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21/03/2012

As propriedades de alguns materiais estão diretamente


MAM0411 relacionadas às estruturas cristalinas

Redes e sistemas

Ciência dos Materiais Estrutura Atômica


cristalinos

Pontos, direções e
Estrutura dos Sólidos planos cristalográficos

Arranjo geométricos
Tema 3 dos átomos

Estrutura Propriedades
Direções e Planos Cristalinos
Interação entre os
átomos ou moléculas

Profa. María Cristina Moré Farias


Ligação Interatômica

Profa. María Cristina Moré Farias MAM0411A Ciência dos Materiais 2

Conteúdo Objetivos
Pontos, Direções e Planos Cristalinos Sobre pontos, direções e planos cristalográficos

1. Coordenadas dos Pontos • Dados três números inteiros que definem os índices de direção, esboçar a
direção correspondente a esses índices dentro de uma célula unitária
2. Direções Cristalográficas
• Especificar os índices de Miller para um plano que tenha sido traçado no
3. Planos Cristalográficos
interior de uma célula unitária
4. Densidade Linear e Planar • Descrever como as estruturas cristalinas CFC e HC podem ser geradas pelo
5. Estruturas Cristalinas Compactas empilhamento de planos compactos

6. Monocristais e Policristais • Distinguir entre materiais monocristalinos e policristalinos

• Definir isotropia e anisotropia em relação às propriedades dos materiais


7. Anisotropia

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Pontos, Direções e Planos Coordenadas dos Pontos Coordenadas dos Pontos


Direções Cristalográficas
Pontos, Direções e Planos Direções Cristalográficas
Cristalinos Cristalinos
Planos Cristalográficos Planos Cristalográficos

Em materiais cristalinos é necessário especificar pontos, direções ou As coordenadas de qualquer ponto definem a sua posição no interior
planos cristalográficos no interior de uma célula unitária de uma célula unitária
• Convencionalmente, três z • Coordenadas do Ponto q r s z
números ou índices são usados
para designar as localizações – q r s representam, 001
de pontos, direções e planos respectivamente, a fração dos
comprimentos das arestas da 111

• A base para a determinação dos


célula unitária a, b e c
valores dos índices é a célula a • q = qa 1 11
unitária c g • r = rb 2 22
y 000
a • s = sc y
b
– Resultado : não são separadas 1
10
por nenhuma marca de 2
100 110
b pontuação: x
x Célula unitária com os eixos coordenados x, y e z, Coordenadas de Pontos no interior
mostrando os comprimentos axiais (a, b e c) e os qrs da célula unitária CCC
ângulos entre os eixos (a, b e g )

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Coordenadas dos Pontos Coordenadas dos Pontos


Pontos, Direções e Planos Direções Cristalográficas
Pontos, Direções e Planos Direções Cristalográficas
Cristalinos Planos Cristalográficos Cristalinos Planos Cristalográficos
Exemplo A:
Uma direção cristalográfica (ou índice de direção) é definida como Direções com ponto inicial passando pela origem do sistema de coordenadas:
uma linha entre dois pontos ou um vetor Determine o índice de direção [u v w] para a direção mostrada na figura
• Etapas para a determinação dos z 1. Posicionar vetor (ou reposicionar) passando pela Direções Cristalográficas no
índices direcionais [u v w] origem do sistema de coordenadas
interior da célula unitária CCC
– O vetor passa pela origem e, portanto, não é
1. Posicionar vetor (ou reposicionar)
passando pela origem do sistema de
necessária qualquer translação z
[0 0 1] 2. Determinar as projeções vetoriais sobre cada eixo
coordenadas coordenado em termos dos comprimentos das
2. Determinar as projeções vetoriais arestas da célula unitária a, b e c
sobre cada eixo coordenado em termos [1 1 1] – As projeções do vetor sobre os eixos x, y e z são,
Projeção sobre o
dos comprimentos das arestas da célula [1 1 1]
respectivamente, a/2, 1b e 0C que se tornam
eixo x (a/2)
Projeção sobre o
unitária a, b e c 1/2, 1, e 0, em termos dos parâmetros da célula eixo y (b)
unitária (a, b e c descartados)
3. Ajustar (multiplicação/divisão) os [1 1 0]
c
valores das projeções vetoriais para [1 0 0]
y 3. Ajustar (multiplicação/divisão) os valores das y
[1 1 0] projeções vetoriais para menores os valores inteiros
menores os valores inteiros a
– A redução ao menor conjunto de inteiros é
4. Resultado: índices entre colchetes obtida pela multiplicação por 2, produzindo os
sem vírgulas [u v w] x inteiros 1, 2 e 0 b
4. Resultado: índices entre colchetes sem vírgulas
x
• Índices negativos são representados Direções Cristalográficas no interior
de uma célula unitária [u v w]
com uma barra sobre o índice – Os inteiros são colocados entre colchetes
específico como [1 2 0]

