Emenda substitutiva é aquela apresentada como suce-
ou se já tiverem sido prestadas em resposta a pedido anterior, dânea a parte de outra proposição.
fornecendo-se cópia ao interessado. § 4º Emenda modificativa é a que altera a proposição sem a
Art. 208. Ao fim de 30 (trinta) dias, não sendo prestadas as modificar substancialmente.
informações, a Assembleia se reunirá em sessão extraordinária, § 5º Considera-se e denomina-se “substitutivo” a emenda
especialmente convocada para dentro de 2 (dois) dias, com a que alterar, substancial ou formalmente, toda uma proposição.
finalidade de declarar a ocorrência do fato e adotar as providên- É apenas formal a alteração que vise exclusivamente ao aperfei-
cias decorrentes do disposto no § 2º do art. 36 da Constituição çoamento da técnica legislativa.
do Estado, servindo a ata da sessão como denúncia, para todos § 6º Emenda aditiva é a que se acrescenta a outra proposi-
os efeitos legais. ção.
§ 7º Subemenda é a emenda apresentada a outra emenda,
SUBSEÇÃO III que pode ser, por sua vez, substitutiva ou aditiva.
SUJEITOS À DELIBERAÇÃO DO PLENÁRIO § 8º Denomina-se emenda de redação a modificativa que
tem como escopo sanar vício de linguagem, incorreção de técni-
ca legislativa ou lapso manifesto.
Art. 209. Independem de publicação, serão escritos e, de- Art. 214. As emendas devem ser apresentadas à Comissão
pois lidos no expediente, submetidos ao Plenário na mesma ses- de Constituição, Justiça e Redação, à Comissão de Finanças e
são, dispensado anúncio prévio, os requerimentos nos quais se Fiscalização, no caso de projeto de lei do plano plurianual, de
solicitem: diretrizes orçamentárias, ou do orçamento anual, e suas altera-
I - constituição de Comissões Especiais e de Representação; ções e créditos adicionais, ou à Comissão Especial, na hipótese
II - prorrogação do prazo concedido às Comissões, ou sua de proposta de emenda à Constituição, até 2 (dois) dias após a
suspensão; publicação da proposição principal.
III - destaque de parte da proposição principal, ou acessória, § 1º As proposições sujeitas à deliberação privativa do Ple-
ou de proposição acessória integral, para ter tramitação como nário poderão, ainda, receber emendas neste, até 2 (duas) ses-
proposição independente; sões após o anúncio do inciso II do art. 163 deste Regimento.
IV - audiência de Comissão sobre determinada matéria em § 2º As emendas ou submendas apresentadas nas Comis-
tramitação. sões não mencionadas no caput deste artigo serão recebidas
Art. 210. Serão orais ou escritos e imediatamente submeti- como sugestões e não obrigam o Relator a examiná-las, salvo na
dos à decisão do Plenário os requerimentos em que se solicitem: hipótese de acolhimento destas e consequente encarte ao texto
I - adiamento de discussão ou votação; da proposição em exame.
II - retirada de proposição na Ordem do Dia; § 3º A emenda oferecida por membro de Comissão será tida
III - prorrogação da sessão; como desta, desde que verse matéria de seu campo temático ou
IV - prorrogação de Ordem do Dia. área de atividade, e haja sido aprovada pela Comissão, obser-
Art. 211. Serão escritos e submetidos ao Plenário na mesma vando-se o disposto no § 2º do art. 106.
sessão em que forem apresentados, os requerimentos de urgên- Art. 215. Aprovada uma proposição terminativamente pelas
cia, de não realização de sessão em determinado dia, de votação Comissões, a ela não se admitem emendas quando de sua apre-
secreta, transformação da sessão em secreta e convocação de ciação pelo Plenário em grau de recurso, mas os destaques para
sessão secreta. a votação em separado de partes, dispositivos ou expressões se-
Art. 212. Serão escritos, e decididos pelo Plenário depois de rão admitidos.
inclusão na pauta da Ordem do Dia, os requerimentos de: Art. 216. Às proposições em regime de urgência só podem
I - convocação de Secretário de Estado, Procurador-Geral e ser apresentadas emendas nas Comissões, admitindo-se, po-
Comandante da Polícia Militar; rém, emenda em Plenário, se subscrita pela maioria absoluta
(Suprimido pela Resolução nº 38/2021, renumernado-se o dos membros da Assembleia. (Redação dada pela Resolução nº
inciso subsequente.) 38/2021)
II - realização de sessão solene.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
Art. 217. O prazo a que se refere o § 1º do art. 106, conta-se CAPÍTULO II
da chegada das proposições à Comissão de Constituição, Justiça DA APRECIAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES
e Redação, e corre na Secretaria desta.
§ 1º Para apreciar emenda com prazo comum, as Comissões SEÇÃO I
podem reunir-se conjuntamente, concordando seus Presidentes, DA TRAMITAÇÃO
com um ou mais Relatores, com discussão única, mas votações
distintas dos membros de cada Comissão envolvida, presidindo
a reunião o Presidente mais idoso, dentre os de maior número Art. 222. Cada proposição, salvo emenda, subemenda, re-
de legislaturas. curso ou parecer, tem tramitação própria.
§ 2º Ocorrendo a hipótese do parágrafo anterior, as decisões Art. 223. Exceto os requerimentos orais, e os previstos no §
e os pareceres serão considerados conforme o resultado das vo- 2º do art. 194, todas as proposições apresentadas à Mesa serão
tações em cada Comissão, embora o parecer possa ser redigido lidas no expediente da mesma ou da sessão seguinte, publicadas
em texto único, com as devidas especificações. no Diário Oficial Eletrônico e despachadas pelo Presidente.
Art. 218. As emendas apresentadas em Plenário serão en- § 1º A proposição que, de iniciativa de Deputado, haja sido
caminhadas às Comissões Permanentes na ordem do despacho apresentada na Ordem do Dia de sessão plenária, não depende
de distribuição previsto no art. 229, independentemente de pu- de leitura no expediente.
blicação. § 2º Além da exceção prevista no caput deste artigo, fica
Art. 219. Apresentada em Plenário emenda aglutinativa assi- dispensada a publicação, no Diário Oficial Eletrônico, dos demais
nada pelos Autores das emendas objeto da fusão, o Presidente a requerimentos.
submeterá a discussão e votação, independentemente de leitura Art. 224. Cumprido o artigo anterior, a proposição, será ob-
no expediente e de parecer de qualquer Comissão, salvo parecer jeto de decisão:
contrário de alguma Comissão com referência a uma ou mais das I - do Presidente, nos casos do art. 202;
emendas a serem fundidas. II - da Mesa, nas hipóteses do art. 203 e § 1º do art. 340;
Art. 220. Não serão admitidas emendas que impliquem au- III - das Comissões, em se tratando de projeto de lei que dis-
mento da despesa prevista: pense a deliberação do Plenário, nos termos do art. 62, II;
I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Governador do Es- IV - do Plenário, nos demais casos.
tado, salvo o disposto no § 2º do art. 107 da Constituição do Parágrafo único. Antes da deliberação do Plenário, haverá
Estado, quanto aos projetos de orçamento anual, de suas alte- manifestação das Comissões competentes para o estudo da ma-
rações e de autorização para abertura de crédito adicional, e no téria, por parecer escrito ou oral, exceto quando se tratar de
§ 5º do mesmo artigo, quanto ao projeto de lei de diretrizes or- requerimento.
çamentárias; Art. 225. Logo que volte das Comissões a que haja sido dis-
II - nos projetos sobre organização dos serviços administrati- tribuída, a proposição será disponibilizada no sistema eletrônico
vos da Assembleia Legislativa, do Tribunal de Justiça, do Tribunal e incluída na pauta da Ordem do Dia.
de Contas e do Ministério Público. Art. 226. Os requerimentos de urgência, de não realização
Art. 221. O Presidente da Assembleia ou de Comissão pode de sessão em determinado dia e os que devam ser imediatamen-
recusar emenda que: te apreciados serão decididos pelo Plenário ou pelo Presidente
I - não tenha relação com a matéria do dispositivo que se no mesmo dia da apresentação. As demais proposições serão
pretende emendar, ou verse assunto estranho à proposição prin- apreciadas mediante inclusão na pauta da Ordem do Dia.
cipal;
II - disponha em sentido contrário à proposição principal, SEÇÃO II
na íntegra; DO RECEBIMENTO E DA DISTRIBUIÇÃO DAS PROPOSIÇÕES
III - diga respeito a mais de um dispositivo, a não ser que
se trate de modificações correlatas, de forma que a aprovação,
relativamente a um dispositivo, envolva a necessidade de se al- Art. 227. As proposições recebidas pela Mesa serão despa-
terarem outros; chadas às Comissões competentes, publicadas no Diário Oficial
IV - contrarie o disposto no parágrafo único do art. 196 deste Eletrônico e disponibilizadas no sistema eletrônico, para conhe-
Regimento. cimento dos Deputados, Lideranças e Comissões.
Parágrafo único. A recusa deve ser manifestada até 1 (uma) § 1º Além do que estabelece o art. 221, a Presidência devol-
sessão após o recebimento, ou na primeira reunião da Comis- verá ao Autor qualquer proposição que:
são que se seguir à apresentação, podendo o Autor, por requeri- I - não estiver devidamente formalizada e em termos;
mento oral ou escrito, imediatamente recorrer para o respectivo II - versar sobre matéria:
Plenário, sendo o recurso apreciado na Ordem do Dia da mesma a) alheia à competência da Assembleia;
sessão ou reunião, sem discussão. b) antirregimental.
§ 2º Na hipótese do parágrafo anterior, poderá o Autor da
proposição recorrer ao Plenário, no prazo de 5 (cinco) dias da
publicação do despacho, ouvindo-se a Comissão de Constituição,
Justiça e Redação, em igual prazo.
§ 3º Caso seja provido o recurso, a proposição voltará à Pre-
sidência para o devido trâmite.
Art. 228. As proposições terão numeração anual em séries
específicas e obedecerão ao seguinte:

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
I - as emendas serão numeradas, em cada turno, pela ordem SEÇÃO IV
de entrada e organizadas pela ordem dos artigos do projeto, DOS REGIMES DE TRAMITAÇÃO
guardada a sequência determinada pela sua natureza, a saber,
supressivas, aglutinativas, substitutivas, modificativas e aditivas;
II - as subemendas de Comissão figurarão ao fim da série das SUBSEÇÃO I
emendas de sua iniciativa, subordinadas ao título “Subemen- DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
das”, com a indicação das emendas a que correspondam; quan-
do à mesma emenda forem apresentadas várias subemendas,
terão estas numeração ordinal em relação à emenda respectiva. Art. 232. Quanto à tramitação, são:
Parágrafo único. Os projetos de lei ordinária tramitarão com I - de urgência constitucional, as proposições de iniciativa do
a simples denominação de “projeto de lei”. Governador, com solicitação de urgência;
Art. 229. A distribuição de matérias às Comissões será feita II - de urgência regimental, as proposições:
por despacho do Presidente, dentro de 5 (cinco) dias da leitura a) sobre suspensão das imunidades parlamentares na vigên-
no expediente, observado o seguinte: cia do estado de sítio ou de sua prorrogação;
I - antes da distribuição, a Diretoria Legislativa verificará se b) sobre transferência temporária da sede do Governo ou
existe proposição em trâmite, que trate de matéria análoga ou da Assembleia;
conexa, e, se houver, fará a distribuição por dependência, deter- c) sobre intervenção em Município, ou modificações das
minando a sua apensação, após ser numerada; condições de intervenção em vigor, e sobre pedido de interven-
II - a proposição será distribuída: ção federal;
a) obrigatoriamente, à Comissão de Constituição, Justiça e d) sobre autorização ao Governador e ao Vice-Governador
Redação, para exame de admissibilidade constitucional, legal, para se ausentarem do País ou do Estado;
jurídica e regimental; e) sobre declaração da vacância dos cargos de Governador e
b) quando houver aspectos financeiros e orçamentários pú- ViceGovernador do Estado;
blicos, à Comissão de Finanças e Fiscalização, para exame de sua f) que versem sobre matérias de relevante e inadiável inte-
compatibilidade ou adequação com o plano plurianual, a lei de resse estadual, assim reconhecida por deliberação do Plenário,
diretrizes orçamentárias e o orçamento anual; nos termos do art. 237;
c) às Comissões referidas nas alíneas anteriores e às demais III - com prioridade:
Comissões, quando a matéria de seu campo temático e área de a) os projetos de lei complementar ou ordinária que se des-
atividade tiver relação com o mérito da proposição; tinem a regulamentar disposições constitucionais, e suas alte-
III - a remessa de uma proposição às Comissões se faz por rações;
intermédio da Diretoria Legislativa, devendo chegar a seu desti- b) as proposições referidas no art. 34, XVI, da própria Mesa,
no imediatamente após o Despacho de que trata o caput deste Comissão ou Deputados;
artigo; c) os projetos de lei com prazo determinado, ressalvada tra-
IV - feita a distribuição por dependência, na forma do inciso mitação especial;
I deste artigo, obedecem-se às seguintes regras: IV - de tramitação ordinária, as proposições em geral, não
a) a mais antiga na Assembleia tem precedência sobre a mais compreendidas nas hipóteses dos incisos anteriores.
recente, e, em caso de coincidir o dia de registro do protocolo de Art. 233. Não pode tramitar em regime de urgência a pro-
entrada da proposição, a mais sobre a menos abrangente; posta de emenda à Constituição, nem de alteração ou reforma
b) o regime especial a que estiver sujeita uma proposição deste Regimento.
estendese às que lhe estejam apensas; Art. 234. O regime de tramitação urgente importa em consi-
V - o prazo do caput deste artigo independe de entendimen- derar desde logo uma proposição, dispensadas exigências e for-
tos entre os Líderes, e não se suspende em virtude deles. malidades regimentais, até decisão final.
Art. 230. Se a Comissão a que for distribuída uma proposição Parágrafo único. Não se dispensam:
se julgar incompetente para apreciar a matéria, será este con- I - leitura da proposição em Plenário;
flito de competência dirimido pelo Presidente da Assembleia, II - disponibilização no sistema eletrônico antes da Ordem
dentro em 2 (dois) dias úteis, ou de imediato, se a matéria for do Dia; (Redação dada pela Resolução nº 38/2021)
urgente, cabendo recurso para o Plenário no mesmo prazo. III - pareceres das Comissões ou de Relator, ou Relatores de-
signados.
SEÇÃO III
DOS TURNOS SUBSEÇÃO II
DA TRAMITAÇÃO EM REGIME DE URGÊNCIA CONSTITUCIO-
NAL
Art. 231. As proposições estão sujeitas, na sua apreciação,
a turno único, exceto as propostas de emenda à Constituição.
Parágrafo único. Cada turno é constituído de discussão e Art. 235. O regime de urgência constitucional se aplica so-
votação, exceto no caso de requerimento, em que não haverá mente aos projetos de autoria do Governador do Estado, para os
discussão. quais tenha solicitado urgência, nos termos do § 1º do art. 47 da
Constituição Estadual.
Art. 236. Recebida a solicitação de urgência do Governador
do Estado pelo protocolo da Presidência, inicia-se a contagem
do prazo de 45 (quarenta e cinco) dias para que a Assembleia se
manifeste sobre a proposição.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
§ 1º O prazo de que trata o caput deste artigo, conta-se em VIII - aprovado requerimento de urgência para a matéria
dias corridos, não corre nos períodos de recesso da Assembleia que, anteriormente, já tramitava nas Comissões, no dia seguinte
Legislativa, nem se aplica aos projetos de código. passa a correr o prazo do inciso II, devendo ser apresentadas
§ 2º As Comissões têm o prazo de 10 (dez) dias, cada, para emendas neste mesmo dia;
emitir e deliberar o parecer. IX - esgotado o prazo, ou sua dilatação, o Presidente da
§ 3º Qualquer dilatação do prazo dado às Comissões só pode Comissão de Constituição, Justiça e Redação enviará, imediata-
ser concedida por maioria absoluta do Plenário da Assembleia. mente, o processo à Mesa, independentemente de despacho ou
§ 4º Findo o prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, sem mani- qualquer outra formalidade, ou comunicará ao Presidente que
festação definitiva do Plenário, será incluído automaticamente o mesmo lá não se encontra, dando ciência da designação do
na pauta da Ordem do Dia, sobrestando-se a deliberação quanto Relator, ou Relatores, que devam dar parecer oral.
a todos os demais assuntos, ressalvadas as matérias que tenham Art. 239. Recebida a proposição, ou esgotado o prazo das
prazo constitucionalmente determinado, até que se ultime sua Comissões, o Presidente incluirá a matéria na Ordem do Dia,
votação. respeitado o anúncio a que se refere o § 2º do art. 178, e ob-
§ 5º A solicitação do regime de urgência poderá ser feita servados os preceitos dos arts. 161, 162, §§ 1º e 3º do art. 179,
pelo Governador do Estado depois da remessa do projeto e em e inciso III do § 3º do art. 36 todos deste Regimento. (Redação
qualquer fase de seu andamento, aplicando-se a partir daí o dis- dada pela Resolução nº 38/2021)
posto neste artigo. Art. 240. Se as Comissões, nos termos do inciso XII do art.
§ 6º Incluído o projeto na Ordem do Dia sem parecer de al- 115, optarem por redigir novo texto, apenas este será submetido
guma Comissão, este será dado oralmente em Plenário. ao Plenário, não se admitindo destaques para as emendas ou su-
§ 7º A retirada da solicitação de urgência seguirá, no que bemendas assim incorporadas à proposição, podendo ser objeto
couber, ao disposto no art. 192. de votação destacada tão somente dispositivos ou expressões
do texto oferecido pelas Comissões.
SUBSEÇÃO III Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à hipótese
DA TRAMITAÇÃO EM REGIME DE URGÊNCIA REGIMENTAL de apresentação de parecer oral, salvo se forem vários os Rela-
tores, e divergentes seus pareceres.
Art. 241. As emendas com parecer contrário das Comissões
Art. 237. O requerimento de urgência deve ser aprovado serão submetidas em bloco ao Plenário, assim como as com pa-
pela maioria absoluta dos membros da Assembleia. recer favorável que não tenham sido ainda incorporadas ao tex-
§ 1º Se não houver quórum deliberativo, a votação deve ser to, salvo requerimento de destaque.
repetida, na mesma ou nas sessões seguintes, quando se encon-
trar aquele número em Plenário. SUBSEÇÃO IV
§ 2º Negada a urgência, novo requerimento não será admiti- DA TRAMITAÇÃO EM REGIME DE PRIORIDADE
do para a mesma proposição.
§ 3º O requerimento de urgência pode ter sua votação enca-
minhada pelo Autor e por um Líder que lhe seja contrário. Art. 242. O regime de prioridade importa em que uma pro-
Art. 238. Aprovado o requerimento de urgência, vai a maté- posição seja incluída na Ordem do Dia na sessão seguinte, nela
ria às Comissões, observadas as seguintes regras: figurando logo após aquelas em regime de urgência, desde que
I - as Comissões se reúnem conjuntamente, sob a Presidên- oferecidos os pareceres pelas Comissões, ou esgotados seus pra-
cia do Presidente mais idoso, dentre os de maior número de le- zos.
gislaturas, o qual designará Relatores entre os membros de cada Parágrafo único. São prioritárias as matérias referidas no in-
Comissão que deva opinar; ciso III do
II - as Comissões têm o prazo de 2 (dois) dias para emitir Art. 232 , e as que assim forem consideradas por unânime
e deliberar o parecer, a contar da distribuição da proposição deliberação do Colégio de Líderes, observado o disposto no inci-
ao Relator ou aos Relatores; (Redação dada pela Resolução nº so III do art. 42 deste Regimento.
38/2021)
III - as decisões e pareceres serão considerados conforme SEÇÃO V
o resultado das votações entre os membros de cada Comissão, DA PREJUDICIALIDADE
embora o parecer possa ser redigido em texto único, com as de-
vidas especificações;
IV - qualquer dilatação do prazo dado às Comissões só pode Art. 243. Consideram-se prejudicados:
ser concedida por maioria absoluta do Plenário da Assembleia; I - a discussão ou a votação de qualquer projeto idêntico a
V - em reunião conjunta, as Comissões, ou alguma delas, po- outro que já tenha sido aprovado, ou rejeitado, na mesma ses-
dem decidir por se fazerem representar por Relator, ou Relato- são legislativa, ou transformado em diploma legal, salvo o dis-
res, que darão parecer oral em Plenário; posto no parágrafo único do art. 196;
VI - as emendas só podem ser apresentadas nas Comissões, II - a discussão ou a votação de proposição apensa quando a
e desde que não iniciada a discussão da matéria, observada a aprovada for idêntica ou de finalidade oposta à apensada;
exceção prevista no art. 216; III - a discussão ou a votação de proposição apensa quando
VII - para os fins previstos neste artigo, é na secretaria da Co- a rejeitada for idêntica à apensada;
missão de Constituição, Justiça e Redação que correm todos os IV - a proposição, com as respectivas emendas e subemen-
prazos e trâmites referentes às matérias em regime de urgência; das, que tiver substitutivo aprovado, ressalvados os destaques;
(Redação dada pela Resolução nº 38/2021) V - a emenda ou subemenda de matéria idêntica à de outra
já aprovada ou rejeitada;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
VI - a emenda ou subemenda em sentido absolutamente II - suscitar questão de ordem;
contrário ao de outra, ou ao de dispositivos já aprovados; III - requerer prorrogação;
VII - o requerimento com a mesma ou oposta finalidade de IV - informar à Assembleia assunto de natureza urgentíssi-
outro já aprovado. ma.
VIII - a proposição que houver perdido a oportunidade de § 8º Não se permitem apartes:
surtir os efeitos objetivados; I - à palavra do Presidente;
IX - a proposição que trate da mesma matéria de outra, cujo II - paralelo a discurso;
veto haja sido mantido pela Assembleia, salvo se assinada pela III - a parecer oral;
maioria absoluta dos Deputados. IV - por ocasião do encaminhamento de votação e da apre-
§ 1º A decisão presidencial sobre a prejudicialidade será sentação de proposições;
comunicada em Plenário, ou em reunião da Comissão, sendo o V - quando o orador declarar, de modo geral, que não os
despacho publicado no Diário Oficial Eletrônico, podendo o Au- admite;
tor interpor, imediatamente, recurso ao respectivo Plenário, que VI - quando o orador estiver suscitando questão de ordem.
decidirá na Ordem do Dia da mesma sessão, ou reunião. § 9º Todos os apartes se incluem no tempo destinado ao
§ 2º A proposição dada como prejudicada será definitiva- orador.
mente arquivada. Art. 246. Encerra-se a discussão pela ausência de oradores.
Art. 247. Esgotado o prazo do caput do art. 214, sem emen-
SEÇÃO VI das, a matéria será discutida na sessão seguinte. Emendada a
DA DISCUSSÃO proposição, porém, volta ela às Comissões, saindo da pauta da
Ordem do Dia.

Art. 244. Discussão é a fase dos trabalhos destinada ao de- SEÇÃO VII
bate em Plenário. DA VOTAÇÃO
Parágrafo único. A discussão se fará sobre o conjunto da pro-
posição e emendas, mas o Presidente, não se opondo o Plenário, SUBSEÇÃO I
pode ordenar os debates por títulos, capítulos, seções ou grupos DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
de artigos.
Art. 245. Todos os Deputados podem discutir qualquer ma-
téria, pelo tempo de 5 (cinco) minutos, falando cada um apenas Art. 248. A votação completa o turno de apreciação das pro-
uma vez. posições.
§ 1º O primeiro subscritor do projeto de iniciativa popular, Art. 249. O Deputado pode escusar-se de votar, registrando
ou o representante que houver previamente designado, pode sua abstenção.
falar à Assembleia para defendê-lo, antes de a palavra ser facul- § 1º Tratando-se de causa própria ou de assunto em que
tada aos Deputados, não se permitindo apartes. tenha interesse individual, deverá o Deputado dar-se por impe-
§ 2º Quando mais de um Deputado pedir, simultaneamente, dido e fazer comunicação à Mesa, sendo seu voto considerado,
a palavra para discutir, o Presidente deve concedê-la na seguinte para efeito de quórum, como abstenção ou em branco, quer se
ordem: trate de votação ostensiva ou por escrutínio secreto.
I - ao Autor; § 2º O Deputado que não votar será considerado ausente à
II - ao Líder do Governo; sessão para todos os efeitos constitucionais e regimentais, salvo
III - aos Relatores; o caso de obstrução legítima, assim considerada a que for de-
IV - aos Autores das emendas; clarada pessoalmente pelo Deputado na própria sessão, ou por
V - aos Líderes; Líder, aproveitando a declaração do Líder aos integrantes de sua
VI - aos demais Deputados. bancada.
§ 3º Quando a discussão se fizer por partes, o Deputado § 3º O voto e qualquer manifestação do Deputado, mesmo
pode falar na discussão de cada uma delas. que contrários ao da respectiva bancada ou sua Liderança, serão
§ 4º O tempo do orador pode ser prorrogado por outro tanto acolhidos para todos os efeitos.
pelo Presidente, salvo se já tiverem falado 5 (cinco) Deputados. § 4º Havendo empate em votação ostensiva cabe ao Pre-
§ 5º O Deputado, na discussão, não pode desviar-se da ques- sidente desempatá-la. Se o Presidente declarar abstenção, seu
tão em debate, nem falar sobre o vencido. substituto desempatará a votação.
§ 6º O Presidente interromperá o orador que estiver deba- § 5º Não se desempata votação para se atingir quórum qua-
tendo: lificado.
I - quando se completar o quórum de deliberação, para se § 6º Os votos em branco e as abstenções só serão computa-
proceder à votação adiada; dos para efeito de quórum.
II - para leitura de requerimento de urgência, ou transforma- § 7º Terminada a votação, o Presidente proclamará o resul-
ção da sessão em secreta; tado.
III - para urgente comunicação à Assembleia; § 8º O Deputado pode, depois da votação ostensiva, enviar
IV - para suspender a sessão, nos casos regimentalmente à Mesa, para que conste dos anais, declaração escrita de voto,
permitidos. sem lhe ser permitido lêla ou comentá-la na mesma sessão.
§ 7º Qualquer Deputado, com o consentimento do orador, Art. 250. Salvo expressa disposição constitucional ou regi-
pode aparteá-lo para: mental em contrário, as deliberações da Assembleia e de suas
I - fazer esclarecimento ou indagação sobre a matéria em Comissões são tomadas por maioria de votos, presente a maio-
debate, de forma breve e oportuna; ria absoluta de seus membros.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
Parágrafo único. O projeto de lei complementar somente é § 1º Os Deputados serão chamados pelo Primeiro Secretá-
aprovado se obtiver maioria absoluta dos votos dos membros da rio e responderão “sim” ou “não”, conforme sejam favoráveis ou
Assembleia. contrários ao que se estiver votando, ou declararão abstenção,
Art. 251. A votação se faz sobre toda a proposição, salvo devendo chamar-se em primeiro lugar os Líderes de bancadas,
destaques. na ordem decrescente do número de seus integrantes.
§ 2º Enquanto não proclamado o resultado pelo Presidente,
SUBSEÇÃO II os Deputados que não tiverem respondido à chamada poderão
DOS DESTAQUES votar junto à Mesa, ou alterar seu voto.
§ 3º Da ata da sessão constarão os nomes dos Deputados
Art. 252. Anunciada a votação de uma matéria, qualquer De- que votaram “sim”, “não” ou “abstenção”.
putado pode requerer destaque de partes da proposição, emen- Art. 259. A votação secreta se fará através de cédulas im-
das ou subemendas. pressas, com as expressões “sim” e “não”, antecedidas de pe-
§ 1º O pedido de destaque pode referir-se a: queno quadrilátero, e postas à disposição dos Deputados em
I - dispositivos ou expressões da proposição principal, de lugar indevassável no recinto do Plenário, com sobrecartas em
substitutivo, de emenda ou subemenda; número suficiente.
II - emenda, para votação fora do bloco a que pertencer; § 1º Chamados os Deputados pelo Primeiro Secretário, diri-
III - subemenda. gir-se-ão ao lugar onde se encontram as cédulas e sobrecartas,
§ 2º A rejeição da proposição principal prejudica todos os assinalarão seus votos, porão a cédula na sobrecarta, e a deposi-
destaques antes deferidos. tarão em urna à vista do Plenário.
§ 3º Aprovada a proposição, com destaques, submete-se a § 2º A apuração se fará por 2 (dois) Deputados convidados
votos a matéria destacada, que somente integrará o texto se for pelo Presidente.
aprovada. Art. 260. Será pelo processo secreto a votação nos seguintes
§ 4º O quórum para aprovação da proposição principal é o casos:
mesmo para a aprovação de seus destaques. I - deliberação sobre suspensão das imunidades parlamenta-
§ 5º Aprovado um projeto terminativamente pelas Comis- res durante o estado de sítio;
sões, e o recurso, provido pelo Plenário, se tiver referido a ape- II - autorização para instauração de processo nos crimes de
nas partes dele ou emendas, não se admitem destaques, na responsabilidade contra o Governador do Estado, o Vice-Gover-
apreciação final, para o que não foi objeto do recurso. nador e os Secretários de Estado;
§ 6º Também não se admite destaque para expressão cuja III - destituição do Procurador-Geral de Justiça;
retirada do texto lhe inverta o sentido ou o deixe incompleto, ou IV - perda de mandato de Deputado;
importe em mutilação tal que torne a vontade legislativa ininte- V - sustação de ação penal contra Deputado;
ligível. VI - eleição;
§ 7º Igualmente não se admite destaque quando o texto, se VII - aprovação de escolha de Conselheiros do Tribunal de
aprovado, não se possa ajustar ao da proposição em que deva Contas, Procurador-Geral de Justiça, e demais autoridades indi-
ser integrado, formando sentido completo. cadas em lei;
Art. 253. O Presidente deferirá o requerimento de destaque, VIII - imposição de penalidade a Deputado;
só lhe sendo lícito indeferi-lo por intempestividade, por ofensa IX - julgamento das contas do Governador do Estado;
ao art. 240, ou, ainda, nos casos dos parágrafos 5º, 6º e 7º, do X - concessão de honrarias;
artigo anterior. XI - quando assim decidir o Plenário.
Art. 254. Destacada uma emenda, sê-lo-ão automaticamen- § 1º Não serão objeto de votação por meio de escrutínio
te, suas subemendas, e as emendas com a primeira relacionadas. secreto a proposição que trate de matéria tributária, ou a que
Art. 255. Aprovado o requerimento a que se refere o inci- disponha sobre concessão de favores, privilégios ou isenções.
so III do art. 209, o Autor da proposição tem prazo de 2 (dois) § 2º Ocorrendo empate em votação secreta, observa-se o
dias para oferecer à Comissão o texto com que deverá tramitar a seguinte:
nova proposição, sob pena de arquivamento. I - tratando-se de eleição, elege-se o candidato mais idoso;
II - na aprovação da escolha de autoridade, a aprovação está
SUBSEÇÃO III recusada;
DAS MODALIDADES DE VOTAÇÃO III - julgando-se as contas do Governador, as contas ficam
aprovadas;
IV - no caso do inciso I, deste artigo, as imunidades ficam
Art. 256. A votação pode ser ostensiva, pelo processo simbó- suspensas;
lico ou nominal, ou secreta. V - na destituição do Procurador-Geral de Justiça, a destitui-
Art. 257. Pelo processo simbólico, utilizado na votação das ção é recusada;
proposições em geral, o Presidente, ao submeter a votos a ma- VI - nos processos criminais, e na imposição de penalidades,
téria, convidará os Deputados a favor a permanecerem como se prevalece a solução mais favorável ao acusado;
encontram, proclamado o resultado manifesto dos votos. VII - em caso de sustação de processo criminal contra Depu-
Parágrafo único. Se algum Deputado requerer verificação, tado, observam-se as regras do § 5º do art. 317 e do § 6º do art.
repete-se a votação pelo processo nominal. 318 deste Regimento;
Art. 258. O processo nominal, além da hipótese do parágra- VIII - nos demais casos, repete-se a votação até o desempa-
fo do artigo anterior, será utilizado nos casos em que se exija te, salvo se for exigido quórum especial de votação, quando a
quórum especial de votação, e quando este Regimento expres- proposição fica rejeitada.
samente determinar.

52
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
SUBSEÇÃO IV § 2º A Comissão deve ultimar a redação em 1 (um) dia para
DO PROCESSAMENTO DA VOTAÇÃO os projetos em regime de urgência; em 2 (dois) dias para aqueles
em regime de prioridade; e em 5 (cinco) dias para os projetos
Art. 261. Anunciada a votação de uma matéria, salvo expres- com tramitação ordinária.
sa disposição em contrário, qualquer Líder pode pedir a palavra Art. 265. Encaminhada à Mesa a redação final, ou dispen-
para encaminhá-la, ou indicar Deputado para fazê-lo em nome sada esta, o projeto será enviado em autógrafos à sanção ou à
da Liderança, dispondo, em todos os casos, de 3 (três) minutos. promulgação, conforme o caso.
§ 1º O encaminhamento da votação é medida preparatória Parágrafo único. Quando, mesmo após a redação final, se
desta, que só se considera iniciada quando encerrado o encami- verificar inexatidão do texto, a Mesa procederá à respectiva cor-
nhamento. reção, da qual dará conhecimento ao Plenário ou às Comissões,
§ 2º Falando para encaminhar votação, o Líder não pode fazendo a devida comunicação ao Governador do Estado, se o
conceder apartes. projeto já tiver sido encaminhado à sanção. Não havendo im-
§ 3º Cada Líder poderá manifestar-se para orientar sua ban- pugnação, considerar-se-á aceita a correção; em caso contrário,
cada, momento em que só poderá falar no encaminhamento da decidirá o Plenário.
votação, não lhe sendo lícito fazer qualquer manifestação ou co-
mentário quando chamado para votar. SUBSEÇÃO VI
Art. 262. A proposição ou seu substitutivo serão votados DA CORREÇÃO DE ERRO
sempre globalmente, ressalvada a matéria destacada.
§ 1º As emendas serão votadas em bloco, conforme tenham
parecer favorável ou contrário de todas as Comissões. Art. 266. Verificada a existência de erro em texto aprovado e
§ 2º A emenda que tenha parecer divergente e as emendas com redação definitiva, proceder-se-á da seguinte maneira:
destacadas de seu bloco serão votadas uma a uma. I - tratando-se de contradição, incoerência, prejudicialida-
Art. 263. Além das normas gerais previstas neste Regimento, de ou equívoco que importe em alteração do sentido do pro-
observam-se nas votações as seguintes regras de preferência ou jeto, ainda não remetido à sanção, o Presidente encaminhará a
prejudicialidade: matéria à Comissão competente para que proponha o modo de
I - o substitutivo é votado antes do projeto; corrigir o erro, sendo a proposta examinada pela Comissão de
II - aprovado o substitutivo, ficam prejudicados o projeto e Constituição, Justiça e Redação antes de submetida ao Plenário;
as emendas a este oferecidas, ressalvadas as emendas ao substi- II - nas hipóteses do inciso I, quando a matéria tenha sido
tutivo e todos os destaques; encaminhada à sanção, o Presidente, após manifestação do Ple-
III - não havendo substitutivo, ou sendo este rejeitado, vo- nário, comunicará o fato ao Governador do Estado, remetendo
ta-se a proposição original, ressalvados emendas e destaques; novos autógrafos, se for o caso, ou solicitando a retificação do
IV - aprovada a proposição, votam-se os destaques dela re- texto, mediante republicação da lei;
queridos, as emendas e os destaques às emendas; III - tratando-se de inexatidão material, devida a lapso mani-
V - havendo subemendas substitutivas, estas serão votadas festo ou erro gráfico, cuja correção não importe em alteração do
antes das respectivas emendas, ficando prejudicadas estas com sentido da matéria, o Presidente adotará as medidas especifica-
a aprovação daquelas; das no inciso II, mediante ofício ao Governador do Estado, dando
VI - havendo subemendas aditivas, estas serão votadas de- ciência do fato, posteriormente, ao Plenário.
pois das respectivas emendas; Art. 267. Aplicar-se-á o disposto no artigo anterior quando
VII - a rejeição do projeto prejudica as emendas a ele ofe- se tratar de decreto legislativo ou projeto de resolução.
recidas;
VIII - a rejeição de qualquer artigo do projeto prejudica os TÍTULO V
demais artigos que forem uma consequência daquele; DA TRAMITAÇÃO ESPECIAL
IX - dentre as emendas de cada bloco, oferecidas ao substi-
tutivo ou à proposição original, e as emendas destacadas, serão CAPÍTULO I
votadas, pela ordem, as supressivas, as aglutinativas, as substi- DA PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO
tutivas, as modificativas e, finalmente, as aditivas;
X - as emendas com subemendas serão votadas uma a uma; Art. 268. A Assembleia pode emendar a Constituição do Es-
XI - quando, ao mesmo dispositivo, forem apresentadas vá- tado, desde que não se esteja na vigência de intervenção federal
rias emendas da mesma natureza, terão preferência as de Co- ou de estados de defesa ou de sítio.
missões; havendo emendas de mais de uma Comissão, a prece- Parágrafo único. Não será objeto de deliberação a proposta
dência será regulada pela ordem inversa de apresentação. de emenda à Constituição que proponha a separação do Estado
da República Federativa do Brasil, ou a abolição do voto direto,
SUBSEÇÃO V secreto, universal e periódico, da independência e harmonia dos
DA REDAÇÃO FINAL Poderes ou dos direitos e garantias individuais.
Art. 269. A proposta de emenda à Constituição pode ser
Art. 264. Aprovado definitivamente um projeto, é encami- apresentada por 1/3 (um terço) dos Deputados ou pelo Gover-
nhado à Comissão de Constituição, Justiça e Redação para reda- nador do Estado.
ção final. (Redação dada pela Resolução nº 38/2021) Art. 270. A proposta, depois de lida no expediente e publi-
§ 1º A redação será dispensada se o projeto houver sido cada, vai à Comissão de Constituição, Justiça e Redação, que se
aprovado sem emenda ou com substitutivo integral, salvo se pronunciará sobre sua admissibilidade, no prazo de até 20 (vin-
houver vício de linguagem, defeito ou erro manifesto a corrigir. te) dias.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
§ 1º Se o parecer for pela inadmissibilidade da proposta, po- CAPÍTULO III
derá 1/3 (um terço) dos Deputados requerer o pronunciamento DAS MATÉRIAS DE NATUREZA PERIÓDICA
do Plenário a respeito.
§ 2º Admitida a proposta, com o simples pronunciamento da SEÇÃO I
Comissão de Constituição, Justiça e Redação, ou por decisão do DOS PROJETOS DE FIXAÇÃO DA REMUNERAÇÃO DOS DE-
Plenário, o Presidente designará Comissão Especial para exame PUTADOS, DO GOVERNADOR E DO VICE-GOVERNADOR DO
do mérito, a qual terá o prazo de 30 (trinta) dias, a partir de sua ESTADO E DOS SECRETÁRIOS DE ESTADO
nomeação, para proferir parecer.
§ 3º Somente perante a Comissão poderão ser apresentadas Art. 276. À Comissão de Finanças e Fiscalização incumbe a
emendas, desde que subscritas por 1/3 (um terço) dos Deputa- elaboração de projeto de lei, fixando o subsídio dos Deputados,
dos. do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado.
§ 4º O prazo para apresentação de emendas é de 5 (cinco) Parágrafo único. Os projetos de que trata este artigo ficam
dias a partir da nomeação da Comissão. na Ordem do Dia por 2 (duas) sessões para recebimento de
§ 5º O Relator ou a própria Comissão, no parecer, podem emendas, sobre as quais a Comissão de Finanças e Fiscalização
oferecer emenda sem a exigência de número de assinaturas e emitirá parecer no prazo improrrogável de 2 (duas) sessões.
observância do prazo do parágrafo anterior.
§ 6º Publicado o parecer no Diário Oficial Eletrônico, e dis- SEÇÃO II
ponibilizado no sistema eletrônico, 2 (duas) sessões depois a DA PRESTAÇÃO DE CONTAS DO GOVERNADOR DO ESTADO
proposta será incluída na pauta da Ordem do Dia. E DA APRECIAÇÃO DOS RELATÓRIOS SOBRE A EXECUÇÃO
§ 7º A proposta será submetida a 2 (dois) turnos de discus- DOS PLANOS DE GOVERNO
são e votação, com interstício de 5 (cinco) dias entre um e outro.
§ 8º Será aprovada a proposta que obtiver, em ambos os tur-
nos, 3/5 (três quintos) dos votos dos membros da Assembleia. Art. 277. Cópias dos planos de Governo remetidos à Assem-
§ 9º Aplicam-se à proposta de emenda à Constituição, no bleia pelo Governador do Estado serão encaminhadas à todas
que não colidirem com o estatuído neste artigo, as disposições as Comissões, para fins de acompanhamento de sua execução.
regimentais relativas ao trâmite e apreciação dos projetos de lei. Art. 278. Remetidos pelo Governador relatórios sobre a exe-
Art. 271. A matéria constante de proposta de emenda à cução dos planos de Governo, irão à Comissão de Finanças e Fis-
Constituição rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser calização, que, solicitando subsídios às demais Comissões, emiti-
objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. rá parecer sobre os mesmos, propondo, se julgar conveniente, as
Art. 272. Aprovada a proposta, será convocada sessão sole- providências necessárias da competência do Poder Legislativo.
ne para promulgação pela Mesa da Assembleia. § 1º Não enviados relatórios sobre a execução dos planos de
governo, a Comissão de Finanças e Fiscalização emitirá parecer à
CAPÍTULO II luz dos dados de conhecimento da Assembleia, e proverá como
DA INICIATIVA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO FEDERAL for conveniente ao interesse público.
§ 2º O pronunciamento da Comissão de Finanças e Fiscaliza-
Art. 273. Qualquer Deputado ou Comissão podem propor a ção pode ser emitido em conjunto com a apreciação das contas
iniciativa da Assembleia para que o Congresso Nacional emende do Governador do Estado.
a Constituição Federal. Art. 279. Recebidas, no prazo do inciso XVIII do art. 64 da
Parágrafo único. O Deputado ou Comissão apresentará pro- Constituição, as contas do Governador do Estado relativas
jeto de resolução com as razões que justifiquem a medida e o ao exercício anterior, serão publicadas no Diário Oficial Eletrôni-
texto da emenda. co e encaminhadas à Comissão de Finanças e Fiscalização, cujo
Art. 274. Lido e publicado o projeto, vai a parecer da Comis- Presidente as remeterá ao Tribunal de Contas, para os fins do
são de Constituição, Justiça e Redação para exame de admissibi- inciso I do art. 53 da Constituição.
lidade e mérito, com prazo de 15 (quinze) dias. § 1º Restituídas as contas pelo Tribunal de Contas, seu pa-
§ 1º À Comissão podem ser apresentadas emendas ao texto recer será disponibilizado no sistema eletrônico, aguardando-se
proposto, no prazo de 5 (cinco) sessões a partir da publicação. por 10 (dez) dias pedidos de informações.
§ 2º Oferecido o parecer da Comissão de Constituição, Jus- § 2º Os pedidos de informações são encaminhados direta-
tiça e Redação, será a matéria incluída na pauta da Ordem do mente à Comissão de Finanças e Fiscalização, que, depois de de-
Dia, depois de disponibilizados no sistema eletrônico o projeto cidir soberanamente sobre se aguarda as respostas, os enviará à
e o parecer. Mesa para os fins dos arts. 203 a 208, deste Regimento.
§ 3º Aprovado o projeto, cópia autêntica dele e da ata da § 3º Prestadas as informações, e cumpridas as diligências
sessão serão enviados à Câmara dos Deputados, cientificadas as determinadas pela Comissão, esta dará parecer conclusivo sobre
Assembleias Legislativas dos demais Estados da Federação. as contas, redigindo projeto de decreto legislativo a respeito.
Art. 275. Recebida comunicação do Congresso Nacional ou § 4º A Comissão de Finanças e Fiscalização exerce as atribui-
de Assembleia Legislativa sobre proposta de emenda à Consti- ções previstas nesta seção, de acordo com as normas dos arts.
tuição Federal, para a manifestação prevista no inciso III do art. 75, 129 e 130, deste Regimento.
60 da mesma Carta, será, depois de lida e publicada, submetida § 5º Cabe privativamente à Comissão elaborar o calendário
a parecer, em até 15 dias, da Comissão de Constituição, Justiça e de seus trabalhos, sem prazo prefixado, mas o Plenário, passa-
Redação, que redigirá projeto de resolução a respeito, cumprin- dos 90 (noventa) dias da restituição das contas pelo Tribunal de
do-se as regras dos §§ 1º a 3º do artigo anterior. (Redação dada Contas, pode, a requerimento de qualquer Deputado, fixar prazo
pela Resolução nº 38/2021) de 15 (quinze) dias, no mínimo, para apresentação do parecer.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
§ 6º Apresentado o parecer, ou esgotado o prazo previsto na § 3º As sugestões recebidas serão encaminhadas ao Relator
parte final do parágrafo anterior, será ele disponibilizado no sis- na Comissão de Finanças e Fiscalização.
tema eletrônico, juntamente com as contas, os esclarecimentos § 4º Dentro de vinte e quatro horas do recebimento do pro-
prestados pelo Poder Executivo, e todos os documentos coleta- jeto na Comissão de Finanças e Fiscalização, seu Presidente de-
dos ou produzidos pela Comissão. signará Relator.
§ 7º Na terceira sessão subsequente à disponibilização no § 5º Passa a correr prazo de 10 (dez) dias, a partir da pu-
sistema eletrônico, a matéria será incluída na Ordem do Dia do blicação prevista no § 1º, para o oferecimento de emendas por
Plenário. qualquer Deputado, diretamente à Comissão.
§ 8º O projeto de decreto legislativo será submetido a vota- § 6º Findo o prazo de apresentação de emendas, são elas,
ção por escrutínio secreto. e quaisquer sugestões recebidas, encaminhadas ao Relator, que
§ 9º Rejeitadas as contas, todo o processo será encaminha- em 3 (três) dias apresentará à Comissão relatório prévio acerca
do ao Ministério Público, para os fins constitucionais, sem pre- do projeto, emendas e sugestões, indicando as providências que
juízo da instauração pela Assembleia, de ofício, de processo por devem ser tomadas para a instrução da matéria.
crime de responsabilidade, e de tomada de contas. § 7º Com tal objetivo, a Comissão pode decidir pela audiên-
cia de outras Comissões Permanentes, bem como de órgãos dos
SEÇÃO III Poderes Públicos, inclusive dos Municípios, de entidades da so-
DA TOMADA DE CONTAS DO GOVERNADOR DO ESTADO ciedade civil e de cidadãos.
§ 8º A Comissão pode realizar audiências públicas para ou-
vir as autoridades e demais pessoas convidadas, procedendo de
Art. 280. À Comissão de Finanças e Fiscalização incumbe forma que possibilite a exposição das diversas correntes de opi-
proceder à tomada de contas do Governador do Estado, quan- nião sobre o tema em debate.
do não apresentadas à Assembleia dentro de 60 (sessenta) dias § 9º Compete ainda à Comissão, se entender necessário,
após a abertura da sessão legislativa, ou rejeitadas as contas convocar Secretários de Estado, Procuradores-Gerais e Coman-
apresentadas. dante da Polícia Militar para prestar, pessoalmente, informações
§ 1º A Comissão organizará as contas com o auxílio do Tri- sobre assunto previamente determinado.
bunal de Contas, cabendo-lhe convocar os responsáveis pelo sis- § 10 A convocação se fará mediante ofício do Presidente da
tema de controle interno e todos os ordenadores de despesa Comissão, que definirá dia e hora do comparecimento, com a
da administração pública direta, indireta e fundacional dos três indicação das informações pretendidas.
Poderes do Estado, para comprovar, no prazo que estabelecer, § 11 O não comparecimento será comunicado ao Presidente
as contas do exercício findo, na conformidade da respectiva lei da Assembleia, para os fins previstos na Constituição.
orçamentária e das alterações havidas na sua execução. § 12 Os Secretários de Estado, Procuradores-Gerais e Co-
§ 2º Para a tomada de contas aplicam-se, no que couberem, mandante da Polícia Militar podem comparecer espontanea-
as regras da seção anterior. mente à Comissão, mediante entendimento com seu Presidente.
Art. 281. A prestação de contas, após iniciada a tomada de § 13 A Comissão, a requerimento de qualquer de seus mem-
contas, não será óbice à adoção e continuidade das providências bros, pode pedir informações escritas a órgãos do Poder Executi-
relativas ao processo por crime de responsabilidade, nos termos vo, por seus titulares e por intermédio do Presidente da Assem-
da lei. bleia, que ouvirá a Mesa, sobrestando a deliberarão final sobre
o projeto até o atendimento, se necessário.
SEÇÃO IV § 14 A Comissão poderá aguardar resposta a seu pedido de
DOS PROJETOS DE LEI DO PLANO PLURIANUAL, DE DIRE- informações pelo prazo máximo de 30 (trinta) dias.
TRIZES ORÇAMENTÁRIAS E DOS ORÇAMENTOS ANUAIS § 15 Cabe ainda à Comissão pedir informações ao Tribunal
de Contas sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
Art. 282. Salvo disposição legal em contrário, o projeto de lei operacional e patrimonial, os resultados de auditorias e inspe-
do plano plurianual deve ser devolvido para sanção até o dia 22 ções realizadas, ou determinar sua realização.
de dezembro do primeiro ano de cada legislatura; projeto de lei Art. 284. Para o cumprimento das diligências previstas no
de diretrizes orçamentárias, até o encerramento do primeiro pe- artigo anterior, o Presidente da Comissão fixará calendário, po-
ríodo de cada sessão legislativa; e o projeto de lei orçamentária, dendo a Comissão representar ao Plenário sobre a necessidade
até o término da sessão legislativa. de prorrogação do período da sessão legislativa, ou convocação
Art. 283. A mensagem do Governador do Estado será lida extraordinária da Assembleia.
em sessão ordinária dentro de 2 (dois) dias de sua entrega ao Parágrafo único. Não anuindo o Plenário, o Relator deve
Presidente da Assembleia. apresentar seu parecer à Comissão até o dia 15 de junho, tratan-
§ 1º Lida a mensagem, a matéria será imediatamente despa- do-se de projeto de lei de diretrizes orçamentárias, ou até 1º de
chada à Comissão de Finanças e Fiscalização, sendo publicada, dezembro, nos demais casos.
com o respectivo projeto, no Diário Oficial Eletrônico. Art. 285. Cumpridas as diligências, ou esgotado o prazo a
§ 2º Tratando-se de projeto de lei de diretrizes orçamentá- elas destinado, o Relator apresentará à Comissão parecer cir-
rias, o Presidente da Assembleia remeterá cópias ao Presidente cunstanciado sobre o projeto, emendas e sugestões, acolhendo
do Tribunal de Justiça, Presidente do Tribunal de Contas, De- estas como emendas suas, se assim julgar conveniente, ou des-
fensor PúblicoGeral e Procurador-Geral de Justiça, abrindo-lhes prezando-as definitivamente.
oportunidade de apresentar, em 10 (dez) dias, sugestões do in- § 1º O Relator emitirá sua opinião conclusiva sobre o proje-
teresse do Poder Judiciário, do Tribunal de Contas, da Defensoria to, inclusive quanto à constitucionalidade, legalidade, juridicida-
Pública e do Ministério Público. (Redação dada pela Resolução de e técnica legislativa, igualmente o fazendo com referência a
nº 38/2021) cada uma das emendas.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
§ 2º Apresentado o parecer, será discutido em reunião única Art. 291. Tratando-se de projeto de lei do plano plurianual,
da Comissão, podendo usar da palavra os Autores das emendas e todos os prazos fixados nesta seção contam-se em dobro.
os membros da Comissão, pelo prazo de 5 (cinco) minutos. Art. 292. O Governador do Estado pode enviar mensagem à
§ 3º Encerrada a discussão do projeto, passa-se imediata- Assembleia, propondo modificações nos projetos referidos nesta
mente à sua votação; em seguida, discutem-se e votam-se as seção, desde que a Comissão de Finanças e Fiscalização não haja
emendas do Relator; e finalmente, as emendas dos demais De- iniciado a votação da parte do parecer do Relator que se refira à
putados. A cada votação, o Relator pode usar da palavra por 5 alteração proposta.
(cinco) minutos, para encaminhá-la.
§ 4º Aprovado integralmente o parecer do Relator, será este CAPÍTULO IV
tido como parecer da Comissão. DO VETO
§ 5º Vencido o Relator em algum ponto de seu parecer, terá
ele o prazo de 2 (dois) dias para redigir o parecer da Comissão, Art. 293. Recebida, pelo Presidente da Assembleia, comuni-
no qual fará constar, querendo, sua opinião divergente. cação de veto, será lida no expediente de sessão extraordinária
Art. 286. O Presidente da Comissão de Finanças e Fiscali- especialmente convocada para o dia seguinte, e publicada no
zação não pode ser Relator dos projetos tratados nesta seção, Diário Oficial Eletrônico.
mas pode apresentar emendas e presidir todos os debates e vo- Art. 294. Se o Governador do Estado houver alegado apenas
tações. questões constitucionais, a matéria vai a parecer da Comissão
Art. 287. Não se concederá vista do projeto, parecer ou de Constituição, Justiça e Redação. Se o Governador houver con-
emendas. siderado o projeto contrário ao interesse público, devem pro-
Art. 288. Aprovado o parecer da Comissão, a matéria é enca- nunciar-se Comissões de mérito com competência para opinar
minhada à Mesa, sendo disponibilizada no sistema eletrônico, e, sobre a matéria vetada, dispensada a audiência da Comissão
2 (duas) sessões após, incluída na Ordem do Dia para discussão de Constituição, Justiça e Redação se não for ventilada questão
e votação. constitucional.
§ 1º As emendas com parecer contrário da Comissão de Fi- Art. 295. Cada Comissão tem prazo de 4 (quatro) dias para
nanças e Fiscalização não são apreciadas pelo Plenário, salvo, emitir parecer.
não tendo sido unânime o parecer, recurso subscrito por, no mí- § 1º Oferecidos os pareceres, serão disponibilizados no sis-
nimo, 3 (três) Deputados, interposto até o início da Ordem do tema eletrônico, juntamente com as razões do veto e o projeto
Dia da sessão em que se iniciar a discussão. vetado, e incluídos na pauta de sessão extraordinária especial-
§ 2º Interpostos tempestivamente recursos, às emendas ne- mente convocada para discussão e votação.
les incluídas serão votadas pelo Plenário uma a uma, aprovada § 2º Decorridos 30 (trinta) dias do recebimento da comuni-
desde já a emenda se o Plenário der provimento ao recurso, não cação do veto pelo Presidente da Assembleia, com ou sem pa-
se aplicando, neste caso, o § 5º do recer é ele incluído na pauta de sessão extraordinária especial-
Art. 120. § 3º A discussão do projeto e de todas as emendas mente convocada, sobrestando-se todas as demais deliberações
será única, podendo usar da palavra os Deputados que o deseja- enquanto não se decidir sobre o veto.
rem, pelo prazo de 10 (dez) minutos. § 3º Incluído veto na Ordem do Dia sem parecer de alguma
§ 4º Os Deputados só poderão falar uma vez na discussão, Comissão, este será dado oralmente em Plenário.
assegurando-se ao Relator falar por último. § 4º Os prazos previstos neste artigo contam-se em dias cor-
§ 5º Encerrada a discussão, passa-se à votação, observando- ridos, mas não correm nos recessos parlamentares.
-se o seguinte: § 5º Submetido o veto a votação, estará rejeitado se vota-
I - vota-se em primeiro lugar o projeto, cuja aprovação não rem contra o mesmo a maioria absoluta dos Deputados, em es-
prejudicará as emendas com parecer favorável, aquelas objeto crutínio aberto.
de recurso, e os destaques oportunamente requeridos; § 6º Rejeitado o veto, o Presidente faz a devida comunicação
II - votam-se, em seguida, os destaques ao projeto; ao Governador do Estado, para os fins constitucionais.
III - as emendas e respectivas subemendas com pareceres § 7º Tendo sido vetados mais de um artigo, parágrafo, inciso
favoráveis são votadas em seguida e em bloco, ressalvados seus ou alínea, a discussão será única, mas haverá tantas votações
destaques, votados logo após; quantos forem os dispositivos vetados, ressalvados os casos de
IV - as subemendas substitutivas são votadas antes das prejudicialidade.
emendas, e, aprovadas, as prejudicam;
V - havendo subemendas aditivas, estas serão votadas de- CAPÍTULO V
pois das respectivas emendas; DAS LEIS DELEGADAS
VI - finalmente são votadas, uma a uma, as emendas com
parecer contrário, objeto de recurso, não admitidos destaques. Art. 296. Lida a mensagem do Governador do Estado, pedin-
§ 6º Para encaminhar cada votação, cada Deputado pode do delegação para elaboração legislativa, será publicada e en-
usar da palavra por 5 (cinco) minutos, assegurando-se a palavra viada à Comissão de Constituição, Justiça e Redação para emitir
por último ao Relator, este com prazo de 10 (dez) minutos. parecer.
Art. 289. Aprovado o projeto com emendas, vai à Comissão § 1º A Comissão tem prazo de 10 (dez) dias para oferecer seu
de Finanças e Fiscalização para a redação final. parecer, ao qual anexará projeto de resolução que especificará
Parágrafo único. A redação final será aprovada terminativa- o conteúdo da delegação, os termos para seu exercício e fixará
mente pela Comissão no prazo de 5 (cinco) dias. prazo não superior a 45 (quarenta e cinco) dias para promulga-
Art. 290. Aplicam-se aos projetos previstos nesta seção as ção da lei delegada ou remessa do projeto para apreciação da
regras estabelecidas para os demais projetos de lei, quando não Assembleia.
contrariarem o que nesta seção se dispõe.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
§ 2º Disponibilizado o parecer no sistema eletrônico, será § 6º Ultimado o prazo, será remetida à Comissão de Consti-
incluído o projeto na Ordem do Dia, seguindo tramitação regular, tuição, Justiça e Redação em cumprimento à alínea “k” do inciso
conforme previsto neste Regimento. I do art. 64 deste Regimento, para emitir parecer, dentro de 30
§ 3º Aprovado o projeto de resolução, será promulgado e (trinta) dias úteis, contados do oferecimento da manifestação
feita a comunicação devida ao Governador do Estado. do representado ou do término do prazo previsto no parágrafo
Art. 297. Se o parecer da Comissão de Constituição, Justiça anterior, sobre o deferimento ou não do pedido de autorização
e Redação for pela recusa da delegação para elaboração legis- para instalação do processo nos crimes de responsabilidade.
lativa, será votado pelo Plenário, e, se rejeitado, o Presidente § 7º Dentro do período disposto no § 6º, a Comissão po-
nomeará Comissão Especial para redigir o projeto de resolução, derá proceder a todas as diligências necessárias, inclusive ouvir
com prazo de 5 (cinco) dias. representante, representado, autoridades em geral e quaisquer
Art. 298. As leis delegadas, elaboradas pelo Governador do outras testemunhas, aplicando-se, subsidiariamente, as normas
Estado, serão por este promulgadas, salvo se a resolução da As- do Código de Processo Penal.
sembleia houver determinado a votação do projeto pelo Plená-
§ 8º O prazo estabelecido no § 6º poderá ser prorrogado
rio.
para 45 (quarenta e cinco) dias, se as diligências a serem cumpri-
§ 1º Se o projeto tiver de ser votado pelo Plenário, dentro de
das, forem fora do Estado, ou para 60 (sessenta) dias, se forem
quarenta e oito horas de sua publicação, o Presidente o remete-
no exterior.
rá à Comissão de Constituição, Justiça e Redação para, no prazo
de 5 (cinco) dias, emitir seu parecer sobre sua conformidade, ou § 9º O parecer da Comissão de Constituição, Justiça e Re-
não, com o conteúdo da delegação. dação será lido no expediente da Assembleia, disponibilizado
§ 2º São vedadas emendas ao projeto. no sistema eletrônico e publicado na íntegra, juntamente com
§ 3º Disponibilizados no sistema eletrônico o projeto e o pa- o projeto de decreto legislativo e a denúncia, no Diário Oficial
recer, serão votados em bloco, admitindo-se a votação destaca- Eletrônico.
da apenas de partes consideradas, pela Comissão, em desacordo § 10 Decorridas quarenta e oito horas da publicação do pa-
com a delegação. recer da Comissão, juntamente com o projeto de decreto legis-
§ 4º Aprovado o projeto, irá à sanção. lativo, serão os mesmos incluídos na Ordem do Dia da sessão
seguinte.
CAPÍTULO VI § 11 Encerrada a discussão do parecer, será o projeto de de-
DO PROCESSO NOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE DO GO- creto legislativo submetido à votação ostensiva, pelo processo
VERNADOR, DO VICE-GOVERNADOR E DOS SECRETÁRIOS nominal dos Deputados, e se fará em sessão pública.
DE ESTADO § 12 Será recebida a denúncia, e considerado instaurado o
processo nos crimes de responsabilidade, para todos os efeitos
Art. 299. Nos crimes de responsabilidade, o processo obede- legais, se obtidos 2/3 (dois terços) dos votos dos membros da
cerá às disposições da legislação especial pertinentes, sem pre- Casa Legislativa.
juízo dos preceitos regimentais previstos neste Capítulo. § 13 Uma vez aprovado o projeto na forma do § 11, concluí-
§ 1º A denúncia para instalação do processo nos crimes de do pelo recebimento da denúncia, o Presidente promulgará o
responsabilidade será apresentada por qualquer cidadão, obser- decreto legislativo.
vados os seguintes requisitos: Art. 300. Admitida a denúncia pelo Plenário, na forma do §
I - a petição deverá ser fundamentada em justa causa, vir 12 do artigo anterior, observar-se-ão as seguintes diretrizes:
com firma reconhecida ou assinada digitalmente com certifica- I - instaurado o processo, o Presidente da Assembleia o en-
do emitido pelo ICP-Brasil, acompanhada dos documentos que a viará ao Presidente do Tribunal de Justiça, para ser submetido
comprovem ou da declaração de impossibilidade de apresentá- ao Tribunal Especial Misto, o qual será composto por 5 (cinco)
-los, mas com a indicação do local onde possam ser encontrados,
deputados e 5 (cinco) desembargadores, sendo os últimos esco-
bem como, se for o caso, do rol de testemunhas, em número de
lhidos na forma do seu regimento interno;
5 (cinco), no mínimo;
II - tomada a providência do inciso anterior, o Presidente
II - a denúncia deverá vir acompanhada da prova da cidada-
convocará sessão extraordinária para o dia seguinte, quando se-
nia do denunciante, com a apresentação de cópia reprográfica
autenticada do título de eleitor e certidão de quitação eleitoral rão eleitos os 3 (três) membros da Comissão Acusadora e os 5
emitida nos últimos 30 (trinta) dias. (cinco) Deputados membros do Tribunal Especial Misto;
§ 2º Apresentada a denúncia, caberá ao Presidente da As- III - para cada vaga na Comissão Acusadora procede-se a um
sembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Norte fazer o escrutínio, elegendo-se o Deputado que obtiver a maioria sim-
juízo de prelibação, com o fito de verificar a existência dos requi- ples dos votos;
sitos de que trata o parágrafo anterior e de justa causa. IV - eleitos os 3 (três) membros da Comissão Acusadora, pas-
§ 3º Do despacho do Presidente que arquivar de plano a sa-se à eleição dos membros do Tribunal Especial Misto, estando
denúncia, caberá recurso escrito ao Plenário, acompanhado de impedidos de votar os membros eleitos da Comissão Acusadora,
suas razões, no prazo de 5 (cinco) dias, a contar da publicação do sendo seus votos considerados em branco para efeito de quó-
despacho indeferitório no Diário Oficial Eletrônico. rum;
§ 4º O Recurso será decidido em votação ostensiva, sem dis- V - para cada vaga da Assembleia no Tribunal Especial Misto
cussão, permitindo o encaminhamento de votação pelo Autor do elegese o Deputado que obtiver a maioria simples dos votos;
requerimento e pelos líderes, por 5 (cinco) minutos. VI - são nulos os votos dados a Deputado já eleito para vaga,
§ 5º Verificada a existência dos requisitos ou provido o re- quer na Comissão Acusadora, quer no Tribunal Especial Misto;
curso do despacho do Presidente da ALRN que determinava seu VII - em ambas as eleições, havendo empate entre os dois
arquivamento, será lida a denúncia no expediente da sessão se- Deputados mais votados para qualquer vaga, elege-se o mais
guinte, e em seguida notificará o representado para manifestar- idoso, dentre os de maior número de legislaturas;
-se, querendo, no prazo de 15 (quinze) dias úteis.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
VIII - encerradas as eleições, o Presidente promulgará ato, CAPÍTULO VIII
sob a forma de decreto legislativo, com a indicação dos eleitos, DA APROVAÇÃO DE NOMEAÇÃO DE AUTORIDADES
enviando cópia autêntica ao Presidente do Tribunal de Justiça;
IX - recebida a denúncia pelo Tribunal Especial Misto, poderá Art. 302. Na apreciação pela Assembleia da escolha de auto-
ser determinada a suspensão do denunciado de suas funções, ridades, conforme determinação constitucional ou legal, obser-
pelo prazo não superior a 180 (cento e oitenta) dias, em decisão var-se-ão as seguintes regras:
fundamentada, sendo a mesma encaminhada para promulgação I - a mensagem governamental, que deverá ser acompanha-
do decreto legislativo a respeito, e comunicando o fato ao subs- da de amplos esclarecimentos sobre o candidato e de seu curri-
tituto constitucional ou legal da autoridade afastada tempora- culum vitae, será lida no expediente, publicada e encaminhada:
riamente. a) à Comissão de Finanças e Fiscalização, tratando-se de es-
§ 1º O julgamento de Secretário de Estado em crime não colha de Conselheiro do Tribunal de Contas;
conexo com o do Governador é privativo do Tribunal de Justiça. b) à Comissão de Constituição, Justiça e Redação, nos de-
§ 2º É permitido ao acusado, pessoalmente ou por advo- mais casos;
gado legalmente habilitado, acompanhar todos os trabalhos da II - a Comissão convocará o candidato para, em prazo es-
Comissão de Constituição, Justiça e Redação e do Tribunal Espe- tipulado, não inferior a 2 (dois) dias, nem superior a 5 (cinco)
cial Misto, assegurando-lhe a mais ampla defesa, com todos os dias, ouvi-lo, em arguição pública, sobre assuntos pertinentes ao
recursos a ela inerentes, assim como: desempenho do cargo a ser ocupado;
I - ser-lhe-á permitido, dentro do prazo legal e regimental, III - além da arguição do candidato, a Comissão poderá rea-
propor qualquer meio de prova, podendo ser indeferido pelo lizar investigações e requisitar, da autoridade competente, infor-
Presidente da Comissão ou do Tribunal Especial, se julgarem inú- mações complementares, devendo o parecer ser apresentado à
teis ou meramente protelatórios; Mesa no prazo improrrogável de 10 (dez) dias;
II - a intimação ou comunicação ao denunciado serão feitas IV - o parecer deverá:
por ofício, remetido pelo correio, registrado, para o endereço a) conter relatório sobre o candidato com os elementos in-
constante no processo, não sendo essencial que o aviso de re- formativos recebidos ou obtidos pela Comissão;
cepção seja por ele assinado; b) concluir pela aprovação ou rejeição do nome indicado,
III - a intimação e comunicação também poderão ser feitas com o respectivo projeto de decreto legislativo;
por servidor estável da Assembleia Legislativa, mediante simples V - será secreta a reunião da Comissão em que se processa-
protocolo na segunda via do ofício, firmado por quem o receber, rem o debate e a decisão, sendo a votação procedida por escru-
mesmo que não seja o intimado. tínio secreto, vedadas declarações ou justificativas escritas de
votos, salvo quanto a aspectos constitucionais ou legais;
CAPÍTULO VII VI - o Plenário aprecia o parecer da Comissão em sessão se-
DA ELEIÇÃO DE CONSELHEIROS DO TRIBUNAL DE CONTAS creta, deliberando por escrutínio secreto, sem encaminhamento
de votação, e admitida discussão apenas sobre aspectos consti-
Art. 301. Publicado ato no Diário Oficial Eletrônico de que tucionais ou legais, promulgando o Presidente a decisão do Ple-
decorra vaga de Conselheiro do Tribunal de Contas, que deva ser nário através de decreto legislativo;
preenchida pela Assembleia, o Presidente comunicará o fato na VII - não apresentado o parecer no prazo do inciso III, a ma-
sessão ordinária seguinte. téria será submetida a Plenário independentemente dele, e im-
§ 1º A partir da comunicação do Presidente ao Plenário, as prorrogavelmente dentro de 2 (dois) dias do encerramento do
bancadas escolherão seus candidatos, observando as seguintes prazo concedido à Comissão. Neste caso, a arguição pública do
regras: indicado se faz na mesma sessão plenária em que for votada a
I - a escolha se fará na forma estabelecida no estatuto de indicação;
cada Partido, ou no ato de constituição do Bloco Parlamentar, VIII - oferecido o parecer, dentro de 2 (dois) dias improrrogá-
ou, ainda, conforme dispuser a própria bancada; veis será submetido a Plenário.
II - omitindo-se a bancada, a escolha será feita pelo respec-
tivo Líder; CAPÍTULO IX
III - a escolha constará de ata ou outro documento hábil, que DA SUSTAÇÃO DE CONTRATO IMPUGNADO PELO TRIBUNAL
será encaminhado à Mesa até 5 (cinco) dias após a comunicação DE CONTAS E DE DESPESA NÃO AUTORIZADA
a que se refere este artigo;
IV - só podem concorrer à eleição os candidatos indicados Art. 303. No caso previsto no § 1º do art. 53 da Constituição
pelas bancadas, sendo nulos os votos dados a quaisquer outros; Estadual, recebida a solicitação do Tribunal de Contas, é lida e
V - a Mesa não receberá a indicação de candidatos com me- publicada, indo a parecer da Comissão de Finanças e Fiscaliza-
nos de 35 (trinta e cinco) ou mais de 65 (sessenta e cinco) anos ção.
de idade. § 1º A Comissão terá prazo de 5 (cinco) sessões para emitir
§ 2º Feitas as indicações, por todas ou por algumas banca- parecer, que deverá concluir pela apresentação de projeto de
das, o Presidente fará publicar os nomes dos candidatos, dentro decreto legislativo, sustando a execução do contrato, conside-
de 2 (dois) dias, no Diário Oficial Eletrônico, e convocará sessão rando improcedente a impugnação, ou determinando providên-
extraordinária para daí a 3 (três) dias. cias necessárias ao resguardo dos objetivos legais.
§ 3º Proceder-se-á à eleição por escrutínio secreto, por meio § 2º Publicado o parecer, mas emendado o projeto em Ple-
de cédulas uninominais, elegendo-se o candidato que obtiver nário, volta à Comissão para se pronunciar sobre as emendas, no
maioria simples dos votos. prazo de 3 (três) dias.
§ 4º Havendo empate, elege-se o candidato mais idoso. § 3º Publicado o parecer sobre as emendas, o Presidente
§ 5º O Presidente promulgará ato, sob forma de decreto le- convocará sessão extraordinária para dentro de 2 (dois) dias,
gislativo, que servirá de título para a posse do eleito. para discussão e votação.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
§ 4º Decidindo a Assembleia sustar a execução do contrato, § 2º O projeto é elaborado pela Comissão de Constituição,
o Presidente comunicará imediatamente a decisão à autoridade Justiça e Redação e revisto pela de Educação, Ciência e Tecno-
competente, bem como ao Governador do Estado, para as provi- logia, Desenvolvimento Socioeconômico, Meio Ambiente e Tu-
dências indicadas no decreto legislativo. rismo.
Art. 304. Recebido projeto de decreto legislativo da Comis- § 3º Disponibilizado o projeto no sistema eletrônico é incluí-
são de Finanças e Fiscalização, para os fins do § 2º do art. 54 da do em pauta da Ordem do Dia da sessão extraordinária do dia
Constituição Estadual, será publicado e disponibilizado no siste- seguinte.
ma eletrônico, convocando o Presidente sessão extraordinária § 4º Só se admitem emendas nas Comissões.
para 2 (dois) dias após a publicação, para discussão e votação. § 5º Promulgado o decreto legislativo, serão feitas as devi-
Parágrafo único. Não são admitidas emendas, nem a vota- das comunicações ao Governador do Estado, ao Interventor, ao
ção pode ser feita com destaques. Prefeito do Município e à Câmara Municipal.
§ 6º Se a Assembleia negar aprovação ao nome do interven-
CAPÍTULO X tor nomeado, fica ele imediata e automaticamente afastado da
DA DESTITUIÇÃO DO PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA função, aguardandose a nomeação de outro Interventor.
§ 7º Qualquer Deputado pode apresentar projeto de decre-
Art. 305. Recebida mensagem do Governador do Estado, pe- to legislativo, propondo a suspensão da intervenção, desde que
dindo autorização para destituir o Procurador-Geral de Justiça, haja decorrido mais de 1/3 (um terço) do prazo inicial da medida.
será lida e publicada, e, imediatamente, despachada à Comissão § 8º Negada uma vez a suspensão da intervenção, não pode
de Constituição, Justiça e Redação. ser novamente proposta.
§ 1º O Relator na Comissão, no prazo de 2 (dois) dias de sua § 9º Recebido projeto sobre suspensão de intervenção, o
designação, remeterá cópia da mensagem e de todos os docu- Presidente da Assembleia enviará mensagem ao Governador do
mentos que a instruírem ao Procurador-Geral de Justiça, para, Estado, que, no prazo de 10 (dez) dias, poderá, querendo, mani-
querendo, oferecer suas alegações, no prazo de 10 (dez) dias. festar-se sobre a proposta.
§ 2º Recebidas alegações, ou não, e realizadas as diligências § 10 Recebida a manifestação do Governador, ou esgotado
julgadas necessárias, a Comissão oferece seu parecer, anexando o prazo, a matéria vai a parecer das Comissões de Constituição,
projeto de decreto legislativo de acordo com suas conclusões. Justiça e Redação e de Educação, Ciência e Tecnologia, Desenvol-
§ 3º Aplicam-se na tramitação da mensagem as regras pre- vimento Socioeconômico, Meio Ambiente e Turismo.
vistas neste artigo, e no que couber, o disposto neste Regimento § 11 Para efeito de tramitação e deliberação, consideram-se
para a aprovação de nomeação de autoridades, mas a destitui- distintas a intervenção na Câmara Municipal e na Prefeitura.
ção somente será autorizada pelo voto da maioria absoluta da § 12 A intervenção na Câmara Municipal atinge apenas seus
Assembleia.
serviços administrativos, ressalvadas suas atribuições legislati-
Art. 306. Além da hipótese do artigo anterior, o Procurador-
vas, o que ficará explícito no decreto legislativo que a aprovar.
-Geral de Justiça pode ser destituído pela Assembleia, mediante
proposta do órgão competente do Ministério Público, indicado
CAPÍTULO XII
em lei, ou iniciativa de qualquer Deputado ou Comissão.
DA SUSTAÇÃO DE ATOS EXORBITANTES DO PODER REGULA-
Parágrafo único. Recebida a proposta, ou o projeto de decre-
MENTAR OU DA DELEGAÇÃO LEGISLATIVA
to legislativo, com a justificativa adequada, seguem-se os trâmi-
tes do artigo anterior, exigidos, igualmente, os votos da maioria
Art. 309. Qualquer Comissão, Deputado ou a Mesa podem
absoluta para a destituição.
propor que exorbitem do poder regulamentar, ou dos limites da
CAPÍTULO XI delegação legislativa.
DA INTERVENÇÃO NOS MUNICÍPIOS § 1º Lido e publicado o projeto, vai a parecer das Comissões
competentes, em tramitação ordinária.
Art. 307. Recebida mensagem com decreto de intervenção § 2º Aprovado o decreto legislativo, o Presidente tomará as
em Município, o Presidente convocará sessão extraordinária medidas, inclusive judiciais, para a preservação da autoridade da
para o dia seguinte, na qual a matéria será lida. decisão da Assembleia e para fazer valer a força da lei, de seus
Parágrafo único. Se a Assembleia estiver em recesso, o Pre- decretos e resoluções.
sidente a convocará extraordinariamente no prazo de vinte e § 3º Descumprida a decisão da Assembleia pelo Poder Exe-
quatro horas. cutivo, o Presidente ou qualquer Deputado podem propor pro-
Art. 308. Disponibilizada no sistema eletrônico a mensagem jeto de resolução, autorizando o pedido de intervenção federal
vai a parecer das Comissões de Constituição, Justiça e Redação no Estado.
e de Educação, Ciência e Tecnologia, Desenvolvimento Socioeco-
nômico, Meio Ambiente e Turismo, com prazo improrrogável de CAPÍTULO XIII
5 (cinco) dias. DA SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO DE LEI INCONSTITUCIONAL
§ 1º As Comissões devem pronunciar-se sobre a interven-
ção, formulando projeto de decreto legislativo: Art. 310. A Assembleia conhecerá da declaração de incons-
I - recusando aprovação à intervenção, para sua suspensão titucionalidade de lei estadual ou municipal, consoante decisão
imediata; definitiva de Tribunal, através de comunicação do Presidente do
II - aprovando-a nos termos do decreto do Poder Executivo; Tribunal, de representação do Procurador-Geral de Justiça ou
III - aprovando-a, mas alterando a amplitude, o prazo ou as de projeto de decreto legislativo de iniciativa da Comissão de
condições de sua execução; Constituição, Justiça e Redação. (Redação dada pela Resolução
IV - aprovando-a, mas negando aprovação ao nome do inter- nº 38/2021)
ventor nomeado.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
§ 1º A comunicação, representação ou projeto devem ser I - oferecer proposições, discutir as matérias, votar e ser vo-
instruídos com o texto da lei cuja execução se deva suspender, tado;
do acórdão do Tribunal, do parecer do Procurador-Geral de Jus- II - encaminhar, através da Mesa, pedidos de informações
tiça, e com certidão do trânsito em julgado da decisão. (Redação a autoridades estaduais sobre fatos relativos ao serviço público
dada pela Resolução nº 38/2021) ou úteis à elaboração legislativa, observados os arts. 203 a 208,
§ 2º Lida e publicada a comunicação ou a representação, vão deste Regimento;
à Comissão de Constituição, Justiça e Redação para apresentar III - usar da palavra, nos termos regimentais;
projeto de decreto legislativo, suspendendo a execução da lei, IV - integrar as Comissões e representações externas e de-
no todo ou em parte. sempenhar missão autorizada;
V - examinar quaisquer documentos em tramitação ou exis-
CAPÍTULO XIV tentes no arquivo, podendo deles tirar cópias ou obter certidões;
DO PEDIDO DE INTERVENÇÃO FEDERAL VI - utilizar-se dos serviços da Assembleia, desde que para
fins relacionados com suas funções;
Art. 311. Além do caso do § 3º do art. 309, qualquer De- VII - ter acesso ao Diário Oficial Eletrônico;
putado ou Comissão podem propor projeto de resolução, auto- VIII - promover, perante quaisquer autoridades, entidades
rizando o Presidente a solicitar intervenção federal no Estado ou órgãos da administração estadual ou municipal, direta ou in-
quando: direta, os interesses públicos ou reivindicações coletivas de âm-
I - houver embaraço ilegítimo à tomada de contas do Go- bito estadual ou das comunidades representadas;
vernador, ou ao exercício do poder de fiscalização e controle da IX - indicar à Mesa, para nomeação em Comissão, servido-
Assembleia; res de sua confiança, nos termos da lei ou resolução, ficando os
II - for reiteradamente desrespeitada a competência legis- serviços daqueles sob a inteira responsabilidade do Deputado;
lativa da Assembleia, em face das atribuições normativas dos X - realizar outras competências inerentes ao exercício do
demais Poderes; mandato ou atender a obrigações político-partidárias decorren-
III - descumprir o Poder Executivo os decretos legislativos tes da representação.
e resoluções da Assembleia, regularmente promulgados no de- Art. 314. O Deputado que se afastar do exercício do manda-
sempenho das atribuições privativas ou exclusivas do Poder Le- to para ser investido em cargos referidos no inciso I do art. 41
gislativo; da Constituição do Estado, deverá fazer comunicação escrita à
IV - praticar o Poder Executivo, sem autorização da Assem- Mesa, bem como ao reassumir seu lugar, apresentando os res-
bleia, qualquer ato que, constitucional ou legalmente, dependa pectivos atos de nomeação, de posse e de exoneração.
daquela autorização, ou de autorização legislativa; Parágrafo único. Quando exonerado, o Deputado deverá
V - necessária para garantir o livre exercício do mandato par- reassumir o exercício de seu mandato imediatamente.
lamentar; Art. 315. O comparecimento efetivo do Deputado à Assem-
VI - for descumprido o art. 109 da Constituição do Estado. bleia será registrado diariamente nas atas das sessões.
§ 1º No caso do inciso V deste artigo, o Presidente ou seu § 1º Havendo votação nominal, o Deputado que não res-
substituto podem solicitar a intervenção federal, ad referendum ponder à chamada será considerado ausente, salvo se declarar
da Assembleia. impedimento ou manifestar-se em obstrução; esta presença, en-
§ 2º Lido e publicado o projeto, vai a exame da Comissão de tretanto, não se computará para efeito de quórum.
Constituição, Justiça e Redação, em regime de urgência, não se § 2º Nos dias em que não houver sessão plenária, mas hou-
admitindo emendas no Plenário. ver reunião de Comissões, a presença do Deputado será registra-
§ 3º Aprovada a resolução, o Presidente ou seu substituto da pelo controle das respectivas Comissões, sob a responsabili-
darão cumprimento à decisão, solicitando a intervenção ao Pre- dade de seus Presidentes.
sidente da República, enviando-lhe, e ao Presidente do Senado
Federal, cópia autêntica do processo. CAPÍTULO II
§ 4º Autorizado o Presidente a pedir a intervenção federal, DA INVIOLABILIDADE E DA IMUNIDADE
não lhe é lícito recusar-se a fazê-lo.
Art. 316. Os Deputados são invioláveis, civil e penalmente,
TÍTULO VI por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.
DOS DEPUTADOS Parágrafo único. Os Deputados não serão obrigados a teste-
munhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do
CAPÍTULO I exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram
DO EXERCÍCIO DO MANDATO ou deles receberam informações.
Art. 317. Desde a expedição do diploma, os Deputados não
Art. 312. O Deputado deve comparecer às sessões plenárias poderão ser presos, salvo em flagrante por crime inafiançável.
e reuniões de Comissões de que faça parte, à hora regimental ou § 1º O auto de prisão em flagrante será remitido à Assem-
no horário constante da convocação, só se escusando do cum- bleia dentro de vinte e quatro horas, sob pena de responsabili-
primento de tal dever em caso de licença, enfermidade, luto, dade da autoridade que tiver mandado recolher o Deputado à
missão autorizada ou investidura em cargo previsto neste Re- prisão, cuja apuração será procedida de ofício pela Mesa.
gimento. § 2º Recebido o auto, o Presidente ordenará a apresentação
Parágrafo único. Nos casos de enfermidade ou luto, o Depu- do Deputado, que ficará sob sua custódia até o pronunciamento
tado fará prévia comunicação ao Presidente, com a comprova- da Assembleia sobre o relaxamento ou não da prisão.
ção que for necessária, sendo cientificado o Plenário.
Art. 313. A todo Deputado compete:

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
§ 3º O auto de prisão em flagrante será despachado à Comis- § 5º Os Deputados poderão examinar o processo a qualquer
são de Constituição, Justiça e Redação, que, em vinte e quatro tempo, mas sem a sua retirada, que permanecerá à disposição
horas, oferecerá parecer sobre a manutenção ou não da prisão, no gabinete do Presidente.
propondo o projeto de decreto legislativo respectivo, devendo § 6º O projeto de decreto legislativo que concluir pela sus-
ser facultada ao Deputado, ou a seu defensor, oportunidade de tação da ação será aprovado se assim votar a maioria dos De-
alegações escritas ou orais, em reuniões secretas convocadas putados. Se o projeto for pelo prosseguimento da ação, só será
para tal fim. rejeitado se assim votar a mesma maioria.
§ 4º Deverão ser despachadas à Comissão de Constituição, § 7º Se do pronunciamento do Plenário resultar solução di-
Justiça e Redação todas as peças de informações que chegarem à versa da proposta pela Comissão de Constituição, Justiça e Reda-
Assembleia até a reunião prevista no parágrafo anterior, poden- ção, o Presidente promulgará decreto legislativo de acordo com
do a defesa se manifestar sobre elas. a decisão plenária, independentemente de nova votação.
§ 5º Encaminhado à Mesa o projeto de decreto legislativo, § 8º No dia seguinte, o Presidente comunicará a decisão ao
será ele submetido, no dia seguinte, à deliberação do Plenário Juízo processante, após expedir alvará de soltura, se for o caso.
por votação nominal, e só será aprovado, seja qual for a solução § 9º O pedido de sustação deve ser apreciado definitivamen-
que dê à prisão, por voto da maioria absoluta da composição da te pelo Plenário no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias,
Assembleia, mantendo-se aquela até que delibere essa maioria. contados de sua proposição.
§ 6º Se, antes da deliberação da Assembleia, o Deputado Art. 319. O Deputado acusado e seu defensor poderão estar
for libertado, todos os expedientes referentes ao assunto serão presentes às sessões a que se referem o § 5º do art. 317 e o § 4º
arquivados. do art. 318, sendo-lhes facultado o uso da palavra por 30 (trinta)
§ 7º Deliberando a Assembleia relaxar a prisão, o Presidente minutos.
expedirá, imediatamente, o respectivo alvará de soltura, fará co- Parágrafo único. O Deputado acusado não poderá votar, e
municação à autoridade competente e promulgará o respectivo sua presença não será contada para efeito de quórum.
decreto legislativo. Art. 320. O Suplente de Deputado em exercício goza da in-
§ 8º Qualquer que seja a deliberação da Assembleia, esta violabilidade e imunidade constitucionais, e não as perde o De-
não implicará em pronunciamento acerca da formação de culpa, putado que, por qualquer razão, esteja afastado do mandato.
mas tão somente sobre a prisão.
§ 9º Mantida a prisão, o Deputado preso permanecerá sob CAPÍTULO III
custódia do Presidente da Assembleia, que poderá mandar reco- DA VACÂNCIA
lhê-lo a prisão especial.
§ 10 Se o auto de prisão em flagrante não for remetido à As- Art. 321. Ocorre vaga na Assembleia em virtude de:
sembleia no prazo do § 1º, a Mesa, de ofício ou a requerimento I - renúncia;
de qualquer Deputado, proporá ao Plenário projeto de decreto II - falecimento;
legislativo para o relaxamento imediato da prisão. III - perda do mandato.
§ 11 A Procuradoria-Geral da Assembleia deverá auxiliar na Art. 322. A declaração de renúncia será feita por escrito à
tramitação do processo, inclusive através da representação judi- Mesa e só se tornará efetiva e irretratável depois de lida no ex-
cial que exerce nos termos da Constituição. pediente e publicada no Diário Oficial Eletrônico, embora não
Art. 318. Em caso de recebimento de denúncia contra Depu- dependa de deliberação da Assembleia.
tado, o Partido Político com representação na Assembleia pode- Parágrafo único. Na hipótese do § 8º do art. 7º, o Presidente
rá propor a sustação do andamento da ação penal, até o fim do declarará a vaga em sessão, salvo se o interessado apresentar
seu mandato. justificativa, aceita pela maioria absoluta do Plenário.
§ 1º Recebida a proposta de sustação, o Presidente a des- Art. 323. Verificada a vaga, o Presidente publicará aviso no
pachará à Comissão de Constituição, Justiça e Redação, onde o Diário Oficial Eletrônico, dando-se posse ao Suplente, nos ter-
Relator ordenará o fornecimento de cópia de todas as peças do mos da Legislação Eleitoral.
processo ao acusado, que terá prazo de 10 (dez) dias para apre-
sentar suas alegações e indicar provas. CAPÍTULO IV
§ 2º Apresentada ou não a defesa, a Comissão procederá às DAS PENALIDADES
diligências ou instrução probatória que entender necessárias, e
oferecerá parecer no prazo de 10 (dez) dias, propondo projeto Art. 324. O Deputado está sujeito às seguintes penalidades:
de decreto legislativo a respeito. I - censura;
§ 3º Na reunião secreta em que a Comissão houver de tomar II - suspensão temporária do exercício do mandato;
sua decisão, o Relator se limitará a fazer relatório dos autos. Em III - perda do mandato.
seguida, os Deputados, por escrutínio secreto, votarão a favor Art. 325. Incide em pena de censura o Deputado que:
ou contra o pedido de sustação. Conforme o resultado da vota- I - usar de expressões descorteses ou insultuosas;
ção, o Relator redigirá parecer escrito, do qual constará o resu- II - agredir, por atos ou palavras, outro Deputado ou a Mesa,
mo do que consta dos autos, e a conclusão pela sustação ou não nas dependências da Assembleia;
da ação penal, não se identificando qualquer manifestação dos III - insistir em usar da palavra, quando esta for negada ou
Deputados. retirada pelo Presidente;
§ 4º O parecer da Comissão de Constituição, Justiça e Reda- IV - perturbar a ordem das sessões da Assembleia ou das
ção será lido no expediente, em sessão pública e disponibilizado reuniões das Comissões;
no sistema eletrônico, após o que será incluído na Ordem do Dia V - negar-se a deixar o recinto do Plenário, quando determi-
para votação, por escrutínio secreto, em sessão secreta convoca- nado pelo Presidente.
da para este fim específico.

61
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
Art. 326. Nos casos do artigo anterior, o Deputado será cen- Parágrafo único. A representação será encaminhada à Co-
surado oralmente, em sessão pública, pelo Presidente. missão de Constituição, Justiça e Redação, que obedecerá ao
Parágrafo único. Reincidindo o Deputado nas infrações pre- seguinte:
vistas no artigo anterior, a Mesa instaurará processo, facultará I - recebida a representação, a Comissão remeterá cópia da
defesa pelo prazo de 5 (cinco) dias, e decidirá pela imposição de mesma ao acusado, que terá o prazo de 15 (quinze) dias para
pena de censura escrita que, lida em sessão pública, será publi- apresentar defesa escrita e indicar provas;
cada no Diário Oficial Eletrônico. II - se a defesa não for apresentada, o Presidente da Comis-
Art. 327. Incorre na pena de suspensão temporária do exer- são nomeará defensor dativo, que não poderá ser Deputado,
cício do mandato até 30 (trinta) dias o Deputado que: que terá o mesmo prazo para oferecê-las;
I - reincidir em infração prevista no art. 325, se já recebeu III - apresentada a defesa, a Comissão procederá às diligên-
pena de censura escrita durante a legislatura; cias e à instrução probatória necessárias, findas as quais emitirá
II - praticar, nas dependências da Assembleia, ato incompa- parecer no prazo de 15 (quinze) dias, concluindo pela procedên-
tível com a compostura pessoal; cia da representação ou por seu arquivamento, com as razões de
III - praticar transgressão grave ou reiterada aos preceitos seu convencimento, propondo projeto de resolução a respeito;
constitucionais, legais ou regimentais; IV - em seguida, e pelo prazo de 15 (quinze) dias, todo o pro-
IV - revelar conteúdo de debates ou deliberações que, por cessado irá com vista à defesa para alegações finais, não sendo
disposição regimental ou decisão da Assembleia, devam perma- admitidas novas diligências;
necer secretos; V - apresentadas as alegações finais, o processo será enca-
V - revelar informações e documentos de caráter reservado; minhado à Mesa, sendo lidos no expediente o parecer, o projeto
VI - faltar, sem motivo justificado, a 10 (dez) sessões ordiná- e as alegações finais da defesa, em sessão pública convocada
rias consecutivas ou a 30 (trinta) intercaladas, dentro da sessão para tal fim;
legislativa ordinária ou extraordinária. VI - disponibilizados no sistema eletrônico o parecer, o pro-
Art. 328. Para apuração das infrações previstas no artigo an- jeto de resolução e as alegações finais de defesa, será o projeto
terior, a Mesa, de ofício ou a requerimento de qualquer Deputa- publicado no Diário Oficial Eletrônico, após o que será incluído
do ou Comissão, baixará ato ou deferirá representação, abrindo na Ordem do Dia para sessão secreta convocada para este fim
prazo de 10 (dez) dias para a defesa. específico;
§ 1º Apresentada a defesa, a Mesa dará seu parecer e sub- VII - lido o projeto, terá a palavra a defesa por 30 (trinta) mi-
meterá projeto de resolução ao Plenário, que deliberará por es- nutos, após o que deliberará o Plenário, em escrutínio secreto;
crutínio secreto e maioria simples. O projeto da Mesa poderá ser VIII - só pelo voto da maioria absoluta da composição da
emendado pelo Plenário, para aumentar ou reduzir a duração Assembleia, será decretada a perda de mandato; não obtida a
da pena. maioria absoluta, o Plenário será consultado sobre a aplicação,
§ 2º Aplicada a pena de suspensão, e publicada a resolução por maioria simples, de pena de suspensão ou censura, sucessi-
no Diário Oficial Eletrônico, com as razões da decisão, o Deputa- vamente, caso não tenham sido estas as conclusões da Comissão
do não receberá qualquer remuneração enquanto durarem seus de Constituição, Justiça e Redação;
efeitos. IX - de acordo com o resultado das votações, o Presidente
Art. 329. Perde o mandato o Deputado: promulgará resolução, independentemente de nova votação.
I - que infringir qualquer das proibições constantes no art. Art. 332. O acusado e seu defensor poderão estar presentes
39 da Constituição do Estado; a todos os atos do processo, garantindo-se sempre a ampla de-
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o de- fesa e o contraditório.
coro parlamentar; Parágrafo único. O Deputado acusado não poderá votar,
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa nem sua presença será computada para efeito de quórum.
ordinária ou extraordinária, à terça parte das sessões ordinárias Art. 333. Nos casos dos incisos III, IV e V do art. 329, a perda
da Assembleia, salvo licença ou missão autorizada; do mandato será declarada pela Mesa, de ofício ou mediante
IV - que tiver suspensos os direitos políticos; provocação de qualquer Deputado, ou de Partido Político com
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral; representação na Assembleia.
VI - que sofrer condenação criminal por sentença transitada § 1º Decidindo a Mesa instaurar o processo de ofício, ou re-
em julgado. cebida a representação, o acusado receberá, no prazo de 5 (cin-
Art. 330. Considera-se procedimento incompatível com o co) dias, cópia integral dos autos, podendo apresentar defesa e
decoro parlamentar: requerer diligências no prazo de 5 (cinco) dias.
I - o abuso de prerrogativas asseguradas aos Deputados; § 2º Não recebida a defesa, será nomeado defensor dativo,
II - a percepção de vantagens indevidas; que terá o mesmo prazo para as providências do parágrafo ante-
III - o uso, em discurso ou proposição, de expressões que rior. O defensor não será Deputado membro da Mesa.
configurem crime contra a honra ou contenham incitamento à § 3º Recebida a defesa, a Mesa ordenará as diligências que
prática de crime; entender necessárias, e deliberará por maioria simples, baixan-
IV - a prática de atos que afetem a dignidade do mandato ou do o ato respectivo, que será comunicado ao Plenário.
da Assembleia; § 4º O acusado pode estar presente a todos os atos do pro-
V - a reincidência nas infrações previstas no art. 327. cesso, mas, se for membro da Mesa, não poderá votar, nem sua
Art. 331. Nos casos dos incisos I, II e VI do art. 329, a perda presença contará para efeito de quórum.
do mandato será pela maioria absoluta dos Deputados, median- § 5º A decisão deverá ser tomada no prazo improrrogável de
te provocação da Mesa ou de Partido com representação na As- 30 (trinta) dias, a partir da decisão inicial da Mesa ou do recebi-
sembleia, assegurado o contraditório e a ampla defesa. mento da representação.

62
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
Art. 334. Quando, no curso de uma discussão, um Deputado II - participação em congressos, missões culturais ou cursos
for acusado de ato que ofenda sua honra, pode pedir ao Presi- de curta duração;
dente que mande apurar a veracidade da acusação e o cabimen- III - tratar de interesses particulares;
to de censura ao ofensor, caso seja improcedente a arguição. IV - investidura em qualquer dos cargos do inciso I do art. 41
da Constituição do Estado.
CAPÍTULO V § 1º As licenças serão concedidas pela Mesa, cabendo re-
DA SUSPENSÃO DAS IMUNIDADES curso ao Plenário em caso de indeferimento, e dependem de
requerimento fundamentado, acompanhado da comprovação
Art. 335. As imunidades constitucionais dos Deputados sub- necessária, o qual será lido em Plenário na primeira sessão.
sistem durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas pelo § 2º O ato da Mesa, ou a resolução do Plenário, que conce-
voto de 2/3 (dois terços) dos membros da Assembleia, em escru- derem licença, serão publicados no Diário Oficial Eletrônico.
tínio secreto, restrita a suspensão aos atos praticados fora do re- § 3º Não se concederá, no decorrer de cada sessão legisla-
cinto da Assembleia, e incompatíveis com a execução da medida. tiva ordinária, ainda que parceladamente, mais de 120 (cento e
§ 1º Recebida pela Mesa a solicitação de suspensão, aguar- vinte) dias de licença para tratar de interesses particulares.
dar-se-á que o Congresso Nacional autorize a decretação do es- § 4º A licença para tratamento de saúde só será concedida
tado de sítio ou de sua prorrogação. mediante atestado e laudo médico fornecidos, respectivamente,
§ 2º Aprovada a decretação, a solicitação será encaminhada pelo Serviço Médico da Assembleia Legislativa e por uma junta
à Comissão de Constituição, Justiça e Redação, que dará parecer nomeada pela Mesa.
e elaborará projeto de resolução a respeito. § 5º As Deputadas poderão ainda obter licença-gestante, e
§ 3º Na apreciação do pedido, adotar-se-ão as disposições os Deputados, licença-paternidade, nos termos previstos nos in-
sobre a tramitação de matérias em regime de urgência. cisos XVIII e XIX do Art. 7º da Constituição Federal.
§ 4º Ficarão automaticamente suspensas as imunidades dos Art. 341. Em caso de incapacidade civil absoluta, julgada por
Deputados quando o Congresso Nacional suspender, na vigência sentença de interdição ou comprovada por laudo médico pas-
do estado de sítio, as dos Senadores e Deputados Federais. sado por junta nomeada pela Mesa, será o Deputado suspenso
do exercício do mandato, sem perda de remuneração, enquanto
CAPÍTULO VI durarem seus efeitos.
DAS AUSÊNCIAS E DAS LICENÇAS § 1º No caso de o Deputado se negar a se submeter ao exa-
me médico, poderá o Plenário, em sessão e escrutínio secretos,
Art. 336. Considera-se ausente, para os efeitos do inciso III por deliberação da maioria absoluta da composição da Assem-
do art. 40 da Constituição do Estado, e do inciso VI do art. 329 bleia, aplicar-lhe a medida suspensiva.
deste Regimento, o Deputado, cujo nome não constar da ata, ou § 2º A junta deverá ser constituída de, no mínimo, 3 (três)
que não responder à chamada para votar. médicos, não pertencentes aos serviços do Estado.
§ 1º A ausência não será considerada se o Deputado estiver § 3º A suspensão do exercício do mandato terá duração mí-
no exercício de cargo previsto no inciso I do art. 41 da Constitui- nima de 121 (cento e vinte e um) dias, convocando-se o Suplen-
ção do Estado, tiver obtido licença, ou estiver no desempenho te.
de missão autorizada ou de representação externa. Art. 342. Considera-se como licença concedida, para os efei-
§ 2º Também não se considerará a ausência do Deputado tos do inciso III do art. 40 da Constituição do Estado, e do art.
que comprovar, mediante atestado médico, sua impossibilidade 345, deste Regimento, a ausência do Deputado temporariamen-
de comparecer por razões de saúde, ou, ainda, que justificar a te privado da liberdade, em virtude de processo criminal em cur-
realização de viagem para desempenho de atividade parlamen- so.
tar. (Redação dada pela Resolução nº 38/2021)
§ 3º Igualmente não será tido como ausente o Deputado que CAPÍTULO VII
faltar a, no máximo, cinco sessões, em razão de falecimento de DA CONVOCAÇÃO DOS SUPLENTES
familiar seu.
§ 4º Se, por qualquer razão, o Deputado não puder compa- Art. 343. Em caso de vaga, investidura nos cargos previstos
recer a 10 (dez) ou mais sessões, deverá obter licença. no inciso
§ 5º Para justificar sua ausência, nos casos dos parágrafos 2º I - do art. 41 da Constituição do Estado, ou licença por mais
e 3º deste artigo, o Deputado fará prévia comunicação ao Presi- de 120 (cento e vinte) dias, o Presidente anunciará a ocorrência
dente, apresentando no ato, ou logo a seguir, a devida compro- no Diário Oficial Eletrônico, dando conta da legenda partidária
vação, de tudo sendo cientificado o Plenário na primeira sessão. do Deputado que deva ser substituído, convocando o Suplente.
Art. 337. O Presidente, ou qualquer Deputado por ele de- § 1º Na hipótese de ter assumido o Suplente, o Deputado
signado, será tido como presente ao representar a Assembleia pode desistir da licença, antes do prazo para ela originalmente
em atos oficiais, solenidades, encontros, debates ou conferên- fixado, se por motivo justificado e desde que já tenham se pas-
cias de interesse público, para os quais a Assembleia haja sido sado, pelo menos, 60 (sessenta) dias. (Redação dada pela Reso-
convidada. lução nº 38/2021)
Art. 338. O Plenário e as Comissões podem autorizar o De- § 2º (Suprimido pela Resolução nº 38/2021, reunumerando-
putado a desempenhar missão externa no interesse da Assem- -se os subsequentes.)
bleia, considerando-se sua presença. § 2º Assiste ao primeiro Suplente, ou aos demais, se esse
Art. 339. As presenças presumidas, previstas neste Capítulo, já estiver em exercício, o direito de se declarar impossibilitado
não se contam para efeito de quórum. de assumir o exercício do mandato, dando ciência por escrito à
Art. 340. As licenças serão concedidas para: Mesa.
I - tratamento de saúde;

63
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
§ 3º Ressalvada a hipótese do parágrafo anterior, bem como § 2º Se o Suplente não assumir por estar no exercício de
a investidura nos cargos de que trata o inciso I do art. 41 da cargo previsto no inciso I do art. 41 da Constituição do Estado,
Constituição do Estado, o Suplente que não assumir no prazo do não pode optar pela remuneração do mandato, nem se dele se
§ 6º do art. 7º, perde definitivamente o direito à suplência. afastar para exercer referido cargo.
§ 4º O Suplente, que não assumir o exercício do mandato Art. 347. Ao Deputado que, por designação do Presidente ou
nos termos dos §§ 3º e 4º, só poderá fazê-lo depois de transcor- deliberação do Plenário ou de Comissão, se ausentar do Estado
ridos 120 (cento e vinte) dias da ocorrência da vaga. em representação ou no desempenho de missão da Assembleia,
§ 5º O Suplente de Deputado não poderá ser eleito para os serão assegurados os meios de transporte e ajuda de custo, cujo
cargos da Mesa, nem para Presidente ou Vice-Presidente de Co- valor será fixado por ato da Mesa.
missão Permanente.
§ 6º Antes de prestar o compromisso, o Suplente, pela pri- TÍTULO VII
meira vez convocado, tomará as providências do caput do art. DO REGIMENTO INTERNO
6º, e seu § 1º
§ 7º Ao Suplente em exercício só se concederá licença para CAPÍTULO I
tratamento de saúde. DA INTERPRETAÇÃO E OBSERVÂNCIA DO REGIMENTO
INTERNO
CAPÍTULO VIII
DA REMUNERAÇÃO SEÇÃO I
DAS QUESTÕES DE ORDEM
Art. 344. A remuneração do Deputado seguirá o que já dis-
põe a Constituição do Estado e é devida a partir do início da
legislatura ao diplomado antes da instalação da primeira sessão Art. 348. Considera-se questão de ordem toda dúvida sobre
legislativa ordinária; ou a partir da expedição do diploma, ao di- a interpretação deste Regimento, na sua prática exclusiva ou re-
plomado posteriormente à instalação; ou a partir da posse, ao lacionada com a Constituição Estadual.
Suplente em exercício. § 1º Durante a Ordem do Dia só poderá ser levantada ques-
§ 1º Além do subsídio, o Deputado tem direito a: tão de ordem atinente diretamente à matéria que nela figure.
I - ajuda de custo; § 2º Nenhum Deputado poderá exceder o prazo de 3 (três)
II - auxílio para complementação de despesa de moradia, em minutos para formular questão de ordem, nem falar sobre a
decorrência do exercício da atividade parlamentar. mesma mais de uma vez.
§ 2º A ajuda de custo, que corresponde à soma do subsídio § 3º No momento de votação, ou quando se discutir e vo-
e do auxílio para complementação de despesa de moradia, é de- tar redação final, a palavra para formular questão de ordem só
vida no início e no final do mandato. poderá ser concedida uma vez ao Relator e uma vez a outro De-
Art. 344-A Os Deputados que exercerem função administra- putado, de preferência ao Autor da proposição principal ou aces-
tiva da Mesa cumulativa com a atividade legislativa, farão jus sória em votação.
à verba indenizatória em razão do desempenho de atribuições § 4º A questão de ordem deve ser objetiva, claramente for-
típicas de gestão executiva, fixada nos termos desta Resolução, mulada, com a indicação precisa das disposições regimentais ou
calculada sobre o subsídio do Deputado. constitucionais cuja observância se pretenda elucidar, e referir-
§ 1º A verba indenizatória a que se refere o caput deste arti- -se à matéria tratada na ocasião.
go será paga nos seguintes percentuais: § 5º Se o Deputado não indicar, inicialmente, as disposições
I - 50% (cinquenta por cento) para o Presidente da Mesa; em que se assenta a questão de ordem, enunciando-as, o Presi-
II - 15 % (quinze por cento) para os primeiros Vice-Presiden- dente não permitirá a sua permanência na tribuna e determina-
te e Secretário, respectivamente; rá a exclusão, da ata, das palavras por ele pronunciadas.
III - 10% (dez por cento) nos demais casos. § 6º Depois de falar somente o Autor e outro Deputado que
§ 2º Ficam excluídas da incidência do teto remuneratório contraargumente, a questão de ordem será resolvida pelo Presi-
constitucional as verbas indenizatórias descritas neste parágra- dente da sessão, não sendo lícito ao Deputado opor-se à decisão
fo, na forma disposta no § 11 do art. 37 da Constituição Federal. ou criticá-la na sessão em que for proferida.
(Redação acrescida pela Resolução nº 42/2021) § 7º O Deputado que quiser comentar, criticar a decisão do
Art. 345. Ao Deputado, quando investido nos cargos de que Presidente ou contra ela protestar poderá fazê-lo na sessão se-
trata o inciso I do art. 41 da Constituição Estadual, ou no gozo de guinte, tendo preferência para uso da palavra, durante 3 (três)
licença para tratamento de saúde, ou para participar de congres- minutos, à hora do Expediente.
sos, missões culturais ou cursos de pequena duração, é assegu- § 8º O Deputado, em qualquer caso, poderá recorrer da
rada a percepção integral da remuneração a que faz jus. decisão da Presidência para o Plenário, sem efeito suspensivo,
Parágrafo único. Não será remunerada a licença para tratar ouvindo-se a Comissão de Constituição, Justiça e Redação, que
de interesses particulares. terá o prazo máximo de 3 (três) dias úteis para se pronunciar.
Art. 346. Enquanto estiver no exercício do mandato o Su- Publicado o parecer da Comissão, o recurso será submetido na
plente recebe remuneração integral, bem como a ajuda de custo sessão seguinte ao Plenário.
na forma prevista pelo inciso I do § 1º e o § 2º, ambos do art. § 9º As razões de recurso serão apresentadas por escrito em
344, não sendo devida esta verba em eventual reconvocação. vinte e quatro horas, contando-se a partir da juntada do recurso
§ 1º Convocado o Suplente, os servidores do gabinete do o prazo para a Comissão de Constituição, Justiça e Redação exa-
deputado afastado serão exonerados, cabendo ao Suplente as rar Parecer.
novas indicações.

64
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
§ 10 Na hipótese do § 8º, o Deputado, com o apoiamento de § 6º A redação do vencido e a redação final do projeto com-
1/3 (um terço) dos presentes, poderá requerer que o Plenário petem à Comissão Especial que o houver elaborado, ou à Co-
decida, de imediato, sobre o efeito suspensivo ao recurso. missão de Constituição, Justiça e Redação, quando de iniciativa
§ 11 As decisões sobre questão de ordem serão registradas desta, de Deputados ou Comissão Permanente.
e indexadas em livro especial, a que se dará anualmente ampla § 7º A apreciação do projeto de alteração ou reforma do Re-
divulgação; a Mesa elaborará projeto de resolução propondo, gimento obedecerá às normas vigentes para os demais projetos
se for o caso, as alterações regimentais delas decorrentes, para de resolução.
apreciação em tempo hábil, antes de findo o biênio. § 8º A Mesa fará a consolidação e publicação de todas as al-
terações introduzidas no Regimento antes de findo cada biênio.
SEÇÃO II
DAS RECLAMAÇÕES TÍTULO VIII
DA PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL

Art. 349. Em qualquer fase da sessão da Assembleia ou de CAPÍTULO I


reunião de Comissão, poderá ser usada a palavra para reclama- DA INICIATIVA POPULAR DE LEI
ção, restrita durante a Ordem do Dia às matérias que nela figu-
rem. Art. 351. A iniciativa popular pode ser exercida pela apre-
§ 1º O uso da palavra, no caso da sessão da Assembleia, des- sentação à Assembleia Legislativa de projeto de lei subscrito por,
tina-se exclusivamente a reclamação quanto à observância de no mínimo, um por cento dos eleitores do Estado, distribuído
expressa disposição regimental ou relacionada com o funciona- pelo menos por 5 (cinco) Municípios, com não menos de um por
mento dos serviços administrativos da Casa. cento dos eleitores de cada um deles, obedecidas as seguintes
§ 2º O membro de Comissão pode formular reclamação condições:
sobre ação ou omissão do órgão técnico que integre. Somente I - a assinatura de cada eleitor deverá ser acompanhada de
depois de resolvido, terminativamente, pelo seu Presidente, po- seu nome completo e legível, endereço e dados identificadores
derá o assunto ser levado, em grau de recurso, por escrito, ao de seu título eleitoral;
Presidente da Assembleia ou ao Plenário. II - as listas de assinatura serão organizadas por Município,
§ 3º Aplicam-se às reclamações as normas referentes às em formulário padronizado pela Mesa da Assembleia;
questões de ordem. III - será lícito a entidade da sociedade civil patrocinar a
apresentação de projeto de lei de iniciativa popular, responsabi-
CAPÍTULO II lizando-se inclusive pela coleta das assinaturas;
DA REFORMA DO REGIMENTO INTERNO IV - o projeto será instruído com documento hábil da Justiça
Eleitoral quanto ao contingente de eleitores alistados em cada
Art. 350. O Regimento Interno poderá ser modificado ou Município, aceitando-se, para esse fim, os dados referentes ao
reformado por meio de projeto de resolução de iniciativa de ano anterior, se não disponíveis outros mais recentes;
Deputado, da Mesa, de Comissão Permanente ou de Comissão V - o projeto será protocolizado perante a Mesa, que verifi-
Especial para esse fim criada, em virtude de deliberação da As- cará se foram cumpridas as exigências constitucionais para sua
sembleia, da qual deverá fazer parte um membro da Mesa. apresentação;
§ 1º O projeto de resolução, depois de autuado, será lido VI - o projeto de lei de iniciativa popular terá a mesma tra-
no Expediente da sessão seguinte e disponibilizado no sistema mitação dos demais, integrando a numeração geral das propo-
eletrônico, para conhecimento dos Deputados e, em seguida, sições;
publicado no Diário Oficial Eletrônico, para tramitação. VII - nas Comissões, ou em Plenário, poderá usar da palavra
§ 2º As emendas serão apresentadas no prazo de 5 (cinco) para discutir o projeto de lei, pelo prazo de 10 (dez) minutos,
dias úteis, quando o projeto for de simples modificação, e de 15 o primeiro signatário, ou quem este tiver indicado quando da
(quinze) dias úteis, quando se tratar de reforma, após publicação apresentação do projeto;
de aviso no Diário Oficial Eletrônico. VIII - cada projeto de lei deverá circunscrever-se a um único
§ 3º Decorrido o prazo previsto no parágrafo anterior, o pro- assunto, podendo, caso contrário, ser desdobrado pela Comis-
jeto será enviado: são de Constituição, Justiça e Redação em proposições autôno-
I - à Comissão de Constituição, Justiça e Redação, para apre- mas, para tramitação em separado;
ciar as emendas e o projeto, em qualquer caso; IX - não se rejeitará, liminarmente, projeto de lei de inicia-
II - à Comissão Especial que o houver elaborado, para exame tiva popular por vícios de linguagem, lapsos ou imperfeições de
das emendas recebidas; técnica legislativa, incumbindo à Comissão de Constituição, Jus-
III - à Mesa, para apreciar as emendas e o projeto. tiça e Redação escoimá-lo dos vícios formais para sua regular
§ 4º Os pareceres das Comissões serão emitidos no prazo de tramitação;
15 (quinze) dias, quando o projeto for de simples modificação, e X - a Mesa designará Deputado para exercer, em relação ao
de 30 (trinta) dias, quando se tratar de reforma. projeto de lei de iniciativa popular, os poderes ou atribuições
§ 5º Esgotado o prazo concedido às Comissões, o Presidente conferidos por este Regimento ao Autor de proposição, devendo
poderá incluir o projeto de resolução na Ordem do Dia da ses- a escolha recair sobre quem tenha sido, com a sua anuência, pre-
são ordinária seguinte, para discussão e votação em turno único. viamente indicado com essa finalidade pelo primeiro signatário
Não havendo parecer, o Presidente designará Relator especial do projeto.
que proferirá parecer escrito ou oral em Plenário.

65
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
CAPÍTULO II § 6º Aplicam-se ainda às audiências públicas, no que couber,
DAS PETIÇÕES E REPRESENTAÇÕES E OUTRAS FORMAS DE o disposto nos arts. 180 e 181.
PARTICIPAÇÃO
SEÇÃO II
Art. 352. As petições, reclamações, representações ou quei- DAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS NO ÂMBITO DAS COMISSÕES
xas apresentadas por pessoas físicas ou jurídicas contra atos ou
omissões das autoridades ou entidades públicas, ou imputados
a membros da Casa, serão recebidas e examinadas pelas Comis- Art. 355. Cada Comissão poderá realizar reunião de audiên-
sões ou pela Mesa, conforme o caso, desde que: cia pública com entidade da sociedade civil para instruir matéria
I - encaminhadas por escrito ou por meio eletrônico, devida- legislativa em trâmite, bem como para tratar de assuntos de in-
mente identificadas em formulário próprio, ou por telefone, com teresse público relevante, atinentes à sua área de atuação, me-
a identificação do Autor; diante proposta de qualquer membro ou a pedido de entidade
II - o assunto envolva matéria de competência da Assem- interessada.
bleia Legislativa. Art. 356. Aprovada a reunião de audiência pública, a Comis-
Art. 353. A participação da sociedade civil poderá, ainda, são selecionará, para serem ouvidas, as autoridades, as pessoas
ser exercida mediante o oferecimento de sugestões de iniciati- interessadas e os especialistas ligados às entidades participan-
va legislativa, de pareceres técnicos, de exposições e propostas tes, cabendo ao Presidente da Comissão expedir os convites.
oriundas de entidades científicas e culturais, bem como de asso- § 1º Na hipótese de haver defensores e opositores relativa-
ciações e órgãos de classe, sindicatos, exceto partidos políticos. mente à matéria objeto de exame, a Comissão procederá de for-
§ 1º As sugestões de iniciativa legislativa que, observado o ma que possibilite a audiência das diversas correntes de opinião.
disposto no inciso I do artigo anterior, receberem parecer favorá- § 2º O convidado deverá limitar-se ao tema ou questão em
vel da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, serão trans- debate e disporá, para tanto, de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis
formadas em proposição legislativa de sua iniciativa, que será a juízo da Comissão.
encaminhada à Mesa para tramitação. § 3º Caso qualquer participante se desvie do assunto, ou
§ 2º As sugestões que receberem parecer contrário da Co- perturbe a ordem dos trabalhos, o Presidente da Comissão po-
missão de Constituição, Justiça e Redação serão encaminhadas derá adverti-lo, cassar-lhe a palavra ou determinar a sua retirada
ao arquivo. (Redação dada pela Resolução nº 38/2021) do recinto.
§ 3º Aplicam-se à apreciação das sugestões pela Comissão § 4º A parte convidada poderá valer-se de assessores cre-
de Constituição, Justiça e Redação, no que couber, as disposições denciados, se para tal fim tiver obtido o consentimento do Pre-
regimentais relativas ao trâmite dos projetos de lei nas Comis- sidente da Comissão.
sões.
Art. 357. Da reunião de audiência pública lavrar-se-á ata, ar-
§ 4º As demais formas de participação recebidas pela Co-
quivando-se, no âmbito da Comissão, os pronunciamentos escri-
missão de Constituição, Justiça e Redação serão encaminhadas
tos e documentos que os acompanharem.
à Mesa para distribuição à Comissão ou Comissões competentes
Parágrafo único. Será admitido, a qualquer tempo, o trasla-
para o exame do respectivo mérito.
do de peças ou fornecimento de cópias aos interessados.
Art. 358. Aplicam-se às audiências realizadas fora do âmbito
CAPÍTULO III
das Comissões as disposições desta seção, no que couber.
DAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS
TÍTULO IX
SEÇÃO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS DA POLÍCIA DA ASSEMBLEIA

Art. 354. A Mesa, no prazo de 60 (sessenta) dias, editará Art. 359. A Mesa fará manter a ordem e a disciplina no edifí-
normas complementares a este Regimento, regulamentando os cio da Assembleia e suas adjacências.
objetivos, os procedimentos, a dinâmica e a execução das au- Art. 360. Quando, no âmbito da Casa, for cometido qualquer
diências públicas. delito, o Presidente designará servidor estável do quadro da As-
§ 1º As audiências públicas não poderão ser realizadas nos sembleia para presidir o inquérito.
dias e nas horas reservados às sessões ordinárias da Assembleia § 1º Se o indiciado ou preso for Deputado, o inquérito será
Legislativa. presidido por outro Deputado designado pelo Presidente.
§ 2º A realização de audiência pública fora da sede da As- § 2º Será observado no inquérito o Código de Processo Pe-
sembleia Legislativa, bem como a realização de visita, deverá nal.
observar o disposto no § 9º do art. 180. (Redação dada pela Re- § 3º O Presidente do inquérito poderá solicitar a cooperação
solução nº 38/2021) técnica dos órgãos policiais especializados, e requisitar servido-
§ 3º Não poderá haver audiências públicas internas ou ex- res da Polícia Civil do Estado para auxiliar na sua realização.
ternas de forma concomitante. § 4º Servirá de escrivão servidor estável da Assembleia.
§ 4º Quando houver mais de um requerimento para reali- § 5º Em caso de flagrante de crime inafiançável, efetuada a
zação de audiência pública, com identidades de datas, a prefe- prisão do agente, será ele entregue à autoridade competente,
rência será estabelecida pela ordem de apresentação, e sendo com o auto respectivo.
aprovado, ficarão os demais prejudicados. § 6º Se o preso for Deputado, será entregue à guarda do Pre-
§ 5º Apresentados concomitantemente requerimentos que sidente da Assembleia, comunicando-se a prisão ao Presidente
tiverem a mesma data, dar-se-á preferência àquele que objetivar do Tribunal de Justiça, e procedendo-se, a seguir, de acordo com
a realização da audiência pública na Sede da Assembleia Legis- o art. 317.
lativa.

66
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
§ 7º Findo o inquérito, será enviado ao Tribunal de Justiça ou Art. 371. Este Regimento se aplica a todos os processos em
à Justiça Criminal da Capital, quer se trate, ou não, de Deputado. curso, exceto aqueles que já se encontram em fase de aprecia-
Art. 361. O policiamento do edifício da Assembleia e seus ção pelo Plenário, segundo as normas regimentais anteriores.
acessos compete exclusivamente à Mesa, sob a suprema direção Art. 372. As omissões deste Regimento serão supridas pelo
do Presidente, sem intervenção de qualquer outro Poder. Regimento Interno da Câmara dos Deputados, ou, não sendo isto
Parágrafo único. Este serviço será feito, ordinariamente, possível, pelo Presidente, salvo diversa deliberação do Plenário.
com a segurança própria da Assembleia ou por esta contratada, Art. 373. A Frente Parlamentar criada antes da vigência des-
e, se necessário, por efetivos da Polícia Militar do Estado, requi- te Regimento poderá permanecer em atividade, mediante co-
sitados pelo Presidente ao respectivo Comandante, e postos à municação de seu Presidente à Mesa informando a manutenção
inteira e exclusiva disposição da Mesa. de seus trabalhos.
Art. 362. Ninguém, a não ser os membros da segurança, Art. 374. Esta Resolução entra em vigor na data de sua pu-
pode entrar com arma de qualquer espécie no edifício da Assem- blicação, revogando-se a Resolução nº 46, de 1990 e suas alte-
bleia, ou postar-se com arma em suas adjacências, incumbindo rações.
a qualquer membro da Mesa mandar revistar e desarmar quem
descumprir esta proibição.

TÍTULO X ANOTAÇÕES
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 363. Ficam mantidas, até o final da sessão legislativa em ______________________________________________________


curso, com seus atuais Presidente e Vice-Presidentes, as Comis-
______________________________________________________
sões Permanentes criadas e organizadas na forma da Resolução
nº 46, de 1990. ______________________________________________________
Art. 364. Para efeito do cômputo e dos regramentos relativos
às sessões solenes e audiências públicas dispostas nos artigos ______________________________________________________
180 e 181, e 354 a 358, respectivamente, não serão considera-
das aquelas já realizadas ou aprazadas na vigência da Resolução ______________________________________________________
nº 46, de 1990.
______________________________________________________
Art. 365. É facultado à Mesa, a qualquer de seus membros,
ao Diretor-Geral e às demais autoridades dos serviços adminis- ______________________________________________________
trativos da Casa delegar competência para a prática de atos ad-
ministrativos, desde que não privativos. ______________________________________________________
Parágrafo único. O ato de delegação indicará, com precisão,
a autoridade delegante, a autoridade delegada e as atribuições ______________________________________________________
objeto da delegação.
______________________________________________________
Art. 366. As publicações ordenadas neste Regimento serão
feitas no Diário Oficial Eletrônico, editado diariamente sob res- ______________________________________________________
ponsabilidade da Mesa.
Art. 367. Ficam instituídas, no sistema eletrônico da Assem- ______________________________________________________
bleia Legislativa, sessões e reuniões virtuais, no âmbito do Ple-
nário, das Comissões, do Colégio de Líderes e da Mesa, cujos ______________________________________________________
procedimentos serão regulamentados por meio de ato de com-
______________________________________________________
petência da Mesa.
Art. 368. Em situações excepcionais, como em caso de guer- ______________________________________________________
ra, comoção interna ou calamidade pública, a Mesa regulamen-
tará, por ato próprio, as medidas necessárias ao bom andamento ______________________________________________________
dos trabalhos da Assembleia, aplicando-se, inclusive, o disposto
no artigo anterior, quando necessário. ______________________________________________________
Art. 369. Salvo expressa disposição em contrário, os prazos
______________________________________________________
assinalados neste Regimento em dias computar-se-ão por dias
úteis, excluídos sábados, domingos e feriados. ______________________________________________________
§ 1º Os prazos por sessão contam-se por sessão ordinária
efetivamente realizada. ______________________________________________________
§ 2º Nenhum prazo corre nos recessos parlamentares, salvo
convocação de sessão legislativa extraordinária, quanto à maté- ______________________________________________________
ria objeto da convocação. Na sessão legislativa extraordinária,
______________________________________________________
todos os prazos se contam por dias úteis.
§ 3º Na contagem dos prazos, não se inclui o dia do começo. ______________________________________________________
Art. 370. Quando este Regimento se refere a legislaturas an-
teriormente exercidas, só a Deputados titulares em tais legisla- _____________________________________________________
turas se aplicam essas disposições regimentais.
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67
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO NORTE

Art. 6º A lei coíbe a discriminação política e o favorecimento de


DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS. DOS DIREITOS E partidos ou grupos políticos pelo Estado, autoridades ou servidores
GARANTIAS FUNDAMENTAIS. DA ORGANIZAÇÃO DO estaduais, assegurando ao prejudicado, pessoa física ou jurídica,
ESTADO. DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES. DA TRIBU- os meios necessários e adequados à recomposição do tratamento
TAÇÃO E DO ORÇAMENTO. DA ORDEM ECONÔMICA E igual para todos.
FINANCEIRA. DA ORDEM SOCIAL Art. 7º Quem não receber, no prazo de dez (10) dias, informa-
ções de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral,
TÍTULO I requeridas a órgãos públicos estaduais, pode, não sendo hipótese
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS de “habeas-data”, exigi-las, judicialmente, devendo o Juiz compe-
tente, ouvido quem as deva prestar, no prazo de vinte e quatro (24)
Art. 1º O Estado do Rio Grande do Norte, Unidade Federada horas, decidir, em cinco (5) dias, intimando o responsável pela re-
integrante e inseparável da República Federativa do Brasil, rege-se cusa ou omissão a fornecer as informações requeridas, sob pena de
por esta Constituição e pelas leis que adotar, respeitados os princí- desobediência, salvo a hipótese de sigilo imprescindível à seguran-
pios da Constituição da República Federativa do Brasil, constitui-se ça da sociedade ou do Estado.
em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I – a autonomia do Estado e seus Municípios; CAPÍTULO II
II – a cidadania; DOS DIREITOS SOCIAIS
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; Art. 8º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação,
V – o pluralismo político. a moradia, o trabalho, o transporte, o lazer, a segurança, a previ-
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce, dência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência
por meio de representantes eleitos, ou diretamente, nos termos aos desamparados, consoante definidos no art. 6º da Constituição
desta Constituição. Federal e assegurados pelo Estado. (Redação dada pela Emenda
Art. 2º São Poderes do Estado, independentes e harmônicos Constitucional nº 18, de 2019)
entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Art. 9º O Estado garante, nos limites de sua competência, a in-
violabilidade dos direitos assegurados pela Constituição Federal aos
TÍTULO II trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melho-
DOS DIREITOS E DAS GARANTIAS FUNDAMENTAIS ria de sua condição social.
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS CAPÍTULO III
DOS DIREITOS POLÍTICOS
Art. 3º O Estado assegura, nos limites de sua competência, os
direitos e garantias fundamentais que a Constituição Federal reco- Art. 10. A soberania popular é exercida pelo sufrágio universal
nhece a brasileiros e estrangeiros. e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos ter-
Art. 4º A lei adota procedimento sumário de apuração de res- mos da lei, mediante:
ponsabilidade por desrespeito à integridade física e moral dos pre- I – plebiscito;
sos, cominando penas disciplinares ao servidor estadual, civil ou II – referendo;
militar, encontrado em culpa. III – iniciativa popular.
Art. 5º Lei complementar regula as condições de cumprimento § 1º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
de pena no Estado, cria Fundo Penitenciário com a finalidade de I – a nacionalidade brasileira;
assegurar a efetividade do tratamento legal previsto aos reclusos II – o pleno exercício dos direitos políticos;
e dispõe sobre a instalação de comissões técnicas de classificação. III – o alistamento eleitoral;
§ 1º O Poder Judiciário, pelo Juízo das Execuções Penais, IV – o domicílio eleitoral na circunscrição;
publica, semestralmente, relação nominal dos presos, fazendo V – a filiação partidária;
constar a pena de cada um e o início de seu cumprimento. VI – a idade mínima de:
§ 2º Na elaboração dos regimentos internos e disciplinares dos a) trinta (30) anos para Governador e Vice-Governador do Es-
estabelecimentos penais do Estado, além do órgão específico, par- tado;
ticipam o Conselho Penitenciário do Estado, o Juízo das Execuções b) vinte e um (21) anos para Deputado Estadual, Prefeito, Vice-
Penais e o Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, Prefeito e Juiz de Paz;
observando-se, entre outros princípios, a resolução da Organização c) dezoito (18) anos para Vereador.
das Nações Unidas acerca do tratamento de reclusos. § 2º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

69
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
§ 3º O Governador do Estado, os Prefeitos e quem os houver Art. 33. A Assembleia Legislativa se compõe de Deputados, re-
sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reelei- presentantes do povo do Estado do Rio Grande do Norte, eleitos
tos para um único período subsequente. (Redação dada pela Emen- por sufrágio universal e voto direto e secreto.
da Constitucional nº 13, de 2014) § 1º Cada legislatura tem a duração de quatro (4) anos.
§ 4º Para concorrerem a outros cargos, o Governador do Es- § 2º O número de Deputados à Assembleia Legislativa corres-
tado e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até ponde ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputa-
seis (6) meses antes do pleito. dos e, atingido o número de trinta e seis (36), é acrescido de tantos
§ 5º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o côn- quantos forem os Deputados Federais acima de doze (12).
juge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau, ou § 3º É de quatro (4) anos o mandato dos Deputados Estaduais,
por adoção, do Governador do Estado ou do Prefeito ou de quem aplicando-se-lhes as regras da Constituição Federal sobre sistema
os haja substituído dentro dos seis (6) meses anteriores ao pleito, eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda do man-
salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. dato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
§ 4º A eleição dos Deputados Estaduais realiza-se simultanea-
TÍTULO III mente com a dos Deputados Federais e Senadores.
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO Art. 33-A. São órgãos da Assembleia Legislativa do Estado do
CAPÍTULO I Rio Grande do Norte: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18,
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA de 2019)
I – Plenário; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de
Art. 11. A cidade do Natal é a Capital do Estado. 2019)
Art. 12. São símbolos do Estado a bandeira, o brasão de armas II – Mesa; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019)
e o hino, existentes na data da promulgação desta Constituição. III – Colégio de Líderes; (Incluído pela Emenda Constitucional
§ 1º Os Municípios podem ter símbolos próprios. (Renumerado nº 18, de 2019)
pela Emenda Constitucional nº 09, de 2013) IV – Comissões; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de
§ 2º A administração pública direta e indireta, de qualquer dos 2019)
Poderes do Estado e dos Municípios, somente poderão utilizar em V – Gabinetes Parlamentares; (Incluído pela Emenda Constitu-
peças publicitárias, como marca de Governo, o brasão de armas cional nº 18, de 2019)
ou a bandeira oficial, respectivos, e, como slogan, a frase conten- VI – Procuradoria-Geral; e (Incluído pela Emenda Constitucio-
do a indicação do Poder, do Estado ou do Município. (Incluído pela nal nº 18, de 2019)
Emenda Constitucional nº 09, de 2013) VII – outros órgãos instituídos em Resolução. (Incluído pela
§ 3º Fica vedada a fixação de imagem de Chefe de Poder ou Emenda Constitucional nº 18, de 2019)
Presidente de Órgão nas repartições públicas. (Incluído pela Emen- § 1º A Resolução, instrumento próprio da Assembleia Legislati-
da Constitucional nº 09, de 2013) va, terá força de lei quando editada no âmbito de sua competência
Art. 13. A organização político-administrativa do Estado do Rio interna. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019)
Grande do Norte compreende o Estado e seus Municípios, todos § 2º A Assembleia Legislativa poderá funcionar de maneira iti-
autônomos, nos termos da Constituição Federal, desta Constituição nerante, com a realização de sessões e demais atividades legislati-
e de suas leis orgânicas. vas, nos limites territoriais do Estado. (Incluído pela Emenda Cons-
Art. 14. A criação, a incorporação, a fusão e o desmembra- titucional nº 18, de 2019)
mento de Municípios, devem preservar a continuidade e a unidade § 3º Os Gabinetes Parlamentares são unidades autônomas em
históricocultural do ambiente urbano, e far-se-ão por lei estadual, relação à estrutura administrativa da Assembleia Legislativa, cons-
dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e tituindo-se como a extensão do mandato, dotados de servidores
dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações ocupantes de cargos de provimento em comissão, de livre nome-
dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabili- ação e exoneração, observadas as regras dispostas na Constituição
dade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. (Reda- Federal e nesta Constituição, a fim de viabilizar o exercício da ativi-
ção dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) dade políticoparlamentar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
Art. 15. É vedado ao Estado e aos Municípios: 18, de 2019).
I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencionálos, em- § 4º Poderão os Gabinetes Parlamentares funcionar de forma
baraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus repre- descentralizada, com dotação orçamentária própria, através de Uni-
sentantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma dades de Representação Parlamentar, regulamentadas por Resolu-
da lei, a colaboração de interesse público; ção, a fim de assegurar o exercício da atividade político-parlamen-
II – recusar fé aos documentos públicos; tar do Deputado Estadual. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
III – criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si 18, de 2019)
Art. 34. Salvo disposição constitucional em contrário, as delibe-
TÍTULO IV rações da Assembleia Legislativa e de suas Comissões são tomadas
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus mem-
CAPÍTULO I bros.
DO PODER LEGISLATIVO
SEÇÃO I SEÇÃO II
DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DAS ATRIBUIÇÕES DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

Art. 32. O Poder Legislativo é exercido pela Assembleia Legisla- Art. 35. Compete privativamente à Assembleia Legislativa:
tiva, com sede na Capital do Estado. I – eleger a Mesa e constituir suas Comissões;
Parágrafo único. Ao Poder Legislativo é assegurada autonomia II – dispor sobre seu regimento interno, sua organização,
financeira, mediante percentual da receita orçamentária do Estado,
fixado em lei complementar.

