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Novembro de 1958
https://pensaryhacer.files.wordpress.com/2008/06/acerca_de_los_problemas_del_socialismo_en_la_urss.pdf
Tradução: Eduardo Vasco
Os comitês provinciais e regionais do Partido devem estudar este livro. Sua leitura
não deixou no passado uma impressão profunda. Daqui para frente convém estudá-lo
confrontando-o com a realidade chinesa. Nos três primeiros capítulos muitas coisas
merecem nossa atenção. Muitas coisas escritas nestes capítulos são corretas. Em
certas passagens é possível, no entanto, que o próprio Stalin não tenha conseguido
acertar. No primeiro capítulo, por exemplo, só dedica algumas frases às leis objetivas
e à economia planificada sem desenvolver esses problemas. Talvez em seu espírito a
economia planificada da União Soviética já refletisse essas leis objetivas. Em relação
aos problemas da indústria pesada, da indústria leve e da agricultura, a União
Soviética prestou pouca atenção aos dois últimos. Por isso teve que sofrer as
consequências. Além disso, as relações entre o interesse imediato e o interesse a
longo prazo do povo estão, entre os soviéticos, mal estabelecidas; essencialmente
caminham com uma perna só.
Entre o Plano soviético e o Plano chinês, qual é, no final das contas, o mais
adequado ao desenvolvimento planificado e proporcional? Enfim, Stalin não destaca
mais do que a tecnologia e os quadros técnicos. Quer apenas a técnica e os quadros.
Ignora a política e as massas. Aqui também caminha com uma perna só. No domínio
da indústria, prioriza a indústria pesada e descuida da indústria leve. Novamente
caminha com uma perna só. No que concerne à relação mútua entre os diferentes
setores da indústria pesada, Stalin não indica tampouco o aspecto essencial da
contradição. Ressalta a indústria pesada, dizendo que o aço é sua base e as máquinas
seu coração. Enquanto a nós, acreditamos que no domínio da agricultura a produção
de cereais constitui o princípio fundamental; e que no domínio da indústria é a
produção de aço a que constitui o elemento principal. Considerando o aço como o
princípio fundamental, procuramos a matéria-prima para nossas indústrias, e a
indústria mecânica se desenvolve como consequência. No primeiro capítulo de seu
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23/06/2022 15:05 Sobre os "Problemas Econômicos do Socialismo na URSS" de Stalin
livro, Stalin apresenta o problema e fala das leis objetivas. Mas não dá resposta
satisfatória a este problema.
chegar etapa por etapa. Nas comunas populares, por exemplo, a produção de bens
destinados ao consumo interno deve ser aumentada e a troca de mercadorias deve se
desenvolver conjuntamente. Temos recorrido à troca de mercadorias e à lei do valor
como instrumentos para facilitar o desenvolvimento da produção e a passagem para o
comunismo. A China é um país no qual a produção mercantil está muito atrasada. No
ano passado produzimos trezentos e setenta bilhões de chin em cereais(3), dos quais
entre 80 e 90 bilhões foram para o mercado. Além dos cereais, a produção de fibras
vegetais para a indústria como o algodão e o linho tampouco está muito desenvolvida.
Por isso precisamos passar por uma etapa de desenvolvimento. Entre nós se
encontram atualmente muitos distritos nos quais se fornece comida gratuitamente,
decorrente da incapacidade de pagar salários. Na província de Hopei, há três distritos
que se encontram nessa situação. Um dos três tem possibilidades de pagar salários,
mas salários muito baixos, três ou cinco yuan. É por isso que devemos desenvolver a
produção, inclusive produtos diferentes dos cereais que possam ser vendidos em troca
de dinheiro. Na conferência de Sian sobre a agricultura, não demos atenção suficiente
a este problema. Em resumo, no plano da produção para o mercado a China é um país
subdesenvolvido que, no entanto, se comprometeu profundamente com o socialismo.
Certamente devemos destruir uma parte do poder legal da burguesia. Mas ainda é
preciso conservar a produção para o mercado e a troca de mercadorias. Atualmente se
pensa entre nós que quanto mais rápido se passe para o comunismo melhor será.
Alguns inclusive preconizam a passagem para o comunismo em três ou quatro anos.
No distrito de Fan, província de Shantung, por exemplo, este prazo já foi fixado em
quatro anos. Melhor ir mais lentamente.
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Alguns camaradas não estão de acordo com que se faça uma distinção entre esses
dois sistemas de propriedade. Pretendem que o que existe nas comunas populares
não é mais que o sistema de propriedade de todo o povo. Na realidade há dois
sistemas: um é o sistema da propriedade de todo o povo como na “Aciaria de
Anshan”(4); outro é o sistema da propriedade da grande coletividade das comunas
populares. Se isso é ignorado, para que serve pois, ainda, a edificação socialista?
Stalin traçou uma linha de demarcação entre os dois sistemas e preconizou três
condições para passar ao comunismo. Essas três condições fundamentais não são
más.
As três condições de Stalin são excelentes. Mas entre elas falta uma condição
político-ideológica.
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burguesia. Agregar uma forma de estrutura como a comuna popular a um país como a
China é fazer ainda mais fácil a realização dos quatro objetivos: quantidade, rapidez,
qualidade, economia.
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Notas de rodapé:
(1) Trata-se de uma carta de Stalin datada de 28 de setembro de 1952 e dirigida a dois economistas
soviéticos, A. V. Sanina e V. G. Venger. Estes haviam apresentado a Stalin uma proposta preconizando a
venda aos kolkoses dos principais instrumentos de produção agrupados nas estações de máquinas e de
tratores. Em sua resposta, Stalin afirmava que tal medida faria os kolkoses sofrerem perdas enormes,
os arruinaria, comprometeria a mecanização da agricultura, retardaria a cadência da produção
kolkosiana. (retornar ao texto)
(2) Na terminologia maoísta, os três maus estilos são os estilos burocrático, subjetivo e dogmático. Os
cinco ares indesejáveis são os ares arrogante, orgulhoso, suficiente, preguiçoso e apático. (retornar ao
texto)
(3) Ou seja, 185 milhões de toneladas (um chin equivale a 500 gramas). (retornar ao texto)
(4) Anshan é a maior central siderúrgica chinesa, situada na província de Liaoning, no nordeste.
(retornar ao texto)
Fonte
Inclusão 17/11/2015
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