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Professor Alyson Barros

FREUD – A dissolução do Complexo de Édipo - 2021

FREUD, Sigmund. A dissolução do Complexo de Édipo. In: FREUD, Sigmund. Edição


standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Vol XIX.
Rio de Janeiro, Editora Imago, 1990;
Objetivo do Texto Explicar hipóteses para o fim do complexo de édipo
Pessoas envolvidas X
Principais Complexo de édipo em meninos e em meninas

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conceitos Repressão

2:
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Conclusões Freud explica bem sua teoria nos meninos mas não

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consegue validar nas meninas, apenas lança hipóteses

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toscas!

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9/
-2
Boa aula pessoal!

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Professor Alyson Barros

l.c
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RESUMO

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O texto tem interesse em enfatizar o curso diferente tomado pelo
no
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desenvolvimento da sexualidade em meninos e meninas. Não conclui nada
aq
sobre as meninas (apenas levanta hipóteses).
ho
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Complexo de Édipo
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Possui um ápice e depois sucumbe à regressão (período de latência).


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Ainda não se tornou claro, contudo, o que é que ocasiona sua destruição.
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A menina gosta de considerar-se como aquilo que seu pai ama acima de tudo
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.0

o mais, porém chega a ocasião em que tem de sofrer parte dele uma dura
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punição e é atirada para fora de seu paraíso ingênuo.


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O menino encara a mãe como sua propriedade, mas um dia descobre que ela
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transferiu seu amor e sua solicitude para um recém-chegado.


ti
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ATENÇÃO: Freud usa o termo “repressão” do complexo de édipo mas admite que
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deveria usar “destruição” e “abolição” do complexo.


no

Nos meninos a destruição do complexo de Édipo é ocasionada pela ameaça de


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castração!
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Nas meninas não ocorre o temor da castração como ocorre com os meninos.
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Nas meninas
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Meninas têm (mas de forma diferente)


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Complexo de Édipo
Superego
Período de latência
Organização fálica e um complexo de castração

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Professor Alyson Barros
FREUD – A dissolução do Complexo de Édipo - 2021

Duas explicações possíveis para o fim do Complexo de Édipo (não são


excludentes):
Hipótese 1: O complexo de Édipo se encaminharia para a destruição por sua
falta de sucesso, pelos efeitos de sua impossibilidade interna.
Hipótese 2: (metáfora dos dentes de leite) Embora a maioria dos seres
humanos passe pelo complexo de Édipo como uma experiência individual, ele
constitui um fenômeno que é determinado e estabelecido pela

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hereditariedade e que está fadado a findar de acordo com o programa, o

2:
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instalar-se a fase seguinte preordenada de desenvolvimento.

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Sobre os meninos:

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“Quando o interesse da criança (do sexo masculino) se volta para os seus órgãos

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genitais, ela revela o fato manipulando-os freqüentemente, e então descobre

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que os adultos não aprovam esse comportamento. Mais ou menos diretamente,

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mais ou menos brutalmente, pronunciam uma ameaça de que essa parte dele,

ai
que tão altamente valoriza, lhe será tirada. Geralmente, é de mulheres que

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emana a ameaça; com muita freqüência, elas buscam reforçar sua autoridade

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por uma referência ao pai ou ao médico, os quais, como dizem, levarão a cabo a

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punição. Em certo número de casos, as mulheres, elas próprias, mitigam a
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ameaça de maneira simbólica, dizendo à criança que não é o seu órgão genital,
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que na realidade desempenha um papel passivo, que deve ser removido, mas
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sim sua mão, que é o culpado ativo. Acontece com especial freqüência que o
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menininho seja ameaçado com a castração, não porque brinca com o pênis com
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a mão, mas porque molha o leito todas as noites e não pode ser levado a ser
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limpo. Os encarregados dele se comportam como se essa incontinência noturna


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fosse resultado e prova de ele estar indevidamente interessado em seu pênis, e


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provavelmente têm razão. De qualquer modo, a enurese na cama, de longa


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duração, deve ser igualada à polução dos adultos, e é uma expressão da mesma
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excitação dos órgãos genitais que impeliu a criança a masturbar-se nesse


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período.
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Bem, é minha opinião ser essa ameaça de castração o que ocasiona a


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destruição da organização genital fálica da criança. Não de imediato, é


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verdade, e não sem que outras influências sejam também aplicadas; pois, para
no

começar, o menino não acredita na ameaça ou não a obedece absolutamente”.


ui
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“A psicanálise recentemente ligou importância a duas experiências por que


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todas as crianças passam e que, segundo se presume, as preparam para a perda


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de partes altamente valorizadas do corpo. Essas experiências são a retirada do


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seio materno - a princípio de modo intermitente, e mais tarde, definitivamente -


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e a exigência cotidiana que lhes é feita para soltarem os conteúdos do intestino.