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Coordenadas dos Pontos Coordenadas dos Pontos


Pontos, Direções e Planos Direções Cristalográficas
Pontos, Direções e Planos Direções Cristalográficas
Cristalinos Planos Cristalográficos Cristalinos Planos Cristalográficos
Exemplo A (cont.): Exemplo B:
Direções com ponto inicial passando pela origem do sistema de coordenadas: Direções com ponto inicial fora da origem do sistema de coordenadas:
Determine o índice de direção [u v w] para a direção mostrada na figura Determine o índice [u v w] para a direção mostrada na figura
z 1. Posicionar vetor (ou reposicionar) passando pela
origem do sistema de coordenadas
– O vetor no passa pela origem; definir as
coordenadas do ponto final e do ponto inicial e Direções Cristalográficas no
subtrair as duas coordenadas (ponto final – interior da célula unitária CS
Projeção sobre o
Projeção sobre o
ponto inicial)
eixo x (a/2)
eixo y (b) Ponto final 0 0 1 z
Ponto inicial 1/2 1 0 Coordenada
c
Subtração -1/2 -1 1 do ponto final
y 001
a 3. Ajustar (multiplicação/divisão) os valores das
projeções vetoriais para menores os valores Coordenada do
inteiros ponto inicial
b 1/2 1 0
x Resumo do procedimento (Direções Cristalográficas) x y z
_ A redução ao menor conjunto de inteiros é
c
obtida pela multiplicação por 2, produzindo os
Direções Cristalográficas no Projeções a/2 b 0c inteiros -1, -2 e 2 y
interior da célula unitária CCC 4. Resultado: índices entre colchetes sem vírgulas a
Projeções (em termos de parâmetros de rede) 1/2 1 0 [u v w]
Redução (ajuste) 1 2 0 _ Os inteiros são colocados entre colchetes como
b
[-1 -2 2] ou
[1 2 2]
x
Direções (colocação entre colchetes) [1 2 0]
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Pontos, Direções e Planos Coordenadas dos Pontos Pontos, Direções e Planos Coordenadas dos Pontos
Direções Cristalográficas Direções Cristalográficas
Cristalinos Planos Cristalográficos
Cristalinos Planos Cristalográficos
Para algumas estruturas cristalinas várias direções não-paralelas são equivalentes Os índices dos planos cristalográficos são determinados a partir dos inversos
que são agrupadas como uma família de direções representada entre colchetes das interseções com os eixos coordenados
angulados < u v w >

• Direções equivalentes em cristais cúbicos • Etapas para a determinação dos índices planares hkl
1. Posicionar (translação, se o plano passa pela origem) o plano em relação
– as direções [100], [100] , [010], [010] , [001] e [001] são equivalentes à origem dos sistema de coordenadas 0 0 0
(mesmo espaçamento entre as átomos ao longo de cada direção); <100>
2. Determinar o comprimento da interseção do plano com cada eixo
– as direções [123] e [2 1 3] são equivalentes (com índices iguais, em coordenado em termos dos comprimentos das arestas da célula unitária
qualquer ordem/sinal) z abc
3. Calcular os inversos das interseções
<100> para as arestas do cubo
<110> para as diagonais das faces do cubo » Plano paralelo a um eixo tem interseção no infinito
<111> para a diagonal do cubo 4. Ajustar (multiplicação/divisão, caso necessário) os inversos para menores
valores inteiros