70
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção Art. 36. A Assembleia Legislativa, ou qualquer de suas Comis-
dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de sões, podem convocar Secretário de Estado, Procurador-Geral do
lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâme- Estado, Comandantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros
tros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada Militar, ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados
pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) ao Governador do Estado, para prestarem, pessoalmente, informa-
III – autorizar o Governador e o Vice-Governador a se ausenta- ções sobre assunto previamente determinado, importando crime
rem do País, quando a ausência exceder a quinze (15) dias; de responsabilidade o não comparecimento sem justificativa ade-
IV – aprovar a intervenção municipal ou suspendê-la; quada. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
V – sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbi- § 1º Os Secretários de Estado, Procurador-Geral do Estado, Co-
tem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; mandantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar po-
VI – mudar temporariamente sua sede; dem comparecer à Assembleia Legislativa ou a qualquer de suas Co-
VII – fixar os subsídios dos Deputados Estaduais, do Governa- missões, por sua iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa
dor, Vice-Governador e Secretários de Estado, observado o que dis- respectiva, para expor assunto de relevância atinente às suas fun-
põem os arts. 26, XI, e 28, § 8º, desta Constituição, e os arts. 150, II, ções. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
153, III, e 153, § 2º, I, da Constituição Federal; (Redação dada pela § 2º A Mesa da Assembleia Legislativa pode encaminhar pedi-
Emenda Constitucional nº 13, de 2014) dos escritos de informações a Secretários de Estado, ProcuradorGe-
VIII – julgar, anualmente, as contas prestadas pelo Governador ral do Estado, Comandantes da Polícia Militar e do Corpo de Bom-
do Estado e conhecer os relatórios sobre a execução dos planos de beiros Militar, ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste
Governo; artigo, importando crime de responsabilidade a recusa, ou o não
IX – fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas atendimento no prazo de trinta (30) dias, bem como a prestação de
Comissões, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administra- informações falsas. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
ção indireta; 13, de 2014)
X – zelar pela preservação de sua competência legislativa em Art. 37. Cabe à Assembleia Legislativa, com a sanção do Gover-
face da atribuição normativa dos outros Poderes; nador do Estado, não exigida esta para o especificado no
XI – eleger quatro (4) membros do Tribunal de Contas do Esta- art. 35, dispor sobre todas as matérias de competência do Esta-
do, e aprovar as indicações dos demais; (Redação dada pela Emen- do, especialmente sobre:
da Constitucional nº 13, de 2014) I – orçamento anual e plurianual;
XII – aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a ativi- II – sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;
dades nucleares; III – dívida pública, abertura e operações de crédito;
XIII – autorizar referendo e convocar plebiscito; IV – planos e programas de desenvolvimento econômico e so-
XIV – (Revogado pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019) cial;
XV – proceder à tomada de contas do Governador do Estado, V – licitações e contratos administrativos;
quando não apresentadas dentro de sessenta (60) dias após a aber- VI – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e
tura da sessão legislativa; funções públicas e fixação dos respectivos vencimentos, salários e
XVI – dar posse ao Governador e ao Vice-Governador; vantagens;
XVII – conhecer da renúncia do Governador e do ViceGover- VII – regime jurídico dos servidores públicos, seus direitos, de-
nador; veres e sistema disciplinar e de previdência;
XVIII – destituir do cargo o Governador ou Secretário de Estado, VIII – bens do domínio do Estado, inclusive, no caso de imóveis
após condenação por crime comum ou de responsabilidade; sua aquisição onerosa, alienação ou oneração, respeitado o dispos-
XIX – aprovar: to no art. 17;
a) os decretos e outros atos expedidos pelo Governador, “ad IX – efetivo da Polícia Militar;
referendum” da Assembleia, inclusive os de intervenção em Mu- X – transferência temporária da sede do Governo Estadual ob-
nicípios; servado o disposto no art. 64, VIII;
b) os convênios intermunicipais de fixação de limites; XI – concessão de auxílio aos Municípios e forma de sua apli-
c) previamente, por voto secreto, a indicação de três (3) cação;
Conselheiros do Tribunal de Contas, feita pelo Governador; XII – perdão de dívida, anistia e remissão de crédito tributário;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019) XIII – organização e divisão judiciárias;
XX – expedir decretos legislativos e resoluções; XIV – organização, atribuições e o estatuto do Ministério Públi-
XXI – solicitar a intervenção federal, nas hipóteses dos arts. 34, co e da Defensoria Pública do Estado;
IV, e 36, I, da Constituição Federal; XV – criação, estruturação e atribuições das Secretarias de Esta-
XXII – receber o Governador, em reunião previamente designa- do, Procuradorias Gerais, Defensoria Pública, Polícia Militar, Polícia
da, sempre que ele manifeste o propósito de relatar, pessoalmente, Civil e órgãos da Administração Pública;
assunto de interesse público; XVI – matéria financeira e orçamentária;
XXIII – determinar o sobrestamento da execução dos atos a que XVII – normas gerais para a exploração, concessão, permissão
se referem os arts. 53, § 1º e 54, § 2º; ou autorização para exploração de serviços públicos, bem como
XXIV – (Revogado pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) para a fixação das respectivas tarifas ou preços;
XXV – aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exo- XVIII – previdência social dos Deputados Estaduais.
neração, de ofício, do Procurador-Geral de Justiça; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 13, de 2014) SEÇÃO III
XXVI – organizar as Unidades de Representação Parlamentar e DOS DEPUTADOS
os serviços e cargos necessários à sua administração. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 18, de 2019) Art. 38. Os Deputados Estaduais são invioláveis, civil e penal-
mente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)

71
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
§ 1º Desde a expedição do diploma, os Deputados Estaduais III – que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à
não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. terça parte das sessões ordinárias da Assembleia Legislativa, salvo
Neste caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas licença ou missão por esta autorizada;
à Assembleia Legislativa, para que, pelo voto da maioria de seus IV – que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
membros, em votação nominal, resolva sobre a prisão. (Redação V – quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos na
dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) Constituição Federal ou nesta;
§ 2º Recebida denúncia contra Deputado Estadual, por crime VI – que sofrer condenação criminal em sentença transitada
ocorrido após a diplomação, o Tribunal de Justiça ou o Órgão Judi- em julgado.
ciário competente darão ciência à Assembleia Legislativa, que, por § 1º É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos
iniciativa de partido político nela representado, ou no Congresso definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas assegu-
Nacional, e pelo voto nominal da maioria de seus membros, pode- radas a membro da Assembleia Legislativa ou a percepção de van-
rá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. (Redação dada tagens indevidas.
pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) § 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será de-
§ 3º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto cidida pela Assembleia Legislativa, por maioria absoluta e votação
durar o mandato. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13, nominal, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido
de 2014) político representado no Congresso Nacional ou na própria Assem-
§ 4º Os Deputados, desde a expedição do diploma, são subme- bleia, assegurada ampla defesa. (Redação dada pela Emenda Cons-
tidos a julgamento perante o Tribunal de Justiça do Estado. (Reda- titucional nº 13, de 2014)
ção dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) § 3º Nos casos previstos nos incisos III, IV e V, a perda é declara-
§ 5º Os Deputados não são obrigados a testemunhar sobre in- da pela Mesa da Assembleia Legislativa, de ofício ou mediante pro-
formações recebidas ou prestadas em razão do exercício do man- vocação de qualquer de seus membros, ou de partido político re-
dato nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam presentado na Casa, ou no Congresso Nacional, assegurada ampla
informações. defesa. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
§ 6º A incorporação de Deputado às Forças Armadas, embora § 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise
militar e ainda que em tempo de guerra, depende de prévia licença ou possa levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá
da Assembleia Legislativa. (Redação dada pela Emenda Constitucio- seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os
nal nº 13, de 2014) §§ 2º e 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
§ 7º As imunidades dos Deputados subsistem durante o estado Art. 41. Não perde o mandato o Deputado:
de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços I – investido no cargo de Ministro de Estado, Secretário des-
(2/3) dos membros da Assembleia Legislativa, nos casos de atos te Estado, da Prefeitura da Capital ou chefe de missão diplomática
praticados fora do recinto da Casa, que sejam incompatíveis com a temporária;
execução da medida. II – licenciado pela Assembleia Legislativa, por motivo de doen-
§ 8º Os Deputados que forem demandados judicialmente po- ça, ou para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde
dem requerer à Mesa que a consultoria jurídica e a representação que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte (120)
judicial sejam feitas pela Procuradoria-Geral da Assembleia Legis- dias por sessão legislativa.
lativa, caso a ação judicial se refira ao exercício da atividade parla- § 1º O suplente é convocado nos casos de vaga, de investidura
mentar ou dela decorra, observadas as atribuições, competências em funções previstas neste artigo ou de licença superior a cento e
e forma que serão regulamentadas por Resolução. (Incluído pela vinte (120) dias.
Emenda Constitucional nº 18, de 2019) § 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, faz-se eleição
Art. 39. Os Deputados não podem: para preenchê-la, se faltarem mais de quinze (15) meses para o tér-
I – desde a expedição do diploma: mino do mandato.
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito § 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado pode optar pela remu-
público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista, neração do mandato.
fundação instituída pelo Poder Público, ou empresa concessionária
de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas SEÇÃO IV
uniformes; DAS REUNIÕES
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado,
inclusive os de que sejam demissíveis “ad nutum”, nas entidades Art. 42. A Assembleia Legislativa reunir-se-á, anualmente, na
constantes da alínea anterior; Capital do Estado, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto
II – desde a posse: a 22 de dezembro. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresas 13, de 2014)
que gozem de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de § 1º As reuniões marcadas para essas datas são transferidas
direito público, ou nelas exercer função remunerada; para o primeiro dia útil subsequente, quando recaiam em sábados,
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis “ad nu- domingos ou feriados.
tum’’, nas entidades referidas no inciso I, “a”; § 2º A sessão legislativa não é interrompida sem a aprovação
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das enti- do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.
dades a que se refere o inciso I, “a”; § 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a As-
d) ser titulares de mais de um (1) cargo ou mandato público sembleia Legislativa se reúne em sessão especial para:
eletivo. I – inaugurar a sessão legislativa;
Art. 40. Perde o mandato o Deputado: II – receber o compromisso do Governador e do ViceGoverna-
I – que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo dor;
anterior; III – conhecer de veto e sobre ele deliberar.
II – cujo procedimento for declarado incompatível com o deco-
ro parlamentar;

72
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
§ 4º A Assembleia Legislativa se reúne em sessão preparatória, SEÇÃO VI
a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para dar DA PROCURADORIA-GERAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
posse a seus membros e eleger a Mesa, para mandato de dois (2) (INCLUÍDA PELA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 18, DE 2019)
anos, vedada a recondução, para o mesmo cargo, na eleição imedia-
tamente subsequente. (Redação dada pela Emenda Constitucional Art. 43-A. A Procuradoria-Geral da Assembleia Legislativa,
nº 18, de 2019) instituição permanente, vinculada à Mesa, é o órgão superior de
§ 5º Por motivo de conveniência pública e mediante delibe- assessoramento e consultoria jurídica do Poder Legislativo, incum-
ração da maioria absoluta dos seus membros, pode a Assembleia bindolhe ainda as atividades de representação judicial e assistência
Legislativa reunir-se, temporariamente, em qualquer cidade do Es- técnica legislativa à Mesa, às Comissões, às Diretorias e aos Deputa-
tado. dos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019)
§ 6º A convocação extraordinária da Assembleia Legislativa fa- § 1º A representação judicial, extrajudicial e a consultoria ju-
z-se: rídica do Poder Legislativo, na defesa de sua independência, bem
I – por seu Presidente, em caso de intervenção em Município e como a supervisão dos serviços de assessoramento jurídico serão
posse do Governador ou do Vice-Governador; exercidas pela Procuradoria-Geral da Assembleia Legislativa, sem
II – pelo Governador do Estado, pelo Presidente ou a reque- prejuízo das atribuições da Procuradoria-Geral do Estado. (Incluído
rimento da maioria dos Deputados, em caso de urgência ou inte- pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019)
resse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a § 2º A Procuradoria-Geral da Assembleia Legislativa oficiará
aprovação da maioria absoluta da Assembleia. (Redação dada pela nos procedimentos administrativos no que diz respeito ao controle
Emenda Constitucional nº 13, de 2014) interno dos atos emanados pelo Poder Legislativo e promoverá a
§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, a Assembleia Legisla- defesa de seus interesses, incluídos os de natureza financeiro-orça-
tiva somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocada, mentária, bem como exercerá outras funções que lhe sejam confe-
vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão da convo- ridas por Resolução de iniciativa da Mesa da Assembleia Legislativa.
cação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019)
§ 3º Resolução de iniciativa da Mesa da Assembleia Legislativa
SEÇÃO V disporá sobre a organização e o funcionamento da Procuradoria-
DAS COMISSÕES Geral, estendendo-se aos seus integrantes os direitos, os deveres
e as vedações atinentes aos Procuradores do Estado. (Incluído pela
Art. 43. A Assembleia Legislativa tem comissões permanentes Emenda Constitucional nº 18, de 2019)
e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas § 4º O subsídio dos ocupantes dos cargos de carreira de Pro-
no seu regimento ou no ato de que resultar sua criação. curador da Assembleia Legislativa será fixado conforme o disposto
§ 1º Na constituição da Mesa e de cada Comissão, é assegura- na parte final do art. 37, inciso XI, da Constituição da República e
da, tanto quanto possível, a representação proporcional dos parti- art. 26, inciso XI, desta Constituição, cujo valor será previsto em lei
dos ou dos blocos parlamentares que participam da Casa. (Redação específica de iniciativa do Poder Legislativo. (Incluído pela Emenda
dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) Constitucional nº 18, de 2019)
§ 2º Às Comissões, em razão da matéria de sua competência, Art. 43-B. Compete à Procuradoria-Geral da Assembleia Legisla-
cabe: tiva exercer a representação judicial do Poder Legislativo, nas ações
I – discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do em que for parte ativa ou passiva, na forma do § 8º do art. 38 desta
regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de Constituição, sem prejuízo das atribuições da Procuradoria-Geral do
um décimo (1/10) dos membros da Casa; Estado. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019)
II – realizar audiências públicas com entidades da sociedade
civil; CAPÍTULO II
III – convocar Secretários de Estado, Procuradores Gerais e Co- DO PROCESSO LEGISLATIVO
mandante da Polícia Militar para prestarem informações sobre as- SEÇÃO I
suntos inerentes a suas atribuições; DISPOSIÇÃO GERAL
IV – receber petições, reclamações, representações ou queixas
de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou Art. 44. O processo legislativo estadual compreende a elabo-
entidades públicas; ração de:
V – solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; I – emendas à Constituição;
VI – apreciar programas de obras, planos estaduais, regionais e II – leis complementares;
setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer. III – leis ordinárias;
§ 3º As Comissões Parlamentares de Inquérito têm poderes IV – leis delegadas;
de investigação, próprios das autoridades judiciais, além de outros V – decretos legislativos;
previstos no regimento, são criadas pela Assembleia Legislativa, VI – resoluções.
mediante requerimento de um terço (1/3) de seus membros, para
a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas con-
clusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para
que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

73
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
SEÇÃO II § 1º O Governador do Estado pode solicitar urgência para apre-
DA EMENDA À CONSTITUIÇÃO ciação de projetos de sua iniciativa.
§ 2º Se, no caso do parágrafo anterior, a Assembleia Legislativa
Art. 45. A Constituição pode ser emendada mediante proposta: não se manifestar sobre a proposição em até quarenta e cinco (45)
I – de um terço (1/3), no mínimo, dos membros da Assembleia dias, é esta incluída na Ordem do Dia, sobrestando-se todas as de-
Legislativa; mais deliberações legislativas, com exceção das que tenham prazo
II – do Governador do Estado; constitucional determinado, até que se ultime a votação. (Redação
III – de iniciativa popular, subscrita por, no mínimo, três por dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
cento do eleitorado estadual, distribuídos, pelo menos, em três § 3º O prazo de quarenta e cinco (45) dias, de que trata o § 2º,
quintos dos Municípios do Estado. (Incluído pela Emenda Constitu- não corre nos períodos de recesso da Assembleia Legislativa, nem
cional nº 13, de 2014) se aplica aos projetos de código.
§ 1º A Constituição não pode ser emendada na vigência de in- Art. 48. As leis complementares são aprovadas por maioria ab-
tervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. soluta.
§ 2º A proposta de emenda é discutida e votada em dois (2) tur- Parágrafo único. Além daquelas previstas na Constituição Fe-
nos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos deral e nesta Constituição, dependem de lei complementar as se-
(3/5) dos votos dos membros da Assembleia. guintes matérias:
§ 3º A emenda à Constituição é promulgada pela Mesa da As- I – organização do Poder Executivo;
sembleia Legislativa, com o respectivo número de ordem. II – organização e divisão judiciárias;
§ 4º Não é objeto de deliberação a proposta de emenda que III – organização do Ministério Público, da Defensoria Pública e
atente contra os princípios da Constituição Federal. do Tribunal de Contas; (Redação dada pela Emenda Constitucional
§ 5º A matéria constante de proposta de emenda, rejeitada ou nº 13, de 2014)
havida por prejudicada, não pode ser objeto de nova proposta na IV – organização da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros
mesma sessão legislativa. Militar, bem como estatuto e remuneração dos policiais militares e
dos bombeiros militares; (Redação dada pela Emenda Constitucio-
SEÇÃO III nal nº 08, de 2012)
DAS LEIS V – estatuto dos servidores públicos civis.
Art. 49. O projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa é
Art. 46. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe enviado à sanção do Governador, ou arquivado se rejeitado.
a qualquer Deputado, Comissão ou Mesa da Assembleia Legislativa, § 1º Se o Governador do Estado considerar o projeto, no todo
ao Governador do Estado, ao Tribunal de Justiça e Tribunal de Con- ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público,
tas, ao Procurador-Geral de Justiça, ao Defensor Público-Geral do pode vetálo, total ou parcialmente, no prazo de quinze (15) dias
Estado e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Consti- úteis, contados da data do recebimento, comunicando, dentro de
tuição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) quarenta e oito (48) horas, ao Presidente da Assembleia Legislativa
§ 1º São de iniciativa privativa do Governador do Estado as leis os motivos do veto.
que: § 2º O veto parcial somente pode abranger texto integral de
I – fixem ou modifiquem o efetivo da Polícia Militar ou do Corpo artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.
de Bombeiros Militar; (Redação dada pela Emenda Constitucional § 3º Decorrido o prazo de quinze (15) dias, o silêncio do Gover-
nº 08, de 2012) nador do Estado importa em sanção.
II – disponham sobre: § 4º O veto é apreciado em sessão, dentro de trinta (30) dias
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na adminis- a contar do seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto
tração direta e autárquica, ou aumento de sua remuneração; da maioria absoluta dos Deputados. (Redação dada pela Emenda
b) servidores públicos do Estado, seu regime jurídico, provi- Constitucional nº 13, de 2014)
mento de cargos, estabilidade e aposentadoria; (Redação dada pela § 5º Esgotado, sem deliberação, o prazo estabelecido no pará-
Emenda Constitucional nº 13, de 2014) grafo anterior, o veto é colocado na Ordem do Dia da sessão imedia-
c) militares do Estado e respectivo regime jurídico, provimento ta, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final.
de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e condi- § 6º Se o veto não for mantido, é o projeto enviado, para pro-
ções de transferência para a reserva; (Redação dada pela Emenda mulgação, ao Governador do Estado.
Constitucional nº 13, de 2014) § 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito (48)
d) criação e extinção de Órgãos e Entes da Administração Públi- horas pelo Governador do Estado, nos casos dos §§ 3º e 6º, o Pre-
ca Estadual, notadamente de Secretarias de Estado, Polícia Militar, sidente da Assembleia Legislativa a promulga, e, se este não o fizer
Polícia Civil e Corpo de Bombeiros Militar, observado o disposto no em igual prazo, cabe ao Vice-Presidente da Assembleia Legislativa
art. 64, VII, desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Consti- fazê-lo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019)
tucional nº 13, de 2014) Art. 50. A matéria constante de projeto de lei rejeitado so-
§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação mente pode constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão
à Assembleia Legislativa de projeto de lei subscrito por, no mínimo, legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros da
um por cento do eleitorado estadual, conforme dispuser a lei. (Re- Assembleia Legislativa.
dação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) Art. 51. As leis delegadas são elaboradas pelo Governador do
Art. 47. Não é admitido aumento da despesa prevista: Estado, que deve solicitar a delegação à Assembleia Legislativa.
I – nos projetos de iniciativa exclusiva do Governador, ressalva- § 1º Não podem ser objeto de delegação os atos de compe-
do o disposto no art. 107, §§ 2º e 5º; tência exclusiva da Assembleia Legislativa, matéria reservada a lei
II – nos projetos sobre organização dos serviços administrativos complementar, nem a legislação sobre:
da Assembleia Legislativa, dos Tribunais Estaduais, do Ministério I – organização do Poder Judiciário, do Ministério Público e da
Público e da Defensoria Pública. (Redação dada pela Emenda Cons- Defensoria Pública, a carreira e a garantia de seus membros;
titucional nº 13, de 2014) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)

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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
II – planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos. V – fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pelo
§ 2º A delegação ao Governador do Estado tem forma de reso- Estado a Município e a instituições públicas ou privadas;
lução da Assembleia Legislativa, que deve especificar seu conteúdo VI – prestar as informações solicitadas pela Assembleia Legis-
e os termos de seu exercício. lativa sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, ope-
§ 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pela racional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções
Assembleia Legislativa, esta o faz, em votação única, vedada qual- realizadas;
quer emenda. VII – aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de des-
pesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que
CAPÍTULO III estabelece, dentre outras cominações, multa proporcional ao dano
DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA, causado ao erário;
ORÇAMENTÁRIA, OPERACIONAL E PATRIMONIAL VIII – assinar prazo para que o órgão ou entidade fiscalizada
adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se
Art. 52. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, ope- verificada ilegalidade;
racional e patrimonial do Estado e de todas as entidades da ad- IX – sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, co-
ministração direta e indireta, quanto aos aspectos de legalidade, municando a decisão à Assembleia Legislativa;
legitimidade e economicidade, assim como a aplicação das subven- X – representar ao Poder competente sobre irregularidades ou
ções e renúncias de receitas, é exercida pela Assembleia Legislativa, abusos apurados, sugerindo, se for o caso, intervenção em Muni-
mediante o controle externo e pelo sistema de controle interno de cípio.
cada um dos Poderes. § 1º No caso de contrato, o ato de sustação é privativo da As-
§ 1º Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública sembleia Legislativa, que solicita, de imediato, ao Poder Executivo,
ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre di- as medidas cabíveis.
nheiros, bens e valores públicos ou pelos quais o Estado responda, § 2º Se a Assembleia Legislativa ou o Poder Executivo, no prazo
ou que, em nome deste, assuma obrigações de natureza pecuniária. de noventa (90) dias, não efetivarem as medidas previstas no pará-
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) grafo anterior, o Tribunal decide a respeito.
§ 2º A fiscalização de que trata este artigo compreende: § 3º As decisões do Tribunal de Contas, de que resulte imputa-
I – a legalidade dos atos geradores de receita ou determinantes ção de débito ou multa, têm eficácia de título executivo, devendo
de despesas, bem como os de que resulte o nascimento ou a extin- observar os parâmetros de razoabilidade e de proporcionalidade
ção de direitos e obrigações; estabelecida em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
II – a fidelidade funcional dos agentes responsáveis por bens e 18, de 2019)
valores públicos; § 4º O Tribunal de Contas encaminha à Assembleia Legislativa,
III – o cumprimento do programa de trabalho expresso em ter- relativamente às suas atividades, trimestral e anualmente, relatório
mos monetários e em termos de realização de obras e prestação operacional.
de serviços; § 5º O julgamento da regularidade das contas, pelo Tribunal
IV – a proteção e o controle do ativo patrimonial; de Contas, baseia-se em levantamentos realizados através de ins-
V – o cumprimento dos procedimentos, das competências, das peções e auditorias, e em pronunciamentos dos administradores,
responsabilidades e dos encargos dos órgãos e entidades da admi- emitindo os respectivos certificados.
nistração pública direta e indireta. § 6º (Revogado pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019)
Art. 53. O controle externo, a cargo da Assembleia Legislativa, § 7º (Revogado pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019)
é exercido com o auxílio do Tribunal de Contas do Estado, ao qual § 8º No exercício do controle externo, a Assembleia Legislativa
compete: poderá, por aprovação de 2/3 (dois terços) de seus membros, sustar
I – apreciar as contas prestadas, anualmente, pelo Governador os efeitos das decisões cautelares, inclusive as que versarem sobre
do Estado, mediante parecer prévio, a ser elaborado em sessenta imposição de multa, proferidas pelo Tribunal de Contas do Estado e
(60) dias, a contar do seu recebimento; por seus membros, até o julgamento do mérito do processo, a fim
II – julgar as contas dos administradores dos três Poderes do de resguardar sua missão constitucional, operando, sempre, sob a
Estado e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos orientação da razoabilidade e da proporcionalidade e sem prejuízo
da administração direta e indireta, inclusive das fundações, empre- do controle judicial dos atos administrativos já realizado pelo Poder
sas públicas, autarquias, sociedades de economia mista e demais Judiciário. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019)
sociedades instituídas ou mantidas pelo Poder Público, e as contas Art. 54. A Comissão Permanente de Finanças da Assembleia Le-
daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade gislativa, diante de indícios de despesa não autorizada, ainda que
de que resulte prejuízo ao erário; sob forma de investimentos não programados ou de subsídios não
III – apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de aprovados, pode solicitar à autoridade governamental responsável
admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e que, no prazo de cinco (5) dias, preste os esclarecimentos necessá-
indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder rios.
Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em § 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados insufi-
comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas cientes, a Comissão solicita ao Tribunal de Contas pronunciamento
e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta (30) dias.
fundamento legal do ato concessório; (Redação dada pela Emenda § 2º Entendendo o Tribunal de Contas irregular a despesa, a
Constitucional nº 13, de 2014) Comissão, se julgar que o gasto pode causar dano irreparável ou
IV – realizar, por iniciativa própria, da Assembleia Legislativa, grave lesão à economia pública, propõe à Assembleia Legislativa
de Comissão técnica ou de inquérito, ou em razão de denúncia, ins- sua sustação.
peções e auditorias de natureza financeira, contábil, orçamentária, Art. 55. Os Poderes do Estado mantêm, de forma integrada sis-
operacional e patrimonial nas unidades administrativas dos Pode- tema do controle interno, com a finalidade de:
res Legislativo, Executivo e Judiciário e demais entidades referidas
no inciso II;

75
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
I – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano pluria- § 5º Os Auditores são nomeados mediante concurso público de
nual, a execução dos programas de Governo e dos orçamentos do provas e títulos, dentre portadores de título de curso superior em
Estado; Ciências Contábeis e Atuariais, Ciências Jurídicas e Sociais, Ciências
II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à Econômicas ou Administração, observando-se o disposto nos arts.
eficácia e eficiência da gestão orçamentária, financeira e patrimo- 26,
nial nos órgãos e entidades da administração pública estadual, bem § 6º e 110, quando em substituição a Conselheiros, têm as
como da aplicação de recursos públicos por entidade privada; mesmas garantias e impedimentos dos titulares e, quando no exer-
III – exercer o controle das operações de crédito, avais e garan- cício das demais atribuições da judicatura, as de Juiz da mais alta
tias, bem como dos direitos e haveres do Estado; entrância.
IV – apoiar o controle externo, no exercício de sua missão ins-
titucional. CAPÍTULO V
§ 1º (Revogado pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019) DO PODER EXECUTIVO
§ 2º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhe- SEÇÃO I
cimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela dão ciência DO GOVERNADOR E DO VICE-GOVERNADOR DO ESTADO
ao Tribunal de Contas do Estado, sob pena de responsabilidade so-
lidária. Art. 57. O Poder Executivo, com sede na Capital do Estado, é
§ 3º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindica- exercido pelo Governador, auxiliado pelos Secretários de Estado.
to, é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades § 1º A eleição do Governador e do Vice-Governador do Estado,
ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas do Estado. para mandato de quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo
de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro,
CAPÍTULO IV em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do
DO TRIBUNAL DE CONTAS mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de
janeiro do ano subsequente. (Redação dada pela Emenda Constitu-
Art. 56. O Tribunal de Contas do Estado tem sede na Capital, cional nº 13, de 2014)
quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território estadual I – (Reposicionado pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
exercendo as seguintes atribuições administrativas, além de outras II – (Reposicionado pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
conferidas em lei: III – (Reposicionado pela Emenda Constitucional nº 13, de
I – eleger seu presidente e demais titulares de sua direção, para 2014)
mandato de dois (2) anos; IV – (Reposicionado pela Emenda Constitucional nº 13, de
II – elaborar seu regimento interno e organizar os respectivos 2014)
serviços auxiliares; V – (Reposicionado pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
III – propor ao Poder Legislativo sua lei orgânica, a criação ou a § 2º A eleição do Governador importa a do Vice-Governador
extinção de cargos em seus serviços auxiliares e a fixação dos venci- com ele registrado. (Reposicionado pela Emenda Constitucional nº
mentos de seus membros e demais servidores; 13, de 2014)
IV – conceder licença, férias e outros afastamentos a seus § 3º É considerado eleito Governador o candidato que, regis-
membros e servidores, nos termos da lei; trado por partido político, obtenha a maioria absoluta de votos,
V – prover, por concurso público de provas, ou de provas e títu- não computados os em branco e os nulos. (Incluído por reposicio-
los, obedecido o disposto nos arts. 26, § 6º, e 110, os cargos, em- namento pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
pregos e funções necessários à sua administração, dispensando o § 4º Se nenhum candidato alcançar a maioria absoluta na pri-
concurso para provimento dos cargos de confiança, assim definidos meira votação, faz-se nova eleição em até vinte (20) dias após a
em lei. proclamação do resultado, concorrendo os dois (2) candidatos mais
§ 1º Os Conselheiros do Tribunal de Contas, em número de sete votados e considerando-se eleito aquele que obtenha a maioria dos
(7), são escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco (35) votos válidos. (Incluído por reposicionamento pela Emenda Consti-
e menos de sessenta e cinco (65) anos de idade, de idoneidade tucional nº 13, de 2014)
moral, reputação ilibada e notórios conhecimentos jurídicos, con- § 5º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte,
tábeis, econômicos, financeiros ou de administração pública, com desistência ou impedimento legal de candidato, convoca-se, dentre
mais de dez (10) anos de exercício de função ou de efetiva atividade os remanescentes, o de maior votação. (Incluído por reposiciona-
profissional que exija os conhecimentos mencionados. mento pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
§ 2º Os Conselheiros do Tribunal de Contas são escolhidos: § 6º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em
I – três (3), pelo Governador do Estado, com aprovação da As- segundo lugar, mais de um (1) candidato com a mesma votação,
sembleia Legislativa, sendo dois alternadamente, dentre Auditores qualifica-se o mais idoso. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
e Membros do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, me- 13, de 2014)
diante lista tríplice encaminhada pelo Tribunal, segundo os critérios § 7º O Governador perde o mandato se assumir outro cargo
de antiguidade e merecimento; ou função na administração pública direta ou indireta, ressalvada
II – quatro (4), pela Assembleia Legislativa. a posse em virtude de concurso público e observado o disposto no
§ 3º A nomeação dos Conselheiros do Tribunal de Contas, indi- art. 38, I, IV e V, da Constituição Federal. (Incluído por reposiciona-
cados pelo Governador, é precedida de arguição pública, deliberan- mento pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
do a Assembleia por voto secreto. Art. 58. O Governador e o Vice-Governador do Estado tomam
§ 4º Os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado terão posse em sessão especial perante a Assembleia Legislativa, prestan-
as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e do o compromisso de manter, defender e cumprir as Constituições
vantagens dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, aplicando- da República e do Estado, observar as leis, promover o bem geral do
-selhes, quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes do povo em exercer o cargo com lealdade e honra.
art. 40 da Constituição Federal. (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional nº 13, de 2014)

76
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
§ 1º Se, decorridos dez (10) dias da data fixada para a posse, VII – dispor sobre a organização e o funcionamento da admi-
o Governador ou o Vice-Governador, salvo motivo de força maior, nistração estadual, quando não implicar aumento de despesa nem
não tiver assumido o cargo, é este declarado vago. (Renumerado criação ou extinção de órgãos públicos, e sobre a extinção de fun-
pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) ções ou cargos públicos, quando vagos; (Redação dada pela Emen-
§ 2º A partir da posse e durante todo o mandato o Governador da Constitucional nº 13, de 2014)
e o Vice-Governador devem manter residência na Capital do Esta- VIII – transferir, temporariamente, com prévia autorização da
do. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) Assembleia Legislativa, a sede do Governo, ressalvados os casos de
Art. 59. Substitui o Governador, no caso de impedimento, e o guerra, comoção interna ou calamidade pública, em que a transfe-
sucede, no caso de vaga, o Vice-Governador. rência pode ser feita “ad referendum” da Assembleia;
Parágrafo único. O Vice-Governador do Estado, além de outras IX – fixar preços públicos;
atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar, auxilia X – decretar intervenção em Município, executá-la e nomear
o Governador, sempre que por ele convocado para missões espe- interventor, “ad referendum” da Assembleia Legislativa;
ciais. XI – remeter mensagem e plano de Governo à Assembleia Le-
Art. 60. Em caso de impedimento do Governador e do ViceGo- gislativa, por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a
vernador, ou vacância dos respectivos cargos, são sucessivamente situação do Estado e solicitando as providências que julgar neces-
chamados ao exercício do cargo o Presidente da Assembleia Legis- sárias;
lativa e o do Tribunal de Justiça. XII – julgar recursos administrativos legalmente previstos;
Art. 61. Vagando os cargos de Governador e Vice-Governador XIII – exercer o comando supremo da Polícia Militar, promover
do Estado, nos dois (2) primeiros anos do período governamental seus Oficiais e nomeá-los para os cargos públicos que lhes são pri-
faz-se eleição direta, noventa (90) dias depois de aberta a última vativos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 08, de 2012)
vaga. XIV – nomear os Desembargadores do Tribunal de Justiça para
§ 1º Ocorrendo a vacância no terceiro ano do período gover- as vagas destinadas a membros do Ministério Público e advogados,
namental, a eleição para ambos os cargos é feita, trinta (30) dias e outros servidores, quando determinado em lei; (Redação dada
depois da última vaga, pela Assembleia Legislativa, na forma da lei. pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019)
§ 2º Ocorrendo a vacância no último ano do período governa- XV – nomear, observado o disposto no art. 56, § 2º, I, os Conse-
mental, o cargo é exercido pelo Presidente da Assembleia Legislati- lheiros do Tribunal de Contas do Estado;
va e, na sua recusa, pelo Presidente do Tribunal de Justiça. XVI – enviar à Assembleia Legislativa o plano plurianual, o pro-
§ 3º Em qualquer dos casos, os eleitos ou sucessores devem jeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento,
completar o período dos seus antecessores. previstos nesta Constituição;
Art. 62. É declarado vago o cargo de Governador pela maioria XVII – conferir condecorações e distinções honoríficas;
absoluta da Assembleia Legislativa, nos seguintes casos: XVIII – prestar, anualmente, à Assembleia Legislativa, dentro
I – não investidura, nos dez (10) dias seguintes à data fixada de sessenta (60) dias após a abertura da sessão legislativa, as
para a posse, ou imediatamente, quando se tratar de substituição, contas referentes ao exercício anterior;
salvo, em qualquer caso, motivo de força maior; XIX – prover os cargos públicos estaduais, na forma da lei;
II – ausência do território do Estado, por mais de trinta (30) XX – participar da composição do organismo regional responsá-
dias, ou do País, por mais de quinze (15) dias, sem prévia licença da vel pelos planos de desenvolvimento econômico e social da Região
Assembleia Legislativa. Nordeste;
Art. 63. Aplicam-se ao Governador e ao Vice-Governador do XXI – exercer outras atribuições e praticar, no interesse do Es-
Estado os impedimentos previstos na Constituição Federal para o tado, quaisquer outros atos que não estejam, explícita ou implici-
Presidente da República. tamente, reservados a outro Poder, pela Constituição Federal, por
Parágrafo único. É ainda vedado ao Governador e ao ViceGo- esta Constituição ou por lei.
vernador, bem assim aos seus ascendentes, descendentes, irmãos, Parágrafo único. O Governador pode delegar as atribuições
cunhados, durante o cunhadio, e cônjuges, ou a empresas de que previstas nos incisos VII e XIX aos Secretários de Estado e outros
participem, contrair empréstimo em instituição financeira na qual o auxiliares de igual hierarquia, fixando, previamente, os limites da
Estado seja detentor de mais da metade das respectivas ações, com delegação.
direito a voto.
SEÇÃO III
SEÇÃO II DA RESPONSABILIDADE DO GOVERNADOR DO ESTADO
DAS ATRIBUIÇÕES DO GOVERNADOR DO ESTADO
Art. 65. São crimes de responsabilidade do Governador os de-
Art. 64. Compete privativamente ao Governador do Estado: finidos em lei federal, que estabelece as normas de processo e jul-
I – representar o Estado nas suas relações políticas, jurídicas e gamento.
administrativas; § 1º O Governador é submetido a julgamento perante o Su-
II – nomear e exonerar os Secretários de Estado, os dirigentes perior Tribunal de Justiça, nos crimes comuns, ou perante tribunal
de autarquias e fundações instituídas ou mantidas pelo Estado e os especial, nos crimes de responsabilidade, e, quando conexos com
demais ocupantes de cargos ou funções de confiança; aqueles, os Secretários de Estado. (Redação dada pela Emenda
III – exercer, com auxílio dos Secretários de Estado, a direção Constitucional nº 18, de 2019)
superior da administração estadual; § 2º O Tribunal Especial a que se refere o parágrafo anterior se
IV – iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previs- constitui de cinco (5) Deputados eleitos pela Assembleia e cinco (5)
tos nesta Constituição; Desembargadores, sorteados pelo Presidente do Tribunal de Justi-
V – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como ex- ça, que o preside.
pedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; § 3º O Governador fica suspenso de suas funções:
VI – vetar projetos de lei, total ou parcialmente; I – (Revogado pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019)

77
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
II – nos crimes de responsabilidade, após a instauração do pro- b) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato norma-
cesso pelo Tribunal Especial. tivo, estadual ou municipal, em face desta Constituição, bem como
§ 4º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta (180) dias, o julga- medida cautelar para a suspensão imediata dos efeitos de lei ou
mento não estiver concluído, cessa o afastamento do Governador, ato;
sem prejuízo do regular prosseguimento do processo. c) nas infrações penais comuns cometidas no exercício do car-
go e em razão das funções a ele relacionadas, o Vice-Governador
SEÇÃO IV e os Deputados Estaduais, e os Secretários de Estado nestas e nos
DOS SECRETÁRIOS DE ESTADO crimes de responsabilidade, ressalvada a competência do Tribunal
Especial previsto no art. 65, e a da Justiça Eleitoral; (Redação dada
Art. 66. Os Secretários de Estado são escolhidos dentre brasi- pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019
leiros maiores de vinte e um (21) anos e no exercício dos direitos d) nas infrações penais comuns cometidas no exercício do car-
políticos. go e em razão das funções a ele relacionadas e nos crimes de res-
Parágrafo único. Compete ao Secretário de Estado, além de ou- ponsabilidade, os Juízes de Primeiro Grau, os membros do Ministé-
tras atribuições estabelecidas nesta Constituição e na lei: rio Público e os Prefeitos Municipais, ressalvada a competência da
I – exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos Justiça Eleitoral; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18,
e entidades da administração estadual e referendar os atos e de- de 2019)
cretos assinados pelo Governador do Estado, na área de sua com- e) os mandados de segurança e os “habeas-data” contra atos
petência; do Governador, da Assembleia Legislativa, seu Presidente, Mesa ou
II – expedir instruções para a execução das leis, decretos e re- Comissões, do próprio Tribunal, de suas Câmaras ou Seção, e res-
gulamentos; pectivos Presidentes, bem como de qualquer de seus membros, do
III – apresentar ao Governador do Estado relatório anual de sua Tribunal de Contas, do seu Plenário ou suas Câmaras, e respectivos
gestão na Secretaria; Presidentes, dos Juízes de Primeiro Grau, do Conselho de Justiça
IV – praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem Militar, dos Secretários de Estado, Procuradores-Gerais e Coman-
outorgadas pelo Governador do Estado. dante da Polícia Militar, Comandante do Corpo de Bombeiros Mili-
Art. 67. A lei disporá sobre a criação e extinção de Secretarias e tar e Defensor Público-Geral; (Redação dada pela Emenda Constitu-
órgãos da administração pública. (Redação dada pela Emenda Cons- cional nº 18, de 2019)
titucional nº 13, de 2014) f) os “habeas-corpus”, sendo coator qualquer das autoridades
referidas na alínea anterior, ou agentes cujos atos estejam sujei-
SEÇÃO V tos diretamente à jurisdição do próprio Tribunal, ressalvada a com-
DA CONSULTORIA-GERAL DO ESTADO petência dos Tribunais Superiores da União; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 18, de 2019)
Art. 68. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019) g) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma re-
I – (Revogado pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019) gulamentadora competir à Assembleia Legislativa, sua Mesa ou Co-
II – (Revogado pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019) missões, ao Governador do Estado, ao próprio Tribunal de Justiça,
III – (Revogado pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019) ao Tribunal de Contas ou à órgão, entidade ou autoridade estadual,
IV – (Revogado pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019) da administração direta ou indireta; (Redação dada pela Emenda
Art. 69. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019) Constitucional nº 18, de 2019)
h) as revisões criminais e ações rescisórias de julgados seus e
CAPÍTULO VI dos Juízos que lhe são vinculados;
DO PODER JUDICIÁRIO i) a reclamação para a preservação de sua competência e ga-
rantia da autoridade de suas decisões;
Art. 70. São órgãos do Poder Judiciário do Estado: j) a representação para assegurar, pela intervenção em Muni-
I – o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte; (Re- cípio a observância dos princípios indicados nesta Constituição, ou
dação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019) para prover a execução de lei, ordem ou decisão judicial;
II – os Tribunais de Júri; (Redação dada pela Emenda Constitu- l) a execução de sentença nas causas de sua competência origi-
cional nº 18, de 2019) nária, facultada a delegação de atribuições a Juízo de Primeiro Grau
III – os Juízes de Direito; (Redação dada pela Emenda Constitu- para a prática de atos processuais;
cional nº 18, de 2019) m) os conflitos de competência entre suas Câmaras e Turmas,
IV – os Juizados Especiais; (Redação dada pela Emenda Consti- Desembargadores, ou entre Juízos do Primeiro Grau a ele vincula-
tucional nº 18, de 2019) dos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019) n)
V – o Conselho de Justiça Militar; (Redação dada pela Emenda os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas esta-
Constitucional nº 18, de 2019) duais ou municipais e autoridades judiciárias do Estado; o) as cau-
VI – os Juízes de Paz. (Redação dada pela Emenda Constitucio- sas e os conflitos entre o Estado e os Municípios bem como entre
nal nº 18, de 2019) estes, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;
Parágrafo único. O Tribunal de Justiça compõe-se de 15 (quin- p) os processos relativos à perda do posto e da patente dos
ze) desembargadores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 02, Oficiais, bem como da graduação dos Praças da Polícia Militar e do
de 1997) Corpo de Bombeiros Militar; (Redação dada pela Emenda Constitu-
Art. 71. O Tribunal de Justiça tem sede na Capital e jurisdição cional nº 08, de 2012)
em todo o território estadual, competindo-lhe, precipuamente, a II – representar ao Supremo Tribunal Federal para a decretação
guarda desta Constituição, com observância da Constituição Fede- de intervenção no Estado;
ral, e: III – julgar, em grau de recurso, ou para observância de obriga-
I – processar e julgar, originariamente: tório duplo grau de jurisdição, as causas decididas pelos Juízes de
a) a arguição de descumprimento de preceito fundamental de- Primeiro Grau, ressalvado o disposto no art. 77, § 2º, I;
corrente desta Constituição, na forma da lei; IV – as demais questões sujeitas, por lei, à sua competência.

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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
§ 1º Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros d) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus
pode o Tribunal de Justiça declarar a inconstitucionalidade de lei ou serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem
ato normativo do Poder Público. como a fixação do subsídio de seus membros e dos Juízes; (Redação
§ 2º Podem propor ações de controle concentrado de constitu- dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
cionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de e) (Revogada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014).
2019) § 1º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizada-
I – o Governador do Estado; mente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno
II – a Mesa da Assembleia Legislativa; acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.
III – o Tribunal de Contas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
IV – o Procurador-Geral de Justiça; § 2º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a re-
V – Prefeito Municipal; alização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional,
VI – Mesa de Câmara Municipal; servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. (Incluído
VII – o Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil; pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
VIII – partido político com representação na Assembleia Legis- Art. 73. Lei complementar, de iniciativa do Tribunal de Justiça,
lativa; dispõe sobre a organização e divisão judiciárias do Estado, observa-
IX – partido político com representação em Câmara Municipal, do o Estatuto da Magistratura, editado em lei complementar fede-
desde que a lei ou ato normativo seja do respectivo Município; ral, e os seguintes princípios:
X – federação sindical ou entidade de classe de âmbito esta- I – ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substi-
dual. tuto, mediante concurso público de provas e títulos, com a parti-
§ 3º O Procurador-Geral de Justiça é previamente ouvido na cipação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exi-
ação direta de inconstitucionalidade e demais causas em que, no gindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade
Tribunal de Justiça se discuta matéria constitucional. jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classifica-
§ 4º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida ção; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
para tornar efetiva norma constitucional, o Tribunal de Justiça dá II – promoção de entrância para entrância, alternadamente,
ciência ao Poder competente para a adoção das providências ne- por antiguidade e merecimento, atendidas as seguintes normas:
cessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo a) obrigatoriedade de promoção do Juiz que figure por três (3)
em trinta (30) dias. vezes consecutivas ou cinco (5) alternadas em listas de merecimen-
§ 5º Quando o Tribunal de Justiça apreciar, em tese, a incons- to;
titucionalidade de norma legal ou ato normativo, estadual ou mu- b) promoção por merecimento, pressupondo dois (2) anos de
nicipal, em face desta Constituição, citará, previamente, o Procura- exercício na respectiva entrância e integrar o Juiz a primeira quinta
dorGeral do Estado e o Procurador-Geral da Assembleia Legislativa parte da lista de antiguidade desta, salvo se não houver, com tais
ou, conforme o caso, o Prefeito ou Câmara Municipal, que poderão requisitos, juiz que aceite o lugar vago;
defender a norma ou ato impugnado. (Redação dada pela Emenda c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos
Constitucional nº 18, de 2019) critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da ju-
§ 6º (Revogado pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019) risdição
Art. 72. Compete privativamente ao Tribunal de Justiça: e pela frequência e aproveitamento em cursos oficiais ou reco-
I – eleger seus dirigentes e elaborar seu regimento interno, nhecidos de aperfeiçoamento; (Redação dada pela Emenda Consti-
com observância das normas de processo e das garantias proces- tucional nº 13, de 2014)
suais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento d) apuração de antiguidade, na qual só pode o Tribunal recu-
dos órgãos jurisdicionais e administrativos; sar o Juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços (2/3)
II – organizar sua secretaria e serviços auxiliares e os dos Juízos de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada
que lhe são vinculados, velando pelo exercício da atividade correi- ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação; (Re-
cional respectiva; dação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
III – prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de e) não promoção do Juiz que, injustificadamente, retiver au-
Juiz de carreira; tos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao
IV – prover, por concurso público de provas, ou de provas e cartório sem o devido despacho ou decisão; (Incluído pela Emenda
títulos, obedecido o disposto no art. 110, os cargos necessários à Constitucional nº 13, de 2014)
administração da Justiça, exceto os de confiança, assim definidos III – acesso ao Tribunal de Justiça por antiguidade e mereci-
em lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019) mento, alternadamente, apurados na última entrância; (Redação
V – conceder férias, licenças e outros afastamentos a seus dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019)
membros, Juízes e servidores que lhe forem imediatamente vincu- IV – previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamen-
lados; to e promoção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do
VI – propor à Assembleia Legislativa, observado o disposto no processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou re-
art. 110: conhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de
a) a Lei de Organização e Divisão Judiciárias do Estado e sua magistrados; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de
alteração; 2014)
b) a criação e a extinção de Comarcas, Termos, Distritos e Varas V – fixação do subsídio dos Desembargadores, limitado a no-
Judiciárias; venta inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio
c) a criação ou extinção das Turmas Recursais dos Juizados Es- mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e dos
peciais, bem como a alteração do número dos membros desses ór- subsídios dos demais magistrados, que serão fixados conforme as
gãos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019) respectivas categorias da estrutura judiciária, não podendo a dife-
rença entre uma e outra ser superior a dez por cento ou inferior a
cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do sub-

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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
sídio mensal dos Desembargadores, obedecido, em qualquer caso, a) exercício, ainda que em disponibilidade, de outro cargo, em-
o disposto nos arts. 26, XI, e 28, § 8º, desta Constituição; (Redação prego ou função, salvo um de magistério; (Incluída por reposiciona-
dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) mento pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
VI – aposentadoria dos magistrados e pensão de seus depen- b) recepção, a qualquer título ou pretexto, de custas ou parti-
dentes, observado o disposto no art. 40 da Constituição Federal; cipação em processo; (Incluída por reposicionamento pela Emenda
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) Constitucional nº 13, de 2014)
VII – residência do Juiz na respectiva Comarca, salvo autoriza- c) atividade político-partidária; (Incluída por reposicionamento
ção do Tribunal de Justiça; (Redação dada pela Emenda Constitucio- pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
nal nº 13, de 2014) d) recebimento, a qualquer título ou pretexto, de auxílios ou
VIII – remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas,
por interesse público, decididas por voto da maioria absoluta do Tri- ressalvadas as exceções previstas em lei; (Incluída pela Emenda
bunal de Justiça, assegurada ampla defesa, ressalvada a competên- Constitucional nº 13, de 2014)
cia do Conselho Nacional de Justiça; (Redação dada pela Emenda e) exercício da advocacia no juízo ou tribunal do qual se afas-
Constitucional nº 13, de 2014) tou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por
VIII-A – remoção a pedido ou permuta de magistrados entre aposentadoria ou exoneração. (Incluída pela Emenda Constitucio-
comarcas de igual entrância, atendido, no que couber ao disposto nal nº 13, de 2014)
nas alíneas “a”, “b”, “c” e “e” do inciso II; (Incluído pela Emenda Art. 74. Os Desembargadores do Tribunal de Justiça, nas vagas
Constitucional nº 13, de 2014) destinadas aos membros do Ministério Público ou da Advocacia,
IX – julgamentos públicos e fundamentadas todas as decisões, serão nomeados pelo Governador do Estado, em até 10 (dez) dias
sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em deter- contados do recebimento da lista tríplice enviada pelo Tribunal de
minados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente Justiça. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019)
a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade I – (Revogado pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à infor- II – (Revogado pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
mação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) § 1º (Revogado pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
X – decisões administrativas motivadas e tomadas em sessão § 2º O Ministério Público, conforme dispõe o estatuto próprio,
pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria abso- bem como o Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Bra-
luta dos membros do Tribunal de Justiça; (Redação dada pela Emen- sil organizam listas sêxtuplas indicando membros das categorias
da Constitucional nº 13, de 2014) respectivas ao Tribunal de Justiça, que delas forma listas tríplices,
XI – atividade jurisdicional ininterrupta, sendo vedadas férias enviando-as ao Governador. (Redação dada pela Emenda Constitu-
coletivas nos juízos e no Tribunal de Justiça, funcionando, nos dias cional nº 18, de 2019)
em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão § 3º (Revogado pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
permanente; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de § 4º No preenchimento das vagas às quais se refere este ar-
2014) tigo, nomeado representante de uma das categorias, a nomeação
a) (Reposicionada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) seguinte recai em membro da outra, e assim sucessivamente. (Re-
b) (Reposicionada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) dação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
c) (Reposicionada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) Art. 75. Cabe ao Presidente do Tribunal de Justiça prover os car-
XII – número de Juízes na unidade jurisdicional proporcional à gos de magistrado de carreira. (Redação dada pela Emenda Consti-
efetiva demanda judicial e à respectiva população; (Redação dada tucional nº 13, de 2014)
pela Emenda Constitucional nº 13, 2014) Art. 76. O Conselho de Justiça Militar, com a participação de
a) (Reposicionada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) Juiz Auditor, organizado nos termos de lei complementar, tem sede
b) (Reposicionada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) na Capital e jurisdição em todo o território do Estado, com com-
c) (Reposicionada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) petência para processar e julgar os servidores militares nos crimes
XIII – delegação a servidores para a prática de atos de adminis- militares e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, res-
tração e de mero expediente sem caráter decisório; (Incluído pela salvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo
Emenda Constitucional nº 13, de 2014) ao Tribunal de Justiça decidir sobre a perda do posto e da patente
XIV – distribuição imediata de processos em todos os graus de dos oficiais e da graduação das praças, quando condenados na Jus-
jurisdição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) tiça Comum ou Militar à pena privativa de liberdade superior a 02
XV – garantia aos magistrados de: (Incluído por reposiciona- (dois) anos, com decisão transitada em julgado. (Redação dada pela
mento pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) Emenda Constitucional nº 18, de 2019)
a) vitaliciedade, que, no primeiro grau, só é adquirida após § 1º O Tribunal de Justiça é a instância recursal da Justiça Mi-
dois (2) anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse pe- litar Estadual. (Renumerado pela Emenda Constitucional nº 13, de
ríodo, de deliberação do Tribunal de Justiça e, nos demais casos, de 2014)
sentença judicial transitada em julgado; (Incluída por reposiciona- § 2º Compete aos Juízes Auditores do juízo militar processar
mento pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) e julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra civis
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao
forma do inciso VIII; (Incluída por reposicionamento pela Emenda Conselho de Justiça Militar, sob a presidência de Juiz Auditor, pro-
Constitucional nº 13, de 2014) cessar e julgar os demais crimes militares. (Incluído pela Emenda
c) irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. Constitucional nº 13, de 2014)
26, X e XI, 28, § 8º, desta Constituição, nos arts. 150, II, 153, Art. 77. São criados Juizados Especiais em todas as Comarcas
III, e 153, do Estado tendo, como titulares, Juízes de Direito designados pelo
§ 2º, I, da Constituição Federal; (Incluída por reposicionamento Tribunal de Justiça, competentes para a conciliação, o julgamento
pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) e a execução das causas cíveis de menor complexidade e infrações
XVI – vedação aos magistrados de: (Incluído por reposiciona-
mento pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)

80
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos jurisdição criminal, além de outros recursos definidos em lei, des-
oral e sumaríssimo, permitida a transação nas hipóteses previstas tinando-se à melhoria dos serviços judiciários. (Renumerado pela
em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, 2019) Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
§ 1º O Juiz designado para titular de Juizado Especial acumula Art. 81. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Esta-
essas atribuições com as de sua Comarca ou Vara, dispondo a lei dual e Municipal, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclu-
sobre a remuneração dessas funções. sivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios
§ 2º Lei regulará a competência dos Juizados Especiais, sua or- e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos
ganização e o processo a ser obedecido no julgamento das causas a ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais
eles submetidas, incluída a participação de representante do Minis- abertos para este fim. (Redação dada pela Emenda Constitucional
tério Público nos julgamentos, com oferecimento de parecer oral. nº 13, de 2014)
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019) § 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles
I – (Revogado pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas
II – (Revogado pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) complementações, benefícios previdenciários e indenizações por
III – (Revogado pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em vir-
Art. 78. Fica criada a Justiça de Paz, remunerada, composta de tude de sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos com
cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles
de quatro (4) anos, e competência definida em lei, para celebrar referidos no § 2º deste artigo. (Redação dada pela Emenda Consti-
casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresen- tucional nº 13, de 2014)
tada, o processo de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, § 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, origi-
sem caráter jurisdicional. (Redação dada pela Emenda Constitucio- nários ou por sucessão hereditária, tenham 60 (sessenta) anos de
nal nº 18, de 2019) idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas com defi-
Parágrafo único. As custas e emolumentos serão destinados ex- ciência, assim definidos na forma da lei, serão pagos com preferên-
clusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades específi- cia sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo
cas da Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido
Art. 79. O Tribunal de Justiça designará Juízes de Direito para o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será
dirimir conflitos fundiários, com competência exclusiva para ques- pago na ordem cronológica de apresentação do precatório. (Reda-
tões agrárias. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de ção dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019)
2019) § 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expe-
Art. 80. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia adminis- dição de precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações
trativa e financeira. definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas Públicas
§ 1º O Tribunal de Justiça elabora a proposta orçamentária do devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado.
Poder Judiciário, dentro dos limites estipulados conjuntamente com (Incluído pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias, cabendo-lhe, § 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por
ainda, propor à Assembleia Legislativa os créditos adicionais, suple- leis próprias, valores distintos às entidades de direito público, se-
mentares e especiais de que necessitar. gundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual
§ 2º Se o Tribunal de Justiça não encaminhar a proposta orça- ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social.
mentária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamen- (Incluído pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
tárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da § 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de
proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamen- direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos,
tária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na for- oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de preca-
ma do § 1º deste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional tórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o paga-
nº 13, de 2014) mento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores
§ 3º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for atualizados monetariamente. (Incluído pela Emenda Constitucional
encaminhada em desacordo com os limites estipulados na forma do nº 13, de 2014)
§ 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para § 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão
fins de consolidação da proposta orçamentária anual. (Redação consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presi-
dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) dente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o
§ 4º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá pagamento integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusi-
haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que vamente para os casos de preterimento de seu direito de precedên-
extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamen- cia ou de não alocação orçamentária do valor necessário à satisfa-
tárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de ção do seu débito, o sequestro da quantia respectiva. (Incluído pela
créditos suplementares ou especiais. (Incluído pela Emenda Consti- Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
tucional nº 13, de 2014) § 7º O Presidente do Tribunal que, por ato comissivo ou omis-
§ 5º Os recursos consignados no orçamento, bem como aque- sivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatórios
les correspondentes aos créditos adicionais, suplementares e espe- incorrerá em crime de responsabilidade e responderá, também, pe-
ciais, destinados ao Poder Judiciário, são entregues ao Tribunal de rante o Conselho Nacional de Justiça. (Incluído pela Emenda Consti-
Justiça, na forma e no prazo do art. 109. (Renumerado pela Emenda tucional nº 13, de 2014)
Constitucional nº 13, de 2014) § 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou
§ 6º Cabe ao Tribunal de Justiça gerir o Fundo de Desenvolvi- suplementares de valor pago, bem como o fracionamento, reparti-
mento da Justiça, ao qual são recolhidas as custas judiciais, os depó- ção ou quebra do valor da execução para fins de enquadramento
sitos prévios decorrentes de ajuizamento, nunca inferiores a um por de parcela do total ao que dispõe o § 3º deste artigo. (Incluído pela
cento (1%) sobre o valor da causa, bem como as multas impostas na Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
§ 9º (Revogado pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019)
§ 10. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019)

81
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei es- CAPÍTULO VII
tadual ou municipal, a entrega de créditos em precatórios para DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
compra de imóveis públicos do Estado ou do respectivo Município. SEÇÃO I
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) DO MINISTÉRIO PÚBLICO
§ 12. A atualização de valores de requisitórios, inclusive os tri-
butários, após sua expedição, até o efetivo pagamento, será feita Art. 82. O Ministério Público é instituição permanente, essen-
pelos índices aplicáveis pela União, e, para fins de compensação da cial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da
mora, incidirão juros simples, ficando excluída a incidência de juros ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e
compensatórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, individuais indisponíveis.
de 2019) § 1º São princípios institucionais do Ministério Público a unida-
§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus crédi- de, a indivisibilidade e a independência funcional.
tos em precatórios a terceiros, independentemente da concordân- § 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e
cia do devedor, não se aplicando ao cessionário o disposto nos §§ 2º administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169 da Cons-
e 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) tituição Federal, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de
§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público
comunicação, por meio de petição protocolizada, ao Tribunal de de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os pla-
Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) nos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamen-
§ 15. O Estado do Rio Grande do Norte aferirá mensalmente, to. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
em base anual, o comprometimento de suas respectivas receitas § 3º O Ministério Público elabora sua proposta orçamentária
correntes líquidas com o pagamento de precatórios e obrigações dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
de pequeno valor. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de § 4º As funções do Ministério Público na primeira e segunda
2019) instâncias são assemelhadas às de membros do Poder Judiciário.
§ 16. Entende-se como receita corrente líquida, para os fins § 5º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva pro-
de que trata o § 17, o somatório das receitas tributárias, patrimo- posta orçamentária dentro do prazo estabelecido na lei de dire-
niais, industriais, agropecuárias, de contribuições e de serviços, de trizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de
transferências correntes e outras receitas correntes, incluindo as consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados
oriundas do § 1º do art. 20 da Constituição Federal, verificado no na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites es-
período compreendido pelo segundo mês imediatamente anterior tipulados na forma do §
ao de referência e os 11 (onze) meses precedentes, excluídas as 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
duplicidades, e deduzidas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº § 6º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for
18, de 2019) encaminhada em desacordo com os limites estipulados na forma do
I – as parcelas entregues aos Municípios por determinação § 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para
constitucional; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de fins de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído pela
2019) Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
II – a contribuição dos servidores para custeio de seu sistema § 7º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá
de previdência e assistência social e as receitas provenientes da haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que
compensação financeira referida no § 9º do art. 201 da Constitui- extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamen-
ção Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019) tárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de
§ 17. Caso o montante total de débitos decorrentes de con- créditos suplementares ou especiais. (Incluído pela Emenda Consti-
denações judiciais em precatórios e obrigações de pequeno valor, tucional nº 13, 2014)
em período de 12 (doze) meses, ultrapasse a média do comprome- Art. 83. O Ministério Público do Estado tem por chefe o Pro-
timento percentual da receita corrente líquida nos 5 (cinco) anos curador-Geral de Justiça, nomeado pelo Governador do Estado,
imediatamente anteriores, a parcela que exceder esse percentual dentre integrantes da carreira, indicados em lista tríplice formada
poderá ser financiada, excetuada dos limites de endividamento pre- por seus membros, para mandato de dois (2) anos, permitida uma
vistos na lei, não se aplicando a esse financiamento a vedação de recondução. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
vinculação de receita prevista no inciso IV do art. 167 da Constitui- § 1º A destituição do Procurador-Geral de Justiça, por iniciativa
ção Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019) do Governador, depende de prévia autorização da maioria absoluta
§ 18. Caso haja precatório com valor superior a 15% (quinze por da Assembleia Legislativa.
cento) do montante dos precatórios apresentados nos termos do § 2º O Procurador-Geral de Justiça pode ser destituído por de-
§ 5º deste artigo, 15% (quinze por cento) do valor deste pre- liberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei
catório serão pagos até o final do exercício seguinte e o restante complementar.
em parcelas iguais nos cinco exercícios subsequentes, acrescidas de § 3º Lei complementar, cuja iniciativa é facultada ao Procura-
juros de mora e correção monetária, ou mediante acordos diretos, dorGeral de Justiça, estabelece a organização, as atribuições e o
perante a Câmara de Conciliação de Precatórios, com redução máxi- estatuto do Ministério Público, observadas, relativamente a seus
ma de 40% (quarenta por cento) do valor do crédito atualizado, des- membros:
de que em relação ao crédito não penda recurso ou defesa judicial I – as seguintes garantias:
e que sejam observados os requisitos definidos na regulamentação a) vitaliciedade, após dois (2) anos de exercício, não podendo
editada pelo Estado. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado;
de 2019) b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, me-
diante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Pú-
blico, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada
ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de
2014)

82
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 28, § 8º, gindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade
e ressalvado o disposto no art. 26, X e XI, todos desta Constituição, jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação.
e os arts. 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I, da Constituição Federal; (Re- (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
dação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) § 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o dispos-
d) vencimentos fixados com diferença, não excedente a dez por to no art. 93 da Constituição Federal. (Redação dada pela Emenda
cento (10%), de uma para outra entrância ou categoria e da catego- Constitucional nº 13, de 2014)
ria ou entrância mais elevada para o cargo de Procurador-Geral de § 5º A distribuição de processos no Ministério Público será ime-
Justiça, garantindo-se aos Procuradores de Justiça não menos de diata. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
noventa e cinco por cento (95%) dos vencimentos atribuídos àque- Art. 85. Ao Ministério Público junto ao Tribunal de Contas apli-
le; cam-se, no que couber, as disposições desta seção pertinentes a
e) promoção voluntária por antiguidade e merecimento, alter- direitos, vedações, forma de investidura e de nomeação do seu Pro-
nadamente, de uma para outra entrância ou categoria, e da entrân- curador-Geral.
cia ou categoria mais elevada para o cargo de Procurador de Justiça;
II – as seguintes vedações: SEÇÃO II
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorá- DA PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO
rio, percentagens ou custas processuais;
b) exercer a advocacia; Art. 86. A Procuradoria-Geral do Estado, instituição composta
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei; pelos Procuradores do Estado, organizados em carreira, na qual o
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra fun- ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a
ção pública, salvo uma de magistério; participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas
e) exercer atividade político-partidária; (Redação dada pela fases, exercerá a representação judicial, extrajudicial e a consultoria
Emenda Constitucional nº 13, de 2014) jurídica do Estado, das autarquias e das fundações públicas, caben-
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribui- do-lhe, ainda, as atividades de assessoramento jurídico ao Poder
ções de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas Executivo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de
as exceções previstas em lei. (Incluída pela Emenda Constitucional 2019)
nº 13, de 2014) Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo éas-
§ 4º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no segurada estabilidade após três anos de efetivo exercício, mediante
art. 95, parágrafo único, V, da Constituição Federal. (Incluído pela avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relató-
Emenda Constitucional nº 13, de 2014) rio circunstanciado da corregedoria. (Incluído pela Emenda Consti-
Art. 84. São funções institucionais do Ministério Público: tucional nº 13, de 2014)
I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma Art. 87. A Procuradoria-Geral do Estado tem por chefe o Procu-
da lei; rador-Geral do Estado, nomeado pelo Governador, dentre integran-
II – zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos servi- tes da carreira.
ços de relevância pública aos direitos assegurados na Constituição § 1º Lei complementar estabelece a organização, as atribuições
da República e nesta Constituição, promovendo as medidas neces- e o estatuto da Procuradoria-Geral, observando, quanto ao ingresso
sárias à sua garantia; na classe inicial da carreira da instituição, concurso público de pro-
III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para pro- vas e títulos e o disposto nos arts. 26, § 6º, e 110, desta Constitui-
teção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros ção, e 135, da Constituição Federal.
interesses difusos e coletivos; § 2º Os vencimentos dos Procuradores do Estado são fixados
IV – promover a ação de inconstitucionalidade ou representa- com diferença não superior a dez por cento (10%) de uma para ou-
ção para fins de intervenção do Estado nos Municípios, nos casos tra das classes da carreira, observado o disposto no art. 28, § 8º,
previstos na Constituição Federal e nesta Constituição; desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
V – expedir notificações nos procedimentos administrativos de 13, de 2014)
sua competência, requisitando informações e documentos para ins- § 3º O subsídio dos Procuradores do Estado será revisto nas
truílos, na forma da lei complementar; mesmas datas das demais carreiras essenciais à Justiça previstas
VI – exercer o controle externo da atividade policial, na formam nas Seções I e III deste Capítulo, e observará o disposto na parte
da lei complementar mencionada no artigo anterior; final do art. 37, inciso XI, da Constituição da República e art. 26,
VII – requisitar diligências investigatórias e a instauração de in- inciso XI, desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional
quérito policial, indicando os fundamentos jurídicos de suas mani- nº 18, de 2019)
festações processuais; Art. 88. Para assessoramento jurídico auxiliar aos órgãos da
VIII – exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde administração direta, indireta, fundacional e autárquica, o Estado
que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedadas a represen- organiza nos termos da lei, em cargos de carreira, providos, na clas-
tação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas. se inicial mediante concurso público de provas e títulos, observado
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações civis pre- o disposto nos arts. 26, § 6º, e 110, a Assessoria Jurídica Estadual,
vistas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóte- vinculada diretamente à Procuradoria-Geral do Estado.
ses, segundo o disposto constitucionalmente ou em lei. Parágrafo único. Nas mesmas condições do “caput” deste ar-
§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas tigo para assessoramento jurídico auxiliar aos órgãos administra-
por integrantes da carreira, que deverão residir na Comarca da res- tivos do Poder Legislativo, a Assembleia Legislativa organiza a sua
pectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição. (Redação Assessoria Jurídica, vinculada diretamente à Procuradoria-Geral da
dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) Assembleia Legislativa.
§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á me-
diante concurso público de provas e títulos, assegurada a partici-
pação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização, exi-

83
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
SEÇÃO III § 6º A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar consti-
DA DEFENSORIA PÚBLICA tuem forças auxiliares e reservas do Exército, ficando subordinadas,
juntamente com a Polícia Civil, ao Governador do Estado. (Remune-
Art. 89. A Defensoria Pública é instituição permanente, essen- rado pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
cial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expres- § 7º A lei disciplina a organização e o funcionamento dos ór-
são e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a gãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a
orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, eficiência de suas atividades. (Remunerado pela Emenda Constitu-
em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e cional nº 13, de 2014)
coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma § 8º O Delegado de Polícia reside no Município de sua lotação.
do inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal. (Redação dada (Renumerado pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) § 9º Os Municípios podem constituir guardas municipais des-
§ 1º Lei complementar organiza a Defensoria Pública do Esta- tinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme
do, observadas as normas gerais prescritas pela União e o disposto dispuser a lei complementar. (Renumerado pela Emenda Constitu-
nos arts. 26, § 6º, e 110, desta Constituição, em cargos de carreira, cional nº 13, de 2014)
providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e § 10. Cabe ao Corpo de Bombeiros Militar, além das atribui-
títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade ções previstas em lei complementar, a coordenação, o controle e a
e os princípios prescritos nos arts. 26, XI, e 28, § 1º, desta Consti- execução das atividades de defesa civil e de atendimento pré-hos-
tuição, vedado o exercício da advocacia fora das atribuições insti- pitalar. (Renumerado pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
tucionais. § 11. O Corpo de Bombeiros Militar é comandado por Oficial da
§ 2º Os servidores integrantes da carreira disciplinada nessa ativa, ocupante do último posto do Quadro de Oficiais combatentes
Seção serão remunerados na forma do art. 28, § 8º, desta Consti- da Corporação. (Renumerado pela Emenda Constitucional nº 13, de
tuição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) 2014)
§ 3º À Defensoria Pública é assegurada autonomia funcional e § 12. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem
administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias
dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, aplican- públicas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019)
do-se, no que couber, o disposto no art. 80 e seus parágrafos, desta I – compreende a educação, engenharia e fiscalização de trân-
Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) sito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao
§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a uni- cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e (Incluído pela
dade, a indivisibilidade e a independência funcional, aplicando-se Emenda Constitucional nº 18, de 2019)
também, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art. II – compete, no âmbito do Estado e dos Municípios, aos res-
96 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional pectivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito,
nº 13, de 2014) estruturados em Carreira, na forma da lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 18, de 2019)
CAPÍTULO VIII Art. 90-A. O Estado aplicará, anualmente, 9,5% (nove inteiros
DA SEGURANÇA PÚBLICA e cinco décimos por cento), no mínimo, da receita corrente orça-
mentária nos órgãos integrantes do Sistema de Segurança Pública
Art. 90. A segurança pública, dever do Estado, direito e respon- do Estado, podendo estender estes recursos assegurados ao Fundo
sabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pú- Penitenciário do Rio Grande do Norte. (Incluído pela Emenda Cons-
blica e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos titucional nº 12, de 2013)
seguintes órgãos:
I – Polícia Civil; TÍTULO V
II – Polícia Militar; e DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO
III – Corpo de Bombeiros Militar. (Incluído pela Emenda Consti- CAPÍTULO I
tucional nº 08, de 2012) DO SISTEMA TRIBUTÁRIO
§ 1º À Polícia Civil, dirigida por Delegado de Polícia de carreira SEÇÃO I
escolhido e nomeado pelo Governador do Estado, dentre os inte- DOS PRINCÍPIOS GERAIS
grantes da última classe, incumbe, ressalvada a competência da
União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações pe- Art. 91. O sistema tributário estadual é regido pela Constituição
nais, exceto as militares. Federal, por leis federais, por resoluções do Senado Federal, por
§ 2º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos ór- esta Constituição e por leis estaduais.
gãos relacionados neste artigo será fixada na forma do § 8º, do art. Art. 92. Compete ao Estado instituir os seguintes tributos:
28, desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional I – impostos;
nº 13, de 2014) II – taxas, em razão do poder de polícia ou pela utilização, efe-
§ 3º O cargo de Delegado de Polícia Civil, privativo de bacharel tiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, pres-
em Direito, integra as carreiras jurídicas típicas de Estado. (Redação tados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas,
§ 4º A Polícia Militar é comandada por oficial da ativa, do últi- observado o disposto no art. 95, I e III.
mo posto da Corporação. (Renumerado pela Emenda Constitucio- § 1º Sempre que possível, os impostos têm caráter pessoal e
nal nº 13, de 2014) são graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte. A
§ 5º À Polícia Militar cabe o policiamento ostensivo e a preser- administração tributária, especialmente para conferir efetividade a
vação da ordem pública. (Remunerado pela Emenda Constitucional esses objetivos, pode identificar, respeitados os direitos individuais
nº 13, de 2014) e, nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades
econômicas do contribuinte.

