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Modulo 3.

DISTRITO: UNIDADE DE PLANIFICACAO E


ORÇAMENTAÇÃO
Ciclo de Planificação em Moçambique,
Instrumentos directores de Planificação, Papel dos
Conselhos Locais, Espaços de participação.

Por: A. Muagerene
Towanics@gmail.com
Nampula, 29/08/2018
Conteúdos
1. Distrito como unidade de planificação e
orçamentação;
2. Conceito e Ciclo de Planificação;
3. Instrumentos directores de Planificação;
4. Ciclo de Planificação em Moçambique;
5. Ciclo de orçamentação do Estado (COE);
6. Oportunidades de participação da SC no COE;
7. Governação participativa distrital
1. Papel dos Conselhos Locais na implementação do
PESOD;
8. Espaços de participação na governação distrital.
DISTRITO COMO UNIDADE DE
PLANIFICACAO E ORÇAMENTAÇÃO
1. Os processos de governação dos distritos são regidos pelos
seguintes instrumentos legais:
– Lei 8/2003, de 19 de Maio; Lei dos Órgãos Locais do Estado (LOLE):
• “O Distrito é a unidade territorial principal da organização e funcionamento da
administração local do Estado e a base da planificação do desenvolvimento
económico, social, e cultural da Republica de Moçambique” (nº 1, artº 12, LOLE)
– Decreto 11/2005, de 10 de Junho; Regulamento da Lei dos Órgãos
Locais do Estado (RELOLE).
• Sobre o desenvolvimento local participativo define (nº 1, artº 103,
RELOLE):
– “Os planos de desenvolvimento distrital (PDD) são elaborados com a participação da
população residente através dos Conselhos Consultivos Locais e visam mobilizar
recursos humanos, materiais e financeiros adicionais para a resolução dos problemas
do distrito”;
– Distrito como unidade orçamental (nº 1, artº 52, LOLE)
» OLE sujeitas ao regime da Lei nº 9/2002, de 12 de Fevereiro – lei do sistema de
Administração Financeira do Estado e do Decreto 23/2004, de 20 de Agosto –
Regulamento do SISTAFE.
Planificação: Conceitos básicos
• Planificação.
– É um processo contínuo que envolve a escolha
de caminhos alternativos de desenvolvimento e
envolve o uso de recursos disponíveis, com vista
a atingir determinado objectivo e determinadas
metas, num determinado espaço temporal.
• Processo sistemático de analise e resolução de
problemas.
Ciclo de Planificação
• Ciclo de planificação
1. Diagnostico
– Processo cíclico,
envolvendo uma
sequência de etapas que 6. Avaliação 2. Definição de

Implementação
Objectivos

Planificação
ligam a formulação de
objectivos com a definição
de estratégias e
alternativas de acção com 5.
3. Formulação
a respectiva afectação de Implementaçã
oe
de estratégia e
recursos para a acompanhame
Plano de
acção
nto
implementação.
• Assegura incorporação de 4. Afectação
de recursos
lições em processos
seguintes.
Instrumentos de Planificação em Moçambique
• Cenário Fiscal de Médio Prazo (CFMP)
– Instrumento de planificação de médio Prazo (3 anos) que permite
prever as receitas e despesas publicas para esse período.
• Plano de Acção para a Redução da Pobreza (PARP):
• Plano Quinquenal do Governo (PQG).
– Documento estratégico do governo/5 anos.
• Plano económico e Social (PES).
• Plano económico, social e orçamento provincial (PESOP).
• Plano económico, social e orçamento distrital (PESOD).
Sistema de Planificação em
Moçambique
Sistema Nacional de
Planificação (inclusivo)
Ciclo de Planificação
Modelo de Matriz de Planificação do Governo
O que é Orçamento do Estado (OE)?
• O OE é o documento no qual estão previstas as
receitas e despesas a arrecadar e fixadas as
despesas a realizar num determinado exercício
económico e tem por objecto a prossecução da
politica financeira do Estado.
(art.º.º. 12, Lei # 9/2002 – Cria o Sistema de Administração
Financeira do Estado).

• Quais são os princípios que regem o OE?