Direções Cristalográficas
y 5. Resultado: Índices de Miller entre parênteses sem vírgulas (h k l)
Equivalentes no interior da – Índices negativos são representados com uma barra sobre o índice específico
célula unitária cúbica
x
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Pontos, Direções e Planos Coordenadas dos Pontos Pontos, Direções e Planos Coordenadas dos Pontos
Direções Cristalográficas Direções Cristalográficas
Cristalinos Planos Cristalográficos
Cristalinos Planos Cristalográficos

Os Planos Cristalográficos (0 1 0) Os Planos Cristalográficos (1 1 0)


z
z
• Planos paralelos aos eixos x e z Interseção com eixo z = ∞
• Planos paralelos ao eixo z Interseção com eixo z = ∞
(paralelo à face xz) • No caso representado na figura
• No caso representado na figura Plano (010) – cortam dois eixos (x e y) em 1 e o Plano (110)
– cortam o eixo y em 1 e os eixos x e z eixo z em ∞
em ∞ • Inversos das interseções
Interseção com eixo y = 1 Interseção com eixo y = 1
• Inversos das interseções O y – 1/ 1, 1/1, 1/ ∞ = 1, 1, 0 O
– 1/ ∞, 1/1, 1/ ∞ = 0, 1, 0 y
• Resultado: (110)
• Resultado: (010)
x Interseção com eixo x = ∞ x Interseção com eixo x = 1
Resumo do procedimento (Planos Cristalográficos) a b c Resumo do procedimento (Planos Cristalográficos) a b c
Interseções ∞a b ∞c Interseções a b ∞c
Interseções (em termos de parâmetros de rede) ∞ 1 ∞ Interseções (em termos de parâmetros de rede) 1 1 ∞
Inversos das interseções 0 1 0
Inversos das interseções 1 1 0
Índice de Miller (colocação entre parênteses) (0 1 0) Índice de Miller (colocação entre parênteses) (1 1 0)
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Pontos, Direções e Planos Coordenadas dos Pontos Pontos, Direções e Planos Coordenadas dos Pontos
Direções Cristalográficas Direções Cristalográficas
Cristalinos Planos Cristalográficos
Cristalinos Planos Cristalográficos

Os Planos Cristalográficos Equivalentes podem ser agrupados em uma


Os Planos Cristalográficos (1 1 1)
famílias de planos equivalentes representados entre chaves {h k l}
z
Interseção com eixo z = 1
• Planos não-paralelos a nenhum dos
– Planos equivalentes nos Cristais cúbicos
eixos x , y , z
• No caso representado na figura Plano (111) • Planos com os mesmos índices, independentemente de sua ordem ou de
– cortam os três eixos (x , y , z) em 1
seu sinal
• Inversos das interseções Interseção com eixo y = 1
– 1/1, 1/1, 1/1 = 1, 1, 1 O y – Família {123}: (123) (312)
• Resultado: (111)
x Interseção com eixo x = 1
Resumo do procedimento (Planos Cristalográficos) a b c
Interseções a b c
Interseções (em termos de parâmetros de rede) 1 1 1
Inversos das interseções 1 1 1
Índice de Miller (colocação entre parênteses) (1 1 1)
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Coordenadas dos Pontos Coordenadas dos Pontos


Pontos, Direções e Planos Direções Cristalográficas
Pontos, Direções e Planos Direções Cristalográficas
Cristalinos Planos Cristalográficos Cristalinos Planos Cristalográficos

Planos Cristalográficos Equivalentes (cont.) Planos Cristalográficos Equivalentes (cont.)

z Plano (110) com referência à


Plano (001) com referência à
z origem no ponto O
origem no ponto O

O y
y

x Outros planos (001)


equivalentes x
Outros planos (110) equivalentes

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Coordenadas dos Pontos Pontos, Direções e Planos Coordenadas dos Pontos