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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
§ 2º As taxas não podem ter base de cálculo própria de impos- III – cobrar tributos:
tos. a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da
Art. 93. Adota-se o que dispuser lei complementar federal: vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;
I – sobre conflitos de competência, em matéria tributária entre b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; lei que os instituiu ou aumentou;
II – regulamentação das limitações constitucionais ao poder de c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido
tributar; publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto
III – estabelecimento de normas gerais em matéria de legisla- na alínea b; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
ção tributária, especialmente sobre: IV – utilizar tributo com efeito de confisco;
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em rela- V – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por
ção aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respecti- meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a co-
vos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; brança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tri- Público Estadual;
butários; VI – instituir impostos sobre:
c) o ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas e a) patrimônio, renda ou serviços da União, dos demais Estados,
seu tratamento tributário; do Distrito Federal e de Município;
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as b) templos de qualquer culto;
microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive re- c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusi-
gimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. ve suas fundações, das entidades sindicais de trabalhadores e das
98, II, desta Constituição. (Incluída pela Emenda Constitucional nº instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos
08, de 2012) atendidos os requisitos da lei;
Art. 93-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios es- d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impres-
peciais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da são;
concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, es- e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Bra-
tabelecer normas de igual objetivo. (Incluído pela Emenda Consti- sil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasilei-
tucional nº 13, de 2014) ros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem
Art. 94. O Estado e os Municípios instituirão contribuição, co- como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham,
brada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a
regime previdenciário de que trata o art. 29, cuja alíquota não será laser. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efeti- § 1º A vedação expressa no inciso VI, “a”, é extensiva às autar-
vos da União. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de quias e às fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público,
2014) no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados
Art. 94-A. Os Municípios poderão instituir contribuição, na for- às suas finalidades essenciais ou delas decorrentes, não se aplican-
ma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pú- do ao patrimônio, à renda e aos serviços relacionados com explo-
blica, observado o disposto no art. 95, I e III. (Incluído pela Emenda ração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a
Constitucional nº 13, de 2014) empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonerando o
se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica. (Incluí- promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamen-
do pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) te ao bem imóvel.
Art. 94-B. O Estado e os Municípios instituirão, por meio de lei, § 2º A vedação expressa no inciso VI, alíneas “b” e “c”, compre-
contribuições para custeio de regime próprio de previdência social, ende somente o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com
cobradas dos servidores ativos, dos aposentados e dos pensionis- as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
tas, que poderão ter alíquotas progressivas de acordo com o valor § 3º A lei determina medidas para que os consumidores sejam
da base de contribuição ou dos proventos de aposentadoria e de esclarecidos acerca dos impostos que incidem sobre mercadorias
pensões. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 2020) e serviços.
Parágrafo único. Quando houver déficit atuarial, a contribuição § 4º O julgamento administrativo de recursos em procedimen-
ordinária dos aposentados e pensionistas incidirá sobre o valor dos tos fiscais é realizado por órgão próprio.
proventos de aposentadoria e de pensões que supere o valor equi- § 5º A vedação do inciso III, “c”, não se aplica à fixação da base
valente a R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais), corrigidos pelo de cálculo dos impostos previstos nos arts. 98, I, “c”, e 99, I. (Incluí-
índice do Regime Geral de Previdência Social. (Incluído pela Emen- do pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
da Constitucional nº 20, de 2020) Art. 96. Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de
cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, re-
SEÇÃO II lativos à impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido
DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR mediante lei específica estadual ou municipal, que regule exclusiva-
mente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo
Art. 95. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao con- ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 98, § 3º, VII. (Re-
tribuinte, é vedado ao Estado e aos Municípios: (Redação dada pela dação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
Emenda Constitucional nº 13, de 2014) Parágrafo único. A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obri-
I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; gação tributária a condição de responsável pelo pagamento de
II – instituir tratamento desigual entre contribuintes que se en- imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posterior-
contrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em mente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia
razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, inde- paga, caso não se realize o fato gerador presumido. (Incluído pela
pendentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
ou direitos;

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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
Art. 97. É vedado ao Estado e aos Municípios estabelecer di- VIII – a responsabilidade pelo recolhimento do imposto corres-
ferença tributária entre bens e serviços de qualquer natureza, em pondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual de
razão de sua procedência ou destino. (Redação dada pela Emenda que trata o inciso VII será atribuída: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 13, de 2014) Constitucional nº 18, de 2019)
a) ao destinatário, quando este for contribuinte do imposto;
SEÇÃO III (Incluída pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019)
DOS IMPOSTOS DO ESTADO b) ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte
do imposto; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019)
Art. 98. Compete ao Estado instituir impostos sobre: (Redação IX – incide também sobre:
dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) a) a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por
I – transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual
direitos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre
a) (Convertida em inciso I pela Emenda Constitucional nº 13, o serviço prestado no exterior, se no Estado estiver situado o domi-
de 2014) cílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou
b) (Convertida em inciso II pela Emenda Constitucional nº 13, serviço; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
de 2014) b) o valor total da operação, quando as mercadorias forem for-
c) (Convertida em inciso III pela Emenda Constitucional nº 13, necidas com serviços não compreendidos na competência tributá-
de 2014) ria dos Municípios;
II – operações relativas à circulação de mercadorias e sobre X – não incide sobre:
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunici- a) operações que destinem mercadorias para o exterior, nem
pal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a
iniciem no exterior; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado
13, de 2014) nas operações e prestações anteriores; (Redação dada pela Emenda
III – propriedade de veículos automotores; (Redação dada pela Constitucional nº 13, de 2014)
Emenda Constitucional nº 13, de 2014) b) operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusi-
IV – outros impostos que sejam atribuídos à competência do ve lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e
Estado. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) energia elétrica;
§ 1º O imposto previsto no inciso I terá suas alíquotas máximas c) o ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou ins-
fixadas pelo Senado Federal. (Redação dada pela Emenda Constitu- trumento cambial;
cional nº 13, de 2014) d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Re- de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gra-
dação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) tuita; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
I – é não cumulativo, compensando-se o que foi devido, em XI – não compreende, em sua base de cálculo, o montante do
cada operação relativa à circulação de mercadoria ou prestação de imposto sobre produtos industrializados, quando a operação, rea-
serviços, com o montante cobrado nas anteriores por este, outro lizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à indus-
Estado ou pelo Distrito Federal; trialização ou comercialização, configure fato gerador dos dois (2)
II – a isenção ou não incidência, salvo determinação em contrá- impostos.
rio da legislação: § 3º Adota-se o que dispuser lei complementar federal, quanto
a) não implica crédito para compensação com o montante de- ao imposto de que trata o inciso II, do “caput” deste artigo, sobre:
vido nas operações de circulação de mercadorias ou prestações de (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
serviços seguintes; I – definição dos seus contribuintes;
b) acarreta a anulação do crédito relativo às operações ante- II – substituição tributária;
riores; III – regime de compensação do imposto;
III – pode ser seletivo, em função da essencialidade das merca- IV – fixação, para efeitos de sua cobrança e definição do estabe-
dorias e dos serviços; lecimento responsável, do local das operações relativas à circulação
IV – as alíquotas aplicáveis às operações e prestações interes- de mercadorias e das prestações de serviços;
taduais e de exportação, correspondem às que forem estabelecidas V – exclusão da incidência do imposto, nas exportações para o
por resolução do Senado Federal; exterior, de serviços e outros produtos além dos mencionados no
V – as alíquotas aplicáveis às operações internas não podem inciso
ser inferiores às alíquotas mínimas, nem superiores às alíquotas X, “a”, do parágrafo anterior;
máximas, fixadas pelo Senado Federal; VI – manutenção de crédito, relativamente à remessa para ou-
VI – as alíquotas nas operações internas não podem ser infe- tro Estado e exportação para o exterior, de serviços e de mercado-
riores às previstas para operações interestaduais, salvo deliberação rias;
em contrário dos Estados e Distrito Federal, nos termos de lei com- VII – forma como isenções, incentivos e benefícios são conce-
plementar federal; didos e revogados;
VII – nas operações e prestações que destinem bens e servi- VIII – os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto
ços a consumidor final, contribuinte ou não do imposto, localizado incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese
em outro Estado, adotar-se-á a alíquota interestadual e caberá ao em que não se aplicará o disposto no inciso X, “b”; (Incluído pela
Estado de localização do destinatário o imposto correspondente à Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
diferença entre a alíquota interna do Estado destinatário e a alíquo- IX – a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a
ta interestadual: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, integre, também na importação do exterior de bem, mercadoria ou
de 2019) serviço. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
a) (Revogada pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019)
b) (Revogada pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019)

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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
§ 4º As Fazendas Públicas do Estado e dos Municípios prestam- SEÇÃO V
-se, mutuamente, assistência para fiscalização dos tributos de suas DA REPARTIÇÃO DAS RECEITAS
competências e permutam informações consoante estabeleçam em
convênios. Art. 100. Pertencem ao Estado:
§ 5º À exceção dos impostos de que trata o inciso II do caput I – o produto da arrecadação do imposto sobre renda e pro-
deste artigo, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações ventos de qualquer natureza incidente na fonte, sobre rendimentos
relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, deriva- pagos, a qualquer título, por ele próprio, suas autarquias e pelas
dos de petróleo, combustíveis e minerais do País. (Incluído pela fundações que instituir ou mantiver;
Emenda Constitucional nº 13, de 2014) II – a quota que lhe cabe, de acordo com lei complementar fe-
§ 6º O imposto previsto no inciso III: (Incluído pela Emenda deral, no Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal,
Constitucional nº 13, de 2014) de que trata o art. 159, I, “a”, da Constituição Federal;
I – terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; (Incluí- III – a quota que lhe cabe, proporcionalmente ao valor de suas
do pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) exportações de produtos industrializados, no produto da arrecada-
II – poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utili- ção do imposto sobre produtos industrializados, conforme o art.
zação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) 159, II, da Constituição Federal;
IV – trinta por cento (30%) do produto da arrecadação do im-
SEÇÃO IV posto sobre operações de crédito, câmbio e seguro ou relativas à
DOS IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS títulos ou valores mobiliários, incidentes sobre ouro, originário do
Estado, quando definido como ativo financeiro ou instrumento
Art. 99. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: cambial;
I – propriedade predial e territorial urbana; V – a quota que lhe cabe no produto da arrecadação de im-
II – transmissão “inter vivos” a qualquer título, por ato oneroso, posto que a União instituir, no exercício da competência que lhe é
de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais atribuída pelo art. 154, I, da Constituição Federal.
sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos Art. 101. O Estado entrega aos Municípios:
à sua aquisição; I – cinquenta por cento (50%) do produto da arrecadação do
III – serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. imposto sobre a propriedade de veículos automotores licenciados
98, II, desta Constituição, definidos em lei complementar federal; em seus territórios, e na proporção, também, das exportações res-
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) pectivas;
IV – (Revogado pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) II – vinte e cinco por cento (25%) do produto da arrecadação
§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e
o art. 116, § 4º, inciso II, desta Constituição, o imposto previsto no sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermu-
inciso I poderá: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13, nicipal e de comunicação;
de 2014) III – vinte e cinco por cento (25%) dos recursos que receber, nos
I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; (Incluído pela termos do art. 100, III.
Emenda Constitucional nº 13, de 2014) § 1º As parcelas de receita pertencentes aos Municípios, men-
II – ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso cionadas nos incisos II e III deste artigo, são creditadas conforme os
do imóvel. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) seguintes critérios:
§ 2º O imposto previsto no inciso II: I – três quartos (3/4), no mínimo, na proporção do valor adi-
a) não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorpo- cionado nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas
rados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, prestações de serviços realizadas em seus territórios e na propor-
nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão, ção, também, das exportações respectivas;
incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses II – até um quarto (1/4), de acordo com o que disponha a lei
casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e ven- estadual.
da desses bens ou direitos, locação de imóveis ou arrendamento § 2º O Poder Executivo, através dos órgãos responsáveis pela
mercantil; arrecadação dos tributos, efetua o cálculo das participações e das
b) compete ao Município da situação do bem. parcelas pertencentes aos Municípios.
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste § 3º O Tribunal de Contas do Estado homologa os cálculos das
artigo, cabe à lei complementar federal: (Redação dada pela Emen- quotas atribuídas aos Municípios, com base nos critérios previstos
da Constitucional nº 13, de 2014) no § 1º.
I – fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; (Incluído pela § 4º Observa-se o disposto em lei complementar federal quan-
Emenda Constitucional nº 13, de 2014) to:
II – excluir da sua incidência exportações de serviços para o ex- I – à definição de valor adicionado a que se refere o § 1º, I;
terior; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) II – às disposições sobre o acompanhamento, pelos Municípios,
III – regular a forma e as condições como isenções, incentivos do cálculo e da liberação das quotas de que trata este artigo.
e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. (Incluído pela Art. 102. É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega
Emenda Constitucional nº 13, de 2014) e ao emprego dos recursos atribuídos aos Municípios na forma do
§ 4º (Revogado pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) artigo anterior, neles compreendidos adicionais e acréscimos rela-
§ 5º A competência tributária dos Municípios é exercida com tivos a impostos.
observância dos princípios gerais relativos ao sistema mtributário Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não impede o
estadual. Estado de condicionar a entrega de recursos: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
I – ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)

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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
II – ao cumprimento do disposto no art. 128, § 2º, inciso II. (In- § 6º A proposta do orçamento da seguridade social é elaborada
cluído pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) de forma integrada, pelos órgãos responsáveis pela saúde, previ-
Art. 103. O Estado divulga, discriminando por Município, no dência social e assistência social, tendo em vista as metas e priori-
que couber, até o último dia do mês subsequente ao da arrecada- dades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada
ção, montante de cada um dos tributos arrecadados, os recursos a cada área a gestão de seus recursos.
recebidos, os valores de origem tributária entregues e a entregar e § 7º O Poder Executivo publica, até trinta (30) dias após o en-
a expressão numérica dos critérios de rateio. cerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução or-
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que cou- çamentária.
ber, aos Municípios. § 8º A lei orçamentária anual não pode conter dispositivo estra-
nho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo
CAPÍTULO II na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares
DAS FINANÇAS PÚBLICAS e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação
SEÇÃO I de receita nos termos da lei.
NORMAS GERAIS Art. 107. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às di-
retrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicio-
Art. 104. O Estado e os Municípios adotam o disposto em lei nais são apreciados pela Assembleia Legislativa, na forma de seu
complementar federal, sobre: Regimento.
I – finanças públicas; § 1º As emendas são apresentadas na Comissão permanente
II – dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, e específica, que sobre elas emite parecer, e apreciadas, na forma
fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público Esta- regimental, pelo Plenário da Assembleia Legislativa.
dual ou Municipal; § 2º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual e aos
III – concessão de garantias pelas entidades públicas; projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas quando:
IV – emissão e resgate de títulos da dívida pública; I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de
V – fiscalização financeira da administração pública direta e in- diretrizes orçamentárias;
direta. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) II – indiquem os recursos necessários, admitidos somente os
Art. 105. As disponibilidades de caixa do Estado e dos Municí- provenientes de anulação de despesas, excluídas as que incidem
pios, bem como de qualquer dos seus órgãos ou entidades da ad- sobre dotações para pessoal e seus encargos, serviço da dívida e
ministração direta e indireta, são depositadas em instituições finan- transferências tributárias constitucionais para os Municípios; ou
ceiras oficiais, preferencialmente controladas pelo Poder Público III – sejam relacionadas com a correção de erros ou omissões
Estadual, ressalvados os casos previstos em lei. ou com os dispositivos do texto do projeto de lei.
§ 3º Cabe à Comissão Permanente de Deputados:
SEÇÃO II I – examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste
DOS ORÇAMENTOS artigo e sobre as contas apresentadas, anualmente, pelo Governa-
dor do Estado;
Art. 106. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecem: II – examinar e emitir parecer sobre os planos e programas es-
I – o plano plurianual; taduais e setoriais previstos nesta Constituição e exercer o acompa-
II – as diretrizes orçamentárias; nhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação
III – os orçamentos anuais do Estado. das demais Comissões da Assembleia Legislativa, constituídas na
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelece as diretri- forma e com as atribuições previstas no respectivo Regimento ou
zes, objetivos e metas da administração pública estadual para as no ato de que resultar sua criação.
despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas § 4º A limitação contida no inciso II, do § 2º, se refere, tão so-
aos programas de duração continuada. mente, às dotações para atender às despesas com pessoal existente
§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias define as metas e priori- no primeiro dia útil da execução do orçamento do exercício anterior
dades da administração pública estadual, detalha as despesas de ao da proposta orçamentária, acrescidas das nomeações e contra-
capital, para o exercício financeiro subsequente, orienta a elabora- tações previstas e realizadas nesse mesmo exercício.
ção da lei orçamentária anual, dispõe, justificadamente, sobre as al- § 5º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias
terações na legislação tributária e estabelece a política de aplicação não podem ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plu-
das instituições financeiras oficiais de fomento. rianual.
§ 3º Os planos e programas setoriais são elaborados em con- § 6º O Governador do Estado pode enviar mensagem à As-
sonância com o plano plurianual e apreciados pela Assembleia Le- sembleia Legislativa para propor modificação nos projetos a que se
gislativa. refere este artigo, enquanto não iniciada a votação, na Comissão
§ 4º A lei orçamentária anual compreende: Permanente de Deputados, da parte cuja alteração é proposta.
I – o orçamento fiscal referente aos Poderes do Estado, seus § 7º O projeto de lei do plano plurianual, das diretrizes orça-
fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta; mentárias e do orçamento anual são enviados à Assembleia Legisla-
II – orçamento de investimentos das empresas em que o Estado tiva, nos termos de lei complementar.
direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com § 8º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que
direito a voto; não contrariem o disposto nesta Seção, as demais normas relativas
III – o orçamento da seguridade social, observado o disposto no ao processo legislativo.
art. 94, abrangendo todas as entidades e órgãos a elas vinculados, § 9º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejei-
da administração direta e indireta. ção do projeto de orçamento anual, ficarem sem despesas corres-
§ 5º O projeto de lei orçamentária é acompanhado de demons- pondentes, podem ser utilizados, conforme o caso, mediante crédi-
trativo do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isen- tos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização
ções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza finan- legislativa.
ceira, tributária e creditícia.

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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
§ 10. As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária Art. 107-A. As emendas individuais impositivas apresentadas
serão aprovadas no limite de cinco décimos por cento da receita ao projeto de lei orçamentária anual poderão alocar recursos aos
corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder Exe- Municípios por meio de: (Incluído pela Emenda Constitucional nº
cutivo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 14, de 2015) 21, de 2020)
§ 11. É obrigatória a equitativa execução orçamentária e fi- I – transferência especial; ou (Incluído pela Emenda Constitu-
nanceira das programações a que se refere o § 10 deste artigo, em cional nº 21, de 2020)
montante correspondente a cinco décimos por cento da receita cor- II – transferência com finalidade definida. (Incluído pela Emen-
rente líquida realizada no exercício anterior. (Incluído pela Emenda da Constitucional nº 21, de 2020)
Constitucional nº 14, de 2015) § 1º Os recursos transferidos na forma do caput deste artigo
§ 12. As programações orçamentárias previstas no § 10 deste não integrarão a receita dos Municípios para fins de cálculo dos li-
artigo não serão de execução obrigatória nos casos dos impedimen- mites da despesa com pessoal ativo e inativo e de endividamento
tos de ordem técnica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 14, do ente federado, vedada, em qualquer caso, a aplicação dos recur-
de 2015) sos no pagamento de: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 21,
§ 13. Quando a transferência obrigatória do Estado, para a exe- de 2020)
cução da programação prevista no § 11 deste artigo, for destina- I – despesas com pessoal e encargos sociais relativas a ativos,
da a Municípios, independerá da adimplência do ente federativo inativos e pensionistas; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº
destinatário e não integrará a base de cálculo da receita corrente 21, de 2020)
líquida para fins de aplicação dos limites de despesa de pessoal de II – encargos referentes ao serviço da dívida. (Incluído pela
que trata o caput do art. 110. (Incluído pela Emenda Constitucional Emenda Constitucional nº 21, de 2020)
nº 14, de 2015) § 2º Na transferência especial a que se refere o inciso I do caput
§ 14. No caso de impedimento de ordem técnica, no empenho deste artigo, os recursos: (Incluído pela Emenda Constitucional nº
de despesa que integre a programação, na forma do § 11 deste ar- 21, de 2020)
tigo, serão adotadas as seguintes medidas: (Incluído pela Emenda I – serão repassados diretamente ao Município beneficiado, in-
Constitucional nº 14, de 2015) dependentemente de celebração de convênio ou de instrumento
I – até cento e vinte dias após a publicação da lei orçamentária, congênere; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 21, de 2020)
o Poder Executivo, o Poder Legislativo, o Poder Judiciário, o Minis- II – pertencerão ao Município no ato da efetiva transferência
tério Público e a Defensoria Pública enviarão ao Poder Legislativo as financeira; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 21, de 2020)
justificativas do impedimento; (Incluído pela Emenda Constitucio- III – serão aplicados em programações finalísticas das áreas de
nal nº 14, de 2015) competência do Poder Executivo do Município beneficiado, obser-
II – até trinta dias após o término do prazo previsto no inciso vado o disposto no § 5º deste artigo. (Incluído pela Emenda Consti-
I, o Poder Legislativo indicará ao Poder Executivo o remaneja- tucional nº 21, de 2020)
mento da programação cujo impedimento seja insuperável; (Incluí- § 3º O Município beneficiado da transferência especial a que
do pela Emenda Constitucional nº 14, de 2015) se refere o inciso I do caput deste artigo poderá firmar contratos
III – até 30 de setembro, ou até trinta dias após o prazo previsto de cooperação técnica para fins de subsidiar o acompanhamento
no inciso II, o Poder Executivo encaminhará projeto de lei sobre o da execução orçamentária na aplicação dos recursos. (Incluído pela
remanejamento da programação cujo impedimento seja insuperá- Emenda Constitucional nº 21, de 2020)
vel; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 14, de 2015) § 4º Na transferência com finalidade definida a que se refe-
IV – se, até 20 de novembro, ou até trinta dias após o término re o inciso II do caput deste artigo, os recursos serão vinculados à
do prazo previsto no inciso III, a Assembleia Legislativa não delibe- programação estabelecida na emenda parlamentar. (Incluído pela
rar sobre o projeto, o remanejamento será implementado por ato Emenda Constitucional nº 21, de 2020)
do Poder Executivo, nos termos previstos na lei orçamentária. (In- § 5º Pelo menos 70% (setenta por cento) das transferências es-
cluído pela Emenda Constitucional nº 14, de 2015) peciais de que trata o inciso I do caput deste artigo deverão ser apli-
§ 15. Após o prazo previsto no inciso IV do § 14, as progra- cadas em despesas de capital, observada a restrição a que se refere
mações orçamentárias previstas no § 11 não serão de execução o inciso II do § 1º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional
obrigatória nos casos dos impedimentos justificados na notificação nº 21, de 2020)
prevista no inciso I do § 14. (Incluído pela Emenda Constitucional § 6º A aplicação dos recursos transferidos nos termos deste
nº 14, de 2015) artigo será fiscalizada pelos órgãos de controle interno dos Muni-
§ 16. Os restos a pagar poderão ser considerados para fins de cípios beneficiados, pelo Tribunal de Contas do Estado e pela Con-
cumprimento da execução financeira prevista no § 11 deste artigo, troladoriaGeral do Estado. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
até o limite de vinte e cinco décimos por cento da receita corrente 21, de 2020)
líquida realizada no exercício anterior. (Incluído pela Emenda Cons- Art. 108. São vedados:
titucional nº 14, de 2015) I – o início de programas ou projetos não incluídos na lei orça-
§ 17. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despe- mentária anual;
sa poderá resultar no não cumprimento da meta de resultado fiscal II – a realização de despesas ou assunção de obrigações diretas
estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, o montante previsto que excedam os créditos orçamentários ou adicionais;
no § 11 deste artigo poderá ser reduzido em até a mesma propor- III – a realização de operações de crédito que excedam o mon-
ção mda limitação incidente sobre o conjunto das despesas discri- tante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante
cionárias. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 14, de 2015) créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, apro-
§ 18. Considera-se equitativa a execução das programações de vados pela Assembleia Legislativa por maioria absoluta;
caráter obrigatório que atenda de forma igualitária e impessoal às IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou
emendas apresentadas, independentemente da autoria. (Incluído despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos
pela Emenda Constitucional nº 14, de 2015) impostos a que se referem os arts. 158 e 159, da Constituição Fe-
deral, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos
de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para

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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
realização de atividades da administração tributária, como deter- Art. 110. A despesa com pessoal ativo e inativo do Estado e
minado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, da dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei
Constituição Federal, e a prestação de garantias às operações de complementar federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional
crédito por antecipação de receita, previstas no art. 106, § 8º, desta nº 13, de 2014)
Constituição, bem como o disposto no § 4º deste artigo; (Redação § 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remu-
dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) neração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de
V – a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de
autorização legislativa e sem indicação dos recursos corresponden- pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administra-
tes; ção direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas
VI – a transposição, o remanejamento ou a transferência de pelo poder público, só poderão ser feitas: (Renumeração e redação
recursos de uma categoria de programação para outra ou de um dadas pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
órgão para outro, sem prévia autorização legislativa; I – se houver prévia dotação orçamentária suficiente para aten-
VII – a concessão ou utilização de créditos ilimitados; der às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela de-
VIII – a utilização, sem autorização legislativa específica, de correntes;
recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir II – se houver autorização específica na lei de diretrizes orça-
necessidade, ou cobrir “déficit” de empresas, fundações ou fundos, mentárias, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de
inclusive os mencionados no art. 106, § 4º; economia mista.
IX – a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia § 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar refe-
autorização legislativa; rida neste artigo para a adaptação aos parâmetros ali previstos, se-
X – a transferência voluntária de recursos e a concessão de em- rão imediatamente suspensos os repasses de verbas estaduais aos
préstimos, inclusive por antecipação de receita, pelo Governo Es- Municípios que não observarem os referidos limites. (Incluído pela
tadual e suas instituições financeiras, para pagamento de despesas Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Municípios; (Incluído § 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base
pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) neste artigo, dentro do prazo fixado na lei complementar referida
XI – na forma estabelecida na lei complementar de que trata o no caput, o Estado e os Municípios adotarão as seguintes providên-
§ 22 do art. 40 da Constituição Federal, a utilização de recursos de cias: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
regime próprio de previdência social, incluídos os valores integran- I – redução em pelo menos vinte por cento das despesas com
tes dos fundos previstos no art. 249 da Constituição Federal, para cargos em comissão e funções de confiança; (Incluído pela Emenda
a realização de despesas distintas do pagamento dos benefícios Constitucional nº 13, de 2014)
previdenciários do respectivo fundo vinculado àquele regime e das II – exoneração dos servidores não estáveis. (Incluído pela
despesas necessárias à sua organização e ao seu funcionamento. Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 2020) § 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior
§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um (1) não forem suficientes para assegurar o cumprimento da determi-
exercício financeiro pode ser iniciado sem prévia inclusão no plano nação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável
plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada
responsabilidade. um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou uni-
§ 2º Os créditos especiais e extraordinários têm vigência no dade administrativa objeto da redução de pessoal. (Incluído pela
exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
autorização for promulgado nos últimos quatro (4) meses daquele § 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo an-
exercício, caso em que, reabertos nos limites dos seus saldos, são terior fará jus à indenização correspondente a um mês de remune-
incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente. ração por ano de serviço. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente é admitida 13, de 2014)
para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decor- § 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anterio-
rentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública. res será considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego
§ 4º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de
impostos a que se referem os arts. 98 e 99, desta Constituição, e dos quatro anos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, “a” e “b”, e II, da § 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obe-
Constituição Federal, para a prestação de garantia ou contragaran- decidas na efetivação do disposto no § 4º. (Incluído pela Emenda
tia à União e para pagamento de débitos para com esta. (Incluído Constitucional nº 13, de 2014)
pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
§ 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência de TÍTULO VI
recursos de uma categoria de programação para outra poderão ser DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA
admitidos, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e inova- CAPÍTULO I
ção, com o objetivo de viabilizar os resultados de projetos restritos DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA
a essas funções, mediante ato do Poder Executivo, sem necessidade
da prévia autorização legislativa prevista no inciso VI deste artigo. Art. 111. A ordem econômica, fundada na valorização do tra-
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019) balho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos
Art. 109. Os recursos correspondentes às dotações orçamentá- existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados
rias, compreendidos os créditos suplementares e especiais, desti- os princípios previstos na Constituição Federal, cabendo ao Estado,
nados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério no âmbito de sua competência, tudo fazer para assegurar sua rea-
Público e da Defensoria Pública, ser-lhesão entregues até o dia 20 lização.
de cada mês, em duodécimos, na forma da lei complementar. (Re- § 1º É assegurado a todos o livre exercício de qualquer ativida-
dação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) de econômica, independentemente de autorização de órgãos públi-
cos, salvo nos casos previstos em lei.

90
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
§ 2º A intervenção do Estado na economia é, sempre, prece- Art. 114. O Estado e os Municípios promovem e incentivam o
dida de consulta às entidades de classe interessadas na atividade turismo como fator de desenvolvimento social e econômico, deven-
objeto da intervenção. do fazêlo em harmonia com a preservação dos recursos paisagísti-
§ 3º A exploração pelo Estado ou Município de atividade eco- cos, o equilíbrio da natureza e o respeito às tradições culturais de
nômica só é permitida quando necessária à segurança pública ou cada localidade.
para atender relevante interesse social, nos termos da lei. Art. 115. O sistema financeiro estadual, composto de insti-
§ 4º (Revogado pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019) tuições controladas pelo Poder Público, essencial para promover,
Art. 112. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, direta- harmonicamente, o desenvolvimento de todas as regiões do Estado
mente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através e para servir como instrumento de desconcentração econômico-fi-
de licitação, a prestação de serviços públicos. nanceira, catalisador de poupança e fator de integração estadual, é
§ 1º Através de órgão especializado, nos termos da lei, o Estado regulado em lei complementar, que dispõe, inclusive, sobre: (Reda-
elabora, de modo a garantir a racional utilização desses recursos e a ção dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
preservação do meio ambiente: I – a criação de fundos orçamentários estáveis de recursos para
I – Plano Estadual de Recursos Hídricos; aplicação em programas de fomento a empresas sediadas no Esta-
II – Plano Estadual de Recursos Energéticos; do;
III – Plano Estadual de Recursos Minerais; II – a criação de fundo ou seguro, com o objetivo de proteger a
IV – Plano Estadual de Saneamento Básico. economia popular, garantindo créditos, aplicações e depósitos até
§ 2º O Estado apoia e estimula o cooperativismo e outras for- determinado valor;
mas de associativismo. III – requisitos para participação dos empregados nos órgãos
§ 3º O Estado favorece a organização de atividades garimpeiras de administração, na proporção mínima de um terço (1/3) dos seus
em cooperativas, levando em conta a proteção do meio ambiente e membros.
a promoção econômico-social dos garimpeiros.
§ 4º O Estado incentiva a atividade agrícola, pastoril, pesqueira CAPÍTULO II
e artesanal. DA POLÍTICA URBANA
§ 5º O Estado pode, mediante lei complementar, instituir áreas
ou regiões metropolitanas, aglomerados urbanos e microrregiões, Art. 116. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo
constituídos por agrupamentos de Municípios limítrofes para inte- Poder Público Municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei,
grar a organização, o planejamento e a execução de funções públi- tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções so-
cas de interesse comum, observando: ciais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
I – incentivo, através de isenções e outros benefícios fiscais, às § 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obriga-
empresas industriais e agroindustriais instaladas pioneiramente na tório para cidades com mais de vinte mil (20.000) habitantes, é o
região e que utilizem recursos e mão de obra locais, extensivo às instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão
empresas ou pessoas físicas que se dediquem às atividades agríco- urbana.
las e pecuárias de alta tecnologia; § 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando
II – redução de tarifas e preços públicos em razão dos requisitos atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expres-
do inciso anterior; sas no plano diretor.
III – custos de financiamento favorecidos por bancos estaduais § 3º As desapropriações de imóveis urbanos são feitas com pré-
para compatibilizar as desigualdades decorrentes do local da pro- via e justa indenização em dinheiro.
dução; § 4º É facultado ao Poder Público Municipal, mediante lei espe-
IV – proporcionalidade dos benefícios, em razão da quantidade cífica, para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei
de emprego da mão-de-obra local; federal, do proprietário de solo urbano não edificado, subutilizado
V – outros incentivos que assegurem a interiorização do desen- ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob
volvimento no território do Estado. pena, sucessivamente, de:
§ 6º O Estado participa, em articulação com os órgãos de de- I – parcelamento ou edificação compulsórios;
senvolvimento regional, da elaboração de seus planos e programas. II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana
Art. 113. O Estado e os Municípios dispensam às microempre- progressivo no tempo;
sas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, trata- III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívi-
mento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplifica- da pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Fede-
ção de suas obrigações administrativas, tributárias, e creditícias, ou ral, com prazo de resgate de até dez (10) anos, em parcelas anuais,
pela eliminação ou redução destas, por meio de lei. iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os
§ 1º A lei cria fundo de desenvolvimento, a ser gerido por ban- juros legais.
co estadual, para apoiar as atividades das micro e pequenas empre-
sas agrícolas e industriais. CAPÍTULO III
§ 2º A certidão do registro de microempresa ou de empresa de DA POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA
pequeno porte, assim definidas em lei, na Junta Comercial ou no E DA REFORMA AGRÁRIA
Registro Civil das Pessoas Jurídicas é documento para inscrição ca-
dastral em todos os órgãos da administração estadual e municipal, Art. 117. A política agrícola é planejada e executada na forma
independentemente de qualquer outra formalidade. da lei, com a participação efetiva do setor de produção, envolvendo
§ 3º Não é permitido o registro, pela Junta Comercial do Es- produtores e trabalhadores rurais, bem como dos setores de co-
tado, de ato constitutivo ou alteração contratual de empresa que, mercialização, de armazenamento e de transportes, observado o
atuando na mesma área de atividade que outra de registro anterior, disposto no art. 187, da Constituição Federal.
utilize, parcial ou totalmente, nome ou expressão que possa con- Parágrafo único. No planejamento da política agrícola, o Estado
fundir a opinião pública, quanto à identificação das mesmas. disciplina e estimula a exploração socioeconômica dos vales úmi-
dos e das regiões serranas, nos termos da lei, visando ao interesse

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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
coletivo e considerando os aspectos fundiário, agrário, extrativista, § 2º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade
social e ecológico. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº social, como estabelecido em lei, não pode contratar com o Poder
13, de 2014) Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou credi-
Art. 118. São isentas dos impostos estaduais e municipais as tícios.
operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de § 3º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social pode
reforma agrária. ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de
Art. 119. A lei regula a alienação ou cessão de uso de terras custeio total.
públicas, dispensadas prévia licitação e autorização legislativa espe-
cífica, para a legitimação da posse de quem explorar área inferior a SEÇÃO II
cinquenta (50) hectares, com atividade agrícola ou pastoril, tornada DA SAÚDE
produtiva pelo seu trabalho e de sua família.
Art. 120. Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais em Art. 125. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garanti-
reforma agrária recebem títulos de domínio ou de concessão de uso do mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do
inegociáveis pelo prazo de dez (10) anos. risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitá-
Parágrafo único. O título de domínio e a concessão de uso são rio as ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemen- Parágrafo único. Lei estadual define formas de estímulo à doa-
te do estado civil, nos termos e condições previstos em lei. ção de órgãos e ao cadastramento de voluntários doadores, obser-
Art. 121. É instituído o Fundo Estadual de Permanente Controle vado o disposto no § 4º, do art. 199, da Constituição Federal.
às Secas, devendo o orçamento do Estado fazer constar recursos a Art. 126. Aos residentes no Estado é assegurada assistência far-
seu crédito para a construção permanente de obras de açudagem e macêutica básica, provida pelo Poder Público.
irrigação, com a participação dos Municípios. Art. 127. São de relevância pública as ações e serviços desaúde
cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regu-
TÍTULO VII lamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita
DA ORDEM SOCIAL diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou
CAPÍTULO I jurídica de Direito Privado.
DISPOSIÇÃO GERAL Art. 128. As ações e serviços públicos de saúde integram uma
rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único,
Art. 122. A ordem social tem como base o primado do trabalho, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais. I – descentralização, com direção única em cada esfera de Go-
verno;
CAPÍTULO II II – atendimento integral, com prioridade para as atividades
DA SEGURIDADE SOCIAL preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
SEÇÃO I III – participação da comunidade, assegurada, na forma da lei,
DISPOSIÇÕES GERAIS eleição direta e democrática dos diretores das instituições de saúde
do Estado;
Art. 123. A seguridade social compreende um conjunto inte- IV – valorização dos profissionais de saúde, garantida, na for-
grado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, ma da lei, por tratamento remuneratório diferenciado, quando do
destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e exercício de suas atividades nas localidades não metropolitanas, em
à assistência social. dedicação exclusiva e tempo integral.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, § 1º A lei dispõe sobre a criação de conselhos estaduais e mu-
organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: nicipais de saúde, com participação de representantes da sociedade
I – universalidade da cobertura e do atendimento; civil.
II – uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às § 2º São prioritários os serviços de controle das epidemias e o
populações urbanas e rurais; atendimento aos casos de agravo à saúde geral, nos termos da lei.
III – seletividade e distributividade na prestação dos benefícios § 3º O Estado e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações
e serviços; e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplica-
IV – irredutibilidade do valor dos benefícios; ção de percentuais calculados sobre: (Incluído pela Emenda Consti-
V – equidade na forma de participação no custeio; tucional nº 13, de 2014)
VI – diversidade da base de financiamento, identificandose, em I – no caso do Estado, o produto da arrecadação dos impostos
rubricas contábeis específicas para cada área, as receitas e as des- a que se refere o art. 155 da Constituição Federal e dos recursos de
pesas vinculadas a ações de saúde, previdência e assistência social, que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea “a”, e inciso II, da Cons-
preservado o caráter contributivo da previdência social; (Redação tituição Federal, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 2020) respectivos Municípios; (Redação dada pela Emenda Constitucional
VII – caráter democrático e descentralizado da administração, nº 18, de 2019)
mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhado- II – no caso dos Municípios, o produto da arrecadação dos im-
res, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos postos a que se refere o art. 156 da Constituição Federal e dos re-
colegiados. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de cursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea “b” e § 3º, da
2014) Constituição Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
Art. 124. As receitas do Estado e dos Municípios destinadas à 18, de 2019)
seguridade social constam dos respectivos orçamentos. Art. 129. As instituições privadas, prioritariamente, as entida-
§ 1º A instituição, administração e operação de concursos de des filantrópicas sem fins lucrativos, podem participar do sistema
prognósticos, em qualquer de suas modalidades, ressalvados os da estadual de saúde, mediante contrato de Direito Público ou con-
competência da União, são privativos do Estado, em seu território, vênio.
nos termos da lei.

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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
Parágrafo único. É vedada a destinação de recursos públicos III – qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamen-
para auxílios ou subvenções a instituições privadas com fins lucra- te aos investimentos ou ações apoiados. (Incluído pela Emenda
tivos. Constitucional nº 13, de 2014)

SEÇÃO III CAPÍTULO III


DA PREVIDÊNCIA SOCIAL DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO
SEÇÃO I
Art. 130. Os planos estaduais de previdência social, mediante DA EDUCAÇÃO
contribuição, atendem, nos termos da lei, a:
I – cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e ida- Art. 134. A educação, direito de todos e dever do Estado e da
de avançada; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de família, é promovida e incentivada com a colaboração da sociedade
2014) visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
II – proteção à maternidade, especialmente à gestante; (Reda- exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
ção dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) Art. 135. O ensino é ministrado com base nos seguintes prin-
III – proteção ao trabalhador em situação de desemprego in- cípios:
voluntário; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de I – igualdade de condições para o acesso e permanência na es-
2014) cola;
IV – salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pen-
segurados de baixa renda; (Redação dada pela Emenda Constitucio- samento, a arte e o saber;
nal nº 13, de 2014) III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coe-
V – pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao côn- xistência de instituições públicas e privadas de ensino;
juge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º. IV – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) V – valorização dos profissionais da educação escolar, garanti-
§ 1º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preser- dos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamen-
var-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios te por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas;
definidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição VI – gestão democrática do ensino público, na forma da lei, as-
ou o rendimento do trabalho do segurado tem valor mensal inferior segurada a eleição direta da respectiva direção pelos corpos docen-
ao salário mínimo. te, discente, servidores e pais de alunos de cada estabelecimento
§ 3º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas tem de ensino estadual ou municipal;
por base o valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano. VII – garantia de padrão de qualidade;
§ 4º São vedados subvenção ou auxílio do Poder Público às en- VIII – adequação do ensino à realidade estadual e,
tidades de previdência privada com fins lucrativos. circunstancialmente, local;
Art. 131. Fica o Estado autorizado a estender às Prefeituras os IX – piso salarial profissional nacional para os profissionais da
benefícios e encargos de seu Plano de Previdência Social, mediante educação escolar pública, nos termos de lei federal. (Incluído pela
instrumentos definidos em lei. Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
Art. 132. A concessão de pensões especiais é regulada por lei Parágrafo único. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 18,
complementar, que estabelece as condições de sua outorga pelo de 2019)
Poder Executivo Estadual ou Municipal. Art. 136. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as se-
guintes condições:
SEÇÃO IV I – cumprimento das normas gerais da educação nacional;
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL II – autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.
Art. 137. São fixados conteúdos mínimos para o ensino funda-
Art. 133. As ações governamentais na área da assistência so- mental, de modo a assegurar formação básica comum e respeito
cial são realizadas com recursos do orçamento da seguridade so- aos valores culturais, cívicos e artísticos, nacionais e regionais.
cial, previstos no art. 124, além de outras fontes, e organizadas com § 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constitui dis-
base nas seguintes diretrizes: ciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino de pri-
I – descentralização político-administrativa, cabendo ao Estado meiro e segundo graus.
e ao respectivo Município onde se realiza a assistência, bem como § 2º As escolas públicas, de primeiro e segundo graus, incluem
a entidades beneficentes e de assistência social, a coordenação e a entre as disciplinas oferecidas o estudo da cultura norte-riogran-
execução dos respectivos programas; dense, envolvendo noções básicas da literatura, artes plásticas e
II – participação da população, por meio de organizações repre- folclore do Estado.
sentativas, na formulação das políticas e no controle das ações em § 3º O ensino fundamental regular é ministrado em língua por-
todos os níveis. tuguesa.
Parágrafo único. É facultado ao Estado vincular a programa de Art. 138. O Estado e os Municípios organizam, em regime de
apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de colaboração com a União, seus sistemas de ensino visando à ga-
sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses recursos rantia de:
no pagamento de: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 13, de I – educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17
2014) (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita
I – despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria; (Reda-
Emenda Constitucional nº 13, de 2014) ção dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
II – serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº II – progressiva universalização do ensino médio gratuito; (Re-
13, de 2014) dação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)

93
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
III – atendimento educacional especializado aos portadores de § 1º Os recursos de que trata este artigo podem ser destina-
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; dos a bolsas de estudo para ensino fundamental e médio, na forma
IV – educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até da lei, para os que demonstrem insuficiência de recursos, quando
5 (cinco) anos de idade; (Redação dada pela Emenda Constitucional houver falta de vagas em cursos regulares da rede pública na locali-
nº 13, de 2014) dade da residência do educando, ficando o Poder Público obrigado
V – acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e a investir, prioritariamente, na expansão de sua rede na localidade.
da criação artística, considerando-se o ritmo de aprendizagem e as § 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo e
potencialidades individuais; fomento à inovação realizadas por universidades e/ou por institui-
VI – oferta de ensino noturno regular, adequado às condições ções de educação profissional e tecnológica poderão receber apoio
do educando; financeiro do Poder Público. (Redação dada pela Emenda Constitu-
VII – atendimento ao educando, em todas as etapas da educa- cional nº 18, de 2019)
ção básica, por meio de programas suplementares de material didá- Art. 141. As universidades estaduais gozam de autonomia didá-
ticoescolar, transporte, alimentação e assistência à saúde; (Redação tico-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial,
dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) obedecido o princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa
VIII – prover meios para que, progressivamente, seja oferecido e mextensão, na forma da lei.
horário integral aos alunos do ensino fundamental. (Incluído pela § 1º É facultado às universidades admitir professores, técnicos
Emenda Constitucional nº 17, de 2015) e cientistas estrangeiros, na forma da lei. (Incluído pela Emenda
§ 1º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino funda- Constitucional nº 13, de 2014)
mental e na educação infantil. (Redação dada pela Emenda Consti- § 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesqui-
tucional nº 13, de 2014) sa científica e tecnológica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
§ 2º Compete ao Poder Público recensear os educandos no en- 13, de 2014)
sino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou Art. 142. A lei estabelece os planos estadual e municipais de
responsáveis, pela frequência à escola. educação, de duração decenal, com o objetivo de articular o sis-
§ 3º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder tema estadual de educação em regime de colaboração e definir
Público ou sua oferta irregular importam responsabilidade da diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para
autoridade competente. assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus di-
§ 4º O Município assegura à criança de quatro (4) a seis (6) versos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas
anos a educação infantil obrigatória, laica, pública e gratuita, com dos poderes públicos das diferentes esferas que conduzam a: (Re-
o objetivo de promover o seu desenvolvimento biossocial, psicoa- dação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
fetivo e intelectual. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº I – erradicação do analfabetismo;
13, de 2014) II – universalização do atendimento escolar;
§ 5º O Estado atuará prioritariamente no ensino fundamental e III – melhoria da qualidade do ensino;
médio. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) IV – formação para o trabalho;
§ 6º Na organização de seus sistemas de ensino, o Estado e os V – promoção humanística, científica e tecnológica do Estado;
Municípios definirão formas de colaboração, de modo a assegurar a VI – profissionalização educacional em todos os níveis, pelo en-
universalização do ensino obrigatório. (Redação dada pela Emenda sino de um ofício.
Constitucional nº 13, de 2014)
§ 7º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao SEÇÃO II
ensino regular. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13, DA CULTURA
de 2014)
Art. 139. O Estado e os Municípios aplicam, anualmente, nunca Art. 143. O Estado garante a todos o pleno exercício dos direi-
menos de vinte e cinco por cento (25%) da receita resultante de tos culturais e o acesso às fontes da cultura nacional, apoia e incen-
impostos, compreendida a proveniente de transferências, na ma- tiva a valorização e a difusão das manifestações culturais.
nutenção e desenvolvimento do ensino. § 1º O Estado protege as manifestações das culturas populares,
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pelo Es- indígenas e afro-brasileiras, e das de outros participantes do pro-
tado aos respectivos Municípios não é considerada, para efeito do cesso civilizatório nacional.
cálculo previsto neste artigo, receita do Governo Estadual. § 2º A lei dispõe sobre a fixação de datas comemorativas de
§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no “caput” deste alta significação para os diferentes segmentos étnicos nacionais.
artigo, são considerados os sistemas de ensino estadual e municipal § 3º A lei estabelece o Plano Estadual de Cultura, de duração
e os recursos aplicados na forma do art. 140. plurianual, visando ao desenvolvimento cultural do Estado e à inte-
§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade gração das ações do poder público que conduzem à: (Incluído pela
ao atendimento das necessidades do ensino obrigatório, no que se Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
refere a universalização, garantia de padrão de qualidade e equida- I – defesa e valorização do patrimônio cultural estadual; (Inclu-
de, nos termos do plano nacional de educação. (Redação dada pela ído pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
Emenda Constitucional nº 13, de 2014) II – produção, promoção e difusão de bens culturais; (Incluído
Art. 140. Os recursos públicos são destinados às escolas públi- pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
cas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou III – formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura
filantrópicas, definidas em lei, que: em suas múltiplas dimensões; (Incluído pela Emenda Constitucional
I – comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus exce- nº 13, de 2014)
dentes financeiros em educação; IV – democratização do acesso aos bens de cultura; (Incluído
II – assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no V – valorização da diversidade étnica e regional. (Incluído pela
caso de encerramento de suas atividades. Emenda Constitucional nº 13, de 2014)

94
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
Art. 144. Constituem patrimônio cultural estadual os bens de VIII – autonomia do Estado e das instituições da sociedade civil;
natureza material e imaterial, tomados, individualmente ou em (Incluído pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória IX – transparência e compartilhamento das informações; (In-
dos diferentes grupos formadores da sociedade norte-rio-granden- cluído pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
se, nos quais se incluem: X – democratização dos processos decisórios com participação
I – as formas de expressão; e controle social; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 13, de
II – os modos de criar, fazer e viver; 2014)
III – as criações científicas, artísticas e tecnológicas; XI – descentralização articulada e pactuada da gestão, dos re-
IV – as obras, objetos, documentos, edificações e demais espa- cursos e das ações; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 13, de
ços destinados às manifestações artístico-culturais; 2014)
V – os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagís- XII – ampliação progressiva dos recursos contidos nos orça-
tico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. mentos públicos para a cultura. (Incluído pela Emenda Constitucio-
§ 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, pro- nal nº 13, de 2014)
move e protege o patrimônio cultural estadual, por meio de inven- § 2º Constitui a estrutura do Sistema Estadual de Cultura no
tário, registro, vigilância, tombamento e desapropriação, e de ou- Estado: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
tras formas de acautelamento e preservação. I – órgãos gestores da cultura; (Incluído pela Emenda Constitu-
§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão cional nº 13, de 2014)
da documentação governamental e as providências para franquear II – conselhos de política cultural; (Incluído pela Emenda Cons-
sua consulta a quantos dela necessitem. titucional nº 13, de 2014)
§ 3º A lei estabelece incentivos para a produção e o conheci- III – conferências de cultura; (Incluído pela Emenda Constitu-
mento de bens e valores culturais. cional nº 13, de 2014)
§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural são punidos, IV – comissões intergestores; (Incluído pela Emenda Constitu-
na forma da lei. cional nº 13, de 2014)
§ 5º É facultado ao Estado vincular a fundo estadual de fomen- V – planos de cultura; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
to à cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária 13, de 2014)
líquida, para o financiamento de programas e projetos culturais, ve- VI – sistemas de financiamento à cultura; (Incluído pela Emen-
dada a aplicação desses recursos no pagamento de: (Incluído pela da Constitucional nº 13, de 2014)
Emenda Constitucional nº 13, de 2014) VII – sistemas de informações e indicadores culturais; (Incluído
I – despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
Emenda Constitucional nº 13, de 2014) VIII – programas de formação na área da cultura; (Incluído pela
II – serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
13, de 2014) IX – sistemas setoriais de cultura. (Incluído pela Emenda Cons-
III – qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamen- titucional nº 13, de 2014)
te aos investimentos ou ações apoiados. (Incluído pela Emenda § 3º O Estado e os Municípios organizarão seus respectivos sis-
Constitucional nº 13, de 2014) temas de cultura em leis próprias. (Incluído pela Emenda Constitu-
Art. 144-A. O Sistema Estadual de Cultura, organizado em re- cional nº 13, de 2014)
gime de colaboração, de forma descentralizada e participativa, Art. 145. Cabe ao ensino fundamental criar as bases para for-
institui um processo de gestão e promoção conjunta de políticas mação de culturas técnica e associativista.
públicas de cultura, democráticas e permanentes, pactuadas entre
o Estado e a sociedade, tendo por objetivo promover o desenvolvi- SEÇÃO III
mento humano, social e econômico com pleno exercício dos direi- DO DESPORTO
tos culturais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
§ 1º O Sistema Estadual de Cultura fundamenta-se na políti- Art. 146. É dever do Estado fomentar práticas desportivas for-
ca estadual de cultura e nas suas diretrizes, estabelecidas no Plano mais e não formais, como direito de cada um, observados:
Estadual de Cultura, e rege-se pelos seguintes princípios: (Incluído I – a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associa-
pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) ções, quanto a sua organização e funcionamento;
I – diversidade das expressões culturais; (Incluído pela Emenda II – a destinação de recursos públicos para a promoção prio-
Constitucional nº 13, de 2014) ritária do desporto educacional e, em casos específicos, para o do
II – universalização do acesso aos bens e serviços culturais; (In- desporto de alto rendimento;
cluído pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) III – o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o
III – fomento à produção, difusão e circulação de conhecimen- não profissional;
to e bens culturais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 13, de IV – a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de
2014) criação nacional.
IV – cooperação entre o Estado e os agentes públicos e priva- Parágrafo único. O Poder Público incentiva o lazer, como forma
dos atuantes na área cultural; (Incluído pela Emenda Constitucional de promoção social.
nº 13, de 2014)
V – integração e interação na execução das políticas, progra- CAPÍTULO IV
mas, projetos e ações desenvolvidas; (Incluído pela Emenda Consti- DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA
tucional nº 13, de 2014)
VI – complementaridade nos papéis dos agentes culturais; (In- Art. 147. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento
cluído pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014) científico, a pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a ino-
VII – transversalidade das políticas culturais; (Incluído pela vação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019)
Emenda Constitucional nº 13, de 2014)

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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
§ 1º A pesquisa científica e tecnológica receberá tratamento § 1º Nenhuma lei contém dispositivo que possa constituir em-
prioritário do Estado, tendo em vista o bem público e o progres- baraço à plena liberdade de informação jornalística, em qualquer
so da ciência, tecnologia e inovação. (Redação dada pela Emenda veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV,
Constitucional nº 18, de 2019) V, X, XIII e XIV, da Constituição Federal.
§ 2º A pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderantemente § 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política,
para a solução dos problemas do Estado e para o desenvolvimento ideológica e artística.
do sistema produtivo de suas regiões. (Redação dada pela Emenda § 3º A publicação de veículo impresso de comunicação inde-
Constitucional nº 18, de 2019) pende de licença de autoridade.
§ 3º O Estado apoiará a formação de recursos humanos nas
áreas de ciência, pesquisa, tecnologia e inovação, inclusive por CAPÍTULO VI
meio do apoio às atividades de extensão tecnológica, e concederá DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS HÍDRICOS
aos que delas se ocupem meios e condições especiais de trabalho.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019) Art. 150. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
§ 4º A lei apoiará e estimulará as empresas que invistam em equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia quali-
pesquisa, criação de tecnologia adequada ao Estado, formação e dade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever
aperfeiçoamento de seus recursos humanos e que pratiquem siste- de defendê-lo e preservá-lo, e de harmonizá-lo, racionalmente, com
mas de remuneração que assegurem ao empregado, desvinculada as necessidades do desenvolvimento socioeconômico, para as pre-
do salário, participação nos ganhos econômicos resultantes da pro- sentes e futuras gerações.
dutividade de seu trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitu- § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Po-
cional nº 18, de 2019) der Público:
§ 5º É facultado ao Estado vincular parcela de sua receita orça- I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e
mentária a entidades públicas de fomento ao ensino e à pesquisa prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
científica e tecnológica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, II – preservar a diversidade e a integridade do patrimônio ge-
de 2019) nético do Estado e fiscalizar, nos limites de sua competência, as en-
§ 6º O Estado, na execução das atividades previstas no caput, tidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
estimulará a articulação entre entes, tanto públicos quanto priva- III – definir, supletivamente à União, espaços territoriais e seus
dos, nas diversas esferas de governo. (Incluído pela Emenda Consti- componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração
tucional nº 18, de 2019) e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer
§ 7º O Estado promoverá e incentivará a atuação no país e no utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifi-
exterior das instituições públicas de ciência, tecnologia e inovação, quem sua proteção;
com vistas à execução das atividades previstas no caput. (Incluído IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou ativida-
pela Emenda Constitucional nº 18, de 2019) de potencialmente causadora de significativa degradação do meio
Art. 147-A. O mercado interno será incentivado de modo a via- ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dá publi-
bilizar o desenvolvimento cultural e socioeconômico, o bem-estar cidade, garantida a participação de representantes da comunidade,
da população e a autonomia tecnológica do Estado. (Incluído pela em todas as suas fases;
Emenda Constitucional nº 18, de 2019) V – fazer cumprir as ações compensatórias indicadas no estudo
Parágrafo único. O Estado estimulará a formação e o fortale- de impacto ambiental a que se refere o inciso anterior, compatíveis
cimento da inovação nas empresas, bem como nos demais entes, com o restabelecimento do equilíbrio ecológico;
públicos ou privados, a constituição e a manutenção de parques e VI – controlar a produção, a comercialização e o emprego de
polos tecnológicos e de demais ambientes promotores da inovação, técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a
a atuação dos inventores independentes e a criação, absorção, difu- qualidade de vida e o meio ambiente;
são e transferência de tecnologia. (Incluído pela Emenda Constitu- VII – promover a educação ambiental em todos os níveis de
cional nº 18, de 2019) ensino e a conscientização pública para a preservação do meio am-
Art. 147-B. O Estado e seus Municípios poderão firmar ins- biente;
trumentos de cooperação com órgãos e entidades públicos e com VIII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as
entidades privadas, inclusive para o compartilhamento de recursos práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a
humanos especializados e capacidade instalada, para a execução de extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
projetos de pesquisa, de desenvolvimento científico e tecnológico § 2º Aquele que explora recursos minerais fica obrigado a recu-
e de inovação, mediante contrapartida financeira ou não financei- perar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica
ra assumida pelo ente beneficiário, na forma da lei. (Incluído pela exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
Emenda Constitucional nº 18, de 2019) § 3º A legislação estabelece os casos em que as necessidades
Art. 148. O Estado cria o Fundo de Desenvolvimento Científico- excepcionais de empreendimento de superior interesse para o de-
Tecnológico, ao qual destina, anualmente, percentual de sua receita senvolvimento econômico estadual afetem, de alguma forma, o
orçamentária, a ser gerida conforme dispuser a lei. meio ambiente, definindo as condições para o restabelecimento do
equilíbrio ecológico.
CAPÍTULO V § 4º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio am-
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL biente sujeitam os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções
penais e administrativas, independentemente da obrigação de re-
Art. 149. A manifestação do pensamento, a criação, a expres- parar os danos causados.
são e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, não § 5º É estimulado, na forma da lei, o reflorestamento de áreas
sofrem qualquer restrição, observado o disposto na Constituição degradadas, objetivando o restabelecimento de índices mínimos de
Federal e nesta Constituição. cobertura vegetal, necessários à restauração do equilíbrio ecológi-
co.

96
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
§ 6º É obrigatório o reflorestamento, pela respectiva indústria CAPÍTULO VII
ou empresa, em áreas de vegetação rasteira de onde retire matéria- DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE,
-prima para combustão. DO JOVEM E DO IDOSO
§ 7º As autoridades estaduais e municipais incluem nos pro- (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 13, DE
jetos rodoviários o plantio de essências florestais à margem das 2014)
estradas, obrigando-se ao mesmo procedimento nas estradas já
existentes. Art. 155. A família, base da sociedade, tem especial proteção
§ 8º O proprietário rural é obrigado, sob pena de impedimento do Estado.
de crédito e financiamento em bancos ou instituições financeiras do § 1º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união
Estado, a reflorestar suas terras, nos termos da lei, à razão de dez estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo
por cento (10%) das áreas desmatadas de sua propriedade. a lei facilitar sua conversão em casamento.
§ 9º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelo § 2º Entende-se, também, como entidade familiar a comunida-
Estado, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos de formada por qualquer dos pais e seus descendentes.
ecossistemas naturais. § 3º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e
§ 10. É direito de todo cidadão ter acesso às informações re- da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão
lativas às agressões ao meio ambiente e às ações de proteção am- do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e
biental promovidas pelo Poder Público, devendo o Estado divulgar, científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma
sistematicamente, os níveis de poluição e situações de risco e dese- coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.
quilíbrio ecológico para a população. § 4º O Estado assegura a assistência à família na pessoa de cada
§ 11. A lei disciplina a restrição à participação em concorrência um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência
pública e ao acesso a benefícios fiscais e créditos oficiais, no âmbito no âmbito de suas relações.
do Estado, às pessoas físicas e jurídicas condenadas por atos de de- Art. 156. A proteção e a assistência à família baseiam-se nos
gradação do meio ambiente. seguintes princípios:
§ 12. A lei disciplina a utilização de agrotóxicos e defensivos I – prevalência dos direitos humanos;
agrícolas no território do Estado, vedada a concessão de qualquer II – prioridade dos valores éticos e sociais;
benefício fiscal a produtos potencialmente causadores de poluição III – atenção especial à gestante e à nutriz, inclusive através de
ou degradação do meio ambiente. subsídios.
§ 13. O processamento de petróleo e gás natural, o complexo Art. 157. É dever da família, da sociedade e do Estado assegu-
químico-metalúrgico, a expansão e modernização do parque sali- rar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta priorida-
neiro estadual, a agricultura irrigada e a agroindústria, entre outras de, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
que a lei define, são atividades econômicas do mais elevado inte- profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade
resse ao desenvolvimento socioeconômico do Estado. e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo
§ 14. Para fins do disposto na parte final do inciso VIII do § 1º de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
deste artigo, não se consideram cruéis as práticas desportivas que crueldade e opressão. (Redação dada pela Emenda Constitucional
utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, confor- nº 13, de 2014)
me o § 1º do art. 215 da Constituição Federal, registradas como § 1º O Estado promove programas de assistência integral à saú-
bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasi- de da criança, do adolescente e do jovem, admitida a participação
leiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o de entidades não governamentais, mediante políticas específicas e
bemestar dos animais envolvidos. (Incluído pela Emenda Constitu- obedecendo aos seguintes preceitos: (Redação dada pela Emenda
cional nº 18, de 2019) Constitucional nº 13, de 2014)
Art. 151. O Pico do Cabugi, a Mata da Estrela e o Parque das I – aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à
Dunas são patrimônio comum de todos os rio-grandenses do norte, saúde na assistência materno-infantil;
merecendo, na forma da lei, especial tutela do Estado, dentro de II – criação de programas de prevenção e atendimento especia-
condições que assegurem a preservação e o manejo racional dos lizado para os portadores de deficiência física, sensorial ou mental;
ecossistemas. III – promoção de integração social do adolescente e do jovem
Art. 152. A Mata Atlântica, a Zona Costeira, a Chapada do Apodi portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e
e as Serras de Portalegre e Martins são objeto de zoneamento eco- a convivência social; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
nômicoecológico que especifique compensações quanto a empre- 13, de 2014)
endimentos de relevante importância para a economia estadual e IV – facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, com a
que importem em qualquer forma de agressão ambiental. eliminação de obstáculos arquitetônicos e de todas as formas de
Art. 153. Lei estadual, observada a limitação imposta por lei discriminação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13,
federal, dispõe sobre o depósito temporário ou permanente de de 2014)
resíduos de material atômico de qualquer origem no território do § 2º O direito à proteção especial abrange os seguintes aspec-
Estado. tos:
Art. 154. A gestão ambiental é executada pelo Poder Público, I – idade mínima de dezesseis (16) anos para admissão ao tra-
na forma da lei. balho, observado o disposto no art. 7º, XXXIII, da Constituição Fe-
§ 1º Cabe ao Estado o exercício do poder de polícia ambiental. deral; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
§ 2º A Polícia Militar do Estado participa, através de organismos II – garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;
especializados, da defesa do meio ambiente. III – garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à
escola; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 2014)
IV – garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de
ato infracional, igualdade na relação processual e defesa técnica
por profissional habilitado, segundo dispõe a legislação tutelar es-
pecífica;

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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
V – obediência aos princípios de brevidade, especialidade e TÍTULO VIII
respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, quan- DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS GERAIS
do da aplicação de qualquer medida privativa de liberdade;
VI – estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, Art. 160. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 13, de
incentivos fiscais a subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob 2014)
a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou abandona- Art. 161. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 13, de
do; 2014)
VII – programas de prevenção e atendimento especializado à Art. 162. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 13, de
criança, ao adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes 2014)
e drogas afins; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13, Natal, 03 de outubro de 1989.
de 2014)
VIII – respeito aos direitos humanos;
IX – tendo discernimento, ser ouvido sempre que esteja em ANOTAÇÕES
causa direito seu;
X – não ser submetido a intromissões indevidas na vida priva- ______________________________________________________
da, na família, no domicílio ou em sua correspondência;
XI – priorização do atendimento no âmbito familiar e comunitá- ______________________________________________________
rio, relegada a institucionalização a último recurso;
______________________________________________________
XII – Juizado de Proteção com especialização e competência
exclusiva nas Comarcas com mais de cem mil (100.000) habitantes, ______________________________________________________
e plantão permanente do Juiz, Ministério Público e Defensoria Pú-
blica; ______________________________________________________
XIII – não ser institucionalizado, salvo nos casos expressos em
lei, com observância do devido processo legal; ______________________________________________________
XIV – processo administrativo ou judicial sigiloso para proteção
da intimidade; ______________________________________________________
XV – processo sumaríssimo, preferentemente oral, assegurada
______________________________________________________
ampla defesa, com os recursos a ela inerentes;
XVI – quando institucionalizado, observada completa separa- ______________________________________________________
ção de adultos condenados ou presos.
§ 3º No atendimento dos direitos da criança e do adolescente ______________________________________________________
leva-se em consideração o disposto no art. 133.
§ 4º O Estado promove programas especiais de proteção e am- ______________________________________________________
paro aos menores abandonados de rua e adolescentes em situação
de vulnerabilidade por abandono, orfandade, deficiência física, sen- ______________________________________________________
sorial ou mental, infração à lei, dependência de droga, vitimação
por abuso ou exploração sexual ou maus tratos, aos quais destina, ______________________________________________________
anualmente, no orçamento da seguridade social, percentual dos re-
______________________________________________________
cursos provenientes da atividade prevista no § 1º, do art. 124, na
forma da lei. ______________________________________________________
§ 5º A lei cria Conselho Estadual e Comissões Municipais de
Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente. ______________________________________________________
Art. 158. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 13, de
2014) ______________________________________________________
Art. 159. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de am-
parar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comuni- ______________________________________________________
dade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o
______________________________________________________
direito à vida.
§ 1º Os programas de amparo aos idosos são executados, pre- ______________________________________________________
ferencialmente, em seus lares.
§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco (65) anos é garantida a ______________________________________________________
gratuidade dos transportes coletivos urbanos neste Estado.
§ 3º Nos Municípios com população urbana superior a vinte mil ______________________________________________________
(20.000) habitantes, o Poder Público Estadual mantém estabeleci-
mento com a finalidade de dar abrigo ao idoso maior de sessenta ______________________________________________________
(60) anos que dele necessitar.
_____________________________________________________

_____________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

98
LÍNGUA PORTUGUESA

• Linguagem não-verbal é aquela que utiliza somente imagens,


COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO. TIPOLO- fotos, gestos... não há presença de nenhuma palavra.
GIA E GÊNEROS TEXTUAIS. DOMÍNIO DOS MECANIS-
MOS DE COESÃO TEXTUAL: EMPREGO DE ELEMENTOS
DE REFERENCIAÇÃO, SUBSTITUIÇÃO E REPETIÇÃO, DE
CONECTORES E DE OUTROS ELEMENTOS DE SEQUEN-
CIAÇÃO TEXTUAL; EMPREGO DE TEMPOS E MODOS
VERBAIS. DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE COERÊN-
CIA TEXTUAL

Compreensão e interpretação de textos


Chegamos, agora, em um ponto muito importante para todo o
seu estudo: a interpretação de textos. Desenvolver essa habilidade
é essencial e pode ser um diferencial para a realização de uma boa
prova de qualquer área do conhecimento.
Mas você sabe a diferença entre compreensão e interpretação?
A compreensão é quando você entende o que o texto diz de
forma explícita, aquilo que está na superfície do texto. • Linguagem Mista (ou híbrida) é aquele que utiliza tanto as pa-
Quando Jorge fumava, ele era infeliz. lavras quanto as imagens. Ou seja, é a junção da linguagem verbal
Por meio dessa frase, podemos entender que houve um tempo com a não-verbal.
que Jorge era infeliz, devido ao cigarro.
A interpretação é quando você entende o que está implícito,
nas entrelinhas, aquilo que está de modo mais profundo no texto
ou que faça com que você realize inferências.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz.
Já compreendemos que Jorge era infeliz quando fumava, mas
podemos interpretar que Jorge parou de fumar e que agora é feliz.
Percebeu a diferença?

Tipos de Linguagem
Existem três tipos de linguagem que precisamos saber para que
facilite a interpretação de textos.
• Linguagem Verbal é aquela que utiliza somente palavras. Ela
pode ser escrita ou oral.

Além de saber desses conceitos, é importante sabermos iden-


tificar quando um texto é baseado em outro. O nome que damos a
este processo é intertextualidade.

Interpretação de Texto
Interpretar um texto quer dizer dar sentido, inferir, chegar a
uma conclusão do que se lê. A interpretação é muito ligada ao su-
bentendido. Sendo assim, ela trabalha com o que se pode deduzir
de um texto.
A interpretação implica a mobilização dos conhecimentos pré-
vios que cada pessoa possui antes da leitura de um determinado
texto, pressupõe que a aquisição do novo conteúdo lido estabeleça
uma relação com a informação já possuída, o que leva ao cresci-
mento do conhecimento do leitor, e espera que haja uma aprecia-
ção pessoal e crítica sobre a análise do novo conteúdo lido, afetan-
do de alguma forma o leitor.

99
LÍNGUA PORTUGUESA
Sendo assim, podemos dizer que existem diferentes tipos de IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO
leitura: uma leitura prévia, uma leitura seletiva, uma leitura analíti- O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia
ca e, por fim, uma leitura interpretativa. principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen-
É muito importante que você: tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja,
- Assista os mais diferenciados jornais sobre a sua cidade, esta- você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo
do, país e mundo; significativo, que é o texto.
- Se possível, procure por jornais escritos para saber de notícias Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um
(e também da estrutura das palavras para dar opiniões); texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o
- Leia livros sobre diversos temas para sugar informações orto- título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre
gráficas, gramaticais e interpretativas; o assunto que será tratado no texto.
- Procure estar sempre informado sobre os assuntos mais po- Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
lêmicos; que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atra-
- Procure debater ou conversar com diversas pessoas sobre ído pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
qualquer tema para presenciar opiniões diversas das suas. comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
Dicas para interpretar um texto: pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
– Leia lentamente o texto todo. Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
No primeiro contato com o texto, o mais importante é tentar xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
compreender o sentido global do texto e identificar o seu objetivo. o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
– Releia o texto quantas vezes forem necessárias. cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
Assim, será mais fácil identificar as ideias principais de cada pa- estudos?
rágrafo e compreender o desenvolvimento do texto. Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
– Sublinhe as ideias mais importantes. reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?
Sublinhar apenas quando já se tiver uma boa noção da ideia
principal e das ideias secundárias do texto. CACHORROS
– Separe fatos de opiniões.
O leitor precisa separar o que é um fato (verdadeiro, objetivo Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
e comprovável) do que é uma opinião (pessoal, tendenciosa e mu- espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
tável). seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
– Retorne ao texto sempre que necessário. zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
Além disso, é importante entender com cuidado e atenção os precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
enunciados das questões. se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
– Reescreva o conteúdo lido. podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
Para uma melhor compreensão, podem ser feitos resumos, tó- casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
picos ou esquemas. outro e a parceria deu certo.

Além dessas dicas importantes, você também pode grifar pa- Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
lavras novas, e procurar seu significado para aumentar seu vocabu- sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
lário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas são uma to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
distração, mas também um aprendizado. falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a compre- do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso-
ensão do texto e ajudar a aprovação, ela também estimula nossa ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora nos- mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens.
so foco, cria perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, além de As informações que se relacionam com o tema chamamos de
melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de memória. subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram,
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias se- ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida-
letas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto
ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
do texto. conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães.
O primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a iden- Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi
tificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias capaz de identificar o tema do texto!
secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explica-
ções, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias-
prova. -secundarias/
Compreendido tudo isso, interpretar significa extrair um signi-
ficado. Ou seja, a ideia está lá, às vezes escondida, e por isso o can-
didato só precisa entendê-la – e não a complementar com algum
valor individual. Portanto, apegue-se tão somente ao texto, e nunca
extrapole a visão dele.

100
LÍNGUA PORTUGUESA
IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM Ironia dramática (ou satírica)
TEXTOS VARIADOS A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos
literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que
Ironia tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten-
Ironia  é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar
está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado
com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem). pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé-
A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex- dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con-
pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo
novo sentido, gerando um efeito de humor. da narrativa.
Exemplo: Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa-
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem-
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos.

Humor
Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare-
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor.
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti-
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor-
rer algo fora do esperado numa situação.
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti-
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico;
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente
acessadas como forma de gerar o riso.
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges.

Exemplo:

Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-


dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).

Ironia verbal
Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
intenção são diferentes.
Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!
ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ-
Ironia de situação NERO EM QUE SE INSCREVE
A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o Compreender um texto trata da análise e decodificação do que
resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja. de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter-
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao
uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li- conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha
vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces- quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que principal. Compreender relações semânticas é uma competência
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
morte. Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
-se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.

101
LÍNGUA PORTUGUESA
Busca de sentidos Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia-
Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a
os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O
apreensão do conteúdo exposto. tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de-
Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um
relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais
citadas ou apresentando novos conceitos. curto.
Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que
espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para
entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não
que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun- é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos
damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas. como horas ou mesmo minutos.

Importância da interpretação Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin-


A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento,
informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter- a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de
pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos imagens.
específicos, aprimora a escrita.
Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa- Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a
tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre- opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto
sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi- que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con-
ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto, vencer o leitor a concordar com ele.
pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes
que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um
sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações.
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apre- Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas
ensão do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não de destaque sobre algum assunto de interesse.
estão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira alea-
tória, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali-
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido, za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos. crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au- os professores a identificar o nível de alfabetização delas.
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas.
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li-
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas. berdade para quem recebe a informação.
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão,
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes. DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO

Diferença entre compreensão e interpretação Fato


A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta- do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode é
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma manei-
leitor tira conclusões subjetivas do texto. ra, através de algum documento, números, vídeo ou registro.
Exemplo de fato:
Gêneros Discursivos A mãe foi viajar.
Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso-
nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou Interpretação
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
romance nós temos uma história central e várias histórias secun- sas, previmos suas consequências.
dárias. Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-
tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso- ças sejam detectáveis.
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações Exemplos de interpretação:
encaminham-se diretamente para um desfecho. A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
tro país.
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
do que com a filha.

102
LÍNGUA PORTUGUESA
Opinião Conclusão: faz uma retomada breve de tudo que foi abordado
A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um e conclui o texto. Esta última parte pode ser feita de várias maneiras
juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação diferentes, é possível deixar o assunto ainda aberto criando uma
que fazemos do fato. pergunta reflexiva, ou concluir o assunto com as suas próprias con-
Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên- clusões a partir das ideias e argumentos do desenvolvimento.
cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação
do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião Outro aspecto que merece especial atenção são  os conecto-
pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais. res. São responsáveis pela coesão do texto e tornam a leitura mais
fluente, visando estabelecer um encadeamento lógico entre as
Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações ideias e servem de ligação entre o parágrafo, ou no interior do perí-
anteriores: odo, e o tópico que o antecede.
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou- Saber usá-los com precisão, tanto no interior da frase, quanto
tro país. Ela tomou uma decisão acertada. ao passar de um enunciado para outro, é uma exigência também
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão para a clareza do texto.
do que com a filha. Ela foi egoísta. Sem os conectores (pronomes relativos, conjunções, advér-
bios, preposições, palavras denotativas) as ideias não fluem, muitas
vezes o pensamento não se completa, e o texto torna-se obscuro,
Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião.
sem coerência.
Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên-
Esta estrutura é uma das mais utilizadas em textos argumenta-
cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões
tivos, e por conta disso é mais fácil para os leitores.
positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta- Existem diversas formas de se estruturar cada etapa dessa es-
mos expressando nosso julgamento. trutura de texto, entretanto, apenas segui-la já leva ao pensamento
É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião, mais direto.
principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando
analisamos um texto dissertativo. NÍVEIS DE LINGUAGEM

Exemplo: Definição de linguagem


A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando Linguagem é qualquer meio sistemático de comunicar ideias
com o sofrimento da filha. ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos,
gestuais etc. A linguagem é individual e flexível e varia dependendo
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS da idade, cultura, posição social, profissão etc. A maneira de arti-
Uma boa redação é dividida em ideias relacionadas entre si cular as palavras, organizá-las na frase, no texto, determina nossa
ajustadas a uma ideia central que norteia todo o pensamento do linguagem, nosso estilo (forma de expressão pessoal).
texto. Um dos maiores problemas nas redações é estruturar as As inovações linguísticas, criadas pelo falante, provocam, com
ideias para fazer com que o leitor entenda o que foi dito no texto. o decorrer do tempo, mudanças na estrutura da língua, que só as
Fazer uma estrutura no texto para poder guiar o seu pensamento incorpora muito lentamente, depois de aceitas por todo o grupo
e o do leitor. social. Muitas novidades criadas na linguagem não vingam na língua
Parágrafo e caem em desuso.
O parágrafo organizado em torno de uma ideia-núcleo, que é
desenvolvida por ideias secundárias. O parágrafo pode ser forma- Língua escrita e língua falada
do por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto A língua escrita não é a simples reprodução gráfica da língua
dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar todos rela- falada, por que os sinais gráficos não conseguem registrar grande
cionados com a tese ou ideia principal do texto, geralmente apre- parte dos elementos da fala, como o timbre da voz, a entonação, e
sentada na introdução. ainda os gestos e a expressão facial. Na realidade a língua falada é
mais descontraída, espontânea e informal, porque se manifesta na
conversação diária, na sensibilidade e na liberdade de expressão
Embora existam diferentes formas de organização de parágra-
do falante. Nessas situações informais, muitas regras determinadas
fos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros jornalís-
pela língua padrão são quebradas em nome da naturalidade, da li-
ticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em
berdade de expressão e da sensibilidade estilística do falante.
três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundárias (que desenvolvem
a ideia-núcleo) e a conclusão (que reafirma a ideia-básica). Em pa- Linguagem popular e linguagem culta
rágrafos curtos, é raro haver conclusão. Podem valer-se tanto da linguagem popular quanto da lingua-
gem culta. Obviamente a linguagem popular é mais usada na fala,
Introdução: faz uma rápida apresentação do assunto e já traz nas expressões orais cotidianas. Porém, nada impede que ela esteja
uma ideia da sua posição no texto, é normalmente aqui que você presente em poesias (o Movimento Modernista Brasileiro procurou
irá identificar qual o problema do texto, o porque ele está sendo valorizar a linguagem popular), contos, crônicas e romances em que
escrito. Normalmente o tema e o problema são dados pela própria o diálogo é usado para representar a língua falada.
prova.

Desenvolvimento: elabora melhor o tema com argumentos e


ideias que apoiem o seu posicionamento sobre o assunto. É possí-
vel usar argumentos de várias formas, desde dados estatísticos até
citações de pessoas que tenham autoridade no assunto.