Não existe, porém, prova que demonstre que, ao efetuar-se a ameaça de
castração, essas experiências tenham qualquer efeito. Somente quando uma
nova experiência lhe surge no caminho, que a criança começa a avaliar a
possibilidade de ser castrada, fazendo-o apenas de modo hesitante e de má
vontade, não sem fazer esforços para depreciar a significação de algo que ela
própria observou”.

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FREUD – A dissolução do Complexo de Édipo - 2021

“A observação que finalmente rompe sua descrença é a visão dos órgãos genitais
femininos. Mais cedo ou mais tarde a criança, que tanto orgulho tem da posse de
um pênis, tem uma visão da região genital de uma menina e não pode deixar de
convencer-se da ausência de um pênis numa criatura assim semelhante a ela
própria. Com isso, a perda de seu próprio pênis fica imaginável e a ameaça de
castração ganha seu efeito adiado”.

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2:
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“Não devemos ser tão míopes quanto a pessoa encarregada da criança, que a

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ameaça com a castração, e não devemos desprezar o fato de que, nessa época,

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a masturbação de modo algum representa a totalidade de sua vida sexual.

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Como pode ser claramente demonstrado, ela está na atitude edipiana para com

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os pais; sua masturbação constitui apenas uma descarga genital da excitação

-2
sexual pertinente ao complexo, e, durante todos os seus anos posteriores, deverá

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sua importância a esse relacionamento. O complexo de Édipo ofereceu à criança

ai
duas possibilidades de satisfação, uma ativa e outra passiva. Ela poderia

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colocar-se no lugar de seu pai, à maneira masculina, e ter relações com a mãe,

@
como tinha o pai, caso em que cedo teria sentido o último como um estorvo, ou

no
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poderia querer assumir o lugar da mãe e ser amada pelo pai, caso em que a mãe
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se tornaria supérflua. A criança pode ter tido apenas noções muito vagas quanto
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ao que constitui uma relação erótica satisfatória, mas certamente o pênis devia
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desempenhar uma parte nela, pois as sensações em seu próprio órgão eram
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prova disso. Até então, não tivera ocasião de duvidar que as mulheres
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possuíssem pênis. Agora, porém, sua aceitação da possibilidade de castração,


-r

seu reconhecimento de que as mulheres eram castradas, punha fim às duas


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maneiras possíveis de obter satisfação do complexo de Édipo, de vez que ambas


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acarretavam a perda de seu pênis - a masculina como uma punição resultante e


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a feminina como precondição. Se a satisfação do amor no campo do complexo


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de Édipo deve custar à criança o pênis, está fadado a surgir um conflito entre seu
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interesse narcísico nessa parte de seu corpo e a catexia libidinal de seus objetos
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parentais. Nesse conflito, triunfa normalmente a primeira dessas forças: o ego


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da criança volta as costas ao complexo de Édipo”.


va
ca
no

A dissolução (repressão) do Complexo de Édipo


ui
aq

As catexias de objeto são abandonadas e substituídas por identificações.


ho

A autoridade do pai ou dos pais é introjetada no ego e aí forma o núcleo do


in
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superego, que assume a severidade do pai e perpetua a proibição deste contra


m

o incesto, defendendo assim o ego do retorno da catexia libidinal.


el
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As tendências libidinais pertencentes ao complexo de Édipo são em parte


ra

dessexualizadas e sublimadas (coisa que provavelmente acontece com toda


transformação em uma identificação) e em parte são inibidas em seu objetivo
e transformadas em impulsos de afeição.
Todo o processo, por um lado, preservou o órgão genital - afastou o perigo de
sua perda - e, por outro, paralisou-o - removeu sua função.
Esse processo introduz o período de latência, que agora interrompe o
desenvolvimento sexual da criança.