Pontos, Direções e Planos Direções Cristalográficas Direções Cristalográficas
Cristalinos Planos Cristalográficos
Cristalinos Planos Cristalográficos

Planos Cristalográficos Equivalentes (cont.) Na Família de Planos {110} o plano é paralelo a um dos eixos de coordenadas

Plano (111) com referência à


z origem no ponto O

x
Outros planos (111) equivalentes

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Pontos, Direções e Planos Coordenadas dos Pontos Densidade Linear


Direções Cristalográficas Densidade Linear e Planar
Cristalinos Planos Cristalográficos
Densidade Planar

Na Família de Planos {111} o plano intercepta os três eixos de coordenadas A equivalência direcional está relacionada à densidade linear

DL da direção [110]
• Para um material específico, direções
Estrutura cristalina CFC
equivalentes possuem densidades
lineares idênticas
• Densidade linear (DL)
– Número de átomos por unidade de
comprimento cujos centros estão x
sobre o vetor direção para uma
y
direção cristalográfica específica z [110]

número de átomos centrados no vetor direção


DL  x R
comprimento do vetor direção
1 1
nm , m ,... ou y
átomos / nm, átomos / m,...
2 átomos 1
DL[110]   z
4R 2R
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Densidade Linear Estruturas Cristalinas Planos compactos de átomos


Densidade Linear e Planar Densidade Planar Compactas Sequencias de empilhamento

A equivalência planar está relacionada à densidade planar Além das células unitárias, as estruturas cristalina CFC e HC podem ser
descritas em termos de planos compactos de átomos

• Para um material específico, planos DP do plano (110)


equivalentes possuem Estrutura cristalina CFC
densidades planares idênticas C
• Planos compactos de átomos
B – Possuem uma densidade máxima de compactação de átomos
• Densidade linear (DP)
A (ou esferas); átomos em contato contínuo
– Número de átomos por unidade de
área contidos em um plano • As estruturas cristalinas CFC e HC podem ser geradas
cristalográfico específico pelo empilhamento dos planos compactos de
F
DP 
número de átomos no plano
D E átomos, uns sobre os outros
área do plano
• A diferença entre as estruturas cristalinas CFC e HC está
nm  2 , m  2 ,... ou A B C
na sequencia de empilhamento
átomos / nm 2 , átomos / m 2 ,...
1 1
4 2
DP(110)  4 2  2 átomos  1
4R  2 2R 8 2R 2 4 2R 2 D E F

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Estruturas Cristalinas Planos compactos de átomos Estruturas Cristalinas Planos compactos de átomos
Compactas Sequencias de empilhamento Compactas Sequencias de empilhamento

A sequencia de empilhamento AB para planos compactos de átomos A sequencia de empilhamento dos planos compactos para a estrutura CFC

• Chamamos de A o centro de cada • Na estrutura CFC, os planos compactos são


átomo de um plano compacto do tipo (1 1 1)
• Associamos B a cada vértice
formado pelas depressões de um • Chamamos o primeiro plano compacto de A
triângulo de cabeça para cima • Sobre o plano A, empilhamos outro plano
compacto B
• Associamos C a cada vértice
formado pelas depressões de um • O plano C, se empilha sobre os planos A e B
triângulo de cabaça para baixo • O quarto plano se encaixa entre o plano A
• Teremos então o plano A, sobre • Os três planos formam uma seqüência ABC
ele o plano B e no topo o plano C
• Continuando o empilhamento com este
padrão (ABCABCABC), têm-se a estrutura
compacta CFC que cresce na direção [111]

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Estruturas Cristalinas Planos compactos de átomos Estruturas Cristalinas Planos compactos de átomos
Compactas Sequencias de empilhamento Compactas Sequencias de empilhamento

A sequencia de empilhamento dos planos compactos para a estrutura HC A sequencia de empilhamento AB para planos compactos de átomos

