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No filme “O Show de Truman”, é retratada a trajetória de Truman Burbank, um agente de

seguros, o qual tem sua vida exposta ao mundo, sem saber que, desde pequeno, vive em uma
realidade simulada por um programa de televisão. De maneira análoga à obra cinematográfica,
o Brasil hodierno caracteriza-se com o mesmo óbice em relação às práticas expositivas de
menores na rede. Desse modo, podem-se observar os principais entraves da problemática: a
falta de privacidade das crianças e o aumento do abuso infantil. Diante disso, tal conjuntura
demanda ação pontual, já que fere os direitos assegurados pela Magna Carta de 1988.

A priori, é imperioso destacar que a divulgação de imagens infantis na internet, gerenciada


pelos pais, provoca rupturas na intimidade dos menores. Nesse sentido, uma pesquisa
realizada pelo site “Revista Crescer”, aponta que 39% dos brasileiros admitem postar fotos dos
filhos com pouca roupa. Sob esse viés, isso revela como as crianças podem sofrer
posteriormente com fotografias desagradáveis, já que, infelizmente, há chances de serem
vítimas de bullying nas escolas. Dessa maneira, é inquestionável como a opressão feita por
colegas pode causar danos psicológicos, além de ser obrigados a reverem fotos indelicadas da
infância, as quais não foram consentidas à exposição.

Outrossim, cabe também pontuar como a disseminação de informações sobre crianças na web
facilita os casos de abuso infantil. Nessa ótica, o filme “Eu, Você e Todos Nós”, conta a história
de uma mulher, a qual acredita trocar mensagens íntimas com um adulto, mas é surpreendida
ao ter uma criança no outro lado do computador. Isso posto, apesar de existirem casos
despropositais, como visto na obra, a maioria dos acontecimentos é relacionado com intenção
de abuso sexual, uma vez que os menores encontram-se expostas às pessoas de má índole, as
quais tentam usufruir da inocência deles. Ademais, a célebre frase de Zygmunt Bauman,
sociólogo polonês, “as redes sociais são uma armadilha”, relaciona como devidas postagens
tornam-se perigosas por fazerem crianças vítimas de tentativa de abuso.

Destarte, o detrito dos argumentos supracitados evidencia a urgência de medidas


interventivas, já que segundo Marcel Proust, “saber nem sempre permite evitar”. Logo, é
papel do Ministério da Educação e Cultura (MEC), órgão responsável pelo desenvolvimento
educacional, criar uma matéria sobre crianças na internet, a qual será adicionada a grade
escolar de ensino, por meio da capacitação dos professores durante a graduação, a fim de
direcioná-los, desde a infância, sobre a importância de manter dados pessoais fora do alcance
de desconhecidos, fato o qual diminuirá o contato deles com pessoas maldosas nas redes
sociais. Ademais, é dever da mídia divulgar, por meio de televisão, outdoors e rádios, a
importância de combater a exposição infantil. Espera-se, com essa ação, reverter o quadro de
superexposição das informações das crianças para o mundo, como observado no “O Show de
Truman”.

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