– Anuidade, unidade, universalidade, especificidade,
não compensação, não consignação, equilíbrio,
publicidade.
(art.º. 13, Lei # 9/2002).
O que são Receitas e Despesas do Estado?
• Receita pública/Estado -
– A soma de todos os recursos monetários ou em espécie (bens),
disponíveis ao uso do Estado:
– Incluem contribuições e impostos de cidadãos e empresas, dos
pagamentos por prestações de serviços pelos órgãos e instituições do
Estado, donativos e créditos nacionais e estrangeiros.
• Estabelecidos por lei;
• Inscritas no Orçamento do Estado (Art.º. 14, Lei # 9/2002).
• Despesas publicas (do Estado) –
– Todos os recursos monetários ou em espécie, independente da sua
proveniência ou natureza, gastos pelo Estado.
– Critérios de execução): legalidade, inscrição no OE, cabimento na
verba orçamental e justificação (economia, eficiência, eficácia) (Art.º.
5, Lei # 9/2002).
Como é preparado o OE?
1. O MEF elabora o CFMP (Nov. N-2 a Maio N-1).
2. O MEF submete BdPES e REO do ano N-2 a AR (ate
14de Fev. N-1).
3. MEF comunica limites e envia orientações para a
elaboração do PES e OE (31de Maio N-1).
4. Sectores e Províncias preparam suas propostas de
PES e OE (Jun e Jul N-1).
5. MEF globaliza propostas e elabora propostas do PES
e OE nacionais (Ago e Set N-1).
6. Submissão das propostas de PES e OE ao Conselho
de Ministros (ate 15 de Set N-1).
7. Submissão de propostas do PES e OE do ano N a
Assembleia da Republica (ate 30 de Set N-1).
Ciclo do Orçamento do Estado (COE)
• Actores: MEF • Actores: MEF,
(previsões), Sectores, Sectores,
Províncias, Distritos
(propostas), Conselho
Província, Distritos,
de Ministros (aprecia e Conselho de
submete a Assembleia Ministros (aprecia)
da Republica)

Controlo Elaboração

Execução Aprovação

• Actores: Autoridade • Actores: Assembleia


Tributaria, Sectores, da República
Províncias, Distritos (analisa e aprova)
(arrecadam e ate 15/Dezembro do
executam), MEF
elabora Relatórios)
ano anterior.
Oportunidades de participação da
Sociedade Civil ao longo do COE
Etapa Principais Actores Oportunidades de participação da SC
1. ELABORAÇÃO MEF – faz previsões, dá Participar na planificação Sectorial,
limites, harmoniza e provincial e distrital
prepara propostas
nacionais;
Sectores, Províncias,
Distritos – preparam
propostas;
Conselho de Ministros –
aprecia e submete
propostas a Assembleia
da República)
2. APROVAÇÃO Assembleia da Republica Engajar com as diferentes comissões e
– analisa e aprova as Bancadas Parlamentares na fase de
propostas ate 15 de analise e discussão das propostas.
Dezembro de N-1.
Oportunidades de participação SC ao longo do COE (2)
Etapa Principais Actores Oportunidades de
participação da SC
3. EXECUÇÃO Autoridade tributaria – arrecada receitas; Monitorar a execução
Sectores, Províncias, Distritos – arrecadam da despesa e dos
receitas, executam despesas; planos (o que foi
MEF – elabora relatórios de execução planeado esta sendo
orçamental (REO) e balanços do PES (BdPES) feito, e o dinheiro
durante o ano N. devidamente gasto?)
4. MEF – controlo interno que culmina na Trazer evidencias para
CONTROLO preparação e submissão da Conta Geral do informar pareceres
Estado (CGE), ate 31 de Maio do ano N+1 ao do Tribunal
Tribunal Administrativo (TA) e a Assembleia da Administrativo e da
Republica (AR); Assembleia da
Tribunal Administrativo (TA) – prepara o Republica sobre a
relatório e parecer sobre a CGE, de Jun – Nov CGE.
de N+1;
Assembleia da Republica (AR) – aprecia e
delibera sobre a CGE, entre Dec de N+1 à Mar
de N+2.
Analise de Orçamento pela SC

• Instrumento de avaliação dos gastos


governamentais quanto as prioridades,
adequação e justeza nos gastos de politicas e
programas públicos.
– Verificar o que o governo planificou e o que foi
que realizou.
• Questões a fazer dependem do tipo e qualidade de
dados do orçamento, tempo de referencia, etc.
Analise de Orçamento pela SC (2)
Questões-tipo ao orçamento do Estado
Foco do Orçamento Questões a colocar
1. Prioridade dada a a) Qual a proporção dos fundos disponíveis foi alocada para a
politica X implementação da politica X comparada com as outras?

b) Esta alocação esta de acordo com as promessas feitas pelo


Governo?
2. Adequação dos gastos a) Quanto o Governo alocou para a politica X?
na politica X
b) Sera essa alocação orçamental suficiente?
c) As alocações consideram o indice de inflação?
3. Equidade nos gastos a) Se os gastos da politica X esta distribuídos com equidade per
sobre a politica X capita entre as diferentes províncias do país?