• Na estrutura HC a seqüência de
empilhamento é ABABAB.
• Sobre o primeiro plano compacto,
denominado A, empilha-se o segundo
plano na posição B.
• O terceiro plano não é empilhado na
posição C, como na rede CFC, mas
novamente na posição A, exatamente
como o primeiro plano.
• Continuando o empilhamento com este
padrão (ABABAB), têm-se a estrutura
compacta HC que cresce na direção
[001]

www.e-agps.info
5:25

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Monocristais Monocristais
Monocristais e Policristais Materiais Policristalinos Monocristais e Policristais Materiais Policristalinos

Os materiais monocristalinos apresentam arranjo periódico e repetido dos átomos Nos últimos anos, os monocristais se tornaram extremamente importantes em muitas
perfeito; o arranjo se estende ao longo da totalidade da amostra, sem interrupções tecnologias modernas, em particular, nas indústrias de microeletrônica, medicina,
aeroespacial, etc.
• Todas as células unitárias se ligam da mesma maneira com a mesma direção
• São naturais ou artificiais
• Normalmente, é difícil de crescê-los, pois exigem ambiente controlado. Se
for permitido que as extremidades de um monocristal cresçam sem restrição
externa, o cristal irá assumir uma forma geométrica regular, com faces
planas
– Pedras preciosas;
– A forma é um indicativo da estrutura cristalina
• Aplicadas na microeletrônica, medicina, aeroespacial, etc.
– semicondutoras, magnéticos e de microondas, dispositivos gravadores de mídia
magnético-óptico, ferramentas de cortes de alta precisão, em cirurgias de pele,
em tratamento de catarata, de cáries e contra câncer , para artroscopia, etc.
Vanadita - Pb5(VO4)3Cl
Meknès-Tafilalet Region, Morocco
(www.mindat.org)

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Monocristais Monocristais
Monocristais e Policristais Materiais Policristalinos Monocristais e Policristais Materiais Policristalinos

Cerâmicas monocristalinas Cerâmicas monocristalinas

Granada
Tongbei, Fujian, China Granada de Almandina: Fe2+3Al2(SiO4)3 Granada de Almandina: Fe2+3Al2(SiO4)3 Granada de gadolínio: Y2Fe2+Be2[O|SiO4]2
Alaskan, USA Norway
(www. irocks.com) Madison, Rockingham Co., North Carolina, USA
(www.johnbetts-fineminerals.com) (www.johnbetts-fineminerals.com) (www.johnbetts-fineminerals.com)

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Monocristais Monocristais
Monocristais e Policristais Materiais Policristalinos Monocristais e Policristais Materiais Policristalinos

O materiais policristalinos apresenta um conjunto de muitos cristais Nos materiais policristalinos, a orientação cristalográfica varia de grão para grão; existe um
pequenos ou grãos (regiões que separam cristais de diferentes orientações) desalinhamento dos átomos na região onde dois grão se encontram (contorno de grão)

1- Formação de pequenos 2- Crescimento dos cristalitos 3- Conclusão da solidificação


cristais ou núcleos (cristalitos) pela adição sucessiva de com formação de grãos contornos de grão
com orientação cristalográfica átomos (do líquido) à estrutura irregulares
aleatória e obstrução de grão adjacentes
entre si
Estrutura granular
Estágios durante a solidificação de um material
policristalino

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Materiais Anisotrópicos Materiais Anisotrópicos


Anisotropia Materiais Isotrópicos
Anisotropia Materiais Isotrópicos

As propriedades físicas de materiais cristalinos dependem da direção Os materiais em que as propriedades medidas são independentes da direção
cristalográfica na qual as medições são feitas cristalográfica de medição são isotrópicos

• Anisotropia (material anisotrópico) • Isotropia (material isotrópico)


– Direcionalidade de propriedades – Propriedades medidas são independentes da direção de medição
• p.ex., módulo de elasticidade, condutividade elétrica, índice de refração, – Para muitos materiais policristalinos, as orientações cristalográficas dos
magnetização grãos individuais são totalmente aleatórias (grãos anisotrópicos), porém
– Relacionada à variação do espaçamento atômico/iônico em função da se comportam de maneira isotrópica
direção cristalográfica • O valor médio da propriedade representa a média dos valores direcionais