103
LÍNGUA PORTUGUESA
Linguagem Popular ou Coloquial Características principais:
Usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase • Os recursos formais mais encontrados são os de valor adje-
sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de vícios de lin- tivo (adjetivo, locução adjetiva e oração adjetiva), por sua função
guagem (solecismo – erros de regência e concordância; barbarismo caracterizadora.
– erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia; pleo- • Há descrição objetiva e subjetiva, normalmente numa enu-
nasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação, meração.
que ressalta o caráter oral e popular da língua. A linguagem popular • A noção temporal é normalmente estática.
está presente nas conversas familiares ou entre amigos, anedotas, • Normalmente usam-se verbos de ligação para abrir a defini-
irradiação de esportes, programas de TV e auditório, novelas, na ção.
expressão dos esta dos emocionais etc. • Normalmente aparece dentro de um texto narrativo.
• Os gêneros descritivos mais comuns são estes: manual, anún-
A Linguagem Culta ou Padrão cio, propaganda, relatórios, biografia, tutorial.
É a ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que
se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas ins- Exemplo:
truídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediên- Era uma casa muito engraçada
cia às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem Não tinha teto, não tinha nada
escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial, Ninguém podia entrar nela, não
mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas, Porque na casa não tinha chão
conferências, sermões, discursos políticos, comunicações científi- Ninguém podia dormir na rede
cas, noticiários de TV, programas culturais etc. Porque na casa não tinha parede
Ninguém podia fazer pipi
Gíria Porque penico não tinha ali
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais como Mas era feita com muito esmero
arma de defesa contra as classes dominantes. Esses grupos utilizam Na rua dos bobos, número zero
a gíria como meio de expressão do cotidiano, para que as mensa- (Vinícius de Moraes)
gens sejam decodificadas apenas por eles mesmos.
Assim a gíria é criada por determinados grupos que divulgam TIPO TEXTUAL INJUNTIVO
o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de A injunção indica como realizar uma ação, aconselha, impõe,
comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os instrui o interlocutor. Chamado também de texto instrucional, o
novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns. A gíria pode tipo de texto injuntivo é utilizado para predizer acontecimentos e
acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vocabulário comportamentos, nas leis jurídicas.
de pequenos grupos ou cair em desuso.
Ex.: “chutar o pau da barraca”, “viajar na maionese”, “galera”, Características principais:
“mina”, “tipo assim”. • Normalmente apresenta frases curtas e objetivas, com ver-
bos de comando, com tom imperativo; há também o uso do futuro
Linguagem vulgar do presente (10 mandamentos bíblicos e leis diversas).
Existe uma linguagem vulgar relacionada aos que têm pouco • Marcas de interlocução: vocativo, verbos e pronomes de 2ª
ou nenhum contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar pessoa ou 1ª pessoa do plural, perguntas reflexivas etc.
há estruturas com “nóis vai, lá”, “eu di um beijo”, “Ponhei sal na
comida”. Exemplo:
Impedidos do Alistamento Eleitoral (art. 5º do Código Eleito-
Linguagem regional ral) – Não podem alistar-se eleitores: os que não saibam exprimir-se
Regionalismos são variações geográficas do uso da língua pa- na língua nacional, e os que estejam privados, temporária ou defi-
drão, quanto às construções gramaticais e empregos de certas pala- nitivamente dos direitos políticos. Os militares são alistáveis, desde
vras e expressões. Há, no Brasil, por exemplo, os falares amazônico, que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou
nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino. suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino su-
Tipos e genêros textuais perior para formação de oficiais.
Os tipos textuais configuram-se como modelos fixos e abran-
gentes que objetivam a distinção e definição da estrutura, bem Tipo textual expositivo
como aspectos linguísticos de narração, dissertação, descrição e A dissertação é o ato de apresentar ideias, desenvolver racio-
explicação. Eles apresentam estrutura definida e tratam da forma cínio, analisar contextos, dados e fatos, por meio de exposição,
como um texto se apresenta e se organiza. Existem cinco tipos clás- discussão, argumentação e defesa do que pensamos. A dissertação
sicos que aparecem em provas: descritivo, injuntivo, expositivo (ou pode ser expositiva ou argumentativa.
dissertativo-expositivo) dissertativo e narrativo. Vejamos alguns A dissertação-expositiva é caracterizada por esclarecer um as-
exemplos e as principais características de cada um deles. sunto de maneira atemporal, com o objetivo de explicá-lo de ma-
neira clara, sem intenção de convencer o leitor ou criar debate.
Tipo textual descritivo
A descrição é uma modalidade de composição textual cujo Características principais:
objetivo é fazer um retrato por escrito (ou não) de um lugar, uma • Apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão.
pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, um objeto, • O objetivo não é persuadir, mas meramente explicar, infor-
um movimento etc. mar.
• Normalmente a marca da dissertação é o verbo no presente.
• Amplia-se a ideia central, mas sem subjetividade ou defesa
de ponto de vista.

104
LÍNGUA PORTUGUESA
• Apresenta linguagem clara e imparcial. • Normalmente, nos concursos públicos, o texto aparece em
prosa, não em verso.
Exemplo:
O texto dissertativo consiste na ampliação, na discussão, no Exemplo:
questionamento, na reflexão, na polemização, no debate, na ex- Solidão
pressão de um ponto de vista, na explicação a respeito de um de- João era solteiro, vivia só e era feliz. Na verdade, a solidão era
terminado tema. o que o tornava assim. Conheceu Maria, também solteira, só e fe-
Existem dois tipos de dissertação bem conhecidos: a disserta- liz. Tão iguais, a afinidade logo se transforma em paixão. Casam-se.
ção expositiva (ou informativa) e a argumentativa (ou opinativa). Dura poucas semanas. Não havia mesmo como dar certo: ao se uni-
Portanto, pode-se dissertar simplesmente explicando um as- rem, um tirou do outro a essência da felicidade.
sunto, imparcialmente, ou discutindo-o, parcialmente. Nelson S. Oliveira
Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/contossurre-
Tipo textual dissertativo-argumentativo ais/4835684
Este tipo de texto — muito frequente nas provas de concur-
sos — apresenta posicionamentos pessoais e exposição de ideias GÊNEROS TEXTUAIS
apresentadas de forma lógica. Com razoável grau de objetividade, Já os gêneros textuais (ou discursivos) são formas diferentes
clareza, respeito pelo registro formal da língua e coerência, seu in- de expressão comunicativa. As muitas formas de elaboração de um
tuito é a defesa de um ponto de vista que convença o interlocutor texto se tornam gêneros, de acordo com a intenção do seu pro-
(leitor ou ouvinte). dutor. Logo, os gêneros apresentam maior diversidade e exercem
funções sociais específicas, próprias do dia a dia. Ademais, são pas-
Características principais: síveis de modificações ao longo do tempo, mesmo que preservan-
• Presença de estrutura básica (introdução, desenvolvimento do características preponderantes. Vejamos, agora, uma tabela que
e conclusão): ideia principal do texto (tese); argumentos (estraté- apresenta alguns gêneros textuais classificados com os tipos textu-
gias argumentativas: causa-efeito, dados estatísticos, testemunho ais que neles predominam.
de autoridade, citações, confronto, comparação, fato, exemplo,
enumeração...); conclusão (síntese dos pontos principais com su- Tipo Textual Predominante Gêneros Textuais
gestão/solução).
• Utiliza verbos na 1ª pessoa (normalmente nas argumentações Descritivo Diário
informais) e na 3ª pessoa do presente do indicativo (normalmente Relatos (viagens, históricos, etc.)
nas argumentações formais) para imprimir uma atemporalidade e Biografia e autobiografia
um caráter de verdade ao que está sendo dito. Notícia
• Privilegiam-se as estruturas impessoais, com certas modali- Currículo
zações discursivas (indicando noções de possibilidade, certeza ou Lista de compras
probabilidade) em vez de juízos de valor ou sentimentos exaltados. Cardápio
• Há um cuidado com a progressão temática, isto é, com o de- Anúncios de classificados
senvolvimento coerente da ideia principal, evitando-se rodeios. Injuntivo Receita culinária
Bula de remédio
Exemplo: Manual de instruções
A maioria dos problemas existentes em um país em desenvol- Regulamento
vimento, como o nosso, podem ser resolvidos com uma eficiente Textos prescritivos
administração política (tese), porque a força governamental certa-
mente se sobrepõe a poderes paralelos, os quais – por negligência Expositivo Seminários
de nossos representantes – vêm aterrorizando as grandes metró- Palestras
poles. Isso ficou claro no confronto entre a força militar do RJ e os Conferências
traficantes, o que comprovou uma verdade simples: se for do desejo Entrevistas
dos políticos uma mudança radical visando o bem-estar da popula- Trabalhos acadêmicos
ção, isso é plenamente possível (estratégia argumentativa: fato- Enciclopédia
-exemplo). É importante salientar, portanto, que não devemos ficar Verbetes de dicionários
de mãos atadas à espera de uma atitude do governo só quando o Dissertativo-argumentativo Editorial Jornalístico
caos se estabelece; o povo tem e sempre terá de colaborar com uma Carta de opinião
cobrança efetiva (conclusão). Resenha
Artigo
Tipo textual narrativo Ensaio
O texto narrativo é uma modalidade textual em que se conta Monografia, dissertação de
um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lu- mestrado e tese de doutorado
gar, envolvendo certos personagens. Toda narração tem um enredo,
Narrativo Romance
personagens, tempo, espaço e narrador (ou foco narrativo).
Novela
Crônica
Características principais:
Contos de Fada
• O tempo verbal predominante é o passado.
Fábula
• Foco narrativo com narrador de 1ª pessoa (participa da his-
Lendas
tória – onipresente) ou de 3ª pessoa (não participa da história –
onisciente).

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LÍNGUA PORTUGUESA
Sintetizando: os tipos textuais são fixos, finitos e tratam da for- As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas
ma como o texto se apresenta. Os gêneros textuais são fluidos, infi- uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a
nitos e mudam de acordo com a demanda social. veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse
acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocu-
INTERTEXTUALIDADE tor a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o
A  intertextualidade  é um recurso realizado entre textos, ou que está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio
seja, é a influência e relação que um estabelece sobre o outro. As- da retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recur-
sim, determina o fenômeno relacionado ao processo de produção sos de linguagem.
de textos que faz referência (explícita ou implícita) aos elementos Para compreender claramente o que é um argumento, é bom
existentes em outro texto, seja a nível de conteúdo, forma ou de voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa
ambos: forma e conteúdo. obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de
Grosso modo, a intertextualidade é o diálogo entre textos, de escolher entre duas ou mais coisas”.
forma que essa relação pode ser estabelecida entre as produções Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e uma des-
textuais que apresentem diversas linguagens (visual, auditiva, escri- vantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos argumentar.
ta), sendo expressa nas artes (literatura, pintura, escultura, música,
Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher entre duas
dança, cinema), propagandas publicitárias, programas televisivos,
coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse caso, pre-
provérbios, charges, dentre outros.
cisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. O argu-
mento pode então ser definido como qualquer recurso que torna
Tipos de Intertextualidade
• Paródia: perversão do texto anterior que aparece geralmen- uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua no
te, em forma de crítica irônica de caráter humorístico. Do grego domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor crer
(parodès), a palavra “paródia” é formada pelos termos “para” (se- que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais pos-
melhante) e “odes” (canto), ou seja, “um canto (poesia) semelhante sível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra.
a outro”. Esse recurso é muito utilizado pelos programas humorís- O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de
ticos. um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o
• Paráfrase: recriação de um texto já existente mantendo a enunciador está propondo.
mesma ideia contida no texto original, entretanto, com a utilização Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação.
de outras palavras. O vocábulo “paráfrase”, do grego (paraphrasis), O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende
significa a “repetição de uma sentença”. demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das pre-
• Epígrafe: recurso bastante utilizado em obras e textos cientí- missas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos postulados
ficos. Consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não dependem de
alguma relação com o que será discutido no texto. Do grego, o ter- crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas apenas do encadea-
mo “epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) mento de premissas e conclusões.
e “graphé” (escrita). Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento:
• Citação: Acréscimo de partes de outras obras numa produção A é igual a B.
textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem expressa A é igual a C.
entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro autor. Então: C é igual a A.
Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação sem re-
lacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o termo Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente,
“citação” (citare) significa convocar. que C é igual a A.
• Alusão: Faz referência aos elementos presentes em outros Outro exemplo:
textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois Todo ruminante é um mamífero.
termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar). A vaca é um ruminante.
• Outras formas de intertextualidade menos discutidas são
Logo, a vaca é um mamífero.
o pastiche, o sample, a tradução e a bricolagem.
Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão
ARGUMENTAÇÃO
também será verdadeira.
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma informa-
ção a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem positiva No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele,
de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, ou inteligente, a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-se
ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz seja admitido como mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais plau-
verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de convencer, ou seja, tem sível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-se mais
o desejo de que o ouvinte creia no que o texto diz e faça o que ele confiável do que os concorrentes porque existe desde a chegada
propõe. da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-nos que um
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo banco com quase dois séculos de existência é sólido e, por isso, con-
texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o fiável. Embora não haja relação necessária entre a solidez de uma
conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir instituição bancária e sua antiguidade, esta tem peso argumentati-
a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo vo na afirmação da confiabilidade de um banco. Portanto é provável
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de que se creia que um banco mais antigo seja mais confiável do que
vista defendidos. outro fundado há dois ou três anos.
Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer as
pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante enten-
der bem como eles funcionam.

106
LÍNGUA PORTUGUESA
Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso Então: C é igual a B.
acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o auditó-
rio, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais fácil quanto Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente,
mais os argumentos estiverem de acordo com suas crenças, suas que C é igual a A.
expectativas, seus valores. Não se pode convencer um auditório Outro exemplo:
pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas que ele abomi- Todo ruminante é um mamífero.
na. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas que ele considera A vaca é um ruminante.
positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem com frequência Logo, a vaca é um mamífero.
associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos Estados Unidos,
essa associação certamente não surtiria efeito, porque lá o futebol Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão
não é valorizado da mesma forma que no Brasil. O poder persuasivo também será verdadeira.
de um argumento está vinculado ao que é valorizado ou desvalori- No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele,
zado numa dada cultura. a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-se
mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais plau-
ARGUMENTAÇÃO sível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-se mais
confiável do que os concorrentes porque existe desde a chegada
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma informa- da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-nos que um
ção a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem positiva banco com quase dois séculos de existência é sólido e, por isso, con-
de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, ou inteligente, fiável. Embora não haja relação necessária entre a solidez de uma
ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz seja admitido como instituição bancária e sua antiguidade, esta tem peso argumentati-
verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de convencer, ou seja, tem vo na afirmação da confiabilidade de um banco. Portanto é provável
o desejo de que o ouvinte creia no que o texto diz e faça o que ele que se creia que um banco mais antigo seja mais confiável do que
propõe. outro fundado há dois ou três anos.
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer as
conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante enten-
a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo der bem como eles funcionam.
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
vista defendidos.
acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o auditó-
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas
rio, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais fácil quanto
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a
mais os argumentos estiverem de acordo com suas crenças, suas
veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse
expectativas, seus valores. Não se pode convencer um auditório
acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocu-
pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas que ele abomi-
tor a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o
na. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas que ele considera
que está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio
positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem com frequência
da retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recur-
associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos Estados Unidos,
sos de linguagem.
Para compreender claramente o que é um argumento, é bom essa associação certamente não surtiria efeito, porque lá o futebol
voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa não é valorizado da mesma forma que no Brasil. O poder persuasivo
obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de de um argumento está vinculado ao que é valorizado ou desvalori-
escolher entre duas ou mais coisas”. zado numa dada cultura.
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e uma des-
vantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos argumentar. Tipos de Argumento
Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher entre duas Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado a fa-
coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse caso, pre- zer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um argu-
cisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. O argu- mento. Exemplo:
mento pode então ser definido como qualquer recurso que torna
uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua no Argumento de Autoridade
domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor crer É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas
que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais pos- pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber, para
sível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra. servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse recur-
O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de so produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do produtor
um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao texto a
enunciador está propondo. garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do texto
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação. um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e ver-
O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende dadeira. Exemplo:
demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das pre- “A imaginação é mais importante do que o conhecimento.”
missas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos postulados
admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não dependem de Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para
crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas apenas do encadea- ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há conhe-
mento de premissas e conclusões. cimento. Nunca o inverso.
Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento: Alex José Periscinoto.
A é igual a B. In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2
A é igual a C.

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LÍNGUA PORTUGUESA
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais impor- Argumento do Atributo
tante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir a ela, É aquele que considera melhor o que tem propriedades típi-
o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. Se cas daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais
um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o
acreditar que é verdade. que é mais grosseiro, etc.
Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência, ce-
Argumento de Quantidade lebridades recomendando prédios residenciais, produtos de beleza,
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior nú- alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o consumidor
mero de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior tende a associar o produto anunciado com atributos da celebrida-
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento de.
desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz Uma variante do argumento de atributo é o argumento da
largo uso do argumento de quantidade. competência linguística. A utilização da variante culta e formal da
língua que o produtor do texto conhece a norma linguística social-
Argumento do Consenso mente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um texto
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o modo de
em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como dizer dá confiabilidade ao que se diz.
verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que o Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de saúde
objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia de de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas manei-
que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao indiscu- ras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais ade-
tível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que não quada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria certa
desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, as estranheza e não criaria uma imagem de competência do médico:
afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de que - Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em
as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. Ao conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve
confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos argu- por bem determinar o internamento do governador pelo período
mentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as frases de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001.
carentes de qualquer base científica. - Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque al-
guns deles são barrapesada, a gente botou o governador no hospi-
Argumento de Existência tal por três dias.
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar
aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas Como dissemos antes, todo texto tem uma função argumen-
provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o ar- tativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério, para ser
gumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na mão ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de comunicação
do que dois voando”. deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que pretenda ser, um
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais texto tem sempre uma orientação argumentativa.
(fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas concre- A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante
tas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. Durante traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um
a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o exérci- homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo
to americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. Essa ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia ser O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto
vista como propagandística. No entanto, quando documentada pela dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos episó-
comparação do número de canhões, de carros de combate, de na- dios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e não
vios, etc., ganhava credibilidade. outras, etc. Veja:
“O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras troca-
Argumento quase lógico vam abraços afetuosos.”
É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa
e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios são O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras
chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios lógi- e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse
cos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias entre os fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até,
elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, plausí- que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada.
veis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a C”, “en- Além dos defeitos de argumentação mencionados quando tra-
tão A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade lógica. tamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros:
Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu amigo” - Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão am-
não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade provável. plo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu contrá-
Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente rio. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente, pode ser
aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que con- usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras podem ter valor
correm para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir do positivo (paz, justiça, honestidade, democracia) ou vir carregadas
tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se de valor negativo (autoritarismo, degradação do meio ambiente,
fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais injustiça, corrupção).
com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações - Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por
indevidas. um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são
ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir
o argumento.

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LÍNGUA PORTUGUESA
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do con- - contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os
texto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresenta-
atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por ria contra a argumentação proposta;
exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite - refutação: argumentos e razões contra a argumentação opos-
que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido, ta.
uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir
outros à sua dependência política e econômica”. A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto, ar-
gumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões
A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situa- válidas, como se procede no método dialético. O método dialético
ção concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvi- não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas.
dos na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação, Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo de
o assunto, etc). sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno em ques-
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com mani- tão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade.
festações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo men- Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou o mé-
tir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas feitas todo de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que parte do
(como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é evidente,
simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência são a mes-
afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, em seu texto,
ma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a conclusões
sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o enunciador deve
verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em partes, co-
construir um texto que revele isso. Em outros termos, essas quali-
meçando-se pelas proposições mais simples até alcançar, por meio
dades não se prometem, manifestam-se na ação.
A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio cartesiana,
verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a é fundamental determinar o problema, dividi-lo em partes, ordenar
que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz. os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os seus elementos
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um e determinar o lugar de cada um no conjunto da dedução.
ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a
a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir. Ar- argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro
gumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações para che- regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma
gar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é um processo série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca
de convencimento, por meio da argumentação, no qual procura-se da verdade:
convencer os outros, de modo a influenciar seu pensamento e seu - evidência;
comportamento. - divisão ou análise;
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão váli- - ordem ou dedução;
da, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia ou pro- - enumeração.
posição, e o interlocutor pode questionar cada passo do raciocínio
empregado na argumentação. A persuasão não válida apoia-se em A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão
argumentos subjetivos, apelos subliminares, chantagens sentimen- e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o
tais, com o emprego de “apelações”, como a inflexão de voz, a mí- encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo.
mica e até o choro. A forma de argumentação mais empregada na redação acadê-
Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades, mica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas, que
expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a fa- contém três proposições: duas premissas, maior e menor, e a con-
vor e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresen- clusão. As três proposições são encadeadas de tal forma, que a con-
ta dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos clusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A premissa
dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois alguns não
“tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na disserta- caracteriza a universalidade.
ção, ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse
Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução (silo-
ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão, de-
gística), que parte do geral para o particular, e a indução, que vai do
bate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento, a
particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo é o
possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade
silogismo. A dedução é o caminho das consequências, baseia-se em
de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar
um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos fun- uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva à
damentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de vista. conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais, de
Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude argu- verdades universais, pode-se chegar à previsão ou determinação de
mentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de dis- fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa para
curso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia. o efeito. Exemplo:
Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições,
é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal)
seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas ve- Fulano é homem (premissa menor = particular)
zes, a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre, Logo, Fulano é mortal (conclusão)
essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício para
aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em desenvol- A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseia-
ver as seguintes habilidades: se em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse
- argumentação: anotar todos os argumentos a favor de uma caso, as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, par-
ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição total- te de fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconheci-
mente contrária; dos. O percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo:

109
LÍNGUA PORTUGUESA
O calor dilata o ferro (particular) todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combina-
O calor dilata o bronze (particular) das, seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então,
O calor dilata o cobre (particular) o relógio estaria reconstruído.
O ferro, o bronze, o cobre são metais Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo por
Logo, o calor dilata metais (geral, universal) meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num con-
junto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a análise,
Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma decompo-
e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas sição organizada, é preciso saber como dividir o todo em partes. As
também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos fatos, operações que se realizam na análise e na síntese podem ser assim
pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma conclu- relacionadas:
são falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição inexata, Análise: penetrar, decompor, separar, dividir.
uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa analogia são Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir.
algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe má fé, intenção
deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o sofisma não tem A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias
essas intenções propositais, costuma-se chamar esse processo de a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação
argumentação de paralogismo. Encontra-se um exemplo simples de de abordagens possíveis. A síntese também é importante na esco-
sofisma no seguinte diálogo: lha dos elementos que farão parte do texto.
- Você concorda que possui uma coisa que não perdeu? Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou in-
- Lógico, concordo. formal. A análise formal pode ser científica ou experimental; é ca-
- Você perdeu um brilhante de 40 quilates? racterística das ciências matemáticas, físico-naturais e experimen-
- Claro que não! tais. A análise informal é racional ou total, consiste em “discernir”
- Então você possui um brilhante de 40 quilates... por vários atos distintos da atenção os elementos constitutivos de
um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou fenômeno.
A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabe-
Exemplos de sofismas:
lece as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as
partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se
Dedução
confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos:
Todo professor tem um diploma (geral, universal)
análise é decomposição e classificação é hierarquisação.
Fulano tem um diploma (particular)
Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenôme-
Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa)
nos por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a
classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou me-
Indução nos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores são
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. (parti- empregados de modo mais ou menos convencional. A classificação,
cular) no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens, gêneros e
Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular) espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas caracterís-
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades. ticas comuns e diferenciadoras. A classificação dos variados itens
Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral integrantes de uma lista mais ou menos caótica é artificial.
– conclusão falsa)
Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão,
Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio,
pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são pro- sabiá, torradeira.
fessores; nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Reden- Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá.
tor. Comete-se erro quando se faz generalizações apressadas ou Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo.
infundadas. A “simples inspeção” é a ausência de análise ou análise Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira.
superficial dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, base- Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus.
ados nos sentimentos não ditados pela razão.
Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não fundamen- Os elementos desta lista foram classificados por ordem alfabé-
tais, que contribuem para a descoberta ou comprovação da verda- tica e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer critérios de
de: análise, síntese, classificação e definição. Além desses, existem classificação das ideias e argumentos, pela ordem de importância, é
outros métodos particulares de algumas ciências, que adaptam os uma habilidade indispensável para elaborar o desenvolvimento de
processos de dedução e indução à natureza de uma realidade par- uma redação. Tanto faz que a ordem seja crescente, do fato mais
ticular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu método próprio importante para o menos importante, ou decrescente, primeiro
demonstrativo, comparativo, histórico etc. A análise, a síntese, a o menos importante e, no final, o impacto do mais importante; é
classificação a definição são chamadas métodos sistemáticos, por- indispensável que haja uma lógica na classificação. A elaboração
que pela organização e ordenação das ideias visam sistematizar a do plano compreende a classificação das partes e subdivisões, ou
pesquisa. seja, os elementos do plano devem obedecer a uma hierarquização.
Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados; (Garcia, 1973, p. 302304.)
a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para o Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na in-
todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma de- trodução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para expres-
pende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto a sar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara e racio-
síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém, nalmente as posições assumidas e os argumentos que as justificam.
que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém É muito importante deixar claro o campo da discussão e a posição
reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também os pontos
o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria de vista sobre ele.

110
LÍNGUA PORTUGUESA
A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da lingua- A força do texto dissertativo está em sua fundamentação. Sem-
gem e consiste na enumeração das qualidades próprias de uma pre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira e
ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento conforme a necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada
espécie a que pertence, demonstra: a característica que o diferen- com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional do
cia dos outros elementos dessa mesma espécie. mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma funda-
Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição mentação coerente e adequada.
é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. A Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica clás-
definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às pa- sica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o julgamento
lavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é clara e pode reco-
metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica nhecer-se facilmente seus elementos e suas relações; outras vezes,
tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos: as premissas e as conclusões organizam-se de modo livre, mistu-
- o termo a ser definido; rando-se na estrutura do argumento. Por isso, é preciso aprender a
- o gênero ou espécie; reconhecer os elementos que constituem um argumento: premis-
- a diferença específica. sas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar se tais elementos
são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar se o argumento está
O que distingue o termo definido de outros elementos da mes-
expresso corretamente; se há coerência e adequação entre seus
ma espécie. Exemplo:
elementos, ou se há contradição. Para isso é que se aprende os pro-
cessos de raciocínio por dedução e por indução. Admitindo-se que
Na frase: O homem é um animal racional classifica-se:
raciocinar é relacionar, conclui-se que o argumento é um tipo espe-
cífico de relação entre as premissas e a conclusão.
Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos
argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação:
exemplificação, explicitação, enumeração, comparação.
Elemento especie diferença Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio
a ser definidoespecífica de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns nes-
se tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de maior
É muito comum formular definições de maneira defeituosa, relevância que. Empregam-se também dados estatísticos, acompa-
por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em par- nhados de expressões: considerando os dados; conforme os dados
tes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando é apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela apresentação de
advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é causas e consequências, usando-se comumente as expressões: por-
forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importan- que, porquanto, pois que, uma vez que, visto que, por causa de, em
te é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973, virtude de, em vista de, por motivo de.
p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”. Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é expli-
Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos: car ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpreta-
que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está ção. Na explicitação por definição, empregamse expressões como:
realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta quer dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista,
ou instalação”; ou melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme,
- o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no
exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela
para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade; interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece,
- deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade, assim, desse ponto de vista.
definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”; Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui
elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração
definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem”
de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são
não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem);
frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes, de-
pois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente, de-
- deve ser breve (contida num só período). Quando a definição,
ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos pois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente,
ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição expan- respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de
dida;d espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí,
- deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) + além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no
cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as interior, nas grandes cidades, no sul, no leste...
diferenças). Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras de
se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar uma
As definições dos dicionários de língua são feitas por meio de ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da mesma
paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística que forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente. Para esta-
consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a pala- belecer contraste, empregam-se as expressões: mais que, menos
vra e seus significados. que, melhor que, pior que.
Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar
o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se:

111
LÍNGUA PORTUGUESA
Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução
reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma afir- tecnológica
mação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a credi- - Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder
bilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais no a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da respos-
corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao fazer ta, justificar, criando um argumento básico;
uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos na li- - Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e
nha de raciocínio que ele considera mais adequada para explicar ou construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação
justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento tem mais que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la
caráter confirmatório que comprobatório. (rever tipos de argumentação);
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam expli- - Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias
cação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido por que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias po-
consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural. Nesse dem ser listadas livremente ou organizadas como causa e consequ-
caso, incluem-se ência);
- A declaração que expressa uma verdade universal (o homem, - Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o
mortal, aspira à imortalidade); argumento básico;
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos postula- - Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que
dos e axiomas);
poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se em
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de nature-
argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do argu-
za subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria razão
mento básico;
desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto não se
- Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma se-
discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda que
parece absurdo). quência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo às
partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou
Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de menos a seguinte:
um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados con-
cretos, estatísticos ou documentais. Introdução
Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação se - função social da ciência e da tecnologia;
realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica: cau- - definições de ciência e tecnologia;
sa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência. - indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações,
julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opini- Desenvolvimento
ões pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprovada, - apresentação de aspectos positivos e negativos do desenvol-
e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que ex- vimento tecnológico;
presse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na - como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as
evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade condições de vida no mundo atual;
dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra- - a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecnologica-
-argumentação ou refutação. São vários os processos de contra-ar- mente desenvolvida e a dependência tecnológica dos países sub-
gumentação: desenvolvidos;
Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação demonstran- - enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social;
do o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a contraargu- - comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do pas-
mentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o cordeiro”; sado; apontar semelhanças e diferenças;
Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses - analisar as condições atuais de vida nos grandes centros ur-
para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga ver- banos;
dadeira; - como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar
Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento à opi- mais a sociedade.
nião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a universali-
dade da afirmação;
Conclusão
Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade: consis-
- a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/consequ-
te em refutar um argumento empregando os testemunhos de auto-
ências maléficas;
ridade que contrariam a afirmação apresentada;
Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em de- - síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos
sautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador baseou-se apresentados.
em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou inconsequentes.
Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por meio de dados Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de reda-
estatísticos, que “o controle demográfico produz o desenvolvimen- ção: é um dos possíveis.
to”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois baseia-se em Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece
uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada. Para contra- entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na
argumentar, propõese uma relação inversa: “o desenvolvimento é criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualida-
que gera o controle demográfico”. de como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já exis-
Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para tente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções
desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas ao diferentes que dependem muito dos textos/contextos em que ela
desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em segui- é inserida.
da, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados para a O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento,
elaboração de um Plano de Redação. não se restringindo única e exclusivamente a textos literários.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume A Citação é o Acréscimo de partes de outras obras numa pro-
a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a dução textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem ex-
cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura, pressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro
escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação
textos caracterizada por um citar o outro. sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o
A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando um termo “citação” (citare) significa convocar.
texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira, se
utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos – a A Alusão faz referência aos elementos presentes em outros
fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero ou textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois
de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos di- termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).
ferentes. Assim, como você constatou, uma história em quadrinhos
pode utilizar algo de um texto científico, assim como um poema Pastiche é uma recorrência a um gênero.
pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de opinião pode
mencionar um provérbio conhecido. A Tradução está no campo da intertextualidade porque implica
Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com a recriação de um texto.
outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com ou-
tras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao to- Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao “conheci-
má-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao ironi- mento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou seja, comum ao
zá-lo ou ao compará-lo com outros. produtor e ao receptor de textos.
Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum A intertextualidade pressupõe um universo cultural muito am-
grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos, de- plo e complexo, pois implica a identificação / o reconhecimento de
senhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos expres- remissões a obras ou a textos / trechos mais, ou menos conhecidos,
samos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que já foram além de exigir do interlocutor a capacidade de interpretar a função
formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los ou mesmo con- daquela citação ou alusão em questão.
tradizê-los. Em outras palavras, não há textos absolutamente origi-
nais, pois eles sempre – de maneira explícita ou implícita – mantêm Intertextualidade explícita e intertextualidade implícita
alguma relação com algo que foi visto, ouvido ou lido. A intertextualidade pode ser caracterizada como explícita ou
implícita, de acordo com a relação estabelecida com o texto fonte,
Tipos de Intertextualidade ou seja, se mais direta ou se mais subentendida.
A intertextualidade acontece quando há uma referência ex-
plícita ou implícita de um texto em outro. Também pode ocorrer A intertextualidade explícita:
com outras formas além do texto, música, pintura, filme, novela etc. – é facilmente identificada pelos leitores;
Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a intertextuali- – estabelece uma relação direta com o texto fonte;
dade. – apresenta elementos que identificam o texto fonte;
Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo, – não exige que haja dedução por parte do leitor;
um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um diá- – apenas apela à compreensão do conteúdos.
logo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando as
mesmas ideias da obra citada ou contestando-as. A intertextualidade implícita:
– não é facilmente identificada pelos leitores;
Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do texto – não estabelece uma relação direta com o texto fonte;
é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar, rea- – não apresenta elementos que identificam o texto fonte;
firmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer com – exige que haja dedução, inferência, atenção e análise por par-
outras palavras o que já foi dito. te dos leitores;
A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros tex- – exige que os leitores recorram a conhecimentos prévios para
tos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso é objeto a compreensão do conteúdo.
de interesse para os estudiosos da língua e das artes. Ocorre, aqui,
um choque de interpretação, a voz do texto original é retomada PONTO DE VISTA
para transformar seu sentido, leva o leitor a uma reflexão crítica O modo como o autor narra suas histórias provoca diferentes
de suas verdades incontestadas anteriormente, com esse proces- sentidos ao leitor em relação à uma obra. Existem três pontos de
so há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos e uma busca vista diferentes. É considerado o elemento da narração que com-
pela verdade real, concebida através do raciocínio e da crítica. Os preende a perspectiva através da qual se conta a história. Trata-se
programas humorísticos fazem uso contínuo dessa arte, frequente- da posição da qual o narrador articula a narrativa. Apesar de existir
mente os discursos de políticos são abordados de maneira cômica diferentes possibilidades de Ponto de Vista em uma narrativa, con-
e contestadora, provocando risos e também reflexão a respeito da sidera-se dois pontos de vista como fundamentais: O narrador-ob-
demagogia praticada pela classe dominante. servador e o narrador-personagem.
A Epígrafe é um recurso bastante utilizado em obras, textos
científicos, desde artigos, resenhas, monografias, uma vez que con- Primeira pessoa
siste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha alguma re- Um personagem narra a história a partir de seu próprio ponto
lação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo “epígra- de vista, ou seja, o escritor usa a primeira pessoa. Nesse caso, lemos
fhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) e “graphé” o livro com a sensação de termos a visão do personagem poden-
(escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre Patrimônio do também saber quais são seus pensamentos, o que causa uma
Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.): “A leitura mais íntima. Da mesma maneira que acontece nas nossas
cultura é o melhor conforto para a velhice”. vidas, existem algumas coisas das quais não temos conhecimento e
só descobrimos ao decorrer da história.

113
LÍNGUA PORTUGUESA
Segunda pessoa - relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as partes
O autor costuma falar diretamente com o leitor, como um diá- componentes do texto;
logo. Trata-se de um caso mais raro e faz com que o leitor se sinta - Estabelece relações entre os vocábulos no interior das frases.
quase como outro personagem que participa da história.
Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece
Terceira pessoa entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na
Coloca o leitor numa posição externa, como se apenas obser- criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualida-
vasse a ação acontecer. Os diálogos não são como na narrativa em de como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já exis-
primeira pessoa, já que nesse caso o autor relata as frases como al- tente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções
guém que estivesse apenas contando o que cada personagem disse. diferentes que dependem muito dos textos/contextos em que ela
é inserida.
Sendo assim, o autor deve definir se sua narrativa será transmi- O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento,
tida ao leitor por um ou vários personagens. Se a história é contada não se restringindo única e exclusivamente a textos literários.
por mais de um ser fictício, a transição do ponto de vista de um para Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume
outro deve ser bem clara, para que quem estiver acompanhando a a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a
leitura não fique confuso. cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura,
escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois
Coerência
textos caracterizada por um citar o outro.
É uma rede de sintonia entre as partes e o todo de um texto.
A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando um
Conjunto de unidades sistematizadas numa adequada relação se-
texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira, se
mântica, que se manifesta na compatibilidade entre as ideias. (Na
linguagem popular: “dizer coisa com coisa” ou “uma coisa bate com utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos – a
outra”). fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero ou
Coerência é a unidade de sentido resultante da relação que se de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos di-
estabelece entre as partes do texto. Uma ideia ajuda a compreen- ferentes. Assim, como você constatou, uma história em quadrinhos
der a outra, produzindo um sentido global, à luz do qual cada uma pode utilizar algo de um texto científico, assim como um poema
das partes ganha sentido. Coerência é a ligação em conjunto dos pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de opinião pode
elementos formativos de um texto. mencionar um provérbio conhecido.
A coerência não é apenas uma marca textual, mas diz respeito Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com
aos conceitos e às relações semânticas que permitem a união dos outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com ou-
elementos textuais. tras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao to-
A coerência de um texto é facilmente deduzida por um falante má-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao ironi-
de uma língua, quando não encontra sentido lógico entre as propo- zá-lo ou ao compará-lo com outros.
sições de um enunciado oral ou escrito. É a competência linguística, Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum
tomada em sentido lato, que permite a esse falante reconhecer de grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos, de-
imediato a coerência de um discurso. senhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos expres-
samos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que já foram
A coerência: formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los ou mesmo con-
- assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do texto; tradizê-los. Em outras palavras, não há textos absolutamente origi-
- situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão concei- nais, pois eles sempre – de maneira explícita ou implícita – mantêm
tual; alguma relação com algo que foi visto, ouvido ou lido.
- relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o todo, com
o aspecto global do texto; Tipos de Intertextualidade
- estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases. A intertextualidade acontece quando há uma referência ex-
plícita ou implícita de um texto em outro. Também pode ocorrer
Coesão
com outras formas além do texto, música, pintura, filme, novela etc.
É um conjunto de elementos posicionados ao longo do texto,
Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a intertextuali-
numa linha de sequência e com os quais se estabelece um vínculo
dade.
ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo se faz via gramática,
Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo,
fala-se em coesão gramatical. Se se faz por meio do vocabulário,
tem-se a coesão lexical. um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um diá-
A coesão textual é a ligação, a relação, a conexão entre pala- logo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando as
vras, expressões ou frases do texto. Ela manifesta-se por elementos mesmas ideias da obra citada ou contestando-as.
gramaticais, que servem para estabelecer vínculos entre os compo-
nentes do texto. Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do texto
Existem, em Língua Portuguesa, dois tipos de coesão: a lexical, é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar, rea-
que é obtida pelas relações de sinônimos, hiperônimos, nomes ge- firmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer com
néricos e formas elididas, e a gramatical, que é conseguida a partir outras palavras o que já foi dito.
do emprego adequado de artigo, pronome, adjetivo, determinados
advérbios e expressões adverbiais, conjunções e numerais.
A coesão:
- assenta-se no plano gramatical e no nível frasal;
- situa-se na superfície do texto, estabele conexão sequencial;

114
LÍNGUA PORTUGUESA
A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros tex- – exige que haja dedução, inferência, atenção e análise por par-
tos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso é objeto te dos leitores;
de interesse para os estudiosos da língua e das artes. Ocorre, aqui, – exige que os leitores recorram a conhecimentos prévios para
um choque de interpretação, a voz do texto original é retomada a compreensão do conteúdo.
para transformar seu sentido, leva o leitor a uma reflexão crítica
de suas verdades incontestadas anteriormente, com esse proces-
so há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos e uma busca FIGURAS DE LINGUAGEM
pela verdade real, concebida através do raciocínio e da crítica. Os
programas humorísticos fazem uso contínuo dessa arte, frequente-
mente os discursos de políticos são abordados de maneira cômica As figuras de linguagem são recursos especiais usados por
e contestadora, provocando risos e também reflexão a respeito da quem fala ou escreve, para dar à expressão mais força, intensidade
demagogia praticada pela classe dominante. e beleza.
São três tipos:
A Epígrafe é um recurso bastante utilizado em obras, textos Figuras de Palavras (tropos);
científicos, desde artigos, resenhas, monografias, uma vez que con- Figuras de Construção (de sintaxe);
Figuras de Pensamento.
siste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha alguma re-
lação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo “epígra-
Figuras de Palavra
fhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) e “graphé”
(escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre Patrimônio
É a substituição de uma palavra por outra, isto é, no emprego
Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.): “A
figurado, simbólico, seja por uma relação muito próxima (contigui-
cultura é o melhor conforto para a velhice”.
dade), seja por uma associação, uma comparação, uma similarida-
de. São as seguintes as figuras de palavras:
A Citação é o Acréscimo de partes de outras obras numa pro-
dução textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem ex- Metáfora: consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão
pressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro em lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em virtude
autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação da circunstância de que o nosso espírito as associa e depreende
sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o entre elas certas semelhanças. Observe o exemplo:
termo “citação” (citare) significa convocar.
“Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando Pessoa)
A Alusão faz referência aos elementos presentes em outros
textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois Nesse caso, a metáfora é possível na medida em que o poeta
termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar). estabelece relações de semelhança entre um rio subterrâneo e seu
pensamento.
Pastiche é uma recorrência a um gênero.
Comparação: é a comparação entre dois elementos comuns;
A Tradução está no campo da intertextualidade porque implica semelhantes. Normalmente se emprega uma conjunção comparati-
a recriação de um texto. va: como, tal qual, assim como.

Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao “conheci- “Sejamos simples e calmos


mento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou seja, comum ao Como os regatos e as árvores”
produtor e ao receptor de textos. Fernando Pessoa
A intertextualidade pressupõe um universo cultural muito am-
plo e complexo, pois implica a identificação / o reconhecimento de Metonímia: consiste em empregar um termo no lugar de ou-
remissões a obras ou a textos / trechos mais, ou menos conhecidos, tro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de sentido.
além de exigir do interlocutor a capacidade de interpretar a função Observe os exemplos abaixo:
daquela citação ou alusão em questão.
-autor ou criador pela obra. Exemplo: Gosto de ler Machado de
Intertextualidade explícita e intertextualidade implícita Assis. (Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis.)
A intertextualidade pode ser caracterizada como explícita ou
implícita, de acordo com a relação estabelecida com o texto fonte, -efeito pela causa e vice-versa. Exemplo: Vivo do meu trabalho.
ou seja, se mais direta ou se mais subentendida. (o trabalho é causa e está no lugar do efeito ou resultado).

A intertextualidade explícita: - continente pelo conteúdo. Exemplo: Ela comeu uma caixa de
– é facilmente identificada pelos leitores; bombons. (a palavra caixa, que designa o continente ou aquilo que
– estabelece uma relação direta com o texto fonte; contém, está sendo usada no lugar da palavra bombons).
– apresenta elementos que identificam o texto fonte;
– não exige que haja dedução por parte do leitor; -abstrato pelo concreto e vice-versa. Exemplos: A gravidez deve
– apenas apela à compreensão do conteúdos. ser tranquila. (o abstrato gravidez está no lugar do concreto, ou
seja, mulheres grávidas).
A intertextualidade implícita:
– não é facilmente identificada pelos leitores; - instrumento pela pessoa que o utiliza. Exemplo: Os microfo-
– não estabelece uma relação direta com o texto fonte; nes foram atrás dos jogadores. (Os repórteres foram atrás dos jo-
– não apresenta elementos que identificam o texto fonte; gadores.)

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LÍNGUA PORTUGUESA
- lugar pelo produto. Exemplo: Fumei um saboroso havana. Polissíndeto: repetição enfática do conectivo, geralmente o “e”.
(Fumei um saboroso charuto.). Exemplo: Felizes, eles riam, e cantavam, e pulavam, e dançavam.
- símbolo ou sinal pela coisa significada. Exemplo: Não te afas- Inversão ou Hipérbato: alterar a ordem normal dos termos ou
tes da cruz. (Não te afastes da religião.). orações com o fim de lhes dar destaque:
“Justo ela diz que é, mas eu não acho não.” (Carlos Drummond
- a parte pelo todo. Exemplo: Não há teto para os desabrigados. de Andrade)
(a parte teto está no lugar do todo, “o lar”). “Por que brigavam no meu interior esses entes de sonho não
sei.” (Graciliano Ramos)
- indivíduo pela classe ou espécie. Exemplo: O homem foi à Lua. Observação: o termo deseja realçar é colocado, em geral, no
(Alguns astronautas foram à Lua.). início da frase.

- singular pelo plural. Exemplo: A mulher foi chamada para ir às Anacoluto: quebra da estrutura sintática da oração. O tipo mais
ruas. (Todas as mulheres foram chamadas, não apenas uma) comum é aquele em que um termo parece que vai ser o sujeito da
oração, mas a construção se modifica e ele acaba sem função sintá-
- gênero ou a qualidade pela espécie. Exemplo: Os mortais so- tica. Essa figura é usada geralmente para pôr em relevo a ideia que
frem nesse mundo. (Os homens sofrem nesse mundo.) consideramos mais importante, destacando-a do resto. Exemplo:
O Alexandre, as coisas não lhe estão indo muito bem.
- matéria pelo objeto. Exemplo: Ela não tem um níquel. (a ma- A velha hipocrisia, recordo-me dela com vergonha. (Camilo
téria níquel é usada no lugar da coisa fabricada, que é “moeda”). Castelo Branco)

Atenção: Os últimos 5 exemplos podem receber também o Silepse: concordância de gênero, número ou pessoa é feita
nome de Sinédoque. com ideias ou termos subentendidos na frase e não claramente ex-
pressos. A silepse pode ser:
Perífrase: substituição de um nome por uma expressão para - de gênero. Exemplo: Vossa Majestade parece desanimado. (o
facilitar a identificação. Exemplo: A Cidade Maravilhosa (= Rio de adjetivo desanimado concorda não com o pronome de tratamento
Janeiro) continua atraindo visitantes do mundo todo. Vossa Majestade, de forma feminina, mas com a pessoa a quem
esse pronome se refere – pessoa do sexo masculino).
Obs.: quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o nome de
- de número. Exemplo: O pessoal ficou apavorado e saíram cor-
antonomásia.
rendo. (o verbo sair concordou com a ideia de plural que a palavra
Exemplos:
pessoal sugere).
O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida praticando o
- de pessoa. Exemplo: Os brasileiros amamos futebol. (o sujeito
bem.
os brasileiros levaria o verbo na 3ª pessoa do plural, mas a concor-
O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções.
dância foi feita com a 1ª pessoa do plural, indicando que a pessoa
que fala está incluída em os brasileiros).
Sinestesia: Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as
sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. Exemplo:
No silêncio negro do seu quarto, aguardava os acontecimentos. (si- Onomatopeia: Ocorre quando se tentam reproduzir na forma
lêncio = auditivo; negro = visual) de palavras os sons da realidade.
Catacrese: A catacrese costuma ocorrer quando, por falta de Exemplos: Os sinos faziam blem, blem, blem, blem.
um termo específico para designar um conceito, toma-se outro Miau, miau. (Som emitido pelo gato)
“emprestado”. Passamos a empregar algumas palavras fora de seu Tic-tac, tic-tac fazia o relógio da sala de jantar.
sentido original. Exemplos: “asa da xícara”, “maçã do rosto”, “braço
da cadeira” . As onomatopeias, como no exemplo abaixo, podem resultar da
Aliteração (repetição de fonemas nas palavras de uma frase ou de
Figuras de Construção um verso).

Ocorrem quando desejamos atribuir maior expressividade ao “Vozes veladas, veludosas vozes,
significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela maior expres- volúpias dos violões, vozes veladas,
sividade que se dá ao sentido. São as mais importantes figuras de vagam nos velhos vórtices velozes
construção: dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.”
(Cruz e Sousa)
Elipse: consiste na omissão de um termo da frase, o qual, no
entanto, pode ser facilmente identificado. Exemplo: No fim da co- Repetição: repetir palavras ou orações para enfatizar a afirma-
memoração, sobre as mesas, copos e garrafas vazias. (Omissão do ção ou sugerir insistência, progressão:
verbo haver: No fim da festa comemoração, sobre as mesas, copos “E o ronco das águas crescia, crescia, vinha pra dentro da ca-
e garrafas vazias). sona.” (Bernardo Élis)
“O mar foi ficando escuro, escuro, até que a última lâmpada se
Pleonasmo: consiste no emprego de palavras redundantes apagou.” (Inácio de Loyola Brandão)
para reforçar uma ideia. Exemplo: Ele vive uma vida feliz.
Deve-se evitar os pleonasmos viciosos, que não têm valor de Zeugma: omissão de um ou mais termos anteriormente enun-
reforço, sendo antes fruto do desconhecimento do sentido das pa- ciados. Exemplo: Ele gosta de geografia; eu, de português. (na se-
lavras, como por exemplo, as construções “subir para cima”, “entrar gunda oração, faltou o verbo “gostar” = Ele gosta de geografia; eu
para dentro”, etc. gosto de português.).

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LÍNGUA PORTUGUESA
Assíndeto: quando certas orações ou palavras, que poderiam Retificação: consiste em retificar uma afirmação anterior.
se ligar por um conectivo, vêm apenas justapostas. Exemplo: Vim, Exemplos: O médico, aliás, uma médica muito gentil não sabia qual
vi, venci. seria o procedimento.
Anáfora: repetição de uma palavra ou de um segmento do
texto com o objetivo de enfatizar uma ideia. É uma figura de cons- SIGNIFICAÇÃO DE PALAVRAS E EXPRESSÕES. RELA-
trução muito usada em poesia. Exemplo: Este amor que tudo nos ÇÕES DE SINONÍMIA E DE ANTONÍMIA
toma, este amor que tudo nos dá, este amor que Deus nos inspira,
e que um dia nos há de salvar
Significação de palavras
Paranomásia: palavras com sons semelhantes, mas de signi- As palavras podem ter diversos sentidos em uma comunicação.
ficados diferentes, vulgarmente chamada de trocadilho. Exemplo: E isso também é estudado pela Gramática Normativa: quem cuida
Comemos fora todos os dias! A gente até dispensa a despensa. dessa parte é a Semântica, que se preocupa, justamente, com os
significados das palavras. Veremos, então, cada um dos conteúdos
Neologismo: criação de novas palavras. Exemplo: Estou a fim que compõem este estudo.
do João. (estou interessado). Vou fazer um bico. (trabalho tempo-
rário). Antônimo e Sinônimo
Começaremos por esses dois, que já são famosos.
Figuras de Pensamento
O Antônimo são palavras que têm sentidos opostos a outras.
Utilizadas para produzir maior expressividade à comunicação, Por exemplo, felicidade é o antônimo de tristeza, porque o signi-
as figuras de pensamento trabalham com a combinação de ideias, ficado de uma é o oposto da outra. Da mesma forma ocorre com
pensamentos. homem que é antônimo de mulher.
Antítese: Corresponde à aproximação de palavras contrárias, Já o sinônimo são palavras que têm sentidos aproximados e
que têm sentidos opostos. Exemplo: O ódio e o amor andam de
que podem, inclusive, substituir a outra. O uso de sinônimos é mui-
mãos dadas.
to importante para produções textuais, porque evita que você fi-
Apóstrofe: interrupção do texto para se chamar a atenção de
que repetindo a mesma palavra várias vezes. Utilizando os mesmos
alguém ou de coisas personificadas. Sintaticamente, a apóstrofe
exemplos, para ficar claro: felicidade é sinônimo de alegria/conten-
corresponde ao vocativo. Exemplo: Tende piedade, Senhor, de to-
tamento e homem é sinônimo de macho/varão.
das as mulheres.
Hipônimos e Hiperônimos
Eufemismo: Atenua o sentido das palavras, suavizando as ex-
Estes conceitos são simples de entender: o hipônimo designa
pressões do discurso Exemplo: Ele foi para o céu. (Neste caso, a ex-
pressão “para a céu”, ameniza o discurso real: ele morreu.) uma palavra de sentido mais específico, enquanto que o hiperôni-
mo designa uma palavra de sentido mais genérico. Por exemplo, ca-
Gradação: os termos da frase são fruto de hierarquia (ordem chorro e gato são hipônimos, pois têm sentido específico. E animais
crescente ou decrescente). Exemplo: As pessoas chegaram à festa, domésticos é uma expressão hiperônima, pois indica um sentido
sentaram, comeram e dançaram. mais genérico de animais. Atenção: não confunda hiperônimo com
substantivo coletivo. Hiperônimos estão no ramo dos sentidos das
Hipérbole: baseada no exagero intencional do locutor, isto é, palavras, beleza?!?!
expressa uma ideia de forma exagerada.
Exemplo: Liguei para ele milhões de vezes essa tarde. (Ligou Outros conceitos que agem diretamente no sentido das pala-
várias vezes, mas não literalmente 1 milhão de vezes ou mais). vras são os seguintes:

Ironia: é o emprego de palavras que, na frase, têm o sentido Conotação e Denotação


oposto ao que querem dizer. É usada geralmente com sentido sar- Observe as frases:
cástico. Exemplo: Quem foi o inteligente que usou o computador e Amo pepino na salada.
apagou o que estava gravado? Tenho um pepino para resolver.

Paradoxo: Diferente da antítese, que opõem palavras, o pa- As duas frases têm uma palavra em comum: pepino. Mas essa
radoxo corresponde ao uso de ideias contrárias, aparentemente palavra tem o mesmo sentido nos dois enunciados? Isso mesmo,
absurdas. Exemplo: Esse amor me mata e dá vida. (Neste caso, o não!
mesmo amor traz alegrias (vida) e tristeza (mata) para a pessoa.) Na primeira frase, pepino está no sentido denotativo, ou seja,
Personificação ou Prosopopéia ou Animismo: atribuição de a palavra está sendo usada no sentido próprio, comum, dicionari-
ações, sentimentos ou qualidades humanas a objetos, seres irracio- zado.
nais ou outras coisas inanimadas. Exemplo: O vento suspirou essa Já na segunda frase, a mesma palavra está no sentindo cono-
manhã. (Nesta frase sabemos que o vento é algo inanimado que tativo, pois ela está sendo usada no sentido figurado e depende do
não suspira, sendo esta uma “qualidade humana”.) contexto para ser entendida.
Para facilitar: denotativo começa com D de dicionário e cono-
Reticência: suspender o pensamento, deixando-o meio velado. tativo começa com C de contexto.
Exemplo:
“De todas, porém, a que me cativou logo foi uma... uma... não Por fim, vamos tratar de um recurso muito usado em propa-
sei se digo.” (Machado de Assis) gandas:

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LÍNGUA PORTUGUESA
Ambiguidade
Observe a propaganda abaixo:

https://redacaonocafe.wordpress.com/2012/05/22/ambiguidade-na-propaganda/

Perceba que há uma duplicidade de sentido nesta construção. Podemos interpretar que os móveis não durarão no estoque da loja, por
estarem com preço baixo; ou que por estarem muito barato, não têm qualidade e, por isso, terão vida útil curta.
Essa duplicidade acontece por causa da ambiguidade, que é justamente a duplicidade de sentidos que podem haver em uma palavra,
frase ou textos inteiros.

ORTOGRAFIA

ORTOGRAFIA OFICIAL
• Mudanças no alfabeto: O alfabeto tem 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y.
O alfabeto completo é o seguinte: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z
• Trema: Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, gui,
que, qui.

Regras de acentuação
– Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba)

Como era Como fica


alcatéia alcateia
apóia apoia
apóio apoio

Atenção: essa regra só vale para as paroxítonas. As oxítonas continuam com acento: Ex.: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.

– Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos quando vierem depois de um ditongo.

Como era Como fica


baiúca baiuca
bocaiúva bocaiuva

Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exemplos: tuiuiú,
tuiuiús, Piauí.

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LÍNGUA PORTUGUESA
– Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem Acentuação é o modo de proferir um som ou grupo de sons
e ôo(s). com mais relevo do que outros. Os sinais diacríticos servem para
indicar, dentre outros aspectos, a pronúncia correta das palavras.
Vejamos um por um:
Como era Como fica
abençôo abençoo Acento agudo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre
crêem creem aberto.
Já cursei a Faculdade de História.
– Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/ Acento circunflexo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre
para, péla(s)/ pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera. fechado.
Meu avô e meus três tios ainda são vivos.
Atenção: Acento grave: marca o fenômeno da crase (estudaremos este
• Permanece o acento diferencial em pôde/pode. caso afundo mais à frente).
• Permanece o acento diferencial em pôr/por. Sou leal à mulher da minha vida.
• Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural
dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, As palavras podem ser:
reter, conter, convir, intervir, advir etc.). – Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última (ca-fé, ma-ra-cu-
• É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as -já, ra-paz, u-ru-bu...)
palavras forma/fôrma. – Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima (me-sa,
sa-bo-ne-te, ré-gua...)
Uso de hífen – Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima
Regra básica: (sá-ba-do, tô-ni-ca, his-tó-ri-co…)
Sempre se usa o hífen diante de h: anti-higiênico, super-ho-
mem. As regras de acentuação das palavras são simples. Vejamos:
• São acentuadas todas as palavras proparoxítonas (médico,
Outros casos íamos, Ângela, sânscrito, fôssemos...)
1. Prefixo terminado em vogal: • São acentuadas as palavras paroxítonas terminadas em L, N,
– Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo. R, X, I(S), US, UM, UNS, OS, ÃO(S), Ã(S), EI(S) (amável, elétron, éter,
– Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, fênix, júri, oásis, ônus, fórum, órfão...)
semicírculo. • São acentuadas as palavras oxítonas terminadas em A(S),
– Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras: antirracis- E(S), O(S), EM, ENS, ÉU(S), ÉI(S), ÓI(S) (xarás, convéns, robô, Jô, céu,
mo, antissocial, ultrassom. dói, coronéis...)
– Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-on- • São acentuados os hiatos I e U, quando precedidos de vogais
das. (aí, faísca, baú, juízo, Luísa...)

2. Prefixo terminado em consoante: Viu que não é nenhum bicho de sete cabeças? Agora é só trei-
– Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub- nar e fixar as regras.
-bibliotecário.
– Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, su- DIVISÃO SILÁBICA
persônico.
– Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante. A cada um dos grupos pronunciados de uma determinada pa-
lavra numa só emissão de voz, dá-se o nome de sílaba. Na Língua
Observações: Portuguesa, o núcleo da sílaba é sempre uma vogal, não existe síla-
• Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra ba sem vogal e nunca mais que uma vogal em cada sílaba.
iniciada por r: sub-região, sub-raça. Palavras iniciadas por h perdem Para sabermos o número de sílabas de uma palavra, devemos
essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade. perceber quantas vogais tem essa palavra. Mas preste atenção, pois
• Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de pala- as letras i e u (mais raramente com as letras e e o) podem represen-
vra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano. tar semivogais.
• O prefixo co aglutina-se, em geral, com o segundo elemento,
mesmo quando este se inicia por o: coobrigação, coordenar, coope- Classificação por número de sílabas
rar, cooperação, cooptar, coocupante.
• Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-al- Monossílabas: palavras que possuem uma sílaba.
mirante. Exemplos: ré, pó, mês, faz
• Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam
a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva, Dissílabas: palavras que possuem duas sílabas.
pontapé, paraquedas, paraquedista. Exemplos: ca/sa, la/ço.
• Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró,
usa-se sempre o hífen: ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, Trissílabas: palavras que possuem três sílabas.
recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu. Exemplos: i/da/de, pa/le/ta.

Viu? Tudo muito tranquilo. Certeza que você já está dominando Polissílabas: palavras que possuem quatro ou mais sílabas.
muita coisa. Mas não podemos parar, não é mesmo?!?! Por isso Exemplos: mo/da/li/da/de, ad/mi/rá/vel.
vamos passar para mais um ponto importante. Divisão Silábica

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LÍNGUA PORTUGUESA
- Letras que formam os dígrafos “rr”, “ss”, “sc”, “sç”, “xs”, e “xc” Vejamos uma explicação melhor de cada um:
devem permanecer em sílabas diferentes. Exemplos:
des – cer Por que?
pás – sa – ro... Usamos em perguntas. “Por que” separado e sem acento é usa-
do no começo das frases interrogativas diretas ou indiretas, e pode
- Dígrafos “ch”, “nh”, “lh”, “gu” e “qu” pertencem a uma única ser substituído por: “pela qual” ou suas variações.
sílaba. Exemplos: Trata-se de um advérbio interrogativo formado da união da
chu – va preposição “por” e o pronome relativo “pelo qual”.
quei – jo Exemplos: Por que está tão quieta?
Não sei por que tamanho mau humor.
- Hiatos não devem permanecer na mesma sílaba. Exemplos:
ca – de – a – do Porque?
ju – í – z Usamos em respostas. Escrito junto e sem acento, trata-se de
conjunção subordinativa causal ou coordenativa explicativa, e pode
- Ditongos e tritongos devem pertencer a uma única sílaba. ser substituído por palavras, como “pois”, ou as expressões “para
Exemplos: que” e “uma vez que”.
en – xa – guei
cai – xa Por quê?
Usamos em perguntas no fim das frases. Escreve-se separado e
- Encontros consonantais que ocorrem em sílabas internas não com acento circunflexo, e é usado no final das interrogativas diretas
permanecem juntos, exceto aqueles em que a segunda consoante ou de forma isolada. Antes de um ponto mantém o sentido interro-
é “l” ou “r”. Exemplos: gativo ou exclamativo.
ab – dô – men Exemplos: O portão não foi aberto por quê
flau – ta (permaneceram juntos, pois a segunda letra é repre- Não vai comer mais? Por quê?
sentada pelo “l”)
pra – to (o mesmo ocorre com esse exemplo) Porquê?
- Alguns grupos consonantais iniciam palavras, e não podem Usamos como substantivo, grafado junto e com acento circun-
ser separados. Exemplos: flexo. Seu significado é “motivo” ou “razão”, e aparece nas senten-
peu – mo – ni – a ças precedido de artigo, pronome, adjetivo ou numeral com objeti-
psi – có – lo – ga vo de explicar o motivo dentro da frase.
Exemplo: Não disseram o porquê de tanta tristeza.
Acento Tônico
Quando se pronuncia uma palavra de duas sílabas ou mais, há Mau e Bom
sempre uma sílaba com sonoridade mais forte que as demais. Os Antônimos em questão são adjetivos, ou seja, eles dão ca-
valor - a sílaba lor é a mais forte. racterística a um substantivo, locução ou qualquer palavra substan-
maleiro - a sílaba lei é a mais forte. tivada. Seu significado está ligado à qualidade ou comportamentos,
podendo ser tanto sinônimos de “ruim/ótimo” e “maldoso/bondo-
Classificação por intensidade so”. As palavras podem se flexionar por gênero e nûmero, se tor-
-Tônica: sílaba com mais intensidade. nando “má/boa”, “maus/bons” e “más/boas”. Veja alguns exemplos
- Átona: sílaba com menos intensidade. e entenda melhor o seu uso.
- Subtônica: sílaba de intensidade intermediária. Ele é um mau aluno
Anderson é um bom lutador
Classificação das palavras pela posição da sílaba tônica Essa piada foi de mau gosto
As palavras com duas ou mais sílabas são classificadas de acor- Não sei se você está tendo boas influências
do com a posição da sílaba tônica.
Mal e Bem
- Oxítonos: a sílaba tônica é a última. Exemplos: paletó, Paraná, Essas palavras normalmente são usadas como advérbios, ou
jacaré. seja, elas caracterizam o processo verbal. São advérbios de modo
- Paroxítonos: a sílaba tônica é a penúltima. Exemplos: fácil, ba- e podem ser sinônimos de “incorretamente/corretamente”, “erra-
nana, felizmente. damente/certamente” e “negativamente/positivamente”. Mal tam-
- Proparoxítonos: a sílaba tônica é a antepenúltima. Exemplos: bém pode exercer função de conjunção, ligando dois elementos ou
mínimo, fábula, término. orações com o significado de “assim que”. Outro uso comum para
estas palavras é o de substantivo, podendo significar uma situação
USOS DE “PORQUE”, “POR QUE”, “PORQUÊ”, “POR QUÊ” negativa ou positiva. Veja os exemplos seguidos das funções das
palavras em cada um deles para uma compreensão melhor.
USOS DE “PORQUE”, “POR QUE”, “PORQUÊ”, “POR QUÊ” Maria se comportou mal hoje. – Adverbio
O emprego correto das diferentes formas do “porque” sempre Eles representaram bem a sala. – Adverbio
gera dúvida. Resumidamente, esses são seus usos corretos: Mal começou e já terminou. – Conjunção
Eles são o mal da sociedade. – Substantivo
Perguntas = por que Vocês não sabem o bem que fizeram. – Substantivo.
Respostas = porque
Perguntas no fim das frases = por quê
Substantivo = (o) porquê

120
LÍNGUA PORTUGUESA
MAIS OU MAS - É uma ótima sugestão, mas (no entanto) precisa passar pela
gerência.
Usadas para adição ou adversidade - Prefiro estudar Português a Matemática, mas (contudo) hoje
As palavras mais ou mas têm sons iguais, mas são escritas de tive que estudar Trigonometria.
formas diferentes e cada uma faz parte de uma classificação da - Não peguei engarrafamento, mas (entretanto) chegarei atra-
morfologia. Seus significados no contexto também vão mudar de- sado na escola.
pendendo da palavra usada.
No dia a dia, no discurso informal, é comum ouvir as pessoas Dica esperta para identificar o “mas” na oração: como você
falando “mais” quando, na verdade, querem se referir à expressão pode ver nos exemplos, a palavra “mas” vem sucedendo uma vírgu-
“mas” para dar sentido de oposição à frase. Por isso, é importante la. Esta observação se aplica em muitos casos que geram a dúvida
falar certo para escrever adequadamente. de quando usar “mais ou mas” no texto.
Há formas fáceis e rápidas para entender a diferença de quan-
do usar mais ou mas por meio de substituições de palavras. Elas Além da dica acima, na hora de identificar o uso de mais ou
serão explicadas ao longo do texto. Continue lendo este artigo para mas, atente-se para a possibilidade da palavra “mas” assumir ca-
nunca mais ter dúvidas sobre o uso destas expressões e ter sucesso racterística de substantivo, quando trouxer ideia de defeito, e ad-
na sua prova. vérbio, quando intensificar ou der ênfase à afirmação.

Quando usar Mais Exemplos:


A palavra “mais” tem sentido de adição, soma, comparação ou 1) Como ideia de defeito: Messias é um bom garoto, mas anda
quantidade. É antônima de “menos”. Na dúvida entre mais ou mas, com más influências.
utilize a opção com “i” quando o interlocutor quiser passar a ideia A frase expressa defeito porque embora Messias seja um bom
de numeral. garoto, anda com más influências.
2) Como ênfase: Carlos é ingênuo, mas tão ingênuo, que todo
Exemplos: mundo tira vantagem disso.
- Mais café, por favor! / + café, por favor!
- Seis mais seis é igual a doze. / Seis + seis é igual a doze. A frase passa a ter intensidade quando utilizou-se o termo em
- Quanto mais conhecimento, melhor. / Quanto + conhecimen- negrito.
to, melhor.
- Iolanda é a garota mais alta da turma. / Iolanda é a garota + Observação: a palavra mas não deve ser confundida com más
alta da turma. porque esta palavra quando é acentuada passa a ter equivalência
- Gostaria de mais frutas no café da manhã. / Gostaria de + de plural do adjetivo “má”, que é o oposto de “boa”. Exemplo: “As
frutas no café da manhã. más companhias não renderão um futuro promissor”.

A forma mais comum de usar “mais” é como advérbio de in- Mais ou mas em composições
tensidade, mas existem outras opções. Esta palavra pode receber A seguir, observa-se como as expressões foram usadas na músi-
classificações variadas a depender do contexto da oração. E assumir ca “Mais uma vez”, interpretada por Renato Russo.
a forma de um substantivo, pronome indefinido, advérbio de inten- Mas é claro que o sol
sidade, preposição ou conjunção. Vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei
Como identificar (...)
Para saber quando deverá ser usado “mais” ao invés de “mas”, Tem gente que está do mesmo lado que você
troque pelo antônimo “menos”. Mas deveria estar do lado de lá
Assim: Tem gente que machuca os outros
- Mais café, por favor! / Menos café, por favor! Tem gente que não sabe amar
- Seis mais seis é igual a doze. / Seis menos seis é igual a zero. Tem gente enganando a gente
- Quanto mais conhecimento, melhor. / Quanto menos conhe- Veja nossa vida como está
cimento, pior. Mas eu sei que um dia
- Iolanda é a garota mais alta da turma. / Iolanda é a garota A gente aprende
menos alta da turma. Se você quiser alguém em quem confiar
- Gostaria de mais frutas no café da manhã. / Gostaria de me- Confie em si mesmo
nos frutas no café da manhã. (...)

Quando usar Mas Compositores: Flavio Venturini / Renato Russo


A palavra “mas”, por ser uma conjunção adversativa, é usada Na primeira estrofe, observa-se os termos destacados em ne-
para transmitir ideia de oposição ou adversidade. Ela pode ser subs- grito como exemplos de adversidade ou ressalva e adição respecti-
tituída pelas conjunções porém, todavia, contudo, entretanto, no vamente. Já na segunda, tem-se duas ideias de adversidade.
entanto e não obstante.
Agora, tem-se o exemplo de como Marisa Monte usou “mais
Como identificar ou mas” na canção “Mais uma vez”, interpretada por ela.
Para saber quando deve-se usar “mas”, pode-se substituir a pa- Mais uma vez eu vou te deixar
lavra por outra conjunção. Mas eu volto logo pra te ver
Exemplos: Vou com saudades no meu coração
- Sairei mais tarde de casa, mas (porém) não chegarei atrasado Mando notícias de algum lugar.
no trabalho. (..)

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LÍNGUA PORTUGUESA
Compositores: Marisa De Azevedo Monte Às vezes, porém, a locução vem implícita antes de substanti-
vos masculinos, o que pode fazer você pensar que não rola a crase.
Mas... há crase, sim!
ACENTUAÇÃO GRÁFICA Depois da indigestão, farei uma poesia à Drummond, vestir-
-me-ei à Versace e entregá-la-ei à tímida aniversariante.

Acentuação é o modo de proferir um som ou grupo de sons – Expressões fixas


com mais relevo do que outros. Os sinais diacríticos servem para Existem algumas expressões em que sempre haverá o uso de
indicar, dentre outros aspectos, a pronúncia correta das palavras. crase:
Vejamos um por um: à vela, à lenha, à toa, à vista, à la carte, à queima-roupa, à von-
tade, à venda, à mão armada, à beça, à noite, à tarde, às vezes, às
Acento agudo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre pressas, à primeira vista, à hora certa, àquela hora, à esquerda, à
aberto. direita, à vontade, às avessas, às claras, às escuras, à mão, às escon-
Já cursei a Faculdade de História. didas, à medida que, à proporção que.
Acento circunflexo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre • NUNCA devemos usar crase:
fechado. – Antes de substantivos masculinos:
Meu avô e meus três tios ainda são vivos. Andou a cavalo pela cidadezinha, mas preferiria ter andado a
Acento grave: marca o fenômeno da crase (estudaremos este pé.
caso afundo mais à frente).
Sou leal à mulher da minha vida. – Antes de substantivo (masculino ou feminino, singular ou
plural) usado em sentido generalizador:
As palavras podem ser: Depois do trauma, nunca mais foi a festas.
– Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última (ca-fé, ma-ra-cu- Não foi feita menção a mulher, nem a criança, tampouco a ho-
-já, ra-paz, u-ru-bu...) mem.
– Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima (me-sa,
sa-bo-ne-te, ré-gua...) – Antes de artigo indefinido “uma”
– Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima Iremos a uma reunião muito importante no domingo.
(sá-ba-do, tô-ni-ca, his-tó-ri-co…)
– Antes de pronomes
As regras de acentuação das palavras são simples. Vejamos: Obs.: A crase antes de pronomes possessivos é facultativa.
• São acentuadas todas as palavras proparoxítonas (médico,
íamos, Ângela, sânscrito, fôssemos...) Fizemos referência a Vossa Excelência, não a ela.
• São acentuadas as palavras paroxítonas terminadas em L, N, A quem vocês se reportaram no Plenário?
R, X, I(S), US, UM, UNS, OS, ÃO(S), Ã(S), EI(S) (amável, elétron, éter, Assisto a toda peça de teatro no RJ, afinal, sou um crítico.
fênix, júri, oásis, ônus, fórum, órfão...)
• São acentuadas as palavras oxítonas terminadas em A(S), – Antes de verbos no infinitivo
E(S), O(S), EM, ENS, ÉU(S), ÉI(S), ÓI(S) (xarás, convéns, robô, Jô, céu, A partir de hoje serei um pai melhor, pois voltei a trabalhar.
dói, coronéis...)

• São acentuados os hiatos I e U, quando precedidos de vogais MORFOLOGIA: CLASSES DE PALAVRAS VARIÁVEIS E
(aí, faísca, baú, juízo, Luísa...) INVARIÁVEIS E SEUS EMPREGOS NO TEXTO. LOCUÇÕES
VERBAIS (PERÍFRASES VERBAIS)
Viu que não é nenhum bicho de sete cabeças? Agora é só trei-
nar e fixar as regras.
CLASSES DE PALAVRAS

USO DA CRASE Substantivo


São as palavras que atribuem nomes aos seres reais ou imagi-
nários (pessoas, animais, objetos), lugares, qualidades, ações e sen-
A crase é a fusão de duas vogais idênticas. A primeira vogal a timentos, ou seja, que tem existência concreta ou abstrata. 
é uma preposição, a segunda vogal a é um artigo ou um pronome
demonstrativo.
a (preposição) + a(s) (artigo) = à(s)

• Devemos usar crase:


– Antes palavras femininas:
Iremos à festa amanhã
Mediante à situação.
O Governo visa à resolução do problema.

