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Disciplina: Hermenêutica

Professora: Andréa Carneiro Lobo

Curso: Direito

Turma: 2º C

Aluno (a): Maria Augusta Menezes Biazzetto

Data: 19/11/2021

Orientações:

1. Esta avaliação é individual e com consulta aos textos, esquemas,


vídeos, slides e anotações das nossas aulas ao longo do semestre.
2. Só poderá ser realizada por aqueles (as) que submeteram o TDE no
prazo regulamentar e complementar.
3. As respostas devem ser escritas logo abaixo das perguntas, na cor preta
e com o mesmo tipo de fonte do documento. O arquivo deve ser salvo
em PDF e submetido até às 23h59 do dia 21/11.
4. Duas ou mais avaliações idênticas serão desconsideras e zeradas.
5. Quem optar por fazer esta avaliação não poderá fazer a Avaliação
Qualificadora 2.

Avaliação Qualificadora 2 – Peso: 10,0

1. Escreva sobre a origem histórica e etimológica da Hermenêutica,


destacando a forma como era concebida e empregada ao longo da
Antiguidade e da Idade Média: (1,5)

R: A palavra hermenêutica é originaria do grego, e tem uma


associação com o deus mensageiro Hermes. Ela significa explicar
ou interpretar.
Na antiguidade grega a hermenêutica tinha um grande vínculo com
a retorica à dialética e à gramática, assim como era associado com
o conflito entre o mito e a filosofia.
Durante a era medieval era considerada o estudo e interpretação de
texto bíblicos e sagrados.
A partir do sec. 18 ela começou a ser sistematizada e aplicada por
pensadores de vários países na área do direito. Sendo ela em tal
ramo usada como uma auxiliar no entendimento das normas. No
sec. 19 a teoria hermenêutica é considerada e chamada romântica.
O pensador Friedrich Daniel Ernst Schleiermacher procurou
fundamentar seus estudos de acordo com os princípios universais.
E o pensador Wilhelm Dilthey defendia que a hermenêutica
precisava focar unicamente nos estudos usando a metodologia das
ciências humanas.
(Cara professora, retirei esse de um trabalho feito por mim mesma,
espero que não considere plagio, e se precisar de uma garantia
pode pedir que irei enviar o trabalho para a senhora)

2. Analise a citação a seguir, extraída do livro do jurista Lenio Luiz Streck


“Hermenêutica Jurídica e(m) Crise” e a interprete considerando o
conceito de “Fusão de Horizontes” do filósofo Hans-George Gadamer:
(1,5)

Ora, as palavras da lei não são unívocas; são, sim,


plurívocas (...). Por isto, é necessário dizer que, pelo
processo interpretativo, não decorre a descoberta do
‘unívoco’ ou do ‘correto’ sentido, mas, sim, a produção de
um sentido originado de um processo de compreensão,
onde o sujeito, a partir de uma situação hermenêutica, faz
uma fusão de horizontes a partir de sua historicidade. Não
há interpretação sem relação social. (STRECK, 2000, p.
19).

R: O conceito de Horizonte de Hans-George Gadamer é que tudo


aquilo que aprendemos, o conhecimento pequeno ou grande é
adquirido por meio da linguagem, que ele nos mostra nossa
percepção de mundo, a fusão deles seria a junção de um horizonte
passado com um horizonte futuro. E a fala apresentada pelo jurista
Lenio Luiz Streck, descreve que as leis não são apenas palavras
escritas, que elas demostram algo, mas o interpretar delas é feito
por nós, o que podemos fazer demonstrar o conceito de Fusão na
teoria de Streck seria que Gadamer pensa que o conhecimento que
temos vem da língua, e o jurista desconcorda ao falar que nos
damos o significado a algo, ou seja nos damos o sentido e
conhecimento a palavra e não o contrário.

3. Considerando o que estudamos acerca do movimento conhecido como a


“Viragem” ou “Virada Linguística” (Linguistic Turn), responda as
questões abaixo:
3.1 Conceitue o movimento e o situe, etimologicamente, historicamente e
epistemologicamente: (1,0)

R: O movimento da virada linguística acontece durante o sec. XX e


o termo usado para descrever esse momento histórico foi dado
com a grande mudança que aconteceu no ramo da filosofia e da
linguagem, foi criado pelo filosofo Gustav Bergmann. O
movimento traz a frente uma serie de questões sobre a
importância da linguagem para a compreensão de mundo.

3.2 Elenque as três fases da Virada Linguística, segundo Lenio Streck, e


aponte as suas principais características e expoentes: (1,0)

R: Primeira fase da virada linguística: era caracterizada por focar


muito na forma gramatical da escrita de algo, e esquecem da
vinculação pragmática.
Segunda fase: era caracterizada pela critica entre a subjetividade
muito presente na filosofia da época. Tinha a crença de que a
linguagem era aquilo que proporcionava todo o conhecimento.
Terceira fase: caracterizada por ser muito focada na forma
pragmática da língua. Aqui a famosa frase “penso logo existo” se
encaixa perfeita mende, para os pensadores dessa frase tudo o
que conhecemos, o nosso conhecimento vem da linguagem.

3.3 Escreva sobre as possíveis ressonâncias da Virada Linguística sobre a


Hermenêutica Jurídica: (1,0)

R: A virada linguística trouxe uma nova luz sobre a forma de


interpretação da norma jurídica, antes apenas se pensava na
norma, agora se pensa no aspecto social na qual ela foi criada, na
nova hermenêutica, tal aspecto é importante.