Módulo de elasticidade (GPa) • Textura


Metal [100] [110] [111] – Orientação cristalográfica preferencial dos grãos nos materiais
Alumínio 63,7 72,6 76,1 policristalinos
Cobre 66,7 130,3 191,1
Ferro 125,0 210,5 272,7

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Histórico Histórico
Fenômeno de DRX Fenômeno de DRX
Difração de Raios X Lei de Bragg
Difração de Raios X Lei de Bragg
Métodos de DRX Métodos de DRX
Investigações realizadas por meio da difração de raios X (DRX) têm permitido o A descoberta dos raios catódicos inventado pelo inglês William Crookes (1832-1919)
entendimento dos arranjos atômicos e moleculares em sólidos e o
despertaram o interesse de muitos físicos no final do século XIX; entre eles, Röntgen
desenvolvimento de novos materiais

• 1895: os raios X (natureza • Era um tubo de vidro, dentro do qual um


condutor metálico aquecido emitia
desconhecida) foram elétrons, então chamados raios catódicos,
descobertos pelo físico alemão em direção a outro condutor
• Quando Rontgen ligou o tubo naquele dia:
Wilhelm Conrad Roentgen na perto do tubo uma placa de um material
Universidade de Würzburg fluorescente chamado platino cianeto de
bário brilhou. Ele desligou o tubo e o
brilho sumiu. Ligou de novo e lá estava ele

• 1901: Prêmio Nobel de Física Para facilitar a observação da fraca
luminosidade da placa fluorescente,
Roentgen fechou as cortinas do laboratório e
cobriu o tubo de raios catódicos com uma
caixa de papelão
Foto recente do laboratório de Roentgen no
• Colocando placas de madeira ou metal entre Instituto de Física de Würzburg, onde descobriu os
o tubo e o detector, Roentgen aprendeu que raios X. Hoje, o local é um museu
Wilhelm Conrad Roentgen a radiação que estava detectando era
(1845-1923) realmente muito penetrante

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Histórico Histórico
Fenômeno de DRX Difração de Raios X Fenômeno de DRX
Difração de Raios X Lei de Bragg Lei de Bragg
Métodos de DRX Métodos de DRX

Röntgen realizou várias experiências com diferentes objetos, antecipando os diferentes


usos dos raios X na atualidade, medicina, indústria, metalografia, cristalografia

• Em uma de suas experiências, usou a • Em outra experiência, tirou a radiografia


mão de sua esposa, Bertha e obteve de seu rifle de caça e observou uma
a primeira radiografia da história, pequena falha interna
mostrando os ossos e até seu anel de Hoje: Detecção de falhas internas /controle
casamento (22/12/1895) de qualidade em peças industriais

•Também radiografou uma caixa de


madeira fechada com peças metálicas
no interior
Hoje: Radiografia de bagagens nos
aeroportos, pelo pessoal da segurança

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Histórico Histórico
Fenômeno de DRX Fenômeno de DRX
Difração de Raios X Lei de Bragg
Difração de Raios X Lei de Bragg
Métodos de DRX Métodos de DRX

• No Brasil, 1896: as primeiras


• 1912: von Laue, físico alemão,
radiografias foram obtidas na antiga
Escola Politécnica do Rio de Janeiro utilizando a teoria eletromagnética da
pelo professor Henrique Morize
luz, previu teoricamente que os raios X
podiam ser difratados pelos cristais

• 1914: Prêmio de Nobel de Física


(descoberta da difração de raios X por
cristais)
Equipamento utilizado por Morize em 1896/97 para
Henrique Morize realizar suas experiências com raios X Max von Laue
(1860-1930) (1879 – 1960)

Profa. María Cristina Moré Farias MAM0411A Ciência dos Materiais 41 Profa. María Cristina Moré Farias MAM0411A Ciência dos Materiais 42