– Locução prepositiva implícita “à moda de, à maneira de”


Devido à regra, o acento grave é obrigatoriamente usado nas
locuções prepositivas com núcleo feminino iniciadas por a:
Os frangos eram feitos à moda da casa imperial.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Classificação dos substantivos b) Sobrecomuns: referem-se a seres humanos; é pelo contexto
que aparecem que se determina o gênero: a criança (o criança), a
SUBSTANTIVO SIMPLES: Olhos/água/ testemunha (o testemunha), o individuo (a individua).
apresentam um só radical em muro/quintal/caderno/ c) Comuns de dois gêneros: a palavra tem a mesma forma tanto
sua estrutura. macaco/João/sabão para o masculino quanto para o feminino: o/a turista, o/a agente,
o/a estudante, o/a colega.
SUBSTANTIVOS Macacos-prego/ • Número: Podem flexionar em singular (1) e plural (mais de 1).
COMPOSTOS: são formados porta-voz/ – Singular: anzol, tórax, próton, casa.
por mais de um radical em sua pé-de-moleque – Plural: anzóis, os tórax, prótons, casas.
estrutura.
SUBSTANTIVOS Casa/ • Grau: Podem apresentar-se no grau aumentativo e no grau
PRIMITIVOS: são os que dão mundo/ diminutivo.
origem a outras palavras, ou população – Grau aumentativo sintético: casarão, bocarra.
seja, ela é a primeira. /formiga – Grau aumentativo analítico: casa grande, boca enorme.
– Grau diminutivo sintético: casinha, boquinha
SUBSTANTIVOS Caseiro/mundano/ – Grau diminutivo analítico: casa pequena, boca minúscula. 
DERIVADOS: são formados populacional/formigueiro
por outros radicais da língua. Adjetivo
SUBSTANTIVOS Rodrigo É a palavra invariável que especifica e caracteriza o substanti-
PRÓPRIOS: designa /Brasil vo: imprensa livre, favela ocupada. Locução adjetiva é expressão
determinado ser entre outros /Belo Horizonte/Estátua composta por substantivo (ou advérbio) ligado a outro substantivo
da mesma espécie. São da Liberdade por preposição com o mesmo valor e a mesma função que um ad-
sempre iniciados por letra jetivo: golpe de mestre (golpe magistral), jornal da tarde (jornal
maiúscula. vespertino).
SUBSTANTIVOS COMUNS: biscoitos/ruídos/estrelas/
Flexão do Adjetivos
referem-se qualquer ser de cachorro/prima
• Gênero:
uma mesma espécie.
– Uniformes: apresentam uma só para o masculino e o femini-
SUBSTANTIVOS Leão/corrente no: homem feliz, mulher feliz.
CONCRETOS: nomeiam seres /estrelas/fadas – Biformes: apresentam uma forma para o masculino e outra
com existência própria. Esses /lobisomem para o feminino: juiz sábio/ juíza sábia, bairro japonês/ indústria
seres podem ser animadoso /saci-pererê japonesa, aluno chorão/ aluna chorona. 
ou inanimados, reais ou
imaginários. • Número:
SUBSTANTIVOS Mistério/ – Os adjetivos simples seguem as mesmas regras de flexão de
ABSTRATOS: nomeiam bondade/ número que os substantivos: sábio/ sábios, namorador/ namorado-
ações, estados, qualidades confiança/ res, japonês/ japoneses.
e sentimentos que não tem lembrança/ – Os adjetivos compostos têm algumas peculiaridades: luvas
existência própria, ou seja, só amor/ branco-gelo, garrafas amarelo-claras, cintos da cor de chumbo.
existem em função de um ser. alegria
• Grau:
SUBSTANTIVOS Elenco (de atores)/ – Grau Comparativo de Superioridade: Meu time é mais vito-
COLETIVOS: referem-se a um acervo (de obras rioso (do) que o seu.
conjunto de seres da mesma artísticas)/buquê (de flores) – Grau Comparativo de Inferioridade: Meu time é menos vito-
espécie, mesmo quando rioso (do) que o seu.
empregado no singular e – Grau Comparativo de Igualdade: Meu time é tão vitorioso
constituem um substantivo quanto o seu.
comum. – Grau Superlativo Absoluto Sintético: Meu time é famosíssi-
NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS mo.
PALAVRAS QUE NÃO ESTÃO AQUI! – Grau Superlativo Absoluto Analítico: Meu time é muito fa-
moso.
Flexão dos Substantivos – Grau Superlativo Relativo de Superioridade: Meu time é o
• Gênero: Os gêneros em português podem ser dois: masculi- mais famoso de todos.
no e feminino. E no caso dos substantivos podem ser biformes ou – Grau Superlativo Relativo de Inferioridade; Meu time é me-
uniformes nos famoso de todos.
– Biformes: as palavras tem duas formas, ou seja, apresenta
uma forma para o masculino e uma para o feminino: tigre/tigresa, o Artigo
presidente/a presidenta, o maestro/a maestrina É uma palavra variável em gênero e número que antecede o
– Uniformes: as palavras tem uma só forma, ou seja, uma única substantivo, determinando de modo particular ou genérico.
forma para o masculino e o feminino. Os uniformes dividem-se em • Classificação e Flexão do Artigos
epicenos, sobrecomuns e comuns de dois gêneros. – Artigos Definidos: o, a, os, as.
a) Epicenos: designam alguns animais e plantas e são invariá- O menino carregava o brinquedo em suas costas.
veis: onça macho/onça fêmea, pulga macho/pulga fêmea, palmeira As meninas brincavam com as bonecas.
macho/palmeira fêmea. – Artigos Indefinidos: um, uma, uns, umas.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Um menino carregava um brinquedo.
Umas meninas brincavam com umas bonecas.

Numeral
É a palavra que indica uma quantidade definida de pessoas ou coisas, ou o lugar (posição) que elas ocupam numa série.
• Classificação dos Numerais
– Cardinais: indicam número ou quantidade:
Trezentos e vinte moradores.
– Ordinais: indicam ordem ou posição numa sequência:
Quinto ano. Primeiro lugar.
– Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo qual uma quantidade é multiplicada:
O quíntuplo do preço.
– Fracionários: indicam a parte de um todo:
Dois terços dos alunos foram embora.

Pronome
É a palavra que substitui os substantivos ou os determinam, indicando a pessoa do discurso.
• Pronomes pessoais vão designar diretamente as pessoas em uma conversa. Eles indicam as três pessoas do discurso.

Pronomes Retos Pronomes Oblíquos


Pessoas do Discurso
Função Subjetiva Função Objetiva
1º pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2º pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
3º pessoa do singular Ele, ela,  Se, si, consigo, lhe, o, a
1º pessoa do plural Nós Nos, conosco
2º pessoa do plural Vós Vos, convosco
3º pessoa do plural Eles, elas Se, si, consigo, lhes, os, as

• Pronomes de Tratamento são usados no trato com as pessoas, normalmente, em situações formais de comunicação.

Pronomes de Tratamento Emprego


Você Utilizado em situações informais.
Senhor (es) e Senhora (s) Tratamento para pessoas mais velhas.
Vossa Excelência Usados para pessoas com alta autoridade
Vossa Magnificência Usados para os reitores das Universidades.
Empregado nas correspondências e textos
Vossa Senhoria
escritos.
Vossa Majestade Utilizado para Reis e Rainhas
Vossa Alteza Utilizado para príncipes, princesas, duques.
Vossa Santidade Utilizado para o Papa
Vossa Eminência Usado para Cardeais.
Vossa Reverendíssima Utilizado para sacerdotes e religiosos em geral.

• Pronomes Possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de alguma coisa.

Pessoa do Discurso Pronome Possessivo


1º pessoa do singular Meu, minha, meus, minhas
2º pessoa do singular teu, tua, teus, tuas
3º pessoa do singular seu, sua, seus, suas
1º pessoa do plural Nosso, nossa, nossos, nossas
2º pessoa do plural Vosso, vossa, vossos, vossas
3º pessoa do plural Seu, sua, seus, suas

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LÍNGUA PORTUGUESA
• Pronomes Demonstrativos são utilizados para indicar a posição de algum elemento em relação à pessoa seja no discurso, no tempo
ou no espaço.

Pronomes Demonstrativos Singular Plural


Feminino esta, essa, aquela estas, essas, aquelas
Masculino este, esse, aquele estes, esses, aqueles

• Pronomes Indefinidos referem-se à 3º pessoa do discurso, designando-a de modo vago, impreciso, indeterminado. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (varia em gênero e número) e invariáveis (não variam em gênero e número).

Classificação Pronomes Indefinidos


algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas, muito, muita, muitos, muitas, pou-
co, pouca, poucos, poucas, todo, toda, todos, todas, outro, outra, outros, outras, certo, certa, certos, certas, vário,
Variáveis
vária, vários, várias, tanto, tanta, tantos, tantas, quanto, quanta, quantos, quantas, qualquer, quaisquer, qual, quais,
um, uma, uns, umas.
Invariáveis quem, alguém, ninguém, tudo, nada, outrem, algo, cada.

• Pronomes Interrogativos são palavras variáveis e invariáveis utilizadas para formular perguntas diretas e indiretas.

Classificação Pronomes Interrogativos


Variáveis qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
Invariáveis quem, que.

• Pronomes Relativos referem-se a um termo já dito anteriormente na oração, evitando sua repetição. Eles também podem ser va-
riáveis e invariáveis.

Classificação Pronomes Relativos


Variáveis o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
Invariáveis quem, que, onde.

Verbos
São as palavras que exprimem ação, estado, fenômenos meteorológicos, sempre em relação ao um determinado tempo.

• Flexão verbal
Os verbos podem ser flexionados de algumas formas.
– Modo: É a maneira, a forma como o verbo se apresenta na frase para indicar uma atitude da pessoa que o usou. O modo é dividido
em três: indicativo (certeza, fato), subjuntivo (incerteza, subjetividade) e imperativo (ordem, pedido).
– Tempo: O tempo indica o momento em que se dá o fato expresso pelo verbo. Existem três tempos no modo indicativo: presente,
passado (pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito) e futuro (do presente e do pretérito). No subjuntivo, são três: presente, pre-
térito imperfeito e futuro.
– Número: Este é fácil: singular e plural.
– Pessoa: Fácil também: 1ª pessoa (eu amei, nós amamos); 2º pessoa (tu amaste, vós amastes); 3ª pessoa (ele amou, eles amaram).

• Formas nominais do verbo


Os verbos têm três formas nominais, ou seja, formas que exercem a função de nomes (normalmente, substantivos). São elas infinitivo
(terminado em -R), gerúndio (terminado em –NDO) e particípio (terminado em –DA/DO).

• Voz verbal
É a forma como o verbo se encontra para indicar sua relação com o sujeito. Ela pode ser ativa, passiva ou reflexiva.
– Voz ativa: Segundo a gramática tradicional, ocorre voz ativa quando o verbo (ou locução verbal) indica uma ação praticada pelo
sujeito. Veja:
João pulou da cama atrasado
– Voz passiva: O sujeito é paciente e, assim, não pratica, mas recebe a ação. A voz passiva pode ser analítica ou sintética. A voz passiva
analítica é formada por:
Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros) + verbo principal da ação conjugado no particípio + preposição por/
pelo/de + agente da passiva.
A casa foi aspirada pelos rapazes

A voz passiva sintética, também chamada de voz passiva pronominal (devido ao uso do pronome se) é formada por:

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LÍNGUA PORTUGUESA
Verbo conjugado na 3.ª pessoa (no singular ou no plural) + pronome apassivador «se» + sujeito paciente.
Aluga-se apartamento.

Advérbio
É a palavra invariável que modifica o verbo, adjetivo, outro advérbio ou a oração inteira, expressando uma determinada circunstância.
As circunstâncias dos advérbios podem ser:
– Tempo: ainda, cedo, hoje, agora, antes, depois, logo, já, amanhã, tarde, sempre, nunca, quando, jamais, ontem, anteontem, breve-
mente, atualmente, à noite, no meio da noite, antes do meio-dia, à tarde, de manhã, às vezes, de repente, hoje em dia, de vez em quando,
em nenhum momento, etc.
– Lugar: Aí, aqui, acima, abaixo, ali, cá, lá, acolá, além, aquém, perto, longe, dentro, fora, adiante, defronte, detrás, de cima, em cima,
à direita, à esquerda, de fora, de dentro, por fora, etc.
– Modo: assim, melhor, pior, bem, mal, devagar, depressa, rapidamente, lentamente, apressadamente, felizmente, às pressas, às
ocultas, frente a frente, com calma, em silêncio, etc.
– Afirmação: sim, deveras, decerto, certamente, seguramente, efetivamente, realmente, sem dúvida, com certeza, por certo, etc. 
– Negação: não, absolutamente, tampouco, nem, de modo algum, de jeito nenhum, de forma alguma, etc.
– Intensidade: muito, pouco, mais, menos, meio, bastante, assaz, demais, bem, mal, tanto, tão, quase, apenas, quanto, de pouco, de
todo, etc.
– Dúvida: talvez, acaso, possivelmente, eventualmente, porventura, etc.

Preposição
É a palavra que liga dois termos, de modo que o segundo complete o sentido do primeiro. As preposições são as seguintes:

Conjunção
É palavra que liga dois elementos da mesma natureza ou uma oração a outra. As conjunções podem ser coordenativas (que ligam
orações sintaticamente independentes) ou subordinativas (que ligam orações com uma relação hierárquica, na qual um elemento é de-
terminante e o outro é determinado).

• Conjunções Coordenativas

Tipos Conjunções Coordenativas


Aditivas e, mas ainda, mas também, nem...
Adversativas contudo, entretanto, mas, não obstante, no entanto, porém, todavia...
Alternativas já…, já…, ou, ou…, ou…, ora…, ora…, quer…, quer…
assim, então, logo, pois (depois do verbo), por conseguinte, por isso, portan-
Conclusivas
to...
Explicativas pois (antes do verbo), porquanto, porque, que...

• Conjunções Subordinativas

Tipos Conjunções Subordinativas


Causais Porque, pois, porquanto, como, etc.
Concessivas Embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, etc.
Condicionais Se, caso, quando, conquanto que, salvo se, sem que, etc.
Conforme, como (no sentido de conforme), segundo, consoante,
Conformativas
etc.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Finais Para que, a fim de que, porque (no sentido de que), que, etc.
Proporcionais À medida que, ao passo que, à proporção que, etc.
Temporais Quando, antes que, depois que, até que, logo que, etc.
Que, do que (usado depois de mais, menos, maior, menor, melhor,
Comparativas
etc.
Que (precedido de tão, tal, tanto), de modo que, De maneira que,
Consecutivas
etc.
Integrantes Que, se.

Interjeição
É a palavra invariável que exprime ações, sensações, emoções, apelos, sentimentos e estados de espírito, traduzindo as reações das
pessoas.
• Principais Interjeições
Oh! Caramba! Viva! Oba! Alô! Psiu! Droga! Tomara! Hum!

Dez classes de palavras foram estudadas agora. O estudo delas é muito importante, pois se você tem bem construído o que é e a fun-
ção de cada classe de palavras, não terá dificuldades para entender o estudo da Sintaxe.

FUNÇÕES DO “QUE” E DO “SE”

FUNÇÕES DO QUE E DO SE

Funções do “QUE”

Substantivo: Com o sentido de algo, alguma coisa (como substantivo deve ser acentuado)
Ex.: Ele tem um quê de misterioso. Todos os gênios têm um quê de loucos.

Pronome adjetivo:
- Interrogativo: Que recado me deste ontem?
- Exclamativo: Que silêncio maravilhoso!
- Indefinido: (quanto + variações) Que injúrias lhe dirigiu ele!

Pronome substantivo relativo: Refere-se a um termo anterior que ele representa.


Ex.: A bicicleta que eu comprei era amarela. (Sintaticamente= objeto direto)
O aluno que é seu irmão é muito inteligente. (Sintaticamente= sujeito)
A casa em que moro é muito pobre. (Sintaticamente= adjunto adverbial de lugar)

Pronome substantivo indefinido interrogativo: Com o sentido de “Que coisa? ”


Ex.: Que me disseste ontem? (Sintaticamente= Objeto direto)

Preposição: “Que” substituindo a preposição “de” na perífrase: “ter de...”


Ex.: Eu tive que fazer minha obrigação.

Advérbio: - De modo (“que”= como): Ex.: Que assustador era aquele monstro.
- De intensidade (“que= quanto): Que enganados andam os homens!

Partícula optativa: Dá sentido optativo às orações consideradas independentes.


Ex.: Que Deus o abençoe!

Partícula enfática:(de realce, ou expletiva, não tendo, assim, função na oração)


Ex.: Há anos que não o vejo. (Há anos não o vejo.) - Trata-se, nesta frase, de mero adorno.
Aparece constantemente nas expressões: é que, foi que, era que, será que, seria que...
Ex.: Eu é que dei o recado. - Será que vai chover? - Isso é que é... (Uma oração só)

Interjeição: Como o substantivo, aqui também ele é acentuado.


Ex.: Quê! Vocês se revoltam?

Partícula iterativa: Vem repetido por ênfase e realce.


Ex.: “Ai que saudades que tenho...” - Que felicidade que vocês me trazem!

127
LÍNGUA PORTUGUESA
QUE = Conjunção coordenativa Pronome pessoal reflexivo com função de objeto direto e in-
direto.
Aditiva: (Com valor de “e”): Ex.: Bate que bate. - Mexe que Ex.: Ela machucou-se com o canivete do pai.
mexe. Ela se vangloria demais.
Alternativa: (Quando repetida) Conjunção subordinativa condicional: exprime sentido de con-
Ex.: Que me atendam que não me atendam, citá-los-ei em Juí- dição.
zo. - Um que outro vai à Índia. Ex.: Se quiser ganhar melhor, trabalhe um pouco mais.
Conjunção subordinada causal: tem sentido de “visto que”, “já
Adversativa: (Com o sentido de mas, porém, contudo, todavia, que”.
entretanto...) Ex.: Como você disse que eu iria, se sabia que não era verdade?
Ex.: Você pode ir que eu não irei.
Pronome recíproco: tem sentido da expressão “um ao outro”:
Explicativa: (Com o sentido de “por que” “porquanto”) Ex.: As meninas deram-se as mãos com muito carinho.
Ex.: Façam silêncio, que Judite está dormindo.
Pronome de realce: acompanham verbos de movimento ou
QUE = Conjunção Subordinativa que exprimem ações do corpo da própria pessoa. (Ir-se, chegar-se,
rir-se, sorrir-se, etc.)
Integrante: Geralmente entre dois verbos, completando, inte- Ex.: Passaram-se poucos minutos da sua partida.
grando o sentido do primeiro. Foi-se o tempo em que não preocupávamos com nossos filhos.
Ex.: Verificou que só se ocupava com elas! - Ela quis que ele
ficasse em casa. A formação de palavras se dá a partir de processos morfológi-
Não desejamos que tu morras. - Tudo depende de que estudes cos, de modo que as palavras se dividem entre:
bastante. • Palavras primitivas: são aquelas que não provêm de outra
palavra. Ex: flor; pedra
Comparativa: (depois de: mais, menos, melhor, pior, como, • Palavras derivadas: são originadas a partir de outras pala-
maior, menor, etc.) vras. Ex: floricultura; pedrada
Ex.: “Não há maior erro que não conhecer o homem o seu • Palavra simples: são aquelas que possuem apenas um radi-
erro”. (Fr. Heitor Pinto) cal (morfema que contém significado básico da palavra). Ex: cabelo;
azeite
Causal: (Quando o verbo da frase principal não for imperativo. • Palavra composta: são aquelas que possuem dois ou mais
Veja a explicativa) radicais. Ex: guarda-roupa; couve-flor
Ex.: Vou depressa, que preciso chegar cedo. Entenda como ocorrem os principais processos de formação de
palavras:
Concessiva: (embora, ainda que)
Ex.: Gosto de goiabas, verdes que estejam. Derivação
Temporal: (enquanto, quando) A formação se dá por derivação quando ocorre a partir de uma
Ex.: Não andam muito que no erguido cume palavra simples ou de um único radical, juntando-se afixos.
Se acharam onde um campo se esmaltava. (Camões) • Derivação prefixal: adiciona-se um afixo anteriormente à pa-
lavra ou radical. Ex: antebraço (ante + braço) / infeliz (in + feliz)
Final: (a fim de que, para que) • Derivação sufixal: adiciona-se um afixo ao final da palavra ou
Ex.: Dai-me igual canto aos feitos da famosa radical. Ex: friorento (frio + ento) / guloso (gula + oso)
Gente vossa a que Marte tanto ajuda, • Derivação parassintética: adiciona-se um afixo antes e outro
Que se espalhe e se cante no Universo depois da palavra ou radical. Ex: esfriar (es + frio + ar) / desgoverna-
Se tão sublime preço cabe em verso. (Camões) do (des + governar + ado)
• Derivação regressiva (formação deverbal): reduz-se a pala-
Consecutiva: (Depois de tal, tanto, tão, etc.) vra primitiva. Ex: boteco (botequim) / ataque (verbo “atacar”)
Ex.: É de tal maneira idiota que todos se riem dele. • Derivação imprópria (conversão): ocorre mudança na classe
gramatical, logo, de sentido, da palavra primitiva. Ex: jantar (verbo
Condicional: (SE) para substantivo) / Oliveira (substantivo comum para substantivo
Ex.: Não fui eu que quebrei o copo, que fosse, que tem você próprio – sobrenomes).
com isso?
Composição
Funções do “SE” A formação por composição ocorre quando uma nova palavra
se origina da junção de duas ou mais palavras simples ou radicais.
Substantivo: quando nos referimos ao próprio termo. • Aglutinação: fusão de duas ou mais palavras simples, de
Ex.: O se pode ser empregado de várias formas. modo que ocorre supressão de fonemas, de modo que os elemen-
tos formadores perdem sua identidade ortográfica e fonológica. Ex:
Pronome apassivador: quando forma a voz passiva pronominal aguardente (água + ardente) / planalto (plano + alto)
ou sintética oriundas de frases com sujeito. • Justaposição: fusão de duas ou mais palavras simples, man-
Ex.: Formaram-se vários times. = Vários times foram formados. tendo a ortografia e a acentuação presente nos elementos forma-
dores. Em sua maioria, aparecem conectadas com hífen. Ex: beija-
Índice de indeterminação do sujeito: não possui função sintáti- -flor / passatempo.
ca, acompanha verbos que não admitem voz passiva.
Ex.: Aspira-se uma vida melhor no futuro.

128
LÍNGUA PORTUGUESA
Abreviação Para Transmissão
Quando a palavra é reduzida para apenas uma parte de sua - Seja o mais objetivo possível.
totalidade, passando a existir como uma palavra autônoma. Ex: foto - Tenha paciência. Fale pausadamente. Observe o ritmo do ou-
(fotografia) / PUC (Pontifícia Universidade Católica). tro e siga-o.
- Estude primeiro o que vai falar. Cuide para ter um objetivo
Hibridismo claro.
Quando há junção de palavras simples ou radicais advindos de - Procure adaptar sua linguagem a da pessoa. Não use palavras
línguas distintas. Ex: sociologia (socio – latim + logia – grego) / binó- difíceis, gírias ou palavras típicas de regiões que possam prejudicar
culo (bi – grego + oculus – latim). a comunicação.
- Observe a linguagem verbal e a não-verbal. Os gestos, as ex-
Combinação pressões faciais, a postura, são fundamentais para nós.
Quando ocorre junção de partes de outras palavras simples ou
radicais. Ex: portunhol (português + espanhol) / aborrecente (abor- Para Recepção
recer + adolescente).
- Esteja sempre presente na situação, não “voe”, não se distraia.
Intensificação - Não pense na resposta antes do outro terminar a mensagem.
Quando há a criação de uma nova palavra a partir do alarga- Escute, reflita e após, exponha o seu ponto de vista.
mento do sufixo de uma palavra existente. Normalmente é feita - Anote pontos básicos se necessário.
adicionando o sufixo -izar. Ex: inicializar (em vez de iniciar) / proto- - Evite expressar não-verbalmente cansaço, desinteresse ou fal-
colizar (em vez de protocolar). ta de atenção.
- Respeite as colocações do outro. Mesmo que discorde, mos-
Neologismo tre que aceita o pensamento dele. Não somos donos da verdade.
Quando novas palavras surgem devido à necessidade do falan-
te em contextos específicos, podendo ser temporárias ou perma- Um dos maiores vícios2 é que percebendo que temos desenvol-
nentes. Existem três tipos principais de neologismos: tura para expressão, verbal, escrita ou outra, achamos que somos
• Neologismo semântico: atribui-se novo significado a uma pa- bons comunicadores. Entretanto existe uma diferença fundamental
lavra já existente. Ex: amarelar (desistir) / mico (vergonha) entre informação e comunicação. Informar é um ato unilateral, que
• Neologismo sintático: ocorre a combinação de elementos já apenas envolve a pessoa que tem uma informação a dar. Comuni-
existentes no léxico da língua. Ex: dar um bolo (não comparecer ao cação é tornar algo comum. Fazer-se entender, provocar no outro
compromisso) / dar a volta por cima (superar). reações.
• Neologismo lexical: criação de uma nova palavra, que tem Outro vício, não menos importante, é nossa incapacidade de
um novo conceito. Ex: deletar (apagar) / escanear (digitalizar) ouvir. Precisamos saber falar, escrever, demonstrar sentimentos e
emoções, mas igualmente importante no processo é estarmos pre-
Onomatopeia parados para ouvir. Observe que muitas vezes numa conversa é fácil
Quando uma palavra é formada a partir da reprodução aproxi- identificar que as pessoas estão muito mais preocupadas com a ma-
mada do seu som. Ex: atchim; zum-zum; tique-taque. neira que irão responder. Numa análise mais fria não estão ouvindo.
Se podemos facilitar porque complicar? O custo de uma comu-
nicação deficiente, não se revela apenas nas relações organizacio-
ELEMENTOS DE COMUNICAÇÃO E nais, causa profundo mal-estar e sérios conflitos pessoais.
FUNÇÕES DA LINGUAGEM Uma das alternativas para tornar a comunicação com qualida-
de é entendermos como o processo de comunicação se realiza. Não
se trata de analisarmos cada diferente tipo de comunicação, mas
PROCESSO DE COMUNICAÇÃO de identificar certos pontos em comuns entre elas. A forma como
se relacionam e se processam nos mais diferentes ambientes e si-
Comunicação constitui uma das mais importantes ferramentas tuações.
que as pessoas têm à sua disposição para desempenhar as suas fun- Um modelo de processo de comunicação, entre tantos outros,
ções de influência. A comunicação é frequentemente definida como elaborado por Berlo, em 1963, apresenta alguns elementos co-
a troca de informações entre um transmissor e um receptor, e a in- muns:
ferência (percepção) do significado entre os indivíduos envolvidos. – emissor: é a pessoa que tem algo, uma ideia, uma mensagem,
O processo de comunicação ocorre quando o emissor (ou co- para transmitir, ou que deseja comunicar;
dificador) emite uma mensagem (ou sinal) ao receptor (ou decodi- – codificador: o tipo, ou a forma que o emissor irá exteriorizar;
ficador), através de um canal (ou meio). O receptor interpretará a – mensagem: é a expressão da ideia que o emissor deseja co-
mensagem que pode ter chegado até ele com algum tipo de bar- municar;
reira (ruído, bloqueio, filtragem) e, a partir daí, dará o feedback ou – canal: é o meio pelo qual a mensagem seja conduzida;
resposta, completando o processo de comunicação. – decodificador: é o mecanismo responsável pela decifração da
mensagem pelo receptor; e
Elementos do Processo de Comunicação – receptor: o destinatário final da mensagem, ideia etc.

Para a comunicação1 atingir os objetivos devemos considerar


alguns cuidados, com eles diminuímos o risco de estabelecer ruídos
ou barreiras à comunicação.

1 https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/administ-
racao/o-processo-de-comunicacao/36775 2 https://www.portalcmc.com.br/o-processo-de-comunicacao/

129
LÍNGUA PORTUGUESA
FUNÇÕES DA LINGUAGEM Trata-se de uma função muito utilizada nas propagandas, pu-
blicidades e discursos políticos, a fim de influenciar o receptor por
Funções da linguagem são recursos da comunicação que, de meio da mensagem transmitida.
acordo com o objetivo do emissor, dão ênfase à mensagem trans- Esse tipo de texto costuma se apresentar na segunda ou na ter-
mitida, em função do contexto em que o ato comunicativo ocorre. ceira pessoa com a presença de verbos no imperativo e o uso do
São seis as funções da linguagem, que se encontram direta- vocativo.
mente relacionadas com os elementos da comunicação. Não se interfere no comportamento das pessoas apenas com
a ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos influenciam de ma-
Funções da Linguagem Elementos da Comunicação neira bastante sutil, com tentações e seduções, como os anúncios
publicitários que nos dizem como seremos bem-sucedidos, atraen-
Função referencial ou denota- contexto tes e charmosos se usarmos determinadas marcas, se consumirmos
tiva certos produtos.
Função emotiva ou expressiva emissor Com essa função, a linguagem modela tanto bons cidadãos,
que colocam o respeito ao outro acima de tudo, quanto esperta-
Função apelativa ou conativa receptor
lhões, que só pensam em levar vantagem, e indivíduos atemoriza-
Função poética mensagem dos, que se deixam conduzir sem questionar.
Função fática canal
Exemplos: Só amanhã, não perca!
Função metalingu´´istica código
Vote em mim!
Função Referencial
Função Poética
A função referencial tem como objetivo principal informar, re-
Esta função é característica das obras literárias que possui
ferenciar algo. Esse tipo de texto, que é voltado para o contexto da
como marca a utilização do sentido conotativo das palavras.
comunicação, é escrito na terceira pessoa do singular ou do plural,
Nela, o emissor preocupa-se de que maneira a mensagem será
o que enfatiza sua impessoalidade.
transmitida por meio da escolha das palavras, das expressões, das
Para exemplificar a linguagem referencial, podemos citar os
figuras de linguagem. Por isso, aqui o principal elemento comunica-
materiais didáticos, textos jornalísticos e científicos. Todos eles, por
meio de uma linguagem denotativa, informam a respeito de algo, tivo é a mensagem.
sem envolver aspectos subjetivos ou emotivos à linguagem. A função poética não pertence somente aos textos literários.
Exemplo de uma notícia: Podemos encontrar a função poética também na publicidade ou
O resultado do terceiro levantamento feito pela Aliança Global nas expressões cotidianas em que há o uso frequente de metáforas
para Atividade Física de Crianças — entidade internacional dedica- (provérbios, anedotas, trocadilhos, músicas).
da ao estímulo da adoção de hábitos saudáveis pelos jovens — foi
decepcionante. Realizado em 49 países de seis continentes com o Exemplo:
objetivo de aferir o quanto crianças e adolescentes estão fazendo
exercícios físicos, o estudo mostrou que elas estão muito sedentá- “Basta-me um pequeno gesto,
rias. feito de longe e de leve,
Em 75% das nações participantes, o nível de atividade física para que venhas comigo
praticado por essa faixa etária está muito abaixo do recomenda- e eu para sempre te leve...”
do para garantir um crescimento saudável e um envelhecimento de (Cecília Meireles)
qualidade — com bom condicionamento físico, músculos e esquele-
tos fortes e funções cognitivas preservadas. De “A” a “F”, a maioria Função Fática
dos países tirou nota “D”.
A função fática tem como principal objetivo estabelecer um ca-
Função Emotiva nal de comunicação entre o emissor e o receptor, quer para iniciar a
transmissão da mensagem, quer para assegurar a sua continuação.
Caracterizada pela subjetividade com o objetivo de emocionar. A ênfase dada ao canal comunicativo.
É centrada no emissor, ou seja, quem envia a mensagem. A mensa- Esse tipo de função é muito utilizado nos diálogos, por exem-
gem não precisa ser clara ou de fácil entendimento. plo, nas expressões de cumprimento, saudações, discursos ao tele-
Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom de voz que fone, etc.
empregamos, etc., transmitimos uma imagem nossa, não raro in-
conscientemente. Exemplo:
Emprega-se a expressão função emotiva para designar a utili- -- Calor, não é!?
zação da linguagem para a manifestação do enunciador, isto é, da- -- Sim! Li na previsão que iria chover.
quele que fala. -- Pois é...

Exemplo: Nós te amamos! Função Metalinguística

Função Conativa É caracterizada pelo uso da metalinguagem, ou seja, a lingua-


gem que se refere a ela mesma. Dessa forma, o emissor explica um
A função conativa ou apelativa é caracterizada por uma lingua- código utilizando o próprio código.
gem persuasiva com a finalidade de convencer o leitor. Por isso, o Nessa categoria, os textos metalinguísticos que merecem des-
grande foco é no receptor da mensagem. taque são as gramáticas e os dicionários.

130
LÍNGUA PORTUGUESA
Um texto que descreva sobre a linguagem textual ou um do- Graus de Formalismo
cumentário cinematográfico que fala sobre a linguagem do cinema São muitos os tipos de registros quanto ao formalismo, tais
são alguns exemplos. como: o registro formal, que é uma linguagem mais cuidada; o colo-
Exemplo: quial, que não tem um planejamento prévio, caracterizando-se por
Amizade s.f.: 1. sentimento de grande afeição, simpatia, apreço construções gramaticais mais livres, repetições frequentes, frases
entre pessoas ou entidades. “sentia-se feliz com a amizade do seu curtas e conectores simples; o informal, que se caracteriza pelo uso
mestre” de ortografia simplificada e construções simples ( geralmente usado
2. POR METONÍMIA: quem é amigo, companheiro, camarada. entre membros de uma mesma família ou entre amigos).
“é uma de suas amizades fiéis”
As variações de registro ocorrem de acordo com o grau de for-
malismo existente na situação de comunicação; com o modo de
REESCRITA DE FRASES E PARÁGRAFOS DO TEXTO: expressão, isto é, se trata de um registro formal ou escrito; com a
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS; SUBSTITUIÇÃO DE PA- sintonia entre interlocutores, que envolve aspectos como graus de
LAVRAS OU DE TRECHOS DE TEXTO; REORGANIZAÇÃO cortesia, deferência, tecnicidade (domínio de um vocabulário espe-
DA ESTRUTURA DE ORAÇÕES E DE PERÍODOS DO TEX- cífico de algum campo científico, por exemplo).
TO; REESCRITA DE TEXTOS DE DIFERENTES GÊNEROS E
NÍVEIS DE FORMALIDADE Expressões que demandam atenção
– acaso, caso – com se, use acaso; caso rejeita o se
– aceitado, aceito – com ter e haver, aceitado; com ser e estar,
A reescrita é tão importante quanto a escrita, visto que, difi- aceito
cilmente, sobretudo para os escritores mais cuidadosos, chegamos – acendido, aceso (formas similares) – idem
ao resultado que julgamos ideal na primeira tentativa. Aquele que – à custa de – e não às custas de
observa um resultado ruim na primeira versão que escreveu terá, – à medida que – à proporção que, ao mesmo tempo que, con-
na reescrita, a possibilidade de alcançar um resultado satisfatório. forme
A reescrita é um processo mais trabalhoso do que a revisão, pois, – na medida em que – tendo em vista que, uma vez que
nesta, atemo-nos apenas aos pequenos detalhes, cuja ausência não – a meu ver – e não ao meu ver
implicaria em uma dificuldade do leitor para compreender o texto. – a ponto de – e não ao ponto de
– a posteriori, a priori – não tem valor temporal
Quando reescrevemos, refazemos nosso texto, é um proces- – em termos de – modismo; evitar
so bem mais complexo, que parte do pressuposto de que o autor – enquanto que – o que é redundância
tenha observado aquilo que está ruim para que, posteriormente, – entre um e outro – entre exige a conjunção e, e não a
possa melhorar seu texto até chegar a uma versão final, livre dos er- – implicar em – a regência é direta (sem em)
ros iniciais. Além de aprimorar a leitura, a reescrita auxilia a desen- – ir de encontro a – chocar-se com
volver e melhorar a escrita, ajudando o aluno-escritor a esclarecer – ir ao encontro de – concordar com
melhor seus objetivos e razões para a produção de textos. – se não, senão – quando se pode substituir por caso não, se-
parado; quando não se pode, junto
Nessa perspectiva, esse autor considera que reescrever seja – todo mundo – todos
um processo de descoberta da escrita pelo próprio autor, que passa – todo o mundo – o mundo inteiro
a enfocá-la como forma de trabalho, auxiliando o desenvolvimento – não pagamento = hífen somente quando o segundo termo
do processo de escrever do aluno. for substantivo
– este e isto – referência próxima do falante (a lugar, a tempo
Operações linguísticas de reescrita: presente; a futuro próximo; ao anunciar e a que se está tratando)
A literatura sobre reescrita aponta para uma tipologia de ope- – esse e isso – referência longe do falante e perto do ouvinte
rações linguísticas encontradas neste momento específico da cons- (tempo futuro, desejo de distância; tempo passado próximo do pre-
trução do texto escrito. sente, ou distante ao já mencionado e a ênfase).
- Adição, ou acréscimo: pode tratar-se do acréscimo de um ele-
mento gráfico, acento, sinal de pontuação, grafema (...) mas tam- Expressões não recomendadas
bém do acréscimo de uma palavra, de um sintagma, de uma ou de
várias frases. – a partir de (a não ser com valor temporal).
- Supressão: supressão sem substituição do segmento suprimi- Opção: com base em, tomando-se por base, valendo-se de...
do. Ela pode ser aplicada sobre unidades diversas, acento, grafe-
mas, sílabas, palavras sintagmáticas, uma ou diversas frases. – através de (para exprimir “meio” ou instrumento).
- Substituição: supressão, seguida de substituição por um ter- Opção: por, mediante, por meio de, por intermédio de, se-
mo novo. Ela se aplica sobre um grafema, uma palavra, um sintag- gundo...
ma, ou sobre conjuntos generalizados.
- Deslocamento: permutação de elementos, que acaba por mo- – devido a.
dificar sua ordem no processo de encadeamento. Opção: em razão de, em virtude de, graças a, por causa de.

– dito.
Opção: citado, mencionado.

– enquanto.
Opção: ao passo que.

131
LÍNGUA PORTUGUESA
– inclusive (a não ser quando significa incluindo-se).
Opção: até, ainda, igualmente, mesmo, também.

– no sentido de, com vistas a.


Opção: a fim de, para, com a finalidade de, tendo em vista.

– pois (no início da oração).


Opção: já que, porque, uma vez que, visto que.

– principalmente.
Opção: especialmente, sobretudo, em especial, em particula

SINTAXE: RELAÇÕES SINTÁTICO-SEMÂNTICAS ESTABELECIDAS NA ORAÇÃO E ENTRE ORAÇÕES, PERÍODOS OU PARÁ-


GRAFOS (PERÍODO SIMPLES E PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO)

Agora chegamos no assunto que causa mais temor em muitos estudantes. Mas eu tenho uma boa notícia para te dar: o estudo da
sintaxe é mais fácil do que parece e você vai ver que sabe muita coisa que nem imagina. Para começar, precisamos de classificar algumas
questões importantes:

• Frase: Enunciado que estabelece uma comunicação de sentido completo. 


Os jornais publicaram a notícia.
Silêncio! 

• Oração: Enunciado que se forma com um verbo ou com uma locução verbal.
Este filme causou grande impacto entre o público.
A inflação deve continuar sob controle.

• Período Simples: formado por uma única oração.


O clima se alterou muito nos últimos dias.

• Período Composto: formado por mais de uma oração.


O governo prometeu/ que serão criados novos empregos.

Bom, já está a clara a diferença entre frase, oração e período. Vamos, então, classificar os elementos que compõem uma oração:
• Sujeito: Termo da oração do qual se declara alguma coisa.
O problema da violência preocupa os cidadãos.
• Predicado: Tudo que se declara sobre o sujeito.
A tecnologia permitiu o resgate dos operários.
• Objeto Direto: Complemento que se liga ao verbo transitivo direto ou ao verbo transitivo direto e indireto sem o auxílio da prepo-
sição.
A tecnologia tem possibilitado avanços notáveis.
Os pais oferecem ajuda financeira ao filho.
• Objeto Indireto: Complemento que se liga ao verbo transitivo indireto ou ao verbo transitivo direto e indireto por meio de preposi-
ção. 
Os Estados Unidos resistem ao grave momento.
João gosta de beterraba.
• Adjunto Adverbial: Termo modificador do verbo que exprime determinada circunstância (tempo, lugar, modo etc.) ou intensifica um
verbo, adjetivo ou advérbio.
O ônibus saiu à noite quase cheio, com destino a Salvador.
Vamos sair do mar.
• Agente da Passiva: Termo da oração que exprime quem pratica a ação verbal quando o verbo está na voz passiva.
Raquel foi pedida em casamento por seu melhor amigo.
• Adjunto Adnominal: Termo da oração que modifica um substantivo, caracterizando-o ou determinando-o sem a intermediação de
um verbo.
Um casal de médicos eram os novos moradores do meu prédio.
• Complemento Nominal: Termo da oração que completa nomes, isto é, substantivos, adjetivos e advérbios, e vem preposicionado.
A realização do torneio teve a aprovação de todos.
• Predicativo do Sujeito: Termo que atribui característica ao sujeito da oração.
A especulação imobiliária me parece um problema.
• Predicativo do Objeto: Termo que atribui características ao objeto direto ou indireto da oração.
O médico considerou o paciente hipertenso.

132
LÍNGUA PORTUGUESA
• Aposto: Termo da oração que explica, esclarece, resume ou identifica o nome ao qual se refere (substantivo, pronome ou equivalen-
tes). O aposto sempre está entre virgulas ou após dois-pontos.
A praia do Forte, lugar paradisíaco, atrai muitos turistas.
• Vocativo: Termo da oração que se refere a um interlocutor a quem se dirige a palavra.
Senhora, peço aguardar mais um pouco.

Tipos de orações
As partes de uma oração já está fresquinha aí na sua cabeça, não é?!?! Estudar os tipos de orações que existem será moleza, moleza.
Vamos comigo!!!
Temos dois tipos de orações: as coordenadas, cuja as orações de um período são independentes (não dependem uma da outra para
construir sentido completo); e as subordinadas, cuja as orações de um período são dependentes (dependem uma da outra para construir
sentido completo).
As orações coordenadas podem ser sindéticas (conectadas uma a outra por uma conjunção) e assindéticas (que não precisam da
conjunção para estar conectadas. O serviço é feito pela vírgula).

Tipos de orações coordenadas

Orações Coordenadas Sindéticas Orações Coordenadas Assindéticas

Aditivas Fomos para a escola e fizemos o exame final. • Lena estava triste, cansada, decepcionada.
Adversativas Pedro Henrique estuda muito,  porém  não •
passa no vestibular. • Ao chegar à escola conversamos, estudamos, lan-
chamos.
Alternativas Manuela  ora  quer comer hambúr-
guer, ora quer comer pizza. Alfredo está chateado, pensando em se mudar.
Conclusivas Não gostamos do restaurante, portanto não
iremos mais lá. Precisamos estar com cabelos arrumados, unhas feitas.

Explicativas Marina não queria falar,  ou seja, ela estava João Carlos e Maria estão radiantes, alegria que dá in-
de mau humor. veja.

Tipos de orações subordinadas


As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas e adverbiais. Cada uma delas tem suas subclassificações, que veremos
agora por meio do quadro seguinte.

Orações Subordinadas
Subjetivas É certo que ele trará os a sobremesa do
Exercem a função de sujeito jantar.
Completivas Nominal Estou convencida de que ele é solteiro.
Exercem a função de complemento
nominal
Predicativas O problema é que ele não entregou a
Orações Subordinadas Substantivas Exercem a função de predicativo refeição no lugar.
Apositivas Eu lhe disse apenas isso: que não se
Exercem a função de aposto aborrecesse com ela.
Objetivas Direta Espero que você seja feliz.
Exercem a função de objeto direto
Objetivas Indireta Lembrou-se da dívida que tem com ele.
Exercem a função de objeto indireto

Explicativas Os alunos, que foram mal na prova de


Explicam um termo dito quinta, terão aula de reforço.
anteriormente. SEMPRE serão
acompanhadas por vírgula.
Orações Subordinadas Adjetivas
Restritivas Os alunos que foram mal na prova de
Restringem o sentido de um termo quinta terão aula de reforço.
dito anteriormente. NUNCA serão
acompanhadas por vírgula.

133
LÍNGUA PORTUGUESA

Causais Estou vestida assim porque vou sair.


Assumem a função de advérbio de
causa
Consecutivas Falou tanto que ficou rouca o resto do
Assumem a função de advérbio de dia.
consequência
Comparativas A menina comia como um adulto come.
Assumem a função de advérbio de
comparação
Condicionais Desde que ele participe, poderá entrar
Assumem a função de advérbio de na reunião.
condição
Conformativas O shopping fechou, conforme havíamos
Orações Subordinadas Adverbiais Assumem a função de advérbio de previsto.
conformidade
Concessivas Embora eu esteja triste, irei à festa mais
Assumem a função de advérbio de tarde.
concessão
Finais Vamos direcionar os esforços para que
Assumem a função de advérbio de todos tenham acesso aos benefícios.
finalidade
Proporcionais Quanto mais eu dormia, mais sono
Assumem a função de advérbio de tinha.
proporção
Temporais Quando a noite chega, os morcegos
Assumem a função de advérbio de saem de suas casas.
tempo

Olha como esse quadro facilita a vida, não é?! Por meio dele, conseguimos ter uma visão geral das classificações e subclassificações
das orações, o que nos deixa mais tranquilos para estudá-las.

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL

Concordância Nominal
Os adjetivos, os pronomes adjetivos, os numerais e os artigos concordam em gênero e número com os substantivos aos quais se
referem.
Os nossos primeiros contatos começaram de maneira amistosa.

Casos Especiais de Concordância Nominal


• Menos e alerta são invariáveis na função de advérbio:
Colocou menos roupas na mala./ Os seguranças continuam alerta.

• Pseudo e todo são invariáveis quando empregados na formação de palavras compostas:


Cuidado com os pseudoamigos./ Ele é o chefe todo-poderoso.

• Mesmo, próprio, anexo, incluso, quite e obrigado variam de acordo com o substantivo a que se referem:
Elas mesmas cozinhavam./ Guardou as cópias anexas.

• Muito, pouco, bastante, meio, caro e barato variam quando pronomes indefinidos adjetivos e numerais e são invariáveis quando
advérbios:
Muitas vezes comemos muito./ Chegou meio atrasada./ Usou meia dúzia de ovos.

• Só varia quando adjetivo e não varia quando advérbio:


Os dois andavam sós./ A respostas só eles sabem.

• É bom, é necessário, é preciso, é proibido variam quando o substantivo estiver determinado por artigo:
É permitida a coleta de dados./ É permitido coleta de dados.

134
LÍNGUA PORTUGUESA
Concordância Verbal Deparar (encontrar) com
O verbo concorda com seu sujeito em número e pessoa:
O público aplaudiu o ator de pé./ A sala e quarto eram enor- Implicar (consequência) Não usa preposição
mes. Lembrar Não usa preposição

Concordância ideológica ou silepse Pagar (pagar a alguém) a


• Silepse de gênero trata-se da concordância feita com o gêne- Precisar (necessitar) de
ro gramatical (masculino ou feminino) que está subentendido no
Proceder (realizar) a
contexto.
Vossa Excelência parece satisfeito com as pesquisas. Responder a
Blumenau estava repleta de turistas. Visar ( ter como objetivo a
• Silepse de número trata-se da concordância feita com o nú- pretender)
mero gramatical (singular ou plural) que está subentendido no con-
texto. NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS
O elenco voltou ao palco e [os atores] agradeceram os aplau- QUE NÃO ESTÃO AQUI!
sos.
• Silepse de pessoa trata-se da concordância feita com a pes-
soa gramatical que está subentendida no contexto. COLOCAÇÃO PRONOMINAL
O povo temos memória curta em relação às promessas dos po-
líticos.
A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da
frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso do prono-
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
me antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma
culta prescreve o emprego do pronome no meio – mesóclise – ou
• Regência Nominal  após o verbo – ênclise.
A regência nominal estuda os casos em que nomes (substan- De acordo com a norma culta, no português escrito não se ini-
tivos, adjetivos e advérbios) exigem outra palavra para completar- cia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se na lingua-
-lhes o sentido. Em geral a relação entre um nome e o seu comple- gem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita,
mento é estabelecida por uma preposição. formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele.
Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem
• Regência Verbal as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre que estas
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre o não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que preju-
verbo (termo regente) e seu complemento (termo regido).  dique a eufonia da frase.
Isto pertence a todos.
Próclise
Regência de algumas palavras Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo.

Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade.


Esta palavra combina com Esta preposição Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pa-
Acessível a cientemente.
Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise:
Apto a, para
Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus.
Atencioso com, para com Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui.
Coerente com Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada.
Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa?
Conforme a, com Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito ante-
Dúvida acerca de, de, em, sobre posto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor!
Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita!
Empenho de, em, por
Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não se-
Fácil a, de, para, jam reduzidas: Percebia que o observavam.
Junto a, de Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plantando,
tudo dá.
Pendente de Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus in-
Preferível a tentos são para nos prejudicarem.
Próximo a, de Ênclise
Respeito a, com, de, para com, por Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo.
Situado a, em, entre
Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do
Ajudar (a fazer algo) a indicativo: Trago-te flores.
Aludir (referir-se) a Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade!
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela pre-
Aspirar (desejar, pretender) a posição em: Saí, deixando-a aflita.
Assistir (dar assistência) Não usa preposição

135
LÍNGUA PORTUGUESA
Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com A partir da definição citada por Bechara podemos perceber a
outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou próclise: importância dos sinais de pontuação, que é constituída por alguns
Apressei-me a convidá-los. sinais gráficos assim distribuídos: os separadores (vírgula [ , ], pon-
to e vírgula [ ; ], ponto final [ . ], ponto de exclamação [ ! ], reti-
Mesóclise cências [ ... ]), e os de comunicação ou “mensagem” (dois pontos
Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo. [ : ], aspas simples [‘ ’], aspas duplas [ “ ” ], travessão simples [ – ],
travessão duplo [ — ], parênteses [ ( ) ], colchetes ou parênteses
É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no retos [ [ ] ], chave aberta [ { ], e chave fechada [ } ]).
futuro do pretérito que iniciam a oração.
Dir-lhe-ei toda a verdade. Ponto ( . )
Far-me-ias um favor? O ponto simples final, que é dos sinais o que denota maior pau-
sa, serve para encerrar períodos que terminem por qualquer tipo
Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de de oração que não seja a interrogativa direta, a exclamativa e as
qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise. reticências.
Eu lhe direi toda a verdade. Estaremos presentes na festa.
Tu me farias um favor?
Ponto de interrogação ( ? )
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação interrogati-
Colocação do pronome átono nas locuções verbais va ou de incerteza, real ou fingida, também chamada retórica.
Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal Você vai à festa?
não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono deve-
rá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal. Ponto de exclamação ( ! )
Exemplos: Põe-se no fim da oração enunciada com entonação exclama-
Devo-lhe dizer a verdade. tiva.
Devo dizer-lhe a verdade. Ex: Que bela festa!

Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes Reticências ( ... )
do auxiliar ou depois do principal. Denotam interrupção ou incompletude do pensamento (ou
Exemplos: porque se quer deixar em suspenso, ou porque os fatos se dão com
Não lhe devo dizer a verdade. breve espaço de tempo intervalar, ou porque o nosso interlocutor
Não devo dizer-lhe a verdade. nos toma a palavra), ou hesitação em enunciá-lo.
Ex: Essa festa... não sei não, viu.
Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise,
o pronome átono ficará depois do auxiliar. Dois-pontos ( : )
Exemplo: Havia-lhe dito a verdade. Marcam uma supressão de voz em frase ainda não concluída.
Em termos práticos, este sinal é usado para: Introduzir uma citação
Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do (discurso direto) e introduzir um aposto explicativo, enumerativo,
auxiliar. distributivo ou uma oração subordinada substantiva apositiva.
Exemplo: Não lhe havia dito a verdade. Ex: Uma bela festa: cheia de alegria e comida boa.

Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar depois Ponto e vírgula ( ; )
do infinitivo. Representa uma pausa mais forte que a vírgula e menos que o
Exemplos: ponto, e é empregado num trecho longo, onde já existam vírgulas,
Hei de dizer-lhe a verdade. para enunciar pausa mais forte, separar vários itens de uma enume-
Tenho de dizer-lhe a verdade. ração (frequente em leis), etc.
Ex: Vi na festa os deputados, senadores e governador; vi tam-
Observação bém uma linda decoração e bebidas caras.
Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções:
Devo-lhe dizer tudo. Travessão ( — )
Estava-lhe dizendo tudo. Não confundir o travessão com o traço de união ou hífen e com
Havia-lhe dito tudo. o traço de divisão empregado na partição de sílabas (ab-so-lu-ta-
-men-te) e de palavras no fim de linha. O travessão pode substituir
EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO E SUA FUNÇÃO vírgulas, parênteses, colchetes, para assinalar uma expressão inter-
NO TEXTO calada e pode indicar a mudança de interlocutor, na transcrição de
um diálogo, com ou sem aspas.
Ex: Estamos — eu e meu esposo — repletos de gratidão.
Pontuação
Com Nina Catach, entendemos por pontuação um “sistema
de reforço da escrita, constituído de sinais sintáticos, destinados a
organizar as relações e a proporção das partes do discurso e das
pausas orais e escritas. Estes sinais também participam de todas as
funções da sintaxe, gramaticais, entonacionais e semânticas”. (BE-
CHARA, 2009, p. 514)

136
LÍNGUA PORTUGUESA
Parênteses e colchetes ( ) – [ ] Aquele aluno era esforçado, esforçado.
Os parênteses assinalam um isolamento sintático e semântico
mais completo dentro do enunciado, além de estabelecer maior in- • Separa certas expressões explicativas, retificativas, exempli-
timidade entre o autor e o seu leitor. Em geral, a inserção do parên- ficativas, como: isto é, ou seja, ademais, a saber, melhor dizendo,
tese é assinalada por uma entonação especial. Intimamente ligados ou melhor, quer dizer, por exemplo, além disso, aliás, antes, com
aos parênteses pela sua função discursiva, os colchetes são utiliza- efeito, digo.
dos quando já se acham empregados os parênteses, para introduzi- O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem clara,
rem uma nova inserção. ou seja, de fácil compreensão.
Ex: Vamos estar presentes na festa (aquela organizada pelo go-
vernador) • Marca a elipse de um verbo (às vezes, de seus complemen-
tos).
Aspas ( “ ” ) O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particula-
As aspas são empregadas para dar a certa expressão sentido res. (= ... a portaria regulamenta os casos particulares)
particular (na linguagem falada é em geral proferida com entoação
especial) para ressaltar uma expressão dentro do contexto ou para • Separa orações coordenadas assindéticas.
apontar uma palavra como estrangeirismo ou gíria. É utilizada, ain- Levantava-me de manhã, entrava no chuveiro, organizava as
da, para marcar o discurso direto e a citação breve. ideias na cabeça...
Ex: O “coffe break” da festa estava ótimo.
• Isola o nome do lugar nas datas.
Vírgula Rio de Janeiro, 21 de julho de 2006.
São várias as regras que norteiam o uso das vírgulas. Eviden-
ciaremos, aqui, os principais usos desse sinal de pontuação. Antes • Isolar conectivos, tais como: portanto, contudo, assim, dessa
disso, vamos desmistificar três coisas que ouvimos em relação à forma, entretanto, entre outras. E para isolar, também, expressões
vírgula: conectivas, como: em primeiro lugar, como supracitado, essas infor-
1º – A vírgula não é usada por inferência. Ou seja: não “senti- mações comprovam, etc.
mos” o momento certo de fazer uso dela. Fica claro, portanto, que ações devem ser tomadas para ame-
2º – A vírgula não é usada quando paramos para respirar. Em nizar o problema.
alguns contextos, quando, na leitura de um texto, há uma vírgula, o
leitor pode, sim, fazer uma pausa, mas isso não é uma regra. Afinal,
cada um tem seu tempo de respiração, não é mesmo?!?! FUNÇÃO TEXTUAL DOS VOCÁBULOS
3º – A vírgula tem sim grande importância na produção de tex-
tos escritos. Não caia na conversa de algumas pessoas de que ela é
menos importante e que pode ser colocada depois. FUNÇÃO TEXTUAL DOS VOCÁBULOS
Agora, precisamos saber que a língua portuguesa tem uma or-
dem comum de construção de suas frases, que é Sujeito > Verbo > Toda vez que falamos ou escrevemos precisamos de palavras
Objeto > Adjunto, ou seja, (SVOAdj). para expressar elementos, ideias ou sentimentos. O fato de dar um
Maria foi à padaria ontem. nome é precisamente o que significa etimologicamente um vocá-
Sujeito Verbo Objeto Adjunto bulo, este que vem do latim vocare e quer dizer chamar ou dar um
nome. Melhor dizendo, o vocábulo equivale a uma palavra.
Perceba que, na frase acima, não há o uso de vírgula. Isso ocor-
re por alguns motivos: Sua função é dar coerência ao texto.
1) NÃO se separa com vírgula o sujeito de seu predicado.
2) NÃO se separa com vírgula o verbo e seus complementos. Os vocábulos podem ser classificados em função da sua acen-
3) Não é aconselhável usar vírgula entre o complemento do tuação. Assim, as oxítonas são aquelas que têm maior intensidade
verbo e o adjunto. em sua pronúncia na última sílaba (por exemplo, caminhão, café,
cristal), as paroxítonas são as que a intensidade do som recai sobre
Podemos estabelecer, então, que se a frase estiver na ordem a penúltima sílaba (lápis, fácil, cidade) e as proparoxítonas são pro-
comum (SVOAdj), não usaremos vírgula. Caso contrário, a vírgula nunciadas mais fortemente na antepenúltima sílaba (por exemplo,
é necessária: líquido, árvore, ângulo).
Ontem, Maria foi à padaria. Fonte:
Maria, ontem, foi à padaria. https://centraldefavoritos.com.br/2018/01/30/funcao-textu-
À padaria, Maria foi ontem. al-dos-vocabulos/

Além disso, há outros casos em que o uso de vírgulas é neces-


sário: VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
• Separa termos de mesma função sintática, numa enumera-
ção.
Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são qualidades a Variações linguísticas reúnem as variantes da língua que foram
serem observadas na redação oficial. criadas pelos homens e são reinventadas a cada dia.
• Separa aposto. Dessas reinvenções surgem as variações que envolvem diver-
Aristóteles, o grande filósofo, foi o criador da Lógica. sos aspectos históricos, sociais, culturais e geográficos.
• Separa vocativo.
Brasileiros, é chegada a hora de votar.
• Separa termos repetidos.

137
LÍNGUA PORTUGUESA
No Brasil, é possível encontrar muitas variações linguísticas, Destaca-se também o caso do dialeto caipira, o qual pertence
por exemplo, na linguagem regional. Todas as pessoas que falam àquelas pessoas que não tiveram a oportunidade de ter uma educa-
uma determinada língua conhecem as estruturas gerais, básicas, ção formal, e em função disso, não conhecem a linguagem “culta”.
de funcionamento podem sofrer variações devido à influência de
inúmeros fatores. Variação Social - É aquela pertencente a um grupo específico
Nenhuma língua é usada de maneira uniforme por todos os de pessoas. Neste caso, podemos destacar as gírias, as quais per-
seus falantes em todos os lugares e em qualquer situação. Sabe-se tencem a grupos de surfistas, tatuadores, entre outros; a linguagem
que, numa mesma língua, há formas distintas para traduzir o mes- coloquial, usada no dia a dia das pessoas; e a linguagem formal, que
mo significado dentro de um mesmo contexto. é aquela utilizada pelas pessoas de maior prestígio social.
As variações que distinguem uma variante de outra se mani- Fazendo parte deste grupo estão os jargões, que pertencem a
festam em quatro planos distintos, a saber: fônico, morfológico, uma classe profissional mais específica, como é o caso dos médicos,
sintático e lexical. profissionais da informática, dentre outros.

Variações Fônicas Variação Situacional: ocorre de acordo com o contexto o qual


está inserido, por exemplo, as situações formais e informais.
Ocorrem no modo de pronunciar os sons constituintes da pa-
lavra. Os exemplos de variação fônica são abundantes e, ao lado do Preconceito Linguístico
vocabulário, constituem os domínios em que se percebe com mais
nitidez a diferença entre uma variante e outra. Está intimamente relacionado com as variações linguísticas,
uma vez que ele surge para julgar as manifestações linguísticas di-
Variações Morfológicas tas “superiores”.
Para pensarmos nele não precisamos ir muito longe, pois em
São as que ocorrem nas formas constituintes da palavra. Nesse nosso país, embora o mesmo idioma seja falado em todas as regi-
domínio, as diferenças entre as variantes não são tão numerosas ões, cada uma possui suas peculiaridades que envolvem diversos
quanto as de natureza fônica, mas não são desprezíveis. aspectos históricos e culturais.
A maneira de falar do norte é muito diferente da falada no sul
Variações Sintáticas do país. Isso ocorre porque nos atos comunicativos, os falantes da
língua vão determinando expressões, sotaques e entonações de
Dizem respeito às correlações entre as palavras da frase. No acordo com as necessidades linguísticas.
domínio da sintaxe, como no da morfologia, não são tantas as dife- O preconceito linguístico surge no tom de deboche, sendo a
renças entre uma variante e outra. variação apontada de maneira pejorativa e estigmatizada.
É importante ressaltar que todas variações são aceitas e ne-
Variações Léxicas nhuma delas é superior, ou considerada a mais correta.

É o conjunto de palavras de uma língua. As variantes do plano


do léxico, como as do plano fônico, são muito numerosas e carac- REDAÇÃO OFICIAL
terizam com nitidez uma variante em confronto com outra.

Tipos de Variação O que é Redação Oficial3


Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira
Não tem sido fácil para os estudiosos encontrar para as varian- pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações.
tes linguísticas um sistema de classificação que seja simples e, ao Interessa-nos tratá-la do ponto de vista do Poder Executivo. A reda-
mesmo tempo, capaz de dar conta de todas as diferenças que ca- ção oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão
racterizam os múltiplos modos de falar dentro de uma comunidade culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade.
linguística. O principal problema é que os critérios adotados, muitas Fundamentalmente esses atributos decorrem da Constituição, que
vezes, se superpõem, em vez de atuarem isoladamente. dispõe, no artigo 37: “A administração pública direta, indireta ou
As variações mais importantes, para o interesse do concurso fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
público, são os seguintes: Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de lega-
lidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”.
Existem diferentes variações ocorridas na língua, entre elas es- Sendo a publicidade e a impessoalidade princípios fundamentais de
tão: toda administração pública, claro está que devem igualmente nor-
tear a elaboração dos atos e comunicações oficiais. Não se concebe
Variação Histórica - Aquela que sofre transformações ao longo que um ato normativo de qualquer natureza seja redigido de forma
do tempo. Como por exemplo, a palavra “Você”, que antes era vos- obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreensão. A transpa-
mecê e que agora, diante da linguagem reduzida no meio eletrôni- rência do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibili-
co, é apenas VC. O mesmo acontece com as palavras escritas com dade, são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que
PH, como era o caso de pharmácia, agora, farmácia. um texto legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade
Variação Regional (os chamados dialetos) - São as variações implica, pois, necessariamente, clareza e concisão.
ocorridas de acordo com a cultura de uma determinada região, to-
mamos como exemplo a palavra mandioca, que em certas regiões é
tratada por macaxeira; e abóbora, que é conhecida como jerimum.