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FREUD – A dissolução do Complexo de Édipo - 2021

Sobre as meninas:
“Aqui a exigência feminista de direitos iguais para os sexos não nos leva muito
longe, pois a distinção morfológica está fadada a encontrar expressão em
diferenças de desenvolvimento psíquico. A anatomia é o destino’, para variar um
dito de Napoleão. O clitóris na menina inicialmente comporta-se exatamente
como um pênis, porém quando ela efetua uma comparação com um

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companheiro de brinquedos do outro sexo, percebe que ‘se saiu mal’ e sente isso

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como uma injustiça feita a ela e como fundamento para inferioridade. Por

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algum tempo ainda, consola-se com a expectativa de que mais tarde, quando

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ficar mais velha, adquirirá um apêndice tão grande quanto o do menino. Aqui, o

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complexo de masculinidade das mulheres se ramifica. Uma criança do sexo

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feminino, contudo, não entende sua falta de pênis como sendo um caráter

-2
sexual; explica-a presumindo que, em alguma época anterior, possuíra um

om
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órgão igualmente grande e depois perdera-o por castração. Ela parece não

ai
estender essa inferência de si própria para outras mulheres adultas, e sim,

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inteiramente segundo as linhas da fase fálica, encará-las como possuindo

@
grandes e completos órgãos genitais - isto é, masculinos. Dá-se assim a diferença

no
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essencial de que a menina aceita a castração como um fato consumado, ao
aq
passo que o menino teme a possibilidade de sua ocorrência”.
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“Estando assim excluído, na menina, o temor da castração, cai também um


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motivo poderoso para o estabelecimento de um superego e para a interrupção


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ac

da organização genital infantil. Nela, muito mais que no menino, essas


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mudanças parecem ser resultado da criação e de intimidação oriunda do


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exterior, as quais a ameaçam com uma perda de amor. O complexo de Édipo da


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menina é muito mais simples que o do pequeno portador do pênis; em minha


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experiência, raramente ele vai além de assumir o lugar da mãe e adotar uma
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atitude feminina para com o pai. A renúncia ao pênis não é tolerada pela
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menina sem alguma tentativa de compensação. Ela desliza - ao longo da linha


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de uma equação simbólica, poder-se-ia dizer - do pênis para um bebê. Seu


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complexo de Édipo culmina em um desejo, mantido por muito tempo, de


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receber do pai um bebê como presente - dar-lhe um filho. Tem-se a impressão


no

de que o complexo de Édipo é então gradativamente abandonado de vez que


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esse desejo jamais se realiza. Os dois desejos - possuir um pênis e um filho -


ho

permanecem fortemente catexizados no inconsciente e ajudam a preparar a


in
ar

criatura do sexo feminino para seu papel posterior. A intensidade


m

comparativamente menor da contribuição sádica ao seu instinto sexual, que


el
ch

fora de dúvida podemos vincular ao crescimento retardado de seu pênis, torna


ra

mais fácil, no caso dela, transformarem-se as tendências sexuais diretas em


tendências inibidas quanto ao objetivo, de tipo afetuoso. Deve-se admitir,
contudo, que nossa compreensão interna (insight)desses processos de
desenvolvimento em meninas em geral é insatisfatório, incompleto e vago.”

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Professor Alyson Barros
FREUD – A dissolução do Complexo de Édipo - 2021

Questões Inéditas
1. Considerando o texto “FREUD, Sigmund. A dissolução do Complexo de Édipo.
In: FREUD, Sigmund. Edição standard brasileira das obras psicológicas

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2:
completas de Sigmund Freud. Vol XIX. Rio de Janeiro, Editora Imago, 1990”, é

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incorreto afirmar que

1
(A) O completo de Édipo é central do período sexual da primeira infância.

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/2
(B) A regressão do período de latência cede espaço para o surgimento do complexo

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de Édipo.

9/
-2
(C) Freud entende que o complexo de Édipo deve ruir porque chegou a hora para sua

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desintegração, tal como os dentes de leite caem quando os permanentes começam a

l.c
crescer.

ai
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(D) Freud entende que o complexo de Édipo se encaminha para o seu próprio fim por

ho
sua falta de sucesso, pelos efeitos de sua impossibilidade interna.

