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Atrito

O estudo da capacidade de controlar o atrito e reduzir o desgaste de um


material começou com Leonardo da Vinci no século XV. Isto deve-se à necessidade de
aumentar a eficiência de partes móveis de máquinas e equipamentos. O desgaste
durante o contato de duas superfícies se produz pela deformação plástica das
rugosidades. Nesse contato, há uma força devida à adesão, com ou sem carga, e outra
devida à atração entre os materiais, mesmo sem movimento; isto pode ser
classificado como atrito estático. O atrito dinâmico ocorre quando dois corpos em
contato se põem em movimento relativo entre eles. O que está claro até hoje em
relação ao atrito entre duas superfícies é que ele não depende apenas do material
do qual são feitas as superfícies atritantes mas de diversos outros fatores entre
os quais estão o material da interface, o tempo de contato, a velocidade relativa
entre as superfícies e a temperatura e umidade do ambiente.

A teoria de atrito é regida pelas velhas leis de Amonton (1706) que dizem que a
força de atrito Fat é proporcional à força de carga Fc e independe da área aparente
de contato:

Fat = m Fc ,

onde m é o coeficiente de atrito.

Para explicar esta relação, devemos considerar as propriedades estruturais da


interface de contato. Como as superfícies em geral possuem rugosidade, pelo menos
em escala microscópica, a área real de contato é limitada a pontos discretos da
interface entre os dois corpos. Parece então razoável supor que a força de atrito é
proporcional à área real de contato A:

Fat = f A ,

onde a constante de proporcionalidade f (shear strength) é a "força" (tem unidades


de pressão) compartilhada da junção, que tem como resultado que duas superfícies em
contato escorreguem paralelamente ao plano de contato entre elas.

Foi mostrado que para uma superfície rugosa com uma distribuição normal de
alturas de rugosidades, a área real de contato, quando uma superfície é pressionada
contra outra superfície plana e suave, deve ser sempre proporcional à carga,
qualquer que seja a lei de deformação ou a forma das asperezas:

A µ Fc .

Combinando as duas equações anteriores, obtemos a proporcionalidade da força de


atrito com a força normal de carga.

Macroscopicamente, para derivar esta lei partiu-se de uma descrição estatística


da rugosidade da superfície para os dois corpos em contato. Microscopicamente, se
usarmos uma ponteira apropriada, em contato com a superfície a ser estudada,
podemos esperar atingir um conhecimento experimental dos fenômenos de atrito em
função das forças agindo no sistema e das áreas envolvidasescala nanométrica. A
geometria oferecida pelo AFM é idealmente apropriada para esta finalidade.

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Figura 23: Ação das forças sobre o cantilever.

Além de medidas de força normal à superfície da amostra, por detecção da


deflexão do cantilever nesta direção, é então também possível estudar as forças
laterais ou de atrito, detectando a torção causada ao cantilever pela varredura. Na
figura 23, mostram-se a deflexão e a torção do cantilever.

Existem vários métodos de detecção, mas o procedimento mais utilizado


atualmente é o já explicado método de medição da variação de quantidade de luz que
chega aos quatro quadrantes do fotodetector.

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Figura 24: Imagens de uma amostra padrão. Na parte superior topografia e na


inferior força lateral.

Na figura 24 mostram-se duas imagens feitas da mesma amostra, uma no modo de


topografia e a outra em força lateral. Nestas varreduras pode ser vista a grande
diferença que aparece nas bordas da amostra, ressaltadas pelo método de operação.

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