3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm

138
LÍNGUA PORTUGUESA
Além de atender à disposição constitucional, a forma dos atos b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com
normativos obedece a certa tradição. Há normas para sua elabora- duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre
ção que remontam ao período de nossa história imperial, como, por concebido como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos,
exemplo, a obrigatoriedade – estabelecida por decreto imperial de temos um destinatário concebido de forma homogênea e impes-
10 de dezembro de 1822 – de que se aponha, ao final desses atos, o soal;
número de anos transcorridos desde a Independência. Essa prática c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o uni-
foi mantida no período republicano. Esses mesmos princípios (im- verso temático das comunicações oficiais se restringe a questões
pessoalidade, clareza, uniformidade, concisão e uso de linguagem que dizem respeito ao interesse público, é natural que não cabe
formal) aplicam-se às comunicações oficiais: elas devem sempre qualquer tom particular ou pessoal. Desta forma, não há lugar na
permitir uma única interpretação e ser estritamente impessoais e redação oficial para impressões pessoais, como as que, por exem-
uniformes, o que exige o uso de certo nível de linguagem. Nesse plo, constam de uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de
quadro, fica claro também que as comunicações oficiais são neces- jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação oficial deve ser
sariamente uniformes, pois há sempre um único comunicador (o isenta da interferência da individualidade que a elabora. A concisão,
Serviço Público) e o receptor dessas comunicações ou é o próprio a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos valemos para
Serviço Público (no caso de expedientes dirigidos por um órgão a elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja
outro) – ou o conjunto dos cidadãos ou instituições tratados de for- alcançada a necessária impessoalidade.
ma homogênea (o público).
Outros procedimentos rotineiros na redação de comunicações A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais
oficiais foram incorporados ao longo do tempo, como as formas de A necessidade de empregar determinado nível de linguagem
tratamento e de cortesia, certos clichês de redação, a estrutura dos nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio ca-
expedientes, etc. Mencione-se, por exemplo, a fixação dos fechos ráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua finalida-
para comunicações oficiais, regulados pela Portaria no 1 do Ministro de. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normati-
de Estado da Justiça, de 8 de julho de 1937, que, após mais de meio vo, ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam
século de vigência, foi revogado pelo Decreto que aprovou a primei- o funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se em
ra edição deste Manual. Acrescente-se, por fim, que a identificação sua elaboração for empregada a linguagem adequada. O mesmo
que se buscou fazer das características específicas da forma oficial se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de
de redigir não deve ensejar o entendimento de que se proponha informar com clareza e objetividade. As comunicações que partem
a criação – ou se aceite a existência – de uma forma específica de dos órgãos públicos federais devem ser compreendidas por todo e
linguagem administrativa, o que coloquialmente e pejorativamente qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar
se chama burocratês. Este é antes uma distorção do que deve ser a o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há
redação oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões e clichês dúvida que um texto marcado por expressões de circulação restrita,
do jargão burocrático e de formas arcaicas de construção de frases. como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem
A redação oficial não é, portanto, necessariamente árida e infensa à sua compreensão dificultada. Ressalte-se que há necessariamente
evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar com im- uma distância entre a língua falada e a escrita. Aquela é extrema-
pessoalidade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso mente dinâmica, reflete de forma imediata qualquer alteração de
que se faz da língua, de maneira diversa daquele da literatura, do costumes, e pode eventualmente contar com outros elementos que
texto jornalístico, da correspondência particular, etc. Apresentadas auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação, etc. Para
essas características fundamentais da redação oficial, passemos à mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por essa distân-
análise pormenorizada de cada uma delas. cia. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as transforma-
ções, tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas de
A Impessoalidade si mesma para comunicar. A língua escrita, como a falada, compre-
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela ende diferentes níveis, de acordo com o uso que dela se faça. Por
escrita. Para que haja comunicação, são necessários: exemplo, em uma carta a um amigo, podemos nos valer de deter-
a) alguém que comunique, minado padrão de linguagem que incorpore expressões extrema-
b) algo a ser comunicado, e mente pessoais ou coloquiais; em um parecer jurídico, não se há de
c) alguém que receba essa comunicação. estranhar a presença do vocabulário técnico correspondente. Nos
dois casos, há um padrão de linguagem que atende ao uso que se
No caso da redação oficial, quem comunica é sempre o Serviço faz da língua, a finalidade com que a empregamos. O mesmo ocorre
Público (este ou aquele Ministério, Secretaria, Departamento, Di- com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, por sua finalidade
visão, Serviço, Seção); o que se comunica é sempre algum assunto de informar com o máximo de clareza e concisão, eles requerem o
relativo às atribuições do órgão que comunica; o destinatário dessa uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão cul-
comunicação ou é o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro ór- to é aquele em que a) se observam as regras da gramática formal,
gão público, do Executivo ou dos outros Poderes da União. Perce- e b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários
be-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado aos do idioma. É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do
assuntos que constam das comunicações oficiais decorre: padrão culto na redação oficial decorre do fato de que ele está aci-
a) da ausência de impressões individuais de quem comunica: ma das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos
embora se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Che- modismos vocabulares, das idiossincrasias linguísticas, permitindo,
fe de determinada Seção, é sempre em nome do Serviço Público por essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos
que é feita a comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável padro- os cidadãos.
nização, que permite que comunicações elaboradas em diferentes
setores da Administração guardem entre si certa uniformidade;

139
LÍNGUA PORTUGUESA
Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a simplicidade que não acrescentam informação alguma ao texto, nem têm maior
de expressão, desde que não seja confundida com pobreza de ex- relação com as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensadas. A
pressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica empre- clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial, conforme
go de linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e já sublinhado na introdução deste capítulo. Pode-se definir como
figuras de linguagem próprios da língua literária. Pode-se concluir, claro aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor.
então, que não existe propriamente um “padrão oficial de lingua- No entanto a clareza não é algo que se atinja por si só: ela depende
gem”; o que há é o uso do padrão culto nos atos e comunicações estritamente das demais características da redação oficial. Para ela
oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de determinadas concorrem:
expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das for- a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações
mas sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se con- que poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto;
sagre a utilização de uma forma de linguagem burocrática. O jargão b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de en-
burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre tendimento geral e por definição avesso a vocábulos de circulação
sua compreensão limitada. A linguagem técnica deve ser empre- restrita, como a gíria e o jargão;
gada apenas em situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a impres-
indiscriminado. Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vo- cindível uniformidade dos textos;
cabulário próprio a determinada área, são de difícil entendimento d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos linguís-
por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado, ticos que nada lhe acrescentam.
portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a outros
órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos. É pela correta observação dessas características que se redige
Outras questões sobre a linguagem, como o emprego de neologis- com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo
mo e estrangeirismo, são tratadas em detalhe em 9.3. Semântica. texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros
e de erros gramaticais provém principalmente da falta da releitu-
Formalidade e Padronização ra que torna possível sua correção. Na revisão de um expediente,
As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é, deve-se avaliar, ainda, se ele será de fácil compreensão por seu
obedecem a certas regras de forma: além das já mencionadas exi- destinatário. O que nos parece óbvio pode ser desconhecido por
gências de impessoalidade e uso do padrão culto de linguagem, é terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos assuntos em de-
imperativo, ainda, certa formalidade de tratamento. Não se trata corrência de nossa experiência profissional muitas vezes faz com
somente da eterna dúvida quanto ao correto emprego deste ou da- que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre
quele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível é verdade. Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técni-
(v. a esse respeito 2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento); cos, o significado das siglas e abreviações e os conceitos específicos
mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade que não possam ser dispensados. A revisão atenta exige, necessa-
no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação. riamente, tempo. A pressa com que são elaboradas certas comu-
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária nicações quase sempre compromete sua clareza. Não se deve pro-
uniformidade das comunicações. Ora, se a administração federal é ceder à redação de um texto que não seja seguida por sua revisão.
una, é natural que as comunicações que expede sigam um mesmo “Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima.
padrão. O estabelecimento desse padrão, uma das metas deste Ma- Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir.
nual, exige que se atente para todas as características da redação
oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. A clareza As comunicações oficiais
A redação das comunicações oficiais deve, antes de tudo, se-
datilográfica, o uso de papéis uniformes para o texto definitivo e a
guir os preceitos explicitados no Capítulo I, Aspectos Gerais da
correta diagramação do texto são indispensáveis para a padroniza-
Redação Oficial. Além disso, há características específicas de cada
ção. Consulte o Capítulo II, As Comunicações Oficiais, a respeito de
tipo de expediente, que serão tratadas em detalhe neste capítulo.
normas específicas para cada tipo de expediente.
Antes de passarmos à sua análise, vejamos outros aspectos comuns
a quase todas as modalidades de comunicação oficial: o emprego
Concisão e Clareza
dos pronomes de tratamento, a forma dos fechos e a identificação
A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do
do signatário.
texto oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um máxi-
mo de informações com um mínimo de palavras. Para que se redija
Pronomes de Tratamento
com essa qualidade, é fundamental que se tenha, além de conheci-
mento do assunto sobre o qual se escreve, o necessário tempo para Breve História dos Pronomes de Tratamento
revisar o texto depois de pronto. É nessa releitura que muitas vezes O uso de pronomes e locuções pronominais de tratamento tem
se percebem eventuais redundâncias ou repetições desnecessárias larga tradição na língua portuguesa. De acordo com Said Ali, após
de ideias. O esforço de sermos concisos atende, basicamente ao serem incorporados ao português os pronomes latinos tu e vos,
princípio de economia linguística, à mencionada fórmula de empre- “como tratamento direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia a
gar o mínimo de palavras para informar o máximo. Não se deve de palavra”, passou-se a empregar, como expediente linguístico de dis-
forma alguma entendê-la como economia de pensamento, isto é, tinção e de respeito, a segunda pessoa do plural no tratamento de
não se devem eliminar passagens substanciais do texto no afã de pessoas de hierarquia superior. Prossegue o autor: “Outro modo de
reduzi-lo em tamanho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras tratamento indireto consistiu em fingir que se dirigia a palavra a um
inúteis, redundâncias, passagens que nada acrescentem ao que já atributo ou qualidade eminente da pessoa de categoria superior, e
foi dito. Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em não a ela própria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu rei com
todo texto de alguma complexidade: ideias fundamentais e ideias o tratamento de vossa mercê, vossa senhoria (...); assim usou-se
secundárias. Estas últimas podem esclarecer o sentido daquelas de- o tratamento ducal de vossa excelência e adotou-se na hierarquia
talhá-las, exemplificá-las; mas existem também ideias secundárias eclesiástica vossa reverência, vossa paternidade, vossa eminência,

140
LÍNGUA PORTUGUESA
vossa santidade. ” A partir do final do século XVI, esse modo de As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor,
tratamento indireto já estava em voga também para os ocupantes seguido do cargo respectivo:
de certos cargos públicos. Vossa mercê evoluiu para vosmecê, e de- Senhor Senador,
pois para o coloquial você. E o pronome vós, com o tempo, caiu em Senhor Juiz,
desuso. É dessa tradição que provém o atual emprego de pronomes Senhor Ministro,
de tratamento indireto como forma de dirigirmo-nos às autorida- Senhor Governador,
des civis, militares e eclesiásticas.
No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às
Concordância com os Pronomes de Tratamento autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte forma:
Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta)
apresentam certas peculiaridades quanto à concordância verbal, A Sua Excelência o Senhor
nominal e pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa gra- Fulano de Tal
matical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a comuni- Ministro de Estado da Justiça
cação), levam a concordância para a terceira pessoa. É que o verbo 70.064-900 – Brasília. DF
concorda com o substantivo que integra a locução como seu núcleo
sintático: “Vossa Senhoria nomeará o substituto”; “Vossa Excelên- A Sua Excelência o Senhor
cia conhece o assunto”. Da mesma forma, os pronomes possessivos Senador Fulano de Tal
referidos a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pes- Senado Federal
soa: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa... vos- 70.165-900 – Brasília. DF
so...”). Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero
gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e A Sua Excelência o Senhor
não com o substantivo que compõe a locução. Assim, se nosso in- Fulano de Tal
terlocutor for homem, o correto é “Vossa Excelência está atarefa- Juiz de Direito da 10a Vara Cível
do”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeito”; se for mulher, “Vossa Rua ABC, no 123
Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeita”. 01.010-000 – São Paulo. SP

Emprego dos Pronomes de Tratamento Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento
Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece digníssimo (DD), às autoridades arroladas na lista anterior. A dig-
a secular tradição. São de uso consagrado: nidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público,
Vossa Excelência, para as seguintes autoridades: sendo desnecessária sua repetida evocação.
Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e
a) do Poder Executivo; para particulares. O vocativo adequado é:
Presidente da República; Senhor Fulano de Tal,
Vice-Presidente da República; (...)
Ministros de Estado;
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Fe- No envelope, deve constar do endereçamento:
deral; Ao Senhor
Oficiais-Generais das Forças Armadas; Fulano de Tal
Embaixadores; Rua ABC, nº 123
Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de 70.123 – Curitiba. PR
cargos de natureza especial;
Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Como se depreende do exemplo acima fica dispensado o em-
Prefeitos Municipais. prego do superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem
o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o
b) do Poder Legislativo: uso do pronome de tratamento Senhor. Acrescente-se que doutor
Deputados Federais e Senadores; não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo
Ministro do Tribunal de Contas da União; indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em
Deputados Estaduais e Distritais; comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; concluído curso universitário de doutorado. É costume designar por
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais. doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em
Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a dese-
c) do Poder Judiciário: jada formalidade às comunicações. Mencionemos, ainda, a forma
Ministros dos Tribunais Superiores; Vossa Magnificência, empregada por força da tradição, em comu-
Membros de Tribunais; nicações dirigidas a reitores de universidade. Corresponde-lhe o
Juízes; vocativo:
Auditores da Justiça Militar.
Magnífico Reitor,
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos (...)
Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respec-
tivo: Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, hierarquia eclesiástica, são:
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Fede- Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O voca-
ral. tivo correspondente é:

141
LÍNGUA PORTUGUESA
Santíssimo Padre, a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que
(...) o expede:
Exemplos:
Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em co- Mem. 123/2002-MF Aviso 123/2002-SG Of. 123/2002-MME
municações aos Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo:
Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinha-
Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal, mento à direita:
(...) Exemplo:
13
Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações Brasília, 15 de março de 1991.
dirigidas a Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendíssima ou Vossa Se-
nhoria Reverendíssima para Monsenhores, Cônegos e superiores c) assunto: resumo do teor do documento
religiosos. Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos Exemplos:
e demais religiosos. Assunto: Produtividade do órgão em 2002.
Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores.
Fechos para Comunicações
O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida
óbvia de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os modelos a comunicação. No caso do ofício deve ser incluído também o en-
para fecho que vinham sendo utilizados foram regulados pela Por- dereço.
taria nº1 do Ministério da Justiça, de 1937, que estabelecia quinze
padrões. Com o fito de simplificá-los e uniformizá-los, este Manual e) texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento
estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes para to- de documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura:
das as modalidades de comunicação oficial: – Introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura,
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da Re- na qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o
pública: uso das formas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, “Cumpre-
Respeitosamente, -me informar que”, empregue a forma direta;
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia in- – Desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o texto
ferior: contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem ser tratadas
Atenciosamente, em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição;
– Conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresen-
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a au- tada a posição recomendada sobre o assunto.
toridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios, de-
vidamente disciplinados no Manual de Redação do Ministério das Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos
Relações Exteriores. em que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos.
Já quando se tratar de mero encaminhamento de documentos
Identificação do Signatário
a estrutura é a seguinte:
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da Repú-
– Introdução: deve iniciar com referência ao expediente que
blica, todas as demais comunicações oficiais devem trazer o nome e
solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver
o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de sua assina-
sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comu-
tura. A forma da identificação deve ser a seguinte:
nicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos
do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, e as-
(espaço para assinatura)
sunto de que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado,
NOME
segundo a seguinte fórmula:
Chefe da Secretária-geral da Presidência da República
“Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991, enca-
(espaço para assinatura) minho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 1990, do Depar-
NOME tamento Geral de Administração, que trata da requisição do servi-
Ministro de Estado da Justiça dor Fulano de Tal. ” Ou “Encaminho, para exame e pronunciamento,
a anexa cópia do telegrama no 12, de 1o de fevereiro de 1991, do
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a respeito de
em página isolada do expediente. Transfira para essa página ao me- projeto de modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste. ”
nos a última frase anterior ao fecho. – Desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer
algum comentário a respeito do documento que encaminha, pode-
O Padrão Ofício rá acrescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário,
Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes pela fi- não há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero
nalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com encaminhamento.
o fito de uniformizá-los, pode-se adotar uma diagramação única,
que siga o que chamamos de padrão ofício. As peculiaridades de f) fecho (v. 2.2. Fechos para Comunicações);
cada um serão tratadas adiante; por ora busquemos as suas seme-
lhanças. g) assinatura do autor da comunicação; e

Partes do documento no Padrão Ofício h) identificação do signatário (v. 2.3. Identificação do Signa-
O aviso, o ofício e o memorando devem conter as seguintes tário).
partes:

142
LÍNGUA PORTUGUESA
Forma de diagramação – telefone E endereço de correio eletrônico.
Os documentos do Padrão Ofício5 devem obedecer à seguinte
forma de apresentação: Memorando
a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo
12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé; — Definição e Finalidade
b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman po- O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades
der-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings; administrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquica-
c) é obrigatória constar a partir da segunda página o número mente em mesmo nível ou em nível diferente. Trata-se, portanto,
da página; de uma forma de comunicação eminentemente interna. Pode ter
d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impres- caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a ex-
sos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda posição de projetos, ideias, diretrizes, etc. a serem adotados por
e direta terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem determinado setor do serviço público. Sua característica principal é
espelho”); a agilidade. A tramitação do memorando em qualquer órgão deve
e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distân- pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos buro-
cia da margem esquerda; cráticos. Para evitar desnecessário aumento do número de comuni-
f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no míni- cações, os despachos ao memorando devem ser dados no próprio
mo, 3,0 cm de largura; documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação.
g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm; 5 O Esse procedimento permite formar uma espécie de processo sim-
constante neste item aplica-se também à exposição de motivos e à plificado, assegurando maior transparência à tomada de decisões,
mensagem (v. 4. Exposição de Motivos e 5. Mensagem). e permitindo que se historie o andamento da matéria tratada no
h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de memorando.
6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não
comportar tal recurso, de uma linha em branco; — Forma e Estrutura
i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão
letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve ser mencio-
outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do nado pelo cargo que ocupa.
documento; Exemplos:
j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Ao Sr. Subche-
branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos fe para Assuntos Jurídicos
e ilustrações;
l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser Exposição de Motivos
impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;
m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo — Definição e Finalidade
Rich Text nos documentos de texto; Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Presidente da
n) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem República ou ao Vice-Presidente para:
ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior ou apro- a) informá-lo de determinado assunto;
veitamento de trechos para casos análogos; b) propor alguma medida; ou
o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem c) submeter a sua consideração projeto de ato normativo.
ser formados da seguinte maneira: tipo do documento + número do
documento + palavras-chaves do conteúdo Ex.: “Of. 123 - relatório Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da
produtividade ano 2002” República por um Ministro de Estado.
Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um Mi-
Aviso e Ofício nistério, a exposição de motivos deverá ser assinada por todos os
— Definição e Finalidade Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de intermi-
Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial pratica- nisterial.
mente idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expe-
dido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de — Forma e Estrutura
mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para e pelas Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação do
demais autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de padrão ofício (v. 3. O Padrão Ofício). O anexo que acompanha a
assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e, exposição de motivos que proponha alguma medida ou apresente
no caso do ofício, também com particulares. projeto de ato normativo, segue o modelo descrito adiante. A ex-
posição de motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas
— Forma e Estrutura formas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter
Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do padrão exclusivamente informativo e outra para a que proponha alguma
ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário (v. 2.1 medida ou submeta projeto de ato normativo.
Pronomes de Tratamento), seguido de vírgula. No primeiro caso, o da exposição de motivos que simplesmen-
Exemplos: te leva algum assunto ao conhecimento do Presidente da República,
Excelentíssimo Senhor Presidente da República sua estrutura segue o modelo antes referido para o padrão ofício.
Senhora Ministra Já a exposição de motivos que submeta à consideração do Pre-
Senhor Chefe de Gabinete sidente da República a sugestão de alguma medida a ser adotada
Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguin- ou a que lhe apresente projeto de ato normativo – embora sigam
tes informações do remetente: também a estrutura do padrão ofício –, além de outros comentá-
– Nome do órgão ou setor; rios julgados pertinentes por seu autor, devem, obrigatoriamente,
– Endereço postal; apontar:

143
LÍNGUA PORTUGUESA
a) na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da Dessa forma, ao atender às questões que devem ser analisadas
medida ou do ato normativo proposto; na elaboração de atos normativos no âmbito do Poder Executivo,
b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou o texto da exposição de motivos e seu anexo complementam-se e
aquele ato normativo o ideal para se solucionar o problema, e even- formam um todo coeso: no anexo, encontramos uma avaliação pro-
tuais alternativas existentes para equacioná-lo; funda e direta de toda a situação que está a reclamar a adoção de
c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou certa providência ou a edição de um ato normativo; o problema a
qual ato normativo deve ser editado para solucionar o problema. ser enfrentado e suas causas; a solução que se propõe, seus efeitos
e seus custos; e as alternativas existentes. O texto da exposição de
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição motivos fica, assim, reservado à demonstração da necessidade da
de motivos, devidamente preenchido, de acordo com o seguinte providência proposta: por que deve ser adotada e como resolverá
modelo previsto no Anexo II do Decreto no 4.176, de 28 de março o problema. Nos casos em que o ato proposto for questão de pes-
de 2002. soal (nomeação, promoção, ascensão, transferência, readaptação,
Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do Ministério reversão, aproveitamento, reintegração, recondução, remoção,
ou órgão equivalente) nº de 200. exoneração, demissão, dispensa, disponibilidade, aposentadoria),
não é necessário o encaminhamento do formulário de anexo à ex-
1. Síntese do problema ou da situação que reclama providên- posição de motivos.
cias
Ressalte-se que:
2. Soluções e providências contidas no ato normativo ou na
– A síntese do parecer do órgão de assessoramento jurídico
medida proposta
não dispensa o encaminhamento do parecer completo;
3. Alternativas existentes às medidas propostas
– O tamanho dos campos do anexo à exposição de motivos
Mencionar:
- Se há outro projeto do Executivo sobre a matéria; pode ser alterado de acordo com a maior ou menor extensão dos
- Se há projetos sobre a matéria no Legislativo; comentários a serem ali incluídos.
- Outras possibilidades de resolução do problema.
Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presente que
4. Custos a atenção aos requisitos básicos da redação oficial (clareza, conci-
Mencionar: são, impessoalidade, formalidade, padronização e uso do padrão
- Se a despesa decorrente da medida está prevista na lei orça- culto de linguagem) deve ser redobrada. A exposição de motivos é
mentária anual; se não, quais as alternativas para custeá-la; a principal modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da
- Se é o caso de solicitar-se abertura de crédito extraordinário, República pelos Ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser
especial ou suplementar; encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário
- Valor a ser despendido em moeda corrente; ou, ainda, ser publicada no Diário Oficial da União, no todo ou em
parte.
5. Razões que justificam a urgência (a ser preenchido somente
se o ato proposto for medido provisória ou projeto de lei que deva Mensagem
tramitar em regime de urgência)
Mencionar: — Definição e Finalidade
- Se o problema configura calamidade pública; É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos
- Por que é indispensável a vigência imediata; Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe
- Se se trata de problema cuja causa ou agravamento não te- do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato
nham sido previstos; da Administração Pública; expor o plano de governo por ocasião
- Se se trata de desenvolvimento extraordinário de situação já da abertura de sessão legislativa; submeter ao Congresso Nacional
prevista. matérias que dependem de deliberação de suas Casas; apresentar
veto; enfim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja
6. Impacto sobre o meio ambiente (sempre que o ato ou medi- de interesse dos poderes públicos e da Nação. Minuta de mensa-
da proposta possa vir a tê-lo)
gem pode ser encaminhada pelos Ministérios à Presidência da Re-
7. Alterações propostas
pública, a cujas assessorias caberá a redação final. As mensagens
8. Síntese do parecer do órgão jurídico
mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional têm as se-
Com base em avaliação do ato normativo ou da medida pro-
guintes finalidades:
posta à luz das questões levantadas no item 10.4.3.
A falta ou insuficiência das informações prestadas pode acar- a) encaminhamento de projeto de lei ordinária, complemen-
retar, a critério da Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, tar ou financeira. Os projetos de lei ordinária ou complementar são
a devolução do projeto de ato normativo para que se complete o enviados em regime normal (Constituição, art. 61) ou de urgência
exame ou se reformule a proposta. O preenchimento obrigatório do (Constituição, art. 64, §§ 1o a 4o). Cabe lembrar que o projeto pode
anexo para as exposições de motivos que proponham a adoção de ser encaminhado sob o regime normal e mais tarde ser objeto de
alguma medida ou a edição de ato normativo tem como finalidade: nova mensagem, com solicitação de urgência. Em ambos os casos,
a) permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca a mensagem se dirige aos Membros do Congresso Nacional, mas é
resolver; encaminhada com aviso do Chefe da Casa Civil da Presidência da
b) ensejar mais profunda avaliação das diversas causas do pro- República ao Primeiro Secretário da Câmara dos Deputados, para
blema e dos efeitos que pode ter a adoção da medida ou a edição que tenha início sua tramitação (Constituição, art. 64, caput). Quan-
do ato, em consonância com as questões que devem ser analisadas to aos projetos de lei financeira (que compreendem plano plurianu-
na elaboração de proposições normativas no âmbito do Poder Exe- al, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e créditos adicio-
cutivo (v. 10.4.3.). nais), as mensagens de encaminhamento dirigem-se aos Membros
c) conferir perfeita transparência aos atos propostos. do Congresso Nacional, e os respectivos avisos são endereçados ao

144
LÍNGUA PORTUGUESA
Primeiro Secretário do Senado Federal. A razão é que o art. 166 h) comunicação de sanção (com restituição de autógrafos).
da Constituição impõe a deliberação congressual sobre as leis fi- Esta mensagem é dirigida aos Membros do Congresso Nacio-
nanceiras em sessão conjunta, mais precisamente, “na forma do nal, encaminhada por Aviso ao Primeiro Secretário da Casa onde
regimento comum”. E à frente da Mesa do Congresso Nacional está se originaram os autógrafos. Nela se informa o número que tomou
o Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 57, § 5o), que co- a lei e se restituem dois exemplares dos três autógrafos recebidos,
manda as sessões conjuntas. As mensagens aqui tratadas coroam o nos quais o Presidente da República terá aposto o despacho de san-
processo desenvolvido no âmbito do Poder Executivo, que abrange ção.
minucioso exame técnico, jurídico e econômico-financeiro das ma- i) comunicação de veto.
térias objeto das proposições por elas encaminhadas. Tais exames Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 66,
materializam-se em pareceres dos diversos órgãos interessados no § 1o), a mensagem informa sobre a decisão de vetar, se o veto é
assunto das proposições, entre eles o da Advocacia-Geral da União. parcial, quais as disposições vetadas, e as razões do veto. Seu texto
Mas, na origem das propostas, as análises necessárias constam da vai publicado na íntegra no Diário Oficial da União (v. 4.2. Forma e
exposição de motivos do órgão onde se geraram (v. 3.1. Exposição Estrutura), ao contrário das demais mensagens, cuja publicação se
de Motivos) – exposição que acompanhará, por cópia, a mensagem restringe à notícia do seu envio ao Poder Legislativo. (v. 19.6.Veto)
de encaminhamento ao Congresso. j) outras mensagens.
b) encaminhamento de medida provisória. Também são remetidas ao Legislativo com regular frequência
Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituição, mensagens com:
o Presidente da República encaminha mensagem ao Congresso, – Encaminhamento de atos internacionais que acarretam en-
dirigida a seus membros, com aviso para o Primeiro Secretário do cargos ou compromissos gravosos (Constituição, art. 49, I);
Senado Federal, juntando cópia da medida provisória, autenticada – Pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis às opera-
pela Coordenação de Documentação da Presidência da República. ções e prestações interestaduais e de exportação
(Constituição, art. 155, § 2o, IV);
c) indicação de autoridades.
– Proposta de fixação de limites globais para o montante da
As mensagens que submetem ao Senado Federal a indicação
dívida consolidada (Constituição, art. 52, VI);
de pessoas para ocuparem determinados cargos (magistrados dos
– Pedido de autorização para operações financeiras externas
Tribunais Superiores, Ministros do TCU, Presidentes e Diretores do
(Constituição, art. 52, V); e outros.
Banco Central, Procurador-Geral da República, Chefes de Missão Di- Entre as mensagens menos comuns estão as de:
plomática, etc.) têm em vista que a Constituição, no seu art. 52, inci- – Convocação extraordinária do Congresso Nacional (Constitui-
sos III e IV, atribui àquela Casa do Congresso Nacional competência ção, art. 57, § 6o);
privativa para aprovar a indicação. O curriculum vitae do indicado, – Pedido de autorização para exonerar o Procurador-Geral da
devidamente assinado, acompanha a mensagem. República (art. 52, XI, e 128, § 2o);
d) pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presiden- – Pedido de autorização para declarar guerra e decretar mobi-
te da República se ausentarem do País por mais de 15 dias. Trata- lização nacional (Constituição, art. 84, XIX);
-se de exigência constitucional (Constituição, art. 49, III, e 83), e a – Pedido de autorização ou referendo para celebrar a paz
autorização é da competência privativa do Congresso Nacional. O (Constituição, art. 84, XX);
Presidente da República, tradicionalmente, por cortesia, quando a – Justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua
ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz uma comunicação a cada prorrogação (Constituição, art. 136, § 4o);
Casa do Congresso, enviando-lhes mensagens idênticas. – Pedido de autorização para decretar o estado de sítio (Cons-
e) encaminhamento de atos de concessão e renovação de tituição, art. 137);
concessão de emissoras de rádio e TV. A obrigação de submeter – Relato das medidas praticadas na vigência do estado de sítio
tais atos à apreciação do Congresso Nacional consta no inciso XII ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo único);
do artigo 49 da Constituição. Somente produzirão efeitos legais a – Proposta de modificação de projetos de leis financeiras
outorga ou renovação da concessão após deliberação do Congresso (Constituição, art. 166, § 5o);
Nacional (Constituição, art. 223, § 3o). Descabe pedir na mensagem – Pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem sem
a urgência prevista no art. 64 da Constituição, porquanto o § 1o do despesas correspondentes, em decorrência de veto, emenda ou re-
art. 223 já define o prazo da tramitação. Além do ato de outorga jeição do projeto de lei orçamentária anual (Constituição, art. 166,
ou renovação, acompanha a mensagem o correspondente processo § 8o);
administrativo. – Pedido de autorização para alienar ou conceder terras públi-
f) encaminhamento das contas referentes ao exercício ante- cas com área superior a 2.500 ha (Constituição, art. 188, § 1o); etc.
rior. O Presidente da República tem o prazo de sessenta dias após a
— Forma e Estrutura
abertura da sessão legislativa para enviar ao Congresso Nacional as
As mensagens contêm:
contas referentes ao exercício anterior (Constituição, art. 84, XXIV),
a) a indicação do tipo de expediente e de seu número, horizon-
para exame e parecer da Comissão Mista permanente (Constitui-
talmente, no início da margem esquerda:
ção, art. 166, § 1o), sob pena de a Câmara dos Deputados realizar a
Mensagem no
tomada de contas (Constituição, art. 51, II), em procedimento disci- b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo
plinado no art. 215 do seu Regimento Interno. do destinatário, horizontalmente, no início da margem esquerda;
g) mensagem de abertura da sessão legislativa. Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal,
Ela deve conter o plano de governo, exposição sobre a situação c) o texto, iniciando a 2 cm do vocativo;
do País e solicitação de providências que julgar necessárias (Cons- d) o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, e
tituição, art. 84, XI). O portador da mensagem é o Chefe da Casa horizontalmente fazendo coincidir seu final com a margem direita.
Civil da Presidência da República. Esta mensagem difere das demais A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente
porque vai encadernada e é distribuída a todos os Congressistas em da República, não traz identificação de seu signatário.
forma de livro.

145
LÍNGUA PORTUGUESA
Telegrama —Valor documental
Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de
— Definição e Finalidade correio eletrônico tenha valor documental, i. é, para que possa ser
Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os proce- aceito como documento original, é necessário existir certificação di-
dimentos burocráticos, passa a receber o título de telegrama toda gital que ateste a identidade do remetente, na forma estabelecida
comunicação oficial expedida por meio de telegrafia, telex, etc. Por em lei.
tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos cofres públicos
e tecnologicamente superada, deve restringir-se o uso do telegra-
ma apenas àquelas situações que não seja possível o uso de correio EXERCÍCIOS
eletrônico ou fax e que a urgência justifique sua utilização e, tam-
bém em razão de seu custo elevado, esta forma de comunicação 1. (FEMPERJ – VALEC – JORNALISTA – 2012) Intertextualidade é
deve pautar-se pela concisão (v. 1.4. Concisão e Clareza). a presença de um texto em outro; o pensamento abaixo que NÃO
se fundamenta em intertextualidade é:
— Forma e Estrutura (A) “Se tudo o que é bom dura pouco, eu já deveria ter morrido
Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e a estrutura há muito tempo.”
dos formulários disponíveis nas agências dos Correios e em seu sítio (B) “Nariz é essa parte do corpo que brilha, espirra, coça e se
na Internet. mete onde não é chamada.”
(C) “Une-te aos bons e será um deles. Ou fica aqui com a gente
Fax mesmo!”
(D) “Vamos fazer o feijão com arroz. Se puder botar um ovo,
— Definição e Finalidade tudo bem.”
O fax (forma abreviada já consagrada de fac-símile) é uma for- (E) “O Neymar é invendável, inegociável e imprestável.”
ma de comunicação que está sendo menos usada devido ao desen-
volvimento da Internet. É utilizado para a transmissão de mensa- 2. (FUNIVERSA – CEB – ADVOGADO – 2010) Assinale a alterna-
gens urgentes e para o envio antecipado de documentos, de cujo tiva em que todas as palavras são acentuadas pela mesma razão.
conhecimento há premência, quando não há condições de envio do (A) “Brasília”, “prêmios”, “vitória”.
documento por meio eletrônico. Quando necessário o original, ele (B) “elétrica”, “hidráulica”, “responsáveis”.
segue posteriormente pela via e na forma de praxe. Se necessário (C) “sérios”, “potência”, “após”.
o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia xerox do fax e não com (D) “Goiás”, “já”, “vários”.
o próprio fax, cujo papel, em certos modelos, se deteriora rapida- (E) “solidária”, “área”, “após”.
mente.
3. (CESGRANRIO – CMB – ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRA-
— Forma e Estrutura TIVO – 2012) Algumas palavras são acentuadas com o objetivo ex-
Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura clusivo de distingui-las de outras. Uma palavra acentuada com esse
que lhes são inerentes. É conveniente o envio, juntamente com o objetivo é a seguinte:
documento principal, de folha de rosto, i. é., de pequeno formulário (A) pôr.
com os dados de identificação da mensagem a ser enviada, confor- (B) ilhéu.
me exemplo a seguir: (C) sábio.
(D) também.
Correio Eletrônico (E) lâmpada.

— Definição e finalidade 4. (FDC – PROFESSOR DE PORTUGUÊS II – 2005) Marque a série


Correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e celeridade, em que o hífen está corretamente empregado nas cinco palavras:
transformou-se na principal forma de comunicação para transmis- (A) pré-nupcial, ante-diluviano, anti-Cristo, ultra-violeta, infra-
são de documentos. -vermelho.
(B) vice-almirante, ex-diretor, super-intendente, extrafino, in-
— Forma e Estrutura fra-assinado.
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua (C) anti-alérgico, anti-rábico, ab-rupto, sub-rogar, antihigiênico.
flexibilidade. Assim, não interessa definir forma rígida para sua es- (D) extraoficial, antessala, contrassenso, ultrarrealismo, con-
trutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatí- trarregra.
vel com uma comunicação oficial (v. 1.2 A Linguagem dos Atos e (E) co-seno, contra-cenar, sobre-comum, sub-humano, infra-
Comunicações Oficiais). O campo assunto do formulário de correio -mencionado.
eletrônico mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a or-
ganização documental tanto do destinatário quanto do remetente.
Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado, prefe-
rencialmente, o formato Rich Text. A mensagem que encaminha al-
gum arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo.
Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de confirmação de
leitura. Caso não seja disponível, deve constar na mensagem o pe-
dido de confirmação de recebimento.

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LÍNGUA PORTUGUESA
5. (ESAF – SRF – AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL – 2003) 9. (FCC – INFRAERO – ADMINISTRADOR – 2011) Está inteira-
Indique o item em que todas as palavras estão corretamente em- mente correta a pontuação do seguinte período:
pregadas e grafadas. (A) Os personagens principais de uma história, responsáveis
(A) A pirâmide carcerária assegura um contexto em que o po- pelo sentido maior dela, dependem, muitas vezes, de peque-
der de infringir punições legais a cidadãos aparece livre de nas providências que, tomadas por figurantes aparentemente
qualquer excesso e violência. sem importância, ditam o rumo de toda a história.
(B) Nos presídios, os chefes e subchefes não devem ser exata- (B) Os personagens principais, de uma história, responsáveis
mente nem juízes, nem professores, nem contramestres, nem pelo sentido maior dela, dependem muitas vezes, de pequenas
suboficiais, nem “pais”, porém avocam a si um pouco de tudo providências que tomadas por figurantes, aparentemente sem
isso, num modo de intervenção específico. importância, ditam o rumo de toda a história.
(C) O carcerário, ao homogeinizar o poder legal de punir e o (C) Os personagens principais de uma história, responsáveis
poder técnico de disciplinar, ilide o que possa haver de violento pelo sentido maior dela dependem muitas vezes de pequenas
em um e de arbitrário no outro, atenuando os efeitos de revol- providências, que, tomadas por figurantes aparentemente,
ta que ambos possam suscitar. sem importância, ditam o rumo de toda a história.
(D) No singular poder de punir, nada mais lembra o antigo po- (D) Os personagens principais, de uma história, responsáveis
der do soberano iminente que vingava sua autoridade sobre o pelo sentido maior dela, dependem, muitas vezes de pequenas
corpo dos supliciados. providências, que tomadas por figurantes aparentemente sem
(E) A existência de uma proibição legal cria em torno dela um importância, ditam o rumo de toda a história.
campo de práticas ilegais, sob o qual se chega a exercer con- (E) Os personagens principais de uma história, responsáveis,
trole e aferir lucro ilícito, mas que se torna manejável por sua pelo sentido maior dela, dependem muitas vezes de peque-
organização em delinqüência. nas providências, que tomadas por figurantes, aparentemente,
sem importância, ditam o rumo de toda a história.
6. (FCC – METRÔ/SP – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO JÚNIOR –
2012) A frase que apresenta INCORREÇÕES quanto à ortografia é: 10. (CONSULPLAN – ANALISTA DE INFORMÁTICA (SDS-SC) –
(A) Quando jovem, o compositor demonstrava uma capacidade 2008) A alternativa em que todas as palavras são formadas pelo
extraordinária de imitar vários estilos musicais. mesmo processo de formação é:
(B) Dizem que o músico era avesso à ideia de expressar senti- (A) responsabilidade, musicalidade, defeituoso;
mentos pessoais por meio de sua música. (B) cativeiro, incorruptíveis, desfazer;
(C) Poucos estudiosos se despõem a discutir o empacto das (C) deslealdade, colunista, incrível;
composições do músico na cultura ocidental. (D) anoitecer, festeiro, infeliz;
(D) Salvo algumas exceções, a maioria das óperas do compo- (E) reeducação, dignidade, enriquecer.
sitor termina em uma cena de reconciliação entre os persona-
gens. 11. (IMA – PREF. BOA HORA/PI – PROCURADOR MUNICIPAL –
(E) Alguns acreditam que o valor da obra do compositor se 2010) No verso “Para desentristecer, leãozinho”, Caetano Veloso
deve mais à árdua dedicação do que a arroubos de inspiração. cria um neologismo. A opção que contém o processo de formação
utilizado para formar a palavra nova e o tipo de derivação que a
7. (CESGRANRIO – FINEP – TÉCNICO – 2011) A vírgula pode ser palavra primitiva foi formada respectivamente é:
retirada sem prejuízo para o significado e mantendo a norma pa- (A) derivação prefixal (des + entristecer); derivação parassinté-
drão na seguinte sentença: tica (en + trist + ecer);
(A) Mário, vem falar comigo depois do expediente. (B) derivação sufixal (desentriste + cer); derivação imprópria
(B) Amanhã, apresentaremos a proposta de trabalho. (en + triste + cer);
(C) Telefonei para o Tavares, meu antigo chefe. (C) derivação regressiva (des + entristecer); derivação parassin-
(D) Encomendei canetas, blocos e crachás para a reunião. tética (en + trist + ecer);
(E) Entrou na sala, cumprimentou a todos e iniciou o discurso. (D) derivação parassintética (en + trist + ecer); derivação prefi-
xal (des + entristecer);
8. (CESGRANRIO – PETROBRAS – TÉCNICO DE ENFERMAGEM (E) derivação prefixal (en + trist + ecer); derivação parassintéti-
DO TRABALHO – 2011) Há ERRO quanto ao emprego dos sinais de ca (des + entristecer).
pontuação em:
(A) Ao dizer tais palavras, levantou-se, despediu-se dos convi- 12. (IMA – PREF. BOA HORA/PI – PROCURADOR MUNICIPAL –
dados e retirou-se da sala: era o final da reunião. 2010) A palavra “Olhar” em (meu olhar) é um exemplo de palavra
(B) Quem disse que, hoje, enquanto eu dormia, ela saiu sorra- formada por derivação:
teiramente pela porta? (A) parassintética;
(C) Na infância, era levada e teimosa; na juventude, tornou-se (B) prefixal;
tímida e arredia; na velhice, estava sempre alheia a tudo. (C) sufixal;
(D) Perdida no tempo, vinham-lhe à lembrança a imagem mui- (D) imprópria;
to branca da mãe, as brincadeiras no quintal, à tarde, com os (E) regressiva.
irmãos e o mundo mágico dos brinquedos.
(E) Estava sempre dizendo coisas de que mais tarde se arre- 13. (CESGRANRIO – BNDES – ADVOGADO – 2004) No título do
penderia. Prometia a si própria que da próxima vez, tomaria artigo “A tal da demanda social”, a classe de palavra de “tal” é:
cuidado com as palavras, o que entretanto, não acontecia. (A) pronome;
(B) adjetivo;
(C) advérbio;
(D) substantivo;
(E) preposição.

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LÍNGUA PORTUGUESA
14. Assinale a alternativa que apresenta a correta classificação 19. (FDC – MAPA – ANALISTA DE SISTEMAS – 2010) Na oração
morfológica do pronome “alguém” (l. 44). “Eles nos deixaram À VONTADE” e no trecho “inviabilizando o ata-
(A) Pronome demonstrativo. que, que, naturalmente, deveria ser feito À DISTÂNCIA”, observa-se
(B) Pronome relativo. a ocorrência da crase nas locuções adverbiais em caixa-alta. Nas
(C) Pronome possessivo. locuções das frases abaixo também ocorre a crase, que deve ser
(D) Pronome pessoal. marcada com o acento, EXCETO em:
(E) Pronome indefinido. (A) Todos estavam à espera de uma solução para o problema.
(B) À proporção que o tempo passava, maior era a angústia do
eleitorado pelo resultado final.
15. Em relação à classe e ao emprego de palavras no texto, na (C) Um problema à toa emperrou o funcionamento do sistema.
oração “A abordagem social constitui-se em um processo de traba- (D) Os técnicos estavam face à face com um problema insolú-
lho planejado de aproximação” (linhas 1 e 2), os vocábulos subli- vel.
nhados classificam-se, respectivamente, em (E) O Tribunal ficou à mercê dos hackers que invadiram o sis-
(A) preposição, pronome, artigo, adjetivo e substantivo. tema.
(B) pronome, preposição, artigo, substantivo e adjetivo.
(C) conjunção, preposição, numeral, substantivo e pronome. 20. Levando-se em consideração os conceitos de frase, oração
(D) pronome, conjunção, artigo, adjetivo e adjetivo. e período, é correto afirmar que o trecho abaixo é considerado um
(E) conjunção, conjunção, numeral, substantivo e advérbio. (a):
“A expectativa é que o México, pressionado pelas mudanças
16. (VUNESP – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – americanas, entre na fila.”
2011) Assinale a alternativa em que a concordância verbal está cor- (A) Frase, uma vez que é composta por orações coordenadas e
reta. subordinadas.
(A) Haviam cooperativas de catadores na cidade de São Paulo. (B) Período, composto por três orações.
(B) O lixo de casas e condomínios vão para aterros. (C) Oração, pois possui sentido completo.
(C) O tratamento e a destinação corretos do lixo evitaria que (D) Período, pois é composto por frases e orações.
35% deles fosse despejado em aterros.
(D) Fazem dois anos que a prefeitura adia a questão do lixo. 21. (AOCP – PREF. DE CATU/BA – MECÂNICO DE VEÍCULOS –
(E) Somos nós quem paga a conta pelo descaso com a coleta 2007) Leia a seguinte sentença: Joana tomou um sonífero e não dor-
de lixo. miu. Assinale a alternativa que classifica corretamente a segunda
oração.
17. (ESAF – CGU – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – 2012) (A) Oração coordenada assindética aditiva.
Assinale a opção que fornece a correta justificativa para as relações (B) Oração coordenada sindética aditiva.
de concordância no texto abaixo. (C) Oração coordenada sindética adversativa.
O bom desempenho do lado real da economia proporcionou (D) Oração coordenada sindética explicativa.
um período de vigoroso crescimento da arrecadação. A maior lucra- (E) Oração coordenada sindética alternativa.
tividade das empresas foi decisiva para os resultados fiscais favo-
ráveis. Elevaram-se, de forma significativa e em valores reais, de- 22. (AOCP – PREF. DE CATU/BA – BIBLIOTECÁRIO – 2007) Leia
flacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), as a seguinte sentença: Não precisaremos voltar ao médico nem fazer
receitas do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), a Contribuição exames. Assinale a alternativa que classifica corretamente as duas
Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), e a Contribuição para o Finan- orações.
ciamento da Seguridade Social (Cofins). O crescimento da massa de (A) Oração coordenada assindética e oração coordenada adver-
salários fez aumentar a arrecadação do Imposto de Renda Pessoa sativa.
Física (IRPF) e a receita de tributação sobre a folha da previdência (B) Oração principal e oração coordenada sindética aditiva.
social. Não menos relevantes foram os elevados ganhos de capital, (C) Oração coordenada assindética e oração coordenada adi-
responsáveis pelo aumento da arrecadação do IRPF. tiva.
(A) O uso do plural em “valores” é responsável pela flexão de (D) Oração principal e oração subordinada adverbial consecu-
plural em “deflacionados”. tiva.
(B) O plural em “resultados” é responsável pela flexão de plural (E) Oração coordenada assindética e oração coordenada adver-
em “Elevaram-se”. bial consecutiva.
(C) Emprega-se o singular em “proporcionou” para respeitar as
regras de concordância com “economia”. 23. (EMPASIAL – TJ/SP – ESCREVENTE JUDICIÁRIO – 1999) Ana-
(D) O singular em “a arrecadação” é responsável pela flexão de lise sintaticamente a oração em destaque:
singular em “fez aumentar”. “Bem-aventurados os que ficam, porque eles serão recompen-
(E) A flexão de plural em “foram” justifica-se pela concordância sados” (Machado de Assis).
com “relevantes”. (A) oração subordinada substantiva completiva nominal.
(B) oração subordinada adverbial causal.
18. (FGV – SENADO FEDERAL – POLICIAL LEGISLATIVO FEDERAL (C) oração subordinada adverbial temporal desenvolvida.
– 2008) Assinale a alternativa em que se tenha optado corretamen- (D) oração coordenada sindética conclusiva.
te por utilizar ou não o acento grave indicativo de crase. (E) oração coordenada sindética explicativa.
(A) Vou à Brasília dos meus sonhos.
(B) Nosso expediente é de segunda à sexta.
(C) Pretendo viajar a Paraíba.
(D) Ele gosta de bife à cavalo.

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LÍNGUA PORTUGUESA
24. (FGV – SENADO FEDERAL – TÉCNICO LEGISLATIVO – ADMI- Ao caminho da segurança, está o projeto de lei 654/2015, do
NISTRAÇÃO – 2008) “Mas o fato é que transparência deixou de ser senador Romero Jucá (PMDB-RR) que prevê licença única em um
um processo de observação cristalina para assumir um discurso de tempo exíguo para obras consideradas estratégicas. O novo mar-
políticas de averiguação de custos engessadas que pouco ou quase co regulatório da mineração, por sua vez, também concede priori-
nada retratam as necessidades de populações distintas.”. dade à ação de mineradoras. “Ocorrerá um aumento dos conflitos
A oração grifada no trecho acima classifica-se como: judiciais, o que não será interessante para o setor empresarial”, diz
(A) subordinada substantiva predicativa; Maurício Guetta, advogado do Instituto Sócio Ambiental (ISA). Com
(B) subordinada adjetiva restritiva; o avanço dessa legislação outros danos irreversíveis podem ocorrer.
(C) subordinada substantiva subjetiva; FONTE: http://www.istoe.com.br/reportagens/441106_A+LA MA+-
(D) subordinada substantiva objetiva direta; QUE+AINDA+SUJA+O+BRASIL
(E) subordinada adjetiva explicativa.
27. Observe as assertivas relacionadas ao texto lido:
25. (FUNCAB – PREF. PORTO VELHO/RO – MÉDICO – 2009) No I. O texto é predominantemente narrativo, já que narra um
trecho abaixo, as orações introduzidas pelos termos grifados são fato.
classificadas, em relação às imediatamente anteriores, como: II. O texto é predominantemente expositivo, já que pertence ao
“Não há dúvida de que precisaremos curtir mais o dia a dia, gênero textual editorial.
mas nunca à custa de nossos filhos...” III. O texto é apresenta partes narrativas e partes expositivas, já
(A) subordinada substantiva objetiva indireta e coordenada sin- que se trata de uma reportagem.
dética adversativa; IV. O texto apresenta partes narrativas e partes expositivas, já
(B) subordinada adjetiva restritiva e coordenada sindética ex- se trata de um editorial.
plicativa;
(C) subordinada adverbial conformativa e subordinada adver- Analise as assertivas e responda:
bial concessiva; (A) Somente a I é correta.
(D) subordinada substantiva completiva nominal e coordenada (B) Somente a II é incorreta.
sindética adversativa; (C) Somente a III é correta
(E) subordinada adjetiva restritiva e subordinada adverbial con- (D) A III e IV são corretas.
cessiva.
28. Observe as assertivas relacionadas ao texto “A lama que
26. (ACEP – PREF. QUIXADÁ/CE – PSICÓLOGO – 2010) No perí- ainda suja o Brasil”:
odo “O essencial é o seguinte: //nunca antes neste país houve um I- O texto é coeso, mas não é coerente, já que tem problemas
governo tão imbuído da ideia // de que veio // para recomeçar a no desenvolvimento do assunto.
história.”, a oração sublinhada é classificada como: II- O texto é coerente, mas não é coeso, já que apresenta pro-
(A) coordenada assindética; blemas no uso de conjunções e preposições.
(B) subordinada substantiva completiva nominal; III- O texto é coeso e coerente, graças ao bom uso das classes
(C) subordinada substantiva objetiva indireta; de palavras e da ordem sintática.
(D) subordinada substantiva apositiva. IV- O texto é coeso e coerente, já que apresenta progressão
temática e bom uso dos recursos coesivos.
Leia o texto abaixo para responder a questão.
A lama que ainda suja o Brasil Analise as assertivas e responda:
Fabíola Perez(fabiola.perez@istoe.com.br) (A) Somente a I é correta.
(B) Somente a II é incorreta.
A maior tragédia ambiental da história do País escancarou um (C) Somente a III é correta.
dos principais gargalos da conjuntura política e econômica brasilei- (D) Somente a IV é correta.
ra: a negligência do setor privado e dos órgãos públicos diante de
um desastre de repercussão mundial. Confirmada a morte do Rio Leia o texto abaixo para responder as questões.
Doce, o governo federal ainda não apresentou um plano de recu-
peração efetivo para a área (apenas uma carta de intenções). Tam- UM APÓLOGO
pouco a mineradora Samarco, controlada pela brasileira Vale e pela Machado de Assis.
anglo-australiana BHP Billiton. A única medida concreta foi a aplica-
ção da multa de R$ 250 milhões – sendo que não há garantias de Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
que ela será usada no local. “O leito do rio se perdeu e a calha pro- — Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrola-
funda e larga se transformou num córrego raso”, diz Malu Ribeiro, da, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?
coordenadora da rede de águas da Fundação SOS Mata Atlântica, — Deixe-me, senhora.
sobre o desastre em Mariana, Minas Gerais. “O volume de rejeitos — Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está
se tornou uma bomba relógio na região.” com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me
Para agravar a tragédia, a empresa declarou que existem riscos der na cabeça.
de rompimento nas barragens de Germano e de Santarém. Segun- — Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.
do o Departamento Nacional de Produção Mineral, pelo menos 16 Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem
barragens de mineração em todo o País apresentam condições de o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos
insegurança. “O governo perdeu sua capacidade de aparelhar ór- outros.
gãos técnicos para fiscalização”, diz Malu. Na direção oposta — Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?

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LÍNGUA PORTUGUESA
— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa 29. De acordo com o texto “Um Apólogo” de Machado de Assis
ama, quem é que os cose, senão eu? e com a ilustração abaixo, e levando em consideração as persona-
— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora gens presentes nas narrativas tanto verbal quanto visual, indique
que quem os cose sou eu, e muito eu? a opção em que a fala não é compatível com a associação entre os
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pe- elementos dos textos:
daço ao outro, dou feição aos babados…
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante,
puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço e
mando…
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel su-
balterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o
trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto…
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa.
Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que
tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a
costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, en-
fiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando
orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre
os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a (A) “- Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda en-
isto uma cor poética. E dizia a agulha: rolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?” (L.02)
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? (B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.
Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar?” (L.06)
que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo (C) “- Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante,
e acima… puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço
A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela e mando...” (L.14-15)
agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe (D) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?
o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo;
ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando
tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-pli- abaixo e acima.” (L.25-26)
c-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a (E) “- Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela
costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de
que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile. costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que Onde me espetam, fico.” (L.40-41)
a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para
dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da 30. O diminutivo, em Língua Portuguesa, pode expressar outros
bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, valores semânticos além da noção de dimensão, como afetividade,
alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da agulha, pejoratividade e intensidade. Nesse sentido, pode-se afirmar que
perguntou-lhe: os valores semânticos utilizados nas formas diminutivas “unidi-
— Ora agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da nha”(L.26) e “corpinho”(L.32), são, respectivamente, de:
baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que (A) dimensão e pejoratividade;
vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para (B) afetividade e intensidade;
a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? (C) afetividade e dimensão;
Vamos, diga lá. (D) intensidade e dimensão;
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de ca- (E) pejoratividade e afetividade.
beça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é 31. Em um texto narrativo como “Um Apólogo”, é muito co-
que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze mum uso de linguagem denotativa e conotativa. Assinale a alterna-
como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, tiva cujo trecho retirado do texto é uma demonstração da expressi-
fico. vidade dos termos “linha” e “agulha” em sentido figurado.
Contei esta história a um professor de melancolia, que me dis- (A) “- É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa
se, abanando a cabeça: — Também eu tenho servido de agulha a ama, quem é que os cose, senão eu?” (L.11)
muita linha ordinária! (B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.
Agulha não tem cabeça.” (L.06)
(C) “- Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um
pedaço ao outro, dou feição aos babados...” (L.13)
(D) “- Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordi-
nária!” (L.43)
(E) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?”
(L.25)

150
LÍNGUA PORTUGUESA
32. De acordo com a temática geral tratada no texto e, de modo 36. (VUNESP – SEAP/SP – AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA
metafórico, considerando as relações existentes em um ambiente PENITENCIÁRIA – 2012) No trecho – Para especialistas, fica uma
de trabalho, aponte a opção que NÃO corresponde a uma ideia pre- questão: até que ponto essa exuberância econômica no Brasil é sus-
sente no texto: tentável ou é apenas mais uma bolha? – o termo em destaque tem
(A) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação como antônimo:
equânime em ambientes coletivos de trabalho; (A) fortuna;
(B) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação (B) opulência;
equânime em ambientes coletivos de trabalho; (C) riqueza;
(C) O texto indica que, em um ambiente coletivo de trabalho, (D) escassez;
cada sujeito possui atribuições próprias. (E) abundância.
(D) O texto sugere que o reconhecimento no ambiente cole-
tivo de trabalho parte efetivamente das próprias atitudes do 37. (IF BAIANO - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO –  IF-BA –
sujeito. 2019)
(E) O texto revela que, em um ambiente coletivo de trabalho, Acerca de seus conhecimentos em redação oficial, é correto
frequentemente é difícil lidar com as vaidades individuais. afirmar que o vocativo adequado a um texto no padrão ofício desti-
nado ao presidente do Congresso Nacional é
33. (FCC – TRE/MG – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2005) As liberda- (A) Senhor Presidente.
des ...... se refere o autor dizem respeito a direitos ...... se ocupa a (B) Excelentíssimo Senhor Presidente.
nossa Constituição. Preenchem de modo correto as lacunas da frase (C) Presidente.
acima, na ordem dada, as expressões: (D) Excelentíssimo Presidente.
(A) a que – de que; (E) Excelentíssimo Senhor.
(B) de que – com que;
(C) a cujas – de cujos; 38. (CÂMARA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE - AUXILIAR
(D) à que – em que; ADMINISTRATIVO - INSTITUTO AOCP - 2019 )
(E) em que – aos quais. Referente à aplicação de elementos de gramática à redação ofi-
cial, os sinais de pontuação estão ligados à estrutura sintática e têm
34. (ESAF – CGU – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – 2008) várias finalidades. Assinale a alternativa que apresenta a pontuação
Assinale o trecho que apresenta erro de regência. que pode ser utilizada em lugar da vírgula para dar ênfase ao que
(A) Depois de um longo período em que apresentou taxas de se quer dizer.
crescimento econômico que não iam além dos 3%, o Brasil fe- (A) Dois-pontos.
cha o ano de 2007 com uma expansão de 5,3%, certamente a (B) Ponto-e-vírgula.
maior taxa registrada na última década. (C) Ponto-de-interrogação.
(B) Os dados ainda não são definitivos, mas tudo sugere que
(D) Ponto-de-exclamação.
serão confirmados. A entidade responsável pelo estudo foi a
conhecida Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL).
39. (UNIR - TÉCNICO DE LABORATÓRIO - ANÁLISES CLÍNICAS-
(C) Não há dúvida de que os números são bons, num momento
AOCP – 2018) 
em que atingimos um bom superávit em conta-corrente, em
Pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder
que se revela queda no desemprego e até se anuncia a am-
Público redige atos normativos e comunicações. Em relação à reda-
pliação de nossas reservas monetárias, além da descoberta de
ção de documentos oficiais, julgue, como VERDADEIRO ou FALSO,
novas fontes de petróleo.
os itens a seguir.
(D) Mesmo assim, olhando-se para os vizinhos de continente,
percebe-se que nossa performance é inferior a que foi atribuí- A língua tem por objetivo a comunicação. Alguns elementos
da a Argentina (8,6%) e a alguns outros países com participação são necessários para a comunicação: a) emissor, b) receptor, c) con-
menor no conjunto dos bens produzidos pela América Latina. teúdo, d) código, e) meio de circulação, f) situação comunicativa.
(E) Nem é preciso olhar os exemplos da China, Índia e Rússia, Com relação à redação oficial, o emissor é o Serviço Público (Minis-
com crescimento acima desses patamares. Ao conjunto inteiro tério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção). O assunto
da América Latina, o organismo internacional está atribuindo é sempre referente às atribuições do órgão que comunica. O desti-
um crescimento médio, em 2007, de 5,6%, um pouco maior do natário ou receptor dessa comunicação ou é o público, o conjunto
que o do Brasil. dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros
Poderes da União.
35. (CESGRANRIO – SEPLAG/BA – PROFESSOR PORTUGUÊS – ( ) Certo
2010) Estabelece relação de hiperonímia/hiponímia, nessa ordem, ( ) Errado
o seguinte par de palavras:
(A) estrondo – ruído; 40. (IF-SC - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO- IF-SC - 2019 )
(B) pescador – trabalhador; Determinadas palavras são frequentes na redação oficial. Con-
(C) pista – aeroporto; forme as regras do Acordo Ortográfico que entrou em vigor em
(D) piloto – comissário; 2009, assinale a opção CORRETA que contém apenas palavras grafa-
(E) aeronave – jatinho. das conforme o Acordo.
I. abaixo-assinado, Advocacia-Geral da União, antihigiênico, ca-
pitão de mar e guerra, capitão-tenente, vice-coordenador.
II. contra-almirante, co-obrigação, coocupante, decreto-lei, di-
retor-adjunto, diretor-executivo, diretor-geral, sócio-gerente.
III. diretor-presidente, editor-assistente, editor-chefe, ex-dire-
tor, general de brigada, general de exército, segundo-secretário.

151
LÍNGUA PORTUGUESA
IV. matéria-prima, ouvidor-geral, papel-moeda, pós-graduação, 15 B
pós-operatório, pré-escolar, pré-natal, pré-vestibular; Secretaria-
-Geral. 16 E
V. primeira-dama, primeiro-ministro, primeiro-secretário, pró- 17 A
-ativo, Procurador-Geral, relator-geral, salário-família, Secretaria-
-Executiva, tenente-coronel. 18 A
19 D
Assinale a alternativa CORRETA:
20 B
(A) As afirmações I, II, III e V estão corretas.
(B) As afirmações II, III, IV e V estão corretas. 21 C
(C) As afirmações II, III e IV estão corretas. 22 C
(D) As afirmações I, II e IV estão corretas.
(E) As afirmações III, IV e V estão corretas. 23 E
24 A
41. ( PC-MG - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - FUMARC – 2018)
Na Redação Oficial, exige-se o uso do padrão formal da língua. 25 D
Portanto, são necessários conhecimentos linguísticos que funda- 26 B
mentem esses usos.
27 C
Analise o uso da vírgula nas seguintes frases do Texto 3:
1. Um crime bárbaro mobilizou a Polícia Militar na Região de 28 D
Venda Nova, em Belo Horizonte, ontem. 29 E
2. O rapaz, de 22 anos, se apresentou espontaneamente à 9ª
Área Integrada de Segurança Pública (Aisp) e deu detalhes do crime. 30 D
3. Segundo a polícia, o jovem informou que tinha um relaciona- 31 D
mento difícil com a mãe e teria discutido com ela momentos antes
32 D
de desferir os golpes.
33 A
INDIQUE entre os parênteses a justificativa adequada para uso 34 D
da vírgula em cada frase.
( ) Para destacar deslocamento de termos. 35 E
( ) Para separar adjuntos adverbiais. 36 D
( ) Para indicar um aposto.
A sequência CORRETA, de cima para baixo, é: 37 B
(A) 1 – 2 – 3. 38 B
(B) 2 – 1 – 3.
39 A
(C) 3 – 1 – 2.
(D) 3 – 2 – 1. 40 E
41 C

GABARITO

1 E
2 A
3 A
4 D
5 B
6 C
7 B
8 E
9 A
10 A
11 A
12 D
13 A
14 E

152
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Exemplo 2
MATEMÁTICA: NÚMEROS INTEIROS E RACIONAIS: 40 – 9 x 4 + 23
OPERAÇÕES (ADIÇÃO, SUBTRAÇÃO, MULTIPLICAÇÃO, 40 – 36 + 23
DIVISÃO, POTENCIAÇÃO); EXPRESSÕES NUMÉRICAS; 4 + 23
MÚLTIPLOS E DIVISORES DE NÚMEROS NATURAIS; 27
PROBLEMAS. FRAÇÕES E OPERAÇÕES COM FRAÇÕES
Exemplo 3
25-(50-30)+4x5
Números Naturais 25-20+20=25
Os números naturais são o modelo matemático necessário Números Inteiros
para efetuar uma contagem. Podemos dizer que este conjunto é composto pelos números
Começando por zero e acrescentando sempre uma unidade, naturais, o conjunto dos opostos dos números naturais e o zero.
obtemos o conjunto infinito dos números naturais Este conjunto pode ser representado por:

- Todo número natural dado tem um sucessor Subconjuntos do conjunto :


a) O sucessor de 0 é 1. 1)Conjunto dos números inteiros excluindo o zero
b) O sucessor de 1000 é 1001.
c) O sucessor de 19 é 20. {...-2, -1, 1, 2, ...}

Usamos o * para indicar o conjunto sem o zero. 2) Conjuntos dos números inteiros não negativos

{0, 1, 2, ...}
{1,2,3,4,5,6... . }
3) Conjunto dos números inteiros não positivos
- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um anteces-
sor (número que vem antes do número dado). {...-3, -2, -1}
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente de zero.
a) O antecessor do número m é m-1. Números Racionais
b) O antecessor de 2 é 1. Chama-se de número racional a todo número que pode ser ex-
c) O antecessor de 56 é 55. presso na forma , onde a e b são inteiros quaisquer, com b≠0
d) O antecessor de 10 é 9. São exemplos de números racionais:

Expressões Numéricas -12/51


Nas expressões numéricas aparecem adições, subtrações, mul- -3
tiplicações e divisões. Todas as operações podem acontecer em
uma única expressão. Para resolver as expressões numéricas utili- -(-3)
zamos alguns procedimentos: -2,333...

Se em uma expressão numérica aparecer as quatro operações, As dízimas periódicas podem ser representadas por fração,
devemos resolver a multiplicação ou a divisão primeiramente, na portanto são consideradas números racionais.
ordem em que elas aparecerem e somente depois a adição e a sub- Como representar esses números?
tração, também na ordem em que aparecerem e os parênteses são
resolvidos primeiro. Representação Decimal das Frações
Temos 2 possíveis casos para transformar frações em decimais
Exemplo 1
10 + 12 – 6 + 7 1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o número de-
22 – 6 + 7 cimal terá um número finito de algarismos após a vírgula.
16 + 7
23

153
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Subtraindo:
100x-x=112,1212...-1,1212...
99x=111
X=111/99

Números Irracionais
Identificação de números irracionais
2º) Terá um número infinito de algarismos após a vírgula, mas – Todas as dízimas periódicas são números racionais.
lembrando que a dízima deve ser periódica para ser número racio- – Todos os números inteiros são racionais.
nal – Todas as frações ordinárias são números racionais.
OBS: período da dízima são os números que se repetem, se – Todas as dízimas não periódicas são números irracionais.
não repetir não é dízima periódica e assim números irracionais, que – Todas as raízes inexatas são números irracionais.
trataremos mais a frente. – A soma de um número racional com um número irracional é
sempre um número irracional.
– A diferença de dois números irracionais, pode ser um número
racional.
– Os números irracionais não podem ser expressos na forma ,
com a e b inteiros e b≠0.

Exemplo: - = 0 e 0 é um número racional.

Representação Fracionária dos Números Decimais – O quociente de dois números irracionais, pode ser um núme-
1ºcaso) Se for exato, conseguimos sempre transformar com o ro racional.
denominador seguido de zeros.
O número de zeros depende da casa decimal. Para uma casa, Exemplo: : = = 2 e 2 é um número racional.
um zero (10) para duas casas, dois zeros(100) e assim por diante.
– O produto de dois números irracionais, pode ser um número
racional.

Exemplo: . = = 7 é um número racional.

Exemplo: radicais( a raiz quadrada de um número na-


tural, se não inteira, é irracional.

Números Reais

2ºcaso) Se dízima periódica é um número racional, então como


podemos transformar em fração?

Exemplo 1
Transforme a dízima 0, 333... .em fração
Sempre que precisar transformar, vamos chamar a dízima dada
de x, ou seja
X=0,333...

Se o período da dízima é de um algarismo, multiplicamos por


10.
10x=3,333...
Fonte: www.estudokids.com.br
E então subtraímos:
10x-x=3,333...-0,333... Representação na reta
9x=3
X=3/9
X=1/3

Agora, vamos fazer um exemplo com 2 algarismos de período.

Exemplo 2
Seja a dízima 1,1212...
Façamos x = 1,1212...
100x = 112,1212... .

154
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Intervalos limitados Intervalo:[a,+ ∞[
Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou iguais a Conjunto:{x ϵ R|x≥a}
e menores do que b ou iguais a b.
Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais maiores
que a.

Intervalo:[a,b]
Conjunto: {x ϵ R|a≤x≤b}

Intervalo aberto – números reais maiores que a e menores que Intervalo:]a,+ ∞[


b. Conjunto:{x ϵ R|x>a}

Potenciação
Multiplicação de fatores iguais

Intervalo:]a,b[ 2³=2.2.2=8
Conjunto:{xϵR|a<x<b} Casos
Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores que a ou 1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1.
iguais a A e menores do que B.

2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio número.


Intervalo:{a,b[
Conjunto {x ϵ R|a≤x<b}

Intervalo fechado à direita – números reais maiores que a e


menores ou iguais a b.
3) Todo número negativo, elevado ao expoente par, resulta em
um número positivo.

Intervalo:]a,b]
Conjunto:{x ϵ R|a<x≤b}

Intervalos Ilimitados 4) Todo número negativo, elevado ao expoente ímpar, resulta


Semirreta esquerda, fechada de origem b- números reais me- em um número negativo.
nores ou iguais a b.

Intervalo:]-∞,b] 5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos passar o sinal


Conjunto:{x ϵ R|x≤b} para positivo e inverter o número que está na base.

Semirreta esquerda, aberta de origem b – números reais me-


nores que b.

Intervalo:]-∞,b[ 6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o valor do
Conjunto:{x ϵ R|x<b} expoente, o resultado será igual a zero.

Semirreta direita, fechada de origem a – números reais maiores


ou iguais a A.

155
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Propriedades Técnica de Cálculo
1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de mesma A determinação da raiz quadrada de um número torna-se
base, repete-se a base e soma os expoentes. mais fácil quando o algarismo se encontra fatorado em números
primos. Veja:
Exemplos:
24 . 23 = 24+3= 27 64 2
(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27
32 2
16 2
8 2
4 2
2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mesma base. 2 2
Conserva-se a base e subtraem os expoentes.
1
Exemplos:
96 : 92 = 96-2 = 94 64=2.2.2.2.2.2=26

Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “tira-se” um


e multiplica.

3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e multiplica-se


os expoentes.
Observe:
Exemplos:
(52)3 = 52.3 = 56 1 1 1
3.5 = (3.5) = 3 .5 = 3. 5
2 2 2

De modo geral, se

4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores elevados a um a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * ,


expoente, podemos elevar cada um a esse mesmo expoente.
(4.3)²=4².3²
Então:
5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente, podemos
elevar separados. n
a.b = n a .n b

O radical de índice inteiro e positivo de um produto indicado é


igual ao produto dos radicais de mesmo índice dos fatores do radi-
cando.
Radiciação
Radiciação é a operação inversa a potenciação Raiz quadrada de frações ordinárias

1 1
2  2 2 22 2
Observe: =  = 1 =
3 3 3
32
a na
* *
De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R , n ∈ N , então: n =
+
b nb
O radical de índice inteiro e positivo de um quociente indicado
é igual ao quociente dos radicais de mesmo índice dos termos do
radicando.

Raiz quadrada números decimais

156
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Operações

NÚMEROS E GRANDEZAS PROPORCIONAIS: RAZÕES E


PROPORÇÕES; DIVISÃO EM PARTES PROPORCIONAIS
Operações
Razão

Multiplicação Chama-se de razão entre dois números racionais a e b, com b


≠ 0, ao quociente entre eles. Indica-se a razão de a para b por a/b
Exemplo ou a : b.

Exemplo:
Na sala do 1º ano de um colégio há 20 rapazes e 25 moças.
Divisão Encontre a razão entre o número de rapazes e o número de moças.
(lembrando que razão é divisão)

Exemplo

Proporção

Adição e subtração Proporção é a igualdade entre duas razões. A proporção entre


A/B e C/D é a igualdade:
Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20.

8 2 20 2
4 2 10 2 Propriedade fundamental das proporções
2 2 5 5 Numa proporção:

1 1

Os números A e D são denominados extremos enquanto os nú-


meros B e C são os meios e vale a propriedade: o produto dos meios
Caso tenha: é igual ao produto dos extremos, isto é:

Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo. AxD=BxC

Racionalização de Denominadores Exemplo: A fração 3/4 está em proporção com 6/8, pois:
Normalmente não se apresentam números irracionais com
radicais no denominador. Ao processo que leva à eliminação dos
radicais do denominador chama-se racionalização do denominador.
1º Caso: Denominador composto por uma só parcela
Exercício: Determinar o valor de X para que a razão X/3 esteja
em proporção com 4/6.

Solução: Deve-se montar a proporção da seguinte forma:

2º Caso: Denominador composto por duas parcelas.

Devemos multiplicar de forma que obtenha uma diferença de


quadrados no denominador:

157
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Segunda propriedade das proporções Grandezas Diretamente Proporcionais
Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos dois
primeiros termos está para o primeiro, ou para o segundo termo, Duas grandezas variáveis dependentes são diretamente pro-
assim como a soma ou a diferença dos dois últimos termos está porcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza é igual a
para o terceiro, ou para o quarto termo. Então temos: razão entre os valores correspondentes da 2ª, ou de uma maneira
mais informal, se eu pergunto:
Quanto mais.....mais....

Exemplo
Ou Distância percorrida e combustível gasto

DISTÂNCIA (KM) COMBUSTÍVEL (LITROS)


13 1
26 2
Ou
39 3
52 4

Quanto MAIS eu ando, MAIS combustível?


Diretamente proporcionais
Ou Se eu dobro a distância, dobra o combustível

Grandezas Inversamente Proporcionais

Duas grandezas variáveis dependentes são inversamente pro-


porcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza é igual
Terceira propriedade das proporções ao inverso da razão entre os valores correspondentes da 2ª.
Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos an- Quanto mais....menos...
tecedentes está para a soma ou a diferença dos consequentes, as-
sim como cada antecedente está para o seu respectivo consequen- Exemplo
te. Temos então: Velocidade x Tempo a tabela abaixo:

VELOCIDADE (M/S) TEMPO (S)


5 200
8 125
Ou
10 100
16 62,5
20 50

Ou Quanto MAIOR a velocidade MENOS tempo??


Inversamente proporcional
Se eu dobro a velocidade, eu faço o tempo pela metade.

Diretamente Proporcionais
Para decompor um número M em partes X1, X2, ..., Xn direta-
Ou mente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um sistema
com n equações e n incógnitas, sendo as somas X1+X2+...+Xn=M e
p1+p2+...+pn=P.

A solução segue das propriedades das proporções:

158
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Exemplo Solução: montando a tabela:
Carlos e João resolveram realizar um bolão da loteria. Carlos
entrou com R$ 10,00 e João com R$ 15,00. Caso ganhem o prêmio 1) Velocidade (Km/h) Tempo (h)
de R$ 525.000,00, qual será a parte de cada um, se o combinado
entre os dois foi de dividirem o prêmio de forma diretamente pro- 400 ----- 3
porcional?
480 ----- X

2) Identificação do tipo de relação:

VELOCIDADE Tempo
400 ↓ ----- 3↑
480 ↓ ----- X↑

Obs.: como as setas estão invertidas temos que inverter os nú-


meros mantendo a primeira coluna e invertendo a segunda coluna
Carlos ganhará R$210000,00 e Carlos R$315000,00. ou seja o que está em cima vai para baixo e o que está em baixo na
segunda coluna vai para cima
Inversamente Proporcionais
Para decompor um número M em n partes X1, X2, ..., Xn inver- VELOCIDADE Tempo
samente proporcionais a p1, p2, ..., pn, basta decompor este número
M em n partes X1, X2, ..., Xn diretamente proporcionais a 1/p1, 1/p2, 400 ↓ ----- 3↓
..., 1/pn. A montagem do sistema com n equações e n incógnitas, 480 ↓ ----- X↓
assume que X1+X2+...+ Xn=M e além disso
480x=1200
X=25

Regra de três composta


Regra de três composta é utilizada em problemas com mais de
duas grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
cuja solução segue das propriedades das proporções:
Exemplos:
1) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m³ de areia. Em
5 horas, quantos caminhões serão necessários para descarregar
125m³?

Solução: montando a tabela, colocando em cada coluna as


REGRA DE TRÊS grandezas de mesma espécie e, em cada linha, as grandezas de es-
pécies diferentes que se correspondem:

Regra de três simples HORAS CAMINHÕES VOLUME


Regra de três simples é um processo prático para resolver pro-
blemas que envolvam quatro valores dos quais conhecemos três 8↑ ----- 20 ↓ ----- 160 ↑
deles. Devemos, portanto, determinar um valor a partir dos três já 5↑ ----- X↓ ----- 125 ↑
conhecidos.
A seguir, devemos comparar cada grandeza com aquela onde
Passos utilizados numa regra de três simples: está o x.
1º) Construir uma tabela, agrupando as grandezas da mesma
espécie em colunas e mantendo na mesma linha as grandezas de Observe que:
espécies diferentes em correspondência. Aumentando o número de horas de trabalho, podemos dimi-
2º) Identificar se as grandezas são diretamente ou inversamen- nuir o número de caminhões. Portanto a relação é inversamente
te proporcionais. proporcional (seta para cima na 1ª coluna).
3º) Montar a proporção e resolver a equação. Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o número
Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de 400Km/h, de caminhões. Portanto a relação é diretamente proporcional (seta
faz um determinado percurso em 3 horas. Em quanto tempo faria para baixo na 3ª coluna). Devemos igualar a razão que contém o
esse mesmo percurso, se a velocidade utilizada fosse de 480km/h? termo x com o produto das outras razões de acordo com o sentido
das setas.

159
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Montando a proporção e resolvendo a equação temos: Desconto
No caso de haver um decréscimo, o fator de multiplicação será:
HORAS CAMINHÕES VOLUME Fator de Multiplicação =1 - taxa de desconto (na forma decimal)
Veja a tabela abaixo:
8↑ ----- 20 ↓ ----- 160 ↓
5↑ ----- X↓ ----- 125 ↓ DESCONTO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO

Obs.: Assim devemos inverter a primeira coluna ficando: 10% 0,90
25% 0,75
HORAS CAMINHÕES VOLUME 34% 0,66
8 ----- 20 ----- 160 60% 0,40
5 ----- X ----- 125 90% 0,10

Exemplo: Descontando 10% no valor de R$10,00 temos:

10 X 0,90 = R$ 9,00
Logo, serão necessários 25 caminhões Chamamos de lucro em uma transação comercial de compra e
venda a diferença entre o preço de venda e o preço de custo.
Lucro=preço de venda -preço de custo
PORCENTAGEM E PROBLEMAS
Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem de duas
formas:
Porcentagem é uma fração cujo denominador é 100, seu sím-
bolo é (%). Sua utilização está tão disseminada que a encontramos
nos meios de comunicação, nas estatísticas, em máquinas de cal-
cular, etc.

Os acréscimos e os descontos é importante saber porque ajuda


muito na resolução do exercício.

Acréscimo Exemplo
Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um determina- (DPE/RR – Analista de Sistemas – FCC/2015) Em sala de aula
do valor, podemos calcular o novo valor apenas multiplicando esse com 25 alunos e 20 alunas, 60% desse total está com gripe. Se x%
valor por 1,10, que é o fator de multiplicação. Se o acréscimo for das meninas dessa sala estão com gripe, o menor valor possível
de 20%, multiplicamos por 1,20, e assim por diante. Veja a tabela para x é igual a
abaixo: (A) 8.
(B) 15.
ACRÉSCIMO OU LUCRO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO (C) 10.
(D) 6.
10% 1,10
(E) 12.
15% 1,15
20% 1,20 Resolução
45------100%
47% 1,47 X-------60%
67% 1,67 X=27

Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 temos: O menor número de meninas possíveis para ter gripe é se to-
dos os meninos estiverem gripados, assim apenas 2 meninas estão.
10 x 1,10 = R$ 11,00

Resposta: C.

160
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Eventos complementares
NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA Seja E um espaço amostral finito e não vazio, e seja A um even-
to de E. Chama-se complementar de A, e indica-se por , o evento
formado por todos os elementos de E que não pertencem a A.
Experimento Aleatório
Qualquer experiência ou ensaio cujo resultado é imprevisível,
por depender exclusivamente do acaso, por exemplo, o lançamento
de um dado.

