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DISCIPLINA: ECONOMIA

Macroeconomia

Profa. Dra.Marcia Regina Godoy


ICEAC
Por que há períodos de fartura e outros de
miséria?
Quanto o seu salário poderá comprar daqui a 12
meses?
Qual o atual “estado” da economia ?
Como avaliar se o aumento do salário é bom ou
ruim para a economia como um todo?
PORQUE ENTENDER DE
MACROECONOMIA?
A sobrevivência das empresas, o nível de
empregos disponíveis, as expansões ou retrações
do consumo, o nível de inflação e até a
manutenção do governo no poder dependem
muitas vezes do sucesso ou fracasso das atuações
econômicas dos incumbidos da política econômica
de cada governo.
O conhecimento da macroeconomia
possibilitará a você uma avaliação dos
benefícios e os custos de abordagens
diferentes da política macroeconômica, que
pretende promover o crescimento
econômico, o alto emprego e o controle
da inflação.
O QUE TRATA A MACROECONOMIA?
A teoria macroeconômica moderna procura
explicar os pânicos financeiros, os ciclos de
crescimento e estagnação e as atividades
dos negócios em geral.
A Macroeconomia trata da evolução da
economia como um todo, analisando a
determinação e o comportamento dos
grandes agregados como: renda, produto
nacional,investimentos,poupança e
consumo, nível geral de preços, emprego e
desemprego, estoque de moeda, taxas de
juros,balança de pagamento e taxa de
câmbio.
A macroeconomia trata o mercado de
forma global. Negligencia o
comportamento das unidades
econômicas individuais(famílias e
firmas), a fixação de preços nos
mercados específicos, os efeitos dos
oligopólios em mercados individuais,
etc, essas são preocupações da
microeconomia.
MERCADOS
A estrutura macroeconômica se compõe de cinco mercados:
Mercado de Bens e Serviços: determina o nível de produção
agregada bem como o nível de preços.
Mercado de Trabalho: admite a existência de um tipo de
mão-de-obra independente de características, determinando a
taxa de salários e o nível de emprego.
Mercado Monetário: analisa a demanda da moeda e a oferta da
mesma pelo Banco Central que determina a taxa de juros.
Mercado de Títulos: analisa os agentes econômicos
superavitários que possuem um nível de gastos inferior a sua
renda e deficitários que possuem gastos superiores ao seu nível
de renda.
Mercado de Divisas: depende das exportações e de entradas de
capitais financeiros determinada pelo volume de importações e
saída de capital financeiro.
MERCADOS
No mercado de trabalho a macroeconomia
preocupa-se com a oferta e a demanda de
mão de obra e com a determinação dos
salários e o nível de emprego. Não se
preocupa com as diferenças em
qualificação, sexo, gênero, faixa etária ,
origem da força de trabalho, etc, assuntos
esses que são tratados em microeconomia
QUESTÕES CONJUNTURAIS E
ESTRUTURAIS
A macroeconomia preocupa-se com
questões conjunturais de curto prazo:
Desemprego-diferença entre produção
efetiva e potencial- inflação- aumento
contínuo do nível geral de preços- e
questões estruturais como
desenvolvimento econômico, progresso
tecnológico, estas extrapolam uma análise
meramente econômica envolvendo
questões políticas, sociológicas,
históricas, etc, o que no curto prazo são
equacionadas.
METAS DE POLÍTICA
MACROECONÔMICA
Pleno emprego de recursos;
Estabilidade de preços;
Distribuição de renda socialmente justa;
Crescimento econômico
“As questões relativas ao emprego e à
inflação são considerada como
conjunturais, constituindo-se políticas de
estabilização”.
PROMOÇÃO DO NÍVEL DE EMPREGO

A questão do desemprego eclodiu a partir dos


anos 30. O produto nacional dos EUA caiu 30%
entre 1929 e 1933, e a taxa de desemprego ficou
em 25% da força de trabalho. Surgiu então a
Teoria Geral do emprego, do juro e da moeda com
o livro do economista inglês J. M. Keynes.
Políticas keynesianas