Histórico Histórico
Fenômeno de DRX Fenômeno de DRX
Difração de Raios X Lei de Bragg
Difração de Raios X Lei de Bragg
Métodos de DRX Métodos de DRX
A difração ocorre quando uma onda encontraInterferência
obstáculos regularmente espaçados
que (1) dispersam as ondas incidentes e (2) possuem espaçamentos ~ comprimento de
Construtiva
onda (l)
• Logo em seguida, os Braag (pai e
filho), físicos ingleses determinaram
experimentalmente o reticulado
cristalino do NaCl, KCl, KBr e KI
por DRX. Porém, até então a
estrutura cristalina de alguns Ondas 1 e 2 em fase após a dispersão
metais (Fe e Cu) muito utilizados
era desconhecida Interferência
Destrutiva

• 1915: Prêmio Nobel de Física William Henry Braag


(1862-1942)
William Lawrence Braag
(1890-1971)
(análises da estrutura dos cristais
por DRX)

Ondas 1 e 2 fora de fase após a dispersão

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Histórico Histórico
Difração de Raios X Fenômeno de DRX Difração de Raios X Fenômeno de DRX
Lei de Bragg Lei de Bragg
Métodos de DRX Métodos de DRX
Uma fração do feixe de raios X incidente sobre um material sólido será dispersa em todas Quando um alvo metálico, encerrado em uma cápsula evacuada, é bombardeado
as direções pelos elétrons (do átomo/íon) localizados na trajetória do feixe por elétrons acelerados, há emissão de raios X

Fenômeno de difração de raios X por


um arranjo periódico de átomos
(posicionados nos vértices da célula unitária)

Lei de Bragg

nl  2d hkl sen
Interferência
Construtiva
nl  SQ  QT Parâmetro
nl  d hkl sen  d hkl sen a de rede
d hkl 
Espaçamento h2  h2  l 2 Índices
interplanar (sistema cúbico) de Miller

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Histórico Histórico
Difração de Raios X Fenômeno de DRX
Difração de Raios X Fenômeno de DRX
Lei de Bragg Lei de Bragg
Métodos de DRX Métodos de DRX

Geração de Raios X

Difratômetro de raios X Shimadzu

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Histórico Histórico
Difração de Raios X Fenômeno de DRX Difração de Raios X Fenômeno de DRX
Lei de Bragg Lei de Bragg
Métodos de DRX Métodos de DRX

Tubo de raios X O espectro de difração difere em função do grau de cristalinidade do material

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Fenômeno de DRX Fenômeno de DRX


Lei de Bragg Lei de Bragg
Difração de Raios X Métodos de DRX
Difração de Raios X Métodos de DRX
Aplicações Aplicações

Chumbo pulverizado

• Identificação de constituintes • Tamanho de cristalitos


microestruturais – Partículas com dimensões inferiores
• Efeito da deformação a 1 μm podem apresentar
intensidades difratadas em valores
• Determinação dos parâmetros da de 2θ pouco superiores ou inferiores
célula unitária ao valor do ângulo de Bragg devido
– Pode ser feito através de métodos ao efeito de alargamento de picos Filme fino de
TiN sobre Si
manuais para cristais de elevada face ao tamanho de partículas Partículas de desgaste
simetria ou a partir de diversos
programas de computador • Tensão Residual
• Orientação Preferencial
– Consiste na determinação da figura de
pólo referente a uma dada direção
cristalográfica e para isso utiliza-se um
acessório específico

Profa. María Cristina Moré Farias MAM0411A Ciência dos Materiais 51 Profa. María Cristina Moré Farias MAM0411A Ciência dos Materiais 52

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Bibliografia

• Básica
– Callister, W.D.; “Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução”.
7ed., 2002. Cap. 3 p. 38-49
• Complementar
– Padilha, A. F.; Filho, F. A. “Técnicas de Análise Microestrutural”,Hemus
Editora Ltda. Cap. 2 p.45-75
– http://semanact.mct.gov.br/index.php/content/view/2992.html
– http://nobelprize.org/
– http://www.seara.ufc.br/especiais/fisica/raiosx/raiosx.htm

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