4. Aponte ao menos uma diferença entre a Hermenêutica Jurídica Clássica


(relacionada ao Positivismo Jurídico e aos ensinamentos de juristas
como Emílio Betti) e a Nova Hermenêutica, influenciada pela
Hermenêutica filosófica de Gadamer e pelas reflexões propostas pela
Virada Linguística: (1,5)

R: A hermenêutica jurídica clássica seria quando eles estudavam


como a hermenêutica com um todo buscar compreender as leis,
mas descartavam todo o sentindo que o legislador tentou passar.
Enquanto na nova hermenêutica o sentido interpretado é uma parte
fundamental do estudo da norma.

5. Leia o texto a seguir, a respeito do desfecho do protocolo de ingresso de


ação da CONFENEN (Confederação Nacional dos Estabelecimentos de
Ensino), entidade sindical representativa dos estabelecimentos privados
de ensino, junto ao STF, em 4 de Agosto de 2015. Trata-se de uma ADI
(Ação Direta de Inconstitucionalidade) contra alguns artigos da Lei
Brasileira de Inclusão (13.146/2015) por considerar que tais artigos
contrariavam dispositivos constitucionais.
(...) [A] CONFENEN (Confederação Nacional dos
Estabelecimentos de Ensino), entidade sindical de âmbito
nacional representativa dos estabelecimentos privados de
ensino, optou pelo ingresso de Ação Direta de
Inconstitucionalidade requerendo que o STF declarasse a
inconstitucionalidade dos arts. 28, § 1º, e 30, caput, da Lei
Brasileira de Inclusão (Lei 13146/2015). Em síntese, a
CONFENEN almejava que a expressão ―privadas‖
deveria ser tida por inconstitucional, pois essa obrigação
afrontaria o direito de propriedade, a sua função social (sic)
e a liberdade de iniciativa do estabelecimento de ensino,
além de ser uma obrigação exclusiva do Estado e da
família prover educação para a pessoa com deficiência,
não tendo a instituição privada de ensino nenhuma
obrigação a respeito. Resumindo: com o provimento da
ADI, os referidos estabelecimentos estariam livres para
recusar as matrículas de alunos com deficiência por causa
desta, cobrar adicionais nas mensalidades para mantê-los
na escola e ainda não se submeterem às regras gerais de
atendimento aos alunos com deficiência, preconizadas na
LBI. A ADI recebeu o número 5357, tendo sido protocolada
em 4 de agosto de 2015, portanto, antes mesmo do prazo
final da vacatio legis suprarreferida, com a LBI publicada,
mas ainda sem vigência e exigibilidade. A CONFENEN
requereu também medida cautelar, alegando urgência em
sua concessão diante das supostas dificuldades de
cumprimento dos dispositivos legais pelos seus
representados.
(GALINDO, 2016, p. 49, Disponível em:
https://www.conjur.com.br/2016-jun-13/adi-5357-avanco-
construcao-direito-antidiscriminatorio Acesso em:
18/11/2021).
Leia também a ementa da decisão do Ministro Relator à época,
Edson Fachin, proferida em 18/11/2015 acerca da ADI proposta pela
CONFENEN:

EMENTA: AÇÃO DIRETA DE


INCONSTITUCIONALIDADE. MEDIDA CAUTELAR. LEI
13.146/2015. ESTATUTO DA PESSOA COM
DEFICIÊNCIA. ENSINO INCLUSIVO. CONVENÇÃO
INTERNACIONAL SOBRE OS DIREITOS DA PESSOA
COM DEFICIÊNCIA. INDEFERIMENTO. 1. A Convenção
Internacional sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência
concretiza o princípio da igualdade como fundamento de
uma sociedade democrática que respeita a dignidade
humana. 2. À luz da Convenção e, por consequência, da
própria Constituição da República, o ensino inclusivo em
todos os níveis de educação não é realidade estranha ao
ordenamento jurídico pátrio, mas sim imperativo que se põe
mediante regra explícita. 3. A Lei nº 13.146/2015 indica
assumir o compromisso ético de acolhimento e pluralidade
democrática adotados pela Constituição ao exigir que não
apenas as escolas públicas, mas também as particulares
deverão pautar sua atuação educacional a partir de todas
as facetas e potencialidades que o direito fundamental à
educação possui e que são densificadas em seu Capítulo
IV. 4. Medida cautelar indeferida. (GALINDO, 2016, p. 50,
Disponível em: https://www.conjur.com.br/2016-jun-13/adi-
5357-avanco-construcao-direito-antidiscriminatorio Acesso
em: 18/11/2021).

 Tendo por base os estudos sobre Hermenêutica deste semestre letivo,


interprete o contexto – histórico, jurídico e social - em que se deu a
proposição da ADI pela CONFENEN, disserte sobre essa proposição de
ação de inconstitucionalidade contra alguns artigos da então
recentemente criada LBI (Lei Brasileira da Inclusão) analisando-a sob
uma perspectiva hermenêutica contemporânea: (2,5)

R: A hermenêutica contemporânea procura trazer a compreensão


de uma lei entendendo o que acontece por trás do momento de
quando a lei fora escrita. Na ADI apresentada podemos ver vários
contextos por trás da decisão e da escrita apontada, sendo eles
histórico, jurídico e social.
Podemos interpretar a ADI proposta pelo ministro Edson Fachin de
várias formas, mas ele diz que ao impormos a aceitação de alunos
a escolas privadas seria algo inconstitucional, visto que iria contra
o direito de uma empresa, que tem o poder de se recusar a oferecer
um serviço para uma pessoa, quando não for de nem uma forma de
discriminatória.
Mas a decisão foi do STF foi de negar a proposta, devido ao
contexto histórico social que a acerca o direito dos deficientes, por
muitos anos, aqueles que sofriam de uma doença, deformação ou
deficiência de locomoção eram considerados a paria da sociedade,
até mesmo leis os consideravam inferiores e os julgava incapaz.

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