Espaço Amostral
Num experimento aleatório, o conjunto de todos os resultados
possíveis é chamado espaço amostral, que se indica por E.
No lançamento de um dado, observando a face voltada para
cima, tem-se:
E={1,2,3,4,5,6} Note que

No lançamento de uma moeda, observando a face voltada para


cima:
E={Ca,Co}
Exemplo
Evento Uma bola é retirada de uma urna que contém bolas coloridas.
É qualquer subconjunto de um espaço amostral. Sabe-se que a probabilidade de ter sido retirada uma bola vermelha
No lançamento de um dado, vimos que é .Calcular a probabilidade de ter sido retirada uma bola que não
E={1,2,3,4,5,6} seja vermelha.

Esperando ocorrer o número 5, tem-se o evento {5}: Ocorrer Solução


um número par, tem-se {2,4,6}.

Exemplo
Considere o seguinte experimento: registrar as faces voltadas
para cima em três lançamentos de uma moeda. São complementares.

a) Quantos elementos tem o espaço amostral?


b) Descreva o espaço amostral.

Solução Adição de probabilidades


a) O espaço amostral tem 8 elementos, pois cada lançamento, Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral E, finito e não
há duas possibilidades. vazio. Tem-se:

2x2x2=8

b)
E={(C,C,C), (C,C,R),(C,R,C),(R,C,C),(R,R,C),(R,C,R),(C,R,R),(R,R,R)} Exemplo
No lançamento de um dado, qual é a probabilidade de se obter
Probabilidade um número par ou menor que 5, na face superior?
Considere um experimento aleatório de espaço amostral E com
n(E) amostras equiprováveis. Seja A um evento com n(A) amostras. Solução
E={1,2,3,4,5,6} n(E)=6

Sejam os eventos
A={2,4,6} n(A)=3
B={1,2,3,4} n(B)=4

161
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Probabilidade Condicional Estatística inferencial (Indutiva)
É a probabilidade de ocorrer o evento A dado que ocorreu o Utiliza informações incompletas para tomar decisões e tirar
evento B, definido por: conclusões satisfatórias. O alicerce das técnicas de estatística infe-
rencial está no cálculo de probabilidades. Fazemos uso de:

Estimação
A técnica de estimação consiste em utilizar um conjunto de da-
dos incompletos, ao qual iremos chamar de amostra, e nele calcular
E={1,2,3,4,5,6}, n(E)=6 estimativas de quantidades de interesse. Estas estimativas podem
B={2,4,6} n(B)=3 ser pontuais (representadas por um único valor) ou intervalares.
A={2}
Teste de Hipóteses
O fundamento do teste estatístico de hipóteses é levantar su-
posições acerca de uma quantidade não conhecida e utilizar, tam-
bém, dados incompletos para criar uma regra de escolha.

População e amostra

Eventos Simultâneos
Considerando dois eventos, A e B, de um mesmo espaço amos-
tral, a probabilidade de ocorrer A e B é dada por:

ESTATÍSTICA É o conjunto de todas as unidades sobre as quais há o interesse de


investigar uma ou mais características.
Estatística descritiva
O objetivo da Estatística Descritiva é resumir as principais ca- Variáveis e suas classificações
racterísticas de um conjunto de dados por meio de tabelas, gráficos Qualitativas – quando seus valores são expressos por atribu-
e resumos numéricos. tos: sexo (masculino ou feminino), cor da pele, entre outros. Dize-
mos que estamos qualificando.
Noções de estatística Quantitativas – quando seus valores são expressos em núme-
A estatística torna-se a cada dia uma importante ferramenta de ros (salários dos operários, idade dos alunos, etc). Uma variável
apoio à decisão. Resumindo: é um conjunto de métodos e técnicas quantitativa que pode assumir qualquer valor entre dois limites
que auxiliam a tomada de decisão sob a presença de incerteza. recebe o nome de variável contínua; e uma variável que só pode
assumir valores pertencentes a um conjunto enumerável recebe o
Estatística descritiva (Dedutiva) nome de variável discreta.
O objetivo da Estatística Descritiva é resumir as principais ca-
racterísticas de um conjunto de dados por meio de tabelas, gráficos Fases do método estatístico
e resumos numéricos. Fazemos uso de: — Coleta de dados: após cuidadoso planejamento e a devida
determinação das características mensuráveis do fenômeno que se
Tabelas de frequência quer pesquisar, damos início à coleta de dados numéricos necessá-
Ao dispor de uma lista volumosa de dados, as tabelas de frequ- rios à sua descrição. A coleta pode ser direta e indireta.
ência servem para agrupar informações de modo que estas possam — Crítica dos dados: depois de obtidos os dados, os mesmos
ser analisadas. As tabelas podem ser de frequência simples ou de devem ser cuidadosamente criticados, à procura de possível falhas
frequência em faixa de valores. e imperfeições, a fim de não incorrermos em erros grosseiros ou
de certo vulto, que possam influir sensivelmente nos resultados. A
Gráficos crítica pode ser externa e interna.
O objetivo da representação gráfica é dirigir a atenção do ana-
lista para alguns aspectos de um conjunto de dados. Alguns exem- — Apuração dos dados: soma e processamento dos dados ob-
plos de gráficos são: diagrama de barras, diagrama em setores, tidos e a disposição mediante critérios de classificação, que pode
histograma, boxplot, ramo-e-folhas, diagrama de dispersão, gráfico ser manual, eletromecânica ou eletrônica.
sequencial. — Exposição ou apresentação de dados: os dados devem ser
apresentados sob forma adequada (tabelas ou gráficos), tornando
Resumos numéricos mais fácil o exame daquilo que está sendo objeto de tratamento
Por meio de medidas ou resumos numéricos podemos levantar estatístico.
importantes informações sobre o conjunto de dados tais como: a
tendência central, variabilidade, simetria, valores extremos, valores
discrepantes, etc.

162
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
— Análise dos resultados: realizadas anteriores (Estatística ORIENTAÇÕES ESPACIAL E TEMPORAL
Descritiva), fazemos uma análise dos resultados obtidos, através O raciocínio lógico espacial ou orientação espacial envolvem
dos métodos da Estatística Indutiva ou Inferencial, que tem por figuras, dados e palitos. O raciocínio lógico temporal ou orientação
base a indução ou inferência, e tiramos desses resultados conclu- temporal envolve datas, calendário, ou seja, envolve o tempo.
sões e previsões. O mais importante é praticar o máximo de questões que envol-
vam os conteúdos:
Censo - Lógica sequencial
É uma avaliação direta de um parâmetro, utilizando-se todos os - Calendários
componentes da população.
RACIOCÍNIO VERBAL
Principais propriedades: Avalia a capacidade de interpretar informação escrita e tirar
- Admite erros processual zero e tem 100% de confiabilidade; conclusões lógicas.
- É caro; Uma avaliação de raciocínio verbal é um tipo de análise de ha-
- É lento; bilidade ou aptidão, que pode ser aplicada ao se candidatar a uma
- É quase sempre desatualizado (visto que se realizam em perí- vaga. Raciocínio verbal é parte da capacidade cognitiva ou inteli-
odos de anos 10 em 10 anos); gência geral; é a percepção, aquisição, organização e aplicação do
- Nem sempre é viável. conhecimento por meio da linguagem.
Nos testes de raciocínio verbal, geralmente você recebe um
Dados brutos: é uma sequência de valores numéricos não or- trecho com informações e precisa avaliar um conjunto de afirma-
ganizados, obtidos diretamente da observação de um fenômeno ções, selecionando uma das possíveis respostas:
coletivo. A – Verdadeiro (A afirmação é uma consequência lógica das in-
formações ou opiniões contidas no trecho)
Rol: é uma sequência ordenada dos dados brutos. B – Falso (A afirmação é logicamente falsa, consideradas as in-
formações ou opiniões contidas no trecho)
C – Impossível dizer (Impossível determinar se a afirmação é
verdadeira ou falsa sem mais informações)
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO: ESTRUTURA
LÓGICA DE RELAÇÕES ARBITRÁRIAS ENTRE PESSOAS, ESTRUTURAS LÓGICAS
LUGARES, OBJETOS OU EVENTOS FICTÍCIOS; DEDUZIR Precisamos antes de tudo compreender o que são proposições.
NOVAS INFORMAÇÕES DAS RELAÇÕES FORNECIDAS E Chama-se proposição toda sentença declarativa à qual podemos
AVALIAR AS CONDIÇÕES USADAS PARA ESTABELECER atribuir um dos valores lógicos: verdadeiro ou falso, nunca ambos.
A ESTRUTURA DAQUELAS RELAÇÕES. COMPREENSÃO Trata-se, portanto, de uma sentença fechada.
E ELABORAÇÃO DA LÓGICA DAS SITUAÇÕES POR MEIO
DE: RACIOCÍNIO VERBAL, RACIOCÍNIO MATEMÁTICO, Elas podem ser:
RACIOCÍNIO SEQUENCIAL, ORIENTAÇÃO ESPACIAL • Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógi-
E TEMPORAL, FORMAÇÃO DE CONCEITOS, co verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto,
DISCRIMINAÇÃO DE ELEMENTOS. COMPREENSÃO DO não é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
PROCESSO LÓGICO QUE, A PARTIR DE UM CONJUNTO - Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem?
DE HIPÓTESES, CONDUZ, DE FORMA VÁLIDA, AS – Fez Sol ontem?
CONCLUSÕES DETERMINADAS - Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a
RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO televisão.
Este tipo de raciocínio testa sua habilidade de resolver proble- - Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, am-
mas matemáticos, e é uma forma de medir seu domínio das dife- bíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro
rentes áreas do estudo da Matemática: Aritmética, Álgebra, leitura do meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1
de tabelas e gráficos, Probabilidade e Geometria etc. Essa parte
consiste nos seguintes conteúdos: • Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO
- Operação com conjuntos. valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será conside-
- Cálculos com porcentagens. rada uma frase, proposição ou sentença lógica.
- Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geomé-
tricos e matriciais. Proposições simples e compostas
- Geometria básica. • Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém
- Álgebra básica e sistemas lineares. nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
- Calendários. proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas
- Numeração. p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.
- Razões Especiais.
- Análise Combinatória e Probabilidade. • Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógi-
- Progressões Aritmética e Geométrica. cas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras lati-
RACIOCÍNIO LÓGICO DEDUTIVO nas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.
Este tipo de raciocínio está relacionado ao conteúdo Lógica de
Argumentação. ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas
por duas proposições simples.

163
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Proposições Compostas – Conectivos
As proposições compostas são formadas por proposições simples ligadas por conectivos, aos quais formam um valor lógico, que po-
demos vê na tabela a seguir:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

164
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Em síntese temos a tabela verdade das proposições que facilitará na resolução de diversas questões

Exemplo:
(MEC – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA OS POSTOS 9,10,11 E 16 – CESPE)

A figura acima apresenta as colunas iniciais de uma tabela-verdade, em que P, Q e R representam proposições lógicas, e V e F corres-
pondem, respectivamente, aos valores lógicos verdadeiro e falso.
Com base nessas informações e utilizando os conectivos lógicos usuais, julgue o item subsecutivo.
A última coluna da tabela-verdade referente à proposição lógica P v (Q↔R) quando representada na posição horizontal é igual a

( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
P v (Q↔R), montando a tabela verdade temos:

R Q P [P v (Q ↔ R) ]
V V V V V V V V
V V F F V V V V
V F V V V F F V
V F F F F F F V
F V V V V V F F
F V F F F V F F
F F V V V F V F
F F F F V F V F

Resposta: Certo

165
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Proposição
Conjunto de palavras ou símbolos que expressam um pensamento ou uma ideia de sentido completo. Elas transmitem pensamentos,
isto é, afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a respeito de determinados conceitos ou entes.

Valores lógicos
São os valores atribuídos as proposições, podendo ser uma verdade, se a proposição é verdadeira (V), e uma falsidade, se a proposi-
ção é falsa (F). Designamos as letras V e F para abreviarmos os valores lógicos verdade e falsidade respectivamente.
Com isso temos alguns aximos da lógica:
– PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma proposição não pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo.
– PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda proposição OU é verdadeira OU é falsa, verificamos sempre um desses casos, NUNCA
existindo um terceiro caso.

“Toda proposição tem um, e somente um, dos valores, que são: V ou F.”

Classificação de uma proposição


Elas podem ser:
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto, não
é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.

Proposições simples e compostas


• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.

Exemplos
r: Thiago é careca.
s: Pedro é professor.

• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.

Exemplo
P: Thiago é careca e Pedro é professor.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Exemplos:
1. (CESPE/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir:
– “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
– A expressão x + y é positiva.
– O valor de √4 + 3 = 7.
– Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
– O que é isto?

Há exatamente:
(A) uma proposição;
(B) duas proposições;
(C) três proposições;
(D) quatro proposições;
(E) todas são proposições.

166
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Resolução:
Analisemos cada alternativa:
(A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não podemos atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma sentença lógica.
(B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir valores lógicos, logo não é sentença lógica.
(C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois podemos atribuir valores lógicos, independente do resultado que tenhamos
(D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também podemos atribuir valores lógicos (não estamos considerando a quantidade
certa de gols, apenas se podemos atribuir um valor de V ou F a sentença).
(E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir valores lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.
Resposta: B.

Conectivos (conectores lógicos)


Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos. São eles:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

167
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Exemplo:
2. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos (da
linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que apre-
senta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).
Resposta: B.

Tabela Verdade
Quando trabalhamos com as proposições compostas, determinamos o seu valor lógico partindo das proposições simples que a com-
põe. O valor lógico de qualquer proposição composta depende UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições simples componentes,
ficando por eles UNIVOCAMENTE determinados.

• Número de linhas de uma Tabela Verdade: depende do número de proposições simples que a integram, sendo dado pelo seguinte
teorema:
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* proposições simples componentes contém 2n linhas.”

Exemplo:
3. (CESPE/UNB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições simples e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da propo-
sição (A → B) ↔ (C → D) será igual a:
(A) 2;
(B) 4;
(C) 8;
(D) 16;
(E) 32.

Resolução:
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima, então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.

Conceitos de Tautologia , Contradição e Contigência


• Tautologia: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), V (verdades).
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma tautologia, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma tautologia, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), F (falsidades). A contradição é a negação da Tauto-
logia e vice versa.
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma contradição, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma contradição, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contingência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade (última coluna). Em outros termos a contingência é uma proposição
composta que não é tautologia e nem contradição.

Exemplos:
4. (DPU – ANALISTA – CESPE) Um estudante de direito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria legenda, na qual
identificava, por letras, algumas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e as vinculava por meio de sentenças (proposições).
No seu vocabulário particular constava, por exemplo:
P: Cometeu o crime A.
Q: Cometeu o crime B.
R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no regime fechado.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.

168
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira, independentemente das valorações de P e Q como verdadeiras ou falsas.
( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
Considerando P e Q como V.
(V→V) ↔ ((F)→(F))
(V) ↔ (V) = V
Considerando P e Q como F
(F→F) ↔ ((V)→(V))
(V) ↔ (V) = V
Então concluímos que a afirmação é verdadeira.
Resposta: Certo.

Equivalência
Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quando mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apresentam a mesma
solução em suas respectivas tabelas verdade.
Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLOGIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.

Exemplo:
5. (VUNESP/TJSP) Uma negação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é pobre” é:
(A) Se João é rico, então Maria é pobre.
(B) João não é rico, e Maria não é pobre.
(C) João é rico, e Maria não é pobre.
(D) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
(E) João não é rico, ou Maria não é pobre.

Resolução:
Nesta questão, a proposição a ser negada trata-se da disjunção de duas proposições lógicas simples. Para tal, trocamos o conectivo
por “e” e negamos as proposições “João é rico” e “Maria é pobre”. Vejam como fica:

Resposta: B.

169
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Leis de Morgan
Com elas:
– Negamos que duas dadas proposições são ao mesmo tempo verdadeiras equivalendo a afirmar que pelo menos uma é falsa
– Negamos que uma pelo menos de duas proposições é verdadeira equivalendo a afirmar que ambas são falsas.

ATENÇÃO
As Leis de Morgan exprimem que NEGAÇÃO CONJUNÇÃO em DISJUNÇÃO
transforma: DISJUNÇÃO em CONJUNÇÃO

CONECTIVOS
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos.

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA EXEMPLOS


Negação ~ Não p A cadeira não é azul.
Conjunção ^ peq Fernando é médico e Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Inclusiva v p ou q Fernando é médico ou Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Exclusiva v Ou p ou q Ou Fernando é médico ou João é Engenheiro.
Condicional → Se p então q Se Fernando é médico então Nicolas é Engenheiro.
Bicondicional ↔ p se e somente se q Fernando é médico se e somente se Nicolas é Engenheiro.

Conectivo “não” (~)


Chamamos de negação de uma proposição representada por “não p” cujo valor lógico é verdade (V) quando p é falsa e falsidade (F)
quando p é verdadeira. Assim “não p” tem valor lógico oposto daquele de p. Pela tabela verdade temos:

Conectivo “e” (˄)


Se p e q são duas proposições, a proposição p ˄ q será chamada de conjunção. Para a conjunção, tem-se a seguinte tabela-verdade:

ATENÇÃO: Sentenças interligadas pelo conectivo “e” possuirão o valor verdadeiro somente quando todas as sentenças, ou argumen-
tos lógicos, tiverem valores verdadeiros.

Conectivo “ou” (v)


Este inclusivo: Elisabete é bonita ou Elisabete é inteligente. (Nada impede que Elisabete seja bonita e inteligente).

170
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Conectivo “ou” (v)
Este exclusivo: Elisabete é paulista ou Elisabete é carioca. (Se Elisabete é paulista, não será carioca e vice-versa).

• Mais sobre o Conectivo “ou”


– “inclusivo”(considera os dois casos)
– “exclusivo”(considera apenas um dos casos)
Exemplos:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa
No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das proposições poderá ser verdadeira

Ele pode ser “inclusivo”(considera os dois casos) ou “exclusivo”(considera apenas um dos casos)

Exemplo:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa

No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das proposições poderá ser verdadeiro

Conectivo “Se... então” (→)


Se p e q são duas proposições, a proposição p→q é chamada subjunção ou condicional. Considere a seguinte subjunção: “Se fizer sol,
então irei à praia”.
1. Podem ocorrer as situações:
2. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
3. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade)
5. Não fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade, pois eu não disse o que faria se não fizesse sol. Assim, poderia ir ou não ir à praia).
Temos então sua tabela verdade:

Observe que uma subjunção p→q somente será falsa quando a primeira proposição, p, for verdadeira e a segunda, q, for falsa.

Conectivo “Se e somente se” (↔)


Se p e q são duas proposições, a proposição p↔q1 é chamada bijunção ou bicondicional, que também pode ser lida como: “p é con-
dição necessária e suficiente para q” ou, ainda, “q é condição necessária e suficiente para p”.
Considere, agora, a seguinte bijunção: “Irei à praia se e somente se fizer sol”. Podem ocorrer as situações:
1. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
2. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
3. Não fez sol e fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade). Sua tabela verdade:

171
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Observe que uma bicondicional só é verdadeira quando as proposições formadoras são ambas falsas ou ambas verdadeiras.

ATENÇÃO: O importante sobre os conectivos é ter em mente a tabela de cada um deles, para que assim você possa resolver qualquer
questão referente ao assunto.

Ordem de precedência dos conectivos:


O critério que especifica a ordem de avaliação dos conectivos ou operadores lógicos de uma expressão qualquer. A lógica matemática
prioriza as operações de acordo com a ordem listadas:

Em resumo:

Exemplo:
(PC/SP - DELEGADO DE POLÍCIA - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos (da
linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que apre-
senta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).
Resposta: B

CONTRADIÇÕES
São proposições compostas formadas por duas ou mais proposições onde seu valor lógico é sempre FALSO, independentemente do
valor lógico das proposições simples que a compõem. Vejamos:
A proposição: p ^ ~p é uma contradição, conforme mostra a sua tabela-verdade:

172
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Exemplo: Propriedades
(PEC-FAZ) Conforme a teoria da lógica proposicional, a propo- • Reflexiva:
sição ~P ∧ P é: – P(p,q,r,...) ⇒ P(p,q,r,...)
(A) uma tautologia. – Uma proposição complexa implica ela mesma.
(B) equivalente à proposição ~p ∨ p.
(C) uma contradição. • Transitiva:
(D) uma contingência. – Se P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...) e
(E) uma disjunção. Q(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...), então
P(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...)
Resolução: – Se P ⇒ Q e Q ⇒ R, então P ⇒ R
Montando a tabela teremos que:
Regras de Inferência
P ~p ~p ^p • Inferência é o ato ou processo de derivar conclusões lógicas
de proposições conhecidas ou decididamente verdadeiras. Em ou-
V F F tras palavras: é a obtenção de novas proposições a partir de propo-
V F F sições verdadeiras já existentes.
F V F
Regras de Inferência obtidas da implicação lógica
F V F

Como todos os valores são Falsidades (F) logo estamos diante


de uma CONTRADIÇÃO.
Resposta: C

A proposição P(p,q,r,...) implica logicamente a proposição Q(p,-


q,r,...) quando Q é verdadeira todas as vezes que P é verdadeira.
Representamos a implicação com o símbolo “⇒”, simbolicamente • Silogismo Disjuntivo
temos:

P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...).

ATENÇÃO: Os símbolos “→” e “⇒” são completamente distin-


tos. O primeiro (“→”) representa a condicional, que é um conec-
tivo. O segundo (“⇒”) representa a relação de implicação lógica
que pode ou não existir entre duas proposições.
• Modus Ponens
Exemplo:

Observe:
- Toda proposição implica uma Tautologia: • Modus Tollens

- Somente uma contradição implica uma contradição:

173
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Tautologias e Implicação Lógica – Extensão: O critério de extensão ou quantidade classifica
uma proposição categórica em universal ou particular. A classifica-
• Teorema ção dependerá do quantificador que é utilizado na proposição.
P(p,q,r,..) ⇒ Q(p,q,r,...) se e somente se P(p,q,r,...) → Q(p,q,r,...)

Entre elas existem tipos e relações de acordo com a qualidade


e a extensão, classificam-se em quatro tipos, representados pelas
letras A, E, I e O.

• Universal afirmativa (Tipo A) – “TODO A é B”


Teremos duas possibilidades.
Observe que:
→ indica uma operação lógica entre as proposições. Ex.: das
proposições p e q, dá-se a nova proposição p → q.
⇒ indica uma relação. Ex.: estabelece que a condicional P →
Q é tautológica.

Inferências

• Regra do Silogismo Hipotético


Tais proposições afirmam que o conjunto “A” está contido no
conjunto “B”, ou seja, que todo e qualquer elemento de “A” é tam-
bém elemento de “B”. Observe que “Toda A é B” é diferente de
“Todo B é A”.

• Universal negativa (Tipo E) – “NENHUM A é B”


Princípio da inconsistência Tais proposições afirmam que não há elementos em comum
– Como “p ^ ~p → q” é tautológica, subsiste a implicação lógica entre os conjuntos “A” e “B”. Observe que “nenhum A é B” é o mes-
p ^ ~p ⇒ q mo que dizer “nenhum B é A”.
– Assim, de uma contradição p ^ ~p se deduz qualquer propo- Podemos representar esta universal negativa pelo seguinte dia-
sição q. grama (A ∩ B = ø):

A proposição “(p ↔ q) ^ p” implica a proposição “q”, pois a


condicional “(p ↔ q) ^ p → q” é tautológica.

Lógica de primeira ordem


Existem alguns tipos de argumentos que apresentam proposi-
ções com quantificadores. Numa proposição categórica, é impor-
tante que o sujeito se relacionar com o predicado de forma coeren-
te e que a proposição faça sentido, não importando se é verdadeira • Particular afirmativa (Tipo I) - “ALGUM A é B”
ou falsa. Podemos ter 4 diferentes situações para representar esta pro-
posição:
Vejamos algumas formas:
- Todo A é B.
- Nenhum A é B.
- Algum A é B.
- Algum A não é B.

Onde temos que A e B são os termos ou características dessas


proposições categóricas.

• Classificação de uma proposição categórica de acordo com


o tipo e a relação
Elas podem ser classificadas de acordo com dois critérios fun-
damentais: qualidade e extensão ou quantidade.
– Qualidade: O critério de qualidade classifica uma proposição
categórica em afirmativa ou negativa.

174
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Essas proposições Algum A é B estabelecem que o conjunto “A” Exemplos:
tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto “B”. Con- (DESENVOLVE/SP - CONTADOR - VUNESP) Alguns gatos não
tudo, quando dizemos que Algum A é B, presumimos que nem todo são pardos, e aqueles que não são pardos miam alto.
A é B. Observe “Algum A é B” é o mesmo que “Algum B é A”. Uma afirmação que corresponde a uma negação lógica da afir-
mação anterior é:
• Particular negativa (Tipo O) - “ALGUM A não é B” (A) Os gatos pardos miam alto ou todos os gatos não são par-
Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as três dos.
representações possíveis: (B) Nenhum gato mia alto e todos os gatos são pardos.
(C) Todos os gatos são pardos ou os gatos que não são pardos
não miam alto.
(D) Todos os gatos que miam alto são pardos.
(E) Qualquer animal que mia alto é gato e quase sempre ele é
pardo.

Resolução:
Temos um quantificador particular (alguns) e uma proposição
do tipo conjunção (conectivo “e”). Pede-se a sua negação.

O quantificador existencial “alguns” pode ser negado, seguindo


o esquema, pelos quantificadores universais (todos ou nenhum).
Logo, podemos descartar as alternativas A e E.
A negação de uma conjunção se faz através de uma disjunção,
Proposições nessa forma: Algum A não é B estabelecem que o em que trocaremos o conectivo “e” pelo conectivo “ou”. Descarta-
conjunto “A” tem pelo menos um elemento que não pertence ao mos a alternativa B.
conjunto “B”. Observe que: Algum A não é B não significa o mesmo Vamos, então, fazer a negação da frase, não esquecendo de
que Algum B não é A. que a relação que existe é: Algum A é B, deve ser trocado por: Todo
A é não B.
• Negação das Proposições Categóricas Todos os gatos que são pardos ou os gatos (aqueles) que não
Ao negarmos uma proposição categórica, devemos observar as são pardos NÃO miam alto.
seguintes convenções de equivalência: Resposta: C
– Ao negarmos uma proposição categórica universal geramos
uma proposição categórica particular. (CBM/RJ - CABO TÉCNICO EM ENFERMAGEM - ND) Dizer que a
– Pela recíproca de uma negação, ao negarmos uma proposição afirmação “todos os professores é psicólogos” e falsa, do ponto de
categórica particular geramos uma proposição categórica universal. vista lógico, equivale a dizer que a seguinte afirmação é verdadeira
– Negando uma proposição de natureza afirmativa geramos, (A) Todos os não psicólogos são professores.
sempre, uma proposição de natureza negativa; e, pela recíproca, (B) Nenhum professor é psicólogo.
negando uma proposição de natureza negativa geramos, sempre, (C) Nenhum psicólogo é professor.
uma proposição de natureza afirmativa. (D) Pelo menos um psicólogo não é professor.
(E) Pelo menos um professor não é psicólogo.
Em síntese:
Resolução:
Se a afirmação é falsa a negação será verdadeira. Logo, a nega-
ção de um quantificador universal categórico afirmativo se faz atra-
vés de um quantificador existencial negativo. Logo teremos: Pelo
menos um professor não é psicólogo.
Resposta: E

• Equivalência entre as proposições


Basta usar o triângulo a seguir e economizar um bom tempo na
resolução de questões.

175
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Exemplo:
(PC/PI - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - UESPI) Qual a negação
lógica da sentença “Todo número natural é maior do que ou igual
a cinco”?
(A) Todo número natural é menor do que cinco.
(B) Nenhum número natural é menor do que cinco. NENHUM
E
(C) Todo número natural é diferente de cinco. AéB
(D) Existe um número natural que é menor do que cinco.
(E) Existe um número natural que é diferente de cinco. Existe pelo menos um elemento que
pertence a A, então não pertence a B, e
Resolução: vice-versa.
Do enunciado temos um quantificador universal (Todo) e pede-
-se a sua negação.
O quantificador universal todos pode ser negado, seguindo o
esquema abaixo, pelo quantificador algum, pelo menos um, existe
ao menos um, etc. Não se nega um quantificador universal com To-
dos e Nenhum, que também são universais.

Existe pelo menos um elemento co-


mum aos conjuntos A e B.
Podemos ainda representar das seguin-
ALGUM tes formas:
I
AéB

Portanto, já podemos descartar as alternativas que trazem


quantificadores universais (todo e nenhum). Descartamos as alter-
nativas A, B e C.
Seguindo, devemos negar o termo: “maior do que ou igual a
cinco”. Negaremos usando o termo “MENOR do que cinco”.
Obs.: maior ou igual a cinco (compreende o 5, 6, 7...) ao ser
negado passa a ser menor do que cinco (4, 3, 2,...).
Resposta: D

Diagramas lógicos
Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários proble-
mas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que envolvam
argumentos dedutivos, as quais as premissas deste argumento po-
dem ser formadas por proposições categóricas.

ATENÇÃO: É bom ter um conhecimento sobre conjuntos para ALGUM


O
conseguir resolver questões que envolvam os diagramas lógicos. A NÃO é B

Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas:

Perceba-se que, nesta sentença, a aten-


TIPO PREPOSIÇÃO DIAGRAMAS
ção está sobre o(s) elemento (s) de A que
não são B (enquanto que, no “Algum A é
B”, a atenção estava sobre os que eram B,
ou seja, na intercessão).
TODO Temos também no segundo caso, a dife-
A rença entre conjuntos, que forma o con-
AéB
junto A - B
Se um elemento pertence ao conjunto A,
então pertence também a B.

176
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Exemplo: Visto que na primeira chegamos à conclusão que C = CC
(GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRAÇÃO Segundo as afirmativas temos:
– IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma casa de (A) existem cinemas que não são teatros- Observando o último
cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “algum teatro é diagrama vimos que não é uma verdade, pois temos que existe
casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que pelo menos um dos cinemas é considerado teatro.
(A) existem cinemas que não são teatros.
(B) existe teatro que não é casa de cultura.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro.
(D) existe casa de cultura que não é cinema.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema.

Resolução:
Vamos chamar de:
Cinema = C
Casa de Cultura = CC
Teatro = T
Analisando as proposições temos:
- Todo cinema é uma casa de cultura
(B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo mes-
mo princípio acima.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Errado,
a primeira proposição já nos afirma o contrário. O diagrama
nos afirma isso

- Existem teatros que não são cinemas

(D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justifi-


cativa é observada no diagrama da alternativa anterior.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. – Cor-
reta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez que
todo cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de cultura
também não é cinema.

- Algum teatro é casa de cultura

Resposta: E

177
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
Chama-se argumento a afirmação de que um grupo de propo-
sições iniciais redunda em outra proposição final, que será conse-
quência das primeiras. Ou seja, argumento é a relação que associa
um conjunto de proposições P1, P2,... Pn , chamadas premissas do
argumento, a uma proposição Q, chamada de conclusão do argu-
mento.

Observem que todos os elementos do conjunto menor (ho-


mens) estão incluídos, ou seja, pertencem ao conjunto maior (dos
pássaros). E será sempre essa a representação gráfica da frase
“Todo A é B”. Dois círculos, um dentro do outro, estando o círculo
menor a representar o grupo de quem se segue à palavra TODO.
Exemplo: Na frase: “Nenhum pássaro é animal”. Observemos que a pa-
P1: Todos os cientistas são loucos. lavra-chave desta sentença é NENHUM. E a ideia que ela exprime é
P2: Martiniano é louco. de uma total dissociação entre os dois conjuntos.
Q: Martiniano é um cientista.

O exemplo dado pode ser chamado de Silogismo (argumento


formado por duas premissas e a conclusão).
A respeito dos argumentos lógicos, estamos interessados em
verificar se eles são válidos ou inválidos! Então, passemos a enten-
der o que significa um argumento válido e um argumento inválido.

Argumentos Válidos
Dizemos que um argumento é válido (ou ainda legítimo ou bem
construído), quando a sua conclusão é uma consequência obrigató-
ria do seu conjunto de premissas.
Será sempre assim a representação gráfica de uma sentença
Exemplo: “Nenhum A é B”: dois conjuntos separados, sem nenhum ponto em
O silogismo... comum.
P1: Todos os homens são pássaros. Tomemos agora as representações gráficas das duas premissas
P2: Nenhum pássaro é animal. vistas acima e as analisemos em conjunto. Teremos:
Q: Portanto, nenhum homem é animal.

... está perfeitamente bem construído, sendo, portanto, um


argumento válido, muito embora a veracidade das premissas e da
conclusão sejam totalmente questionáveis.

ATENÇÃO: O que vale é a CONSTRUÇÃO, E NÃO O SEU CONTE-


ÚDO! Se a construção está perfeita, então o argumento é válido,
independentemente do conteúdo das premissas ou da conclusão!

• Como saber se um determinado argumento é mesmo váli-


do?
Para se comprovar a validade de um argumento é utilizando
diagramas de conjuntos (diagramas de Venn). Trata-se de um mé- Comparando a conclusão do nosso argumento, temos:
todo muito útil e que será usado com frequência em questões que NENHUM homem é animal – com o desenho das premissas
pedem a verificação da validade de um argumento. Vejamos como será que podemos dizer que esta conclusão é uma consequência
funciona, usando o exemplo acima. Quando se afirma, na premissa necessária das premissas? Claro que sim! Observemos que o con-
P1, que “todos os homens são pássaros”, poderemos representar junto dos homens está totalmente separado (total dissociação!) do
essa frase da seguinte maneira: conjunto dos animais. Resultado: este é um argumento válido!

178
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Argumentos Inválidos Finalmente, passemos à análise da conclusão: “Patrícia não
Dizemos que um argumento é inválido – também denominado gosta de chocolate”. Ora, o que nos resta para sabermos se este ar-
ilegítimo, mal construído, falacioso ou sofisma – quando a verdade gumento é válido ou não, é justamente confirmar se esse resultado
das premissas não é suficiente para garantir a verdade da conclu- (se esta conclusão) é necessariamente verdadeiro!
são. - É necessariamente verdadeiro que Patrícia não gosta de cho-
colate? Olhando para o desenho acima, respondemos que não!
Exemplo: Pode ser que ela não goste de chocolate (caso esteja fora do círcu-
P1: Todas as crianças gostam de chocolate. lo), mas também pode ser que goste (caso esteja dentro do círculo)!
P2: Patrícia não é criança. Enfim, o argumento é inválido, pois as premissas não garantiram a
Q: Portanto, Patrícia não gosta de chocolate. veracidade da conclusão!

Este é um argumento inválido, falacioso, mal construído, pois Métodos para validação de um argumento
as premissas não garantem (não obrigam) a verdade da conclusão. Aprenderemos a seguir alguns diferentes métodos que nos
Patrícia pode gostar de chocolate mesmo que não seja criança, pois possibilitarão afirmar se um argumento é válido ou não!
a primeira premissa não afirmou que somente as crianças gostam 1º) Utilizando diagramas de conjuntos: esta forma é indicada
de chocolate. quando nas premissas do argumento aparecem as palavras TODO,
Utilizando os diagramas de conjuntos para provar a validade ALGUM E NENHUM, ou os seus sinônimos: cada, existe um etc.
do argumento anterior, provaremos, utilizando-nos do mesmo arti- 2º) Utilizando tabela-verdade: esta forma é mais indicada
fício, que o argumento em análise é inválido. Comecemos pela pri- quando não for possível resolver pelo primeiro método, o que ocor-
meira premissa: “Todas as crianças gostam de chocolate”. re quando nas premissas não aparecem as palavras todo, algum e
nenhum, mas sim, os conectivos “ou” , “e”, “” e “↔”. Baseia-se
na construção da tabela-verdade, destacando-se uma coluna para
cada premissa e outra para a conclusão. Este método tem a des-
vantagem de ser mais trabalhoso, principalmente quando envolve
várias proposições simples.
3º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos e consi-
derando as premissas verdadeiras.
Por este método, fácil e rapidamente demonstraremos a vali-
dade de um argumento. Porém, só devemos utilizá-lo na impossibi-
lidade do primeiro método.
Iniciaremos aqui considerando as premissas como verdades.
Daí, por meio das operações lógicas com os conectivos, descobri-
remos o valor lógico da conclusão, que deverá resultar também em
verdade, para que o argumento seja considerado válido.
Analisemos agora o que diz a segunda premissa: “Patrícia não é
criança”. O que temos que fazer aqui é pegar o diagrama acima (da 4º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos, conside-
primeira premissa) e nele indicar onde poderá estar localizada a Pa- rando premissas verdadeiras e conclusão falsa.
trícia, obedecendo ao que consta nesta segunda premissa. Vemos É indicado este caminho quando notarmos que a aplicação do
facilmente que a Patrícia só não poderá estar dentro do círculo das terceiro método não possibilitará a descoberta do valor lógico da
crianças. É a única restrição que faz a segunda premissa! Isto posto, conclusão de maneira direta, mas somente por meio de análises
concluímos que Patrícia poderá estar em dois lugares distintos do mais complicadas.
diagrama:
1º) Fora do conjunto maior;
2º) Dentro do conjunto maior. Vejamos:

179
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Em síntese: Resolução pelo 3º Método
Considerando as premissas verdadeiras e testando a conclusão
verdadeira. Teremos:
- 2ª Premissa) ~r é verdade. Logo: r é falsa!
- 1ª Premissa) (p ∧ q)r é verdade. Sabendo que r é falsa,
concluímos que (p ∧ q) tem que ser também falsa. E quando uma
conjunção (e) é falsa? Quando uma das premissas for falsa ou am-
bas forem falsas. Logo, não é possível determinamos os valores
lógicos de p e q. Apesar de inicialmente o 3º método se mostrar
adequado, por meio do mesmo, não poderemos determinar se o
argumento é ou NÃO VÁLIDO.

Resolução pelo 4º Método


Considerando a conclusão falsa e premissas verdadeiras. Tere-
mos:
- Conclusão) ~p v ~q é falso. Logo: p é verdadeiro e q é verda-
deiro!
Agora, passamos a testar as premissas, que são consideradas
verdadeiras! Teremos:
- 1ª Premissa) (p∧q)r é verdade. Sabendo que p e q são ver-
dadeiros, então a primeira parte da condicional acima também é
verdadeira. Daí resta que a segunda parte não pode ser falsa. Logo:
r é verdadeiro.
- 2ª Premissa) Sabendo que r é verdadeiro, teremos que ~r é
falso! Opa! A premissa deveria ser verdadeira, e não foi!

Neste caso, precisaríamos nos lembrar de que o teste, aqui no


Exemplo: 4º método, é diferente do teste do 3º: não havendo a existência si-
Diga se o argumento abaixo é válido ou inválido: multânea da conclusão falsa e premissas verdadeiras, teremos que
o argumento é válido! Conclusão: o argumento é válido!
(p ∧ q) → r
_____~r_______ Exemplos:
~p ∨ ~q (DPU – AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE) Considere que as
seguintes proposições sejam verdadeiras.
Resolução: • Quando chove, Maria não vai ao cinema.
-1ª Pergunta) O argumento apresenta as palavras todo, algum • Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema.
ou nenhum? • Quando Cláudio sai de casa, não faz frio.
A resposta é não! Logo, descartamos o 1º método e passamos • Quando Fernando está estudando, não chove.
à pergunta seguinte. • Durante a noite, faz frio.

- 2ª Pergunta) O argumento contém no máximo duas proposi- Tendo como referência as proposições apresentadas, julgue o
ções simples? item subsecutivo.
A resposta também é não! Portanto, descartamos também o Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estudando.
2º método. ( ) Certo
- 3ª Pergunta) Há alguma das premissas que seja uma proposi- ( ) Errado
ção simples ou uma conjunção?
A resposta é sim! A segunda proposição é (~r). Podemos optar Resolução:
então pelo 3º método? Sim, perfeitamente! Mas caso queiramos A questão trata-se de lógica de argumentação, dadas as pre-
seguir adiante com uma próxima pergunta, teríamos: missas chegamos a uma conclusão. Enumerando as premissas:
- 4ª Pergunta) A conclusão tem a forma de uma proposição A = Chove
simples ou de uma disjunção ou de uma condicional? A resposta B = Maria vai ao cinema
também é sim! Nossa conclusão é uma disjunção! Ou seja, caso C = Cláudio fica em casa
queiramos, poderemos utilizar, opcionalmente, o 4º método! D = Faz frio
Vamos seguir os dois caminhos: resolveremos a questão pelo E = Fernando está estudando
3º e pelo 4º métodos. F = É noite
A argumentação parte que a conclusão deve ser (V)
Lembramos a tabela verdade da condicional:

180
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

A condicional só será F quando a 1ª for verdadeira e a 2ª falsa, utilizando isso temos:


O que se quer saber é: Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estudando. // B → ~E
Iniciando temos:
4º - Quando chove (F), Maria não vai ao cinema. (F) // A → ~B = V – para que o argumento seja válido temos que Quando chove tem
que ser F.
3º - Quando Cláudio fica em casa (V), Maria vai ao cinema (V). // C → B = V - para que o argumento seja válido temos que Maria vai
ao cinema tem que ser V.
2º - Quando Cláudio sai de casa(F), não faz frio (F). // ~C → ~D = V - para que o argumento seja válido temos que Quando Cláudio sai
de casa tem que ser F.
5º - Quando Fernando está estudando (V ou F), não chove (V). // E → ~A = V. – neste caso Quando Fernando está estudando pode ser
V ou F.
1º- Durante a noite(V), faz frio (V). // F → D = V

Logo nada podemos afirmar sobre a afirmação: Se Maria foi ao cinema (V), então Fernando estava estudando (V ou F); pois temos
dois valores lógicos para chegarmos à conclusão (V ou F).
Resposta: Errado

(PETROBRAS – TÉCNICO (A) DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO JÚNIOR – INFORMÁTICA – CESGRANRIO) Se Esmeralda é uma fada, então
Bongrado é um elfo. Se Bongrado é um elfo, então Monarca é um centauro. Se Monarca é um centauro, então Tristeza é uma bruxa.
Ora, sabe-se que Tristeza não é uma bruxa, logo
(A) Esmeralda é uma fada, e Bongrado não é um elfo.
(B) Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
(C) Bongrado é um elfo, e Monarca é um centauro.
(D) Bongrado é um elfo, e Esmeralda é uma fada
(E) Monarca é um centauro, e Bongrado não é um elfo.

Resolução:
Vamos analisar cada frase partindo da afirmativa Trizteza não é bruxa, considerando ela como (V), precisamos ter como conclusão o
valor lógico (V), então:
(4) Se Esmeralda é uma fada(F), então Bongrado é um elfo (F) → V
(3) Se Bongrado é um elfo (F), então Monarca é um centauro (F) → V
(2) Se Monarca é um centauro(F), então Tristeza é uma bruxa(F) → V
(1) Tristeza não é uma bruxa (V)

Logo:
Temos que:
Esmeralda não é fada(V)
Bongrado não é elfo (V)
Monarca não é um centauro (V)
Como a conclusão parte da conjunção, o mesmo só será verdadeiro quando todas as afirmativas forem verdadeiras, logo, a única que
contém esse valor lógico é:
Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
Resposta: B

LÓGICA MATEMÁTICA QUALITATIVA


Aqui veremos questões que envolvem correlação de elementos, pessoas e objetos fictícios, através de dados fornecidos. Vejamos o
passo a passo:

01. Três homens, Luís, Carlos e Paulo, são casados com Lúcia, Patrícia e Maria, mas não sabemos quem ê casado com quem. Eles tra-
balham com Engenharia, Advocacia e Medicina, mas também não sabemos quem faz o quê. Com base nas dicas abaixo, tente descobrir o
nome de cada marido, a profissão de cada um e o nome de suas esposas.
a) O médico é casado com Maria.
b) Paulo é advogado.
c) Patrícia não é casada com Paulo.
d) Carlos não é médico.

181
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Vamos montar o passo a passo para que você possa compreender como chegar a conclusão da questão.
1º passo – vamos montar uma tabela para facilitar a visualização da resolução, a mesma deve conter as informações prestadas no
enunciado, nas quais podem ser divididas em três grupos: homens, esposas e profissões.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia
Patrícia
Maria

Também criamos abaixo do nome dos homens, o nome das esposas.

2º passo – construir a tabela gabarito.


Essa tabela não servirá apenas como gabarito, mas em alguns casos ela é fundamental para que você enxergue informações que ficam
meio escondidas na tabela principal. Uma tabela complementa a outra, podendo até mesmo que você chegue a conclusões acerca dos
grupos e elementos.

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos
Luís
Paulo

3º passo preenchimento de nossa tabela, com as informações mais óbvias do problema, aquelas que não deixam margem a nenhuma
dúvida. Em nosso exemplo:
- O médico é casado com Maria: marque um “S” na tabela principal na célula comum a “Médico” e “Maria”, e um “N” nas demais
células referentes a esse “S”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

ATENÇÃO: se o médico é casado com Maria, ele NÃO PODE ser casado com Lúcia e Patrícia, então colocamos “N” no cruzamento
de Medicina e elas. E se Maria é casada com o médico, logo ela NÃO PODE ser casada com o engenheiro e nem com o advogado (logo
colocamos “N” no cruzamento do nome de Maria com essas profissões).
– Paulo é advogado: Vamos preencher as duas tabelas (tabela gabarito e tabela principal) agora.
– Patrícia não é casada com Paulo: Vamos preencher com “N” na tabela principal
– Carlos não é médico: preenchemos com um “N” na tabela principal a célula comum a Carlos e “médico”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

182
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Notamos aqui que Luís então é o médico, pois foi a célula que ficou em branco. Podemos também completar a tabela gabarito.
Novamente observamos uma célula vazia no cruzamento de Carlos com Engenharia. Marcamos um “S” nesta célula. E preenchemos
sua tabela gabarito.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro
Luís Médico
Paulo Advogado

4º passo – após as anotações feitas na tabela principal e na tabela gabarito, vamos procurar informações que levem a novas conclu-
sões, que serão marcadas nessas tabelas.
Observe que Maria é esposa do médico, que se descobriu ser Luís, fato que poderia ser registrado na tabela-gabarito. Mas não vamos
fazer agora, pois essa conclusão só foi facilmente encontrada porque o problema que está sendo analisado é muito simples. Vamos con-
tinuar o raciocínio e fazer as marcações mais tarde. Além disso, sabemos que Patrícia não é casada com Paulo. Como Paulo é o advogado,
podemos concluir que Patrícia não é casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N N
Maria S N N

Verificamos, na tabela acima, que Patrícia tem de ser casada com o engenheiro, e Lúcia tem de ser casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N N S
Patrícia N S N
Maria S N N

Concluímos, então, que Lúcia é casada com o advogado (que é Paulo), Patrícia é casada com o engenheiro (que e Carlos) e Maria é
casada com o médico (que é Luís).
Preenchendo a tabela-gabarito, vemos que o problema está resolvido:

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro Patrícia
Luís Médico Maria
Paulo Advogado Lúcia

183
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Exemplo: Agora, completando o restante:
(TRT-9ª REGIÃO/PR – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS- Paulo viajou para Salvador, pois a nenhum dos três viajou. En-
TRATIVA – FCC) Luiz, Arnaldo, Mariana e Paulo viajaram em janeiro, tão, Arnaldo viajou para Fortaleza e Luiz para Goiânia
todos para diferentes cidades, que foram Fortaleza, Goiânia, Curi-
tiba e Salvador. Com relação às cidades para onde eles viajaram, Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
sabe-se que:
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador; Luiz N S N N
− Mariana viajou para Curitiba; Arnaldo S N N N
− Paulo não viajou para Goiânia;
Mariana N N S N
− Luiz não viajou para Fortaleza.
Paulo N N N S
É correto concluir que, em janeiro,
(A) Paulo viajou para Fortaleza. Resposta: B
(B) Luiz viajou para Goiânia.
(C) Arnaldo viajou para Goiânia. Quantificador
(D) Mariana viajou para Salvador. É um termo utilizado para quantificar uma expressão. Os quan-
(E) Luiz viajou para Curitiba. tificadores são utilizados para transformar uma sentença aberta ou
proposição aberta em uma proposição lógica.
Resolução:
Vamos preencher a tabela: QUANTIFICADOR + SENTENÇA ABERTA = SENTENÇA FECHADA
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador;
Tipos de quantificadores
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
Luiz N • Quantificador universal (∀)
O símbolo ∀ pode ser lido das seguintes formas:
Arnaldo N
Mariana
Paulo

− Mariana viajou para Curitiba;


Exemplo:
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador Todo homem é mortal.
Luiz N N A conclusão dessa afirmação é: se você é homem, então será
mortal.
Arnaldo N N Na representação do diagrama lógico, seria:
Mariana N N S N
Paulo N

− Paulo não viajou para Goiânia;

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N N
Arnaldo N N ATENÇÃO: Todo homem é mortal, mas nem todo mortal é ho-
Mariana N N S N mem.
A frase “todo homem é mortal” possui as seguintes conclusões:
Paulo N N
1ª) Algum mortal é homem ou algum homem é mortal.
2ª) Se José é homem, então José é mortal.
− Luiz não viajou para Fortaleza.
A forma “Todo A é B” pode ser escrita na forma: Se A então B.
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador A forma simbólica da expressão “Todo A é B” é a expressão (∀
Luiz N N N (x) (A (x) → B).
Observe que a palavra todo representa uma relação de inclusão
Arnaldo N N de conjuntos, por isso está associada ao operador da condicional.
Mariana N N S N Aplicando temos:
Paulo N N x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Agora, se escrevermos da for-
ma ∀ (x) ∈ N / x + 2 = 5 ( lê-se: para todo pertencente a N temos x
+ 2 = 5), atribuindo qualquer valor a x a sentença será verdadeira?
A resposta é NÃO, pois depois de colocarmos o quantificador,
a frase passa a possuir sujeito e predicado definidos e podemos jul-
gar, logo, é uma proposição lógica.

184
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
• Quantificador existencial (∃) (CESPE) Se R é o conjunto dos números reais, então a proposi-
O símbolo ∃ pode ser lido das seguintes formas: ção (∀ x) (x ∈ R) (∃ y) (y ∈ R) (x + y = x) é valorada como V.

Resolução:
Lemos: para todo x pertencente ao conjunto dos números reais
(R) existe um y pertencente ao conjunto dos números dos reais (R)
tal que x + y = x.
– 1º passo: observar os quantificadores.
X está relacionado com o quantificador universal, logo, todos
Exemplo: os valores de x devem satisfazer a propriedade.
“Algum matemático é filósofo.” O diagrama lógico dessa frase Y está relacionado com o quantificador existencial, logo, é ne-
é: cessário pelo menos um valor de x para satisfazer a propriedade.
– 2º passo: observar os conjuntos dos números dos elementos
x e y.
O elemento x pertence ao conjunto dos números reais.
O elemento y pertence ao conjunto os números reais.
– 3º passo: resolver a propriedade (x+ y = x).
A pergunta: existe algum valor real para y tal que x + y = x?
Existe sim! y = 0.
X + 0 = X.
O quantificador existencial tem a função de elemento comum. Como existe pelo menos um valor para y e qualquer valor de
A palavra algum, do ponto de vista lógico, representa termos co- x somado a 0 será igual a x, podemos concluir que o item está cor-
muns, por isso “Algum A é B” possui a seguinte forma simbólica: (∃ reto.
(x)) (A (x) ∧ B). Resposta: CERTO

Aplicando temos:
x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Escrevendo da forma (∃ x) ∈ EXERCÍCIOS
N / x + 2 = 5 (lê-se: existe pelo menos um x pertencente a N tal que x
+ 2 = 5), atribuindo um valor que, colocado no lugar de x, a sentença 1. (PREFEITURA DE SALVADOR /BA - TÉCNICO DE NÍVEL
será verdadeira? SUPERIOR II - DIREITO – FGV/2017) Em um concurso, há 150 can-
A resposta é SIM, pois depois de colocarmos o quantificador, didatos em apenas duas categorias: nível superior e nível médio.
a frase passou a possuir sujeito e predicado definidos e podemos Sabe-se que:
julgar, logo, é uma proposição lógica. • dentre os candidatos, 82 são homens;
• o número de candidatos homens de nível superior é igual ao
ATENÇÃO: de mulheres de nível médio;
– A palavra todo não permite inversão dos termos: “Todo A é B” • dentre os candidatos de nível superior, 31 são mulheres.
é diferente de “Todo B é A”.
– A palavra algum permite a inversão dos termos: “Algum A é O número de candidatos homens de nível médio é
B” é a mesma coisa que “Algum B é A”. (A) 42.
(B) 45.
Forma simbólica dos quantificadores (C) 48.
Todo A é B = (∀ (x) (A (x) → B). (D) 50.
Algum A é B = (∃ (x)) (A (x) ∧ B). (E) 52.
Nenhum A é B = (~ ∃ (x)) (A (x) ∧ B).
Algum A não é B= (∃ (x)) (A (x) ∧ ~ B). 2. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA - MS-
CONCURSOS/2017) Raoni, Ingrid, Maria Eduarda, Isabella e José
Exemplos: foram a uma prova de hipismo, na qual ganharia o competidor que
Todo cavalo é um animal. Logo, obtivesse o menor tempo final. A cada 1 falta seriam incrementados
(A) Toda cabeça de animal é cabeça de cavalo. 6 segundos em seu tempo final. Ingrid fez 1’10” com 1 falta, Maria
(B) Toda cabeça de cavalo é cabeça de animal. Eduarda fez 1’12” sem faltas, Isabella fez 1’07” com 2 faltas, Raoni
(C) Todo animal é cavalo. fez 1’10” sem faltas e José fez 1’05” com 1 falta. Verificando a colo-
(D) Nenhum animal é cavalo. cação, é correto afirmar que o vencedor foi:
(A) José
Resolução: (B) Isabella
A frase “Todo cavalo é um animal” possui as seguintes conclu- (C) Maria Eduarda
sões: (D) Raoni
– Algum animal é cavalo ou Algum cavalo é um animal.
– Se é cavalo, então é um animal. 3. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA - MS-
Nesse caso, nossa resposta é toda cabeça de cavalo é cabeça CONCURSOS/2017) O valor de √0,444... é:
de animal, pois mantém a relação de “está contido” (segunda forma (A) 0,2222...
de conclusão). (B) 0,6666...
Resposta: B (C) 0,1616...
(D) 0,8888...

185
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
4. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO - VUNESP/2017) (A) 1.
Se, numa divisão, o divisor e o quociente são iguais, e o resto é 10, (B) 2.
sendo esse resto o maior possível, então o dividendo é (C) 4.
(A) 131. (D) 8.
(B) 121. (E) 16.
(C) 120.
(D) 110. 8. (UNIRV/GO – AUXILIAR DE LABORATÓRIO – UNIRV-
(E) 101. GO/2017)

5. (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2017) As expressões Qual o resultado de ?


numéricas abaixo apresentam resultados que seguem um padrão
específico: (A) 3
(B) 3/2
1ª expressão: 1 x 9 + 2 (C) 5
2ª expressão: 12 x 9 + 3 (D) 5/2
3ª expressão: 123 x 9 + 4
... 9. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO MUNICIPAL E SUPERVISOR
7ª expressão: █ x 9 + ▲ – FGV/2017) Suponha que a # b signifique a - 2b .

Seguindo esse padrão e colocando os números adequados no Se 2#(1#N)=12 , então N é igual a:


lugar dos símbolos █ e ▲, o resultado da 7ª expressão será (A) 1;
(B) 2;
(A) 1 111 111. (C) 3;
(B) 11 111. (D) 4;
(C) 1 111. (E) 6.
(D) 111 111. 10. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO MUNICIPAL E SUPERVI-
(E) 11 111 111. SOR – FGV/2017) Uma equipe de trabalhadores de determinada
empresa tem o mesmo número de mulheres e de homens. Certa
6. (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2017) Durante um trei- manhã, 3/4 das mulheres e 2/3 dos homens dessa equipe saíram
namento, o chefe da brigada de incêndio de um prédio comercial para um atendimento externo.
informou que, nos cinquenta anos de existência do prédio, nunca
houve um incêndio, mas existiram muitas situações de risco, feliz- Desses que foram para o atendimento externo, a fração de mu-
mente controladas a tempo. Segundo ele, 1/13 dessas situações lheres é:
deveu-se a ações criminosas, enquanto as demais situações haviam (A) 3/4;
sido geradas por diferentes tipos de displicência. Dentre as situa- (B) 8/9;
ções de risco geradas por displicência, (C) 5/7;
(D) 8/13;
− 1/5 deveu-se a pontas de cigarro descartadas inadequada- (E) 9/17.
mente;
− 1/4 deveu-se a instalações elétricas inadequadas;
− 1/3 deveu-se a vazamentos de gás e; 11. (IPRESB/SP - ANALISTA DE PROCESSOS PREVIDENCIÁ-
− As demais foram geradas por descuidos ao cozinhar. RIOS- VUNESP/2017) Um terreno retangular ABCD, com 40 m de
largura por 60 m de comprimento, foi dividido em três lotes, con-
De acordo com esses dados, ao longo da existência desse pré- forme mostra a figura.
dio comercial, a fração do total de situações de risco de incêndio
geradas por descuidos ao cozinhar corresponde à
(A) 3/20.
(B) 1/4.
(C) 13/60.
(D) 1/5.
(E) 1/60.

7. (ITAIPU BINACIONAL - PROFISSIONAL NÍVEL TÉCNICO I


- TÉCNICO EM ELETRÔNICA – NCUFPR/2017) Assinale a alterna-
tiva que apresenta o valor da expressão

186
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Sabendo-se que EF = 36 m e que a área do lote 1 é 864 m², o A área da região sombreada, da figura acima apresentada, é
perímetro do lote 2 é (A)100 - 5π .
(A) 100 m. (B) 100 - 10π .
(B) 108 m. (C) 100 - 15π .
(C) 112 m. (D)100 - 20π .
(D) 116 m. (E)100 - 25π .
(E) 120 m.
15. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017) No cubo
12. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017) Conside- de aresta 10, da figura abaixo, encontra-se representado um plano
re um triângulo retângulo de catetos medindo 3m e 5m. Um segun- passando pelos vértices B e C e pelos pontos P e Q, pontos médios,
do triângulo retângulo, semelhante ao primeiro, cuja área é o dobro respectivamente, das arestas EF e HG, gerando o quadrilátero BCQP.
da área do primeiro, terá como medidas dos catetos, em metros:
(A) 3 e 10.
(B) 3√2 e 5√2 .
(C) 3√2 e 10√2 .
(D)5 e 6.
(E) 6 e 10.

13. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017) Na figura


abaixo, encontra-se representada uma cinta esticada passando em
torno de três discos de mesmo diâmetro e tangentes entre si.

A área do quadrilátero BCQP, da figura acima, é


(A) 25√5.
(B) 50√2.
(C) 50√5.
(D)100√2 .
(E) 100√5.

16. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA -


MSCONCURSOS/2017) O triângulo retângulo em B, a seguir, de
vértices A, B e C, representa uma praça de uma cidade. Qual é a
Considerando que o diâmetro de cada disco é 8, o comprimen- área dessa praça?
to da cinta acima representada é
(A) 8/3 π + 8 .
(B) 8/3 π + 24.
(C) 8π + 8 .
(D) 8π + 24.
(E) 16π + 24.

14. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017) Na figura


abaixo, ABCD é um quadrado de lado 10; E, F, G e H são pontos
médios dos lados do quadrado ABCD e são os centros de quatro (A) 120 m²
círculos tangentes entre si. (B)90 m²
(C) 60 m²
(D) 30 m²

187
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
17. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO – VU- 20. (TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO- VU-
NESP/2017) A figura, com dimensões indicadas em centímetros, NESP/2017) A figura seguinte, cujas dimensões estão indicadas em
mostra um painel informativo ABCD, de formato retangular, no qual metros, mostra as regiões R1 e R2 , ambas com formato de triângu-
se destaca a região retangular R, onde x > y. los retângulos, situadas em uma praça e destinadas a atividades de
recreação infantil para faixas etárias distintas.

Se a área de R1 é 54 m², então o perímetro de R2 é, em metros,


igual a
(A) 54.
(B) 48.
Sabendo-se que a razão entre as medidas dos lados correspon- (C) 36.
dentes do retângulo ABCD e da região R é igual a 5/2 , é correto (D) 40.
afirmar que as medidas, em centímetros, dos lados da região R, in- (E) 42.
dicadas por x e y na figura, são, respectivamente,
(A) 80 e 64. 21. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA –
(B) 80 e 62. MSCONCURSOS/2017)
(C) 62 e 80.
(D) 60 e 80.
(E) 60 e 78. Seja a expressão definida em 0< x < π/2 .
Ao simplificá-la, obteremos:
18. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO – VU- (A) 1
NESP/2017) O piso de um salão retangular, de 6 m de comprimento, (B) sen²x
foi totalmente coberto por 108 placas quadradas de porcelanato, (C)cos²x
todas inteiras. Sabe-se que quatro placas desse porcelanato cobrem (D)0
exatamente 1 m2 de piso. Nessas condições, é correto afirmar que
o perímetro desse piso é, em metros, igual a 22. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA –
(A) 20. MSCONCURSOS/2017) Fábio precisa comprar arame para cercar
(B) 21. um terreno no formato a seguir, retângulo em B e C. Considerando
(C) 24. que ele dará duas voltas com o arame no terreno e que não terá per-
(D) 27. das, quantos metros ele irá gastar? (considere √3 =1,7; sen30º=0,5;
(E) 30. cos30º=0,85; tg30º=0,57).

19. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO MUNICIPAL E SUPERVI-


SOR – FGV/2017) O proprietário de um terreno retangular resolveu
cercá-lo e, para isso, comprou 26 estacas de madeira. Colocou uma
estaca em cada um dos quatro cantos do terreno e as demais igual-
mente espaçadas, de 3 em 3 metros, ao longo dos quatro lados do
terreno.
O número de estacas em cada um dos lados maiores do terre- (A) 64,2 m
no, incluindo os dois dos cantos, é o dobro do número de estacas (B) 46,2 m
em cada um dos lados menores, também incluindo os dois dos can- (C)92,4 m
tos. (D) 128,4 m

A área do terreno em metros quadrados é:


(A) 240;
(B) 256;
(C) 324;
(D) 330;
(E) 372.

188
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
23. (IPRESB/SP - ANALISTA DE PROCESSOS PREVIDENCI- 28. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO ADMINISTRATIVO-
ÁRIOS- VUNESP/2017) Uma gráfica precisa imprimir um lote de FGV/2017) Quando era jovem, Arquimedes corria 15km em
100000 folhetos e, para isso, utiliza a máquina A, que imprime 5000 1h45min. Agora que é idoso, ele caminha 8km em 1h20min.
folhetos em 40 minutos. Após 3 horas e 20 minutos de funciona- Para percorrer 1km agora que é idoso, comparado com a época
mento, a máquina A quebra e o serviço restante passa a ser fei- em que era jovem, Arquimedes precisa de mais:
to pela máquina B, que imprime 4500 folhetos em 48 minutos. O (A) 10 minutos;
tempo que a máquina B levará para imprimir o restante do lote de (B) 7 minutos;
folhetos é (C) 5 minutos;
(A) 14 horas e 10 minutos. (D) 3 minutos;
(B) 14 horas e 05 minutos. (E) 2 minutos.
(C) 13 horas e 45 minutos.
(D) 13 horas e 30 minutos. 29. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO ADMINISTRATIVO-
(E) 13 horas e 20 minutos. FGV/2017) Lucas foi de carro para o trabalho em um horário de
trânsito intenso e gastou 1h20min. Em um dia sem trânsito intenso,
24. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO – VU- Lucas foi de carro para o trabalho a uma velocidade média 20km/h
NESP/2017) Renata foi realizar exames médicos em uma clínica. Ela maior do que no dia de trânsito intenso e gastou 48min.
saiu de sua casa às 14h 45 min e voltou às 17h 15 min. Se ela ficou A distância, em km, da casa de Lucas até o trabalho é:
durante uma hora e meia na clínica, então o tempo gasto no trânsi- (A) 36;
to, no trajeto de ida e volta, foi igual a (B) 40;
(A) 1/2h. (C) 48;
(B) 3/4h. (D) 50;
(C) 1h. (E) 60.
(D) 1h 15min.
(E) 1 1/2h. 30. (EMDEC - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO JR – IBFC/2016)
Carlos almoçou em certo dia no horário das 12:45 às 13:12. O total
25. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO – VU- de segundos que representa o tempo que Carlos almoçou nesse dia
NESP/2017) Uma indústria produz regularmente 4500 litros de é:
suco por dia. Sabe-se que a terça parte da produção diária é dis- (A) 1840
tribuída em caixinhas P, que recebem 300 mililitros de suco cada (B) 1620
uma. Nessas condições, é correto afirmar que a cada cinco dias a (C) 1780
indústria utiliza uma quantidade de caixinhas P igual a (D) 2120
(A) 25000.
(B) 24500. 31. (ANP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESGRAN-
(C) 23000. RIO/2016) Um caminhão-tanque chega a um posto de abasteci-
(D) 22000. mento com 36.000 litros de gasolina em seu reservatório. Parte
(E) 20500. dessa gasolina é transferida para dois tanques de armazenamento,
enchendo-os completamente. Um desses tanques tem 12,5 m3, e o
26. (UNIRV/GO – AUXILIAR DE LABORATÓRIO – UNIRV- outro, 15,3 m3, e estavam, inicialmente, vazios.
GO/2017) Uma empresa farmacêutica distribuiu 14400 litros de Após a transferência, quantos litros de gasolina restaram no
uma substância líquida em recipientes de 72 cm3 cada um. Sabe-se caminhão-tanque?
que cada recipiente, depois de cheio, tem 80 gramas. A quantidade (A) 35.722,00
de toneladas que representa todos os recipientes cheios com essa (B) 8.200,00
substância é de (C) 3.577,20
(A) 16 (D) 357,72
(B) 160 (E) 332,20
(C) 1600
(D) 16000 32. (DPE/RR – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – FCC/2015)
Raimundo tinha duas cordas, uma de 1,7 m e outra de 1,45 m. Ele
27. (MPE/GO – OFICIAL DE PROMOTORIA – MPEGO/2017) precisava de pedaços, dessas cordas, que medissem 40 cm de com-
João estuda à noite e sua aula começa às 18h40min. Cada aula tem primento cada um. Ele cortou as duas cordas em pedaços de 40 cm
duração de 45 minutos, e o intervalo dura 15 minutos. Sabendo-se de comprimento e assim conseguiu obter
que nessa escola há 5 aulas e 1 intervalo diariamente, pode-se afir- (A) 6 pedaços.
mar que o término das aulas de João se dá às: (B) 8 pedaços.
(A) 22h30min (C) 9 pedaços.
(B) 22h40min (D) 5 pedaços.
(C) 22h50min (E) 7 pedaços.
(D) 23h
(E) Nenhuma das anteriores

189
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

GABARITO

1. Resposta: B.
150-82=68 mulheres 9. Resposta: C.
Como 31 mulheres são candidatas de nível superior, 37 são de 2-2(1-2N)=12
nível médio. 2-2+4N=12
Portanto, há 37 homens de nível superior. 4N=12
82-37=45 homens de nível médio. N=3

2. Resposta: D. 10. Resposta: E.


Como o tempo de Raoni foi 1´10” sem faltas, ele foi o vencedor. Como tem o mesmo número de homens e mulheres:

3. Resposta: B.
Primeiramente, vamos transformar a dízima em fração
X=0,4444....
10x=4,444... Dos homens que saíram:
9x=4

Saíram no total

4. Resposta: A.
Como o maior resto possível é 10, o divisor é o número 11 que
é igua o quociente.
11x11=121+10=131
11. Resposta: D
5. Resposta: E.
A 7ª expressão será: 1234567x9+8=11111111

6. Resposta: D.

Gerado por descuidos ao cozinhar:

Mas, que foram gerados por displicência é 12/13(1-1/13)

7. Resposta: C.

96h=1728
H=18

Como I é um triângulo:
8. Resposta: D. 60-36=24
X²=24²+18²
X²=576+324
X²=900
X=30

190
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Como h=18 e AD é 40, EG=22

Perímetro lote 2: 40+22+24+30=116

12. Resposta: B A sombreada=100-25π

15. Resposta: C
CQ é hipotenusa do triângulo GQC.
01. CQ²=10²+5²
CQ²=100+25
CQ²=125
CQ=5√5
A área do quadrilátero seria CQ⋅BC
A=5√5⋅10=50√5

16. Resposta: C
Para saber a área, primeiro precisamos descobrir o x.

17²=x²+8²
289=x²+64
Lado=3√2 X²=225
Outro lado =5√2 X=15

13. Resposta: D 17. Resposta: A


Observe o triângulo do meio, cada lado é exatamente a mesma
medida da parte reta da cinta.

Que é igual a 2 raios, ou um diâmetro, portanto o lado esticado


tem 8x3=24 m
A parte do círculo é igual a 120°, pois é 1/3 do círculo, como são 5y=320
três partes, é a mesma medida de um círculo. Y=64
O comprimento do círculo é dado por: 2πr=8π
Portanto, a cinta tem 8π+24

14. Resposta: E
Como o quadrado tem lado 10,a área é 100. 5x=400
X=80

18. Resposta: B.
108/4=27m²
6x=27
X=27/6

O perímetro seria

19. Resposta: C
O lado AF e AE medem 5, cada um, pois F e E é o ponto Médio Número de estacas: x
X²=5²+5² X+x+2x+2x-4=26 obs: -4 é porque estamos contando duas ve-
X²=25+25 zes o canto
X²=50 6x=30
X=5√2 X=5
X é o diâmetro do círculo, como temos 4 semi círculos, temos
2 círculos inteiros. Temos 5 estacas no lado menor, como são espaçadas a cada 3m
4 espaços de 3m=12m
A área de um círculo é Lado maior 10 estacas
9 espaços de 3 metros=27m
A=12⋅27=324 m²

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
20. Resposta: B x=1000000/40=25000

Já foram impressos 25000, portanto faltam ainda 75000


4500-------48
75000------x
X=3600000/4500=800 minutos
800/60=13,33h
13 horas e 1/3 hora
9x=108 13h e 20 minutos
X=12
Para encontrar o perímetro do triângulo R2:

24. Resposta: C.
Como ela ficou 1hora e meia na clínica o trajeto de ida e volta
demorou 1 hora.

Y²=16²+12² 25. Resposta: A.


Y²=256+144=400 4500/3=1500 litros para as caixinhas
Y=20 1500litros=1500000ml
1500000/300=5000 caixinhas por dia
Perímetro: 16+12+20=48 5000.5=25000 caixinhas em 5 dias

21. Resposta: C 26. Resposta: A.


14400litros=14400000 ml

1-cos²x=sen²x

200000⋅80=16000000 gramas=16 toneladas

22. Resposta: D 27. Resposta: B.


5⋅45=225 minutos de aula
225/60=3 horas 45 minutos nas aulas mais 15 minutos de in-
tervalo=4horas
18:40+4h=22h:40

28. Resposta: D.
1h45min=60+45=105 minutos
15km-------105
1--------------x
X=7 minutos
1h20min=60+20=80min
8km----80
1-------x
X=6 X=10minutos
A diferença é de 3 minutos

29. Resposta: B.
V------80min
V+20----48
Quanto maior a velocidade, menor o tempo(inversamente)

Y=10,2
2 voltas=2(12+18+10,2+6+18)=128,4m
80v=48V+960
23. Resposta: E. 32V=960
3h 20 minutos-200 minutos V=30km/h
5000-----40 30km----60 min
x----------200 x-----------80

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60x=2400 ______________________________________________________
X=40km
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30 Resposta: B. ______________________________________________________
12:45 até 13:12 são 27 minutos
27x60=1620 segundos ______________________________________________________

31. Resposta: B. ______________________________________________________


1m³=1000litros
36000/1000=36 m³ ______________________________________________________
36-12,5-15,3=8,2 m³x1000=8200 litros
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32.Resposta: E. ______________________________________________________
1,7m=170cm
1,45m=145 cm ______________________________________________________
170/40=4 resta 10
145/40=3 resta 25 ______________________________________________________
4+3=7
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ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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