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(E) O menino encara a mãe como sua propriedade, mas um dia descobre que ela
transferiu seu amor e sua solicitude para um recém-chegado. ui
aq
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in

2. Considerando o texto “FREUD, Sigmund. A dissolução do Complexo de Édipo.


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In: FREUD, Sigmund. Edição standard brasileira das obras psicológicas


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he

completas de Sigmund Freud. Vol XIX. Rio de Janeiro, Editora Imago, 1990”, é
ac

correto afirmar que


-r

(A) A menina gosta de considerar-se como aquilo que seu pai ama acima de tudo o
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mais, porém chega a ocasião em que tem de sofrer parte dele uma dura punição e é
.0

atirada para fora de seu paraíso ingênuo.


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.8

(B) Segundo Freud, as meninas não precisam do Complexo de Édipo para alcançarem
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a maturidade psíquica.
-6

(C) É a ameaça de castração o que ocasiona a destruição da organização genital fálica


ti
an

da criança do sexo feminino.


lc
va

(D) A renúncia ao pênis pela menina gera sentimentos, segundo Otto Rank, do tipo
ca

depressivo-paranoide.
no

(E) O superego feminino é inato e pouco possui relação com a necessidade catexial de
ui
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desenvolvimento do Complexo de Édipo.


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FREUD – A dissolução do Complexo de Édipo - 2021

Questões Comentadas e Gabaritadas


1. Considerando o texto “FREUD, Sigmund. A dissolução do Complexo de Édipo.
In: FREUD, Sigmund. Edição standard brasileira das obras psicológicas
completas de Sigmund Freud. Vol XIX. Rio de Janeiro, Editora Imago, 1990”, é

53
2:
incorreto afirmar que

:2
18
(A) O completo de Édipo é central do período sexual da primeira infância.

1
(B) A regressão do período de latência cede espaço para o surgimento do complexo

02
/2
de Édipo.

04
(C) Freud entende que o complexo de Édipo deve ruir porque chegou a hora para sua

9/
-2
desintegração, tal como os dentes de leite caem quando os permanentes começam a

om
crescer.

l.c
(D) Freud entende que o complexo de Édipo se encaminha para o seu próprio fim por

ai
tm
sua falta de sucesso, pelos efeitos de sua impossibilidade interna.

ho
(E) O menino encara a mãe como sua propriedade, mas um dia descobre que ela

@
no
transferiu seu amor e sua solicitude para um recém-chegado.
Gabarito: B ui
aq
ho

Comentários: É após a dissolução/regressão/destruição do Complexo de Édipo que


in

temos o período de latência.


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2. Considerando o texto “FREUD, Sigmund. A dissolução do Complexo de Édipo.


ac

In: FREUD, Sigmund. Edição standard brasileira das obras psicológicas


-r

completas de Sigmund Freud. Vol XIX. Rio de Janeiro, Editora Imago, 1990”, é
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63

correto afirmar que


.0

(A) A menina gosta de considerar-se como aquilo que seu pai ama acima de tudo o
01
.8

mais, porém chega a ocasião em que tem de sofrer parte dele uma dura punição e é
43

atirada para fora de seu paraíso ingênuo.


-6

(B) Segundo Freud, as meninas não precisam do Complexo de Édipo para alcançarem
ti
an

a maturidade psíquica.
lc
va

(C) É a ameaça de castração o que ocasiona a destruição da organização genital fálica


ca

da criança do sexo feminino.


no

(D) A renúncia ao pênis pela menina gera sentimentos, segundo Otto Rank, do tipo
ui
aq

depressivo-paranoide.
ho

(E) O superego feminino é inato e pouco possui relação com a necessidade catexial de
in
ar

desenvolvimento do Complexo de Édipo.


m
el

Gabarito: A
ch

Comentários: A primeira assertiva está copiada e colada do texto.


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É a ameaça de castração o que ocasiona a destruição da organização genital


fálica da criança (para os meninos, claro).
A renúncia ao pênis não é tolerada pela menina sem alguma tentativa de
compensação.

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