De acordo com Keynes, para eliminar o desemprego e estimular o


crescimento da renda, o governo deveria incidir em déficits públicos,
aumentando gastos ou diminuindo impostos, como formas de aumentar
a demanda agregada que, para ele, era o determinante do produto.
Assim, vários autores veem a política econômica expansionista
americana do pós-guerra como de inspiração keynesiana. O auge
dessa política se deu após o governo Kennedy, levando a profundos
déficits públicos ao longo da década de 60.
ESTABILIDADE DE PREÇOS

Inflação é o aumento contínuo e


generalizado no nível geral de preços. A
inflação acarreta distorções sobre a
distribuição de renda, expectativas
empresariais, mercado de capitais e no
Balanço de pagamentos. Costuma-se
aceitar que um pouco de inflação é
inerente aos ajustes de uma sociedade
dinâmica, em crescimento. Mesmo em
países desenvolvidos, mostra-se que ,
quanto maior o nível de atividade
econômica, mais os recursos tendem a
ficar no limite de sua utilização, o que
gera tensões inflacionárias
EVOLUÇÃO DA INFLAÇÃO BRASILEIRA – 1829 A 2004

Período Evento Taxa de Média


Inflação (%) anual (%)
i) 1829 a 1887 Império 9,29 1,50
ii) 1888 a 1913 Inicio da República 11,37 4,20
iii) 1914 a 1927 I Guerra Mundial 152,23 7,38
iv) 1928 a 1933 Recessão Mundial -14,12 -2,50
v) 1934 a 1950 II Guerra Mundial 3.752,15 25,63
vi) 1951 a 1970 Conturbação Mundial 25.306,36 33,84
vii) 1971 a 1989 Crise do Petróleo 512.113,40 135,90
viii) 1990 a 1995 Plano Collor 47.250.482 1.264,21
ix) 1995 a Estabilização
2004 Econômica 204,51 11,70
Taxa de inflação no Brasil – 1930 a 2005
Sugestão de filme
Gráfico: Taxa de inflação (2010)

Inflação na Venezuela:
Fonte: CIA
2017: 2.616%
Nº Média Máxima ao
País Datas
meses Mensal (%) Mês (%)
Out/1921
Áustria 11 47,1 134,0
Ago/1922
Ago/1922
Alemanha 16 322,0 32.400
Nov/1923
Nov/1943
Grécia 13 365,0 85,5x106
Nov/1944
Mar/1923
Hungria 12 46,0 98,0
Fev/1924
Ago/1945
Hungria 11 19.800,0 41,9x1015
Jul/1946
Jan/1923
Polônia 13 81,1 275,0
Jan/1924
Dez/1921
Rússia 26 57,0 213,0
Jan/1924
DISTRIBUIÇÃO EQUITATIVA DE
RENDA

O Crescimento da economia brasileira nos fins


dos anos 60 e 70 o milagre brasileiro seguiu a
chamada “Teoria do Bolo”-primeiro crescer,
para depois repartir.
A posição do governo era de que um certo grau de
concentração de renda era inerente ao
desenvolvimento capitalista. Houve um aumento
geral do padrão de vida-o rico ficou mais rico-.

Delfim Netto
METAS DE INFLAÇÃO NO BRASIL
 Regime de meta foi instituído, em junho de 1999,
complementando a transição para um regime de
câmbio flutuante.

Índice de referência: IPCA

Estratégia foi delineada pelo Conselho Monetário


Nacional (CMN) no lançamento do regime e previa
rápida desinflação.
CRESCIMENTO ECONÔMICO
Se existe desemprego e capacidade ociosa,
pode-se aumentar o produto nacional por
meio de políticas econômicas que
estimulem a atividade produtiva ou: pelo
aumento dos recursos disponíveis; avanço
tecnológico.
O aumento de renda per capita não
necessariamente significa que esta
havendo uma melhoria no padrão de vida.
Desenvolvimento X Crescimento
CONFLITO E DILEMAS NOS
OBJETIVOS DE POLÍTICA
ECONÔMICA

Os objetivos não são independentes uns dos


outros, podendo inclusive ser conflitantes. Atingir
uma meta de crescimento “pode” (mas não
necessariamente) abrandar as diferenças sociais.
A combinação de P.E. afeta diferentes grupos na
sociedade de diferentes maneiras. O
administrador público (policy-marker) tem que
fazer uma escolha quanto à ênfase a ser dada a
diferentes objetivos.
ESTRUTURA DA ANÁLISE
MACROECONÔMICA