b) Se os gastos de implementação da politica X estão orientados para


os mais necessitados?
4. Eficiência nos gastos de a) Os recursos alocados estão a ser gastos na implementação da
implementação da politica?
Politica X
b) Se os insumos usados (livros escolares, professores qualificados,
novas salas de aulas) resultam em correctos produtos/efeitos
esperados da politica X (boa qualidade da educação primaria de
cada criança do sistema)?
Rota para uso de evidencias de implementação de
politicas públicas na advocacia para a mudança

4. Acções de
3. Produzir advocacia
recomendações
de mudança na para a MUDANÇA
2. Recolher
implementação (audiências,
da Politica reuniões,
evidencias da
(soluções dos
implementação seminários,
problemas)
da Politica
(identificação de
petições,
1. Monitorar a problemas) marchas,
Politica Media)
Publica
Governação participativa distrital
• Articulação e cooperação entre o governo
distrital e os diferentes segmentos da
sociedade a nível do distrito na gestão dos
bens e interesses económicos, sociais,
políticos e ambientais das comunidades
locais.
– Inclui:
• Comunidades locais, lideres tradicionais, religiosos
comunitários, lideres sociais e políticos, grupos e
associações formais e informais.
Importância da governação
participativa distrital
• Promove:
a. Prestação de contas e responsabilização do governo
distrital e da sociedade civil;
b. Eficiência e eficácia na provisão dos serviços públicos;
c. Transparência na gestão de bens públicos e
comunitários;
d. Aumenta o controle social das decisões e acções do
governo distrital;
e. Apropriação pelas comunidades locais dos processos
públicos a nível do distrito.
f. Reduz a corrupção dos titulares dos cargos publicos.
Bases para a participação dos cidadãos na
governação distrital
• Principio de funcionamento dos OLE:
– “…Observam os princípios do respeito pelos direitos subjectivos e
pelos interesses legítimos dos administrados, garantem a
participação activa dos cidadãos, incentivam a iniciativa local na
solução dos problemas das comunidades, aplicando,
nomeadamente, os recursos ao seu alcance”. (nº 3, artº 3, LOLE).
• Participação cidadãos:
– “Os OLE devem assegurar a participação dos cidadãos, das
comunidades locais, das associações e de outras formas de
organização, que tenham por objecto a defesa dos interesses, na
formação das decisões que lhes disserem respeito” (nº 1, artº 10,
Decreto 11/2005)
Participação dos cidadãos na governação local

• Diploma Ministerial nº 67/2009, 17 de Abril – aprova o


Guião da sobre Organização e o Funcionamento dos
Conselhos locais.
– Define princípios de funcionamento, composição e Funções das
Instituições de participação e consulta comunitárias (IPCC).
– Órgão de consulta das autoridades da administração local (artº 2)
– Os conselhos locais são estabelecidos aos níveis de Distrito, P.
Administrativo, Localidade e Povoação (artº 7);
• Funções dos CL no quadro do Plano de Desenvolvimento do
Distrito (PDD):
– Alíneas: d), e), f), h), i), j), l), do nº 2, artº 35.
Espaços de Participação dos cidadãos na
governação distrital
1. Espaços formais:
a. Conselhos Locais: distrital, P. administrativo, Localidade;
b. Fóruns locais;
c. Comités locais;
d. Fundo comunitário (artº 114, RELOLE);
e. Observatório de desenvolvimento distrital;
f. Encontros sectoriais.
g. Sessões de monitoria dos membros da Assembleia da Republica e Provincial.
2. Espaços informais:
a. Presidência aberta;
b. Governação aberta (Governador provincial, Administrador distrital);
c. Sessões da Plataforma da Sociedade Civil (distrital);
d. Forum de monitoria do orçamento.
Bibliografia
• CAFOD, Christian Aid & Trocaire (2005) - Monitoring Government
Policies: a toolkit for Civil Society Organisations in Africa.
• Como é preparado o OE? – In MEF. Orçamento Cidadão 2018. 7ª. Edição.
Maputo. Pg. 2.
• Governo da Província de Nampula. PESOD 2017. Nampula.
• Governo da Província de Nampula. PESOD 2018. Nampula.
• MASC (2011) – Guião de Consulta para a Participação Comunitária e da
SC na promoção da Governação: Âmbito provincial. Maputo.
• MASC (2010) Manual de Monitoria da Governação. Maputo.
• MEF 2011. Modelo de Elaboração do Plano e Orçamento.
• http://www.mef.gov.mz/index.php/documentos/instrumentos-de-
gestao
QUESTÕES E COMENTÁRIOS

Muito obrigado!

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