A macroeconomia enfoca a economia como


se ela fosse constituída por uma parte real
e uma parte monetária divididas em 4
mercados.
MERCADOS VARIÁVEIS
DETERMINADAS
PLANO Mercado de bens e Produto Nacional
REAL serviço
Nível Geral de
Preços
Mercado de Trabalho Nível de Emprego
Salários Nominais
PLANO Mercado Taxa de Juros
MONETÁRIO Financeiro(monetário e
títulos
Estoque de Moeda
Mercado de divisas Taxa de Câmbio
INSTRUMENTOS DE POLÍTICA
MACROECONÔMICA

A política macroeconômica envolve a atuação do


governo sobre a capacidade produtiva (produção
agregada) e despesas planejadas (demanda
agregada), com o objetivo de permitir à economia
operar a pleno emprego, com baixas taxas de
inflação e distribuição justa de renda.
Política econômica
Pode-se definir política econômica como a intervenção do governo na economia com o
objetivo de manter elevados níveis de emprego e elevas taxas de crescimento econômico
com estabilidade de preços.
As principais formas de política econômica são a política fiscal e a política monetária.
.
POLÍTICA FISCAL
Refere-se a todos os instrumentos de que o
governo dispõe para arrecadação de tributos
(política tributária) e controle de suas despesas
(política de gastos). Pela manipulação da
estrutura e alíquotas de impostos, pode-se
estimular (ou inibir) os gastos do setor privado
em consumo e em investimento.
Os gastos do governo tem influência decisiva na
economia, afetando o nível de demanda agregada.
A arrecadação afeta o nível de demanda ao influir
na renda disponível que os indivíduos poderão
destinar para consumo e/ou poupança.
POLÍTICA MONETÁRIA

Refere-se à atuação do governo sobre a


quantidade de moeda, de crédito e de taxas de
juros, financiamento do déficit público.
Compreende a atuação do Banco Central para
definir as condições de liquidez da economia:
quantidade ofertada de moeda, nível de taxa de
juros, etc
Os instrumentos disponíveis para tal são:
emissões; reservas compulsórias; open market
(compra e venda de títulos); redesconto
(empréstimos de banco central aos bancos);
regulamentação sobre crédito e taxa de juros.
POLÍTICAS DE RENDAS (CONTROLE
DE PREÇOS E SALÁRIOS)

Os controles sobre preços e salários situam-se em


categoria própria de política econômica. A
Característica especial é a de que, nesses
controles, os agentes econômicos ficam proibidos
de levar a cabo o que fariam, em resposta a
influência econômica normais de mercado.
POLÍTICA CAMBIAL E COMERCIAL
São políticas que atuam sobre as variáveis
relacionadas ao setor externo da economia. A
política cambial refere-se ao controle do governo
sobre a taxa de câmbio (câmbio fixo, flutuante,
etc). A política comercial diz respeito aos
instrumentos de incentivo às exportações e/ou
desestímulo às importações, sejam fiscais,
creditícios, sejam cotas, ou outras.
DEMANDA AGREGADA
Constitui-se nas despesas da sociedade em bens e
serviços de consumo (C), Investimento (I),
despesas governamentais (G), e Exportações
(X)

Equilíbrio Macroeconômico :
ou Renda:
O DILEMA DA LEI DE SAY
Demanda gera oferta ou Oferta gera Demanda?

A lei de Say é uma das mais polêmicas em


economia e ainda é objeto de discussão entre
economistas neoclássicos e Keynesianos.
BIBLIOGRAFIA:
VASCONCELLOS, M. Manual de
Macroeconomia. 3 ed., São Paulo:Atlas, 2002.p.
187-201
PINHO, D.B. e VASCONCELLOS,M.A (orgs.)
Manual de Economia-professores da USP. 4 ed.;
São Paulo:Saraiva,2003, p.261-268.
BYRNS, R. e STONE, G. Macroeconomia. São
Paulo: Makron Books,1995.p. 97-123.

Sugestões de leitura:
Celso Furtado – Formação Econômica do Brasil

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